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� GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA AUDITORIA OPERACIONAL E CONTÁBIL Tatiane Antonovz � � ����������� ������� � �������� � 1111 Prezado aluno, Esta apostila é a versão estática, em formato.pdf, da disciplina online e contém todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do conteúdo. Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a respeito de cada item. Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu aprendizado! Bons estudos! � � ����������� ������� � �������� � 2222 Auditoria operacional e contábil - Apostila Apresentação Esta disciplina apresentará o procedimento que torna as demonstrações contábeis mais confiáveis para os usuários dessas informações. Inicialmente, definiremos os conceitos gerais de auditoria, identificando como esse processo funciona, bem como as noções de normatização. Em seguida, conheceremos os principais tópicos da documentação de auditoria e as formas de controle interno. Além disso, aprenderemos a elaborar o relatório de auditoria, que serve para demonstrar a opinião dos auditores. Por fim, destacaremos os aspectos relativos à auditoria operacional: um tipo de auditoria diferente que se dedica à verificação da eficiência e da eficácia – normalmente em órgãos públicos –, mas que possui conceituações muito importantes que podem ser utilizadas na gestão das empresas. Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 1. Definir os principais conceitos de auditoria; 2. Demonstrar os aspectos práticos do processo de auditoria; 3. Aplicar a auditoria operacional. � � ����������� ������� � �������� � 3333 Aula 1: Aspectos iniciais da auditoria Introdução Vamos começar esta disciplina a partir do estudo da evolução histórica da auditoria, apresentando os fatos que marcaram seu desenvolvimento nacional e mundial. Além disso, identificaremos os objetivos da auditoria operacional, ou seja, entenderemos PARA QUE ela é necessária e POR QUE deve ocorrer dentro das entidades. Por fim, diferenciaremos a auditoria interna da externa e conheceremos os diferentes tipos de auditoria. Boa aula! Objetivo 1. Explicar a evolução histórica e os principais aspectos da auditoria; 2. Identificar os propósitos e os diferentes tipos de auditoria. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Contextualizamos a história da auditoria; • Diferenciamos a auditoria interna da externa; • Estudamos os principais tipos de auditoria. Conteúdo História da auditoria Você sabe onde nasceu a auditoria e para que essa atividade foi criada? Assim como a contabilidade, a auditoria surgiu na Europa. Sua fase inicial se destacou depois da Revolução Industrial, quando órgãos e normatizações foram criados. Entretanto, não há uma data exata de sua constituição. � � ����������� ������� � �������� � 4444 Para que você possa compreender a relação entre essas áreas, conheça alguns fatos marcantes da contabilidade e da auditoria. Atenção A criação da SEC, em 1934, foi um marco no desenvolvimento da auditoria no mundo, pois estimulou as empresas que tinham valores negociados em bolsa a utilizarem os procedimentos de auditoria para aumentar a credibilidade de suas demonstrações, o que, por consequência, atraiu mais investidores. De acordo com Attie (2011), a evolução da auditoria foi baseada na necessidade, por parte dos investidores e proprietários das empresas, de verificar a fidedignidade dos registros contábeis. Auditoria no Brasil A auditoria surgiu no Brasil pela necessidade que grandes empresas e multinacionais tinham de realizar tal processo em seus países de origem. De acordo com Attie (2011), os fatos que marcaram esse surgimento foram: • A existência de filiais de empresas multinacionais; • A busca por financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; • O crescimento das empresas brasileiras, sua necessidade de descentralização e a busca por diversificação de suas atividades econômicas; • A evolução do mercado de capitais; • A criação, em 1972, das normas de auditoria, promulgadas pelo Banco Central do Brasil (Bacen); • A criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que devia seguir os princípios da SEC; � � ����������� ������� � �������� � 5555 • A regulamentação dos aspectos societários, principalmente das sociedades de capital aberto, através da criação da Lei das Sociedades Anônimas – http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm Lei nº 6.404/76. A auditoria teve um grande desenvolvimento justamente pelos aspectos relacionados à verificação das demonstrações contábeis trazidos por esses fatos. Mas, afinal, como a auditoria pode ser entendida? Vamos descobrir? Atenção A criação da CVM e a regulamentação dos aspectos societários foram necessárias após a expansão das empresas brasileiras e sua constante busca por novas formas de capital. Auditoria pública e privada A auditoria possui uma forte relação com o conceito de accountability, que está presente tanto no setor privado quanto no público. Basicamente, a auditoria pode ser aplicada, então, nesses dois campos. Vejamos como... Conforme aponta Silva (2012, p. 5), no setor privado, que inclui as empresas em geral: “O Parlamento (Congresso) é representando pelo Conselho de Administração, que delega responsabilidade ao administrador para gerir a empresa, de forma eficiente e eficaz, para a otimização dos recursos e a geração de lucro. O auditor verifica se os recursos estão sendo utilizados de acordo com as metas e diretrizes gerais, e informa ao Conselho. O parecer de auditoria publicado produz efeitos, também, junto ao mercado e aos acionistas”. De acordo com o Artigo 70 da Constituição, já no setor público, o principal objetivo da auditoria é verificar ações de órgãos e de entidades que fazem parte da administração direta e indireta. � � ����������� ������� � �������� � 6666 Sendo assim, com base no conceito de accountability, dentro da administração pública, há o Congresso, que delega responsabilidade ao administrador público e ao auditor. Conforme destaca Silva (2012), estes, por sua vez, respondem pela prestação de contas deste modo: Administrador público – tem condições de aplicar os recursos de forma eficiente e eficaz. Auditor – representado pelo Tribunal de Contas, verifica se esses recursos estão sendo aplicados corretamente, de acordo com a legislação e o Congresso. Portanto, dentro da área pública, a noção de auditoria assume um papelmuito importante – afinal, trata de recursos públicos a que todos os cidadãos têm direito. Nesse caso, a Fazenda Nacional deve se sobrepor aos interesses individuais. Objetivo da auditoria Agora que já apresentamos o conceito de auditoria, você deve estar se perguntando: Qual é seu objetivo? Para Perez Júnior (2012), o principal objetivo da auditoria é fornecer a todos os usuários nela interessados uma opinião imparcial, que deve estar fundamentada em normas e em princípios vigentes. O autor afirma que esse processo é uma técnica autônoma dentro da Ciência Contábil e, por isso, tem um objetivo bem definido, que pode ser entendido de múltiplas formas, quais sejam: • Comprovar, pela verificação dos registros, os fatos que alteraram o patrimônio; • Apresentar erros e fraudes; • Sugerir possíveis providências que coibirão futuros erros ou futuras fraudes; • Verificar o controle interno da entidade; � � ����������� ������� � �������� � 7777 • Identificar se a contabilidade é satisfatória do ponto de vista sistemático e societário. Portanto, a principal função da auditoria é descobrir fraudes e erros, a fim de atestar a fidedignidade das demonstrações contábeis, ou seja, de indicar se elas representam, de forma fiel, a situação patrimonial da instituição. Auditoria interna X auditoria externa Você já ouviu falar em auditoria interna e auditoria externa? Saberia diferenciá-las? No quadro a seguir, apresentamos uma comparação entre essas duas vertentes: Observe que a maior diferença entre o auditor interno e o externo é a independência: enquanto o primeiro tem algumas limitações, o segundo é mais livre, pois não possui vínculo com a empresa auditada. Atenção De acordo com a legislação brasileira, para que um profissional esteja habilitado a exercer a profissão de auditor, ele tem de ser Bacharel em Ciências Contábeis e estar devidamente aprovado e registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), bem como na CVM. Além disso, esse profissional deve passar por um processo de educação continuada e ter uma conduta ética perfeita. O registro do auditor pode ocorrer de duas formas: como pessoa física ou jurídica. Para cada uma dessas categorias, ele deverá obedecer a uma série de requisitos. Tipos de auditoria Já vimos que, em sentido mais amplo, a auditoria refere-se à verificação das demonstrações contábeis e pode, em primeiro plano, ocorrer nos setores privado e público. Além disso, identificamos que a auditoria interna trabalha, principalmente, a questão de controles no interior das entidades. Mas que outros tipos de auditoria existem? Vamos conhecê-los? São eles: � � ����������� ������� � �������� � 8888 Auditoria de gestão Forma de auditoria que realiza análises dos planos e das diretrizes de determinada empresa ou entidade e que mede a eficiência da gestão, verificando se está de acordo com os planos traçados. Auditoria de sistemas Forma de auditoria realizada nos sistemas de informação, cujo objetivo é analisar se os controles dessa área estão adequados e, por consequência, podem minimizar riscos inerentes aos sistemas de dados. Auditoria operacional Forma diferente de auditoria realizada com o intuito de verificar tanto a eficiência quanto a eficácia das atividades operacionais que ocorrem durante os processos administrativos. Em outras palavras, esse tipo de auditoria busca a melhoria contínua e soluções para os procedimentos operacionais, de acordo com a legislação vigente. Nesse caso, os controles internos do setor público são avaliados. É nesse momento que identificamos seus pontos fortes e fracos à procura da melhor atuação, com processos mais eficientes, até diminuir os custos indesejados. Para entender a diferença entre as auditorias contábil e operacional, veja em http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_1_Au ditoria_contabil_auditoria_operacional.pdf. Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Primeiro, leia o texto http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_1_Ati vidade_proposta.pdf Fraudes no inventário de estoques. Com base em sua leitura, responda: a) Quais deveriam ter sido os objetivos primários dos auditores quando observaram o inventário físico anual da empresa? O que, tipicamente, deveria ser levantado? b) Que tipos de procedimentos poderiam ser realizados para prevenir as fraudes nos estoques? � � ����������� ������� � �������� � 9999 a) Os auditores deveriam ter verificado, de imediato, a conta-estoque – por ser representativa – e se as quantidades físicas correspondiam àquelas que constavam nos relatórios. Para isso, seria necessária a contagem in loco, ou seja, dentro das geladeiras. b) Outra possível forma de se evitar o problema seria verificar os controles internos – que eram fracos na área – e o aumento injustificável da conta-estoque na referida divisão. Aprenda Mais Para saber mais sobre fraudes, erros e aspectos de auditoria, leia o texto http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_1_Fra udes_corporativas.pdf Fraudes corporativas: como prevenir perdas por fraudes e desfalques na empresa. Para saber mais sobre os tipos de auditoria, leia o texto http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_1_Au ditoria_conceitos_objetivos.pdf Auditoria: conceitos e objetivos. Referências desta aula ARAÚJO, I. da P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditora contábil – enfoque teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 16 mar. 2015. ______. Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE). Subcontroladoria de Auditoria e Controle de Gestão (SCG). Apostila do Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. Minas Gerais: CGE, SCG, 2012. ______. Senado Federal. Disponível em: <www.senado.gov.br>. Acesso em: 16 mar. 2015. CAMARA DOS DEPUTADOS. Atividade legislativa. Créditos adicionais. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/orcamentobrasil/creditos>. Acesso em: 16 mar. 2015. � � ����������� ������� � �������� � 10101010 CASTRO, D. P. de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor público: integração das áreas do ciclo de gestão. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LIMA, L. H. Controle externo. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2009. PEREZ JÚNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ROCHA, A. C.; QUINTIERE, M. de M. R. Auditoria governamental – uma abordagem metodológica da auditoria de gestão. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011. SILVA, M. M. da. Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de fixação Questão 1 O fato que marcou o desenvolvimento da auditoria foi a: a) Guerra Fria. b) Crise de 1929. c) Revolução Francesa. d) Revolução Industrial. e) Segunda Guerra Mundial. Questão 2 O marco na auditoria foi a criação do seguinte órgão: a) Caixa Econômica Federal (CEF). b) Security and Exchange Comission (SEC). c) Financial Accounting Standards Board (FASB). d) International Financial Reporting Standards (IFRS). � � ����������� ������� � �������� � 11111111 e) Associação dos Contadores Públicos Certificados (AICPA).Questão 3 Entre os fatos a seguir, assinale aquele que NÃO pode ser considerado um marco do desenvolvimento da auditoria no Brasil: a) A existência de filiais de empresas multinacionais. b) A evolução do mercado de capitais. c) O crescimento e a complexidade da carga tributária brasileira. d) A busca por financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais. e) O crescimento das empresas brasileiras, sua necessidade de descentralização e a busca por diversificação de suas atividades econômicas. Questão 4 De acordo com o que estudamos nesta aula, o objetivo da auditoria é: a) Formular opinião com base nos princípios do IFRS. b) Atender as demandas da administração e dos acionistas da entidade. c) Verificar se as demonstrações contábeis estão de acordo com as exigências da SEC. d) Aumentar o grau de confiança das demonstrações contábeis por parte dos usuários nela interessados. e) Apresentar opinião sobre as demonstrações contábeis de acordo com os princípios exigidos pela AICPA. Questão 5 Uma das bases da auditoria na área pública é a (o): a) Ética. � � ����������� ������� � �������� � 12121212 b) Sigilo. c) Entidade. d) Economicidade. e) Conservadorismo. Questão 6 Como ciência autônoma dentro da Ciência Contábil, a auditoria possui um objetivo bem definido que pode ser entendido de múltiplas formas, EXCETO: a) Apresentar erros e fraudes. b) Verificar o controle interno da entidade. c) Analisar as estratégias e os aspectos gerenciais da empresa. d) Sugerir possíveis providências que coibirão futuros erros ou futuras fraudes. e) Comprovar, pela verificação dos registros, os fatos que alteraram o patrimônio da entidade. Questão 7 Os dois principais aspectos que fazem parte dos objetivos da auditoria são: a) Erros e evasão. b) Erros e fraudes. c) Fraudes e roubos. d) Elisão e evasão fiscal. e) Fraudes e evasão fiscal. Questão 8 O conjunto de procedimentos que tem como objetivo examinar a integridade e a adequação dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade é chamado de: � � ����������� ������� � �������� � 13131313 a) Auditoria interna. b) Auditoria externa. c) Auditoria de gestão. d) Auditoria operacional. e) Auditoria de sistemas. Questão 9 A maior diferença entre a auditoria externa e a interna é representada pela(o): a) Ética. b) Sigilo. c) Competência. d) Dependência. e) Independência. Questão 10 Determinada entidade contratou uma auditoria para verificar se seu processo operacional está ocorrendo de acordo com o previsto e para buscar possíveis soluções para erros apresentados. Nesse caso, o tipo de auditoria contratada foi a: a) Auditoria interna. b) Auditoria de gestão. c) Auditoria operacional. d) Auditoria de sistemas. e) Auditoria independente. � � ����������� ������� � �������� � 14141414 Aula 2: Profissional de auditoria Introdução Nesta aula, definiremos os conceitos relativos ao trabalho do auditor, identificando como se desenvolvem sua formação acadêmica e sua carreira e quais são as características desse profissional, bem como suas responsabilidades. Analisaremos, também, alguns aspectos que o auditor deve observar durante a execução de seu trabalho e a questão da independência, que tem de ser considerada durante a carreira do profissional de auditoria. Além disso, apresentaremos os tipos de ameaça que podem ocorrer dentro do desenvolvimento da função do auditor e como ele deve lidar com tais situações. Bons estudos! Objetivo • Explicar o trabalho do auditor; • Identificar os riscos envolvidos no desenvolvimento dos trabalhos de auditoria. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Estudamos os principais aspectos normativos do trabalho do auditor; • Definimos os riscos e analisamos sua implicação no trabalho do auditor. Conteúdo Trabalho do auditor Quando se trabalha na área de auditoria, um ponto importante a ser observado é que a competência profissional é obtida com o tempo, conforme a carreira vai se desenrolando. Isso requer treinamento tanto formal quanto informal por parte dos auditores. Um dos resultados do trabalho do auditor é um documento chamado de Relatório de Auditoria, o qual é confeccionado por um profissional devidamente registrado � � ����������� ������� � �������� � 15151515 no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Mas todo esse trabalho prévio é realizado por uma equipe com diversos níveis hierárquicos e técnicos distintos. Toda empresa prestadora de serviços na área de auditoria possui uma estrutura organizacional que apresenta algumas variações. Contudo, de maneira mais genérica, as organizações apresentam certos níveis hierárquicos – sobre os quais nos deteremos a seguir – que são praticamente os mesmos, quer seja em empresas nacionais ou em multinacionais. Como fazemos, então, para crescer dentro da carreira de auditor? Assim como o conhecimento, o crescimento na área de auditoria é gradual, pois envolve uma quantidade considerável de saberes, de habilidades e responsabilidades. O mais provável é que um trainee venha a chegar ao cargo de sócio com 15 a 20 anos de trabalho contínuo. A maneira mais comum de ingresso no setor é pelo recrutamento – normalmente, quando os trainees ainda são alunos do curso de Graduação em Ciências Contábeis, Administrativas, Jurídicas, Econômicas e áreas correlatas. Embora a atividade de auditoria seja uma prerrogativa exclusiva dos contadores, as empresas desse setor selecionam profissionais de outras áreas para que auxiliem os trabalhos. Caso eles tenham destaque e queiram seguir carreira, terão de obter a Graduação em Ciências Contábeis com o posterior registro no CRC. Perfis da carreira de auditor Vamos apresentar, agora, com mais detalhes, os perfis desejados na maioria das empresas de auditoria, bem como as especificidades dos diversos níveis representativos da carreira de um auditor. São eles: Trainee Estudante universitário que se enquadra no perfil normalmente exigido pelas empresas de auditoria, selecionado nas principais universidades brasileiras. O trainee é aquele aluno que está no último ou no penúltimo ano do curso de Graduação em Ciências Contábeis, Administração ou Ciências Econômicas. Outros estudantes podem iniciar a carreira, mas, para dar sequência a ela, eles deverão obter o grau de Bacharel em Ciências Contábeis. � � ����������� ������� � �������� � 16161616 Entre as principais características do profissional de auditoria trainee, destacamos: • Idade não superior a 23 anos – Passando dessa idade, normalmente, os estudantes já estão empregados, conseguindo salários superiores aos da posição de trainee de auditoria. Além disso, pessoas com mais experiência profissional poderiam gerar maior resistência a mudanças no perfil (algo muito comum durante os procedimentos de adequação às práticas das empresas de auditoria). Procuram-se profissionais com pouca ou nenhuma experiência para moldá-los de acordo com as necessidades dessas empresas. • Jovens solteiros – Os casados possuem responsabilidades financeiras não compatíveis com os salários iniciais oferecidos por tais organizações. Isso pode fazer com que esse estudante não se dedique totalmente à profissão. • Fluência no idioma inglês não é algo obrigatório – Entretanto, sabemos que o conhecimento mínimo da língua é fundamental, além de precisar ser aprimorado para o crescimento na carreira, dadas as oportunidades e necessidades em empresas com capitas estrangeiros. O processo de seleção é composto de diversos testes,bem como de várias entrevistas e dinâmicas de grupo – momento em que um grupo de trainees é contratado. Eles iniciam a carreira na auditoria passando por um longo período de treinamento, o qual pode chegar a seis meses, com a apresentação de orientações gerais sobre:• As políticas da empresa e a atividade de auditoria; • Os planos de carreira; • O comportamento exigido; • As matérias ligadas diretamente à profissão do auditor. Assistentes ou auxiliares Este cargo é dividido em três categorias em quase todas as empresas de auditoria: A, B e C – que é o trainee. Cada uma dessas fases dura de um a dois anos, dependendo do desempenho e das vagas abertas nas empresas. � � ����������� ������� � �������� � 17171717 Quando são promovidos, esses assistentes passam por outro programa de treinamento, mais exaustivo que o primeiro, pois é mais adequado à nova função que o profissional exercerá. Auditor sênior Na maior parte das empresas de auditoria, passados os quatro anos na categoria de assistente, o profissional chega ao nível sênior, podendo exercer função de chefe junto a equipes de outros auditores. O auditor sênior assume responsabilidades por distribuição, orientação e supervisão dos trabalhos dos assistentes hierarquicamente inferiores a ele, e deve se dirigir diretamente ao gerente de cada trabalho. Tanto o sênior quanto o assistente são classificados em três categorias: A, B e C ou semissênior. A cada trabalho realizado, o sênior é avaliado formalmente pelo gerente imediato. Tais avaliações são analisadas periodicamente para fins de promoção a cargos superiores. É exatamente nesse momento em que uma quantidade maior de profissionais deixa a atividade de auditoria. Mas por que isso acontece com tanta frequência? E por que as empresas não conseguem alterar tais estatísticas? Algumas respostas possíveis a essas perguntas envolvem: • Dificuldade ou não adaptação à carreira; • Não aprovação em avaliações passadas e consequente perda de promoções; • Recebimento de propostas de trabalho financeira e profissionalmente mais vantajosas para atuar nas próprias empresas auditadas – antes clientes e, agora, empregadoras; • O fato de que outros podem receber propostas de pequenas empresas de auditoria sem tanta estrutura quanto as grandes. Como os auditores não necessitam de treinamentos – pois já foram realizados nas empresas anteriores –, tais companhias menores acabam oferecendo salários maiores por um profissional já treinado e que já conhece a rotina de trabalho. � � ����������� ������� � �������� � 18181818 Supervisor Decorridos os quatro anos ou o período previsto para a atividade como sênior, o profissional será, então, alçado para supervisor e ficará nessa posição por dois anos, sendo treinado para assumir o cargo de gerente. Como supervisor, ele receberá treinamento específico, exercendo atividades como auditor sênior de grandes clientes, sempre se reportando ao gerente imediato. Se for gerente para clientes menores, esse profissional se reportará ao sócio imediato. Gerente Ficando dois anos como supervisor, o auditor será promovido a gerente e receberá treinamento específico para tal cargo. Esse profissional gerenciará o trabalho de diversos clientes e fará a supervisão de diversas empresas de auditoria. Em outras palavras, ele será responsável direto por várias tarefas. São algumas delas: • Elaborar o planejamento do trabalho de auditoria; • Realizar a programação da equipe; • Supervisionar a equipe; • Discutir sobre assuntos diretamente com a gerência e com a direção da empresa auditada; • Revisar papéis de trabalho; • Desenvolver o esboço do relatório de auditoria. Sócio Geralmente, após cinco anos exercendo a função de gerente, o auditor pode ser convidado pelos sócios atuais para fazer parte da sociedade. Aqui, todos os sócios devem aprová-lo, considerando, os seguintes aspectos:• Indubitável capacidade técnica; • Bom ou ótimo relacionamento com os clientes, com os sócios e com os outros auditores da empresa; � � ����������� ������� � �������� � 19191919 • Habilidade de negociação; • Vontade de participar da gestão da empresa de auditoria; • Disponibilidade para atuar em outras sedes físicas, em outras cidades ou em outros estados do território nacional etc. Na situação de que esse gerente não seja aceito como um novo sócio, normalmente, ele deixa a empresa, sendo informado de tal situação. A empresa abre, então, a vaga para outro gerente que atenda a todas as expectativas e que possa ser alçado à categoria de sócio em seu lugar. Caso sejam aprovados, além de convidados e promovidos a sócios, os gerentes recebem uma quantidade de quotas ou ações que poderão crescer conforme eles evoluam enquanto sócios. São algumas das novas atribuições pertinentes aos sócios:• Manter contatos com clientes para discutir sobre honorários e negociá-los; • Revisar e aprovar o planejamento dos trabalhos com clientes sob sua responsabilidade – elaborados pelos gerentes subordinados; • Discutir com os gerentes e com a alta administração sobre os principais pontos observados pela equipe durante a execução dos trabalhos com os clientes; • Revisar e aprovar os papéis de trabalho; • Elaborar o relatório final dos trabalhos; • Assinar o relatório final. Além disso, o sócio também é responsável junto aos demais sócios pelo trabalho executado e pela emissão do relatório de auditoria. Mas, perante os órgãos fiscalizadores e a sociedade de modo geral, quem possui essa responsabilidade é a própria empresa de auditoria, e não o sócio que revisou e assinou o relatório da área. Independência mental Mudando um pouco o foco, vamos ver, agora, outros aspectos que devem ser analisados no decorrer dos trabalhos de auditoria? � � ����������� ������� � �������� � 20202020 Durante suas atividades, o auditor deve possuir independência mental. Caso essa prerrogativa não seja alcançada e demonstrada, não só o trabalho do auditor estará comprometido mas também todo o trabalho da empresa de auditoria. Sendo assim, esse profissional não pode ter qualquer interesse ou influência – seja financeira ou não – ou, ainda, relação pessoal de qualquer âmbito com a empresa a ser auditada. Quando são encontradas quaisquer irregularidades nas demonstrações de grandes empresas, fica evidente que o auditor não teve o completo domínio de conteúdo ou não aplicou as normas e os procedimentos de auditoria em sua completude, fazendo com que as primeiras suspeitas recaiam exatamente sobre sua pessoa. Cuidados necessários ao auditor Enquanto prestar serviços à entidade auditada, o auditor estará automaticamente impedido de realizar quaisquer outros trabalhos na empresa, tais como consultorias ou semelhantes. Esse procedimento simples busca a manutenção da independência por parte do auditor. O auditor também NÃO DEVE: • Auditar o próprio trabalho; • Exercer funções gerenciais na entidade auditada; • Promover interesses próprios nessa empresa. Esse profissional precisa ter bastante cautela, principalmente quando for avaliar outras empresas ou reavaliar ativos, seja: • Na prestação de serviços de auditoria interna; • Na seleção de executivos; • Na análise da escrituração contábil; • Em outros serviços-chave para o trabalho de auditoria. Mas, quando recebe uma proposta para a realização de um trabalho de auditoria de demonstrações contábeis, como deve a empresa ou o profissional autônomo proceder com relação à definição dos honorários a serem cobrados? � � ����������� ������� � �������� � 21212121 Quais são os pontos que temos de considerar para a fixação dos preços a serem cobrados das empresasauditadas? O tamanho da entidade a ser auditada bem como o nível de complexidade de suas operações são fatores fundamentais para a análise de fixação de preços a que nos referimos. Quando não consideramos tais fatores, podemos cobrar pouco por um trabalho muito longo, o que compromete a qualidade da auditoria no geral. Pensando de maneira oposta, se cobramos muito da empresa a ser auditada, o auditor tende a perder sua independência, pois seus honorários estão fora da realidade do mercado, o que pode gerar favorecimento ilícito para a empresa a ser auditada. Os honorários também NÃO podem ser definidos com base em: Situações predeterminadas – como, por exemplo, um desfecho específico dos trabalhos ou certo resultado alcançado no final das análises realizadas; Trabalhos futuros que a empresa auditada possa demandar da empresa de auditoria. Atenção Atenção A segurança, o sigilo e o zelo profissional devem estar presentes desde o momento do primeiro contato do auditor com a empresa a ser auditada até o momento da emissão de seu relatório de auditoria. Os papéis de trabalho devem ser mantidos sob a boa guarda dos auditores a todo o momento, gerando maior confiabilidade por parte da empresa auditada e, consequentemente, garantindo uma boa análise e posterior divulgação de informações para seus sócios ou aqueles da sociedade em geral. O zelo profissional no trabalho de auditoria está intimamente ligado a fatores como: • A definição do risco de auditoria; • A estimativa das horas a serem trabalhadas na auditoria; � � ����������� ������� � �������� � 22222222 • A definição dos honorários de auditoria; • A programação das visitas às pessoas-chave da empresa auditada, tais como gestores, administradores, gerentes de departamento etc.; • O planejamento dos trabalhos de auditoria; • A definição dos procedimentos e a extensão dos testes de auditoria a serem executados; • A definição da equipe de auditoria, com a quantidade e qualidade necessárias para o bom desenvolvimento do trabalho; • A avaliação do ambiente de controle interno da empresa auditada; • A revisão analítica e o confronto das principais discrepâncias com a avaliação do ambiente de controle interno; • A supervisão do trabalho de auditoria e suas etapas; • A elaboração e a revisão dos papéis de trabalho; • A emissão de relatórios sobre a avaliação do ambiente de controle interno; • A garantia do sigilo profissional; • A boa guarda da documentação, ou seja, dos papéis de trabalho. Naturalmente, há outros aspectos a serem observados com relação ao zelo profissional. Esses são os mais difundidos, mas não são os únicos a serem praticados durante o trabalho de auditoria em uma entidade qualquer. Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! � � ����������� ������� � �������� � 23232323 a) O auxiliar tinha, realmente, de escrever o sumário? b) Qual deveria ser a postura do auditor sênior nesse caso? Chave de resposta Com sua experiência e com o respaldo das 1.000 horas trabalhadas pela equipe, além das extensas evidências de auditoria, João poderia, sim, ter escrito o sumário. Mas a posição de Jorge está errada, pois, como superior, ele deveria ajudar João diante de suas dificuldades. Aprenda Mais Para saber mais sobre a ética na profissão do auditor, leia o texto http://www.portaldecontabilidade.com.br/noticias/auditoria-responsabilidade- etica.htm Auditoria – responsabilidade legal e ética profissional. Referências desta aula ARAÚJO, I. da P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditora contábil – enfoque teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 16 mar. 2015. ______. Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE). Subcontroladoria de Auditoria e Controle de Gestão (SCG). Apostila do Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. Minas Gerais: CGE, SCG, 2012. ______. Senado Federal. Disponível em: http://www.senado.gov.br www.senado.gov.br. Acesso em: 16 mar. 2015. CAMARA DOS DEPUTADOS. Atividade legislativa. Créditos adicionais. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/orcamentobrasil/creditos. Acesso em: 16 mar. 2015. CASTRO, D. P. de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor público: integração das áreas do ciclo de gestão. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. � � ����������� ������� � �������� � 24242424 CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LIMA, L. H. Controle externo. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2009. PEREZ JÚNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ROCHA, A. C.; QUINTIERE, M. de M. R. Auditoria governamental – uma abordagem metodológica da auditoria de gestão. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011. SILVA, M. M. da. Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de fixação Questão 1 A auditoria caracteriza-se como prerrogativa exclusiva da seguinte categoria: a) Atuários. b) Bacharéis em Direito. c) Técnicos em Ciências Contábeis. d) Bacharéis em qualquer uma das Ciências Sociais. e) Bacharéis em Ciências Contábeis devidamente aprovados e registrados no CRC. Questão 2 Dentro das possibilidades de desenvolvimento da carreira de auditor, esse profissional passa por treinamentos e pelo processo de educação continuada, bem como adquire experiência com o passar dos anos durante a execução dos trabalhos de auditoria. Tais habilidades podem ser definidas, respectivamente, como: a) Formais e mistas. b) Mistas e informais. � � ����������� ������� � �������� � 25252525 c) Informais e formais. d) Formais e informais. e) Complexas e informais. Questão 3 Um profissional possui o seguinte perfil: é jovem, solteiro, fluente em dois idiomas, está no último ano do curso de Ciências Contábeis e bastante motivado a trabalhar. No campo da auditoria, esse profissional se enquadra na seguinte categoria: a) Sócio. b) Trainee. c) Gerente. d) Analista. e) Supervisor. Questão 4 O gerente de auditoria é um profissional que já possui experiência, pois passou por diversos momentos dentro da carreira. Assinale, entre as opções a seguir, aquela que NÃO pode ser considerada como sua responsabilidade: a) Realizar a programação da equipe. b) Elaborar o planejamento de trabalho. c) Realizar a revisão dos papéis de trabalho. d) Elaborar o esboço do relatório de auditoria. e) Revisar e aprovar o planejamento dos trabalhos. Questão 5 Dentro do quadro evolutivo da profissão de auditor, quando o profissional chega a sócio, uma de suas atribuições mais importantes é: � � ����������� ������� � �������� � 26262626 a) Assinar o relatório final. b) Realizar a programação da equipe. c) Elaborar o planejamento de auditoria. d) Distribuir e orientar os trabalhos dos assistentes. e) Discutir sobre assuntos da empresa com a gerência. Questão 6 Uma característica marcante do trabalho do auditor é a independência mental, que pode ser descrita como a capacidade de: a) Analisar situações. b) Fazer julgamentos. c) Fazer julgamentos neutros. d) Fazer julgamentos neutros e parciais. e) Fazer julgamentos neutros e imparciais. Questão7 Até a década de 1990, era comum que as empresas de auditoria realizassem o trabalho de consultoria nas empresas auditadas. Isso contraria o seguinte princípio da auditoria: a) Ética. b) Unidade. c) Entidade. d) Pessoalidade. e) Independência. Questão 8 � � ����������� ������� � �������� � 27272727 Caso um auditor possua operações de crédito e garantias de qualquer tipo com a entidade auditada, poderá acontecer o seguinte tipo de ameaça: a) Autorrevisão. b) Familiaridade. c) Independência. d) Interesse próprio. e) Defesa de interesses da entidade auditada. Questão 9 Determinado auditor possui um primo de primeiro grau na empresa em que está auditando. De acordo com as regras relativas aos riscos de trabalho de auditoria, nesse caso, devemos adotar o seguinte procedimento: a) Recusar o trabalho. b) Terminar a auditoria. c) Modificar o plano de auditoria. d) Substituir o membro da equipe que possui o relacionamento familiar. e) Envolver outro profissional para revisar os trabalhos elaborados pela pessoa que possui a relação familiar. Questão 10 Quando executamos o trabalho de auditoria, devemos levar em consideração alguns aspectos, entre os quais o mais importante é: a) O regime de tributação. b) O número de funcionários. c) O tamanho da entidade auditada. d) As políticas contábeis observadas. e) O tipo das demonstrações contábeis. � � ����������� ������� � �������� � 28282828 Introdução Nesta aula, você conhecerá as normas de auditoria, ou seja, o conjunto de regulamentações que norteiam o trabalho dos auditores com relação tanto ao desempenho de seu trabalho quanto a sua pessoa. As normas profissionais do auditor são aquelas que orientam a execução dos trabalhos do auditor e apresentam os principais aspectos relativos a essa profissão – prerrogativa exclusiva de Bacharéis em Ciências Contábeis. Em seguida, daremos início à discussão sobre a importância dos controles internos para o trabalho de auditoria. Bons estudos! Objetivo • Explicar as normas de auditoria profissionais, técnicas – relativas à execução dos trabalhos do auditor – e do relatório de auditoria; • Definir os conceitos iniciais dos controles internos. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Compreendemos as normas de auditoria; • Iniciamos o estudo dos controles internos. Conteúdo Normas de auditoria As normas de auditoria são diferentes dos procedimentos de auditoria, pois possuem relação direta com as ações a serem praticadas e representam as medidas de qualidade da execução dos objetivos pretendidos com a utilização de alguns procedimentos específicos. As normas estabelecem a regulamentação profissional mas também se relacionam com a figura do auditor. Em outras palavras, elas têm ligação direta com sua avaliação pessoal e com a redação do relatório de auditoria. As normas de auditoria são divididas da seguinte forma: � � ����������� ������� � �������� � 29292929 Controle interno Muito citado nos processos de auditoria por fazer parte desse trabalho, o controle interno possui importância fundamental nessa atividade. Mas quando esse procedimento deve ser aplicado e levado à risca em uma entidade? Em se tratando de países desenvolvidos, a relevância dada a métodos científicos utilizados pela gestão é maior, pois se parametriza a forma de alcance e controle dos objetivos atingidos e daqueles que se pretende atingir. Mas não confunda controle interno com auditoria interna. Analise a diferença entre ambos os conceitos: Auditoria interna Trabalho de revisão, organizado e executado por departamento específico. Controle interno Conjunto de procedimentos adotados de forma permanente e por todos os setores de uma entidade qualquer, cada qual com seu grupo específico de processos. Impacto do controle interno para as organizações Agora que já definimos a importância do controle interno, veremos como esse procedimento pode ser medido. Inicialmente, devemos entender que a função do controle interno é a de gestão empresarial, pois o sistema deve ser capaz de verificar seu próprio cumprimento, alterando-se conforme as necessidades das organizações. O fluxo de operações também é afetado diretamente por esse sistema. É impossível manter uma entidade sem qualquer tipo de controle: tarefa necessária para garantir a continuidade das operações e da geração de informações. Então, podemos dizer que todas as empresas possuem controles internos – quer seja em maior nível ou não, colocados em prática ou não. Crepaldi (2011) afirma que devemos observar o binômio operações/informações X custo/benefício com o objetivo de avaliar o impacto desses controles e da geração de informações para uma entidade. � � ����������� ������� � �������� � 30303030 Mas, se processos decisórios também dependem da qualidade dos controles internos, como podemos tomar a decisão certa com base em informações sem fundamentação confirmada? Vejamos... O sistema de controles internos está diretamente ligado ao crescimento e à diversificação das atividades de uma entidade. Inicialmente, as empresas eram controladas apenas por seus proprietários, que verificavam todos os fatos ocorridos em sua rotina. Mas, com o crescimento do negócio e o aumento de complexidade das operações, tornou-se inviável esse controle exclusivo. Era preciso delegar poderes a outros funcionários comprometidos com o negócio, que possuíssem o mesmo empenho e a capacidade técnica mostrada pelos proprietários. A partir dessa constatação, surgiu a necessidade de um sistema de controles que buscasse a eficiência operacional: o controle interno. Esse sistema poderia utilizar relatórios, indicadores e outros índices que mostrariam como a gestão das operações fluía, além de verificar o pleno comprometimento com as metas da entidade. Atenção Atenção Em um sistema de controle interno, os funcionários devem ter RELATIVA liberdade de execução do trabalho. Em outras palavras, é necessário que existam formas de coibir os funcionários de caírem em tentação – seja por problemas pessoais ou profissionais – e cometerem atos ilícitos. Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 1. Quais são os objetivos-chave de auditoria para a função de processar a folha de pagamento de um cliente auditado? Relacione-os com testes de controles e procedimentos substantivos. � � ����������� ������� � �������� � 31313131 2. Que fraquezas nos controles internos se mostraram mais claramente no sistema da folha de pagamento? Chave de resposta 1. Nesse caso de processo com relação à folha de pagamento, os objetivos-chave de auditoria são: • Realizar testes de controle por ciclo de pagamentos; • Identificar os riscos e verificá-los ao final de cada ano; • Conferir os valores provisionados com as despesas de salários; • Conferir os valores dentro da realidade da empresa. 2. O caso apresentou as seguintes fraquezas nos controles internos: • O fato de uma pessoa ser responsável por desenhar um sistema, operacionalizá-lo e não haver outra que realize ou valide tal procedimento; • A ausência de férias para pessoal-chave; • A falta de testes de controle pela auditoria interna – que seriam suficientes para descobrir tal esquema fraudulento. Aprenda Mais Para saber mais sobre o assunto, leia o texto http://www.portaldeauditoria.com.br/auditoria-interna/Conceito-de-Controle- Interno.asp Conceito de controle interno. Referências desta aula ARAÚJO, I. da P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditora contábil – enfoque teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE,W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 16 mar. 2015. � � ����������� ������� � �������� � 32323232 ______. Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE). Subcontroladoria de Auditoria e Controle de Gestão (SCG). Apostila do Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. Minas Gerais: CGE, SCG, 2012. ______. Senado Federal. Disponível em: http://www.senado.gov.br www.senado.gov.br. Acesso em: 16 mar. 2015. CAMARA DOS DEPUTADOS. Atividade legislativa. Créditos adicionais. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/orcamentobrasil/creditos. Acesso em: 16 mar. 2015. CASTRO, D. P. de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor público: integração das áreas do ciclo de gestão. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LIMA, L. H. Controle externo. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2009. PEREZ JÚNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ROCHA, A. C.; QUINTIERE, M. de M. R. Auditoria governamental – uma abordagem metodológica da auditoria de gestão. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011. SILVA, M. M. da. Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de fixação Questão 1 Um profissional auditor deseja realizar a auditoria de demonstrações contábeis de sociedades anônimas de capital aberto. Nesse caso, ele deve possuir registro profissional: a) No CFC e no Bacen como contador. b) Na CVM como contador monetário. c) No CFC como contador e auditor somente. � � ����������� ������� � �������� � 33333333 d) No CFC como contador e na CVM como auditor. e) No Banco Central do Brasil (Bacen) como auditor. Questão 2 De acordo com o especificado pelo CFC, por meio da Resolução nº 1.328/11, o objetivo das NBCs é estabelecer: a) Os mesmos padrões utilizados nas IFRS. b) Uma diferenciação entre empresas industriais e outras empresas do setor terciário. c) Uma ordem para que os contadores apenas façam atividades de contabilidade de sociedades anônimas. d) Uma ordem para que os contadores realizem o exame de suficiência a cada dois anos, invariavelmente. e) As regras mais flexíveis para empresas menores, isentando-as da obrigatoriedade dos registros contábeis. Questão 3 Entre os diversos tipos de treinamento, o(s) que NÃO pode(m) ser previsto(s) para o auditor independente é (são): a) O formal e o informal. b) Aquele ligado a sua independência mental. c) Aquele destinado à avaliação de sua competência. d) Aquele destinado à redação do relatório de auditoria. e) Aquele destinado às práticas contábeis de entidades do Terceiro Setor. Questão 4 A documentação de auditoria – chamada de papel de trabalho – deve pertencer ao seguinte ente: � � ����������� ������� � �������� � 34343434 a) CVM. b) Bacen. c) Auditor. d) Governo federal. e) Empresa auditada. Questão 5 Caso não seja possível que o auditor expresse sua opinião por meio de parecer, ele deve fazer o seguinte: a) Apresentar parecer em branco. b) Apresentar parecer com opinião adversa. c) Detalhar os motivos de tal impossibilidade. d) Apresentar apenas uma carta para a administração da entidade auditada. e) Não apresentar qualquer documentação para evitar comprometimento futuro. Questão 6 Um dos principais objetivos do controle interno é: a) Proteger o patrimônio da empresa. b) Realizar um conjunto de práticas exigido pela CVM. c) Justificar a departamentalização nas entidades auditadas. d) Realizar a parametrização obrigatória, exigida pela legislação societária brasileira. e) Atestar boas práticas internas pela aplicação de políticas externas de atividades operacionais. Questão 7 � � ����������� ������� � �������� � 35353535 A concepção de controle interno dentro das entidades: a) É pouco utilizada nos países desenvolvidos. b) Enfatiza que os métodos científicos utilizados pela gestão são mais frequentes. c) Originou-se no Brasil, na década de 1970, logo após a publicação da legislação societária. d) Não possui a mesma configuração no Brasil em comparação com países desenvolvidos. e) Estabelece como o trabalho dos auditores deve ser realizado nas empresas auditadas, como regra obrigatória a ser seguida. Questão 8 Quando um auditor independente avalia a estrutura de controles internos de uma entidade durante o planejamento e define a quantidade de testes a serem realizados, temos a seguinte configuração: a) Quanto melhor o controle, menos segurança haverá para o trabalho. b) Não há ligação entre o controle e a segurança para o trabalho. c) Quanto pior o controle, mais segurança haverá para o trabalho e vice- versa. d) Quanto melhor o controle, mais segurança haverá para o trabalho e vice- versa. e) Uma entidade pode não ter controle interno, o que torna o trabalho do auditor mais seguro. Questão 9 Assinale, entre as opções a seguir, aquela que NÃO apresenta aspectos ligados aos controles internos de uma entidade qualquer: a) Eficiência operacional, métodos e medidas e proteção do patrimônio. � � ����������� ������� � �������� � 36363636 b) Plano da organização, políticas administrativas e métodos e medidas. c) Plano da organização, proteção ao patrimônio e políticas administrativas. d) Eficiência operacional, métodos e medidas, e exatidão e fidedignidade dos dados contábeis. e) Proteção ao patrimônio, exatidão e fidedignidade dos dados contábeis e necessidade de auditoria interna. Questão 10 Com relação ao controle interno, é CORRETO afirmar que: a) Há entidades que não possuem qualquer tipo de controle interno. b) Todos os controles internos devem, previamente, receber a chancela da CVM. c) Algumas entidades não são obrigadas pelo governo a apresentar controle interno. d) Todas as empresas possuem controles internos, em maior ou menor nível, estejam essas atividades em prática ou não. e) Se uma empresa não apresenta controle interno, é porque já avaliou que tal atividade não compensa pela relação desfavorável entre custo e benefício. � � ����������� ������� � �������� � 37373737 Aula 4: Controle interno e programas de auditoria Introdução Nesta aula, aprofundaremos os conceitos referentes ao controle interno – assunto sobre o qual discutimos na aula anterior. Apresentaremos, agora, suas principais características e seus tipos, e identificaremos como o conhecimento desse tema pode auxiliar o bom processo de auditoria. Além disso, abordaremos os programas e procedimentos de auditoria, dando ênfase a sua importância e demonstrando as formas de preparo e de investigação desses processos. Por fim, estudaremos os grupos contábeis e os aspectos que devem ser observados em cada uma das épocas de seu processamento. Objetivo • Reafirmar os conhecimentos sobre controle interno; • Descrever os procedimentos e as áreas de auditoria. Resumo do conteúdo Nesta aula: • Aprofundamos seus conhecimentos sobre controles internos; • Definimos os conceitos relativos aos programas e procedimentos de auditoria. Conteúdo Sistema de controle interno A contabilidade é responsável por fornecer, de forma segura, dados para a tomada de decisões,de modo que todo o processo decisório seja confiável. Até porque informações geradas de maneira equivocada podem prejudicar essa ação. Por isso, os controles internos devem ser divididos em duas categorias. São elas: � � ����������� ������� � �������� � 38383838 Controles administrativos Categoria cujo objetivo é garantir a qualidade das informações geradas pela entidade e dos documentos por ela processados. Aqui, estão inseridos o plano da organização, bem como os métodos e procedimentos para as decisões da organização. Esse tipo de controle interno está ligado aos registros financeiros das instituições e deve abranger: • Estatísticas; • Estudos de tempo; • Programas de treinamento e de qualidade. Controles contábeis Categoria cujo objetivo é garantir a qualidade da informação contábil e que possui relação com o patrimônio da entidade. Aqui, estão incluídos: • Os sistemas de autorização e aprovação; • Os sistemas de segregação de funções; • Outros controles ligados à área contábil. Controle interno dentro do processo de auditoria Durante a auditoria, você sabe o que ocorre com os controles internos? Em que nível os auditores devem conhecer tais controles? Sabemos que esse sistema é muito importante para as entidades. Portanto, é fundamental que os auditores disponham de tal conhecimento prévio para a execução de suas atividades. Para isso, eles devem: • Realizar uma leitura aprofundada dos manuais da empresa; • Entrevistar funcionários-chave da organização; • Arquivar toda a descrição do sistema da companhia em papéis de trabalho; � � ����������� ������� � �������� � 39393939 • Avaliar tal sistema com a ajuda de um questionário de controles internos – diferente a cada entidade. Os auditores devem considerar cada uma dessas atividades na concretização do processo de auditoria. Programa de auditoria Durante a etapa de planejamento de auditoria, com posterior revisão na fase de sua execução, elabora-se o programa de auditoria. Nesse processo, alguns detalhes são importantes, tais como: • Os objetivos dos procedimentos e do programa de auditoria; • O escopo de auditoria; • As técnicas e os procedimentos que serão utilizados; • Os critérios de seleção da amostra; • As etapas a serem cumpridas e os cronogramas de sua execução; • Os recursos humanos necessários, especificando a qualificação exigida; • A referência ao planejamento de auditoria. Além disso, é importante que o programa de auditoria seja preparado por meio de registros, o que facilita a compreensão dos procedimentos que serão adotados e a adequada divisão do trabalho. Dessa forma, o detalhamento de tais procedimentos esclarece o que o auditor vai examinar na entidade, com base no estudo do sistema contábil e de controles internos. Nesse contexto, é necessário conhecer o sistema e a verificação de sua aplicabilidade dentro da empresa. Importância dos procedimentos de auditoria Quando tratamos do programa de auditoria, naturalmente, outros aspectos necessitam de investigação mais profunda. Dentre elas, destacamos os setores ou subsetores de uma entidade qualquer, que devem ser considerados durante os procedimentos de auditoria. � � ����������� ������� � �������� � 40404040 Mas como tais procedimentos influenciam o trabalho do auditor? Para determinada instituição, área ou demonstração específica, os procedimentos de auditoria envolvem: • O pleno conhecimento dos fundamentos, do objeto e das técnicas dessa atividade; • A prática dos saberes específicos nos segmentos que passarão por esse processo. Além disso, o trabalho de auditoria não é executado por apenas uma pessoa, mas por uma equipe com habilidades e conhecimentos técnicos. Esse grupo é, por sua vez, coordenado por outras pessoas mais experientes. Procedimentos de auditoria e áreas correlatas Vamos, a partir de agora, conhecer algumas das áreas de uma entidade que normalmente são auditadas, além dos procedimentos mais utilizados. Primeiro, temos de definir os grupos, subgrupos e as contas que passarão pelo processo de auditoria. São eles: Ativo Passivo Patrimônio Líquido Resultado do Exercício Atividade proposta Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! 1. O que você faria se estivesse em uma situação parecida com a de Mariela? 2. Você acredita que foi apropriado para Mariela contar aos gerentes sobre o suposto roubo? Seria antiético se ela não reportasse o fato à gerência? 3. Que atividades de controle interno poderiam ter evitado o roubo à loja? Chave de Resposta � � ����������� ������� � �������� � 41414141 1. Alguns podem usar o argumento de que todos são inocentes até que se prove o contrário. Façamos uma analogia com a seguinte situação: “Durante a execução de seu trabalho, um auditor está com sua equipe e ouve que um colega está assinando procedimentos de auditoria como realizados, mas, na verdade, eles não foram feitos”. Esse é mais um caso sobre o qual podemos refletir, você não acha? 2. Resposta livre. Alguns podem achar que foi certo Mariela contar aos gerentes sobre o suposto roubo e outros não. 3. Algumas atividades de controle interno que poderiam evitar essa situação são: • O uso de dispositivos antirroubo nas peças de roupa ou nas mais caras; • A instalação de câmeras escondidas de vigilância; • A contagem mais frequente de estoque etc. Aprenda Mais Para saber mais sobre procedimentos e evidências de uma auditoria e como esse processo funciona, acesse a NBC TA 200. Link: http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001203 Referências desta aula ARAÚJO, I. da P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditora contábil – enfoque teórico, normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 mar. 2015. ______. Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais (CGE). Subcontroladoria de Auditoria e Controle de Gestão (SCG). Apostila do Curso Básico de Controle Interno e Auditoria Governamental. Minas Gerais: CGE, SCG, 2012. � � ����������� ������� � �������� � 42424242 ______. Senado Federal. Disponível em: www.senado.gov.br www.senado.gov.br. Acesso em: 13 mar. 2015. CAMARA DOS DEPUTADOS. Atividade legislativa. Créditos adicionais. Disponível em:http://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/orcamentobrasil/creditos http://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/orcamentobrasil/creditos. Acesso em: 13 mar. 2015. CASTRO, D. P. de. Auditoria, contabilidade e controle interno no setor público: integração das áreas do ciclo de gestão. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2011. CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LIMA, L. H. Controle externo. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2009. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e procedimentos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ROCHA, A. C.; QUINTIERE, M. de M. R. Auditoria governamental – uma abordagem metodológica da auditoria de gestão. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2011. SILVA, M. M. da. Curso de auditoria governamental: de acordo com as normas internacionais de auditoria pública aprovadas pela INTOSAI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Exercícios de fixação Questão 1 Existem duas categorias de controles internos: os administrativos e os contábeis. Assinale a opção que associa o tipo de controle a suas respectivas características: a) Os contábeis abrangem estatísticas. b)Os contábeis estão associados ao plano da organização. c) Os contábeis têm relação com o patrimônio das entidades. d) Os administrativos estão ligados aos sistemas de autorização e de aprovação. e) Os contábeis possuem o objetivo de garantir a qualidade das informações geradas e dos documentos processados. � � ����������� ������� � �������� � 43434343 Questão 2 Para que um auditor conheça os controles internos de uma entidade a ser auditada, é fundamental que: a) Realize uma espécie de estágio na empresa meses antes do início dos trabalhos. b) Não conheça nada sobre a entidade, pois isso o ajudará a ser imparcial nas análises. c) Trabalhe em uma empresa sem filiais, o que facilita o trabalho de análise dos controles internos. d) Conheça pessoas confiáveis que trabalhem na entidade e que estejam dispostas a ajudá-lo nos trabalhos. e) Faça uma leitura aprofundada dos manuais da entidade ou uma entrevista com funcionários-chave da entidade. Questão 3 No questionário de controles internos a ser aplicado pelo auditor: a) Cada SIM respondido indica um problema no controle interno. b) Cada NÃO respondido indica um problema no controle interno. c) Não há ligação entre a resposta dada e a qualidade do controle interno. d) Cada TALVEZ respondido representa um ponto forte para o controle interno. e) Todo SIM respondido representa um ou mais problemas no controle interno. Questão 4 Para a elaboração do programa de auditoria, é necessário que o auditor se baseie nos sistemas contábil e de controles internos da entidade. Ele também deve: a) Trabalhar em conjunto, e não individualmente. � � ����������� ������� � �������� � 44444444 b) Elaborar, no mínimo, 30 papéis de trabalho diferentes. c) Conhecer tais sistemas e verificar sua aplicabilidade dentro da entidade. d) Buscar ajuda, prioritariamente, da alta gestão da empresa a ser auditada. e) Confeccioná-lo em um único dia, independente do tamanho e da complexidade das atividades da entidade a ser auditada. Questão 5 O programa de auditoria é elaborado, normalmente, em quatro fases. São elas: a) Definição de características e circunstâncias, aplicabilidade, identificação da ocasião em que será implementado e decisão de quem o prepará. b) Detecção de fraquezas do controle interno, determinação da forma de classificação de tais fraquezas, identificação da ocasião em que será implementado e decisão de quem o prepará. c) Definição de características e circunstâncias, determinação da forma de aprendizado de tais características e circunstâncias, identificação da ocasião em que será implementado e decisão de quem o prepará. d) Definição de características e de métodos de medida, determinação da forma de aprendizado de tais características e dos métodos de medida, identificação da ocasião em que será implementado e decisão de quem o prepará. e) Definição de características e circunstâncias, determinação da forma de aprendizado de tais características e circunstâncias, identificação da ocasião em que será implementado e possíveis desvios nas atividades operacionais da entidade auditada. Questão 6 No programa de auditoria, um dos aspectos a serem analisados é o ativo. Nesse processo, o auditor NÃO deve: a) Determinar se os princípios de contabilidade são efetivamente seguidos. � � ����������� ������� � �������� � 45454545 b) Conferir se as duplicatas descontadas estão lançadas na estrutura correta dentro do balanço patrimonial. c) Verificar a existência de propriedades e de procedimentos aplicados a investimentos considerados relevantes. d) Assegurar que os estoques existem fisicamente e são de propriedade da empresa – comprovação essa que precisa ser documental. e) Assegurar que todos os rendimentos auferidos são devidamente recebidos e contabilizados, verificando adesão – ligada ao princípio da competência. Questão 7 Assinale, entre as opções a seguir, aquela que apresenta uma característica a ser aplicada na auditoria das disponibilidades: a) As aplicações com carência superior a 12 meses devem ser classificadas e avaliadas por seu valor de realização. b) As aplicações em títulos negociáveis, com conversibilidade imediata, devem ser avaliadas pelo custo de aquisição. c) Os valores que estão em moeda estrangeira devem ser registrados em suas moedas originais para evitar lavagem de dinheiro e evasão de divisas. d) Os valores relacionados a consórcios não contemplados não devem ser contabilizados no balanço patrimonial, pois os bens ainda não pertencem às entidades. e) As aplicações em poupança devem ser analisadas de maneira distinta em disponibilidades e em direitos de curto prazo, pois sua correção ocorre de 30 em 30 dias. Questão 8 Para realizar os controles internos das disponibilidades, toda entidade deve praticar alguns procedimentos, EXCETO: a) Sistema de autorização e aprovação de pagamento das contas. � � ����������� ������� � �������� � 46464646 b) Segregação de funções entre a custódia de valores e a contabilização. c) Conciliações bancárias periódicas e revisadas por uma pessoa que não seja responsável por sua preparação. d) Registro periódico da conta de provisão estimada para créditos de liquidação duvidosa, seguindo o princípio da prudência. e) Abertura de contas bancárias pela administração para facilitar o gerenciamento das operações de entradas e saídas de recursos financeiros. Questão 9 Na elaboração do programa de auditoria, o auditor independente deve se preocupar com diversos problemas em potencial que afetam o balanço patrimonial. No entanto: a) As receitas e despesas são analisadas com base no regime de caixa. b) Os passivos não precisam ser considerados por representarem obrigações exigíveis. c) As provisões têm de ser ignoradas, pois representam apenas obrigações não confirmadas de uma entidade. d) As contas de resultado, que elencam a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), também devem ser consideradas. e) As contas de resultados devem ser analisadas apenas se forem referentes a vendas e a compras a prazo, por não representarem entradas ou saídas de recursos da entidade. Questão 10 Diferentemente da auditoria do ativo, a do Passivo Não Circulante não se preocupa com recursos tangíveis. Nesse caso, o auditor NÃO deve: a) Certificar-se de que todo passivo foi registrado. b) Confirmar a ocorrência dos passivos com os clientes. � � ����������� ������� � �������� � 47474747 c) Determinar a razoabilidade e a propriedade do passivo registrado. d) Verificar a existência de controles internos sobre o Passivo Não Circulante. e) Identificar se os passivos são corretamente apresentados nas demonstrações financeiras. � � ����������� ������� � �������� � 48484848 Aula 5: Relatório e órgãos de auditoria Introdução Nesta aula, você compreenderá como funciona o relatório de auditoria – documento através do qual o auditor emite sua opinião sobre a fidedignidade e a adequação da matéria auditada. Essa opinião não é pessoal, mas diz respeito às conclusões a que o auditor chegou depois de todos os procedimentos, testes e trabalhos realizados por ele. Tais atividades são fundamentadas em normas, em leis e em sua experiência profissional. Além disso, você conhecerá os órgãos envolvidos com a prática de auditoria e entenderá a relação que mantêm com o próprio trabalho do auditor. Objetivo 1. Descrever todos os aspectos do relatório de auditoria; 2. Listar os órgãos regulamentadores da auditoria. Resumo do conteúdo Nesta aula:• Compreendemoso relatório de auditoria; • Identificamos os tipos de opinião do auditor; • Conhecemos os órgãos relacionados ao trabalho desse profissional. Conteúdo Trabalho do auditor Como já estudamos nas aulas anteriores, o auditor:• Realiza todos os procedimentos de auditoria; • Põe em prática o programa correspondente a essa atividade; • Entrevista pessoas; • Consulta saldos com instituições ou no ambiente interno da empresa. � � ����������� ������� � �������� � 49494949 Mas o que acontece depois disso? Que procedimento deve ser realizado após a verificação completa das demonstrações, dos grupos ou das contas de determinada entidade? Quando finaliza todo esse processo, o auditor deve emitir, de maneira padronizada e formalizada, sua opinião sobre todos os aspectos analisados nas demonstrações contábeis da organização. Vamos entender, a seguir, como isso ocorre na prática. Antes das mudanças das normas de auditoria, o documento que registrava a opinião dos auditores era o parecer dos auditores independentes. Depois disso, o relatório de auditoria passou a ser o documento formal, e a opinião do auditor – equivalente ao parecer – tornou-se parte integrante dele. O relatório continua com as mesmas funções e com os mesmos objetivos de antes: apresentar a avaliação do auditor ou de sua equipe sobre o que foi analisado. Vamos, então, conhecer algumas normas específicas que regulamentem esse documento? Atenção A opinião do auditor que consta no parecer de auditoria NÃO é pessoal, mas técnica e bem fundamentada – consequência da avaliação da aderência às normas e aos preceitos previstos, que foram efetivamente empregados no processo de registro e de elaboração das demonstrações contábeis. Tal adequação está disposta nas normas de auditoria vigentes no Brasil, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC): as NBC TA’s. Normas regulamentadoras do parecer de auditoria Vamos apresentar, agora, a NBC TA 700, que regula a utilização de informações para a elaboração do parecer com a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis auditadas. � � ����������� ������� � �������� � 50505050 Essa norma especifica que o parecer de auditoria deve:• Possuir, no mínimo, o destinatário dos trabalhos; • Enfatizar, obrigatoriamente, a responsabilidade da administração sobre tais demonstrações; • Definir a responsabilidade do auditor; • Apresentar a opinião desse profissional; • Determinar o local e a data desse processo; • Indicar as assinaturas devidas. Mas para quem esse parecer é destinado? Em situações normais, quando o processo de auditoria ocorre dentro do esperado, o parecer deve ser destinado ao(s):• Acionistas da empresa; • Cotistas da companhia; • Sócios da organização; • Conselho de Administração ou órgão equivalente a ele. Para continuar lendo sobre as normas regulamentadoras do parecer de auditoria, veja em http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_5_nor mas_regulamentadoras_parecer_auditoria.pdf. Tipos de opinião Vamos conhecer, agora, os tipos de opinião que podem ser emitidos pelo auditor no parecer de auditoria. São eles: Opinião sem ressalva Opinião em branco ou limpa, condicionada à execução de todos os procedimentos de auditoria julgados como necessários e ao fato de que o auditor não encontrou em suas análises qualquer elemento que influenciasse negativamente sua opinião sobre as demonstrações contábeis que passaram por tais procedimentos. Opinião com ressalva � � ����������� ������� � �������� � 51515151 Opinião apresentada quando os procedimentos de auditoria identificam alguma discordância com relação às práticas contábeis em vigor. Embora afete as demonstrações contábeis de maneira isolada, essa discordância não atinge o conjunto de demonstrações como um todo ou, ainda, as demonstrações consolidadas. Opinião adversa Opinião que evidencia, por meio de evidências suficientes e adequadas, que há divergências individuais e no grupo das demonstrações contábeis, as quais têm o poder de afetar, de maneira generalizada, o conjunto das informações geradas pela entidade auditada. Abstenção de opinião Quando não existem evidências de auditoria apropriadas ou suficientes, o auditor independente não tem suporte para emitir sua opinião. Como não é possível obter ou aplicar a quantidade mínima de procedimentos de auditoria, esse profissional manifesta a falta de informações ou de acesso a elas, o que o impede de concluir seu parecer. Um exemplo clássico dessa situação é quando um auditor não consegue conferir fisicamente os estoques de uma entidade e não pode opinar a respeito deles. Muitas vezes, isso ocorre não porque ele não teve acesso ao setor de estoques, mas porque os controles internos da empresa auditada não permitiram esse acesso – quer seja por necessidade de autorizações ou por outra autorização qualquer. Órgãos relacionados ao trabalho do auditor Até o momento, estudamos as aplicabilidades de auditoria, identificamos seus objetivos e os pontos relativos aos controles internos de uma entidade. Além disso, abordamos os principais aspectos dos procedimentos de auditoria, do relatório e do parecer referente a essa atividade. A partir de agora, vamos apresentar os órgãos relacionados ao trabalho do auditor. São eles: Conselho Federal de Contabilidade Como já vimos em aulas anteriores, no Brasil, para que o profissional exerça, de forma legal, a profissão de auditor, ele precisa, inicialmente, possuir o grau de � � ����������� ������� � �������� � 52525252 Bacharel em Ciências Contábeis e registro ativo no Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Esse é o órgão que realiza seu exame de qualificação técnica, que avalia o nível de competência técnico-profissional necessário para que o auditor possa trabalhar de forma regulamentada. O objetivo é registrá-lo no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI). Comissão de Valores Mobiliários O profissional de auditoria brasileiro também deve estar registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e possuir reputação e conduta éticas. Na prática, há duas maneiras de um auditor independente exercer a profissão, de forma regular, junto a esse órgão – seja como:• Pessoa Física – conferida ao contador que satisfaz os requisitos mínimos necessários ao cargo de auditor contábil; • Pessoa Jurídica – conferida à sociedade profissional, constituída sob a forma de sociedade civil, que satisfaz os quesitos específicos para a referida carreira. Para conhecer as condições para o registro de auditor Pessoa Física ou Jurídica, veja em http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS681/docs/Aula_5_co ndicoes_registro_auditor_pessoa_fisica_juridica.pdf. Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes Os profissionais de auditoria sujeitam-se, ainda, à regulamentação específica estabelecida pelo Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes (IBRACON). A esse órgão cabe o encargo do auxílio à determinação dos princípios e à elaboração das normas e dos procedimentos relacionados não somente à auditoria, mas também à perícia contábil. Instituto dos Auditores Internos do Brasil Fundado em 1960, diferentemente da maioria dos institutos ligados à auditoria contábil, o Instituto dos Auditores Internos do Brasil (AUDIBRA) tem como objetivo promover, regulamentar e melhorar a atividade de auditoria interna nas entidades. � � ����������� ������� � �������� � 53535353 Atenção Em vigor desde o ano de 1976, a legislação societária brasileira estabelece que cabem ao Conselho de Administração da empresa auditada a escolha do profissional auditor independente que nela realizará o processo
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