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APOSTILA DE FHTM 2017

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Prévia do material em texto

1
SUMÁRIO
Uma Breve Introdução da História do Serviço Social no Mundo..................................4
O Surgimento Serviço Social na América Latina.....................................................6
Movimento de Reconceituação na América Latina....................................................7
Trajetória histórica do Serviço Social no Brasil....................................................10
As Encíclicas Papais.......................................................................................13
O Processo de Institucionalização do Serviço Social no Brasil: Primeiras Escolas de Serviço
Social no Brasil............................................................................................15
Motivos Para o Serviço Social Brasileiro Buscar Influência no Serviço Social Norte-
Americano..................................................................................................20
A Década de 1940 para o Serviço Social.............................................................22
A Evolução do Serviço Social Brasileiro e seus ganhos............................................24
A década de 1960: A crise do Serviço Social Tradicional.........................................25
Pontos Importantes do Movimento de Reconceituação no Brasil.................................27
Renovação do Serviço Social e Perspectiva Modernizadora, Reatualização do 
Conservadorismo e Intenção de Ruptura.............................................................29
Documentos Importantes do Movimento de Reconceituação.....................................32
A Influência das Correntes Teóricas e Filosóficas na Construção Téórica-Metodológica do 
Serviço Social:.............................................................................................37
Fundamentos do Serviço Social na Contemporaneidade............................................44
Contribuições de Iamamoto.............................................................................48
Quadro de Revisão: Datas que São Sempre Cobradas nos Concursos de Serviço Social.....54
Questões Comentadas................................................................................60
2
Carta ao Leitor
Concurseiros de serviço social, esse é mais um material que produzimos para
aprimorar o seu conhecimento. Nesse material você terá acesso ao conteúdo sobre
os fundamentos histórico, teórico e metodológico do Serviço Social e também a
50 questões comentadas e 150 questões gabaritadas. Esse material irá te auxiliar
em seus estudos sobre esse tema que é um dos mais cobrados nos concursos de
serviço social.
Concurseiro, gostaríamos de lembrar que esse material é protegido pela Lei
de direitos autorais (Lei n° 9.610) e que a reprodução desse material com FINS
lucrativos e SEM fins lucrativos sem a autorização do grupo concurseiros de
serviço social é CRIME.
Não esqueça que temos inúmeras apostilas de serviço social para concurso,
caso tenha interesse em conhecer melhor as demais apostilas e/ou nosso trabalho
pode entrar em contato conosco por meio de nossas redes sociais. 
3
UMA BREVE INTRODUÇÃO DA HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL
NO MUNDO
Com o fim do feudalismo, um grande contingente populacional passou
a ocupar as cidades e vários problemas surgiram nessa época, que foi
chamada de Idade Moderna, entre os problemas destacam-se: pobre dieta
alimentar, falta de trabalho, ocupações irregulares etc. O que ganhou
notoriedade nesse período foi a Peste Negra, que matou um grande
contingente populacional. 
Na Idade Moderna surge e ganha importância a burguesia, que ganhou
grande força econômica no período. Destaca-se também o Iluminismo que se
caracteriza por atribuir à ciência um papel fundamental e não se coloca mais
Deus no centro do universo e sim o homem. 
Com os inúmeros problemas sociais advindos com o fim do feudalismo,
com a exploração do trabalho, onde as atividades ligadas ao comércio tinham
grande importância, passa-se a ter uma “preocupação” com esses problemas
sociais. Dessa forma, a burguesia passa a trabalhar com os problemas
sociais, realizando sobre esses problemas ações de caridade. 
Com a chegada da I Revolução Industrial, no século XVII, dá-se a
passagem do Capitalismo Comercial para o Capitalismo Industrial e com isso
ocorre a instalação de várias fábricas nas cidades, fazendo com que várias
pessoas se deslocassem do campo para a cidade, já que não havia mais os
feudos onde trabalhar e as terras haviam sido vendidas. Essas mudanças
levam a um crescimento desordenado das cidades, fazendo com que seus
novos moradores, que não possuíam riquezas, vendessem sua mão de obra e,
juntamente com toda sua família (mulher, crianças, etc), trabalhassem com
4
uma carga horária exaustiva, com baixa remuneração e em lugares
insalubres. Tudo isso causou inúmeras mortes no referido período, por
diversos motivos, desde acidentes de trabalho à desnutrição devido à
precária dieta alimentar de alguns trabalhadores. 
Dessa forma, percebe-se que por muito tempo a população pobre que
trabalhava nas fábricas foram negligenciadas e ficaram sem nenhuma
proteção. Com todas essas injustiças a Igreja Católica se posiciona contra a
situação de descaso desses trabalhadores, não considerando os
trabalhadores como escravos e impondo à sociedade a noção de que eles
deviam ser tratados com “dignidade”, que fazer isso era parte de um
comportamento cristão. 
Com isso uma iniciativa ligada à Igreja Católica, chamada UCISS
União Católica Internacional de Serviço Social que nasceu em 1925 em Milão
na Itália, apoiou a criação da primeira escola católica de Serviço Social na
América Latina que foi a escola Del Rio, fazendo com que esta denominação
religiosa tivesse uma opinião decisiva na criação das escolas de Serviço
Social em toda Europa e América Latina, ela contribuiu também para que o
assistencialismo leigo desse lugar ao assistencialismo profissional tendo em
vista, que essa assistência passou a apresentar caráter profissional no que
antes era papel de fiéis cristãos. 
É importante salientar que a primeira escola de Serviço Social no
mundo nasce no ano de 1899, em Amsterdam na Holanda, para trabalhar com
os operários, de acordo com Estevão (1985).
5
O SURGIMENTO SERVIÇO SOCIAL NA AMÉRICA LATINA
Não existe um consenso quanto ao marco inicial de surgimento do
serviço social na América Latina. Ander Egg, sinaliza o ano de 1925 como
marco inicial pelo fato de esse ter sido o ano de criação da primeira escola
especializada em Serviço Social em um país latino-americano. 
Barriex, no mesmo sentido, aponta que em 1925 foi criada a Escola de
Serviço Social em Santiago no Chile, e essa foi fundada pelo médico
Alejandro Del Rio. A fundação da escola por um médico determina uma das
principais características da profissão de Serviço Social em seus primórdios
que diz respeito a sua subordinação à profissão médica, aparecendo assim
como uma sub-profissão. 
Destaca-se também que em 1929 foi criada a segunda escola de
serviço social, que foi a Escola Elvira Matte de Cruchaga, sendo seu criador
Miguel Cruchaga Tocornal. Essa escola atendia aos interesses da Igreja
Católica. A escola visava à formação de visitadoras que, essas além de
cuidar do aspecto material dos assistidos também tratassem de suas almas.
Para a escola, essas primeiras iniciativas do que posteriormente seria o
Serviço Social, era compreendido mais do que uma simples profissão, era
antes uma vocação.
Por muito tempo, acreditou-se, no entanto, que o desenvolvimento do
Serviço Social na América Latina constituiu um simplesprolongamento do
Serviço Social europeu, não apresentando particularidade. Inicialmente o
Serviço Social Latino Americano sofreu influência do Serviço Social
europeu e dos pressupostos religiosos da Igreja Católica. No pós-Guerra, o
6
Serviço Social norte-americano passou a influenciar o Serviço Social na
América Latina, adequando à profissão a nova fase de desenvolvimento
capitalista, no entanto, o modelo exportado dos Estados Unidos não
conseguiu adequar-se às particularidades da realidade latino-americana, que
se encontrava em um estágio diferente de desenvolvimento capitalista, esse
modelo se manifestou através do desenvolvimentismo, o que não funcionou,
principalmente, pelo fato de desconsiderar as lutas de classe e os
interesses antagônicos presentes na sociedade. 
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO NA AMÉRICA LATINA
Como mencionado anteriormente, a crise do Serviço Social tradicional
foi um fenômeno a nível internacional. Com o fim da Guerra Fria,
enfraqueceram-se os conflitos internacionais abrindo espaço para a
mobilização das classes subalternas, que lutavam por seus interesses mais
urgentes, modificando-se a dinâmica do tensionamento presente nas
estruturas sociais. 
Nesse momento, surgiram diversos movimentos que passaram a
questionar a racionalidade do Estado Burguês, dentre eles destacam-se:
movimento feminista, negro, jovens, ecológicos, etc. Nesse cenário tem-se a
emergência da crítica ao Serviço Social tradicional, devido sua ligação com a
ordem burguesa, criticando suas instituições e organizações governamentais
e as políticas desenvolvidas pelo Welfare State, a ausência de politização da
profissão, caráter técnico na realização das ações e sua eficácia. 
De acordo com José Paulo Netto (2015), o movimento de
reconceituação latino-americano, o qual foi uma expressão do movimento
7
mundial de erosão do Serviço Social tradicional, foi diretamente
influenciado pelo contexto histórico, político e social dessa região e das
proximidades. Na década de 1960, a emergência de novos atores e
movimentos sociais no cenário político e a própria Revolução Cubana em
1959, que representou uma vitória do socialismo naquele período e um perigo
iminente para o imperialismo norte-americano, foram grandes influências
para o movimento de reconceituação. Assim, o questionamento central que a
categoria profissional do Serviço Social realizava era sobre qual o papel da
profissão na busca pela ultrapassagem do subdesenvolvimento dessa região.
Com isso, novos questionamentos foram surgindo, como de que modo o
Serviço Social estava contribuindo ao responder as sequelas da questão
social, se tais respostas eram eficazes, se a prática profissional estava
adequada ao contexto específico dos países e regiões latinas 
O movimento de Reconceituação do Serviço Social emergiu na metade
dos anos 1960, prolongou-se por uma década e foi, na sua especificidade, um
fenômeno tipicamente latino-americano. A autora Iamamoto (1999) afirma
que o movimento de Reconceituação representou um marco decisivo no
desencadeamento do processo de revisão crítica do serviço social no
continente. A categoria profissional iniciou um debate acerca do papel da
profissão diante da subalternidade dos países latino-americanos, bem como
se suas ações estavam realmente sendo eficazes quando respondiam as
sequelas da questão social, e se a importação de referenciais de outros
países era o suficiente para combater as refrações da questão social nessa
região, já que eram bem específicas e típicas dessa localidade. 
 Assim, diante desse contexto, a categoria profissional se viu incitada
a questionar suas bases tradicionais, além de quê, esse processo possibilitou
8
a aproximação da profissão a teoria social marxista, apesar de diversos
problemas, inicialmente, ao recorrer a obras equivocadas, contaminadas por
outras perspectivas e de segunda mão.
É válido ressaltar que, apesar do movimento de reconceituação
inserir-se em um movimento mais amplo de renovação do serviço social a
nível internacional, na América latina esse movimento apresentou
particularidades, na medida em que, a ruptura com o serviço social
tradicional ocorreu concomitantemente com a ruptura das imposições
imperialistas no sentido de libertar a América Latina da subordinação aos
países desenvolvidos, voltando-se ainda para transformações na estrutura
capitalista concentradora, excludente e exploradora. A renovação latino-
americana buscava que com a renovação da profissão houvesse a superação
da condição de subdesenvolvimento de seus países. 
Esse movimento é pautado por uma série de questionamentos feito
pelos profissionais, que colocaram como aspectos a serem discutidos: 
 o papel dos profissionais frente às manifestações da questão social; 
 adequação dos procedimentos à realidade regional e nacional; 
 eficácia das ações profissionais e a eficiência sobre a legitimidade
das suas representações; 
 a emergência de novos atores na cena política. 
Os anseios mudancistas, no entanto, foram interrompidos pelo avanço
das ditaduras nos países latino-americanos, extinguindo o movimento de
reconceituação no ano de 1975, permanecendo, porém, a relação com a
tradição marxista e a nova relação dos profissionais no âmbito continental.
9
Para Netto (1992) a interlocução com a tradição marxista um dos marcos da
modernidade profissional. 
TRAJETÓRIA HISTÓRICA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL
 O Contexto Histórico do Brasil na Década de 1930
O Serviço Social surge no Brasil na década de 1930, no início da
chamada “Era Vargas”, onde o presidente vigente no país era Getúlio Vargas.
O serviço social também teve seu surgimento no Brasil ligado à Igreja
Católica, assim como nos diversos países da América Latina e na Europa. 
É necessária a compreensão do momento histórico que o país vivia
para entender quais os motivos que levaram ao surgimento do Serviço Social
no Brasil. 
Pereira (1999) destaca que em meados da década de 1930 o país
passava por um processo de crescimento industrial, de um desenvolvimento
econômico, político e social. Esse crescimento ampliou ainda mais as
expressões da questão social, e inúmeros motivos contribuíram para esse
fator, entre eles destaca-se o maior crescimento populacional na região
urbana, passando grande parte dessas pessoas a formar favelas, os baixos
salários dos trabalhadores, não conseguindo os mesmos manter sua
subsistência, as precárias condições de trabalho e um ESTADO que se
negava em reconhecer e trabalhar com a Questão social. Os trabalhadores
e suas demandas pré década de 1930 eram desvalorizados por parte do
Estado, prova disso é que na Constituição de 1981, Bulla (2003) afirma que o
Estado negava-se em intervir em conflitos provenientes da relação
trabalhadores e empregadores, ficando ele apenas com a responsabilidade
de regular o mercado. 
10
A década de 1930 é considerada um marco, pois é a partir desse
período, em que o governo populista de Vargas, passa a trabalhar com o que
antes estava renegado que era a Questão Social, deixando assim a mesma
de ser “CASO DE POLÍCIA” e passa a ser “CASO DE POLÍTICA”. 
O governo Vargas temendo a ascensão e o crescimento do movimento
operário no país e também a insatisfação da classe média e dos intelectuais
com a administração pública, agiu de forma a conciliar medidas de proteção
social de caráter preventivo com os interesses da burguesia,que era o
crescimento econômico. 
O período de 1930 a 1954 foi de fundamental importância para a
ampliação da proteção social do trabalhador e para a ampliação da Política
Social. Segundo Bulla (2003) foi o início da concepção de um Estado de
Bem-Estar Social no Brasil, embora esse modelo não tenha sido totalmente
implantado, entretanto o mesmo trouxe a ampliação das melhorias em vários
setores e por meio de diversas ações, como: 
11
 Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio em 1930; 
 Criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensão em 1933, que
abrangeu várias categorias profissionais, dando aos trabalhadores
maior proteção trabalhista;
 Em 1938 foi instituído o Conselho Nacional de Serviço Social- CNSS; 
 Em 1939 a Justiça do Trabalho e a Legislação Sindical, foram
reguladas (as mesmas já existiam desde 1937, mas ainda não tinham
sido reguladas); 
 Em 1942 foi criado a Legião Brasileira de Assistência Social visando
auxiliar o Estado, cuidando dos serviços de Assistência Social; 
 Houve outros ganhos aos trabalhadores, tais como a instituição do
Salário Mínimo, Jornada de 8 horas de trabalho diário, férias
remuneradas, auxílio a gestante, proteção a infância etc. 
Dentro das alianças que Vargas fez no poder, está a Igreja Católica,
instituição essa que já defendia a intervenção do Estado na relação capital
X trabalho e do Estado prover políticas Sociais. A Igreja Católica deixou
esse pensamento definido com a Encíclica Quadragésimo Ano (Pio XI, 1931)
que veio para confirmar o que já estava defendido também pela Encíclica
Rerum Novarum (Leão XIII, 1891), essas encíclicas também defendiam uma
sociedade consensual com harmonia, sem o conflito de classes. 
Segundo Bulla (2003, p. 7), com o apoio mútuo entre igreja e Estado
houve uma aliança onde “A partir dessa aliança, houve uma grande
expansão das instituições católicas, tanto as assistenciais, quantos as
educativas, entre elas as universidades católicas. Essas instituições
12
educacionais foram significativas na formação de pessoal para a
realização do trabalho social nas instituições assistenciais nascentes”.
AS ENCÍCLICAS PAPAIS
As encíclicas papais tiveram um papel fundamental no Serviço Social
Brasileiro em seus primórdios, tendo em vista que o Serviço Social em
meados da década de 1930 era diretamente ligado à Igreja Católica. As
encíclicas vieram para tentar recuperar a hegemonia ideológica da Igreja.
Essas encíclicas assumiam um posicionamento antiliberal e antissocialista. 
Para facilitar seu entendimento, analise com atenção o quadro a seguir com as
principais características das encíclicas, esse tema tem sido cobrado em concursos de
serviço social com muita frequência, assim é necessário que você o aprenda.
Rerum Novarum Quadragésimo Anno
 Foi escrita na vigência do Papa
Leão XIII em 1891 ;
 Essa encíclica buscava iniciar o
magistério social da Igreja no
contexto de busca de
restauração de seu papel
social sociedade moderna ;
 Essa encíclica foi publicada no
momento marcado pelos
movimentos operários e pela
propagação das ideias
 Foi escrita na vigência do
Papa Pio XI em 1931;
 Essa encíclica vai tratar da
questão social, apelando
para a renovação moral da
sociedade e a adesão à
Ação Social da Igreja.
 Essa encíclica confirma e
atualiza o conteúdo da
Rerum Novarum;
 Nessa encíclica o Papa
13
comunistas;
 A "Rerum Novarum" procurou
analisar os problemas
enfrentados pelos
trabalhadores e procura
soluções para esses
problemas;
 Antes das encíclicas vários
movimentos operários estavam
ocorrendo, assim quando o
Para Leão VIII publicou a
encíclica Rerum Norarum, ele
defendeu que o homem
deveria aceitar com paciência
a sua condição, pois não tinha
como todos homem na
sociedade civil terem o mesmo
nível, sendo o papel da Igreja
reconciliar os ricos e os
pobres, lembrando as duas
classes os seus deveres.
condena os males
provocados pelo capitalismo
e afirma que somente
através da regulação das
relações entre os homens
pela justiça, pela caridade
cristã e com uma
generalização do
cristianismo na vida
econômica é que a
humanidade se livrará
desse mal;
 O papa afirma que ninguém
poderia ser católico e
socialista ao mesmo tempo;
 O Papa Pio XI propõe uma
harmonia entre as diversas
profissões, a pacífica
colaboração das classes e
a repressão das
organizações socialistas.
14
O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
NO BRASIL: PRIMEIRAS ESCOLAS DE SERVIÇO SOCIAL NO
BRASIL
A institucionalização do Serviço Social no Brasil se dá segundo
Carmelita Yazbek (2009, p.5) no período da consolidação do capitalismo
monopolista “no contexto contraditório de um conjunto de processos
sociais, políticos e econômicos, que caracterizam as relações entre as
classes sociais”. Dessa forma a autora afirma que nos países
industrializados a institucionalização do serviço social como profissão deve-
se à progressiva intervenção do Estado no processo de regulação social.
No Brasil, foram mobilizados recursos do Estado, do Empresariado
com o auxílio da Igreja Católica para propiciar a institucionalização e
legitimação profissional, tudo isso objetivava ENFRENTAR e REGULAR a
questão social.
15
No ano de 1932, entre 1° de Abril e 15 de Maio, foi organizado pelas
Cônegas de Santo Agostinho um curso de Formação Social Para Moças, a
direção desse curso era Melle Adelé de Loneux, ela era professora da
Escola Católica de Serviço Social na Bélgica. Após esse curso foi inaugurado
o Centro de Estudos e Ação Social - CEAS, no ano de 1932, ele foi a unidade
fundadora e mantenedora da primeira escola de Serviço Social no Brasil que
surgiu no ano de 1936, segundo Yazbek (2009, p.5) as “reuniões iniciais do
grupo foram acompanhadas pela Arquidiocese de São Paulo, por intermédio
do Monsenhor Gastão Liberal Pinto. Em 16 de setembro, é eleita a primeira
diretoria do Centro tendo Dona Odila Cintra Ferreira como presidente”.
O CEAS era mantido através das mensalidades de suas sócias e ele
objetivava difundir a doutrina e ação católica. É necessário compreender
que nesse período a Igreja contava com as encíclicas as diretrizes da Rerum
Novarum (1891) e do Quadragésimo Anno (1931) encíclicas papais que
assumiam um posicionamento antiliberal e antissocialista para tentar
conseguir seu objetivo de difundir a doutrina e a ação católica.
Segundo Yazbek (2009) eram ofertados no CEAS cursos de filosofia,
moral, encíclicas etc. No ano de 1934 o CEAS objetivou implantar a Ação
Católica no estado de São Paulo, organizando assim uma semana de ação
católica. 
O CEAS tinha como diretora Dona Odila Cintra Ferreira, ela era
formada na Escola Normal Social de Paris. O CEAS decidiu enviar a
Bruxelas na Bélgica Maria Kiehl e Albertina Ramos para realizarem o Curso
de Serviço Social. No dia 15 de Fevereiro de 1936, no estado de São Paulo,
nasce a primeira escola de Serviço Social do Brasil, essa escola mesclava a
16
visão Francesa (que foi trazida ao Brasil por Dona Odila Cintra Ferreira) e a
visão Belga (trazida por Maria Kiehl e Albertina Ramos), chama de visão
Franco-Belga. Portanto em 1936 é criada a primeira escola de Serviço Social
no Brasil no estado de São Paulo, mais tarde essa escola foi incorporada a
PUC de São Paulo. No ano de 1937 foi criada a escola de Serviço Social no
Rio de Janeiro e em 1945 a escolade Serviço Social de Porto Alegre, com o
decorrer das décadas outras escolas foram criadas.
Apesar da Questão Social nesse período ser tratada como Questão
de Política, tendo em vista que o Estado criou inúmeras instituições para
regular os problemas sociais, é necessário compreender que o pensamento
da Igreja Católica estava presente em como era vista a questão social, que
para época era tida como um problema moral, onde os indivíduos eram os
responsáveis por suas situações. Dessa forma, compreende-se que o Serviço
social inicial nasce vinculado a práticas religiosas da Igreja Católica, na
função de auxiliar aos pobres e necessitados, tendo fortes marcas do
voluntarismo, da filantropia, e da caridade. O Serviço Social apresenta no
referido período, segundo Yazbek (2009) “um enfoque conservador,
individualista, psicologizante e moralizador da questão, que necessita para
seu enfrentamento de uma pedagogia psicossocial ” (p.6). 
Inicialmente, o Serviço Social exportou modelos teóricos e
metodológicos de outros países, principalmente os que tinham fundamentos
e princípios filosóficos e cristãos, com influências Belga e Francesa, países
esses que estavam em grau de desenvolvimento diferente do Brasil. No
referido período o Brasil estava ainda em uma realidade subdesenvolvida e
as necessidades básicas não estavam sendo atendidas, com isso houve uma
incompatibilidade dos modelos trazidos com a realidade brasileira. Devido a
17
essa procura de referências fora do Brasil e que não se adaptavam a
realidade brasileira, Iamamoto (1998, p.105) afirma que, o Serviço Social
teve muitas “marcas confessionais”, que era entendido como uma “missão”,
“vocação”. 
Essa influência europeia estava fortemente marcada com um Serviço
Social de base cristã, que tinha característica de benesse, onde
predominava as damas de caridade, que participavam atos de “solidariedade”
social.
Segundo Yazbeck (2009), os referenciais orientadores do
pensamento e da ação do emergente Serviço Social brasileiro baseia-se nas
seguintes fontes: Doutrina Social da Igreja, no ideário franco-belga de ação
social e no pensamento de São Tomás de Aquino (séc. XII): o tomismo e o
neotomismo. A autora ainda explicita que “é na relação com a Igreja
Católica, que o Serviço Social brasileiro vai fundamentar a formulação de
seus primeiros objetivos político-sociais, orientando-se por posicionamentos
de cunho humanista conservador contrário aos ideários liberal e marxista na
busca de recuperação da hegemonia do pensamento social da Igreja em face
da “questão social” (p.6).
18
Assim como foi visto, o Serviço Social brasileiro em seu início foi
influenciado pelo Serviço Social Europeu, e era fortemente marcado pela
base cristã, que tinha característica de benesse, onde predominava as
damas de caridade, que participavam atos de “solidariedade” social. Esse
modelo passa a se mostrar insuficiente e em meados da década de 1940 e a
partir dessa incompatibilidade entre o Serviço Social de influência Franco-
Belga e sua efetivação no Brasil, os profissionais de Serviço Social
procuram se aprimorar técnico e metodologicamente, para isso buscaram no
Serviço Social Norte Americano uma nova influência, por isso nesse período
o Serviço Social Brasileiro recebe uma visão FUNCIONALISTA no Serviço
Social brasileiro. 
Não esqueça dos detalhes mais cobrados sobre as primeiras
escolas de Serviço Social no Brasil
 Data do Curso de Formação Social
Para Moças
1° Abril a 15 de Maio de 1932
 Quem era a diretora do curso? Melle. Adèle de Loneux,
professora da Escola Católica de
Serviço Social da Bélgica 
 Ano de Fundação do Centro de
Estudo e Ação Social
1932
 Primeira diretora do CEAS Dona Odila Cintra Ferreira,
formada na Escola Normal Social
de Paris. 
 Quem foram as enviadas a Bélgica Maria Kiehl e Albertina Ramos 
19
para estudar Serviço Social?
 Ano em que é instaurado a Ação
Social em São Paulo
1934
 Qual a data da Fundação da
Primeira Escola de Serviço Social
no Brasil?
15 de Fevereiro de 1936
 Em qual Estado foi fundado a
primeira escola de serviço Social
São Paulo
 Em qual visão baseava-se essa
escola?
Visão Franco-Belga
 Quais os referenciais orientadores
do pensamento e da ação do
emergente Serviço Social brasileiro
?
Referenciais baseados na
Doutrina Social da Igreja, no
ideário franco-belga de ação
social e no pensamento de São
Tomás de Aquino (séc. XII): o
tomismo e o neotomismo. 
MOTIVOS PARA O SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO BUSCAR
INFLUÊNCIA NO SERVIÇO SOCIAL NORTE-AMERICANO
A autora Marilda Iamamoto (1998), diz que o serviço social buscou
inspiração no Serviço Social Norte Americano, por inúmeros motivos, e são
eles:
 Com a implantação do Estado Novo em 1937, o governo passa a buscar
legitimidade para o que estava acontecendo, por isso passa a garantir
20
um controle social, através de uma política de massa, que conseguia
barrar os movimentos reivindicatórios. 
 Nesse período o Serviço Social passar a se LEGITIMAR e
INSTITUCIONALIZAR, rompendo o Serviço Social com a noção de
“benesse” oriundo da influência Católica e com isso começa a
CRIAÇÃO de um mercado de trabalho para os assistentes sociais,
sendo essa profissão agora participante de uma categoria
ASSALARIADA, atrelada as políticas públicas e a intervenção do
Estado. 
 Na década de 1940 o Serviço Social tinha que dar respostas a novas
demandas que apareciam, por isso tinham que munir-se de um aparato
técnico e teórico que os auxiliassem no seu fazer profissional. 
 Houve uma aliança entre o governo Vargas e o governo Norte-
Americano de Roosevelt em 1942, essa aliança tinha por objetivo
fortalecer o capitalismo e afastar a ameaça comunista do Brasil. 
 Com o fim da II Guerra Mundial, no pós 1945, os Estados Unidos
ganhou mais poder, com isso estabeleceu-se uma relação mais forte
entre ele e o Brasil. 
 Com a Guerra Fria, e com a expansão industrial existe um
agravamento da Questão Social, não sendo o Serviço Social que era
puramente cristão, que trabalhava com caridade, que não era munido
de aparto técnico, capaz de dar conta das novas demandas que a ele
foi apresentadas. 
 A partir de 1945/1947 é que se passa a ter a primeira preocupação
do Serviço Social com a definição de uma elaboração teórica própria
para a profissão, com elementos técnicos e científicos que imprimisse
eficácia a suas ações.
 Com aproximação entre os Estados Unidos e o Brasil, a relação entre
os dois países foi ampliada e o Serviço Social brasileiro inspirou-se no
21
norte América e isso foi muito facilitado, a exemplo disso cita-se os
inúmeros intercâmbios de profissionais e estudantes brasileiros para
os EUA, a fim de aprender com os Norte-americano sobre “seu
Serviço Social”. Como reafirma Andrade (2008): “O surgimento e
desenvolvimento das grandes instituições assistenciais na década de
1940 coincidiram com o momento de legitimação e institucionalização
do Serviço Social. Esse período representou o momento em que a
profissão pode romper o estreito quadro de sua origem no bloco
católico e, a partir do e no mercado de trabalho que se abriu com
essas instituições, instaurar-se como uma categoria assalariada,
fortemente atrelada às políticas sociais implementadas pelo Estado. 
Portanto conclui-se que foi na década de 1940 que no Brasil houve a
criação de mercado de trabalho mais amplo para SERVIÇO SOCIAL e que
foi nesse período que se deu de formamas expressiva a institucionalização
do o serviço social. 
A DÉCADA DE 1940 PARA O SERVIÇO SOCIAL
Segundo Carmelita Yazbek (2009, p.9) “conservadorismo católico que
caracterizou os anos iniciais do Serviço Social brasileiro começa,
especialmente a partir dos anos 1940, a avançar tecnicamente ao entrar em
contato com o Serviço Social norte-americano e suas propostas de trabalho
permeadas pelo caráter conservador da teoria social positivista”.
Nesse período Segundo Yazbek o Estado passa a intervir no processo
de reprodução das relações sociais de forma mais contundente, assumindo
assim o papel de regular e fiador dessas relações tanto na viabilização do
22
processo de acumulação capitalista, como no atendimento das necessidades
sociais das classes subalternas.
Quando o Estado passa a incorporar parte das reivindicações dos
trabalhadores, através do reconhecimento legal de sua cidadania através de
leis sindicais, sociais e trabalhistas, ele está buscando sua própria
legitimação, com isso abre-se também o mercado de trabalho para o Serviço
Social, onde as possibilidades de intervenção são ampliadas. Como foi
mencionado em meados da década de 1930 o trabalho dos assistentes
sociais voltava-se mais ao âmbito privado, que era patrocinado pela Igreja
Católica, já na década de 1940 o Serviço Social amplia a sua ação e segundo
Yazbek (2009) “assume um lugar na execução das políticas sociais emanadas
do Estado e, a partir desse momento, tem seu desenvolvimento relacionado
com a complexidade dos aparelhos estatais na operacionalização de Políticas
Sociais”.
Assim o próprio Estado é quem impulsiona a profissionalização do
assistente social e também amplia seu campo de trabalho, em função das
novas formas de enfrentamento da Questão Social. Ianni (1990) afirma que
ao desenvolver políticas e agências de poder estatal nos mais diversos
setores da vida nacional o Estado brasileiro transformou a questão social
em problema de administração.
Na década de 1940 o público-alvo da ação que o Serviço Social
realizava era os trabalhadores e com a vinculação do Serviço Social com as
Políticas Sociais mais trabalhadores passam a ser alcançados. Nesse período
a ação normatiza e social do Estado segundo Yazbek (2009, p.8) “apresenta
23
fortes características paternalistas e repressivas, reforçadoras da ideia de
um Estado humanitário e benemerente”.
As políticas sociais nesse período eram inoperantes segundo Yazbek,
tinham pouca efetividade social e por sua crescente subordinação a
interesses econômicos, elas também eram fragmentadas concebidas
setorialmente como se o social fosse a simples somatória de setores da
vida, sem articulação, numa apreensão parcializada da realidade social,
dessa forma o trabalho dos assistentes sociais também eram fragmentados,
e tinham um caráter pontual e localizado.
É nesse contexto, que o assistente social se encontra em uma
situação de assalariamento, inserido na divisão sócio-técnica do trabalho,
que ele vai ter contato com a matriz positivista que segundo Yazbek, com
isso o serviço social brasileiro buscava ampliar os referenciais técnicos para
a profissão, Iamamoto (1992, p.21) chama isso de “arranjo teórico-
doutrinário”, ele constitui-se por unir o discurso humanista cristão com o
suporte técnico científico baseado na teoria positivista, reafirmando um
caminho de pensamento conservador para a profissão.
Dessa forma, Yazbek (2009) afirma que o primeiro suporte teórico
metodológico voltado para a qualificação técnica de sua prática foi buscado
na matriz positivista. Esse modelo passa a ser questionado em meados da
década de 1960.
A EVOLUÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO E
 SEUS GANHOS
Os anos a partir de 1940 são considerados os “anos de ouro” para o
serviço social, embora a profissão estivesse intimamente ligada ao
24
positivismo, com um viés de ajuste do indivíduo, inúmeras foram as
conquistas que a profissão teve nesse referido período, entre elas
destacam- se: 
 Em 1945 foi criado a Associação Brasileira das Escolas de Serviços
Sociais-ABESS; 
 Em 1946 a criação da Associação Brasileira de Assistentes Social-
ABAS; 
 Em 1947 Criação do 1º CÓDIGO DE ÉTICA; 
 Regulamentação por Getúlio Vargas em 1954 do ensino de Serviço
Social no Brasil; 
O Serviço Social brasileiro influenciado pelo Norte-Americano, passa a
entrar em crise nos anos de 1960.
A DÉCADA DE 1960: A CRISE DO SERVIÇO SOCIAL TRADICIONAL
O Serviço Social brasileiro tradicional entra em crise em meados da
década 1960. Segundo Yazbek (2009), a década de 1960 é um período de
mudanças econômicas, sociais, políticas, um período de expansão do
capitalismo, assim foi imposto a América Latina “um estilo de
desenvolvimento excludente e subordinado”. Nesse período o Serviço Social
assume inquietações e passa a questionar o Serviço Social tradicional,
através de um processo de revisão global em níveis teórico, metodológico,
operativo e político. Passa-se a pretender um projeto profissional que seja
voltado para as classes subalternas, nesse período tem se os primeiros
contatos com a teoria social de Marx, embora esse contato não seja amplo
nesse período.
O Serviço Social nesse período tinha características segundo Netto
(1992), burocrático e administrativa (tecnicismo). Essas características
25
exigiam um Serviço Social “moderno”, onde o fazer profissional tivesse uma
característica racional. 
A década de 1960 tem-se o início do movimento de reconceituação no
Serviço Social, esse inicialmente privilegia um projeto
técnocrático/modernizador, e esse se expressa principalmente no
Seminário de Araxá e Teresópolis.
Com o advento da ditadura militar não foi possível uma contestação
da ordem política segundo Yazbek (2009), entretanto no Cone Sul latino
americano, se via uma clara perspectiva crítica que contestava a ordem
política e a proposta de transformação social. Com os regimes ditatoriais
que houve também dos países latinos americanos, essa perspectiva crítica
que contestava a ordem política e a proposta de transformação social teve
que parar sua produção crítica e silenciar-se.
Esse movimento de renovação não ocorreu apenas no Serviço Social e
sim nas demais áreas das ciências humanas, que passaram a questionar o
“desenvolvimento” e seus efeitos que ocorria tanto no Brasil, como nos
demais países da América Latina. 
Um dos grandes ganhos que influenciou o Serviço Social, segundo
Netto (1992), foi a inserção do Serviço Social no âmbito UNIVERSITÁRIO,
pois o ensino deixava de ser em escolas isoladas e passava a ser nas
universidades, tendo portanto o curso um contato com várias áreas, como a
sociologia, psicologia, filosofia, antropologia, entre outros, e isso significou
um ganho para a profissão. A expansão do Serviço Social no ensino
universitário exigiu também a contratação de profissionais para lecionar .
26
PONTOS IMPORTANTES DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO
NO BRASIL
Para Netto (1992, p.35), quatro são os elementos importantes para a
renovação do Serviço Social, são eles: 
 A instauração do pluralismo teórico, ideológico e político no marco
profissional; 
 A crescente diferenciação das concepções profissionais (natureza,
função, objetivos) derivadas do recursos diversificadas a matrizes
teórico-metodológico alternativas, rompendo com o viés de que
profissionalidade implicaria em homogeneidade (identidade) de visões
e práticas; 
 A inserção do Serviço Social na interlocução acadêmica ecultural
contemporânea, como protagonista que tenta cortar a subalternidade
posta por função meramente executiva; 
 Constituição de segmento de vanguarda, voltados para a pesquisa e a
investigação. Netto (1992) explicita também que o II Congresso
Brasileiro de Serviço Social-CBSS, que foi realizado no Rio de
Janeiro, colocou em questão como citado anteriormente o
DESENVOLVIMENTISMO. Para o autor existem três elementos
nesse período que apontam a erosão do Serviço Social tradicional: 
(1) O Serviço Social tem que reconhecer que ou trabalha em
prol de uma sociedade em crescimento e desenvolvimento ou ver
o seu fazer profissional relegado a Segundo Plano; 
27
(2) Deve-se aperfeiçoar o conhecimento do profissional de
Serviço Social, expandir sua base teórica e seu fazer técnico,
científico e cultural; 
(3) Reivindicar funções não apenas executivas. 
Segundo Bravo (2007), esse movimento de reconceituação, colocou ao
assistente social a necessidade de criar um novo projeto profissional que
fosse comprometido com a sociedade, com as camadas populares e seus
anseios, onde os interesses da população usuária dos serviços
socioassistenciais fossem levadas em conta. Entretanto o golpe militar de
1964 reprimiu os movimentos populares que propunham melhorias e que
estavam comprometidos com a democratização do Estado e da Sociedade. 
O golpe militar barrou os movimentos e aspirações por mudanças
sociais e ocorreu sobre o pretexto de “barrar a ameaça comunista no
Brasil”, isso ocorreu após ser o ex- presidente João Goulart deposto pelos
militares, dessa forma o golpe militar significou uma vitória do
CAPITALISMO. 
É importante lembrar que o Serviço Social teve suas bases
tradicionais erodidas não apenas no Brasil, mas em todo América Latina,
essa erosão no Serviço Social tradicional foi fundamental para o processo
de laicização do Serviço Social, significando isso um certo “rompimento”
com a Igreja Católica, esse acontecimento com sua inserção no meio
universitário, com o contato com diversas áreas do conhecimento e a
descoberta e análise do desenvolvimentismo e seus efeitos na sociedade,
auxiliaram e deram bases para se repensar o Serviço Social. 
28
RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL E PERSPECTIVA
MODERNIZADORA, REATUALIZAÇÃO DO
CONSERVADORISMO E INTENÇÃO DE RUPTURA
Netto conceitua a renovação do Serviço Social como “[...] O conjunto
de características novas, que no marco das constrições da autocracia
burguesa, o Serviço Social articula, à base do rearranjo de suas tradições e
da assunção do contributo de tendência do pensamento social
contemporâneo, procurando investir-se como instituição de natureza
profissional dotada de legitimação prática através de respostas a demandas
e da sua sistematização, e de validação teórica, mediante à remissão às
teorias e disciplinas sociais” (NETTO, 1996, p.131).
Com a crise das bases que fundamentavam o Serviço Social
tradicional, ocorre o real MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO, que
segundo Netto (1992), tem seu marco em 1965. Para o autor a reflexão do
Serviço Social tendo em vista esse movimento, se dá em três direções, que
serão esquematizadas no quadro a seguir:
Perspectiva
Modernizadora
Esse direcionamento do processo de renovação
tratava-se de uma tentativa de compatibilizar o
exercício profissional de Serviço Social, em sua
intervenção com as demandas que lhe foram postas
no pós-64, no bojo das estratégias do
desenvolvimento capitalista. Tal direcionamento
29
desenvolveu-se a partir da segunda metade da
década de 1960. Sua materialização deu-se,
principalmente, a partir dos textos dos Seminários
de Araxá e Teresópolis. Esse direcionamento possui
uma forte inspiração nas matrizes teóricas:
estruturalista e funcionalista. 
 
Reatualização do
Conservadorismo 
Esse direcionamento traduz-se na retomada dos
traços característicos da gênese do Serviço Social,
no que concerne ao olhar para o mundo vinculado ao
pensamento católico tradicional, no entanto confere
um caráter modernizador que não se fazia presente
nas suas bases tradicionais. Esse caráter
modernizador se expressa, por exemplo, na
aproximação de sua matriz teórico-metodológica com
a fenomenologia.
Intenção de Ruptura Esse direcionamento se propõe como intenção de
30
ruptura com o Serviço Social “tradicional”. Esta se
diferencia das demais, pois apresenta uma crítica as
bases tradicionais do Serviço Social, como a herança
teórico-metodológica do pensamento conservador, o
pensamento positivista, quanto às formas de
intervenção social, o reformismo conservador. Netto
destaca dois momentos na construção da Intenção
de Ruptura: em um primeiro momento se expressa,
principalmente, no denominado Método de Belo
Horizonte, a partir da aproximação com a tradição
marxista; em um segundo momento, destaca-se a
contribuição de Marilda Iamamoto na leitura
marxiana. Sua análise tem como característica
fundamental a compreensão do Serviço Social
imbricado na lógica de reprodução das relações
sociais. A intenção de ruptura culminou na colocação
do Serviço Social ao lado das demandas dos
trabalhadores na medida em que se recusa a ser um
agente legitimador do seu processo de exploração.
31
Elaboração do Quadro: Concurseiros de Serviço Social
DOCUMENTOS IMPORTANTES DO
MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO
 Araxá
De acordo com Netto, o documento de Araxá simboliza uma
afirmação da perspectiva modernizadora e toda sua construção é realizada
a partir de um patamar consensual: “como prática institucionalizada, o
Serviço Social se caracteriza pela ação junto a indivíduos com
desajustamentos familiares e sociais. Tais desajustamentos muitas vezes
decorrem de estruturas sociais inadequadas” (NETTO, 1996, p. 167).
O discurso profissional é marcado pela tensão entre o “tradicional” e
o “moderno”, ocorrendo a subsunção do primeiro ao segundo. Segundo Netto
em todo o documento é enfatizado a ideia de “rompimento”, que é
compreendido como a ruptura da exclusividade do tradicionalismo, porém
Netto afirma que o documento não representa de fato um rompimento o que
acontece é “a captura do ‘tradicional’ sob novas bases”.
De acordo com Netto“O transformismo que parametra a reflexão de
Araxá (vale dizer a recuperação sem rupturas do tradicionalismo, mas sob
novas bases) se evidencia na sequência do documento. Posta a necessidade
de combinar a micro e a macro atuação, seus autores veem-se compelidos a
indicar a ‘utilização adequada’ – quer em face desta combinação quer em
32
face da ‘realidade brasileira’- dos ‘processos’ de serviço social. Nos passos
em que operam esta indicação CBCISS, 1986:33-39), o que é notável é a
sistemática recuperação do Caso, do Grupo e do Desenvolvimento de
Comunidade desde que funcionais à mudança e ao desenvolvimento” (NETTO,
1996, p.195).
Nesse documento é nítida o interesse de alinhar o Serviço Social com
a ideia de “desenvolvimento”. Onde segundo Netto “as mudanças devem ser
induzidas via planejamento integrado, a priorização é econômica e
tecnológica, e suas dimensões sociais e políticas são claramente associadas à
cultura e a administração” (NETTO, 1996, p.175).
Netto destaca ainda que apesar de o seminário do qual resulta o
documento explicitar o interesse de realizar uma “teorização do Serviço
Social”, o Documento de Araxá não expressa nitidamente essa “teorização”,
que é reduzidaa “uma abordagem técnica operacional em função do modelo
básico de desenvolvimento” (CBCISS, apud NETTO, 1996). De acordo com o
autor do ponto de vista teórico o documento é marcado pelo referencial
estrutural-funcionalista.
 Teresópolis
Netto caracteriza o Documento de Teresópolis como sendo a
cristalização da perspectiva modernizadora. O Seminário de Teresópolis
contou com a participação de 33 profissionais que é marcado por não obter
um patamar consensual, havendo ao contrário a justaposição dos relatórios
de dois grupos de estudo (A e B).
33
De acordo com o autor no “texto de Teresópolis o que se tem é o
coroamento do transformismo [...]: nele o ‘moderno’ triunfa completamente
sobre o ‘tradicional’, cristalizando-se operativa e instrumentalmente e
deixando na mais secundária zona de penumbra a tensão de fundo que
subjazia no texto produzido em Araxá. No documento de Teresópolis, o
dado relevante é que a perspectiva modernizadora se afirma não apenas
como concepção profissional geral, mas sobretudo como pauta interventiva.
Há mais que continuidade entre os dois documentos: no de Teresópolis o
‘moderno’ se revela como a consequente instrumentação da programática
(desenvolvimentista) que o texto de 1967 avançava” (NETTO, 1996, 190).
Segundo Netto a perspectiva de modernização conservadora alcança
no Documento de Teresópolis maturidade, onde em suas formulações é
possível verificar avanços em relação ao Documento de Araxá: “se, neste, a
ênfase na ‘teorização’ conseguiria atrelar as concepções profissionais ao
projeto da ‘modernização conservadora’, a reflexão desenvolvida em
Teresópolis configura, no privilégio à questão da ‘metodologia’, a exclusão de
vieses tendentes a problematizar a inserção do Serviço Social nas
fronteiras dos complexos institucional-organizacionais que promoviam o
processo da ‘modernização conservadora’. 
Os valores ideoculturais que embasam a visão de Araxá não são
ultrapassados, a noção de desenvolvimento permanece; mas a herança
‘tradicional’ é irremissivelmente dissolvida no cariz operativo que se
concretiza em Teresópolis: o que está no centro das formulações, aqui, não
são teorias, não são valores, fins e legitimidade (antes, esses componentes
são dados como tácitos), mas sim a determinação de formas instrumentais
34
capazes de garantir uma eficácia da ação profissional apta a ser
reconhecida como tal pelos complexos institucional-organizacionais. 
Em Araxá, coroa-se uma indicação do sentido sociotécnico do Serviço
Social; em Teresópolis, cristaliza-se a operacionalidade deste sentido:
obtém-se evicção de qualquer tematização conducente a colocá-lo em
questão consolida-se o seu trato como conjunto sistematizado de
procedimento prático-imediatos suscetíveis de administração técnico-
burocrática”.
Netto destaca que o Documento de Teresópolis alcança um elevado
nível de discriminação, categorização e classificação, tanto de “situações
sociais problemas”, como dos procedimentos técnicos adequados para o seu
enfrentamento. “O que nele se cristalizou [...] foi a determinação precisa do
papel do profissional como a de um real funcionário do desenvolvimento, em
detrimento da retórica que o situava como um ‘agente’ deste processo”
(NETTO, 1996, p.190-191).
Netto afirma que as formulações realizadas no Documento de
Teresópolis apresentam três significados para o processo de renovação
profissional: 
 Apontam para a requalificação do assistente social;
 Definem nitidamente o perfil sociotécnico da profissão;
 Inscrevem a profissão de modo conclusivo na “modernização
conservadora”.
O Documento de Teresópolis cristaliza uma tendência já apontada no
Documento de Araxá, de redefinição do papel sociotécnico do assistente
social. “ Ao situá-lo como um ‘funcionário do desenvolvimento’, Teresópolis
35
propõe tanto um a redução quanto uma verticalização do seu saber e do seu
fazer. A redução está ligada à própria condição funcionária do profissional:
as tradicionais indagações valorativas são deslocadas pelo privilégio pela
eficácia manipulativa, e o assistente social é investido de um estatuto
básico e extensamente executivo (tal como aparece nas modernas teorias
de gestão), mas longe de atribuições terminais e sem subalternidades. A
verticalização compreende precisamente a apropriação ideal de um elenco
mais operativo de técnicas de intervenção, com a consequente valorização
da ação prático-imediata” (NETTO, 1996, p. 192). 
 Netto considera que o Documento de Teresópolis expressa “a plena
adequação do Serviço Social à ambiência própria da ‘modernização
conservadora’ conduzida pelo Estado ditatorial em benefício do grande
capital e às características sócio-econômicas e político-institucionais do
desenvolvimento capitalista ocorrente em seus limites” (NETTO, 1996,
p.193). 
 Sumaré e Alto da Boa Vista
Netto caracteriza os documentos de Sumaré (1978) e de Boa Vista
(1984) como de deslocamento da perspectiva modernizadora, em
contraposição aos Documentos de Araxá (1967) e de Teresópolis (1970) que
representam o momento ascendente dessa perspectiva.
Para o autor estes documentos são marcados por uma pobreza teórica
onde as “elaborações e preocupações que tiveram curso nos dois colóquios
possuíam traços tais que as tornavam muito pouco aptas para galvanizar a
atenção das vanguardas profissionais emergentes” (NETTO, 1996, p. 196).
36
O deslocamento da perspectiva modernizadora se expressa na medida
em que “o exame dos resultantes do Sumaré e do Alto da Boa Vista
patenteia que o processo de renovação profissional já transitava por outros
condutos e envolvia outros protagonistas. Mas foi ainda no seu marco que se
explicitou a segunda direção do processo renovador[...] Efetivamente é
ainda no marco dos Seminários do Sumaré e do Alto da Boa Vista que
ressoam as formulações da vertente renovadora a que denominamos
reatualização do conservadorismo” (NETTO, 1996, p. 201).
A INFLUÊNCIA DAS CORRENTES TEÓRICAS E FILOSÓFICAS NA
CONSTRUÇÃO TÉÓRICA-METODOLÓGICA DO SERVIÇO
SOCIAL:
 No Serviço Social quatro grandes correntes filosóficas destacam-se
na formação do pensamento profissional bem como no desenvolvimento da
sua metodologia de ação que são: neotomismo, positivismo, fenomenologia e
marxismo. ➢ 
 Positivismo:
 O Positivismo foi criado pelo francês Augusto Comte, no século XIX, que
buscava explicar os fenômenos sociais com a mesma objetividade das
ciências naturais. O positivismo com sua clara defesa da ordem natural das
coisas, afirmava que as coisas seguindo o seu percurso natural convergiriam
para a perfeita orientação da vida social. É desse pensamento que se
operacionaliza no Serviço Social a ideia de que os problemas sociais eram
decorrentes de disfunções no indivíduo, onde esse profissional passa a atuar
para corrigir os problemas individuais adequando-o a sociedade, ênfase essa
dada principalmente pelo segmento funcionalista que deriva do positivismo. 
37
 Sua influência no Serviço Social deu-se, principalmente na década de
1930, com clara defesa da ordem burguesa, marcou a prática profissional na
perspectiva de reintegração dos indivíduos, de culpabilização dos mesmos
pelos seus problemas. O Serviço Social, assim, colocava-se a serviço da
manutenção da ordem, a partir do controle dos indivíduos. Sob a égide da
influência positivista o Serviço Social realizava uma ação puramente
assistencialista. ➢ 
A Fenomenologia :
O Serviço Social tem contato com a fenomenologia na década de1970,
e influência desse pensamento no Brasil vem da Bélgica e da França. Grande
expressão dessa corrente no Serviço Social, se encontra no documento de
Punaré. 
A influência da fenomenologia no Serviço Social iniciou-se em
programas de pós-graduação, principalmente na PUC do Rio de Janeiro e na
PUC de Porto Alegre. A fenomenologia traz a visão existencial no trabalho
social, proporcionando ao mesmo a aplicação da teoria psicossocial. Na
fenomenologia, o Serviço Social se realiza através da intervenção social ou
tratamento social. Trata-se de um procedimento sistemático onde se
desenvolve um processo de ajuda psicossocial, o qual é realizado através de
um diálogo que deve levar a mudanças, partindo das experiências da pessoa,
grupo e comunidade (BRANDÃO, 2006). 
Segundo Brandão (2006), a atitude do profissional, com base na
fenomenologia não é a postura de ensinar e nem de deixar que o sujeito
tome sozinho suas decisões, mas entende-se que deve ocorrer uma
construção conjunta de algo novo, um conhecimento novo que deve ser
38
construído a cada encontro, pois a relação vai se estreitando e essa
aproximação mútua reforça novas descobertas. A relação entre assistente
social e sujeito deve ser verdadeira, somente assim será oportunizado uma
reflexão conjunta para uma ação transformadora. 
Portanto, na perspectiva fenomenológica, a relação de ajuda se dá na
junção da proximidade dos parceiros onde há um perguntar e um responder,
numa situação de reciprocidade e horizontalidade criadora da atmosfera
afetiva, humana, que leva à compreensão de si, do outro, de nós, para a
possibilidade de uma transformação para a liberdade. Entre os pensadores
que influenciaram o pensamento brasileiro e que foram fundamental em toda
fenomenologia, destacam-se Merleau Ponty e Hussel.
A fenomenologia é uma ciência que se ocupa da descrição e
classificação dos fenômenos. O principal autor dessa teoria é Husserl
(1859-1938), que exerceu grande influência na filosofia contemporânea. 
A contribuição da fenomenologia consiste basicamente na
fundamentação do conhecimento a partir da experiência do mundo vivido. A
tarefa inicial para esta elaboração é a descrição do fenômeno como ele se
mostra à consciência. A Segundo Capalbo (1985) visa então mostrar e
descrever o fenômeno tais como foram vividos, tais como se apresentam,
mostrando, explicitando, aclarando, desvelando as estruturas da experiência
vivida e deixando transparecer na descrição da experiência as estruturas
universais. 
A essência é única, por isso permite identificar um fenômeno, ou seja,
há uma essência única para cada fenômeno. Neste sentido, o fenômeno não é
39
simplesmente a aparição de alguma coisa, ele é o próprio ser, ele não
representa alguma coisa, mas é essa mesma coisa dada à consciência. 
A fenomenologia busca a essência do fenômeno, como já dissemos,
sendo esta outra ideia importante de ser compreendida na concepção
fenomenológica. A essência não tem uma existência fora do ato da
consciência. A experiência é que leva à intuição da essência, ou seja, à
descoberta do sentido ideal que é atribuído ao fato materialmente
percebido. 
Conclui-se, portanto, que a fenomenologia é uma ciência voltada para
o vivido, as vivências ou seja, propõe-se a estudar a realidade social
concreta, compreensiva e interpretativa. Sua característica fundamental é
a de ser um método voltado para uma descrição mais próxima da realidade,
através do fenômeno da experiência. A fenomenologia se caracteriza,
também, pela exigência de rever as perspectivas sobre o sentido da
existência humana. O pensamento fenomenológico se preocupa sempre com o
fenômeno e não com o fato. 
 Neotomismo
O Serviço Social surge sob forte influência da Igreja Católica,
carrega consigo a sua teoria própria que fundamenta-se no Neotomismo. O
neotomismo corrente filosófica surgida no século XIX, trazia consigo a ideia
de reviver os pressupostos teóricos de São Tomás de Aquino, o Tomismo. A
retomada das ideias de Tomás de Aquino, foi estabelecida pela Encíclica
Aeterni Patris pelo papa Leão XIII. O Serviço Social surgiu no Brasil em
1936, a partir da iniciativa de setores ligados à Igreja Católica fortemente
influenciados pela sua Doutrina Social, o Neotomismo. 
40
A influência do Neotomismo implica para o Serviço Social a realização
de ações moralizantes sob a ótica da visão cristã, com ênfase nas classes
trabalhadoras voltada para a conciliação das classes sociais, a recusa ao
comunismo e ao liberalismo. O objetivo da sua ação voltava-se para a
adequação e integração à sociedade a partir dos valores e costumes
cristãos. Sua influência é questionada a partir da década de 1960, no
entanto, ainda existem resquícios dessa teoria no Serviço Social até os dias
atuais. 
 O Materialismo Histórico-Dialético:
 O materialismo histórico e dialético é uma teoria que foi criada por
Karl Marx e Engels e foi a criadora do que conhece por Marxismo. Segundo
essa teoria pelo trabalho o ser humano transforma a natureza, produzindo
bens para atender às suas necessidades. Nesse processo de produção de
bens, as pessoas estabelecem relações entre si. As relações criadas entre
trabalhadores (detentores da força de trabalho) e proprietários dos meios
de produção (terra, matéria-prima, fábricas, máquinas e instrumentos de
trabalho) são chamadas de relações sociais de produção. 
Essas relações de produção correspondem, em cada etapa da história,
a um determinado estágio de desenvolvimento técnico e econômico, ou seja,
a determinadas forças produtivas. O conjunto das relações de produção e
das forças produtivas constitui a base econômica da sociedade, ou a
infraestrutura. Para Marx, a infraestrutura de uma sociedade determina
sua superestrutura, que corresponde à organização do Estado, às normas do
Direito e à ideologia dominante dessa mesma sociedade. 
41
Na análise marxista, os proprietários dos meios de produção, os
donos do capital, exploram a maioria operária que é obrigada a vender sua
força de trabalho em troca de salários. Este salário, porém, não
corresponde ao que ele efetivamente produziu, sendo inferior, ao valor
produzido pelo operário. Esta diferença, chamada mais-valia, é apropriada
pelos donos do capital e constitui a base da acumulação capitalista. Estes
interesses antagônicos de capitalistas e proletários geram continuamente a
luta de classes. 
Em 1848, Marx e Engels publicam o “Manifesto do Partido
Comunista”, obra essa que é fundamental para a teoria Marxista, nesse livro
encontra-se o primeiro esboço da teoria revolucionária. Neste trabalho,
Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta contra
o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem
Estado. 
O pensamento filosófico de Marx e Engels torna-se conhecido em
meados do século XIX, em meio à efervescência dos movimentos operários
pela libertação econômica e política, ou seja, surge sob a influência da luta
dos proletários contra a exploração e a opressão. Desse modo, o
Materialismo Histórico Dialético, de Marx e Engels, surge como uma nova
interpretação do mundo, voltado para aos interesses de defesa da classe
trabalhadora. 
O materialismo dialético torna-se, então, um método de análise da
realidade, de acordo com o qual tudo se desenvolve e se transforma, ou
seja, nada é estático. Os homensnão se limitam a contemplar o mundo, mas
exercem influência sobre o mesmo e o modificam. O marxismo também não
42
concorda com o pensamento filosófico que vê os fenômenos como se fossem
imutáveis e fossilizados. 
A presença do materialismo histórico dialético no Serviço Social se
dá a partir do início da década de 1960, quando alguns grupos de
Assistentes Sociais passam a questionar o Serviço Social quanto à sua
natureza e operacionalidade e partem para uma análise crítica da sociedade.
Estes grupos de profissionais começam a rever as posições tradicionais do
Serviço Social, questionando a prática e o posicionamento político dos
profissionais, tornando explícita a análise da dimensão política da prática
profissional. Este grupo passa a se posicionar na defesa da classe
trabalhadora, não considerando mais a sociedade como um todo harmônico,
mas, sim, como uma realidade onde estão presentes interesses antagônicos. 
Os acontecimentos da década de 1960 constituem um campo fértil
para a busca de uma corrente que se pautasse pela mudança, pela
transformação, especialmente a crise das ciências sociais de origem norte-
americana; a renovação da Igreja Católica, embalada pela Teologia da
Libertação, onde se tem um diálogo entre marxistas e cristãos; o movimento
estudantil, o Movimento da Cultura Popular, a contracultura etc. A
efervescência contestatória da década de 1960, que se retrata na profissão
através do Movimento de Reconceituação, traz no seu bojo as ideias
marxistas. Somente a partir do amadurecimento intelectual e político
experimentado pela profissão nos anos 1980 foi possível ao Serviço Social
dialogar com as fontes originais e, consequentemente, apreender o método
marxista. 
43
Netto (1995) afirma que a relação entre a tradição marxista e o
Serviço Social tem que ser compreendida dentro de um quadro mais amplo
de renovação profissional. A crise do Serviço Social tradicional passa
primeiramente por um processo que o autor chama de “modernização
conservadora”, implementada pela ditadura que se instala no Brasil a partir
de 1964 e que investe em políticas sociais e força a laicização do Serviço
Social. Na segunda metade da década de 1970, explicita-se o que o autor
chama de vertente alternativa, inspirada na fenomenologia, até o
surgimento da vertente que, segundo o autor, buscará a real ruptura com a
herança conservadora, dialogando efetivamente com o pensamento
marxista. 
O marxismo emerge nos anos 1970 na Escola de Serviço Social da
Universidade Católica de Minas Gerais, como projeto de formação,
intervenção e extensão, mas é efetivamente na década de 1980 que ganha
maturidade teórica, quando alguns autores, que por força de suas posturas
políticas estavam fora do país, retornam e passam a produzir teoricamente
no país. Os escritos de Marilda Iamamoto e José Paulo Netto contribuem
fortemente com este momento histórico do Serviço Social. 
FUNDAMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL NA
CONTEMPORANEIDADE
Na década de 1980 o marxismo já está integrado ao Serviço Social,
que teve seu contato com o método de BH, como citado anteriormente. Com
o marxismo o Serviço Social analisa o ser social a partir de mediações, para
essa corrente as relações sociais são sempre influenciadas por situações,
instituições, etc. e que ao mesmo tempo relevam e ocultam as relações
sociais imediatas. O marxismo vai trabalhar com a dialética e também
44
mostrará a profissão inserida na sociedade capitalista, e como as relações
se dão nessa sociedade. 
O Serviço Social atual firmado em bases Marxistas, não analisa mais
o sujeito como alvo de críticas e de ajustamento com a sociedade, mas faz
uma crítica ao sistema capitalista vigente, entendendo ser ele o criador e
mantenedor das desigualdades sociais, da exploração do trabalho, da
condição de subalternidade dos trabalhadores. Com essa nova visão o
Serviço Social passa a criticar o sistema e lutar por políticas sociais que
viabilizem direitos sociais e dignidades a população usuária de seus serviços,
e luta visando superar esse sistema vigente. Essa visão de um serviço social
que não é mais tradicional inicia-se no final dos anos 80 e próximo aos nos
90 onde a profissão busca uma ruptura com o conservadorismo do passado e
busca no marxismo uma forma de implementar sua produção de
conhecimentos, tornando se assim essa corrente hegemônica na profissão. 
O serviço Social em busca de sua ampliação de conhecimento, em sua
fase contemporânea irá se apropriar dos pensamentos de Antônio Gramsci,
que foi um estudioso do Marxismo e que trouxe a esse estudo pontos que
não haviam sido originalmente explicitado por Marx. A abordagem de
Gramsci que mais se destaca é “acerca do Estado, da sociedade civil, do
mundo dos valores, da ideologia, da hegemonia, da subjetividade e da cultura
das classes subalternas" (Yazbek.2009, p.9). É importante, no entanto fazer
algumas distinções dos pensamentos desses autores:
O Serviço Social também ganhou com a Constituição Federal de 1988
pois a mesma criou um sistema de proteção social, que é a Seguridade Social
baseado em um tripé: Assistência Social, Previdência Social e Saúde. Pela
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primeira vez a assistência ganha força e notoriedade, como uma política
pública de fundamental importância e que deve ter a primazia do Estado em
sua execução. 
A ampliação no campo dos direitos trazidas a partir da inclusão da
assistência social como política de Seguridade Social, trouxe consigo
algumas dificuldades relacionadas a definição dos direitos a serem
atendidos por esta política, definição essa que ainda continua em processo
de construção, Aldaiza Sposati também afirmar que assistência social,
constituída agora como Política Pública, vivencia um espaço de luta, onde
vários fatores exercem influência sobre a mesma, para a autora “seu
processo de efetivação como política de direito não escapa do movimento
histórico entre as relações de forças sociais” (SPOSATI, 2009 p.15). 
Entretanto embora a Constituição Federal tenha representado um
ganho a mesma sofreu ataques logo após sua afirmação. Logo após a
promulgação da Constituinte, entrou no governo novamente governantes que
primaram pela defesa do mercado e com isso a ideologia NEOLIBERAL
entrou no Brasil, defendendo agora não mais os ganhos sociais e sim uma
economia forte e pregando também o corte com gastos sociais. 
O Serviço Social na década de 1990 vem lidando com as
consequências do neoliberalismo, que busca a estabilidade econômica e para
isso coloca o social de lado e chama para realizar as atividades que antes
ficavam a cargo do Estado, a filantropia, terceiro setor, a sociedade civil,
entre outros. A profissão vem lidando com o as mudanças no mundo do
trabalho e com a desestruturação do programa de proteção social e das
políticas sociais em geral. Yazbeck (2009, p.16) afirma que “Inserido neste
46
processo contraditório o Serviço Social da década de 90, se vê confrontado
com este conjunto de transformações societárias no qual é desafiado a
compreender e intervir nas novas configurações e manifestações da questão
social”, que expressam a precarização do trabalho e a penalização dos
trabalhadores na sociedade capitalista contemporânea. 
A área social foi a primeira ser afetada com os reajustes neoliberal,
isso se inicia com Fernando Collor de Mello e se aprofunda com o governo de
Fernando Henrique Cardoso. O que deveria estar ao acesso de um grande
contingente populacional começaa ser focalizado nos mais necessitados,
passa a se trabalhar com os mínimos vitais. Entretanto, mesmo com a
ofensiva neoliberal, a situação contemporânea do Serviço Social passa a ser
discutida e os espaços de atuação para profissional continuam a se ampliar,
diversos motivos fomentaram isso, entre eles destaca-se: 
 Seguridade Social - onde segundo a CF-88, as populações têm uma
série de direitos assegurados; 
 A política de assistência social visou a municipalizações, ou seja,
descentralizou-se, com isso para a execução das políticas públicas
foram requisitados mais profissionais. 
Para facilitar seu entendimento, citaremos aqui o que Behring (2009)
afirma ser a fórmula do neoliberalismo, assim fica claro como o
neoliberalismo afeta a sociedade e o Serviço Social.
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O Serviço Social passar a ser direcionado como um projeto em prol
da classe subalterna e com neoliberalismo e as novas demandas criadas, a
própria profissão passa a ter suas relações de trabalho redefinidas, através
de um processo compostos por vários elementos como: precarização,
terceirização, contratos temporários, competitividade, entrada do terceiro
setor para executar o que é de responsabilidade do Estado, entre outros
fatores. 
Na atualidade o Serviço Social brasileiro tem que lidar com o
neoliberalismo e com a herança das diversas crises econômicas que
ocorreram, dessa forma fazer também necessário uma nova interpretação
profissional que leve em conta vários aspectos, como: novas manifestações e
expressão da questão social, processos de redefinição dos sistemas de
proteção social, entre outros. Segundo Yazbek (2009) “os assistentes
sociais vêm, em muito, contribuindo, nas últimas décadas, para a construção
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de uma cultura de direito e da cidadania, resistindo ao conservadorismo e
considerando as políticas sociais como possibilidade concretas de
construção de direitos e iniciativas de 'contra desmanche' nessa ordem
injusta e desigual”. 
Portanto conclui-se que mesmo com a tentativa neoliberal de
desmonte de direito o Serviço Social é uma profissão que vem lutando em
prol dos direitos sociais, da cidadania e da igualdade de oportunidades a
todos. 
CONTRIBUIÇÕES DE IAMAMOTO
Iamamoto destaca que nas duas últimas décadas, com a grande produção da
literatura profissional relacionados a renovação crítica do serviço social,
voltada aos fundamentos do serviço social que tratado a partir de
diferentes ângulos a natureza particular da profissão na divisão social e
técnica do trabalho.
Destacamos a seguir os principais pontos abordados pela autora na
definição do enfoque principal dado em cada uma dessas elaborações, que é
tratado no livro “Serviço Social em tempo de capital fetiche: capital
financeiro, trabalho e questão social”, 4ª ed. São Paulo: Cortez,
2010.
Tese do Sincretismo da Prática Indiferenciada
 José Paulo Netto
De acordo com Iamamoto o autor considera a natureza socioprofissional
sincrética, devido a carência do referencial crítico-dialético. Isso
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condiciona a análise da profissão envolta na problemática da reificação,
terreno em que os processos sociais se mostram na sua fenomenalidade, o
que justifica o sincretismo, enquanto princípio constitutivo da natureza da
profissão.
Pressupondo a ausência de uma abordagem histórico-crítica, a estrutura
sincrética do Serviço Social tem seus fundamentos na: 
a) questão social, núcleo das demandas histórico-sociais que se
apresentam à profissão; 
b) no cotidiano, como horizonte do exercício profissional; e 
c) na manipulação de variáveis empíricas, enquanto modalidade
específica da intervenção”.
O centro de sua análise é a aparência indiferenciada que se reveste a
prática profissional, isto é, a manutenção de uma mesma estrutura da
prática interventiva no tocante à sua operacionalidade, similar às suas
protoformas. Ainda que reconheça que há um novo significado social para o
trabalho profissional, uma vez que opera o corte com a filantropia, à
medida que o Estado, na expansão monopolista, passa a centralizar e
administrar as respostas às refrações da questão social, via políticas
públicas”.
Para Iamamoto na medida em que o esforço analítico do autor concentra-se
no desmonte dessa aparência de prática indiferenciada, que faz parte do
trabalho do assistente social, as determinações sócio-históricas das
respostas profissionais e suas distintas possibilidades de configuração
ficam obscurecidas nessa construção teórica.
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Tese da Identidade Alienada
 Maria Lúcia Martinelli
Martinelli traz para o debate da profissão o tema “identidade e alienação
no Serviço Social” tendo como objetivo “compreender o real significado da
profissão na sociedade do capital e sua participação no processo de
reprodução das relações sociais”. A tese supõe uma identidade em si,
estabelecida idealmente como identidade verdadeira, que se perdeu nas
origens e desenvolvimento do Serviço Social, tendo sido maculada na
história, visto que a burguesia assume progressivamente o controle dessa
prática profissional, transformando-a em uma estratégia de domínio de
classes, apresentando como hipótese de que “a ausência de identidade
profissional fragiliza a consciência social da categoria profissional,
determinando um percurso alienado, alienante e alienador da prática
profissional.
Iamamoto destaca na análise desta tese o monolitismo com é tratada a
categoria profissional na medida em que a elaboração “descarta a dimensão
socialmente contraditória do Serviço Social (ainda que declarada no texto),
em favor da dualidade: a identidade aparece, num primeiro momento,
produzida pela cultura dominante e sem nenhum potencial de
transformação da realidade; e, num segundo momento, tendo por suposto a
ocorrência da ruptura com a alienação e com suas próprias marcas
burguesas de origem, a identidade profissional surge inteiramente
comprometida com a luta social pela transformação da realidade. Assim
comparecem traços ora fatalistas, ora messiânicos que obscurecem as
tensões e contradições do objeto em questão. A ruptura com a identidade
alienada, alienante e alienadora de parte dos agentes profissionais é,
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fundamentalmente, uma atividade da consciência crítica e não da prática
política”.
Tese da Correlação de forças
 Vicente de Paula Faleiros
Um aspecto que diferencia a análise realizada por Faleiros é a preocupação
com as relações de poder, em seu desenvolvimento no âmbito da política
social. “Sua concepção sobre a profissão foi sistematizada no paradigma
das relações de força, poder e exploração, também denominado paradigma
da articulação. O autor estabelece divisor de águas com o paradigma das
relações interpessoais, que prevaleceu das origens do Serviço Social até a
reconceituação”. 
 Em sua análise a categoria profissional é tratada como intelectual orgânico
vinculado aos interesses do trabalho, aquele que opera a mediação entre a
representação e a reprodução, elidindo a clivagem de classe que também se
expressa no interior da categoria. O assistente social é visto como o
intelectual que opera a mediação entre a representação e a reprodução,
embora nesse processo intervenham inúmeras outras forças sociais.
Tese da Assistência Social
 Maria Carmelita Yazbek
A autora traz uma contribuição original para pensar a particularidade do
Serviço Social tendo como fulcro a assistência social na conformação

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