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Apostila Teoria do Processo

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São Luís 
2017 
Piêtra Hanna Cirqueira Santiago Everton 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL - 2º PERÍODO 
 
Registro das aulas de Teoria do Processo do segundo período ministradas pelo Especialista Roberto de Oliveira Almeida do curso Bacharel em Direito da UNDB. 
 
 
 
 	 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2017
Conceitos introdutórios: 
O processo é um artifício utilizado pelo Estado no exercício da função jurisdicional para a resolução de litígios/conflitos. 
Exercício da função jurisdicional: o Direito Processual é um ramo do Direito que regulamenta o exercício da jurisdição. 
Primeiro há o Interesse; em segundo lugar, vem a Pretensão, que é o interesse exteriorizado e, em terceiro lugar, vem a Lide, o conflito, que é caracterizado como a resistência a Pretensão. 
O Direito Processual indica que a função jurisdicional, como sendo uma função estatal, tem seus princípios contidos no texto formal da Constituição. Assim, na Constituição estão presentes normas fundamentais do Direito Processual e que não se resumem ao Código de Processo Civil. Além disso, outro indício de que o Código de Processo Civil deve possuir compatibilidade constitucional é o fato de que as funções jurisdicionais devem ser lidas/interpretadas de acordo com a Constituição (Supremacia Constitucional). 
Conflitos na sociedade: como surgem? 
Interesse: posição vantajosa para se obter algo, para se obter alguma vantagem. 
Pretensão: nasce a partir do momento em que se tenta submeter o interesse de outro sujeito ao meu. Quando exteriorizo a Pretensão, ela se torna conhecida pelo outro e se torna Interesse exteriorizado. 
Lide (conflito): quando há a resistência a Pretensão. A Lide é uma Pretensão qualificada pela resistência. Para Carnelutti, para que a lide exista, basta que haja a pretensão qualificada pela resistência; para Liebman, a lide só existe quando for deduzida em juízo e também é uma resistência a pretensão. De acordo com Liebman, o conflito, para que seja considerado efetivamente um conflito, deve ser levado ao conhecimento do judiciário: se não há o conhecimento do judiciário, há somente um conflito de interesse. 
Observação 1: A Demanda é a ação judicial propriamente dita; quando se fala em Mérito da Demanda, há a discussão sobre se há ou não o direito a determinada demanda, se há mérito na causa postulada ou não: o Mérito da Demanda é o limite da ação a ser decidido. 
Observação 2: A lide é dividida em Demanda e Mérito. A Demanda é, por exemplo, uma ação demandada por danos morais, por exemplo, e o Mérito consiste em decidir se há o direito da condenação por danos morais ou se não há o direito da condenação por danos morais. 
Observação 3: A Lide deve ser decidida nos exatos moldes em que foi proposta e o mérito da causa é exatamente o limite da Lide. 
Observação 4: A atuação do Poder Judiciário é tentar compor/solucionar a Lide. 
Métodos de solução de conflitos:
Resolução pacífica ou não sem intervenção estatal:
1º Auto tutela: imposição da solução do conflito de um sujeito a outro (subtende-se: a Pretensão aplicada com o exercício da força, da violência); como regra, esse tipo de resolução é considerado uma prática criminosa, tipificado no Código Penal como o exercício arbitrário das próprias razões. Aqui o indivíduo se acha no direito de alguma coisa e aplica a força para satisfazer esse direito. 
 Exceção: a auto tutela é permitida em casos de legítima defesa (lembrando: a defesa deve ser imediata e proporcional, já que o indivíduo precisa proteger seu bem jurídico, sua vida no caso. 
*** Legítima Defesa quando se trata da ameaça de perca da propriedade/posse: Desforço Pessoal. 
2º Auto composição: 
Assim como a auto tutela, é resolvida entre os participantes do conflito. 
Resolução do conflito de forma pacífica. 
Aqui, um ou mais sujeitos envolvidos no conflito abrem mão do seu interesse no todo ou em parte. 
Exemplos: audiência de conciliação; mediação. 
A auto composição pode ou não ser realizada com intervenção estatal: pode ser feita dentro ou fora do processo e só depois ser apresentada ao Estado para homologação (aprovação do Judiciário).
Mediação: recomendada para os envolvidos que já possuem uma relação anterior. Exemplo: vínculo matrimonial. A Mediação demanda mais tempo e é realizada em várias seções. 
Conciliação: recomendada para os envolvidos que não possuem relação de proximidade anterior. 
Observação 1: O mediador e o conciliador não resolvem o conflito, mas facilitam a sua resolução. Portanto, a presença do mediador e do conciliador não exclui a natureza auto compositiva da resolução do conflito. 
Métodos Heterocompositivos: 
Quando se entrega um problema para um sujeito diverso daqueles que estão em conflito. Exemplo: Arbitragem.
Arbitragem: os sujeitos envolvidos no conflito escolhem um sujeito de sua confiança para solucionar a Lide. Arbitragem Estatal: As pessoas passam a confiar no poder de força do Estado para a resolução de conflitos; o Estado passa a exercer a partir daí o seu papel de pacificador, passa a monopolizar a resolução de conflitos e assim surge o segundo método heterocompositivo, a Jurisdição.
Para que haja a arbitragem, é necessário que exista um acordo entre as partes quanto a escolha do árbitro, que pode ser qualquer pessoa de confiança dos litigantes. 
Desde que não haja ilegalidades durante a arbitragem, é facultativo envolver a jurisdição no conflito. 
A Arbitragem teve sua constitucionalidade questionada, mas já foi aceita como coerente à Constituição. 
O árbitro não precisa ser formado em Direito para exercer a arbitragem. 
O árbitro não tem condições de impor a solução do caso, ou seja, de efetivar o cumprimento do Direito. Só o Estado na figura do juiz pode fazer isso. 
Observação 2: Atualmente há uma coexistência dos meios de solução de conflitos. 
Observação 3: Há uma direção por meio do Ordenamento Jurídico Brasileiro que envolve a escolha de uma solução consensual e o método de resolução de conflitos mais recomendado é a Autocomposição.
Garantia Fundamental de Acesso à Justiça: 
Não é apenas acesso ao Poder Judiciário, mas também é o acesso a ordem jurídica justa (conseguir solucionar o conflito de acordo com o que está previsto no ordenamento, não necessariamente por meio da jurisdição, mas por todos os outros meios de resolução de conflitos). 
1ª Grande onda de acesso à Justiça: Se preocupa com o ingresso em juízo a assistência judiciária. 
É necessário um advogado que provoque o judiciário > Problema: Como as pessoas que não possuem condições financeiras podem ser assistidas? Resposta: Através das Defensorias Públicas (DPU e DPE): mão de obra gratuita: arca com as despesas (custos e taxas) dos processos dos hipossuficientes para que o judiciário seja movimentado. 
2ª Grande onda de acesso à Justiça: Interesses difusos e coletivos: a coletividade é detentora de direitos materiais. 
Nem toda demanda judiciária afeta um interesse individual: o Judiciário precisa atuar de forma que satisfaça a coletividade. 
A tutela individual não é suficiente para satisfazer o Direito. 
3ª Grande onda de acesso à Justiça: Os instrumentos processuais devem ser adequados para tutelar direitos de acordo com as suas peculiaridades. 
A tutela muda conforme o grau de importância/urgência do caso. 
Cada caso exige um tratamento específico. 
Um instrumento geral pode falhar em diversos pontos e não atender a demandas específicas. 
Concretização da resolução:
1º Ingresso em Juízo: 
Problemas: lentidão; pouco acesso à informação.
Acesso à justiça de forma gratuita: Lei Nº 1060/50 (também consta no novo CPC): Custos com advocacia e com o andamento do processo (DPU: Defensoria Pública da União; DPE: Defensoria Pública Estadual). 
2º Princípio do Contraditório: 
Processo público (publicidade do processo). 
Decisões fundamentadas (Princípio da Fundamentação das Decisões). 
Juiz Imparcial. 
Princípio da Boa-Fé processual. 
O processo deve ser conduzidode acordo com as garantias fundamentais processuais: razoável duração do processo; as decisões devem ser razoáveis e justas (conectadas com a realidade processual). 
Observação 1: A responsabilidade dos envolvidos no processo é exclusivamente patrimonial, exceto em casos de pensão alimentícia (o indivíduo fica sujeito a perda da liberdade). 
3º Ver as decisões serem cumpridas:
Novo modelo de acesso à justiça: modelo multiportas: não é relevante o conhecimento acerca do meio que irá satisfazer o direito, contanto que seja satisfeito (por meio da jusrisdição, autocomposição ou qualquer outro meio de resolução de conflitos). 
Observação 2: A conciliação só não é efetivada quando ambas as partes não querem.
Se liga que é hora da revisão!
O Direito Processual ou a Função Jurisdicional regulamenta a Jurisdição. Por sua vez, a Jurisdição resolve litígios através de instrumentos muito peculiares do mundo jurídico, os processos. 
Ao Direito Processual Civil compete o estudo (estudo do Direito como ciência, a teoria do Direito e do Direito Positivo) e a regulamentação do exercício da jurisdição. 
O Direito Processual não se resume ao processo, que é apenas um instrumento utilizado pelo Estado para a resolução de conflitos. 
O Direito Processual corresponde ao exercício da Jurisdição. 
O Direito Processual é um ramo do Direito Público. 
O Direito Processual regulamenta uma função estatal: regulamenta o exercício da Jurisdição. 
Modo de proteção das normas: fiscalização feita pelo Estado. 
Titular do Direito Processual:
O Estado deve fazer valer as normas, atendendo aos interesses do Estado e das partes envolvidas. 
Uma relação de compra e venda é uma questão de Direito Privado. Quando essa relação se torna conflituosa, passa a ser composta por autor e réu, tornando-se uma relação processual (o Estado se torna conhecedor do litígio). Então, esse litígio passa a ser resolvido a partir das normas do processo, do Direito Público. Quando o Estado passa a compor o litígio, dizemos que a relação conflituosa se tornou uma Relação Processual: uma relação triangular composta por autor + réu + Estado. 
Direito Material (Direito Privado) X Direito Processual (Direito Público): normas que dispõem sobre bens e utilidades da vida são classificadas como normas de Direito Material. O Direito Processual abarca as normas responsáveis por regulamentar o cumprimento das normas de Direito Material (ou Direito Privado): o Direito Processual concretiza o Direito Material. Portanto, em todo processo há uma relação material – processual. 
Instrumentalidade do Processo: O Direito Processual é concebido como um instrumento de concretização do Direito Material. Assim, a norma processual guia a atuação do Estado e também impõe limites a essa atuação. Por conta disso, a relação de Direito Privado não deixa de existir quando o Estado toma conhecimento do litígio. 
Relação Circular de Interdependência: O Direito Material também serve para concretizar o Direito Processual. Isso quer dizer que o Direito Processual deve servir como molde ao Direito Material para que ambos os Direitos sejam executados da melhor forma possível. Por exemplo, ritos processuais específicos são utilizados para concretizar um Direito Material específico, como a pensão alimentícia. 
Conclusão: A instrumentalidade do processo ocorre com a concretização/efetivação do Direito Material através do Direito Processual. Desse modo, subtende-se que a criação de normas processuais é influenciada por normas de Direito Material. Destarte, na execução de um processo não há somente uma relação de instrumentalidade, na qual somente o Direito Processual serve ao Material, mas há também uma Relação Circular de Interdependência entre ambos os Direitos. 
Observação 1: O Direito Material prevê/projeta os direitos e o Direito Processual executa através do processo. 
Normas de Direito Processual Material: Versam tanto sobre a proteção de um bem jurídico (Direito Material) como também sobre a forma como a proteção deve ser feita (Direito Processual). Por exemplo, a impenhorabilidade de bens é uma medida estatal composta por normas de Direito Processual Material: a norma processual protege o patrimônio (questão de Direito Material), regulando e limitando a atividade do Juiz. 
Nem toda norma que versa sobre Direito Material diz respeito a questões estritamente privadas, mas também traz consigo questões de âmbito público. 
Evolução Histórica do Direito Processual: 
A distinção entre Direito Material e Processual é recente. 
O Direito Processual era um apêndice do Material, não havia essa separação: essa fase ficou conhecida por Fase Imanentista ou Praxista, essa foi a 1ª fase do Direito Processual. Na 1ª fase havia várias regras processuais, mas não existia um conjunto próprio de normas processuais: o Estado buscava na prática a melhor forma de solução para o litígio. 
2ª Fase: Processualismo: 
O Direito Processual começou a mudar e ganhar independência em 1868 com a obra de Bulow que marcou o início dessa 2ª fase. 
Nessa época se inicia o estudo/discussão do Direito Processual enquanto ciência autônoma. 
Principal característica da 2ª fase: separação entre os Direitos Processual e Material: a relação jurídico processual passa a ser reconhecida como autônoma.
As grandes legislações processuais nasceram na fase do Processualismo. 
As principais categorias do Direito Processual surgiram nessa fase. 
Problema da 2ª fase: excessivo afastamento do Direito Material.
3ª Fase: Instrumentalismo:
Preocupação com a efetividade dos instrumentos processuais. 
Há o reconhecimento de que os Direitos Material e Processual estão intrinsecamente relacionados: a relação de instrumentalidade é reconhecida! 
O processo serve para concretizar o Direito Material e o processo deve ser guiado pelo Direito Material, assim como o Direito Material deve colocar em prática as normas que regulamentam o processo e o exercício da jurisdição, as normas de Direito Processual. 
Os Direitos Material e Processual passam a ser vistos como autônomos, mas também como interdependentes. 
4º Fase: Neoprocessualismo: 
Reconstrução das categorias processuais à luz dos valores constitucionalmente assegurados. 
Reforço aos aspectos éticos do processo: princípios da boa-fé e cooperação processual, por exemplo. 
O Código de Processo de 1973 passou a ser lido à luz da Constituição de 1988 (que nasceu no instrumentalismo), o que culminou na criação de um Código totalmente novo: o Código de Processo de 2015 foi criado na fase neoprocessualista. 
 Constitucionalização do Direito Processual: incorporação à Constituição de normas processuais (constitucionalização de normas processuais). 
Consequências da constitucionalização do Direito Processual: 
Garantias fundamentais do processo agora são previstas na Constituição Federal.
Estruturação do Poder Judiciário: normas que organizam o Poder Judiciário e seus cargos/funções – tribunais, magistrados, etc. – e que indicam um controle de constitucionalidade. 
Relação entre processo e direitos fundamentais: o Direito Processual serve para concretizar direitos fundamentais (relação de instrumentalidade: os instrumentos do processo devem ser geridos conforme dita a Constituição Federal e os Direitos Fundamentais – que não podem ser violados – presentes nela). 
Primazia dos princípios fundamentais: os princípios fundamentais servem como interpretação ou bloqueio das normas processuais (se a norma for contrária aos princípios fundamentais, então a norma deixa de ser aplicada e o princípio passa a valer). Os princípios servem como vetores interpretativos. Ex.: princípio da boa-fé processual. 
As regras precisam ser lidas conforme os princípios.
O princípio também pode ser aplicado no lugar da norma se a norma prejudicar o princípio. 
Redesenho da atividade jurisdicional:
Adoção do sistema de precedentes judiciais: 
Jurisprudência no Direito Processual: conjunto de decisões de determinado tribunal (apenas um tribunal) sobre determinadamatéria. 
Valorização do sistema jurisprudencial: no nosso ordenamento jurídico há a valorização daquilo que já foi decidido a partir de um conjunto de decisões. Na jurisprudência, a valorização/credibilidade começa a ocorrer quando a matéria já foi vista várias vezes. 
No sistema de precedentes judiciais basta que uma decisão seja posta sobre determinada matéria. No sistema de Comow Low, por exemplo, o sistema de precedentes é o sistema utilizado. 
O CPC de 2015 faz um esforço para que os precedentes judiciais sejam valorizados, já que o Código incorporou a doutrina do Stare Decisis (tratar casos iguais de forma idêntica). 
Criatividade da função jurisdicional: 
Criar soluções jurídicas para casos em questão. 
Há o texto de lei que deve ser interpretado à luz do caso concreto: o resultado da aplicação/decisão judicial passará a ser a norma jurídica. 
A atividade interpretativa ultrapassa o que está sendo dito no texto da lei simplesmente. 
Incorporação das cláusulas gerais processuais: normas que possuem um texto vago, com expressões abertas para que sejam feitas várias interpretações. O intérprete possui ampla gama de interpretações para um mesmo caso. 
Fontes do Direito Processual: 
1º Conjunto de normas com caráter vinculante/obrigatório: 
Constituição Federal: o processo civil regulamenta o exercício das funções jurisdicionais, portanto, as principais garantias do processo devem ser respeitadas e normas processuais infraconstitucionais devem ser lidas/interpretadas de acordo com a Constituição. 
Leis ordinárias federais: fonte primeira do processo. Compete privativamente (prioritariamente) a União legislar sobre o Direito Processual Civil. 
Há normas processuais em leis de Direito Material: o CPC não é o único que contém normas processuais. No CDC, por exemplo, existem leis processuais, que são chamadas de leis esparsas (normas processuais espalhadas por todo o ordenamento jurídico brasileiro). 
Lei Estadual: Estado e Distrito Federal não podem editar leis processuais, mas podem regulamentar procedimentos materiais processuais. Estado e DF servem como apoio aos procedimentos materiais processuais (agem de acordo com as peculiaridades de cada Estado membro) mas não podem assumir a função de legislar/criar normas processuais. É por isso que Estado e Distrito Federal não podem contrariar o que foi estabelecido pela União. 
Observação 1: União, Estado e Distrito Federal são competências específicas, não entram em conflito (Art. 24º, inciso XI, CF). 
Tratados Internacionais: Ex.: garantia de razoável duração do processo (Pacto de São José da Costa Rica): garantia de celeridade processual; essa garantia foi incorporada pelo artigo 5º da Constituição, sendo anexada como norma processual pela CF.
Regimentos internos: dispõem sobre organização e funcionamento dos tribunais e são normas processuais. Os tribunais exercem atividade jurisdicional, logo essa atividade deve ser regulamentada por leis processuais. Os regimentos internos, portanto, complementam a lei processual porque os tribunais exercem atividade jurisdicional que obrigatoriamente deve ser regida por normas processuais.
2º Conjunto de fontes sem caráter vinculante/obrigatório: 
Princípios gerais do Direito: normas implícitas em todos os ordenamentos jurídicos. Decorrem de interpretação sistemática do ordenamento jurídico. 
Costumes: práticas reiteradas que geram uma relação de obrigatoriedade (podem gerar). Geram expectativa e previsibilidade em relação a determinado costume. Podem ser: Contra Legem (contra a lei); Secundum Legem (de acordo com a lei); Preter Legem (suprem lacunas legislativas). 
Doutrina: lições dos estudiosos sobre determinada matéria legislativa. 
Jurisprudência *: decisões reiteradas de um determinado tribunal/órgão jurídico sobre determinado caso (a qualidade dessas decisões é menor, já que são menos específicas).
Precedentes judiciais *: uma decisão, um único caso e um único tribunal (a qualidade da decisão é maior por ser mais especifica e mais alinhada ao caso concreto).
 * : Podem ser consideradas fontes vinculantes/obrigatórias se estiverem dentro do artigo 927º do CPC 2015. 
Integração da lei processual: sendo a lei processual omissa (havendo lacunas na lei processual), deve o intérprete realizar a sua integração através da analogia, costumes e princípios gerais do Direito.
Intimação X Citação: 
Intimação: ocorre quando há o conhecimento do processo; a intimação deixa o jurisdicionado a par de tudo o que ocorre no processo (o indivíduo já faz parte do processo e através da intimação toma conhecimento do andamento do processo). Observação: incorporado pelo CPC/2015 a intimação por hora certa. 
Citação: o indivíduo é chamado a fazer parte da relação processual. É o primeiro momento em que a pessoa toma conhecimento da relação processual. Antes da citação, não há conhecimento do processo. 
Proibição do Non Liquet: O juiz é proibido de não julgar o caso. O caso não pode deixar de ser julgado por conta de alegação de lacuna ou obscuridade na lei. O Non Liquet decorre do princípio de Garantia de Acesso à Justiça. Mesmo que não haja decisão expressa, o juiz precisa decidir conforme analogia, costumes e princípios gerais do Direito. 
Aplicação da lei processual civil: 
Aplicação no espaço: regra básica: a lei processual é aplicada em todos os órgãos que fazem parte da jurisdição nacional (a jurisdição está ligada a soberania nacional). Aplica-se a lei processual em todo o território nacional, já que a lei processual rege uma função do Estado brasileiro, a função jurisdicional! Se o processo está sendo conduzido no Brasil, é regido por leis processuais presentes no ordenamento jurídico brasileiro, independentemente de quem está envolvido no processo, se é estrangeiro ou não e etc. 
Aplicação no tempo: se a lei for omissa, entra em vigor após 45 dias da data de publicação. Se a lei for expressa, entra em vigor na data da publicação. A lei é determinada se estipular um período de vacatio legis (quando a lei estipula um prazo para entrar em vigor). 
Observação 1: A lei processual nunca retroage, já que respeita o ato jurídico perfeito. 
Processos encerrados: o ato jurídico perfeito (de acordo com a lei da época, preencheu todos os requisitos para ser considerada válida) foi concretizado. O processo foi concluído na época do CPC vigente e cumpriu todos os requisitos jurídicos da época. Portanto, a lei nova não deve retroagir para julgar um processo já encerrado, quando já houve ato jurídico perfeito.
Ações novas: mesmo que o fato tenha ocorrido em época passada e o processo tenha se iniciado no período do novo CPC/2015, o processo será regido CPC/2015, já que a situação foi dada em julgado quando o atual CPC já tinha entrado em vigor. 
Quando o processo está em curso e o novo CPC entra em vigor: 
1ª Teoria: Não adotada pelo nosso código de processo: O processo sempre é regido pela lei de instauração. Ou seja, se o processo se inicia na vigência de um CPC e ele é revogado, o processo terminará de ser julgado pelo código de processo anterior, não pelo atual. Problema: podem haver vários processos regidos por diferentes leis processuais, o que gera uma insegurança jurídica. 
Por isso, essa teoria só é aplicada quando a reforma processual atinge um número pequeno de processos. 
2ª Teoria: Adotada pelo CPC/2015: Teoria dos atos processuais isolados (Tempus Regit Actum). A lei processual civil se aplica imediatamente aos processos em andamento a partir da sua entrada em vigor (Art. 14º, CPC/15). 
Observação 1: O processo se prolonga ao longo do tempo, por isso o legislador deve prescrever como a lei deve se comportar diante de uma reforma processual, por exemplo. 
Observação 2: Processo em julgado é diferente de sentença final. 
Observação 3: O processo possui 3 fases, de forma resumida: Fase de conhecimento (vai até a sentença); Fase Recursal e Fase de Execução. 
Teoria das Fases Processuais: Atinge procedimentos revogados pelo novo código. Exemplo:procedimento sumário (procedimento abreviado); procedimentos especiais: ocorrem em juizados especiais (o procedimento é reduzido, abreviado). 
Conceito: quando há um procedimento revogado pelo novo CPC e nele não existem normas equivalentes àquelas que foram revogadas, isola-se a fase processual até a sentença (toda a fase de conhecimento é isolada) e a fase isolada será julgada conforme o código de processo antigo. O restante do processo será julgado de acordo com o novo CPC. Assim: Aos processos que não forem sentenciados, aplica-se a lei processual antiga. 
O CPC/15 adotou a Teoria das Fases Processuais. 
Não há uma lei equivalente no atual CPC que substitua o procedimento sumário.
Artigo 1046º, parágrafo 1º, CPC/15. 
Princípios do Direito Processual Civil: 
1º Devido Processo Legal: Art. 5º, inciso LIV (54) da Constituição (Direitos Fundamentais). Todos os indivíduos são titulares do Direito, estão sob a jurisdição brasileira e possuem direito ao devido processo legal como consequência dos dois primeiros pressupostos. É o processo que está de acordo com todo o ordenamento jurídico (com todas as demais garantias do processo e ritos da lei: razoável duração do processo; juiz parcial; igualdade jurídica; princípio do contraditório; lei de acesso à justiça) e que não somente está de acordo com o que dista a letra da lei. 
Observação 1: A norma é voltada para o Estado (é o destinatário, aquele que deve observar a garantia, o direito fundamental): o princípio fundamental do Devido Processo Legal protege os jurisdicionados do exercício abusivo do poder estatal (Art. 5º, inciso LIV, CF/88). 
Observação 2: A liberdade só pode ser restringida no Processo Penal, com uma exceção no Direito Civil, que é a prisão resultante de pensão alimentícia não paga. No Direito Civil, apenas os bens podem ser restringidos. O Processo Civil também é apto a restringir a liberdade civil. Função Jurisdicional no Direito Penal: restringir liberdade civil; Função Jurisdicional no Direito Civil e Direito Processual Civil: restrição de bens. 
2º Princípio do Contraditório: Art. 5º, inciso LV (55) da Constituição: O processo é o procedimento estruturado em Contraditório, construído a partir do diálogo (ouvir o que as partes têm a dizer, assim como as partes devem ouvir opiniões distintas das suas). Assegura que as opiniões divergentes sejam levadas ao processo. É a participação de todos os envolvidos no processo, por isso é um reflexo do princípio da democracia. 
É uma garantia do Estado Democrático de Direito.
Para que o Estado interfira na minha liberdade, é necessário que eu tenha tido todas as garantias durante o processo, toda a liberdade de ampla defesa e de manifestação. 
Todos os envolvidos no processo são titulares desse direito/garantia. A ampla defesa é uma garantia, um princípio do Direito Processual. 
As alegações ignoradas pressupõem que o autor ou réu teve seu contraditório violado. 
O princípio do contraditório se aplica aos princípios judiciais e administrativos (públicos ou privados). O contraditório perpassa a jurisdição. 
No processo administrativo público, por exemplo, o servidor e a pessoa que o acusa devem ser ouvidos igualmente, ambos devem ser ouvidos em suas manifestações/demandas. 
O contraditório é direito dos acusados, mas não somente dos acusados: isso serve para os processos penais, civis e administrativos. 
Contraditório Formal: É a faceta mais básica do contraditório. É a informação (citação e/ou intimação) + reação. É um binômio. Ambas as partes precisam tomar conhecimento do processo (precisam ser citadas ou intimadas). A reação é tomar conhecimento do processo e poder reagir às decisões judiciais. 
Contraditório Material (ou substancial): Falar no processo não é o bastante. Preciso ter a capacidade de influenciar nas decisões judiciais. Ou seja, o magistrado não pode me ignorar completamente. É necessário que os meus argumentos/fundamentos sejam ouvidos. 
Novo CPC/15: artigos 7º, 9º e 10º do novo CPC/15: Garantia de não surpresa. Artigo 7º: princípio da igualdade + o juiz deve zelar pelo contraditório. Artigo 9º: as partes precisam ser ouvidas antes que uma decisão seja tomada: ao contrário a decisão será uma decisão por emboscada ou decisão surpresa (são sinônimos). Artigo 10º: o juiz não pode decidir caso uma das partes não tenha tido a oportunidade de se manifestar. 
Observação 3: A regra é: 1º Manifestação – 2º Decisão.
A regra é que só se decida depois de ouvir ambas as partes, mas há exceções quando há o caráter de urgência, por exemplo, e o juiz tem que decidir sem ouvir uma das partes (decidir de ofício). O contraditório nesse caso é somente postergado, ou seja, é deixado para outro momento. 
Observação 4: Decisões de caráter urgente são dispostas assim: 1º Decisão – 2º Manifestação – 3º Decisão. 
Igualdade Processual: Art. 5º/Constituição; Art. 7º CPC/15. Primeiro aspecto do processo: Condução: não se pode dispensar um tratamento favorável a uma das partes e à outra não. O mesmo vale para o julgamento. Os demais jurisdicionados não envolvidos no processo também devem ser tratados com igualdade. Por isso, pressupõe-se que casos iguais devem ser tratados de forma igual. 
Igualdade Formal: todos devem receber igual tratamento durante o andamento do processo. 
Igualdade Material: existem particularidades que devem ser levadas em conta. É possível dispensar tratamento desigual quando tratar de forma igual se torna negativo ou sinônimo de desigualdade para uma das partes: Princípio da Paridade de Armas: equalizar as desigualdades do processo. 
Alguns processos possuem prioridade de tramitação: pessoas idosas ou portadoras de doenças graves: o tratamento desigual é estabelecido durante o processo para uma das partes em detrimento de tratamento igualitário para todos os outros jurisdicionados do processo. 
Prazo em dobro para a Defensoria Pública para que haja tempo hábil de manifestação no processo. 
Artigo 12º do CPC/15: Os juízes observarão preferencialmente a ordem cronológica de julgamento. 
Princípio da Publicidade: artigo 5º, inciso LX da Constituição: todo processo é público; artigo 93, inciso IX da Constituição também traz o princípio da publicidade dos processos. Motivos: evitar ilegalidades e possíveis erros no processo; garantir a todos os jurisdicionados a possibilidade de controle da função jurisdicional.
Regra: todo processo é público para os sujeitos envolvidos no processo: o juiz, em um processo que eu faço parte, não pode tomar uma decisão sem conhecimento de uma das partes ou de ambas as partes. 
Exceção: não envolvidos no processo: o processo é público, mas é possível limitar a sua publicidade quando há segredo de justiça: preservação da intimidade das partes e garantia do interesse público. Questões da vara de família já possuem antecipadamente segredo de justiça.
Razoável duração do processo: não existe um tempo determinado para a duração de um processo. A razoável duração ocorre quando o processo não tem nenhuma prolongação indevida, quando não prolonga indevidamente ao longo do tempo. Processos mais complexos demandam mais tempo e os menos complexos demandam menos tempo. 
Comportamento do órgão jurisdicional: cumpre prazos, trabalha com eficiência, as decisões são dadas com prazos coerentes. 
O comportamento das partes também é determinante para o andamento ou não do processo. 
É preciso observar a complexidade do processo, o seu caráter, as partes envolvidas e o comportamento do órgão jurisdicional. 
O processo deve durar tempo suficiente para que o conflito seja resolvido. 
Princípio da Eficiência: artigo 37º da Constituição e artigo 8º do CPC/15: atingir o máximo de resultado usando o mínimo de recurso. 
Imparcialidade do Juiz: é indispensável para a função jurisdicional. O juiz precisa ter distanciamento do caso e dos litigantes. É possível que ele tenha interesse no desfecho do caso e tenha proximidade com os envolvidos. Não é previsto expressamente da Constituição, mas o artigo 95º da CF informaacerca da imparcialidade do juiz durante o processo. 
O juiz só perde o cargo após sentença judicial transitada em julgado.
Garantias e Vedações: artigo 95º da CF. Vedações: é necessário exercer ou simular função de magistrado de forma estrita; é proibido o envolvimento em qualquer função político partidária. 
Artigos 144º e 145º do CPC/15: hipóteses de impedimento (impedimento de julgar o caso) e suspeisão (suspeito para julgar o caso): possível debate sobre a imparcialidade do juiz. 
Boa-fé processual: artigo 5º do CPC/15. A boa-fé processual pode ser violada por valores morais e éticos. Não é agir com boas intenções, mas o que importa é o resultado da conduta. O que interessa é a boa-fé objetiva e não a subjetiva. As intenções (subjetivo) não são levadas em conta, mas somente os resultados. Todos os envolvidos no processo precisam observar a boa-fé processual. Não há na lei um conceito bem definido de boa-fé, mas os artigos 79º a 81º do CPC/15 falam sobre as hipóteses de litigância de má-fé: 
Proibição do agir contraditório.
Proibição do abuso de direito: mesmo o direito sendo legítimo, a parte contrária é prejudicada. São recursos usados para prejudicar o progresso do processo. Aqueles que prejudicam fazem algo legítimo legalmente, mas que prejudica a parte contrária. 
Dever de cooperação: não é ajudar a parte contrária, mas cooperar para que haja o devido andamento do processo. Os sujeitos do processo devem colaborar para que a demanda atinja sua finalidade.
Dever de esclarecimento: as partes devem postular (pedir/pleitear) com clareza e coerência. 
Dever de lealdade: se portar de acordo com a boa-fé processual: artigos 79º a 81º do CPC/15 e artigo 5º do CPC/15. 
Dever de proteção: não utilizar o processo de modo a prejudicar a parte contrária: artigo 77, inciso VI do CPC/15. 
As decisões devem ser claras e coerentes e havendo omissão do dever de esclarecimento ou obscuridade do órgão jurisdicional, entrar com embargos de declaração. 
Dever de consulta: artigo 10º, CPC/15: o órgão deve advertir as partes por meio de intimação quanto ao uso inadequado do processo (caso haja erros na petição/declaração) para que as partes não sejam prejudicadas. 
Dever de Prevenção: artigo 76º, CPC/15: as partes tem o direito de manifestação.
Se liga que é hora da revisão! 
Instauração da lei processual: o processo é regido até o final pela lei processual que se instaurou no início desse processo. 
Relembrando: Atos processuais isolados- quando atingir um alto número de processos. Tempus regit actum - Termo em latim para os atos processuais isolados. 
Os atos são regidos pela lei processual do seu tempo. 
Quando o ato x for praticado a época do CPC y, é esse código que será utilizado. 
Fases processuais: se há um procedimento que foi revogado pela nova lei, isola-se a fase processual até a sentença e a fase isolada será julgada conforme o código de processo antigo. 
Cooperação: todos os envolvidos no processo devem cooperar entre si para que o processo atinja a sua finalidade (art. 6º, CPC/2015). As decisões judiciais devem ser claras e coerentes (dever de esclarecimento). O juiz, quando é pedido o embargo de declaração, deve, ele mesmo, dar as explicações pedidas. 
O juiz deve se esclarecer perante o jurisdicionado, deve ouvir o jurisdicionado- Princípio do Contraditório. 
Decidir de ofício: é a decisão sem a provocação do judiciário feita pelas partes. 
Notificação feita durante a consulta: intimação. Intimação feita a parte para corrigir os problemas em suas petições, declarações, etc. 
Direito Processual: ramo do direito que regulamenta o exercício da jurisdição. 
Direito Material: não versa sobre o exercício da jurisdição. Leis que versam sobre proteção de bens materiais. 
Há normas que versam sobre os dois direitos ao mesmo tempo, como a lei de impenhorabilidade de bens. 
Leis Federais Ordinárias: Há leis processuais esparsas: leis processuais que não estão no código de processo civil, como o código de defesa do consumidor. 
Eficácia horizontal dos direitos fundamentais: os direitos e garantias fundamentais são oponíveis nas relações entre particulares. Se estou respondendo por um processo administrativo, posso exigir que o processo siga o devido processo legal.
Se o órgão jurisdicional cuidou de dar o devido andamento ao processo contribuirá para a duração razoável do processo.
Eficiência: atingir o resultado máximo usando o mínimo de recurso possível. 
Duração razoável: quando não há nenhuma prolongação indevida no processo. 
Jurisdição!!!!!!
Características: 
1ª Substitutividade: quando a jurisdição atua ela se substitui na vontade das partes. Ou seja, a vontade das partes está expressa em petições iniciais e contestações. A lei diz que o autor deve trazer toda a sua pretensão já na petição inicial. Já o réu deve trazer toda a sua defesa na contestação. Autor e réu não devem ficar inovando, acrescentando coisas na petição inicial ou contestação. A lide será resolvida nos termos em que foi proposta. Quando a lide é colocada nas mãos do juiz, a decisão final do processo será dele, do órgão jurisdicional. A decisão final fica a cargo do Juiz. 
2ª Imperatividade: a função jurisdicional impõe as decisões judiciais. Se descumpro uma decisão, se é uma decisão que me manda fazer algo, o Estado vai fazer com que eu cumpra essa decisão através de imposições de medidas coercitivas, como exemplo as multas. Se encontra um método de garantir a efetivação da decisão. Anda junto com o critério da sujeição, já que quando a jurisdição é provocada, há uma submissão ao império de determinada decisão. 
Observação: A arbitragem não possui imperatividade!!!!!
3ª Inevitabilidade: uma vez provocada, a atuação do órgão jurisdicional se torna inevitável. Isso quer dizer que a jurisdição não pode atuar sem provocação, então a ideia é a inércia da jurisdição. O processo tem início apenas com a decisão das partes, mas mesmo que as partes não estejam interessadas na conclusão do processo, o juiz precisa dar andamento ao processo. 
Se a parte ajuizou uma ação e desistiu, o processo só vai ser extinto com a decisão do juiz que homologa a desistência. De uma forma ou de outra, o órgão atua. O abandono do processo é configurado quando o processo deixa de andar por uma atitude exclusiva de uma das partes. 
Observação: só quem pode abandonar o processo é quem dá início a ele. 
Observação: se as partes chegam a um acordo, a jurisdição ainda continuará atuando e a decisão final ainda será a do órgão jurisdicional. 
Observação: A arbitragem não possui imperatividade!!!!!
4ª Criatividade: todo o juiz, ao decidir, cria uma solução para um caso concreto. 
5ª A função jurisdicional é uma técnica de tutela de direitos: dentro do processo, há o reconhecimento, efetivação e proteção das situações jurídicas. Há o reconhecimento quando o juiz, na fase de conhecimento do processo (que vai da petição inicial até a sentença) reconhece um direito através do conhecimento da sentença. Se o sujeito julgado não cumpre a decisão, o Estado obriga ele a cumprir. Essa determinação de cumprimento está na fase de execução, ou cumprimento de sentença, é o momento de efetivação dos comandos. 
6ª Técnica de tutela de direitos: há um risco de um direito perecer se as partes frustrarem os objetivos do processo. Cautelar ou processo a medida cautelar: posso efetivar medidas cautelares para que o objetivo do processo não se frustre. 
7ª A atuação do órgão jurisdicional é sempre tópica ou problemática: a jurisdição só atua exatamente no ponto do conflito, da lide em questão. A jurisdição resolve o problema pontualmente. Sempre a jurisdição atua no caso concreto, nunca em abstrato. A jurisdição dá uma solução concreta, pontual, nunca atuando de forma abstrata. 
O legislativo atua em abstrato, porque delimita leis abstratas que resolvem problemas abstratos e futuros. 
O judiciário não pode atuar de forma abstrata, porque resolve os problemas de forma específica. 
8ª A jurisdição é insuscetível decontrole externo: o juiz dá uma decisão ilegal e indevida e quem resolve o controle da decisão é um órgão superior ou o próprio juiz (embargo de declaração). Não é possível que qualquer órgão externo a jurisdição realize controle sobre sua atuação, sobre suas decisões. Se uma decisão não é aceita por uma das partes, preciso recorrer a um órgão da jurisdição. O judiciário não sofre controle externo, mas os demais poderes podem receber controle do judiciário.
9ª Suas decisões possuem aptidão para se tornarem definitivas: vai chegar um determinado momento em que não há como mais recorrer, impugnar a decisão, o que determina a COISA JULGADA. As decisões não podem sofrer mais recurso. 
Princípios da Jurisdição:
1º Territorialidade: A lei processual percorre todo território nacional. A aplicação da lei processual brasileira ocorre onde se exerce a jurisdição. Essa função jurisdicional é uno indivisível. Uma decisão emanada em São Luís – MA produz efeitos onde quer que exista exercício jurisdicional, ou seja, as decisões que emanam de um órgão jurisdicional produzem efeitos onde quer que exista o exercício da função jurisdicional. Cada juiz só pode decidir determinada matéria se houver: 
Organização da atividade dos juízes. 
Divisão das regras de competência. 
Para que não haja conflito entre as decisões, é necessário que se defina as funções específicas de cada juiz. Há sentenças que podem ser dadas por determinado juiz e por outro não. 
Produção de efeitos que percorre todo o território nacional: Os órgãos devem estar no mesmo patamar. Há a necessidade de cooperação entre os órgãos (carta precatória: quando um juiz quer a cooperação de um juiz de outra comarca, envia uma carta precatória para que o órgão cumpra as requisições da carta, como executar audiências e efetivar determinada decisão judicial {tudo isso se resume a cumprir funções jurisdicionais}). 
Carta Rogatória: Se a cooperação for requerida a um órgão jurisdicional estrangeiro. 
2º Indelegabilidade: A função jurisdicional é indelegável. Somente quem pode tomar decisões no processo é o juiz.
Exceções: alguns atos administrativos do processo ou atos instrutórios podem ser delegáveis. Exemplo: atos que são próprios do juiz, mas podem ser delegados: atos administrativos. 
Atos instrutórios: reunião de provas, por exemplo. 
Carta de ordem: exemplo: o desembargador manda uma carta de ordem para o juiz para que este ouça uma testemunha que mora em outra cidade ou Estado e precisa ser ouvida por esse juiz. Isso pressupõe a Delegação: quando o órgão está em um patamar e o delegado em outro. 
3º Inafastabilidade da jurisdição: Artigo 5º, inciso 35º, CF. Se liga a garantia fundamental de acesso à justiça. 
Controvérsia principal: esgotamento das vias administrativas: a lei diz que a questão deve ser resolvida primeiro pelas vias administrativas para depois a ação ser ajuizada, porque se isso não acontecer pressupõe-se que não houve interesse no processo. As vias administrativas precisam ser esgotadas primeiro. 
A própria lei prevê hipóteses de esgotamento das vias administrativas. 
Problema: Isso afeta o direito de acesso à justiça, mas a maioria da doutrina acredita que até esse direito possui limitações. 
4º Juiz natural: Artigo 5º, 37º e 53º da CF: Se relaciona com a Competência e Proibição de tribunal de Exceção. O juízo competente é o que foi escolhido de acordo com critérios objetivos, impessoais e pré-estabelecidos. Esses critérios definem um juízo competente. São competências internas!
Impessoalidade: o sujeito não pode escolher o juiz que irá julgar sua causa. 
Proibição de Tribunal de Exceção: constituído pós fato (juízo post facto): criado depois do acontecimento, por causa dele e em razão da pessoa que vai ser julgada (ad personam). A proibição é legalizada porque as chances de condenação nesses tribunais são maiores. Um tribunal especial não pode ser criado para julgar casos específicos. 
5º Duplo Grau de Jurisdição: Incorporação de uma série de recursos que podem ser usados caso haja insatisfação com a decisão dada pelo juiz. É preciso uma instância revisora que realize o controle das funções judiciais. O órgão colegiado atua uniformizando entendimentos acerca de determinada matéria. 
Como o órgão jurisdicional atua no caso concreto?
Jurisdição Voluntária: Administração pública de interesses particulares. Exerce integralização (integração da vontade das partes para que haja produção de efeitos) e fiscalização (fiscaliza a presença dos requisitos legais). Na jurisdição voluntária não existe um conflito concretamente, mas sim um simples pedido de homologação. 
 Jurisdição Contenciosa: o órgão atua solucionando um conflito que existe concretamente. 
Observação 1: A maioria da doutrina entende que a jurisdição voluntária não é jurisdição, já que não há conflito no plano concreto e não há juiz se substituindo na vontade das partes, mas somente a homologação desse juiz. 
Competência Internacional (limites internacionais da jurisdição): A lei contempla hipóteses de casos que só juízes brasileiros podem decidir e casos que juízes brasileiros podem concorrer com juízes estrangeiros. 
Homologação de sentença estrangeira: para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, é necessária a atuação do STJ e a sentença será executada e cumprida em território brasileiro.
Proibição de homologação de sentença estrangeira: incompatibilidade com a ordem jurídica brasileira ou em hipóteses que a jurisdição brasileira considera o juiz estrangeiro como incompetente* para julgar o caso. 
A soberania nacional determina que juiz estrangeiro não pode determinar decisões que competem ao território brasileiro, como questões patrimoniais: divórcio, separação ou dissolução de união estável são questões que envolvem o mérito patrimonial e devem ser julgadas exclusivamente por órgão jurisdicional brasileiro, caso os bens estejam localizados em território brasileiro. 
* O conteúdo relacionado a Competência Jurisdicional será visto na unidade 7. 
Artigo 23º do código de processo- somente podem ser julgados por juízes brasileiros (competência internacional exclusiva dos juízes brasileiros) .
1º Bem imóvel situado no brasil 
2º Julgar questões de inventario, sucessão e partilha de bens situados no Brasil
3º Separação, divórcio com bens situados no Brasil.
Competência internacional concorrente: artigos 21 e 22 do CPC/2015. 
Qualquer que seja a localidade domiciliada no brasil, a ação pode ser ajuizada aqui.
O fato ocorrido no Brasil pode ser ajuizado aqui. 
Unidade 7- Competência:
As regras de competência: são um conjunto de limites dentro dos quais cada órgão pode legitimamente exercer a jurisdição. Se um órgão jurisdicional atua fora dos limites para o qual foi designado, chamo este órgão de INCOMPETENTE. Quando um processo é julgado por um órgão incompetente, o princípio jurisdicional violado será o princípio do juiz natural, que diz que tenho o direito de ser julgado por critérios de competência imparciais, objetivos e pré-estabelecidos. 
5 critérios GERAIS para definir a competência. Por exemplo: cada Estado pode detalhar a concretização desses critérios:
Critérios objetivos (art. 44º do CPC/2015): levam em conta os elementos da demanda, que são 3: partes, causa de pedir e pedido: Identificam a demanda do processo.
Partes: autor, réu e juiz. 
Causa de pedir: conjunto de fatos e fundamentos jurídicos. É a matéria do processo, do conflito. 
Pedido: o que eu quero com o processo. É a tutela buscada (condenação, declaração, reconhecimento) e o bem da vida (o que eu quero efetivamente; o pagamento de indenização, por exemplo). 
A competência é dividida em três: objetivo, territorial e funcional. 
Critérios objetivos: se dividem em pessoal, material, valor da causa, territorial e funcional. 
1º Critério Pessoal: leva em conta autor e réu. Leva em conta as partes do processo, da demanda. Se quero ajuizar uma ação contra a união, ajuízo a ação na justiça federal, porque a lei diz que deveser assim. Este é um critério absoluto!!!! – Existe em função do interesse público, o Estado é que define esse critério.
2º Critério material: leva em conta a causa de pedir. Leva em conta a natureza, a matéria do conflito. O juízo competente é definido de acordo com a matéria. Este é um critério absoluto!!!! – Existe em função do interesse público, o Estado é que define esse critério.
3º Valor da causa: temos que dar a causa um valor monetário. O valor da causa corresponde ao proveito econômico da demanda. Este é um critério relativo!!!! - Leva em conta um interesse privado, não mais estatal. Com excepcionalidade, esse critério pode ser absoluto, de acordo com a Legislação.
4º Critério Territorial: São os aspectos geográficos da demanda. Este é um critério relativo!!!! - Leva em conta um interesse privado, não mais Estatal. Artigos 43º a 53º do CPC/2015. Com excepcionalidade, esse critério pode ser absoluto, de acordo com a Legislação.
5º Critério Funcional: leva em conta as funções exercidas no processo. O órgão jurisdicional possui várias funções e cada fase do processo possui competências específicas e pessoas competentes para executar a função. Este é um critério absoluto!!!! – Existe em função do interesse público, o Estado é que define esse critério.
Critérios absolutos: pessoal, material e funcional. Não podem ser negociadas entre as partes. 
A inobservância desses critérios viola o princípio do juiz natural, previsto na Constituição. Isso gera um fenômeno, que é o fenômeno da incompetência, que pode ser absoluta ou relativa. 
Na incompetência absoluta:
A incompetência absoluta pode ser suscitada pelo juiz e pelas partes e não há um prazo especifico, já que é uma questão de interesse público, podendo ser suscitada em qualquer período, diferentemente do que ocorre com as questões de incompetência relativa. 
Reconhecida a incompetência, o processo é direcionado para o juízo competente, com as mesmas regras de sorteio para direcionamento para a vara competente. 
Como regra, os atos são aproveitados quando o processo já gerou efeitos. A não ser que o juízo decida de forma contrária e reforme os atos. 
Na incompetência relativa (valor da causa e territorial): 
O juiz não pode suscitar essa questão. 
Ao réu compete suscitar a incompetência. 
A questão é de interesse das partes. 
De ofício, sem ninguém provocar, o juízo não pode se declarar incompetente. 
O autor NÃO pode suscitar essa incompetência, somente o réu. 
Essa incompetência tem um prazo (durante o período de contestação) para ser suscitada pelo RÉU. 
Quando o réu não suscita a incompetência, o juízo incompetente se torna competente: Prorrogação de Competência (art. 65º do CPC/2015). Isso só ocorre na incompetência RELATIVA. 
As decisões já tomadas não se anulam, são mantidas. 
Essa competência pode ser alterada pela vontade das partes, por exemplo: nas cláusulas de eleição de foro. 
Causas de modificação de competência: 
Observação: identidade entre partes: mesmo autor e mesmo réu. 
1º Conexão- artigo 55º do CPC/2015. Se caracteriza por várias causas com o mesmo pedido ou causa de pedir (há uma identidade entre as causas de pedir). O ajuizamento da causa é igual. Decisões com analises distintas de um mesmo caso. As causas precisam ser reunidas para julgamento perante o órgão prevento. Os processos serão reunidos para julgamento em uma mesma vara, que é o órgão prevento. 
Hipótese prevista no código: Possibilidade de reunião para julgamento mesmo que não haja o preenchimento do critério de conexão: basta que haja o risco de decisões conflitantes. Isso ocorre quando há uma mesma relação jurídica, havendo o risco de julgamentos conflitantes, mesmo que não haja a conexão. 
2º Continência: art. 56º do CPC/2015. Há uma identidade entre partes, identidade entre causa de pedir, mas o pedido de uma é maior (por ser mais amplo) que o pedido da outra e abrange esse pedido menor. A ação que possui o pedido maior é a ação continente e a menor é a ação contida. Caso a ação contida (a ação menor) seja ajuizada posteriormente, deve ser extinta, conforme informado pelo artigo 57º do CPC/2015. 
Roteiro para identificar o juízo competente:
1º Se a competência é exclusiva ou concorrente. Constatar se o juizado brasileiro pode pegar a causa. 
2º Se a causa pertence a algum tribunal ou a algum órgão atípico. Se for de competência originária do tribunal, já vai começar lá. Se o órgão jurisdicional for atípico, o poder jurisdicional é aquele que não é exercido pelo judiciário. Se não for nenhum dos dois: 
3º justiça comum: estadual e federal; justiça especial: militar, eleitoral e do trabalho. Será estadual ou federal: a federal- constituição, artigo 109º. O que está fora do 109º, será competência estadual. Não sendo de competência federal, será competência residual (competência estadual é residual porque é o que sobra da competência federal e especial).
Observação: A competência é concretizada (deixa de ser algo abstrato) em um órgão específico para julgar uma causa, a partir do sorteio da distribuição. O juízo competente específico é definido na distribuição da petição inicial. 
Observação: A jurisdição é a mesma para todos, o que muda são os limites de competência. 
Regras que devem ser observadas antes da definição das competências: 
1º Art. 43º do CPC/2015: A competência se perpetua no órgão competente: Perpetuatio jurisdictionis: 
Quando vou ajuizar a ação tenho mais ou menos uma ideia para onde vou mandar, mas é no momento da distribuição da petição inicial que a competência é fixada. A competência é definida no momento da distribuição e não há relevância nenhuma alteração de fato ou de direito ocorrida depois da distribuição.
Exceções a primeira regra: se foi suprimido um órgão da jurisdição, a competência pode ser mudada.
2º Regra da competência sobre competência: Mesmo que o juiz seja incompetente, ele tem competência para avaliar a sua própria competência. Uma ação é ajuizada perante um juízo incompetente: rigorosamente ele não é juiz natural e não deve interferir sobre esse caso. Mas ele pode tomar uma decisão e dizer que não é competente para julgar a causa. 
3º Regra da Distribuição: Artigos 284º e 285º do CPC/2015: Todo processo está sujeito a um registro e deve ser distribuído onde há mais de um órgão competente. O processo deve ser distribuído eletronicamente e deve respeitar a igualdade. 
4º Regra da Prevenção (artigo 59º do CPC/2015): é uma técnica para exclusão de outros órgãos potencialmente competentes para conhecer da demanda. Quando as ações são conexas e além disso há o risco de decisões contraditórias, o CPC determina que essas ações sejam reunidas para julgamento. Assim, uma das ações vai para outra vara e serão reunidas. O critério para exclusão é o cronológico: distribuída a petição inicial torna-se o juízo prevento. Isso quer dizer que das demais decisões relacionadas que decorram da decisão, devem ser ajuizadas no juízo prevento, ou seja, naquele em que a ação foi ajuizada PRIMEIRO. 
Teoria da Ação:
O direito de ação contempla tudo o que vimos ao longo dessa disciplina, como o acesso à justiça e o devido processo legal e todos aqueles outros direitos já estudados. O direito de ação é autônomo e abstrato. Autônomo porque independe do direito material (que engloba o direito privado). O simples fato de poder provocar o judiciário e isso me garantir direitos constitucionais. Então, a possiblidade de violação já constitui a tutela em favor da garantia de direito de ação. Todos nós temos direito de ação.
Não depende de uma ação concreta da jurisdição (abstrato). Assim, quando foi constatado que eu não tenho razão na busca por determinada tutela, ainda assim tenho o direito de ação. 
Condições de ação: requisitos que devem ser preenchidos para que haja uma tutela jurisdicional de mérito. São fundamentais para que o juiz consiga resolver o mérito da causa. 
A decisão judicial que não é de mérito não possibilita a análise do processo para a constataçãode que uma das partes tem ou não razão em receber determinado direito. O processo é extinguindo antes que haja a resolução do mérito da causa. Se não preencho alguma das condições de ação, há a extinção prematura do processo. A carência de ação é o não preenchimento de uma das condições de ação. Havendo a carência de ação, o processo é extinto sem a resolução do mérito (extinção prematura do processo). 
Observação 1: O novo CPC não utiliza a expressão condições de ação. Isso fez com que autores discutissem sobre a existência ou não das condições de ação no NCPC 2015. 
Observação 2: As condições de ação podem ser analisadas a qualquer tempo do processo? Sim, porque são questões de ordem pública. Mas as consequências para o processo variam de doutrinador para doutrinador. Para alguns autores, somente se houver a identificação no início do processo, é que a extinção pode ser feita. Para outros autores, a identificação das condições de ação deve ser feita ao longo do processo. 
Então, a teoria da Asserção diz que as condições de ação devem ser analisadas a partir da narrativa inicial. Se na narrativa inicial fica claro que não há presença das condições de ação, se extingue o processo sem resolução do mérito. 
Se na leitura inicial, se constata a presença das condições (dessa forma, o processo é tocado para frente) e mais à frente se constata a falta de uma das condições, extingue-se o processo com a resolução do mérito. 
Há duas (2) condições de ação: 
1º Interesse: é diferente do interesse meramente subjetivo; aqui é o interesse processual: quando há o preenchimento da necessidade, utilidade e adequação. Existe o interesse de agir quando o processo é necessário para obter determinada vantagem ou utilidade. Quando não há um conflito, uma lide, não há a necessidade de ajuizar certa causa, por exemplo. Quando não há uma resistência a uma pretensão, não há a necessidade de se pleitear em juízo. 
O procedimento buscado também deve ser adequado para tutelar o direito. Exemplo: A arbitragem é um meio adequado quando alguém que já tem um título executivo não parte para fase de conhecimento, mas sim já vai para a fase de execução do processo (não é necessário que a pessoa que já possui um título executivo parta para a fase de conhecimento do processo, porque isso seria desnecessário e seria um artifício para se argumentar que o autor não tem interesse pelo processo). 
2º Legitimidade: Para postular em juízo, é preciso ter legitimidade, é preciso ser parte legítima. Geralmente, como regra, a parte legítima é aquela que é titular de um direito ou aquela que violou um direito (a partir do conceito da relação jurídica de direito material). A parte ilegítima é aquela que não tem nada a ver com o processo. 
Legitimidade ativa: autor. Legitimado ativo. 
Legitimidade passiva: réu. Legitimado passivo.
Legitimidade ordinária: o sujeito está em juízo em nome próprio defendendo interesse próprio. Exemplo: o sindicato tem a sua luz cortada e recorre a cemar. 
Legitimidade extraordinária: o sujeito está em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio. Exemplo: sindicatos: defendem os interesses dos sindicalizados. 
Capacidade de ser parte: todos os sujeitos de direito possuem legitimidade de ser parte. Todos são capacitados para ser parte de um dos polos do processo. 
Capacidade de estar em juízo (capacidade civil): possibilidade de estar em juízo discutindo um direito. Às vezes, é necessário que haja a representação para menores, que são relativamente incapazes, portadores de deficiências ou idosos (podem possuir impedimentos que impossibilitem a capacidade de estar em juízo). 
Sucessão processual: os herdeiros podem suceder alguém em uma relação processual, que podem se habilitar a ser um dos polos do processo. 
Capacidade Postulatória: Capacidade que alguns sujeitos têm de postular em juízo, de praticar atos em juízo. Advogados e defensores públicos, por exemplo, são capazes para postular em juízo. Em juizados especiais, o próprio réu ou ator pode postular por si mesmo, ou se um advogado for ao mesmo tempo réu do processo, ele poderá se defender, sem necessitar contratar um advogado. 
Pedido juridicamente possível: que tem coerência para ser postulado em juízo. Por exemplo: alguém que vive em união estável não pode ajuizar uma ação de divórcio. 
Pressupostos Processuais: 
Não confundir com condições de ação!!!!!
Pressupostos Processuais: são elementos que devem estar presentes ou ausentes para que o processo exista e tenha validade ou regular desenvolvimento: 
De validade:
Pressupostos de existência: necessários para que o processo exista. Primeiro, há de haver a provocação inicial para que o processo se inicie. A jurisdição é inerte e só começa a atuar quando é provocada. A provocação também deve se direcionar ao órgão jurisdicional. 
Também é necessário como pressuposto de existência a citação do réu. Mas o processo também pode existir sem a citação em alguns casos: como exemplo, há casos em que o juiz sentencia a causa sem citar o réu. 
Pressupostos de validade: aptidão de provocação do Estado: há requisitos mínimos para a petição inicial, para que o Estado seja retirado da inércia. 
Competência do Juízo: já foi visto anteriormente.
Imparcialidade do juiz: já foi visto anteriormente.
Capacidade de ser parte e capacidade de estar em juízo. 
Capacidade postulatória. 
Citação válida: série de validades para realização da citação, porque a citação é o ato por excelência que irá concretizar o contraditório (com a contestação, com a possibilidade de defesa e participação de todos no processo).
Pressupostos processuais negativos: devem estar ausentes no processo:
Nestes casos, o processo será extinto sem resolução de mérito!
Litispendência: repetição de uma ação que já está em curso. Analisando os elementos da demanda (partes, causa de pedir e pedido), sei ou não se uma ação está se repetindo. Aqui deve haver a tríplice identidade entre esses 3 elementos da demanda para configurar a repetição da ação. Exemplo: dois processos iguais em uma mesma vara: há a extinção da segunda ação proposta.
Coisa julgada: se já há coisa julgada em determinado processo ou demanda, não posso voltar a discutir essa mesma matéria. Os elementos da tríplice identidade também devem ser idênticos para que se configure coisa julgada. 
 Perempção: aqui há o ajuizamento pela quarta (4ª) vez de uma ação que nas 3 vezes anteriores foi extinta por abandono processual. 
Convenção de arbitragem: pactuar que um determinado caso será resolvido pelo método da arbitragem. As duas partes precisam concordar, uma não pode recorrer em juízo caso já tenha ocorrido a convenção de arbitragem. 
Falta de caução exigida por lei: se a garantia não é prestada, a tutela jurisdicional não é recebida. Não pode ocorrer a falta de uma garantia exigida por lei. As garantias servem para assegurar as finalidades do processo. 
Preclusão:
É uma perda de um poder processual. Os sujeitos perdem poderes para que a boa-fé processual seja atingida e para garantir que o processo atinja a sua finalidade. São limites às partes durante o processo: os poderes não podem ser ilimitados. 
Preclusão temporal: perda do poder processual em virtude do tempo. Para prática de atos processuais há sempre um prazo. 
Preclusão lógica: há a perda do poder processual pela prática de um ato incompatível com o que se deseja praticar. Existe para assegurar a boa-fé processual também. 
Preclusão consumativa: perca do poder processual quando já pratiquei o ato que desejava praticar.

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