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• Objetivos: entender se o ativismo judicial interfere no processo político. Entender em que medida o ativismo judicial possui natureza jurídica de comportamento antidemocrático. • Embora caiba a outros poderes a definição de politicas públicas, segundo a interpretação de juízes, cabe ao judiciário determinar o alcance de tais políticas com base no texto constitucional. • Os juízes tem entendido que podem delimitar o exercício de direito fundamental ou viabilização de políticas públicas definidas no texto constitucional. Especialmente quando os órgãos responsáveis por operacionalizar e desenharem tais políticas não cumprem seus encargos, isto é, devido a inércia dos órgãos competentes, ocorre comprometimento da eficácia de determinados direitos sociais e culturais, cabendo ao judiciário atuar no sentido de viabilizar tais direitos. • Para os juízes, a pratica encontra guarita no sistema jurídico. (Sérgio) defende que quando há excessos no papel desempenhado pelo judiciário, nos casos de ativismo judicial, ocorre comprometimento do plano interinstitucional, comprometendo os valores democráticos. • Distingue a judicialização de políticas públicas de direitos fundamentais e o ativismo judicial. • Os modelos surgiram em parte devido a omissão legislativa e administrativa e inspirados por teorias doutrinárias. • Com a atual crise do Estado Constitucional Contemporâneo, marcada pela passagem da modernidade para a pós-modernidade, o campo jurídico sofreu alterações pragmáticas. • Em decorrência disso, diversos estudos depositaram no juiz a tarefa de concretizar o texto constitucional. • Entende que o neoconstitucionalismo ao encarar o texto constitucional como de linguagem aberta e flexiva, contribuiu para o comportamento proativo dos juízes. • Defende que embora bem intencionado e muita vezes embasado em teorias, o controle judicial de políticas públicas e de questões relacionadas a bens e serviços de saúde pública muitas vezes recai em ativismo judicial antidemocrático. • Defende que o judiciário não pode resolver todos os problemas sociais. Defende que a resolução de problemas relacionados às políticas públicas cabe a administração pública e ao legislativo. • Entende que a doutrina tem criticado o ativismo judicial. • Entende ativismo judicial de maneira restritiva, como: comportamento ou uma atuação judicial que invade os espaços de competência constitucional das funções legislativa e de governo. • Diferencia judicialização de ativismo judicial. Judicialização: a decisão decorre do sistema jurídico. Ativismo judicial: protagonismo do judiciário frente aos outros poderes. • Entende que o ativismo é resultado do desejo do judiciário de modificar a realidade social circundante. • Entende que no comportamento ativista, o juiz, desprezando a autonomia do Direito, decide com base em suas convicções pessoais e preferências ideológicas. • Entende que a judicialização é inerente ao exercício da jurisdição constitucional, garante a eficácia dos direitos fundamentais sociais. Defende que a existência de tensões entre os poderes é normal. • Defende que no ativismo as tensões chegam a um estágio perigoso e antidemocrático. • Defende que embora seja claro o papel da jurisdição constitucional, é necessário vedar a atuação judicial que tem como base critérios iminentemente políticos e não critérios preponderantemente jurídicos. • Entende que desrespeitas tal premissa é um ato antidemocrático, nomeia de ativismo judicial político. • Entende que quando o judiciário decide no lugar de outros poderes o comportamento é inconstitucional e autoritário. • Entende que a cisão entre argumentos de política e argumento de direito é difícil, mas necessária. • Sendo assim, além de ofuscar o papel da Política, o excesso de jurisdição, ou seja, uma atuação sem limites, mesmo que seja no campo das políticas públicas de saúde, pode contribuir para um ambiente antidemocrático. • A questão central, portanto, é estabelecer os limites dessa atuação, exatamente para não prejudicar a continuidade de serviços essenciais à população, a pretexto de se concretizarem direitos sociais. • Defende que é necessário equilibrar a atuação do judiciário para que não sejam colocados em risco postulados do Estado de Direito. • Defende que o judiciário não pode ser visto como uma figura paterna de uma sociedade órfã. • Entende que a democracia representativa e inclusiva voltada para a resolução dos problemas sociais é um bom caminho para a formulação de políticas públicas. • Defende que, hoje, diferentemente do que ocorria quando a separação dos poderes foi implantada, o judiciário não é o poder mais frágil. Defende que houve uma inversão, vide controle de constitucionalidade. Assim, é necessário controlar os limites da ingerência do judiciário na atuação dos demais poderes. • Defende que é necessário impor limites a atuação do judiciário, objetivando garantir uma atuação verdadeiramente democrática. • Entende que é necessário distinguir as decisões baseadas em princípios daquelas baseadas em política. Dworkin. • Defende que constantemente decisões judiciais tem infligido o campo dos princípios e passado ao campo da política. • Defende que com o ativismo judicial é retirada da população o senso de responsabilidade em relação aos assuntos estatais. • Se não são fixados os devidos limites, a tendência é de que a jurisdição constitucional passe cada vez mais a se considerar como a instituição preferencial na aferição e na proteção dos valores da sociedade, o que demonstra que a premissa relatada anteriormente é antidemocrática. Considerações finais • Atualmente, é notável a ampliação dos espaços decisórios na esfera judicial. A abertura semântica dos direitos fundamentais, das cláusulas gerais e de princípios constitucionais, inclusive da proteção à dignidade humana, tem proporcionado a existência de decisões que nem sempre respeitam os limites do Direito em sua relação com a Política, a Moral e a Economia. Ademais, algumas dessas decisões, no contexto do controle de políticas públicas, inclusive em demandas por prestações de saúde, têm sido rotuladas de “ativistas”, exatamente por invadirem os espaços de atuação das outras esferas de poder, suspendendo a legalidade vigente para dar lugar às convicções pessoais e ao discricionário senso de justiça do juiz. • Não se discute, no contexto atual, que a complexidade da sociedade pós- moderna não admite mais juízes que atuem apenas declarando a vontade normativa, em completa desconexão com a realidade concreta. Pelo contrário, como se sabe, “texto normativo” e “norma” são fenômenos jurídicos que não se confundem, sendo essa última resultante da criação judicial, no processo hermenêutico de tomada de decisão. Ocorre que, mesmo no processo judicial de concretização do texto constitucional, impõe-se respeitar os limites da superação de poderes, sob pena de se comprometer a essência do Estado Democrático de Direito. • Afinal, os juízes não foram eleitos, e o resultado da decisão, mesmo que correto e relevante, deve respeitar os parâmetros procedimentais e decisórios relativos ao exercício adequado da jurisdição. Ademais, o comportamento ativista dos juízes, por desprezar o Direito para decidir com base em seus valores subjetivos e ideologias, acaba ofuscando o espaço essencial da política, pois suplanta outros palcos anteriores de dissenso e de deliberação democrática. Em outros termos, o ativismo judicial ofusca a capacidade de mobilização política da sociedade. Nessa perspectiva, impõe-se revalorizar o papel do legislador e do governo na definição e na concretização das políticas públicas, reservando à jurisdição um campo de atuação meramente subsidiário, normalmente apenas em situações de extrema urgência quanto à tutela de direitos.
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