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Teoria Geral do Processo Apostila Aula com Penido na UIT

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Teoria Geral do Processo – Marcos Penido
Introdução
Teoria Geral do Processo é basicamente o estudo de três instituições:
Jurisdição: mediante o uso da jurisdição o Estado diz o Direito, soluciona conflitos quanto acionado. (Até ser acionado, o Estado é inerte)
Ação: Direito subjetivo de evocar a jurisdição.
Processo: Método utilizado para solucionar conflitos. É o conjunto de atos coordenados que tem uma finalidade – pacificar a sociedade.
Do latim procedere, caminhar, ir em frente.
São essenciais ao processo a figura do juiz, o pressuposto processual e ainda a condição de ação.
Petição Inicial
Contestação
 Fase Petitória
 Réu
 Onde o réu apresenta sua defesa, seus argumentos, sua versão
.
15 diasEstrutura do processo
Fase Petitória
 Juiz
2) Corporificar o processo
4) Ato pelo qual se dá ciência ao réu do processo, e que ele tem o ônus de se defender
.
1) Distribuir
2) Autuar
3) Registrar
4) Citar
Fase Petitória
Autor
Apresentação do conflito pelo autor e solicitação da solução
10 dias
Sentença
Fase Decisória
O juiz dá a decisão.
Fase Probatória
Produção das provas mediante o juiz
.
Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ)
 
Fase do Saneamento
Juiz
1) Caso haja um vício no processo, ou o conflito não é resolvido e o juiz dá fim ao processo; ou o processo é regularizado.
2) O processo é regular e sem vícios. Processo de cognição restrita (não há discussão do fato): o juiz dá a sentença.
3) O processo é regular e sem vícios. Processo de cognição ampla (envolve uma questão de fato e outra de direito): continua o processo.
Fiscalização do processo
 Fase Petitória
 
Autor
Momento em que o a
utor toma consciência do que fo
i alegado pelo réu, e impugna estes argumentos.
 
10 dias
Réplica
Fase Executória
Execução da sentença
Fase Recursal
Estágio Ordinário: TJ
Estágio Especial: STJ
Estágio Extraordinário: STF
RecursoHistória do Processo
	Nos tempos antigos, a solução de conflitos se dava pela submissão, desistência, imposição, ou seja, pela lei do mais forte. Desde este tempo, ainda de desorganização estatal, percebeu-se que a solução não poderia ser assim. Então, surge os primeiros juízes que eram os sacerdotes. O povo acreditava que, estes estavam mais próximos de Deus, logo, seria mais fácil para solucionarem os conflitos.
	O Estado Antigo, já dotado de alguma organização era incapaz de impor sua vontade. O processo romano se desenvolveu em dois estágios e era realizado por árbitros que não estavam vinculados ao Estado. As partes compareciam ao pretor para informar a existência do conflito e informar que haviam escolhido um árbitro. Este primeiro estágio perante o pretor era apenas um juramento. As partes juravam que cumpririam a decisão do árbitro. Era um compromisso de obrigação moral, até porque o Estado Romano era desaparelhado. Quando o Estado Romano toma forma e se organiza, entra na Fase Clássica. Nesta segunda fase, o pretor toma para si o poder de nomear o árbitro.
	A Fase Moderna se dá quando o Estado Romano está completamente organizado, capaz de decidir e impor suas decisões. O pretor manda o árbitro às favas e monopoliza o poder de dizer o Direito.
	A característica básica do processo é a jurisdição (jurisdicto: dicção do Direito). É o poder que o Estado tem de dizer o Direito e assim pacificar a sociedade. O Estado não só estabelece o direito, assim como também o impõe.
	O símbolo do poder do pretor era uma vara (por isso o uso do termo “vara” no meio jurídico. No período romano, o centurião, portando a vara do pretor, fazia as vezes do nosso atual oficial de justiça.
	O Brasil, ao se tornar independente, não possuía legislação e adotou a portuguesa. A primeira constituição brasileira foi de 1824 (Período Imperial) e nela estavam contidas as primeiras regras do processo. As regras de processo civil só surgiram em 1850, pois o Código Comercial, na sua parte final, tinha procedimentos para resolver conflitos civis.
	O processo só passou a ser considerado ciência a partir da década de 30, quando veio ao Brasil um processualista italiano chamado Eurico Túlio Liebman, o qual havia estudado com Chiovenda. O primeiro Código de Processo Civil é de 1939.
Aplicação da Lei Processual no tempo e espaço
	A lei processual só é aplicada no espaço, a partir de um princípio básico: o Princípio da Territeriolidade. A lei processual se aplica a todo território nacional com a exclusão de qualquer outra norma. A explicação disso é simples: jurisicação é ato de soberania. Se é ato de soberania, não há sentido na aplicação de lei estrangeira em território nacional.
	A aplicação processual no tempo têm três teorias doutrinárias:
Unicidade Processual
Caso haja a publicação de uma lei processual nova, ela só será aplicada aos novos processos, ou seja, aqueles processos que tenham se iniciado já na vigência da nova lei. Os processos antigos que já haviam se iniciado devem terminar com base na lei antiga.
Fases Processuais
Se há uma lei processual nova, esta se aplica à fase nova do processo. A fase antiga termina conforme a lei processual antiga.
Atos Isolados (ADOTADA NO BRASIL)
Observada a vacatio legis, a lei processual nova entra em vigor imediatamente, e se aplica a todos os processos, independente das fases em que se encontrem.
Princípios que regem o Processo
	Existem duas espécies de princípios processuais: informativos e gerais.
Informativos
São como normas ideais, buscam inspirar o legislador processual.
Princípio Lógico
		O legislador deve buscar normas capazes de garantir o aparelhamento do judiciário. O judiciário só poderá cumprir sua missão se estiver estruturado (em termo de pessoas, máquinas, etc).
Princípio Jurídico
	Visa inspirar o legislador a editar normas capazes de favorecer que a verdade real seja descoberta, e que o erro judicial seja evitado.
Princípio Econômico
Normas que permitam um judiciário acessível a todos em termos de custo e tempo despendidos.
Princípio Político
Normas que sejam capazes de permitir a máxima garantia individual com o mínimo de sacrifício coletivo.
Gerais
Princípio da Demanda
	Diz respeito à atuação do juiz. A doutrina tem duas posições distintas para defender a forma de atuação do juiz. Há aqueles que defendem a teoria do inquisitivo, e ainda aqueles que apoiam o despositivo
Inquisitivo
	Para aqueles que defendem o inquisitivo, toda iniciativa do processo está concentrada nas mãos do juiz. O juiz sempre tem autorização para agir sem que haja requerimento da parte. Quando o juiz age desse modo, diz-se que ele age de ofício. No inquisitivo o juiz sempre agirá de ofício.
Despositivo
	No despositivo ocorre o contrário, toda iniciativa do processo está concentrada nas partes. O juiz nunca age de ofício, só age se houver requerimento.
	O processo brasileiro adota um sistema misto, com preponderância absoluta do despositivo, podendo-se dizer que o processo brasileiro é despositivo com um toque do inquisitivo. No processo brasileiro, a iniciativa do processo está nas mãos das partes.
	 Só eventualmente, o juiz pode agir de ofício. Ele age de ofício quando se sente próximo de alcançar a verdade real, o que é raro. Ou ainda, ele age de ofício quando o processo está sendo ameaçado.
	No processo do trabalho, o toque inquisitivo é maior. O juiz age de ofício em toda execução da sentença.
Princípio do Juiz Natural
		Afirma que todos tem direito a um juiz imparcial, escolhido de forma aleatória, e que, tenha sido nominado para a função de acordo com as regras pré-estabelecidas, no nosso caso, concurso de provas e títulos, ou nomeação na forma da lei.
Princípio do Devido Processo Legal (Due Process of Law)
		Todos tem direito a um processo justo, que só será obtido se forem observadas regras pré-estabelecidas. Não há surpresas no processo. Não se admite regras após o fato ocorrido. Não serão admitidos tribunais de exceção (aqueles que são criados para apreciar o fato depois que ele ocorre).Sou houve um tribunal de exceção: o Tribunal de Nuremberg (julgamento dos crimes nazistas).
Princípio da Imparcialidade do Juiz
		O juiz se coloca acima e entre as partes, de forma equidistante. A imparcialidade do juiz, além de princípio, é pressuposto da validade do processo. Se há ofensa ao princípio, ou seja, o juiz não age de forma imparcial, o processo será nulo.
Princípio da Ampla Defesa
		Existe para que as partes tenham iguais direitos e deveres, e é obrigação do juiz garantir que as partes tenham iguais oportunidades para formular suas razões. O autor formulará tese, o réu a antítese. E o juiz de posse dos dois argumentos, fará a síntese.
Princípio do Contraditório
		É absoluto. Gera três consequências básicas:
 	Não há processo sem citação;
Nenhum ato será praticado sem que se dê ciência às partes;
Nenhuma decisão será proferida sem que as partes sejam ouvidas.
Princípio da Eventualidade
		Diz respeito à atuação das partes. Todos os argumentos de ataque e defesa, ainda que possam parecer contraditórios entre si, devem ser lançados em um único momento (momento processual oportuno), sob pena de preclusão temporal.
Princípio da Instrumentalidade das Formas
		O conteúdo prevalece sobre a forma. Não se anula ato processual que, embora não tenha observado a forma legal, atingiu seu objetivo e não causou prejuízo às partes. Existe exceção, quando a lei determina que a forma é da essência do ato.
Princípio da Publicidade
		Além de princípio processual é também garantia fundamental do indivíduo. Também tem caráter político. Os atos processuais são públicos. Isto só não ocorrerá se o interesse público determinar o contrário, para garantir, por exemplo, um bem maior, como o sigilo, etc.
		A publicidade garante a verificação da imparcialidade do juiz e da legalidade das decisões. É por esse principio que existe a máxima de que “o povo é o juiz do juiz”.
Princípio da Concentração
		Impõe à prática do maior número de atos em um menos espaço de tempo. As audiências refletem esse princípio, pois vários atos podem ocorrer nelas. Desde a apresentação da defesa ou contestação até a sentença. Na audiência se produzem as provas, por exemplo. Há o debate das partes, a decisão é proferida. A consequência da concentração é o princípio da imediatidade.
Princípio da Imediatidade
		Quer dizer identidade física do juiz, ou seja, a mediação do juiz com a prova. Contato direto do juiz com a prova, com as pessoas cujas declarações serão analisadas. O juiz que ouve a prova, é o que deve julgar.
Princípio da Preclusão
		É a perda do direito de praticar o ato, seja pela questão temporal ou lógica.
Preclusão Lógica
	Não se pode praticar atos que sejam incompatíveis com aqueles praticados anteriormente.
Preclusão Temporal
	Perda do direito de praticar o ato não praticado no tempo oportuno. A preclusão temporal pode ser ainda soberana ou suma.
Soberana
	Se dá quando o ato que se pretendia praticar era um recurso, ou seja, quando se perde um prazo para recorrer.
Suma
	Opera-se quando o ato é uma ação recisória.
Princípio do Duplo Grau
		É aquele que traz a garantia às partes de ver a decisão em seu processo submetida à um re-exame por juiz de grau hierarquicamente superior.
Princípio da Persuação Racional do Juiz
		O juiz forma livremente sua convicção, mas livremente não quer dizer arbitrariamente. A livre convicção deve ser motivada, fundamentada, ou seja, o juiz deve fundamentar suas decisões segundo regras processuais pré-estabelecidas. Essa exigência da motivação tem dois fundamentos básicos:
 Permitir a impugnação e a reforma da decisão, se for o caso.
Permitir verificação da imparcialidade do juiz.
Princípio da Celeridade
		Diz muito mais a respeito do procedimento do que processo. Impõe ao juiz e às partes zelarem para que os atos processuais sejam praticados dentro de prazos que sejam socialmente aceitáveis.
Princípio da Oralidade
		Liga-se à concentração e à celeridade. É a preferência pela prática de atos de forma oral.
Jurisdição (Juris dicto)
	É o poder que o Estado tem de dizer o Direito. É função estatal exercida no processo com a finalidade de solucionar conflitos. Nesta função, o Estado substitui as partes em conflito. E de forma imparcial, pacifica a sociedade.
	Jurisdição é ao mesmo tempo um poder, uma função e uma atividade.
Poder, porque decorre da capacidade do Estado de decidir, e de impor suas decisões.
Função, porque é obrigação do Estado pacificar a sociedade.
Atividade, porque a jurisdição se desenvolve através de um complexo de atos que são praticados pelo juiz no processo.
	O juiz exerce poder e função.
	O exercício da jurisidição pressupõe o preenchimento de alguns pressupostos. São três:
A jurisdição é exercida através de regras pré-estabelecidas. Isto quer dizer que a jurisdição é legal.
A jurisdição é exercida por órgãos imparciais do poder judiciário, ela é portanto, imparcial.
A jurisdição só é exercida se provocada, logo ela é inerte.
	Jurisdição é regulada por uma série de princípios:
Princípio da Investidura
			A jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido investido na função de juiz, ou seja, que tenha sido aprovado em concurso público de títulos e provas e que tenha tomado posse na forma legal.
Princípio da Aderência ao território
			O juiz só exerce sua autoridade nos limites de seu território. Essa fixação do território do juiz é feita através de regras legais que estabelecem a competência. A competência é o limite da jurisdição.
Princípio da Inafastabilidade
			Todos têm acesso à jurisdição. O juiz não pode recusar-se a proferir uma decisão.
Princípio da Inevitabilidade
			Jurisdição decorre de uma função soberana do Estado. As decisões proferidas pelo poder judiciário independem da vontade das partes, devem ser cumpridas. A inevitabilidade conduz ao princípio da sujeição. Todos estão submetidos às decisões emanadas do judiciário.
Princípio da Inércia
			A jurisdição só age quando é provocada.
Classificação da Jurisdição
Quanto à matéria
Civil: incluindo a trabalhista.
Penal: incluindo a penal militar.
Eleitoral: é mista, ou seja, tanto cível quando penal.
Quanto à hierarquia
Inferior: exercida pelo juiz de direito, pelos juízes federais do trabalho.
Superior: exercida em vários níveis. Nível regional ou estadual pelos desembargadores federais e desembargadores federais do trabalho.
Nos tribunais superiores estão os ministros.
Quanto ao objeto
Contenciosa: visa solucionar conflitos, pressupõe a existência de uma lide, é exercida entre partes.
Voluntária: não há conflito, apenas interesse, não há partes só interessados. Não pressupõe a existência de uma lide.
A jurisdição será ainda:
Comum: é a cível e a penal.
Especial: a trabalhista, a eleitoral, a penal militar.
Especialíssima: ocorre quando um órgão do Poder Legislativo se investe de jurisdição para realizar julgamentos. Ex: Impeachment Fernando Collor de Melo.
	A jurisdição é exercida por órgãos principais e auxiliares.
	Órgãos Principais da Jurisdição
	Os órgãos principais da jurisdição são o juiz e os tribunais, que estão organizados em nosso sistema de uma forma piramidal. O judiciário brasileiro é uma pirâmide.
	No topo desta pirâmide está o STF (órgão máximo do judiciário brasileiro), e compõe o que se chama de instância extraordinária.
	Abaixo do STF, estão os Tribunais Superiores: STM (Supremo Tribunal Militar), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), TST (Tribunal Superior do Trabalho), STJ (Supremo Tribunal de Justiça). É a chamada instância especial.
	Abaixo estão os Tribunais Regionais, formando então a instância revisora. Parte do judiciário é estadual e parte é federal.
	Na área militar, estão os auditórios e conselhos militares, para as questões relativas ao exército, marinha a aeronáutica. A polícia militar tem auditorias próprias e conselhos militares.
	Abaixo do TSE estão os TRE’s e na base estão os juízes de direito investidos na função eleitoral.Abaixo da TST a nível regional estão os TRT’s, na base estão os juízes federais do trabalho.
O STJ comanda na jurisdição comum, tanto atua como órgão superior da justiça federal como na justiça estadual. Na área federal do STJ, estão os TRF’s e abaixo deles os juízes federais. Na área estadual estão os TJ’s e na base estão os juízes de direito. Na base, a justiça federal se organiza em sessões judiciárias. Para efeito horizontal. A justiça estadual se organiza em comarcas. As sessões judiciárias não tem classificação.
As comarcas se classificam em entrâncias. Esta organização depende da lei de organização judiciária de cada Estado. Em Minas Gerais, tem-se comarcas de entrância inicial, intermediária e final. Esta classificação é meramente para a organização de serviços. Os juízes estão no mesmo grau hierárquico. A nível horizontal é meramente organizacional. Classificação hierárquica na justiça são as instâncias. Os TJ’s, TRF’s, TRT’s e TRE’s compõem a 2ª instância. Os Tribunais Superiores compõem a 3ª instância, ou especial. O STF é a 4ª instância, ou extraordinária.
Órgãos Auxiliares da Jurisdição
		Os órgãos auxiliares são de três espécies:
Permanentes
		São serventuários (servidores públicos) do quadro de carreira na justiça. São vários:
Diretores de secretaria
	São os antigos escrivães. São responsáveis pelos atos de movimentação, ou seja, organização da secretaria, e ainda, pelos atos de documentação.
Oficial de Justiça
“Juris et juris”
Presunção absoluta
“Juris tantum”
Presunção relativa	É responsável pelas diligências externas e ainda por colaborar com o juiz na manutenção da ordem em audiências.
	O diretor de secretaria e o oficial de justiça compõe o que a doutrina denomina de staff do juiz. Ambos gozam de fé pública (Juris Tantum), que é a presunção de veracidade das declarações que prestam.
	Existem ainda, outros servidores:
Distribuidor
Contador
	Responsável pela elaboração dos cálculos judiciais
Partidor
	Responsável pelas partilhas judiciais
Depositário público
	Responsável pela guarda dos bens apreendidos. Este se configura como uma figura história, pois atualmente, é inexistente a sua presença no judiciário.
Eventuais
		São aqueles que não exercem cargos na justiça. São nomeados para o processo, para o ato específico “ad hoc” (= para isto). São vários:
Depositário Particular
	Responsável pela guarda dos bens apreendidos.
Perito Judicial
	Será nomeado sempre que a matéria tratada envolver conhecimentos técnicos específicos.
Administrador
	Será nomeado sempre que houver penhora de uma empresa.
Intérprete
	Será nomeado não só para questões de língua estrangeira, como também de cifras (linguagem dos surdos-mudos).
Síndico
	Para os casos de falência.
Inventariante
Comissários
	Quando necessária a guarda de menores.
Jurados
Extravagantes
		O juiz precisa de vários órgãos para a jurisdição. São eles:
Imprensa oficial.
Bancos (órgãos pagadores e recebedores).
Correios
Polícia
Órgão Essencial: Ministério Público
	O Ministério Público é uma instituição destinada à defesa dos valores fundamentais da sociedade e das instituições do Estado (vide artigo 127 CF/88).
	É considerado órgão indispensável à organização da justiça e à jurisdição. Atua tanto na área civil, criminal e trabalhista.
	É uma instituição autônoma, não integrando nenhum dos poderes: executivo, legislativo ou judiciário. Na área criminal, o Ministério Público é o titular da pretensão punitiva do Estado, Estado administração perante o Estado juiz. No civil, ele atua em defesa de determinadas instituições. O Ministério Público atua, por exemplo, em defesa do meio ambiente, da infância e juventude, do patrimônio histórico, dos registros públicos. Está organizado a nível estadual e federal.
	No nível federal, existem a Procuradoria da República e a Procuradoria do Trabalho. A primeira é chefiada pelo Procurador da República.
	No nível regional, estão os Procurados Regionais da República. A organização da Procuradoria do Trabalho é a mesma.
	A nível estadual, a chefia está entregue ao Procurador Geral do Justiça. Para atender os tribunais, estão os Procuradores de Justiça (2º grau). Em 1º grau, atuam os Promotores de Justiça.
Competência
	A distribuição de competências se fez necessária em vista da grande dimensão do território brasileiro.
	Competência é um conjunto de regras de distribuição de jurisdição. É a quantidade de jurisdição que se dá a cada juiz, ou o limite de jurisdição que cada juiz tem. É um processo de concretização em que se pega determinada causa e se entrega a determinado órgão de jurisdição com exclusão de todos os outros.
	Para tal, segue-se três passos básicos:
Constituição de órgãos de jurisdição
			Constituem-se via legislação, órgãos de jurisdição diferenciados. Cada um deles vocacionados para uma área específica.
Separação das causas existentes em grupos
			Leva-se em consideração vários aspectos:
Todo conflito se dá entre pessoas. As pessoas envolvidas são um dos aspectos para a divisão das causas em grupos.
Todo conflito tem origem em um motivo, que é considerado aspecto para a divisão.
Todo conflito exige uma solução, logo o pedido que se faz é um aspecto de divisão.
Distribuição
			Entrega dos grupos de causa aos órgãos jurisdicionais vocacionais.
		Para realizar estes três passos, o legislador passa por vários níveis legislativos:
Constituição da República
		Cria as justiças, os órgãos com vocações específicas, regula a competência dos tribunais superiores desde o STJ até o STF.
Legislação Federal
		Se trata do Código Processual Civil (CPC), Código Processual Penal (CPP), Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
			Através da legislação federal infra-constitucional se estabelece a competência quanto aos locais onde a ação deve ser proposto. O legislador ao estabelecer a base do desenho piramidal, o fez para que o judiciário tivesse uma base ampla, para que estivesse presente em todo território nacional. Logo é preciso que haja normas que estabeleçam os limites de atuação de cada juiz.
Constituições Estaduais
		São fixadas as competências dos Tribunais de Justiça
Lei de Organização Judiciária
		Tratam da especialização dentro da especialização. São elas que criam as varas especializadas dentro de cada um dos órgãos jurisdicionais que já são especializados (anteriormente pela CF).
	Estes procedimentos existem basicamente para dizer uma coisa: a competência é tripartite. No Brasil, a divisão de competências se dá em três razões:
Matéria
		Os juízes se especializam em razão desta. Ex.: causas trabalhistas, cíveis, criminais.
Pessoas
		Determinadas pessoas só podem ser julgadas por determinados órgãos jurisdicionais. Ex.: Presidente da República pelo STF.
Lugar
		
Todos os níveis legislativos se resume à estes três fatores. Destes três fatores, dois deles são considerados de competência absoluta.
Competência absoluta
	Aquela que não pode ser modificada pela vontade das partes. São de ordem pública e não podem ser prorrogadas.
Matéria
Pessoa
Competência Relativa
	Admite modificação, ou seja, pode ser prorrogada.
Lugar
Prorrogação de Competência é um fenômeno pelo qual um juiz que era totalmente incompetente se torna competente. A prorrogação de competência relativa se dará de duas formas: convencional ou legal.
Prorrogação Convencional
	
Expressa
	É expressa quando há eleição de foro nos contratos.
Tácita
	Será tácita quando não for argüida no momento processual oportuno. Se ela é relativa, só poderá ser declarada pelo juiz pela argüição das partes. Se ação é proposta em lugar errado, e ela não é argüida, há a prorrogação tácita da competência.
Prorrogação Legal
Conexão
	Ocorre se há identidade de partes ou de motivos. Quando esta se dá, a lei determina que os processos sejam reunidos em um só juiz, o juiz prevento.
	Juiz Prevento é aquele em que se tratando de conflitos entre juízes de mesma comarca, é oprimeiro que despachou o processo. Se tratando de juízes de comarcas distintas, é o primeiro que citou validamente.
Continência
	É parecida coma conexão. Exige identidade das pessoas, do motivo e a solução reclamada de um é mais ampla que a de outro. Toda vez que houver continência, os processos serão reunidos no juiz prevento. Obs: O pedido de ação deve ser diferente.
Processo
	Meio pelo qual se vale o Estado para exercer a jurisdição. É o instrumento da jurisdição. Muito já se discutiu sobre a natureza jurídica do processo.
	Os romanos definiam processo com um contrato. Esta teoria romana foi afastada por Savigny. Ele alegava que processo não é um contrato, porque à ele, o réu não comparecia espontaneamente. Savigny definiu o processo como um quase contrato. Esta definição de processo perdurou até meados do século XIX.
	Os processualistas alemães, capitaneados or Büllow, afirmavam que não existia um quase contrato. Büllow definiu processo como uma relação jurídica, e este conceito perdura até hoje. Se trata de uma relação triangular, formada pelo juiz, pelo autor e pelo réu, comportando direitos, ônus e deveres. Direitos e ônus das partes, deveres do juiz. Direito de propor ação, ônus de se defender, dever de despachar. Deveres e ônus, às vezes se misturam: ônus de provar, que pode ser tanto do réu, quanto ao autor, *
Validade da relação processual
	A validade da relação processual depende do preenchimento de alguns requisitos. Estes requisitos são pressupostos processuais, e são de duas ordens:
Subjetivos
		Dizem a respeito dos sujeitos do processo (aqueles que compõe a relação processual triangular), ou seja: juiz e as partes (autor e réu). São requisitos que se exigem do juiz e das partes para que a relação processual seja válida.
Juiz
A primeira exigência que se faz ao juiz é que ele tenha jurisdição, o que diz respeito ao Princípio do Juiz Natural.
O segundo requisito é que o juiz tenha competência.
Por fim, exige-se também que o juiz seja imparcial. As hipóteses que afastam a imparcialidade do juiz estão previstas em lei, e dizem respeito à suspeição ou ao impedimento.
Partes
É necessário que as partes tenham capacidade processual (capacidade de ser parte). A capacidade processual se assemelha à capacidade civil. Todo aquele que é capacitado civilmente, é, também, capaz processualmente.
O segundo requisito é a capacidade postulatória, que é a capacidade de pedir em juízo, capacidade de formular pretensões. A capacidade postulatória é típica do advogado.
A regra é: só o advogado pode formular pretensões em juízo. No entanto, esta regra comporta algumas exceções, que tem como denominação doutrinária o termo “jus postulandi” (Direito de postular). As exceções são:
No processo do trabalho, onde se admite que, qualquer um, desde que apresente a capacidade processual, possa formular pretensões;
Nos juizados especiais;
Para impetrar habeas corpus.
Objetivos
		Dizem a respeito do próprio processo. E são de duas ordens:
Ausência de impedimentos legais
	A lei estabelece alguns impedimentos para que o processo exista, ou seja, a lei diz que em determinadas situações o processo não pode existir.
A primeira situação é a coisa julgada. Ocorre coisa julgada quando há a repetição de uma ação idêntica que já tenha sido definitivamente julgada. A segunda ação não pode existir, pois o judiciário não se manifesta duas vezes sobre o mesmo conflito.
A segunda situação é a litispendência, que é similar à coisa julgada, e também diz respeito à repetição de uma ação idêntica. O que diferencia as duas situações é que na coisa julgada, a primeira ação já foi julgada, e na litispendência ela ainda está em andamento. Os efeitos das duas situações são idênticos: a segunda ação não pode existir.
A terceira situação é a perempção, que diz respeito ao comportamento desidioso da parte, ou seja, comportamento descuidado, displicente. A parte do processo que não cumpre os seus deveres legais é considerada desidiosa e pode perder o direito de ação (autor).
No cível, quando o autor deixa de cumprir determinada obrigação, o juiz pode extinguir o processo por abandono. Se o processo é extinto por abandono, pode ser repetido. A parte pode propor uma nova ação. Se isto ocorre por três vezes, o autor incorrerá em perempção (perda definitiva do direito de ação).
O conceito de perempção varia de processo para processo. Para o estudo da Teoria Geral do Processo, perempção é a perda do direito de ação pelo comportamento desidioso de seu titular.
A quarta situação é o compromisso arbitral. A arbitragem é meio de solução de conflitos de forma extrajudicial. Para que ela ocorra, é preciso que haja o compromisso das partes, no sentido que submeterão seu conflito à um árbitro e não ao judiciário. O compromisso arbitral pode ser prévio ou incidental. Se houver compromisso arbitral, o acesso ao judiciário é proibido.
Submissão do procedimento às normas legais
Petição inicial com requisitos da lei
	Cada um dos códigos processuais (CPC, CLT, CPP) estabelecem os requisitos que a inicial deve conter. Estes requisitos variam de um código para outro e são pressupostos processuais. A inicial que os não conter será indeferida por inépcia, o que gera a extinção do processo sem a resolução do mérito.
Citação regular
		A citação permite o Contraditório (que é princípio absoluto do processo), e sem ele, não há processo. Logo, sem citação, não há processo. Sempre que a matéria tratada no processo não for indisponível, a tentativa conciliatória é aconselhável, e em alguns processos é obrigatória. Se não houver a tentativa conciliatória, o processo é nulo. É assim na área trabalhista; no direito de família, nas ações de separação, em que essa tentativa é obrigatória.
Instrumento de mandato
	Está ligado à capacidade postulatória. O advogado só pode postular em juízo se estiver munido do instrumento de mandato (procuração). Este é dado ao advogado para que ele exerça o foro em geral. Deste modo, autoriza o advogado à prática de todos os atos regulares do processo.
Não são atos regulares do processo:
-receber citação
- reconhecer a procedência do pedido
- renunciar ao pedido
- confessar
- transigir
- receber e dar quitação
Estes são poderes considerados especiais. Se o advogado quiser detê-los, eles devem ser citados expressamente na procuração.
A ausência de procuração importa na nulidade dos pedidos. Só se admite que o advogado formule pretensões em juízo sem procuração para atender à medidas urgentes, como por exemplo, evitar a incidência da prescrição. Neste caso, ele deve declarar o motivo na petição, e se comprometer a trazer posteriormente a procuração.
Atos e Termos do Processo
Ato processual é todo aquele que tem interesse para a relação processual, então é aquele que tem a finalidade de criar, conservar, modificar ou extinguir uma relação processual.
São de três tipos:
Atos das partes
Ato da parte tem definição legal e doutrinária. Segundo a lei, são atos das partes as manifestações unilaterais e bilaterais de vontade. A doutrinária acha que a definição legal é falha. Diz a doutrina que este conceito alcança a todos os atos praticados pelas partes. Segundo a doutrina, são quatro:
Postulatórios
São aqueles em que as partes pedem uma providência ao juiz.
Ex.: Petição inicial, defesa. 
Dispositivos
São aqueles em que a parte dispõe da relação processual, modificando-a, extinguindo-a de forma unilateral ou bilateral.
Ex.: Transações, desistência
Probatórios
São atos que visam o convencimento do juiz, é a produção de provas em geral.
Reais
São aqueles que não se explicam com palavras.
Ex.: Pagamento de despesa processual
Atos dos juízes
Praticam três tipos de atos:
Despacho
Não possuem conteúdo decisório. Tem conteúdo meramente ordinatório. Visam a movimentação e a organização processual tão somente.
Decisão Interlocutória
Tem conteúdo decisório, mas não põe fim ao processo. É tomada de formaincidente no processo.
São exemplos: aquela decisão que defere ou não a produção de uma prova, aquela que defere ou não um pedido de prisão preventiva. 
Sentença
Tem conteúdo decisório e põe fim ao processo, decidindo ou não o conflito.
Atos dos serventuários
	Praticam três atos:
Ato de movimentação
São como os despachos, meramente ordinatórios, ou seja, visam a organização processual.
Ex.: contar prazos, arquivar.
Atos de execução
Se dá quando os servidores (ou serventuários) cumprem uma ordem do juiz.
Ex.: expedição de mandato, expedição de citação.
Atos de documentação
São aqueles através dos quais os servidores certificam a prática de um ato processual. É sinônimo de TERMO PROCESSUAL.
Termo processual é um gênero, e pode ser conceituado como documentação autêntica e escrita de um ato processual. Há duas espécies:
Termo em sentido estrito (costuma-se dizer somente ‘termo’)
É a certificação de um ato praticado dentro da sede física onde se encontra o juiz.
Ex.: Termo de protocolo
Termo de distribuição
Termo de autuação
Termo de juntada
Termo de desentranhamento
Termo de conclusão
Termo de carga
Termo de baixa na carga
Termo de remessa
Termo de retorno
Termo de vista
Termo de apensamento
Auto
É o contrário do termo. É a certificação de um ato processual praticado fora da sede física onde se encontra o juiz. É a certificação das diligências externas. Via de regra, é executado pelo oficial de justiça, mas pode ser executado pelo juiz ou ‘ad hoc’ por outro serventuário.
Ex.: auto de vistoria, auto de exumação, auto de penhora.
Certificação das audiências
Para tal, usam o termo ou a ata. As audiências são realizados por um só juiz, ou por um colegiado de juízes. Em regra, as audiências de 1ª instância são monocráticas, ou seja, realizadas por um só juiz. Já nos Tribunais, em regra, os recursos são julgados por mais de um juiz.
Termo de audiência é a certificação de uma audiência monocrática.
Ata é a certificação de uma audiência realizada por um colegiado de juízes.
AUTOS é o conjunto de atos e termos do processo.
Lugar dos Atos Processuais
Os atos processuais, em regra, são praticados na sede do juízo, via mandado. Mandado é ordem judicial, ou seja, algo que o juiz manda fazer. 
Determinados atos, entretanto, tem de ser praticados fora da sede do juízo. No caso de práticas de atos fora da sede do juízo, são emitidas cartas. As cartas veiculam uma solicitação para que atos processuais sejam praticados na sede de outros juízos. São três tipos de carta:
Ordem
Veicula uma solicitação de um juiz de um tribunal para que um juiz de 1ª instância pratique um ato em seu nome.
Precatória
É expedida entre juízes com mesma hierarquia e mesma competência material. Para que o juiz de uma localidade pratique o ato em nome de um juiz de outra localidade.
Rogatória
Diz respeito à prática de atos no estrangeiro, em outro país. Juiz brasileiro pede que juiz de outro país pratique o ato em seu nome, e vice-versa. O cumprimento de carta rogatória depende de acordo entre países, convenções, e estão submetidas à regras internas de casa país. Aqui no Brasil, as cartas rogatórias emitidas no estrangeiro são primeiramente encaminhadas ao STJ. Depois que o STJ confere os aspectos legais e formais da rogatória, manda cumprir a rogatória “exe quatur”. Ai, ela será cumprida por um juiz de 1ª instância.
Comunicação dos Atos Processuais
	
	São duas as formas de comunicação dos atos processuais:
Citação
É ponto culminante do processo. É citação que permite o contraditório. É ato pelo qual se dá ciência ao réu de que há contra ele um processo e que ele tem o ônus de se defender. As regras de citação são específicas em cada processo.
Intimação
Ato pelo qual se dá a ciência à alguém - autor, réu, ou outro interessado – de um ato ou termo do processo., para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Prazo no Processo
	Prazo indica dilação, ou seja, decurso de tempo que vai de um termo a outro. Termo inicial dies a quo, termo final dies ad quem.
	A forma de contagem de prazo é, em regra: exclui o termo inicial dies a quo e inclui-se o termo final dies ad quem. As intimações são veiculadas no Diário Oficial, que circula de segunda-feira à sábado. No entanto, se uma intimação for veiculada no sábado, considera-se que sua publicação tenha sido na segunda-feira, e o prazo começa a correr na terça-feira, pois os prazos não começarão nem terminarão em dias que não sejam úteis.
	A Teoria dos Prazos está vincula à alguns princípios:
Princípio da Utilidade
Cada ato tem um prazo necessário para seu cumprimento.
Princípio da Inalterabilidade
Prazos processuais não podem ser alterados, seja pela vontade das partes, seja pela vontade do juiz. Prazos previstos em lei não podem ser ampliados ou reduzidos.
Princípio da Continuidade
Os prazos processuais são contínuos, pois uma vez iniciados não se interrompem, nem se suspendem por ocorrência de feriados ou finais de semana em meio à sua contagem.
Princípio da Peremptoriedade
Os prazos são peremptórios, fatais, pois vencem na data designada, independente de lançamento (certificação, termo processual).
Princípio da Preclusão
Os prazos processuais podem ser suspensos ou interrompidos, quando a lei declara as hipóteses.
Suspensão
Na suspensão do prazo, quando ele voltar a contar, o prazo que já havia corrido antes da suspensão é aproveitado, somado.
Interrupção
Na interrupção, ocorre o contrário. O prazo que já havia corrido antes do fato que gerou a interrupção não é aproveitado. A contagem anterior é anulada.
Defesa (ou Contestação)
	Direito público subjetivo autônomo e abstrato.
Público porque é dirigido ao Estado.
Subjetivo porque é um direito individual, só pode ser exercido pela parte.
Autônomo porque é desvinculado do direito material, ou seja, todos têm direito à defesa ainda que o pedido inicial seja verdadeiro ou procedente.
Abstrato porque não é necessário que a parte defendente invoque em seu favor um direito que se sobreponha aquele direito postulado na inicial. Isto quer dizer que, para de defender, basta que a parte negue a procedência do pedido inicial sem ter que invocar em seu favor, qualquer direito.
A defesa se faz de duas formas:
Contra o processo
Indireta
Diz respeito aos pressupostos processuais relativos ao juiz. São as exceções, que visam a substituição do juiz.
Direta
Diz respeito à todos os demais pressupostos processuais (subjetivos das partes e objetivos) e todas as condições da ação. A sua finalidade é outra e consiste na busca da extinção do processo sem a resolução do mérito.
Contra o mérito
Superada a defesa contra o mérito, se faz a defesa contra o mérito. Ambas são apresentadas na mesma peça.
Indireta
Diz respeito, ao que a doutrina chama de prejudiciais de mérito. São prejudiciais de mérito:
Prescrição
Decadência
Compensação
Exceção de contrato não cumprido
Direta
Há dois meios:
Negar o fato
Admitir o fato e negar as conseqüências postuladas (Princípio da Eventualidade).
	Sentença
		Vem do latim sententia, que deriva de sententiando que é gerúndio do verbo sentire. Sentença então, consiste nos sentimentos do juiz em relação à causa, e pode ser definida como ato do juiz que põe fim ao processo, resolvendo ou não, o mérito da causa. Em razão desse conceito as sentenças serão:
Terminativas ou meramente processuais
Põem fim ao processo sem resolver o conflito.
Definitivas ou de mérito
Põem fim ao processo e ao conflito. 
	O ideal é que se alcance uma sentença definitiva. O juiz, entretanto, ao proferir uma sentença, deve verificar se os pressupostos processuais estão preenchidos e se as condições da ação estão observadas. Caso ele encontre defeitos nos pressupostos processuais ou nas condições da ação, o juiz profere uma sentença meramente processual (terminativa) pondo fim ao processo sem resolução do conflito (extinção do processo sem resolução do mérito).
	A validade do processo depende de algunsrequisitos, e sua ausência torna a sentença nula. São três:
Relatório
O juiz faz o resumo dos atos e dos termos processuais. A finalidade é meramente política. Através deste, o juiz demonstra às partes que tem conhecimento da causa.
Fundamentos
O juiz expõe as razões de fato e de direito que levaram ao seu convencimento. O juiz analisa a prova produzida e a conseqüência do fato na órbita do Direito.
Conclusão
Após relatar e discutir, o juiz dá a sua decisão, dizendo se o pedido é procedente ou não.
Coisa Julgada
		É uma conseqüência da sentença. Pode significar dois institutos que são diferentes. Coisa julgada pode ser um pressuposto processual, ou seja, ela pode ser um elemento da validade da relação processual, se há, coisa julgada quanto a uma matéria, ela não pode ser rediscutida. Coisa julgada será também um instituto de direito processual, e nesta hipótese ela será coisa julgada material ou formal.
Formal
	É definida como o esgotamento dos prazos para recorrer. Proferida a sentença e esgotado os prazos recursais, depois que não cabe qualquer recurso, há o que se chama de trânsito injulgado da decisão, ou em outras palavras, a coisa julgada formal. Toda e qualquer sentença produz coisa julgada formal.
Material
		É um fenômeno, pelo qual o comando emergente da sentença adquire forças de lei entre as partes. É um efeito único e exclusivo da sentença definitiva, porque só a sentença definitiva contém comando, capazes de adquirir força de lei entre as partes. Porque só ela resolve o conflito. Toda coisa julgada material, traz junto com ela uma coisa julgada formal. Nem toda coisa julgada formal, implicará em coisa julgada material. Se a sentença não for uma sentença de mérito (definitiva), não haverá coisa julgada material.
		As sentenças meramente terminativas só fazem coisa julgada formal. Essas regras comportam exceções que serão estudadas no processo. A coisa julgada encontra limites que são subjetivos ou objetivos.
Limites subjetivos
	São aqueles que se estabelece que a coisa julgada só se aplica as partes envolvidas no litígio. Não tem efeito erga omnes.
Os limites subjetivos comportam exceções:
Diz respeito aos sucessores das partes. O sucessor assume o processo no ponto em que ele se encontra.
Diz respeito às ações quanto ao estado da pessoa. Não dá pra declarar que alguém é louco só para o autor da ação.
Nas hipóteses de substituição processual. A parte só pode estar em juízo postulando direitos próprios. Só excepcionalmente, se permite que alguém postule em nome próprio direitos de terceiros.
São as dívidas solidárias. Todas devem a dívida por inteiro. Se a coisa julgada alcança a um credor solidário, ela alcançara a todos.
Limites objetivos
Declaram que só o que foi expresso e julgado, faz coisa julgada. Só está expressamente julgado o que consta da conclusão da sentença.
	Recurso
	É procedimento que se forma para rever pronunciamento judicial contido em sentença ou decisão interlocutória. Tem a finalidade de amparar pretensões, tem caráter político de controle por partes das instâncias superiores das decisões proferidas pelas instâncias inferiores. Há alguns recursos cuja finalidade vai além daquela de amparo às pretensões. Alguns recursos existem pela necessidade de que as jurisprudências dos tribunais sejam uniformes. Outros recursos existem para salvaguardar o império da lei, seja ela constitucional ou infraconstitucional. A função do supremo é a proteção da constituição e não a pretensão das partes.
	Os recursos podem ser classificados de três modos:
Comuns
	São aqueles cuja única exigência é a sucumbência (perda no processo). Ex: apelação cível e criminal, recurso ordinário trabalhista.
Especiais
	Além da sucumbência, tem outras exigências que variam, e dependem do tipo de recurso e do órgão competente. Ex: o recurso extraordinário exige a sucumbência e também ofensa à Constituição, o recurso especial exige sucumbência e ofensa à lei federal.
Sui generis (gênero único)
	Não está indicada a sucumbência. Não é necessário ter sido derrotado para recorrer. É comum a todos os processos, se chama embargos declaratórios. Seus pressupostos diferem da sucumbência, e podem ser:
Omissão
Quando o juiz deixa de apreciar um pedido.
Obscuridade
Quando a redação da sentença não é compreensível.
Contradição
O juiz de contradiz na própria sentença. Fundamenta de uma forma, e conclui de outra.
Pressupostos Recursais
	São elementos necessários à validade do recurso.
Objetivos
Dizem respeito aos recursos propriamente ditos. São eles:
Cabimento e adequação
Cada um dos pronunciamentos judiciais pressupõe a existência de um recurso específico.
Motivação
É o mesmo que fundamentação. Os recursos devem ser motivados ou fundamentados.
Tempestividade
Os recursos devem ser interpostos dentro do prazo previsto em lei.
Preparo
Atividade jurisdicional é serviço público remunerado. Esta cobrança se dá através das custas (valores previstos em lei destinados a remunerar a jurisdição). Quando não há o pagamento de custas (preparo) o recurso será considerado deserto.
Ausência de impedimentos legais
Em determinadas hipóteses, a lei estabelece impedimentos para recorrer. Esse impedimentos podem ser em razão do valor do processo ou outras matéria a tratar.
Subjetivos
Dizem respeito aos recorrentes.
Legitimidade
São legítimos para recorrer: as partes, o terceiro prejudicado e nas hipóteses em que o interesse público assim determinar, o Ministério Público.
Interesse
Ligado à sucumbência ou prejuízo. Só o sucumbente ou prejudicado por recorrer.
Principais Recursais
São princípios que regem a Teoria dos Recursos.
Unirrecorribilidade
Não se admite a interposição simultânea de mais de um recurso contra a mesma decisão. Esse princípio comporta uma exceção, do cível e do criminal. Os recursos especiais e extraordinários são interpostos simultaneamente, isto se a decisão contiver ao mesmo tempo: ofensa à lei federal e ofensa constitucional.
Taxatividade
Os recursos estão taxativamente previstos em lei federal. A União tem exclusividade para legislar sobre processo. Não se admite, portanto, recursos que sejam criados por legislação municipal ou estadual, ou em regimento interno de tribunais.
Correspondência
Há um recurso específico para cada pronunciamento judicial (despacho, decisão interlocutória e sentença).
Contra despacho, não há recurso previsto no ordenamento jurídico, despachos não são recorríveis.
Decisões interlocutórias são atacáveis por um recurso chamado de agravo.
Todos os demais recursos previstos no ordenamento jurídico atacam a sentença.
Non reformatio in pejus (= não se reforma para piorar)
A situação do recorrente não será prejudicada em razão do próprio recurso. Na análise do recurso, o tribunal tem dois caminhos:
Nega provimento ao recurso, e nesse caso mantém a situação do recorrente como estava.
Dá provimento ao recurso, e melhora a situação do recorrente.
Dialetidade
Os recursos devem ser motivados, fundamentados, arrazoados. Devem permitir o contraditório: conter as razões do recorrido, pois são elas que permitem as contrarrazões do recorrido.
Complementaridade
O recurso e suas razões devem ser apresentados concomitantemente, sob pena de preclusão. Este princípio comporta uma exceção, no júri, no processo penal, pode o advogado recorrer ao término do júri e apresentar as razões do recurso a posteriori.
Voluntariedade
Recurso é meio voluntário de se impugnar decisões. Só há recurso se a parte recorrer.
Fungibilidade recursal
Se o recurso for incorretamente nominado, desde que, os pressupostos recursais do recurso correto estejam preenchidos e esse erro não seja um erro grosseiro, o juiz está autorizado a corrigi-lo de ofício.
Ação
É possível conceituar ação como o direito subjetivo de invocar a jurisdição, ou seja, chamar o Estado para resolver o conflito.
Condições da ação
	O exercício do direito de ação pressupõe que algumas condiçõessejam preenchidas. Essas condições são:
Possibilidade jurídica do pedido
Pedido juridicamente possível é aquele que está previsto no ordenamento jurídico, ou nele não está proibido. Existem vários exemplos: cobrança de dívida de jogos, cobrança de venda de drogas.
Interesse de agir
Está ligado à palavra lide, que significa conflito. Só tem interesse de agir aquele que tem contra si uma pretensão resistida.
Legitimidade das partes
Legítimo é aquele que se diz detentor de um interesse em litígio. A parte só pode estar em juízo postulando direitos próprios. Só excepcionalmente se admite que alguém esteja em juízo postulando direito de terceiros, mediante expressa autorização legal. Essa exceção de chama legitimação anômala. São exemplos de hipótese de substituição processual: o síndico que vai a juízo postular direito dos empregados, o Ministério Público que postula em direito de incapazes, entre outros.
Elementos da ação
	Além das condições, a ação possui elementos:
Partes
As partes são o autor e o réu. É possível haver pluralidade de partes, e quando isso se dá, chama-se de litisconsórcio.
O litisconsórcio pode ser classificado de três modos: ativo ou passivo, necessário ou facultativo, e ainda unitário ou não.
Ativo
O litisconsórcio é ativo quando há pluralidade de autores.
Passivo
O litisconsórcio é passivo quando há pluralidade de réus.
Necessário
O litisconsórcio é necessário quando a lei impõe. Ex: Na ação de usucapião, todos os confrontantes do terreno serão citados.
Facultativo
O litisconsórcio é facultativo por opção das partes.
Unitário
O litisconsórcio é unitário quando a decisão a ser proferida é igual para todos os liticonsortes.
 Não unitário
O litisconsórcio não é unitário quando a decisão difere em relação aos liticonsortes.
Causa de pedir
Remota
É a origem do pedido.
Próxima
É o motivo do pedido.
Pedido
Imediato
Diz respeito à classificação das ações ou ao tipo de pretensão jurisdicional que se pretende. As ações basicamente são classificadas em: condenatórias, declaratórias e constitutivas.
Mediato
Diz respeito à utilidade que decorre desse prestação jurisdicional.
Classificação das Ações
Trabalhistas
Se classificam conforme o interesse a tutelar.
Individual
Se subdividem em ritos, que são fixados pelo valor envolvido no processo.
Sumaríssimo
Quando o valor vai até 40 salários mínimos.
Ordinário
Quando o valor ultrapassa 40 salários mínimos.
Coletivas
Não se dividem em ritos, apenas são classificadas em jurídicas ou econômicas.
Jurídicas
Têm natureza declaratória. Este tipo de ação visa a interpretação de uma norma já existente, estabelecer o alcance, significado, a aplicabilidade de uma norma.
Econômicas
Têm natureza constitutiva. Este tipo de ação visa a criação de novas condições de trabalho. O poder judiciário trabalhista exerce um poder exclusivo: o poder normativo. O poder normativo é o poder de normatizar, legislar em proveito de categorias profissionais e econômicas. Só a justiça do trabalho a detém.
Penais
Públicas
Incondicionadas
O Ministério Público não depende de qualquer autorização para agir. São as ações mais comuns. O Ministério Público age de ofício, e é o titular da ação penal.
Ex.: homicídio, crimes contra o patrimônio, etc.
Condicionadas
O Ministério Público só agirá se houver requisição nesse sentido.
Ex.: crimes contra a honra do Presidente, contra segurança nacional.
Privadas
Exclusivamente privadas
A iniciativa caberá à parte, não ao Ministério Público. São crimes que atingem o íntimo do indivíduo de tal forma que, a pretensão punitiva do Estado fica renegada à segundo plano.
Ex.: crimes contra a honra
Subsidiária da pública
Têm iniciativa da parte, mas ela é na verdade uma ação pública. É uma autorização que o legislador dá a parte. Se o Ministério Público se mostrar desidioso e não propuser a ação que lhe incumbia, no risco da perda do direito de ação, a parte pode propô-la. Proposta a ação, o Ministério Público pode assumi-la a qualquer tempo.
Cíveis
Classificam-se de várias formas:
Quanto ao fim
Reipersecutórias
Rei vem de res, que significa coisa. Logo, a tradução literal é ‘perseguir a coisa’. Neste tipo de ação se busca o que é nosso, o que se é devido e está fora do nosso patrimônio.
Penais
Busca-se a aplicação de uma cláusula penal prevista em contrato, ou em lei.
Ex.: multas contratuais.
Mistas
São tanto reipersecutórias quanto penais.
Ex.: pagamento de aluguéis cumulado com despejo.
Quanto ao objeto
Se há ou não um imóvel por objeto.
Mobiliárias
Imobiliárias
Quanto ao direito reclamado
Reais
Têm por objeto o domínio ou propriedade.
Pessoais
São baseadas em contrato.
Quanto ao procedimento
Comuns
Subdividem em ritos, pelo valor:
Sumárias
Até 60 salários mínimos.
Ordinárias
Mais de 60 salários mínimos.
Especiais
Estão expressamente nominadas no CPC como tal. Há um capítulo no CPC que trata dos procedimentos especiais. São ações que, em razão de suas características possuem tratamento diferenciado pelo legislador.
Quanto às providências pretendidas
Provimento de mérito
Condenatórias
São as mais comuns. Impõe uma obrigação de dar, pagar, fazer, não fazer.
Declaratórias
Se limitam à uma declaração. Declaram uma existência de uma relação jurídica.
Constitutivas
Criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica.
Ex.: separação judicial.
Provimento satisfativo
Executivas
São aquelas que têm por objeto um título executivo, seja ele judicial (a sentença), seja ele extrajudicial (cheque, nota promissária, TAC).
Cautelares
São aquelas que não têm por objeto a solução de um conflito. Ao contrário, visam a proteção de um processo, da discussão, para que em ação de provimento de mérito o conflito possa ser solucionado. São nominadas ou inominadas.
B.1) Nominadas
São aquelas que estão expressamente previstas no CPC.
Ex.: O CPC prevê o arresto de bens toda vez que um devedor está tentando escondê-los para evitar os efeitos de uma sentença condenatória.
B.2) Inominadas
Além do que o código expressamente prevê, todo o juiz tem ainda o que se denomina de poder geral de cautela. Toda vez que o processo está ameaçado o juiz pode determinar medidas para assegurar a discussão e a utilidade do provimento judicial.
Natureza jurídica do Direito Processual
	O Direito Processual tem natureza de direito público. Público porque governa a atividade jurisdicional do Estado, porque tem suas raízes na Constituição. Nesta se encontram as bases do direito processual, e é ela que institui o poder judiciário, cria os órgãos jurisdicionais, assegura as garantias da magistratura, estabelece princípios de ordem jurídica e ética que garantem acesso à justiça.
Divisão do Direito Processual
	O Direito Processual é expressão do direito estatal, e é uno. Direito Processual como sistema de princípios e normas é um só. A divisão: direito processual civil, direito processual do trabalho e direito processual penal se dá apenas em razão das normas de direito material que se pretende amparar. Os princípios são os mesmos: aplicam-se a todo processo. Conceitos básicos são os mesmos, prova maior disso está na Constituição que estabelece a competência da União para legislar sobre processo. Outra prova é o estudo de uma teoria geral unificada para o processo.
Direito Processual Constitucional
	Suas linhas estão fixadas na Constituição. Está fixa a estrutura dos órgãos jurisdicionais, a garantia da distribuição da justiça, a efetividade do processo.
Alguns princípios de Direito Processual são também de Direito Processual Constitucional. O princípio do juiz natural está na Constituição, a subordinação do juiz à lei também. Estão ainda os direitos de ação e de defesa, a previsão da existência do Ministério Público e da assistência judiciária. A condensação de todas essas normas constitucionais recebe o nome de Direito Processual Constitucional, que não é um ramo autônomo do DireitoProcessual, é apenas um método de estudo. Um método de observação do processo frente à Constituição, e que abrange dois aspectos fundamentais.
Tutela da organização judiciária
Cuida dos órgãos da jurisdição, fixando garantias e competências a cada um deles.
Jurisdição constitucional
Estabelece o controle pela jurisdição da constitucionalidade de atos, normas, leis. Compreende também o que se chama de jurisdição das liberdades (habeas corpus, habeas data, mandato de segurança, mandato de injunção).
	O Direito Processual Constitucional faz ainda a tutela do processo, garantindo o acesso à justiça e o devido processo legal. Este último é garantido por vários incisos: pelo juiz natural, com a proibição de tribunais de exceção; pela garantia do contraditório e a ampla defesa; a igualdade processual; a publicidade e o dever de motivar as decisões; o não reconhecimento de provas obtidas de forma ilícita; a inviolabilidade do domicílio; o sigilo das comunicações, inclusive via dados.
	Para o caso do processo penal, há ainda as garantias específicas: presunção de inocência; prisão somente mediante flagrante ou por ordem judicial; o direito do preso à comunicação; o direito do preso de identificar o responsável por sua prisão; o direito de liberdade provisória e o direito à assistência judiciária por meio da defensoria pública.

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