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Resumo ambiental

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POLUIÇÃO – ART. 3º, III, LEI 6.931/81
A degradação da qualidade ambiental resultante da atividade que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota; afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em descordo com os padrões ambientais estabelecidos”
FONTES DE POLUIÇÃO
São fontes de poluição: esgoto, resíduos sólidos, resíduos e emissões industriais, lixo radioativo, ondas eletromagnéticas, agrotóxicos, extração e tratamento de minerais, veículos automotores, etc.
TIPOS DE POLUIÇÃO
Hídrica;
Do solo;
Sonora;
Visual;
Radioativa;
Atmosférica
POLUIÇÃO HÍDRICA – DECRETO Nº 73.030/73
Alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas das águas superficiais ou subterrâneas;
Fontes de poluição das águas são os resíduos urbanos, industriais ou rurais;
Recuperação dos rios e mananciais e tratamento de esgotos urbanos.
A ONG Pachamama, que atua na América Latina, ajuizou, no dia 05 deste mês, na Justiça Federal de Belo Horizonte, uma ação em nome do Rio Doce;
Aqui no Brasil, nenhuma lei concede a possibilidade de um rio ingressar em juízo na defesa de “seus direitos”.
Contudo, a ONG Pachamama afirma que tratados e acordos internacionais assinados pelo Brasil concedem ao rio o direito à vida e à saúde, e pedem, em nome do rio, o reconhecimento de tais direitos
Em seguida, cita precedente histórico em que foi reconhecido a um Rio a possibilidade de estar em juízo e defender-se, sendo consideração sujeito de direitos biocultuarais. A decisão é de uma corte colombiana, em ação ajuizada em defesa do Rio Atrato;
E transcreve tal decisão revolucionária, “pois, reconheceu um rio e as suas comunidades ribeirinhas como uma única entidade. Ela rompeu com a falsa separação entre natureza e cultura e reconheceu a existência de um sujeito de direito biocultural.”
Segundo a ONG, O Brasil ratificou as mesmas normas internacionais ratificadas pela Colômbia: Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais (1989), Convenção da ONU sobre a Diversidade Biológica (1992), Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2007), Declaração da OEA sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2016) e Convenção da UNESCO sobre a Proteção do Patrimônio Cultural Imaterial (2003).
Assim, as comunidades ribeirinhas brasileiras têm os mesmos direitos culturais que foram garantidos às comunidades do rio Atrato;
A petição evidencia os danos causados ao Rio Doce e requer diversa medidas de recuperação e outras para evitar que novos danos se consolidem.
Pedidos da ação...
Ante o exposto, venho requerer:
a) o conhecimento e a procedência desta ação;
b) LIMINARMENTE:
a. o reconhecimento da Bacia Hidrográfica do Rio Doce como sujeito de direito;
b. o reconhecimento da ampla legitimidade a todas as pessoas para defenderem o direito de existência sadia da Bacia Hidrográfica do Rio Doce
c. a condenação da União e do Estado de Minas Gerais ao imediato cumprimento das seguintes diretrizes do Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima:
i. a instituição do cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de desastres, previsto no artigo 3º-A da Lei 12.340/2010, no prazo máximo de 6 (seis) meses ou em outro que este Juízo entenda com razoável, em razão da urgência das medidas de prevenção a desastres;
ii. a elaboração do Plano de Prevenção a Desastres de Minas Gerais, previsto no parágrafo único, art. 7º, da Lei 12.608/2012, no prazo de 6 (seis) meses ou em outro que este Juízo entenda razoável, em razão da urgência das medidas de prevenção a desastres, com a obrigatória participação de representantes de instituições acadêmicas e dos povos ribeirinhos (indígenas ou não).
Após pedir o reconhecimento da personalidade jurídica do Rio Doce, a ação finaliza de modo poético:
 Neste dia 5 de novembro, comemora-se o Dia Nacional da Cultura, em homenagem ao nascimento do grande jurista Rui Barbosa. Neste dia, sinto vergonha de mim. Vergonha de ter demorado tanto para levantar a minha voz. Demorado para dar voz ao rio, que me viu nascer. Ao rio que me embalou em suas águas. Ao rio que refrescou o meu corpo e minha alma. Que alimentou os meus sonhos e despertou o meu coração. Não o Rio Doce, a quem dei voz e sofre em Minas Gerais. Mas sim àquele rio que brota de todas as nascentes. Filho da Mãe Terra. Filho do Mar. Falo do riacho que conheci na fazenda onde nasci e que me ensinou o caminho das águas: ser UM SÓ. A este riacho, dedico esta ação. Ele é quem fala por mim. Quisera eu poder pedir ao Judiciário o reconhecimento de todos nós, seres humanos, como filhos da Terra, filhos da Água. Separados apenas por nossas crenças e opiniões, mas unidos na essência que brota de nossos corações. Esta fonte inesgotável de sentimento que dá sentido ao nosso viver. Queria ter tido a coragem de gritar a todo o mundo: viemos do mesmo mar e para ele retornaremos. Somos um rio a caminho de si mesmo. Mas me faltaram forças para bradar esta verdade que agora brado. Então, por isto, sinto vergonha de mim.
POLUIÇÃO DO SOLO – DECRETO Nº 26.687/82
Poluição por deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou enterramento no solo ou subsolo de substância poluente em estado sólido, líquido e gasoso;
Fontes: resíduos sólidos ou líquidos, águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos, efluentes agrícolas;
Formas: desertificação, utilização de tecnologias inadequadas, falta de conservação do solo, destruição da cobertura vegetal.
POLUIÇÃO SONORA
Poluição sonora é a produção de sons, ruídos ou vibrações em desacordo com as precauções legais, podendo acarretar problemas auditivos irreversíveis, perturbar o sossego e a tranquilidade alheias;
Fontes: automóveis, aviões, obras, gritarias, bares, shows, casas noturnas, etc;
Ruído: o limite tolerável do ouvido humano é 65 dB; acima de 85 dB aumenta o risco de comprometimento auditivo – tempo de exposição e nível de barulho;
Jaboticabal – Lei Municipal nº 4.736/15 e Decreto nº 6.437/16.
POLUIÇÃO VISUAL
Degradação do ambiente natural ou artificial que provoca incômodo visual;
Fontes: excesso de outdoors, propagandas, cartazes, que faz com que a cidade fique visualmente poluída, feia e suja;
Sua gravidade será maior se o bem lesado for um bem tombado.
POLUIÇÃO RADIOATIVA
Radiação é o efeito químico das ondas e energia calorífera, luminosa, etc.
Tipos: raios alfa, raios beta – de absorção mais fácil e raios gama – são mais penetrantes, ex. ondas eletromagnéticas;
O contato contínuo à radiação causa danos aos tecidos vivos, tendo como efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, mutações genéticas e lesões a vários órgãos.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Poluição por detritos industriais, poluição por pesticidas e poluição radioativa;
Fontes de poluição do ar: fixas – indústrias, hotéis, lavanderias, etc; móveis – veículos automotores, aviões, navios, trens, etc.
Fatores: naturais: tempestades de areia, queimadas por raios e vulcões; artificiais: emissão de automóveis, queima de combustíveis fósseis, materiais radioativos e queimadas, etc
Consequência mais graves da poluição atmosférica
Chuva ácida;
Efeito estufa;
Diminuição da camada de ozônio.
O efeito estufa causa o degelo da calota polar e a desertificação da paisagem
Grande Barreira de Corrais da Austrália – o aquecimento global causa o branqueamento e a morte dos corais
POLUIÇÃO ASPECTOS JURÍDICCOS
Lei nº 9.605/98 – Art. 54, configura crime “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar danos à saúde humana, ou que provoquem a mortalidade de animais ou a destruição significativa da flora”;
Princípio da precaução – incorrerá nas mesmas penas quem deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível
POLUIÇÃO ASPECTOS JURÍDICCOS
LEI nº 8.078/90 – Código de Defesa doConsumidor – Art.
10 – proíbe o fornecimento de produtos e serviços potencialmente nocivos ou prejudiciais à saúde;
Por se tratar de problema social e difuso, a poluição deve ser combatida pelo Poder Público e pela sociedade; Coletivamente através de Ação Civil Pública – Lei 7.347/85.
COMPETÊNCIA QUANTO A POLUIÇÃO
Art. 23, VI, CF – competência comum da União, Estados, DF e Municípios, para o combate à poluição em qualquer de suas formas;
Art. 24, VI – competência concorrente da União, Estados e DF, para legislar sobre o controle da poluição;
Art. 30 – competência legislativa suplementar, para assuntos de interesse local e para suplementar a legislação federal e estadual no que couber, sobre a poluição.
POLUIÇÃO: QUESTÃO PLANETÁRIA
A industrialização é responsável pela expedição de gases do “efeito estufa”, pelo qual a radiação solar fica presa próxima ao solo esquentando a Terra e alterando o seu clima;
Cientistas estimam que devido à poluição e pelo efeito estufa, as temperaturas médias globais terão aumento entre 1,5 e 4,5º C;
Esse aumento de temperatura atingirá os pólos e elevará o nível do mar entre 25 a 140 cm, o que inundará a maioria das cidades costeiras com gravíssimas consequências socioeconômicas
Estudo da Universidade de Sussex , na Inglaterra, publicado na revista Nature
O trabalho concluiu que, em média, um município tem que dedicar 5,6% de seu PIB para reduzir o estrago do aquecimento global ao meio ambiente;
Metrópoles como Pequim, Nova Délhi, São Paulo e Nova York, poderão ter de reservar até 10,9% de seu PIB para tais medidas;
O dinheiro deve ser investido em 5 áreas: saúde, moradia, energia, água e construção.
Os cientistas sugeriram ações que poderiam ser tomadas para diminuir os prejuízos
Uma delas: trocar 20% dos telhados e dos pavimentos por versões sustentáveis, como jardins urbanos;
Apenas essa medida já levaria a uma redução de, em média 0,8 graus na temperatura de uma metrópole;
Seul, capital da Coréia do Sul, inaugurou no mês passado um parque suspenso, a 17 metros de altura num viaduto, o Shygarden (jardim do céu), abriga
24.000 árvores e plantas, que além de embelezar a cidade ajuda a balancear as sequelas da poluição.
Competência Constitucional em Matéria Ambiental
Brasil – Estado Democrático de Direito;
País = Povo + Território + Soberania;
Federalismo – Estado Federal – caracterizado pela união de Estados-membros, dotados de autonomia político-constitucional.
Soberania e Autonomia
No Federalismo o titular da soberania é o Estado Federal, enquanto os Estados-membros são detentores de autonomia;
A Soberania é exercida no aspecto externo, pelo Estado Federal, por ser pessoa jurídica de direito público externo;
Com relação à autonomia, dois são os elementos: a) existência de órgãos governamentais próprios; e b) posse de competências exclusivas.
Critério de repartição de competências:
predominância do interesse
Na repartição de competências legislativas aplica-se o princípio da predominância dos interesses, de modo que:
À União cabe matéria de interesse nacional;
Aos Estados, as de interesse regional;
Aos Municípios, as competências legislativas de interesse local.
Classificação das competências
Material e legislativa;
A competência material, se subdivide-se em:
a) Exclusiva: aquela reservada a uma entidade com exclusão das demais – art. 21, CF;
b) Comum: é a competência atribuída a todos os entes federados, que em pé de igualdade, exercem-na, sem todavia, excluir a do outro, é cumulativa – art. 23, CF
A competência legislativa subdivide-se em:
a) exclusiva – é atribuída a um ente com a exclusão dos demais, é indelegável – art. 25, § 1º e 2º, CF;
b) privativa – é a enumerada como própria de uma entidade, todavia passível de delegação e suplementação da competência – art. 22 e § único, CF;
c) concorrente – é a que possibilita à União, Estados, Distrito Federal disporem sobre o mesmo assunto ou matéria, sendo que à União caberá legislar sobre normas gerais – art. 24, CF.
A competência legislativa subdivide-se em:
 d) suplementar: correlata à concorrente, é a que atribui competência a Estados, Distrito Federal (art. 24, § 2º) e Municípios (art. 30, II) para legislarem sobre normas que suplementem o conteúdo de princípios e normas gerais ou que supram a ausência ou omissão destas.
Competência Legislativa em Matéria Ambiental
Art. 24, V, VI e VII, CF - é concorrente entre União, Estados, Distrito Federal;
Art. 24 - a União está limitada a estabelecer normas gerais;
Aos Estados e ao Distrito Federal caberá a suplementação dessas normas gerais;
Ao Município cabe, ainda, a competência legislativa suplementar, prevista no art. 30, II, competindo a ele suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.
Importante!!!!
À União caberá a fixação de pisos mínimos de proteção ao meio ambiente;
Enquanto que aos Estados e Municípios, atendendo aos seus interesses regionais e locais, a de um teto de proteção;
Os Estados e Municípios jamais poderão legislar de modo a oferecer menos proteção ao meio ambiente do que a União, pois esses se encontram mais atentos e próximos aos interesses e peculiaridades de cada região, estando aptos a efetivar a proteção ambiental
Competência Material em matéria ambiental
Art. 23, VI, VII e § único, CF – a competência material para proteger o meio ambiente é comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
A responsabilidade pela proteção do meio ambiente é comum e solidária a todos os entes da Federação, devendo-se buscar privilegiar a norma que atenda de forma mais efetiva ao interesse comum.
Importância do Município para a preservação ambiental
É no Município que nascemos, moramos, trabalhamos, nos relacionamos, ou seja, é nele que vivemos, sendo necessário e possível desenvolver vários aspectos da proteção ambiental, através de instrumentos como:
Licenciamento ambiental;
Estatuto da Cidade;
Elaboração do Plano Diretor do Município;
Elaboração e Fiscalização das Leis de Zoneamento e Expansão Urbana;
Atuação da Câmara de Vereadores do Município
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO AMBIENTAL
“A análise dos princípios fundamentais de qualquer sistema jurídico, de qualquer ramo do Direito, tem, portanto, acima de tudo indiscutível relevância prática: permitir a visualização global do sistema para melhor aplicação concreta de suas normas”.
Álvaro V. Mirra
Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado
Forma para se chegar à justiça social; Deslocamento do objeto a proteger;
Como o interesse público abrange maior número de pessoas a prevalência de tal interesse deve sempre se sobrepor ao interesse do particular.
Art. 225, CF – Dever do Poder Público e da Coletividade (incluindo os particulares) defender o meio ambiente em prol das presentes e futuras gerações.
Princípio do Direito Ambiental como Direito Fundamental do Ser Humano
Meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida;
Essencial à vida digna;
A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil – art. 1º, III, CF.
Princípio da Indisponibilidade do Meio Ambiente
Meio Ambiente é bem indisponível; é bem de toda a coletividade;
Bem de uso comum do povo;
Bem difuso – de todos e para todos;
O meio ambiente, enquanto elemento imaterial (conjunto de condições que abriga a vida em todas as suas formas) não é passível de apropriação humana, o que pode ser utilizado são os elementos que o compõe (flora e fauna) desde que não haja apropriação exclusiva do bem ambiental.
Art. 225 – “Todos” – brasileiros e estrangeiros residentes no País – art. 5º caput, CF.
Princípio da Obrigatoriedade da Intervenção Estatal
O Estado é obrigado, no Brasil a intervir nas questões de interesse ambiental;
Proteger o meio ambiente não é atividade discricionária do administrador público, passível até mesmo de coação jurisdicional para o cumprimento de tal dever;
Considerando a competência comum em matéria de administração ambiental, cabe talmister aos três entes federados, concorrentemente.
Princípio da Participação Popular na Proteção Ambiental
Brasil – Democracia Semidireta – Art. 1º, § único, CF;
Participação popular em matéria ambiental: iniciativa popular e referendos sobre atos legislativos (arts. 14 e 61, CF), participação em órgãos colegiados de formulação e execução de políticas públicas ambientais (Conama), audiências públicas de estudos de impactos ambiental art. 225, IV, CF;
Além do acesso à Justiça via Ministério Público ou associações civis (ação civil pública) ou pelo cidadão (ação popular ambiental).
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Visa harmonizar: crescimento econômico, preservação ambiental e equidade social;
Art. 225, CF, dever de preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, onde a ordem econômica (art. 170, VI, CF) é fundada na livre iniciativa, e tem como base a defesa do meio ambiente;
O desenvolvimento econômico deve ser buscado em conjunto com a preservação do meio ambiente, em prol das futuras gerações inclusive.
Art. 225, CF – “Todos” – seres humanos – visão antropocêntrica protecionista.
Princípio da Função Socioambiental da Propriedade
Por sua importância deixou de ser mero princípio e se constitui em regra constitucional (arts. 170, III e 186, CF). Hoje o imóvel, urbano ou rural, traz uma obrigação social de primeiro atender às necessidades coletivas e só depois satisfazer as do indivíduo proprietário;
Tem-se a função socioambiental da propriedade quando ela produz, respeita o meio ambiente e as regras inerentes às relações de trabalho.
Princípio da Prevenção
O Objetivo final desse princípio é evitar que o dano possa chegar a produzir-se, sendo necessário adotar meditas preventivas. O princípio da prevenção apoia-se na certeza científica do impacto ambiental de determinada atividade.
Cabe ao Estado e à sociedade a tomada de medidas para prevenir a ocorrência de danos ambientais, via proibições ou suspensões de condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente, seja pela tomada de cautela nos setores produtivos e quanto à utilização de equipamentos e serviços de proteção ao meio ambiente.
Princípio da Precaução
Esse princípio é garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados.
Princípio 15 da Declaração Rio 92: “Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
É um subprincípio da prevenção.
Princípio da Avaliação Prévia dos Impactos Ambientais
Em vista da ideia de prevenção e planejamento;
O art. 225, § 1º, IV, CF, esclarece a necessidade de que o poder público exija estudo de impacto ambiental, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental;
Antes do licenciamento ambiental, caberá ao empreendedor efetivar estudo prévio de impacto ambiental, do qual se dará publicidade ao órgão ambiental.
Princípio do Poluidor-Pagador
Art. 225, § 3º, CF – não quer dizer “pagar para poder poluir”, ao contrário, além de determinar a punição, obriga o degradador a reparar os danos causados;
Inclui o dever de suportar todos os custos públicos e sociais para a prevenção, reparação ou repressão ao dano ambiental e pela utilização dos recursos naturais;
Traz a ideia da responsabilidade civil objetiva, já prevista na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – art. 14, § 1º, Lei 6.938/81.
Princípio da Responsabilização
Art. 225, § 3º, CF - Tríplice responsabilização em matéria ambiental: civil, penal e administrativa, em caráter cumulativo.
Responsabilidade civil – Ministério Público – restaurar a natureza ofendida;
Responsabilidade penal – Judiciário – punição da conduta ofensiva à ordem social;
Responsabilidade administrativa – Polícia Ambiental – via punição do prejuízo ou risco causado à normalidade da atuação da administração pública ambiental.
Princípio da Proteção da Biodiversidade
Art. 225, § 1º, I, II, III, e VII, CF – nosso país possui a maior biodiversidade do planeta, cabendo a Poder Público:
Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;
Promover o manejo ecológico das espécies e dos ecossistemas;
Preservar a integridade e a diversidade do patrimônio genético do País;
Definir espaços territoriais a serem especialmente protegidos e proteger a fauna e flora, vedadas praticas que coloquem em risco a sua função ecológica ou provoquem extinção de espécies.
Princípio da Educação Ambiental
art. 225, § 1º, IV, CF – Cabe ao Poder Público promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino, assim como a conscientização pública para preservação do meio ambiente;
O Estado deve buscar demonstrar à população em geral que a questão ambiental é de suma importância para todos.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
É o complexo de etapas que compõe o procedimento administrativo, que objetiva a concessão de licença ambiental, sendo a obtenção desta última uma das fases do licenciamento;
LC nº 140/11 – licenciamento ambiental “procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”.
NATUREZA JURÍDICA DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Nos termos do art. 9º, IV, da Lei 6.938/81: o licenciamento ambiental é um instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente;
O licenciamento ambiental não é ato simples mas um encadeamento de atos administrativos, o que lhe atribui a condição de procedimento administrativo, porém sendo a licença ambiental um ato discricionário
ETAPAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O licenciamento ambiental é feito em 3 etapas distintas e insuprimíveis:
a) outorga de Licença Prévia - LP;
b) outorga de Licença de Instalação - LI;
c) outorga de Licença de Operação – LO;
Ressalte-se que entre uma etapa e outra podem-se fazer necessários EIA/RIMA e audiência pública.
LICENÇA PRÉVIA - LP
Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
Com a concessão da LP elabora-se o Projeto Básico do empreendimento – projeto de engenharia – que caracteriza a obra ou serviço;
LICENÇA DE INSTALAÇÃO - LI
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
Nessa fase deve ser elaborado o Projeto Executivo, que pode ser entendido como uma reestruturação do projeto original, enriquecido de detalhes técnicos e ambientais; com a LI autoriza-se a iniciar as obras;
LICENÇA DE OPERAÇÃO - LO
Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação;
A LO constata o cumprimento das exigências de controle e condicionantes ambientais e autoriza o início do funcionamento da atividade
COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
 Art. 7º, XIV, LC 140/2011 – União:
a) conjuntamente no Brasil e em país limítrofe e
b) no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica exclusiva;
c) em terras indígenas;
e) em mais de 2 Estados ;
f) de caráter militar;
g) material radioativo, entre outros.
COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Art. 8º, XIV e XV, LC 140/2011 – ESTADOS:
a) utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma de causar degradação ambiental, ressalvados o disposto nos arts. 7º e 9º;
b) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado,exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs;
COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Art. 9, XIV, LC 140/2011 – Municípios:
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais do Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade;
b) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APAs;
AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA FEDERAL
Agência Nacional de Águas – ANA: outorga de uso de água em rios e reservatórios federais. Site: 2.ana.gov.br;
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA: é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental de grandes projetos de infraestrutura que envolvam impacto ambiental em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás; animais e moto serra. Site: ibama.gov.br.
AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA FEDERAL
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: concede a outorga para a mineração de fontes de energia, metais ferrosos e não ferrosos, pedras preciosas, minerais industriais, para agronegócios, construção civil e água mineral. Site: dnpm.gov.br;
INCRA: georreferenciamento de propriedades rurais e Cadastro Nacional de Imóveis Rurais – Lei nº 10.267/01. Ligada à Receita Federal para arrecadação do ITR – Imposto Territorial Rural. Site: incra.gov.br.
AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA ESTADUAL
CESTESB: controla, fiscaliza, monitora e licencia as atividades geradoras de poluição; analisa os estudos ambientais e emite LP, LI e LO. Site: cetesb.sp.gov.br;
Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais – CBRN: processos de averbação de reserva legal voluntária, resolução de AIA (Auto de Infração Ambiental) e processos relacionados ao Ministério Público. Site: ambiente.sp.gov.br/cbrn.
AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA ESTADUAL
Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais – Agraprohab: responsável pela aprovação de loteamentos e empreendimentos imobiliários habitacionais (conjuntos habitacionais, condomínios, etc.) no Estado de São Paulo. Site: habitacao.sp.gov.br/secretariahabitacao/graprohab;
DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica – outorga de uso de água nas bacias hidrográficas dos municípios. Site: daee.sp.gov.br.
AGÊNCIAS E ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESFERA MUNICIPAL
Não há órgão dedicado ao licenciamento ambiental na esfera Municipal em Jaboticabal, porém quando se trata da retirada de árvores no município, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente realiza a expedição de autorização para tal procedimento de retirada.
PRAZOS DE ANÁLISES PARA CONCESSÃO
DAS LICENÇAS AMBIENTAIS
O prazo será de 6 meses a contar do protocolo de requerimento do empreendedor;
Nos casos mais complexos, causadores de significativa degradação ambiental, o órgão ambiental poderá estabelecer o prazo de até 12 meses.
PRAZOS DE VALIDADE DAS LICENÇAS AMBIENTAIS
Licença Prévia (LP): não superior a 5 anos;
Licença de Instalação (LI): não superior a 6 anos;
Licença de Operação (LO): no mínimo 4 e no máximo 10 anos.
ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA
Decorre do princípio da prevenção do dano ambiental, pois sua essência é preventiva e pode compor uma das etapas do licenciamento ambiental;
Tem índole constitucional já que está previsto no art. 225, § 1º - “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público”:
IV – “exigir, na foram da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”.
ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL – EIA/RIMA
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, Lei nº 6.938/81, foi que 1º previu como instrumento dessa política, no art. 9º, III;
O Decreto nº 99.274/90 outorgou competência ao Conama para fixar os critérios norteadores do EIA com finalidade de licenciamento;
As Resoluções Conama nº 1/86 e 237/97 trazem a disposições gerais do EIA/RIMA.
QUANDO UM EMPREENDIMENTO PRECISA DE EIA/RIMA
Sempre que causar significativo impacto ambiental (art. 3º, resolução 237/97 – CONAMA);
Pela resolução 1/86, art. 1º e 237/97, art. 1º, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
as atividades sociais e econômicas;
a biota;
a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
a qualidade dos recursos ambientais.
ATIVIDADES QUE EXIGEM EIA/RIMA
Através da Res. Conama, a elaboração do EIA/RIMA, será submetido ao órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo. Segue abaixo alguma das atividades que exigem este tipo de relatório (exemplificativo):
I – Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II – Ferrovias;
III – Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
IV – Aeroportos;
V – Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários, entre outras;
CONTEÚDO E FASES DO EIA
Coleta de informações gerais do empreendimento;
Caracterização do empreendimento;
Determinação da área de influência do projeto;
Diagnóstico da situação ambiental;
Análise dos impactos ambientais;
Indicação das medidas mitigadoras dos impactos;
Elaboração de um programa de acompanhamento e monitoramento desses impactos.
RIMA – RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental é o relatório contendo as conclusões do EIA. Os dados devem ser apresentados de forma objetiva e adequada à compreensão pública;
As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustrados por meio de imagens, gráficos e tabelas de modo que se possam ser observados as vantagens e desvantagens do projeto, bem como as consequências ambientais.
RAIAS OU RAP
RAIAS - Relatório de Ausência de Impacto Ambiental: (em SP chama-se RAP – Relatório Ambiental Preliminar) – art. 1°, III da Res. 237/97;
A presunção é a de que a atividade precisa de EIA/RIMA nas situações previamente previstas;
Cabe ao proponente do projeto apresentar um RAIAS/RAP ao órgão competente para tentar dispensar a exigência (parágrafo único, do artigo 3º, da Resolução 237/97 – CONAMA;
Deve conter informações sucintas que justifiquem a desobrigação de fazer o estudo.
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
A Resolução 237/97 do Conama diz que "os estudos serão realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor”, sendo que esses profissionais “serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais”;
Não se impõe mais que a equipe técnica seja independente do proponente do projeto, mas também não autoriza, de maneira clara que seja dependente, devendo a equipe multidisciplinar ser imparcial.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
 Por força do art. 225, § 1º, CF e em respeito ao Princípio da informação, dar-se-á publicidade ao EIA/RIMA, o qual deve ser discutido também em audiência pública (art.1º, Res. 09/87 e Res. 1/86 , CONAMA);
Pode ou não acontecer. Mas, quando solicitada deve ser divulgada amplamente pelo Diário Oficial e por jornal de grande circulação e passa a ser pressuposto da validade da licença;
Legitimados para requerer a audiência pública, além do órgão ambiental:
entidade civil;
50 ou mais cidadão, os quais devem requerer ao órgão ambiental e a sua realização;
MP requerer a sua realização.
RESPONSABILIZAÇÃO DO POLUIDOR
Art. 225, § 3º, CF – As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, simultaneamente, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
É a tríplice responsabilização em matéria ambiental: civil, administrativa e penal.
RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL
Art. 3º, IV e 4º,VII, Lei nº 6.938/81;Imposição ao poluidor da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, onde:
Poluidor é a pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, diretamente ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Art. 14, § 1º, Lei 6.938/81:
“é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar e reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, efetuados por sua atividade”;
Baseada na Teoria do Risco integral;
Solidária;
Imprescritível.
RESPONSABILIDADE ADMINISTATIVA
AMBIENTAL
Art. 70, caput, Lei 9.605/98;
Infração administrativa ambiental é toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente;
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA OBJETIVA
A doutrina não é pacífica em relação à natureza jurídica da responsabilidade administrativa (se objetiva ou subjetiva).
Todavia as instituições organizadoras de concursos públicos vêm entendendo a responsabilidade administrativa como objetiva, sendo devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator, de acordo com art. 70, caput, Lei 9.605/98.
INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS – DECRETO Nº 6.514/08
Das infrações contra a Fauna: arts. 24 a 42;
Das infrações contra a Flora: arts. 43 a 60-A;
Das infrações relativas a poluição e outras infrações ambientais: arts. 61 a 71-A;
Das infrações administrativas contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural – arts. 72 a 75;
Das infrações administrativas contra a administração ambiental: arts. 76 a 83; e
Das infrações cometidas exclusivamente em Unidades de Conservação: arts. 84 a 93.
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS – ART. 72, LEI 9.605/98
I – advertência;
II – multa simples;
III – multa diária;
IV – apreensão dos animais, produtos, subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração;
V – destruição ou inutilização do produto;
SANÇÕES ADMINISTRATIVAS AMBIENTAIS – ART. 72, LEI 9.605/98
VI – suspensão de venda e fabricação do produto;
VII – embargo de obra ou atividade;
VIII – demolição de obra;
IX – suspensão parcial ou total de atividades;
X – (vetado);
XI – restritiva de direitos.
PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
Prescrição do prazo para apurar a prática de infração ambiental:
Prescreve em 5 anos a ação administrativa que objetiva apurar a prática de infrações ao meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.
RESPONSABILIDADE PENAL SUBJETIVA
Penalmente é imprescindível a comprovação do elemento
subjetivo da conduta – dolo ou culpa – do agente.
Ex. Doloso - Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar: I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Ex. Culposo – Art. 62 - Parágrafo único. Se o crime for culposo (negligência, imperícia ou imprudência), a pena é de seis meses a um ano de detenção, sem prejuízo da multa.
Agenda 21 - Conferência “ECO 92” – Rio de Janeiro
“As florestas são essenciais para o desenvolvimento econômico e para a manutenção de todas as formas de vida”;
A flora e, sobretudo as florestas têm funções ambientais altamente relevantes;
O manejo florestal sustentado busca compatibilizar a utilização dos recursos florestais com a preservação do ecossistema através da adoção de mecanismos de proteção desse riquíssimo patrimônio.
Os ecossistemas florestais, segundo Antunes, 2000
“ encontram-se sob enorme pressão, sobre tudo em países em desenvolvimento, detentores das maiores florestas tropicais do mundo. Fatores como a expansão da fronteira agrícola para a plantação de soja, cana- de-açúcar e para agropecuária colocam em risco as matas nativas. A pressão migratória exercida pelas populações marginalizadas, por madeireiras e garimpos ilegais contribuem para aumentar a lista de fatores adversos à saúde das florestas”.
No Brasil
A densa complexidade ecológica e de riqueza genética dos ecossistemas florestais, aliados à pressão sobre eles exercida pela sociedade atual, exigem um efetivo arcabouço jurídico de proteção ambiental, além de um sistema administrativo eficiente.
Histórico do Arcabouço Jurídico
Período Colonial – não houve preocupação com a proteção das florestas, até porque a exploração da madeira era a principal atividade econômica;
CF 1824 e 1891 – influenciadas pelo liberalismo econômico e pela não intervenção do Estado, nada traziam a respeito da proteção ambiental;
CF 1934 – 1ª Constituição Social, previu a intervenção do Estado no domínio econômico e introduziu a noção de função social da propriedade.
Histórico do Arcabouço Jurídico
CF 1937, 1946, 1967/69 - evolução do princípio da função social da propriedade, revelou-se fundamental para o surgimento de normas de proteção ambiental;
Código Florestal – Lei 4.771/65 – marco da proteção da flora no Brasil – instituição da APP e Reserva Legal;
CF 1988 - foi a que mais se dedicou à proteção da flora brasileira – Art. 225, e §§;
Novo Código Florestal – Lei 12.651/12 – alterado pela Medida Provisória 571/2012 – iremos analisá-lo.
Competências Constitucionais
Art. 23, VII, CF – Prevê a competência material ou administrativa comum em matéria de proteção florestal, já que é repartida entre todos os entes da federação, em forma de cooperação;
Art. 24, VI, §§ 1º e 2º, CF – Prevê a competência legislativa concorrente, entre União, Estado e DF, sobre as questões florestais;
À União cabe estabelecer normas gerais – o Código Florestal é norma geral expedida pela União em matéria ambiental.
Competências Constitucionais
Art. 30, II, CF – Prevê a competência suplementar dos Municípios para legislarem sobre normas que suplementem o conteúdo de princípios e normas gerais ou que supram a ausência ou omissão destas.
Art. 225, CF
De acordo com o inciso VII do § 1º, do Art. 225, CF, incumbe ao Poder Público “ proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco a função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”;
O § 4º do mesmo artigo estabelece tratamento especial a importantes ecossistemas florestais, como a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.
Introdução ao Código Florestal – Lei nº 12.651/2012
Art. 1º-A, caput e Art. 2º - Código Florestal não se restringe à proteção das florestas;
Tem por objetivo a proteção das florestas e demais formas de vegetação;
Flora significa o conjunto de espécies de plantas – apenas as plantas verdes – características de uma região;
Florestas são caracterizadas como áreas com alta densidade de árvores, sendo formação natural ou artificial. Uma floresta natural é habitat de muitas espécies de plantas e animais e sua biomassa é grande.
O Código Florestal inovou ao elencar princípios para o desenvolvimento sustentável
A norma afirma o compromisso do País com a preservação da flora, da biodiversidade, do solo e dos recursos hídricos e com a integridade do sistema climático, visando o bem-estar das presentes e futuras gerações;
Reconhece a função estratégica da produção rural na manutenção e recuperação das florestas e o compromisso do País com um modelo ecologicamente viável de desenvolvimento.
O Código Florestal impõe limitações ao exercício do direito de propriedade
Seja através da previsão da instituição de Área de Preservação Permanente – APP ou de Área de Reserva Legal, que deverão ser protegidas pelo proprietário em razão da relevância ambiental da vegetação ali situada;
Tais limitações estão alicerçadas no princípio constitucional da função socioambiental da propriedade.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
– APP – ART. 3º, II, C. FLORESTAL
Refere-se a “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, protegero solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”;
Trata-se de área com status de espaço territorial especialmente protegido, nos termos do inciso III do § 1º do art. 225, CF, que são 3: APP, Reserva Legal e as Unidades de Conservação da Natureza previstas na Lei nº 9.985/2000.
APPs
As APPs podem ser criadas:
a) em função da sua localização – art. 4º;
B) em função da sua destinação – art. 6º.
As APPs são instituídas por lei em função da sua localização (art. 4º) quando por se tratar de vegetação situada em áreas fundamentais para a prevenção contra a erosão do solo, assoreamento, proteção do curso dos rios e das nascentes como ex. as matas ciliares.
APP em função da localização – art. 4º
Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura;
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
APP em função da localização – art. 4º
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de:
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;
III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;
APP em função da localização – art. 4º
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros;
V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive;
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
VII - os manguezais, em toda a sua extensão;
VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;
IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela mais próximo da elevação;
X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação;
XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e encharcado.	(
APP em função da destinação – art. 6º
Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:
I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha;
II - proteger as restingas ou veredas;
III - proteger várzeas;
IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção;
V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico;
VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
VII - assegurar condições de bem-estar público;
VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares.
IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional.
APP em função da destinação – art. 6º
Nesse caso o Chefe do Poder Executivo não exerce atividade legislativa criadora de APPs;
Ele apenas identifica, demarca e declara como de interesse social, para fins de preservação permanente, uma determinada área;
Nesse sentido, quando de domínio privado, essas áreas desafiam pleito expropriatório, mediante justa e prévia indenização em dinheiro ( CF, art. 5º, XXIV).
NATUREZA JURÍDICA
As APPs previstas no art. 4º, da Lei 12.651/2012, não dependem de ato administrativo para sua criação, tem natureza de limitação administrativa à propriedade, ou seja, é toda imposição geral, gratuita, unilateral e de ordem pública condicionadora do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem- estar social.
NATUREZA JURÍDICA
Já as APPs previstas no art. 6º da Lei 12.651/12 – por dependerem de ato formal para sua instituição, não encerrando restrição genérica à propriedade, abstrata, aplicável a todos os que se encontrem na mesma situação, e por obrigarem o Estado a indenizar os particulares sujeitos à constrição, opõe-se à natureza jurídica da anterior, ante a razão de não ostentarem o caráter de gratuidade.
INTERVENÇÃO OU SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM APP
Art. 8º, Lei 12.651/12 – “a intervenção ou supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses de:
utilidade pública – art. 3º, VIII;
interesse social – Art. 3º, IX;
e baixo impacto ambiental – art. 3º, X;
Importante: o órgão ambiental quando da intervenção ou supressão deve determinar a compensação dos impactos causados!
RECOMPOSIÇÃO DE APPs EM ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS
Recomposição – reconstituição de ecossistema ou de comunidade biológica nativa degradada ou alterada a condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original;
A manutenção de atividades em APPs, segundo o Art.
61, A, da Lei Florestal, é restrita a – atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural – e cabível somente quando se trata de áreas rurais consolidadas, ou seja, aquelas com ocupações antrópicas preexistentes a 22 de julho de 2008.
RECOMPOSIÇÃO DE APPs EM ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS
Os parágrafos e itens do Art. 61,A, descrevem a obrigação de uma recomposição proporcional, de acordo com a dimensão da área dos imóveis que margeiam cursos d´água naturais (§§ 1º a 4º), nascentes e olhos d´água perenes (§ 5º), lagos e lagoas naturais (6º) e veredas (§ 7º);
RECOMPOSIÇÃO DE APPs EM ÁREAS RURAIS CONSOLIDADAS
Exemplo de Recomposição importante para o nosso estudo de caso:
Art. 61,A, § 1º Para os imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água.
MÉTODOS DE RECOMPOSIÇÃO
§ 13 do art. 61,A - métodos de recomposição das APPs nas áreas rurais consolidadas, que podem ser feitas isoladas ou conjuntamente:
I – condução de regeneração natural de espécies nativas;
II – plantio de espécies nativas;
III – plantio de espécies nativas conjugado com condução de regeneração natural de nativas;
IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta na pequena propriedade ou posse familiar.
APP EM ESPAÇO URBANO
Sempre houve controvérsia! O Código Florestal 1965 não fazia distinção entre áreas urbanas e rurais;
Lei nº 6.766/79, art. 4º, III – “ao longo das águas correntes e dormentes.... 15 metros de cada lado...”;
O Novo Código Florestal expressamente se referiu à aplicabilidade da APP na área urbana (art. 4º, caput), desde que cumpra ela sua função ambiental;Área Urbana Consolidada - por analogia o mesmo da área rural – no mínimo 5 metros.
RESERVA LEGAL - RL
Art. 3º, III, Lei Florestal - RESERVA LEGAL: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa
NATUREZA JURÍDICA
A Reserva Legal se caracteriza como limitação ao direito de propriedade, calcada na função socioambiental da propriedade;
Toda propriedade rural deverá preservar um percentual de vegetação, além das APPs, necessárias à conservação da biodiversidade e a proteção de fauna e flora nativas;
Diferente da APP, na Reserva Legal permite-se o manejo sustentável, ou seja, a utilização da área sem descaracterizar ecologicamente os recursos florestais e os ecossistemas (arts. 17, 20 a 24, da Lei Florestal.
O PERCENTUAL DA RESERVA LEGAL
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de
cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
A LOCALIZAÇÃO DA RESERVA LEGAL
A localização da Reserva Legal somente poderá ser aprovada pelo órgão ambiental estadual depois de incluído o imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural – CAR, registro eletrônico de âmbito nacional, que passa a ser obrigatório, a partir da publicação da Lei 12.651/12, para todos os imóveis rurais;
O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação da propriedade no Cartório de Registro de Imóveis.
PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL – PRA
Art. 59, da Lei Florestal - Permite ao proprietário rural regularizar a APP e RL consolidada; Proprietários que tiverem multas aplicadas antes de 22 de julho de 2008 por utilizar a APP e RL, inscritos no CAR e com adesão ao PRA, assinando um Termo de Compromisso, não poderão ser autuados.
O CADASTRO AMBIENTAL RURAL - CAR
Nos termos do art. 2º, II, do Decreto 7.830/12, entende-se por:
II - Cadastro Ambiental Rural - CAR - registro eletrônico de abrangência nacional junto ao órgão ambiental competente, no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente – SINIMA, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento;
RECOMPOSIÇÃO DE APP EM ÁREA CONSOLIDADA – DECRETO 7.830/12
Art. 19. A recomposição das Áreas de Preservação Permanente poderá ser feita, isolada ou conjuntamente, pelos seguintes métodos:
§ 1o Para os imóveis rurais com área de até 01 (um) módulo fiscal que possuam áreas consolidadas em Áreas de Preservação Permanente ao longo de cursos d’água naturais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em cinco metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d´água.
IMPORTANTE!
Art. 78-A. Após 31 de dezembro de 2017, as instituições financeiras só concederão crédito agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis rurais que estejam inscritos no
CAR.	(Redação dada pela Lei nº 13.295, de 2016)
Posso compensar APP no percentual da Reserva Legal?
O cômputo do percentual das Áreas de Preservação Permanente no cálculo da Reserva Legal do imóvel é permitido desde que não implique na conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo. E desde que as APPs estejam reflorestadas ou em fase de refloresta mento (com implantação de projeto de reflorestamento). As APPs não cobertas por vegetação nativa não serão consideradas para esse fim, a critério do órgão ambiental competente.
Consciência ecológica e educação ambiental
O Sol está envelhecendo e esquentando cada vez mais até sua transformação numa “gigante vermelha”, o que irá aniquilar os planetas próximos a sua órbita, como a terra;
Isso nos dá a dimensão da fraqueza planetária;
O homem tem contribuído para a antecipação do fim;
A consciência ecológica está intimamente ligada à preservação do meio ambiente.
Três grandes ecossistemas Terrestre: recursos essenciais para a existência da vida, ex. montanhas, rochas, solo, bacias hidrográficas;
Marinho ou Aquático: esse ecossistemas é muito importante em recursos ambientais e biodiversidade por causa da sua extensão. Serve para autorregular a temperatura e fornecer alimentos em abundância;
Atmosférico: é outro grande sistema que fornece o ar para respirar e permite o acúmulo de vapor d´água para realização do ciclo das chuvas.
São os 3 ecossistemas que interagem entre si e de maneira contínua e sustentável no planeta
Qualquer alteração na constituição e formação de tais sistemas pode colocar em risco toda a forma de vida na Terra;
Vê se constantemente a contaminação do meio ambiente por lixo, queimadas, agrotóxicos, efeito estufa, pesca predatória, mineração etc. gerando consequência nefastas para o meio ambiente.
Muitas pessoas hoje em dia acreditam que a Terra não está doente, que o aquecimento global é ficção e que devemos deixar tudo como está!
Vê-se que as agressões ao meio ambiente são diversas, para protegê-lo, é necessário conscientizar o homem por meio do conhecimento da relação homem versus ambiente.
Essa consciência se dará pela educação!
Educação Ambiental – Art. 225, CF
Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida....
§1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Política Nacional e Estadual de Educação Ambiental
A Lei nº 9.795/1999, dispõe sobre a educação ambiental e instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA; essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 4.281/2002;
A Lei nº 12.780/2007, instituiu a Política Estadual de Educação Ambiental - PEEA, no Estado de São Paulo; essa lei foi regulamentada pelo Decreto nº 55.385/2010, que instituiu o Programa Estadual de Educação Ambiental e o Projeto Ambiental Estratégico Criança Ecológica.
Entende-se por Educação Ambiental
“os processos por meio dos quais o individuo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes, e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” – art. 1º, da Lei 9.795/99.
Educação Ambiental como Direito do Cidadão
 “A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Art. 2º, Lei 9.795/99.
A Educação Ambiental será promovida em
todos os níveis, abrangendo:
a) educação básica – educação infantil, ensino fundamental e médio;
b) educação superior;
c) educação especial;
d) educação profissional;
e) educação de jovens e adultos
Obs. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas.
A Educação Ambiental é tida como atividade- fim, se destina a formar a consciência ecológica
A matéria comporta exame sob três aspectos:
Aspecto Educacional;
Aspecto Formal;
Aspecto Não-Formal.
Grandes eventos sobre Educação
Ambiental - ONUConferência de Belgrado – 1975;
1ª Conf. Intergovernamental sobre Educação Ambiental em Tbilisi, Geórgia – União Soviética – 1977;
Seminário sobre Educação Ambiental, Costa Rica, 1979;
Seminário Latino-Americano de Educação Ambiental, Argentina – 1988;
Conferência sobre o Meio Ambiente Humano, Estocolmo, ONU – 1972;
ECO-Rio-92 – Agenda 21 Global – Rio de Janeiro – 1992.
Competência!
“Art. 21, CF – Compete à União:
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e inundações...”.
Política Nacional de Proteção e de Defesa Civil – PNPDEC – Lei 12.608/12
Defesa Civil – visa proteger a sociedade como um todo, incluindo cada pessoa e o corpo social, inclusive a parte material da sociedade como um todo – edifícios privados ou públicos;
inclui também a defesa contra desastres que pode abranger todos os setores da comunidade – Poder Público, sociedade civil e cidadãos – organizados de forma integrada, visando abranger ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.
Estado de Calamidade Pública
Situação anormal, provocada por desastre, causando danos e prejuízos que impliquem comprometimento da capacidade de resposta do poder público e do ente atingido;
Calamidade – grande perda, dano, desgraça, destruição, especialmente a que atinge vasta área ou grande número de pessoas; catástrofe; Lei 12.608.
DESASTRE
“Resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais, ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais” – art. 2º, II, Dec. 7.257/10;
Exemplos de desastres: inundações, deslizamentos, ciclones, tufões, ventanias, nevascas, abalos sísmicos, explosões nucleares, tsunamis, vazamentos de indústrias químicas, etc. Lei 12.608/12.
Prevenção de Desastres Ambientais
É dever da União, dos Estados, do DF e dos Municípios adotarem as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre, como inundações, deslizamentos, radiações tóxicas ou nucleares, secas e terremotos.
Diretrizes da PNPDEC
Atuação articulada dos entes federados;
Adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise da ações de prevenção;
Planejamento com base em pesquisas e estudos;
Participação da sociedade civil;
Abordagem sistêmica das ações de prevenção em outras ações, e;
Prioridade das ações preventivas relacionadas à minimização de desastres.
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil - SINPDEC
O SINPDEC prevê a participação da sociedade civil e a partilha de competências de defesa civil entre os entes federados;
Cabe à União – art. 6º, Lei 12.608/12 – aspectos gerais – apoio, estudos, cadastros nacionais, monitoramento hidrológico, geológico, metereológico, alertas, articulação, etc.
Ainda o SINPDEC
Cabe aos Estados – art. 7º, Lei 12.608/12 – apoiar os Municípios e elaborar Planos de Contingência Regionais;
Cabe aos Municípios –a art. 8º, Lei 12.608/12 – mapear, identificar e fiscalizar áreas de risco; vistoriar edificações, intervenções e evacuações; elaborar Plano de Contingência e Defesa Civil local; estimular a participação da sociedade civil e promover treinamentos de voluntários para atuação conjunta.
Plano de Contingência e Defesa Civil
É um documento que estabelece estratégias e diretrizes de ações a serem adotadas pelos órgãos envolvidos direta ou indiretamente na resposta a emergências e desastres relacionados a eventos naturais, como deslizamentos, alagamentos, enchentes, granizos, vendavais, tempestades, etc.
Prioridades na prevenção diante de
desastres e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil
Idosos – pessoas a partir de 60 anos de idade;
Crianças e adolescentes;
Pessoas portadoras de necessidades especiais.
Cidades Resilientes
Uma cidade resiliente é aquela que tem a capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de um desastre e de maneira organizada prevenir que vidas e bens sejam perdidos;
A ONU, através do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) laçou campanha com o objetivo de aumentar a conscientização a respeito da redução de riscos urbanos e encorajar governos a investir em atividades de redução de desastres e criar uma infraestrutura mais resiliente nas cidades.
Resposta e Recuperação dos Desastres
O principal objetivo da Política Nacional de Proteção de Defesa Civil é prestar efetivo socorro e assistência às populações atingidas por desastres e orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de resposta em situações de desastre e promover autoproteção.
Obrigações dos Municípios na resposta aos desastres, segundo a Lei 12.608/12
Vistoriar edificações em área de risco;
Evacuar a população nas áreas de alto risco;
Organizar e administrar abrigos provisórios;
Promover a solução de moradia temporária às famílias atingidas por desastres;
Ações de socorro.
Declaração de estado de emergência e de calamidade pública
A União, os Estados e os Municípios podem declarar situação de emergência e estado de calamidade pública;
O Poder Executivo federal prestará apoio aos entes federados em situação de emergência ou estado de calamidade por ele reconhecidos – art. 3º, § 1º, Lei 12.340/10. Essa lei deve ser interpretada em consonância com a Lei 12.608/12 através da prevenção e alerta dos acidentes.
Responsabilidade Civil dos Poderes Públicos
A responsabilidade da Administração Pública “será sempre submetida à demonstração de que foi o serviço público que causou o dano sofrido pelo autor, pois não está o Estado obrigado a indenizar se inexiste vínculo entre a omissão ou falha e o dano causado”.
Yussef Said Cahali. In Responsabilidade Civil do Estado.
Responsabilidade civil das pessoas físicas e das empresas
O risco de desastre deve ser analisado na fase de licenciamento ambiental por ocasião da elaboração do Estudo Prévio de Impacto Ambiental, conforme forem as informações obtidas, deverão ser feitas exigências relativas a segurança do empreendimento;
Incide a teoria do risco integral, corporificando a responsabilidade civil objetiva, independente de culpa

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