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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VITÓRIA CURSO DE SERVIÇO SOCIAL PROJETO DE INTERVENÇÃO MARIA HELENE SILVESTRE DA CUNHA MEES GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E PREVENÇÃO DE DST VITÓRIA-ES 2017 MARIA HELENE SILVESTRE DA CUNHA MEES PROJETO DE INTERVENÇÃO GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E PREVENÇÃO DE DST Projeto de intervenção, apresentado A Universidade Estácio de Sá, para a disciplina de Estágio Supervisionado II. Supervisor (a) Acadêmico (a): Prof.ª Fátima de Oliveira Souza VITÓRIA-ES 2017 I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: Nome do Projeto: Gravidez na adolescência e prevenção de DST Órgão / Instituição Responsável: Instituto Gênesis Equipe: Maria Helene Silvestre da Cunha Mees Supervisora de Campo: Assistente Social Cristiane Sily Supervisora Acadêmica: Assistente Social Fátima de Oliveira Souza II APRESENTAÇÃO: Nas últimas décadas, a gravidez na adolescência e as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) se tornou um importante tema de debate e alvo de políticas públicas no pais. A gravidez na adolescência tem sido um tema bastante polêmico, que controversa nos debates que diz respeito a saúde sexual e reprodutiva. Geralmente, a gravidez no período da adolescência é considerada de risco, gerando desestruturação na vida dos adolescentes, contribuindo ainda na maioria das vezes para o ciclo de pobreza, uma vez que o jovem não possui condições financeiras para manter a criança, levando-o a interromper seus estudos, por necessitar entrar no mercado de trabalho a fim de garantir sua subsistência e a de seu filho. Numa reflexão crítica sobre o tema de gravidez na adolescência, é importante considerar que este fato esta associado a diversos fatores sociais, como também pessoais e familiares. Muitas vezes a gravidez na juventude está relacionada com a situação de vulnerabilidade social, e com a falta de conhecimento e acesso aos serviços de saúde. Desenvolver o projeto no campo de estágio: Gravidez na adolescência e prevenção de DST, configura-se de suma importância para os jovens da instituição, por estarem iniciando sua inserção no mercado de trabalho, e se encontrar em meio a muitos jovens de sua faixa etária. Dessa forma a intervenção se dará através de palestras com objetivo de sensibilizar e contribuir para o processo de amadurecimento, e formação dos aprendizes. Assim como discutir questões relacionadas a gravidez, e motivá-los a refletir sobre as consequências da gravidez precoce bem como os perigos e consequências do sexo sem proteção. III DIAGNÓSTICO: O público do objeto de intervenção em questão, trata-se de adolescentes do sexo masculino e feminino de 14 á 17 anos, inseridos no Centro de Aprendizagem voltado à adolescentes no Instituto Gênesis. Observa-se que está faixa etária está inclusa no Estatuto da criança e do adolescente (ECA), como nos afirma o texto abaixo: Art.2 “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” (BRASIL,1990). Considerando que essa etapa da vida humana é cercada de grandes mudanças no corpo e na mente, pelo seu caráter de desenvolvimento e pela transição entre a infância e a fase adulta, visa-se a necessidade de proteção integral a esse grupo em questão. O Estatuto da Criança e do adolescente afirma em seu art. 6° que: ”Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento” (BRASIL, 1990). Segundo o estudo socioeconômico, realizado pelas estagiárias do serviço social da instituição, observou-se que os adolescentes em questão fazem parte do grupo de vulnerabilidade social, onde a composição familiar, na maioria das vezes, é de quatro a seis pessoas e possuem renda que não ultrapassa o valor de um salário mínimo e meio. O artigo 4°do Estatuto da Criança e do Adolescente diz que: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” (BRASIL, 1990). Entende-se, portanto, que é dever enquanto instituição, garantir a efetivação desses direitos por meio de informações repassadas de forma clara e adaptativa a linguagem dos jovens sobre a proteção contra DST e uma gestação não planejada. IV JUSTIFICATIVA: Atualmente o Instituto Gênesis possui em seu quadro 625 adolescentes aprendizes. Identificou-se então que entre esses jovens, haviam cinco que já passaram por esse processo de gestação precoce e enfrentam a realidade de ser pai/mãe na adolescência. Ainda na observação foram identificados quatro adolescentes grávidas. Dado a essa observação dos profissionais e estagiários de Serviço Social, fez-se necessário a implementação de um projeto de intervenção no campo de estágio, ao qual pudesse levar informação e conscientização acerca do problema exposto. O desenvolvimento do projeto está atrelado à questão da gravidez na adolescência e suas consequências, exemplo disso são os casos da gravidez de risco. Há também outras implicações como: Mudanças da realidade social dos adolescentes no seu convívio familiar e interpessoal, comprometimento no processo de formação e vida acadêmica, acarretando evasão escolar e dificuldade na inserção de emprego. De acordo com GONÇALVES; KNAUTH (2006), a gravidez das jovens de camadas populares vai de encontro às poucas chances históricas e socioculturais às quais estão subjugadas. O assistente social enquanto profissional, visa identificar a violação desses direitos, a fim de que o mesmo que seja garantido e efetivado. A relevância desse presente trabalho é informar aos adolescentes, meios pelos quais poderão exercer seus direitos reprodutivos, assegurando as condições de escolha por uma gravidez planejada e bem assistida, bem como a importância do uso de preservativos para a prevenção da gravidez e DST. V OBJETIVOS OBJETIVOS GERAIS Levar informações aos aprendizes sobre as consequências da gravidez na adolescência, bem como suas implicações e mudanças que ocorrem em seu cotidiano conscientizando-os sobre a importância do uso de métodos contraceptivos na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Despertar nos adolescentes um comportamento responsável no que se refere ao sexo seguro, à prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da gravidez indesejada. Promover temas de saúde integral do adolescente. Apresentar um espaço de discussão acerca do tema abordado. VI REFERENCIAL TEÓRICO: Abordar a questão da saúde dos adolescentes e jovens relacionadas a DST e Aids, é uma preocupação constante nos serviços de saúde de todo o país. De acordo com a pesquisa da Coordenação Nacional de DST/AIDS em 2003, foram diagnosticados 9.762 novos casos de aids. Observou-se que de 457 casos (7,2%) correspondia a jovens de 13 a 24 anos de idade, enquanto 388 (11,3%) incluíam jovens mulheres na mesma faixa etária. Estes dados apontam que a maior predominância de infecções por HIV/aids está entre adolescentes e jovens do sexo feminino, havendo uma predisposiçãoepidemiológica que aponta a “feminização” da epidemia, e maior índice de vulnerabilidade desde grupo etário à infecção. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,2007). A grande endemia de HIV/aids e seus altos índices presente entre a juventude e adolescência brasileira, representa um importantíssimo campo de intervenção na área da saúde sexual e da saúde reprodutiva, seja no âmbito da prevenção como no da assistência e da promoção da saúde. Adolescente e jovens soropositivos, seja eles homens e mulheres, dispõem de necessidades específicas com relação à vida sexual e a vida reprodutiva a serem respeitadas e asseguradas nos serviços de saúde, sem estereótipos ou estigmas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). Falar de sexualidade e reprodução de uma maneira positiva e como dimensão de saúde potencializa a autoestima e fortalece os adolescentes e jovens enquanto sujeitos sociais. “Importante salientar que os avanços legais, políticos e conceituais no campo dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos são frutos da atuação intensa dos movimentos sociais”, e principalmente dos movimentos de juventude e do movimento feminista. A grande organização dos adolescentes e jovens em espaços de participação social, bastante ativa nos últimos anos, é um dos meios impulsionadores e de fortalecimento para o avanço das políticas sociais para a juventude (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). A avaliação mais critica e vasta a se fazer sobre a questão permite considera “a gravidez na adolescência como um acontecimento que esta associada a diversos fatores sociais, pessoais e familiares” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007). De acordo com estudos realizados pela Unicef (acerca dos adolescentes brasileiros com faixa etária entre 12 e 17 anos, 32% já haviam tido relações sexuais. Constatou-se nesse levantamento que 61% eram homens e que 39% eram mulheres (UNICEF 2002). Nos dias atuais falar de gravidez na adolescência tem sido ainda um tema bastante polêmico e controverso nos debates que fala sobre saúde sexual e saúde reprodutiva deste público. Em geral um elemento que gera a desestruturação da vida de adolescentes e, em ultima instância, como elemento decisivo na reprodução do ciclo de pobreza das populações em questão, ao colocar empecilhos para a continuidade dos estudos e no acesso ao mercado de trabalho, principalmente entre as adolescentes (MINISTÉRIO DA SAUDE,2007). VII METODOLOGIA: Diante de toda a questão explanada neste referido trabalho, a intervenção adotada diz respeito à promoção da saúde e a sensibilização do grupo presente bem como suas reais e condições que envolvem a questão da gestação na adolescência, e os riscos preeminentes da contração de doenças sexualmente transmissíveis. A Priore, foi realizada uma reunião da equipe social juntamente com a equipe de saúde, para discussão acerca do público alvo e suas demandas. Foram planejados palestras e debates sobre o assunto, com o objetivo de sensibilizar os adolescentes sobre o tema em questão. Realizado junto às equipes a avaliação e escolha do vídeo educativo “ Eu, adolescente, grávida”, documentário realizado na Região da Grande são Pedro-Vitória Es, no ano de 2008, a ser apresentado aos adolescentes, visando um maior esclarecimento e entendimento a realidade da gestação na adolescência e sensibilizá- los sobre a necessidade de prevenção. Foi providenciado pela equipe de saúde, kits de preservativos masculinos e femininos a serem distribuídos entre os presentes. A equipe de saúde disponibilizou um modelo de genitália masculina para ser exposto na sala de apresentação das palestras e debates. O projeto de intervenção foi executado no Instituto Gênesis nos dias 03/10/2017 e 06/10/2017nos períodos matutino e vespertino. VIII RECURSOS: Humanos: RECURSOS HUMANOS PROFISSIONAIS QUANTIDADE Assistente Social 01 Estagiário (a) de Serviço Social 04 Palestrantes da área de saúde 02 Pedagogo (a) 01 Monitores pedagógicos 10 Materiais: MATERIAIS/ESPAÇO UTILIZADOS DESCRIÇÃO QUANTIDADE Salas para realização do projeto. 01 Data show 01 Televisor e DVD 01 Kit preservativo masculino 300 Kit preservativo feminino 100 Modelo de genitália masculina 01 IX CRONOGRAMA FÍSICO: CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES/MÊS AGO SET OUT Período de elaboração x x Reunião para programação do Projeto x x x Realização do Projeto x X CRONOGRAMA FINANCEIRO: Espaço físico, data show, televisão, DVD, foram utilizados os da própria instituição. Recurso humanos: Parte da equipe é da própria instituição, os palestrantes da área de saúde e os Kits de preservativos, foram custeados pela Prefeitura municipal de Vitória. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva de adolescentes e jovens. Secretaria de Atenção à Saúde Brasília, DF, 2007. GONÇALVES,Helen;KNAUTH,RivaDaniela- Aproveitar a vida, juventude e gravidez. Revista Antropologia. São Paulo.ISSN 0034-7701. Vol.49, n.2°. (2006).p.4 UNICEF. Convenção Internacional dos Direitos da Criança, ONU, 1989. Disponible en:http://www.unicef.pt/docs/pdf_publicacoes/convencao_direitos_crianca2004.pdf. Accessed: September 2013.
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