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Crimes Contra a Adminisração Publica

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Roberta Cordeiro 
Direito Penal 
Teoria 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
Título XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Capítulo I: 
Crimes praticados por funcionários públicos (crimes funcionais) (arts. 312 a 327). 
 
Capítulo II: 
Crimes praticados por particulares contra a administração pública (arts. 328 a 337) 
 
Capítulo II-A: 
Crimes contra a administração pública estrangeira (crimes contra a regularidade das relações comerciais 
internacionais) (arts. 337-B a 337-D) 
 
Capítulo III: 
Crimes contra a administração da justiça (arts. 338 a 359) 
 
Capítulo IV: 
Crimes contra as finanças públicas (ofensas à Lei de Responsabilidade Fiscal) (arts. 359A a 359H) 
 
 
NOÇÕES GERAIS 
 
- Todo crime funcional gera sempre um ato de improbidade administrativa (no mínimo viola o princípio da 
legalidade – art. 11, LI). 
 
- Mas nem todo ato de improbidade acarreta um crime funcional. 
Os atos de improbidade são dolosos ou culposos. Os crimes funcionais, em regra, são dolosos. 
 
- Os crimes funcionais estão sujeitos ao princípio da extraterritorialidade incondicionada. São alcançados 
pela lei penal brasileira não importa onde tenham sido praticados. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
I - os crimes: 
(...) 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
 
 
- O condenado por crime funcional para progredir de regime deve, obrigatoriamente, reparar o dano: 
Art. 33 (...) § 4º - O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito 
praticado, com os acréscimos legais. 
 
Alguns autores dizem que esse § 4º é inconstitucional porque não ressalvou aquele que não tem condições 
de ressarcir o dano. 
 
 
 
 
 
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CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
 
Funcionário público típico: 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
 
Funcionário por equiparação: 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e 
quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade 
típica da Administração Pública. 
 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem 
ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração 
direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
 
Conceito de funcionário público quando autor de crime: art. 327, caput e § 1º 
 
Conceito de funcionário público quando vítima de crime: 
1ª corrente: art. 327, caput e § 1º (Mirabete e Fragoso) 
2ª corrente: apenas o art. 327, caput (Cézar Bitencourt) (prevalece a segunda corrente). 
 
CAP. I, TÍTULO XI – DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
EM GERAL 
 
 SUJEITO ATIVO => será “sempre” funcionário público 
 
 SUJEITO PASSIVO => será “sempre”a administração em geral. 
 Todo crime funcional ofende, ao menos, o princípio da legalidade. 
 Todavia, nem todo ato de improbidade é crime funcional, isso porque os atos ímprobos podem ser 
punidos a título de dolo ou culpa, já os crimes funcionais são punidos, em regra, somente por DOLO (culpa só 
excepcionalmente). 
 Apesar da pouca importância dada aos crimes funcionais, foram lembrados em dois momentos: 
 a) art. 7º, I, c, do CP => os crimes funcionais estão sujeitos ao PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE 
INCONDICIONADA; 
b) nos requisitos para progressão: 
1) cumprir 1/6 da pena; 
2) bom comportamento carcerário; 
3) oitiva do MP; 
4) se for violento, exame crimonológico (que é FACULTATIVO); 
5) se for contra a Administração Pública, depende da reparação do dano (art. 33, §4º, CP) ou 
devolução do produto. 
 
 
 CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
Art. 327 => funcionário público típico 
 
1. SUJEITO ATIVO: 
 
 
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Conceito de funcionário público, para fins penais, encontra-se no artigo 327, CP. Interpretação 
autêntica ou legislativa de funcionário público. 
 
Artigo 327, CP: conceitua funcionário público típico. 
Exercem cargo os estatutários. 
Exercem emprego os celetistas. 
Exerce função pública quem cumpre obrigação. 
 
Não se exige estabilidade nem remuneração; exemplo: jurado, mesário. 
 
 Art. 327, par. 1 => funcionário público por equiparação ou atípico 
 Com a Lei 9.983/00, o par. 1 teve o acréscimo de quem trabalha para: 
 empresa conveniada ou contratada para exercício de atividade típica da administração 
 entidade paraestatal. 
 
 Art. 327, par. 2 - MAJORANTE = CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
 O aumento de pena se dá quando o agente for: 
 ocupante de cargo em comissão; 
 função de direção 
 ou assessoramento 
EM 
a) órgão da administração direta 
b) empresa pública 
c) sociedade de economia mista 
d) fundação instituída pelo Poder Público 
 
Obs1: Autarquia? O par. 2 esqueceu da autarquia. Lembrou apenas da fundação pública que é uma 
espécie de autarquia, incluir a autarquia é vedado porque seria analogia in malam partem. 
 
Obs2: além de funcionário público, deve exercer função de confiança, justificado-se a causa de 
aumento. 
 
CRIME FUNCIONAL: PRÓPRIO e IMPRÓPRIO 
 
a) CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO => faltando a condição de servidor do agente, o fato passa a ser 
atípico. É uma hipótese de ATIPICIDADE ABSOLUTA. 
Este fato quando praticado por não servidor é um indiferente penal. 
Ex: corrupção passiva. 
 
b) CRIME FUNCIONAL IMPRÓPRIO => faltando a condição de servidor do agente, o fato deixa de 
configurar crime funcional, passando ao rol das infrações comuns. 
É um caso de ATIPICIDADE RELATIVA. 
Ex: peculato (vira art. 168); peculato-furto (vira art. 155). 
 
 
 
 
 
 
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CRIMES PROPRIAMENTE DITOS 
 
1. PECULATO 
Tipos: 
1) art. 312,caput, 1. parte => PECULATO APROPRIAÇÃO (peculato próprio) 
2) art. 312, caput, 2. parte => PECULATO-DESVIO (peculato próprio) => ou desviá-lo... 
3) art. 312, par. 1 => PECULATO-FURTO (peculato impróprio) 
4) art. 312, par. 2 => PECULATO CULPOSO; 
5) art. 313 => PECULATO-ESTELIONATO 
6) art. 313-A e B => PECULATOS ELETRÔNICOS. 
 
PECULATO PRÓPRIO é o caput. Impróprio é o do par. 1. Para outros doutrinadores, peculato próprio é 
o do artigo 312 e impróprio, os dos artigos 313, 313A e 313B. 
 
a) PECULATO PRÓPRIO 
- SUJEITO ATIVO => funcionário público no sentido amplo do art. 327 do CP. 
O crime é próprio quanto ao sujeito ativo. 
 
Crime próprio admite concurso de pessoas? 
Sim, admite co-autoria e participação. 
Ex: funcionário público apropriou-se (art. 312, CP), mas quanto ao particular auxiliar deve-se analisar: 
a) se ele tinha ciência de que o autor era funcionário público para fins penais, responde por art. 312; 
b) se não tinha ciência, responde por apropriação indébita (art. 168), conforme art. 30, CP. 
 
Prefeito municipal pratica crime funcional? 
Para o prefeito municipal, há lei especial (DL 201/67). 
Em fato praticado por prefeito municipal, deve-se verificar primeiro se há previsão de crime no DL 
201/67. Só depois pode-se ir ao CP. Há uma relaçãode ESPECIALIDADE. A norma especial revoga a geral. 
 
Lei dos Crimes contra Sistema Financeiro 
Há previsão especial de peculato nesta lei => arts. 5 e 13. 
 
SUJEITO PASSIVO DO PECULATO PRÓPRIO => administração em geral. 
O particular pode figurar como vítima secundária. Já que o caput fala em bem público ou particular, 
em poder da Administração. 
 
a.1) PECULATO APROPRIAÇÃO 
CONDUTA PUNIDA: 
 apropriar-se = inverter a posse; agir como se dono fosse; 
 de dinheiro 
 de valor 
 ou qualquer outro bem móvel 
 público ou particular => o proprietário é vítima secundária 
 de quem tem a posse => em razão do cargo => nexo funcional entre cargo e posse. A posse 
tem que ser inerente ao cargo. Tem que estar entre as atribuições funcionais do funcionário a 
posse da coisa, se não estiver pode configurar apropriação indébita comum. 
 
 
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 Não se confunde com POR OCASIÃO DO CARGO. Isso não basta. Deve haver nexo funcional e não 
temporal. 
 
 
a.2) PECULATO-DESVIO 
CONDUTA PUNIDA: 
 DESVIAR em proveito próprio ou alheio 
 dinheiro 
 valor 
 ou qualquer outro bem móvel 
 público ou particular => o proprietário é vítima secundária 
 de quem tem a posse => em razão do cargo => nexo funcional entre cargo e posse. 
 
 A doutrina critica a divisão dizendo que quem pratica peculato-desvio, já praticaria o peculato-
apropriação. 
 
 Qual a diferença do peculato-desvio para o art. 315, CP (emprego irregular de verbas ou rendas 
públicas)? 
 
Art. 312 => peculato-desvio Art. 315, CP 
 Desvia em proveito próprio ou alheio Desvia => contrariando a lei. 
 Ex: pega dinheiro público e aplica em 
outra destinação pública. 
 Pode configurar estado de necessidade. 
Ex: usa dinheiro para abrigar pessoas vítimas de 
enchente. Fato é típico, mas deixa de ser ilícito. 
 Visa a interesse particular Visa a interesse público 
 
 DOLO 
Seja o peculato-apropriação, seja o peculato-desvio é punido a título de DOLO. 
 Este dolo é o dolo com ÂNIMO DEFINITIVO. É imprescindível que esta inversão da posse seja definitiva, 
não basta o ânimo de uso. Deve haver a vontade de apoderar-se definitivamente da coisa. 
 Se age com ânimo de uso? 
 A jurisprudência diz que depende se a coisa é FUNGÍVEL (em verdade, consumível) ou INFUNGÍVEL (em 
verdade, inconsumível). 
 a) Se a coisa é CONSUMÍVEL, é crime; 
 b) Se a coisa é NÃO CONSUMÍVEL, não é crime. Não é crime, mas não deixa de ser ato de improbidade 
administrativa. 
 Peculato de uso é exemplo de ato de improbidade que não corresponde a crime funcional. 
 DL 201/67 prevê em seu art. 1, II que, para PREFEITO, peculato de uso é crime, sempre ainda que o 
bem seja não consumível. 
 
 CONSUMAÇÃO => o peculato-apropriação se consuma no momento em que o agente inverte a posse, 
agindo como se dono fosse. 
 Bastam atos indicativos de ânimo de dono. 
 
 O peculato-desvio se consuma no momento em que o agente desvia a coisa de sua real necessidade. 
 
 
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 TENTATIVA => ambas as modalidades são plurissubsistentes e, portanto, admitem tentativa. 
 
 Pode-se aplicar princípio da insignificância aos crimes funcionais? CORRENTES: 
 1) Não é possível, porque ofende a moralidade administrativa (STJ); 
 2) Aplica-se o princípio da insignificância que é um princípio geral do direito (STF). 
 
 PECULATO-FURTO 
 O funcionário público não tem a posse legítima. 
 Ele tem que alcançar a posse, por isso SUBTRAI. 
 Se o funconário subtrai COM FACILIDADE pelo cargo, é peculato-furto (art. 312, par. 1). 
 Se NÃO há facilidade, há furto (art. 155, CP). 
 
 PECULATO CULPOSO => PAR. 2 
 É o único crime funcional punido a título de CULPA. 
 "Para o crime de outrem" => qualquer crime? CORRENTES: 
 1) MAJORITÁRIA => entende que só há peculato culposo se concorre CULPOSAMENTE a peculatos 
dolosos (apenas crimes anteriores ao par. 2). 
 Se culposamente concorre para mero furto, não há peculato culposo. O fato dele será atípico. 
Se o funcionário concorre para o crime de outrem, por que não responde como partícipe neste crime? 
 Porque não há participação dolosa em crime culposo e nem participação culposa em crime doloso, por 
isso cada um responde pelo seu crime. 
 
 2) Minoritária => a lei disse crime de outrem, mas não limita, o intérprete não poderá limitar. Assim, 
estaria abrangido também o mero furto. 
 
CONSUMAÇÃO DO PECULATO CULPOSO 
O peculato culposo se consuma quando se aperfeiçoa o crime de outrem. 
Não é possível tentativa porque o crime é culposo. 
 
Par.3 => 
O par. 3 só se aplica ao PECULATO CULPOSO. 
Se a reparação do dano é ANTERIOR à sentença irrecorrível, EXTINGUE A PUNIBILIDADE. 
Se a reparação do dano é POSTERIOR à sentença irrecorrível, DIMINUI a pena de metade. É um caso 
em que o juiz da execução vai diminuir a pena imposta pela condenação. 
 
Art. 313, caput => PECULATO-ESTELIONATO 
É o peculato mediante erro de outrem. 
No art. 312, caput, o agente tem posse e é uma posse legítima => EM RAZÃO DO CARGO. 
Já no art. 312, par. 1, o agente não tem posse, ele subtrai. 
No art. 313, a posse é ILEGÍTIMA, á que decorre de erro de outrem. 
Se subtraiu, não há dúvidas, art. 312, par. 1. 
Se o agente tinha a posse, deve-se ver se era legítima ou não. 
 
Obs: para ser peculato estelionato, o erro de outrem deve ser ESPONTÂNEO. 
Se o funcionário induz a vítima a erro, ele vai responder por estelionato comum. 
 
 
 
 
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CONCUSSÃO (art. 316) 
1. SUJEITO ATIVO: 
a) Funcionário público no exercício da função; 
b) Funcionário público fora da função (de férias, suspenso, de licença); 
c) Particular, na iminência de assumir função pública. 
Se o sujeito ativo for fiscal de rendas, o crime é o do art. 3, II, Lei 8.137/90. Deixa de ser crime contra a 
administração pública e passa a ser crime contra a ordem tributária. 
Se o sujeito ativo for militar, tem-se o art. 305 do CPM e a competência é da Justiça Militar (PRINCÍPIO 
DA ESPECIALIDADE). 
 
Há dois crimes funcionais que podem ser praticados só por PARTICULAR sem o funcionário público. A 
concussão é um dos casos. 
Na concussão, admite-se que seja praticado por funcionário antes de assumi-la. 
 
Jurado pode praticar concussão? Pratica porque jurado é funcionário público para fins penais. 
 
SUJEITO PASSIVO 
a) vítima é a Administração. 
b) secundariamente, o particular constrangido pelo funcionário público. 
 
CONDUTA TÍPICA: 
a) EXIGIR => método intimidativo, coercitivo. 
É diferente da solicitação que caracteriza o crime do art. 317, CP. 
A doutrina entende que o exigir não pode ser praticado com violência ou grave ameaça, porque se 
uma destas existir o crime seria de EXTORSÃO (art. 158, CP). 
É próprio da exigência o poder coercitivo (o "metus publicae potestatis" => medo que o poder público 
causa). A violência, porém, não poderia existir. 
 
b) PARA SI ou PARA OUTREM 
A exigência pode ser para o próprio funcionário público ou para terceira pessoa. 
 
c) DIRETA ou INDIRETAMENTE 
DIRETA => pelo próprio agente 
INDIRETA => por interposta pessoa 
 
d) EXPLÍCITA ou IMPLICITAMENTE 
A doutrina lembra que a exigência pode ser EXPLICÍTA (clara) ou IMPLÍCITA (velada). 
 
e) VANTAGEM INDEVIDA 
A vantagem deve ser necessariamente econômica ou qualquer vantagem? 
Prevalece que é a vantagem em sentido amplo. É a vantagem de qualquer natureza, desde que 
INDEVIDA. 
 
Se a vantagem for devida, que crime pratica o funcionário que a exige de maneira quea lei não 
permite? 
Pode configurar art. 316, par. 1 é o EXCESSO DE EXAÇÃO. 
Se não for excesso de exação, pode configurar ABUSO DE AUTORIDADE. 
 
 
 
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Se o funcionário público promete mal que não pode praticar (não está entre suas atribuições) não se 
trata de concussão, mas de EXTORSÃO. Ex: delegado pede dinheiro para não denunciar o crime ao juiz; 
promotor exige vantagem para não condenar. 
 
Se a pessoa simula ser funcionária pública, pratica EXTORSÃO. 
 
DOLO 
É o dolo acrescido de finalidade especial => buscar indevida vantagem. 
 
CONSUMAÇÃO 
O crime de concussão é CRIME FORMAL, ou seja, consuma-se com a mera exigência, dispensando o 
enriquecimento do concussionário. 
Se houver enriquecimento, tem-se mero exaurimento que será considerado na fixação da pena pelo 
juiz. 
 
TENTATIVA 
É possível na carta concussionária interceptada. 
Nelson Hungria entende que a carta interceptada é MERO ATO PREPARATÓRIO. 
 
A prisão em flagrante deve ocorrer na exigência ou logo após ou logo depois em situação que faça 
presumir. Durante exaurimento não há flagrante. 
 
CORRUPÇÃO PASSIVA (art. 317) 
 
 Art. 316 => EXIGIR Art. 317 => SOLICITAR 
2 a 8 anos 2 a 12 anos 
 
 Há quem defenda que a pena do art. 317 fere o princípio da razoabilidade ou da proporcionalidade. 
 
 SUJEITO ATIVO => é o mesmo sujeito da concussão. 
 Neste crime, também o particular pode ser sujeito ativo sozinho. 
 
 Se for fiscal de rendas, aplica-se o art. 3, II, da lei 8.137/90. Deixa de ser crime contra a administração 
pública e passa a ser crime contra a ordem tributária. 
 
 Se for militar, o art. 308, CPM, pune RECEBER ou ACEITAR promessa. Nestes casos, a competência é da 
Justiça Militar. 
 O CPM não falou em SOLICITAR. No caso de solicitação, o militar responde pelo art. 317 do CP e a 
competência é da justiça comum. 
 
 Se quem aceita o suborno é TESTEMUNHA, tem-se o art. 342, par. 1. 
 
 SUJEITO PASSIVO 
 a) Administração em geral 
 Particular é autor de corrupção ativa => exceção pluralista à teoria monista do art. 29 do CP. 
MONISMO => mesmo evento, mesmo tipo. PLURALISMO => mesmo evento, mas tipos diversos: 
 Corrupção ativa => art. 333. 
 
 
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 Corrupção passiva => art. 317 
 
 
 Art. 317 => corrupto Art. 333 => corruptor 
 SOLICITAR => nesse caso, a corrupção 
parte do CORRUPTO. Quem dá é vítima. 
 O art. 333 não pune a conduta de DAR. 
 RECEBER OFERECER => corrupção parte do 
corruptor 
 ACEITAR promessa PROMETER => corrupção parte do 
corruptor 
 
 
 
 Artigo 317, par. 1º e 333, parágrafo único: causa de aumento de pena. 
 
 Artigo 317, par. 2º: Corrupção Passiva “Privilegiada”: retardar, deixar de praticar ou praticar (cedendo 
a pedido ou influência). 
Prevaricação artigo 319 do CP: por interesse ou sentimento pessoal. 
 
 
Há uma nova hipótese de prevaricação => art. 319-A (entrada de celular em presídio). 
 
 
Artigo 320 do Código Penal: Condescendência Criminosa. 
 
RESISTÊNCIA 
 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para 
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos. 
 
1. Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive a pessoa contra quem o ato não se destinava. Ex: B, pai de A, 
resiste à prisão de seu filho. B é o sujeito ativo do crime. 
 
2. Sujeito passivo: 
Sujeito passivo primário: é o Estado, em sentido amplo; 
Sujeito passivo secundário: o funcionário público competente ou terceiro que lhe esteja ajudando. 
 
3. Tipo objetivo: oposição positiva, mediante violência ou ameaça, à execução de ato legal contra a pessoa 
do funcionário executor ou terceiro que lhe presta auxílio. 
 Oposição positiva: oposição mediante agressão (não existe oposição sem violência ou ameaça). Assim, 
não há resistência se a pessoa se agarra a uma árvore ou sai correndo. A “resistência” passiva 
configura crime de desobediência. 
 
4. Emprego de violência contra dois ou mais funcionários não acarreta pluralidade de crimes. O crime 
continua único, mas o juiz irá considerar essas circunstâncias na fixação da pena. 
 
 
 
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5. A violência é somente contra a pessoa ou também contra coisas? 
1ª corrente: basta o emprego de violência, mesmo que seja contra a coisa. Ex: chutar viatura (N. Hungria). 
2ª corrente: não abrange o emprego de violência contra a coisa, mas apenas a violência contra a pessoa. 
Trata-se da posição que prevalece. 
 
6. A violência deve ser praticada durante a execução do ato. Não pode ser antes, nem depois. Se for antes ou 
depois pode ser homicídio ou lesão corporal. 
 
7. O agente se opõe à execução de ato legal. 
 Legal: do ponto de vista formal ou substancial, ainda que injusto. 
 Ato ilegal: a pessoa pode resistir. 
 A injustiça não é justificativa para resistência; a ilegalidade sim. 
 
8. Oposição contra funcionário público ou partiular que lhe presta auxílio. 
 O funcionário deve ser competente para o ato; 
 Quanto ao particular, seu auxílio deve ser solicitado. Se o particular estiver de livre e espontânea 
vontade, não será crime de resistência, mas sim por lesão corporal. 
 
9. Tipo sujetivo: o crime é punido a título de dolo. 
 
10. Momento consumativo: consuma-se com a oposição, independentemente de o ato ser ou não executado. 
Trata-se de crime formal. 
 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
 
11. A tentativa é possível. 
 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência. 
 
12. Haverá cumulação de penas. 
 
13. Mas a ameaça e a contravenção de vias de fato ficam absorvidas. 
 
14. Há jurisprudência dominante no sentido de que o delito de desacato e desobediência ficam absorvidas. 
 
15. O ladrão que, em fuga, atira contra a polícia, pratica resistência? 
1ª corrente: Sim (jurisprudência). Responderá por roubo e resistência. 
2ª corrente: Não (Cézar R. Bitencourt). Trata-se de mero desdobramento da violência que já existe no roubo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DESOBEDIÊNCIA 
 
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa. 
 
1. Delito comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
Servidor público pratica crime de desobediência? 
R: Depende: 
Se a ordem é funcional: responde por prevaricação (art. 319). Ex: delegado que descumpre ordem do juiz. 
Se a ordem não é funcional: responde por desobediência. Ex: promotor que não para em blitz. 
 
 
2. Tipo objetivo: 
 
a) que o funcionário público emita uma ordem. 
 Essa ordem pode ser escrita, verbal ou por gestos. 
 Mero pedido ou solicitação não gera desobediência. 
 
b) que a ordem emanada seja individualizada. 
 Dirigida a pessoa certa. 
 Ordem formal e substancialmente legal. 
 
c) que o destinatário tenha o dever de obediência. 
 A não-obediência pode se dar por ação ou omissão. 
 
d) que não haja sanção especial para o seu não atendimento. 
 Se houver lei especial prevendo sanção não-penal para o não-atendimento da ordem: deve-se 
observar se essa lei ressalva ou não o art. 330 doCP. 
o Se há ressalva, o agente sofrerá duas sanções: a penal e a não-penal. 
o Se não há ressalva, o agente sofrerá apenas a sanção civil, sendo o descumprimento um fato 
atípico (ex: sair de carro no dia em que sua placa é proibida no rodízio). 
 
 
 Não configura desobediência quando a rebeldia for para não produzir prova contra si mesmo (STF). 
Exs: recusa à realização do bafômetro; recusa a fazer exame de DNA. 
 
3. Tipo sujetivo: o crime é punido a título de dolo. 
 
4. Momento consumativo: consuma-se com o não-atendimento da ordem. 
 Se houver prazo para atender a ordem, enquanto não esgotado o prazo não há crime. 
 
5. O crime na modalidade omissiva é permanente? 
Há jurisprudência nesse sentido. 
 
6. Admite-se tentativa somente na forma comissiva. 
 
 
 
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7. Há uma modalidade especial de desobediência prevista no art. 359, CP: 
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por 
decisão judicial: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
Ex: pai que está privado do poder familiar e busca exercê-lo. 
 
 
8. Código de Trânsito Brasileiro, art. 307: 
Art. 307 - Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor imposta com fundamento neste Código: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de 
suspensão ou de proibição. 
Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no 
§ 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. 
 
 
 
9. Estatuto do Idoso, art. 100: 
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: 
(...) 
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na 
ação civil a que alude esta Lei; 
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, 
quando requisitados pelo Ministério Público. 
 
DESACATO 
 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 
 
1. Delito comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa. 
 
Funcionário público pode ser sujeito ativo de desacato? 
1ª corrente: Não pode. Trata-se de crime praticado por particular. 
2ª corrente: Pode, mas desde que em face do seu superior hierárquico. 
3ª corrente: Pode, sempre (Cézar Roberto Bitencourt). É a que prevalece. 
 
2. Advogado pratica desacato no exercício da função? 
R: Sim, o art. 7º, § 2º, EOAB foi declarado inconstitucional no que se refere à imunidade para o desacato. 
Assim, o advogado somente é imune quanto à difamação e injúria. 
 
3. Sujeito passivo: primário, o Estado; secundário, o funcionário humilhado. 
 
4. Tipo objetivo: 
 
 
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Teoria 
 
 
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Desacatar: humilhar, desprestigiar. 
O funcionário público 
No exercício da função ou em razão dela. 
 
5. Crime de execução livre: pode ser praticado por ação ou omissão. 
 
6. Se o funcionário público está no exercício da função: pouco importa se o ultraje tem ou não nexo 
funcional. 
Se o funcionário público está fora da função: o ultraje tem que manter nexo funcional. 
Trata-se do disposto no item 85 da Exposição de Motivos do CP. 
 
7. Para que haja o delito é indispensável a presença do servidor no local ultraje. 
É exatamente isso que diferencia o crime de desacato contra funcionário público do crime contra a honra 
do funcionário público. 
Não precisa ser presença de visu, bastando a presença de audito. 
Ex: Delegado de Polícia, ao terminar o flagrante, vai para a sala ao lado e ouve a pessoa presa em 
flagrante menosprezando sua função. 
Assim, não é desacato ofender o juiz mediante petição. Pode, no entanto, configurar delito contra a honra. 
Também não existe desacato por telefone. 
 
8. O crime é punido a título de dolo. 
 
9. A ira exclui o dolo de desacato? 
1ª corrente: Sim. A ira é incompatível com o dolo de desacato (Nelson Hungria, Bento de Faria). 
2ª corrente: Não. Ninguém desacata com ânimo calmo e sereno. É a posição que prevalece. 
 
10. Momento consumativo: desacatar. Admite tentativa, embora seja difícil na prática. 
 
CORRUPÇÃO ATIVA 
 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir 
ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
 
1. O particular corruptor responde pelo crime de corrupção ativa (art. 333). 
O funcionário corrupto responde pelo crime de corrupção passiva (art. 317). 
Trata-se de exceção dualista à teoria monista. 
 
Outros exemplos: 
o aborto; 
o facilitação de contrabando/descaminho e o próprio contrabando/descaminho; 
o testemunha corrompida e quem suborna. 
 
2. Sujeito passivo: qualquer pessoa. 
O funcionário público pode ser sujeito ativo, desde que despido de sua função. 
 
 
 
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3. Oferecer ou prometer. 
 
Art. 317 (CORRUPTO) Art. 333 (CORRUPTOR) 
Solicitar 
(iniciativa do corruptor) 
DAR (não é crime do art. 333). 
Nesse caso, a iniciativa é do corrupto. Logo, se o 
particular der, ele na verdade é vítima. 
Receber Oferecer 
(iniciativa do corruptor) 
Aceitar promessa Prometer 
(iniciativa do corruptor) 
 
4. Só se pune a corrupção ativa antecedente e não a subseqüente (o oferecer ou prometer deve ser antes da 
prática do ato). Essa conclusão extrai-se da expressão “para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato 
de ofício”. 
 
5. O crime é de execução livre. 
 
6. Pode ser praticado diretamente pelo corruptor ou por interposta pessoa. 
 
7. Quebrar o galho: 
o Pedir para quebrar o galho: não é corrupção ativa (não oferece nem promete vantagem). É fato 
atípico. 
o Aceitar quebrar o galho: pratica o crime de corrupção passiva privilegiada (art. 317, § 2º, CP). 
 
Corrupção passiva privilegiada Prevaricação 
Existe pedido ou influência externa. 
Há uma provocação externa. 
Não existe provocação externa. 
É algo espontâneo do funcionário público. 
O agente não quer satisfazer um interesse próprio. O agente busca satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal. 
Pena -reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 
 
8. Tanto a corrupção passiva como a ativa são crimes unilaterais. Podem cada crime apresentar-se 
isoladamente. Ex: funcionário público solicita e o particular dá (só há corrupção passiva). 
 
9. Punido a título de dolo. 
 
10. Momento consumativo: ocorre quando o funcionário toma conhecimento da oferta ou da promessa, 
mesmo que este recuse. Trata-se de delito formal. 
 
11. Admite tentativa, dependendo do modus operandi escolhido. 
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de 1/3, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda 
ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. 
 
12. Se o ato comercializado é efetivado, a corrupção ativa é aumentada. 
 
 
 
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13. Somente haverá a majorante se o particular paga por um ato que o funcionário não deveria fazer (infringe 
dever funcional). 
 
14. Se o particularpaga por um ato que o funcionário deveria fazer: trata-se de corrupção ativa simples. 
 
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
 
Art. 339 - Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de 
que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
1. A denunciação caluniosa é também denominada pela doutrina de calúnia qualificada. 
 
2. Sujeito ativo: qualquer pessoa, inclusive advogado e demais autoridades responsáveis pela instauração 
dos procedimentos oficiais referidos no tipo. 
Promotor de Justiça pode ser sujeito passivo? 
R: Sim, quando ele oferece uma denúncia contra pessoa que sabe ser inocente. Essa denúncia se chama de 
denúncia temerária ou abusiva. 
 
3. Nos crimes de ação penal pública condicionada e de ação privada: só a vítima ou representante legal 
podem ser sujeitos ativos. 
 
4. Sujeitos passivos: Estado e o caluniado. 
Menor de 18 anos pode ser vítima de denunciação caluniosa? 
1ª corrente: Sim. Pratica fato previsto como crime que, no entanto, chama-se ato infracional. Majoritária. 
Há decisão do STJ nesse sentido, datada de 1998. 
2ª corrente: Não. Porque não praticam crime. 
 
5. Tipo objetivo: dar causa a instauração dos procedimentos oficiais imputando crime à pessoa que se sabe 
inocente. 
 
6. Se foi imputada uma contravenção, há denunciação caluniosa? 
R: Sim, trata-se de denunciação caluniosa privilegiada (§ 2º). 
 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 
 
 
7. Quais são os procedimentos oficiais a que se refere o art. 339, CP? 
 
o Investigação policial 
Dispensa ou pressupõe IP? 
1ª corrente: precisa de IP. 
2ª corrente: dispensa IP (é a que prevalece). 
 
o Processo judicial (apenas o processo penal). 
 
 
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o Investigação administrativa (é imprescindível que a falta funcional investigada corresponda a um 
crime ou contravenção). 
 
o Inquérito civil ou ação de improbidade (é imprescindível que o ato apurado corresponda a um crime 
ou contravenção). 
 
Ex: não há denunciação caluniosa se alguém, de má-fé, notifica o Promotor de Justiça que o 
Governador está usando máquinas do governo em obra particular. O Promotor instaura inquérito civil. 
Essa pessoa cometeu o crime do art. 339? 
R: Não, porque não existe peculato de uso. Essa pessoa cometeu o crime do art. 19 da Lei n.º 8.429/92 
 
Art. 19 - Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro 
beneficiário quando o autor da denúncia o sabe inocente. 
Pena: detenção de 6 (seis) a 10 (dez) meses e multa. 
Parágrafo único - Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos 
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. 
 
8. Punido a título de dolo. 
 
Pode ser punido a título de dolo eventual? 
1ª corrente: Não, com base na expressão “de que o sabe inocente”. 
2ª corrente: Sim, a expressão “sabe” está ligada à consciência do agente e não ao tipo de dolo. Tanto no 
dolo direto como no eventual, o agente sabe que o caluniado é inocente. A diferença é que no dolo direto 
o agente quer instaurar enquanto que no dolo eventual o agente assume o risco. Nesse sentido: Cezar 
Roberto Bitencourt. 
 
 
9. É possível dolo superveniente? Ex: “A”, depois de “denunciar”, descobre que o fez injustamente mas não 
desfaz o erro. Há crime? 
R: Não. O dolo deve estar presente no momento da calúnia. 
 
10. Momento consumativo: com a simples instauração dos procedimentos oficiais (lembrando que na 
investigação policial, dispensa IP). 
 
11. É possível a tentativa. Ex: denúncia temerária rejeitada pelo juiz. 
 
12. A eventual retratação não extingue a punibilidade. Pode reduzir a pena ou, para alguns, arrependimento 
eficaz. 
 
 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 
 
 
 
 
 
 
 
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FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA 
 
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral : 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 
1. Bem jurídico: resguardar o prestígio da Justiça. 
 
2. Sujeito ativo: crime de mão própria (crime de conduta infungível ou crime de atuação pessoal). 
Só pode ser praticado por testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete. 
 
Testemunha: 
1ª corrente: qualquer testemunha, não importa se compromissada ou não, responde por falso 
testemunho. Magalhães Noronha: o artigo não diferenciou entre as várias testemunhas; o depoimento do 
informante pode influenciar a decisão do juiz, logo deve ser punido seu falso testemunho. É a corrente do 
STF. 
2ª corrente: somente a testemunha compromissada comete falso testemunho. Nesse sentido: Mirabete. 
 
 
3. O falso testemunho admite concurso de agentes? 
Doutrina: o falso testemunho só admite a participação mas não a co-autoria. Isso porque se trata de crime 
de mão própria. 
STF: crime de falso testemunho admite co-autoria (ex: advogado que induz testemunha). 
Deve-se entender que o STF adotou nesse caso a teoria do domínio do fato. 
 
De igual modo, o STJ (Sexta Turma): 
 
Obs: Se o advogado suborna a testemunha, comete o art. 343. 
 
 
4. Falsa perícia admite o concurso de agentes? 
Sim. Trata-se de crime de mão própria que admite participação e co-autoria. 
Exemplo de co-autoria: quando os dois peritos decidem, de comum acordo, falsear a verdade. 
 
 
5. Tipo objetivo: 
 
a) Fazer afirmação falsa: Falsidade positiva O agente distorce a verdade. 
b) Negar a verdade: Falsidade negativa O agente, sabendo da verdade, 
nega sabê-la quando indagado. 
c) Calar a verdade: Reticência O agente não se pronuncia sobre 
fato que tem conhecimento. 
 
 
6. Verdade: perfeita correspondência entre a realidade e sua expressão. 
Se não existir perfeita correspondência, poderá haver: 
 
 
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Mero engano: defeito de percepção. Não interessa para o Direito Penal porque o máximo que haverá é 
culpa. 
Mentira: intenção de enganar. 
 
É possível falso testemunho de fato verdadeiro? 
Sim, se o fato realmente ocorreu, mas ela não presenciou e diz que presenciou. 
 
 
7. Onde pode ocorrer o falso testemunho? 
 
a) Processo judicial 
- Cível ou penal. 
- Jurisdição contenciosa ou voluntária. 
 
b) Processo administrativo 
- Ex: inquérito civil (há argumento em contrário). 
- A maioria admite também em sindicância. 
 
c) Inquérito policial 
- Ex: inquérito civil. 
 
d) Juízo arbitral 
 
 
8. Falso testemunho perante CPI: previsto no art. 4º, II, Lei n.º 1.579/52. 
 
9. Testemunha que mente acerca da qualificação (sua identidade, p. ex.) comete falso testemunho? 
1ª corrente: Sim, a identidade pode influenciar na valoração do juiz (Magalhães Noronha). 
2ª corrente: Não, trata-se de crime de falsa identidade (art. 307, CP). 
 
10. Para haver o delito a mentira deve recair sobre fato juridicamente relevante. 
 
11. Se o falar a verdade puder incriminá-la, a testemunha tem o direito de ficar calada. 
 
12. Elemento subjetivo: crime punido a título de dolo. 
 
13. Momento consumativo: consuma-se independentemente do erro judiciário. Bastaa potencialidade lesiva. 
Testemunho praticado oralmente: consuma-se quando a testemunha assina o depoimento, dando-lhe fé. 
Testemunho por escrito: consuma-se quando o depoimento chega ao cartório. 
 
14. Admite tentativa? 
Testemunho por escrito e falsa perícia: admite tentativa. 
Testemunho praticado oralmente: Nelson Hungria afirma que sim e dá o seguinte exemplo: no meio do 
depoimento acaba a energia elétrica. 
 
 
 
 
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§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido 
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for 
parte entidade da administração pública direta ou indireta. 
 
 
15. Pune a testemunha corrupta, subornada. 
 
16. Perito oficial: 
Se mente: art. 342, caput. 
Não mentiu ainda já solicitou vantagem: art. 317, CP (corrupção passiva). 
Se mentiu e recebeu vantagem: art. 342, caput + art. 317. 
 
17. Se o fato ocorreu em inquérito policial: incide esse § 1º. 
 
 
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata 
ou declara a verdade. 
 
18. Retratação como causa extintiva da punibilidade 
 
Hipóteses previstas no Código Penal: 
o Calúnia 
o Difamação 
o Falso testemunho 
o Falsa perícia 
 
 
19. Retratar-se é mais amplo que confessar. Retratar-se é desdizer o que se disse, trazendo a verdade à tona. 
 
20. Deve ser anterior a sentença do processo no qual houve a mentira. 
 
21. A maioria da doutrina afirma que deve preceder a sentença de 1º grau. Não existe retratação em âmbito 
recursal. 
 
22. No Júri, a sentença a que se refere é a do Plenário e não aquela que encerra a 1ª fase. 
 
23. Para a maioria: a retratação é incomunicável para os demais co-réus ou partícipes. 
 
24. Para se processar alguém por falso testemunho é preciso aguardar o encerramento do processo onde 
ocorreu o falso? 
1ª corrente: enquanto não encerrar o processo onde houve o falso, não pode ser iniciado o processo do 
falso. Isso porque enquanto não se encerrar poderá haver a retratação. 
2ª corrente: o processo pelo crime de falso não precisa aguardar o encerramento do processo onde 
ocorreu o falso. Argumentos: trata-se de ação penal incondicionada, não havendo qualquer impedimento 
para o Promotor iniciar a ação; a retratação é causa resolutiva e não suspensiva. É a posição majoritária. 
 
 
 
 
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COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO 
 
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra 
autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, 
policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 
1. Bem jurídico: administração da justiça; integridade física e psíquica de autoridade, parte, ou qualquer 
outra pessoa que funciona ou seja chamada a intervir. 
 
2. Crime comum: pode ser cometido por qualquer pessoa. 
 
3. Sujeito passivo: primário é o Estado-administração; secundário: o coagido. 
 
4. Tipo objetivo: 
 
a) Usar de violência ou grave ameaça. 
Ameaça: 
1ª corrente: homem médio 
2ª corrente: condições pessoais da vítima de acordo com o caso concreto 
 
b) Com o fim de favorecer interesse processual, próprio ou alheio 
 
c) Contra autoridade (delegado, juiz, promotor), parte (vítima, co-réu) ou qualquer outra pessoa 
(testemunha, perito etc.) 
 
d) Em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. 
 
 
5. A reiteração de coações não redunda em pluralidade de crimes. Mas o juiz irá considerar na fixação da pena. 
 
6. Para haver esse crime é indispensável que algum desses processos esteja em curso. 
Se a ameaça for anterior ou posterior, há apenas grave ameaça. 
 
7. Se houve uma ameaça sem o interesse processual: trata-se de grave ameaça. 
 
8. Momento consumativo: trata-se de crime formal (ou de consumação antecipada): dispensa o 
favorecimento. A pessoa não precisa necessariamente conseguir a vantagem. 
 
9. Admite tentativa. Ex: carta ameaçadora interceptada. 
 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 
10. Grave ameaça e vias de fato ficam absorvidas. 
 
11. Se houver lesão corporal ou homicídio ocorrerá o cúmulo material de penas. 
 
 
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FRAUDE PROCESSUAL 
 
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa 
ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
1. Bem jurídico: administração da justiça. 
 
2. Trata-se de um estelionato processual. 
 
3. Crime comum: qualquer pessoa pode praticar. 
 
4. Perito pode praticar? R: Não. Perito oficial comete o crime de falsa perícia. 
 
5. Sujeito passivo: primário: Estado-administração; secundário: pessoa prejudicada pela fraude. 
 
6. Tipo objetivo: 
a) Inovar artificiosamente: modificar ou alterar mediante fraude. 
 
b) Estado de lugar: retirada de árvores de um local (p. ex). 
 
c) Estado de coisa: lavar sangue da roupa (p. ex). 
 
d) Estado de pessoa: alteração deve ser física; cirurgia plástica, p. ex. 
 
7. É imprescindível processo civil ou administrativo em curso. O processo penal pode ainda não ter iniciado. 
 
8. A fraude deve ser apta a iludir. 
 
9. Trata-se de crime subsidiário. Se foi praticado o crime pensando em um mais grave deverá responder 
somente pelo mais grave. Ex: 179, CP: Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou 
danificando bens, ou simulando dívidas. 
 
10. Crime punido a título de dolo, com finalidade especial: o fim de induzir a erro o juiz ou perito. 
 
11. O acusado pode praticar esse delito? 
Doutrina: Sim, o acusado tem direito ao silêncio mas não pode atrapalhar o processo. 
Jurisprudência: Dependendo do caso, pode ser considerado inexigibilidade de conduta diversa. 
 
12. Momento consumativo: basta o emprego da fraude. 
 
13. Admite tentativa. Ex: pessoa surpreendida lavando a roupa. 
 
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as 
penas aplicam-se em dobro. 
 
14. No caso do processo penal, não precisa que já esteja em curso para configurar o crime. 
 
 
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PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
15. Acidente de trânsito com vítima – art. 312, CTB: 
Art. 312 - Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do 
respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa 
ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. 
Parágrafo único - Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o 
procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. 
 
 
16. Art. 16, parágrafo único, II, Estatuto do Desarmamento: 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: 
(...) 
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogode uso proibido ou 
restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
 
FAVORECIMENTO PESSOAL 
 
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. 
 
1. Sujeito ativo: qualquer pessoa. 
A vítima pode ser sujeito ativo? R: Sim. 
Vide ainda o § 2º. 
 
2. Não existe auto-favorecimento pessoal. Assim, se a pessoa ajuda co-autor a fugir, não responde pelo crime 
de favorecimento pessoal mas apenas pelo crime anterior. 
 
3. Exige auxílio efetivo e concreto. Jamais pode ser praticado por omissão. Só admite a forma comissiva. 
Assim, advogado que não conta onde está o réu foragido não comete esse crime. 
Mas se o advogado ajuda emprestando o carro, fornecendo guarida etc., comete o crime. 
 
4. Tipo objetivo: 
 
a) Ação (auxílio concreto e efetivo). 
 
b) Favorecer o autor de crime antecedente (logo se trata de crime acessório). 
Outros exemplos de crimes acessórios: art. 180; 348; 349; Lavagem de capitais. 
 
c) O crime antecedente pode ser doloso ou culposo; consumado ou tentado; de maior ou menor potencial ofensivo. 
Se o crime antecedente foi cometido sob o pálio da excludente de antijuridicidade, culpabilidade ou 
punibilidade não há o crime de favorecimento pessoal. 
 
d) O crime antecedente tem que ser punido com reclusão. 
 
 
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Se o crime antecedente é punido com detenção: há favorecimento pessoal privilegiado (§ 1º). 
Se favorecer autor de contravenção penal: é fato atípico. 
 
5. Tipo subjetivo: dolo. Basta que saiba que está favorecendo alguém a subtrair-se de autoridade. 
 
6. Momento consumativo: crime material: deve ser conseguido o sucesso no favorecimento, ainda que por 
um curto espaço de tempo. 
 
7. Admite tentativa. 
 
 
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: 
Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa. 
 
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. 
 
8. Escusa absolutória. 
 
9. Cônjuge: abrange união estável. 
 
FAVORECIMENTO REAL 
 
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar 
seguro o proveito do crime: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa. 
 
Diferenças entre favorecimento real e receptação. 
FAVORECIMENTO REAL RECEPTAÇÃO 
O agente quer favorecer o próprio autor do crime 
antecedente. 
O agente busca vantagem para si ou para outrem 
(pessoa diversa do autor do crime antecedente). 
“A” furtou o veículo. “B” ocultou o veículo para “A”. “A” furtou o veículo. “B” ocultou o veículo para si ou 
para “C”. 
 
Trata-se da diferença quanto à finalidade.

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