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Aula 10

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Aula 10 – Novas Influencias da New History Inglesa, do Estruturalismo e da Nova História Francesa na Produção Historiográfica Brasileira
Uma das maiores questões que se coloca para o historiador é determinar o percurso e as transformações pelas quais a ciência histórica no século XX passou. Partindo de Heródoto até a Idade Contemporânea, a História se constitui sem um método científico. Perante essa dificuldade, alguns historiadores sentiram a necessidade de estabelecer regras e parâmetros para a ciência histórica. Dessa forma, a História como discurso com pretensões científicas, aparece no século XIX. O processo de constituição do campo histórico, como um campo científico, pode ser estabelecido na passagem da História narrativa para a História-pesquisa no final do século XIX.
Reestruturação do Campo da História
A partir daí a História como ciência passa a oferecer um método que vai privilegiar a importância da documentação escrita, em especial a documentação oficial. Esse procedimento científico se manifestou nas correntes historiográficas positivistas e historicistas. Dentro dessas correntes, foi consenso que, para a elaboração da ciência histórica, o historiador não deveria fazer qualquer tipo de juízo de valor em relação às fontes, deveria buscar a neutralidade, sendo sua função a narrativa e a reprodução dos documentos oficiais, além da tentativa de determinar as leis gerais da História. Durante esse período, se destacou o caráter científico e empírico. Esse período positivista e historicista entrará em colapso perante a ruptura causada pela fundação, em 1929, da chamada Escola dos Annales, já que foi ela, juntamente com o marxismo, que passou a representar paradigma historiográfico no período compreendido entre as décadas de 1920 e 1970. A partir dessa influência, diversas propostas foram elaboradas para a reestruturação do campo da História.
Essa proposta inovadora integrou ao fazer científico da História às ciências sociais ampliando consideravelmente o campo da História. Foi a partir dessa nova concepção metodológica, que novos atores históricos emergiram na produção historiográfica, podemos citar a classe trabalhadora, as mulheres e a infância, entre outros. O enriquecimento da análise social tornou as abordagens variadas e complexas. Assim pôde surgir a Nova História, a História Social, a micro-História, a História econômica, a New History inglesa, o estruturalismo, entre outras correntes historiográficas até chegarmos ao paradigma de uma história pós-moderna. Persevera como principal objetivo da ciência histórica a busca pela determinação da interpretação mais pertinente acerca de um determinado período ou acontecimento histórico. Entretanto, esse objetivo está submetido à consciência do historiador de que para elaborar uma História com pretensões científicas, antes de qualquer coisa, é preciso revelar as metodologias que presidiram suas práticas investigativas.
Nova História
Dentre as principais críticas, que se fazem ao caráter científico do saber histórico, está a desqualificação do conhecimento produzido como sendo demasiado especulativo. Entretanto, essa crítica do não procede, pois, os historiadores contemporâneos não questionam o fato de que o conhecimento histórico é obtido de forma indireta. O historiador desse início do século XXI não pretende reconstituir o passado, sua pretensão é a de representá-lo a partir da investigação dos seus vestígios. A História depende das escolhas metodológicas feitas pelo historiador, mas essas escolhas necessitam ser explicadas. Essa preocupação com as escolhas que se refletem na escrita da História fica patente a partir da corrente historiográfica conhecida como Nova História. A Nova História propôs uma discussão que envolve a produção historiográfica e seus elementos de narrativa e cientificidade.
Vamos abordar alguns dos pontos principais do percurso da História Social e da Nova História Cultural. Esse que é um dos campos da produção historiográfica de maior importância na atualidade. Esse campo se desenvolveu a partir do impacto e da recepção da noção de cultura na produção historiográfica a partir das décadas de 1960 e 1970. Os historiadores passaram a construir novos conceitos a partir da Crítica Literária, da Sociologia e da Filosofia. Desde então, novos interesses e novas perspectivas emergiram, tais como os estudos dos costumes e da vida cotidiana de diferentes grupos sociais (Essas perspectivas teóricas e temáticas ligadas aos campos da História Social e da Nova História Cultural foram recepcionadas em todo o mundo e também no Brasil, como um esforço de compreensão da atuação e das demandas de novos sujeitos históricos em nossa sociedade.). Esse campo se desenvolveu a partir do impacto e da recepção da noção de cultura na produção historiográfica a partir das décadas de 1960 e 1970. Os historiadores passaram a construir novos conceitos a partir da Crítica Literária, da Sociologia e da Filosofia.
Influência da Cultura
O conceito de cultura pode ser expresso em vários sentidos.
A cultura é compreendida como as características de comportamento específicas dos seres humanos.
Refere-se à capacidade humana para engendrar comportamentos por meio do seu potencial simbólico e linguístico.
O conceito de cultura é entendido como comportamentos enraizados nas relações sociais. São as identidades singulares de sociedades humanas distintas, assim seria preciso reconhecer a diversidade de culturas como um passo conceitual enredado em tradições sociais.
No campo da produção historiográfica, essas novas noções sobre o conceito de cultura marcaram a historiografia contemporânea desde os Annales, passando pela Antropologia Histórica, pela História das Mentalidades e pela Micro-História. Também influenciado pelo interesse no estudo da cultura, ocorreu a produção dos historiadores marxistas ingleses com a valorização de noções como a de experiência, enfatizando estudos sobre costumes, alavancando o desenvolvimento da História Social. Foram a valorização das abordagens sobre a civilização e os processos civilizatórios que geraram novas perspectivas para os estudos dos costumes e da vida cotidiana dos mais diferentes grupos sociais.  
Os historiadores passaram a se preocupar não somente com os documentos históricos oficiais no que esses pretendiam expressar, mas também naquilo que ocultavam. Para tal, novos pressupostos teóricos e metodológicos foram incorporados. O olhar do historiador foi direcionado para as formas de controle social, que se ocultavam nas vivências cotidianas, nas ideias sobre reprodução cultural, capital cultural e capital simbólico. A análise historiográfica foi construída para que fosse possível estabelecer a relação entre a construção de identidades sociais e as possibilidades de mudança social.
Historiadores Contemporâneos
Os historiadores contemporâneos se dedicaram - e se dedicam - aos estudos e as análises sobre as mudanças sociais, em particular sobre as mudanças dos costumes na vida privada, e na vida pública. Tais abordagens são hoje consideradas fundamentais para a História Social e para a Nova História Cultural, e seus objetos tanto podem ser os comportamentos humanos ou seus hábitos alimentares e de higiene. A história da cultura material, a história do corpo, entre outras abordagens influenciaram e ainda influenciam historiadores de todo o mundo, inclusive no Brasil, levando à elaboração de análises sobre a potencialidade de determinados temas e documentos históricos para se tratar da vida cotidiana de grupos sociais.
Nova História Cultural
A recepção e a disseminação de novas ideias e de novas formas de problematizar o cotidiano, fez com que os historiadores enriquecessem seus campos teóricos e metodológicos e construíssem novos conceitos. Como por exemplo, as noções de construção cultural e de apropriação cultural inseridas em uma perspectiva de análise do cotidiano a partir das escolhas dos sujeitos e de suas relações com a cultura material existente em determinados contextoshistóricos.
Nova História Cultural – Brasil
A produção historiográfica durante o século XX conheceu uma intensa efervescência teórica e metodológica, que suscitou o debate sobre a narrativa histórica, suas estratégias discursivas e a legitimidade científica da produção do conhecimento histórico. A abertura das perspectivas teóricas e temáticas ligadas ao campo da História Social e da Nova História Cultural acabou por estimular reflexões e trabalhos historiográficos em todo o mundo e também no Brasil.  
 A renovação da historiografia brasileira produziu resultados acerca da atuação e das demandas de novos sujeitos históricos em nossa sociedade. As influências das vertentes teóricas e metodológicas contemporâneas na historiografia brasileira favoreceram a proliferação de estudos, sobretudo a partir da década de 80 do século XX. Esses estudos valorizaram a produção intelectual da historiografia francesa relacionada à antropologia histórica e às mentalidades, além dos estudos de micro-história, da historiografia inglesa, da Antropologia e da Sociologia.
Novos objetos apareceram como a feitiçaria nos tempos coloniais a partir dos processos da Inquisição, a história das mulheres, da infância, das festas, do cotidiano no período colonial, novas temáticas como as relações entre a história e literatura, entre a cultura e o cotidiano. Assim como foi posto em destaque, o cotidiano dos trabalhadores em seus espaços de trabalho e de sociabilidade, como a fábrica, o lar, o botequim, as habitações populares, as doenças, a vida cotidiana dos escravos. 
Os trabalhos dos historiadores redimensionaram os estudos sobre a história do Brasil a partir das influências expostas no decorrer dessa aula. A emergência de novos temas e sujeitos da História, antes excluídos dos trabalhos históricos, foi considerada como fundamental para a construção da História do Brasil.
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