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Aula 10 Funções Essenciais a Justiça

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FUNÇÕES ESSENCIAIS A JUSTIÇA
Professora: Áurea Bezerra de Medeiros
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DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A Constituição Federal, em seu Título VIII, Capítulo IV, define como funções essenciais à Justiça aquelas exercidas pelo Ministério Público, pelos advogados e pela Defensoria Pública, reconhecendo, assim, a importância de cada uma dessas instituições para a administração da Justiça. 
O Ministério Público, segundo dispõe o artigo 127 da CF, é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
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 A nova Carta Constitucional ao Ministério Público incumbe a guarda do ordenamento jurídico-constitucional brasileiro, fundado no Estado Democrático de Direito, atuando na defesa da lei, e não dos governantes. Daí o legislador constituinte, reconhecendo esse papel do Ministério Público, conceder aos seus membros as mesmas garantias constitucionais conferidas aos magistrados, de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos (art. 128, §5º, I, a, b e c). 
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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO 
O Ministério Público da União abrange o MP Federal, o MP do Trabalho, o MP Militar e o MP do Distrito Federal e Territórios. 
O MP da União tem como chefe o procurador-geral da República, nomeado pelo presidente da República para um mandato de 2 (dois) anos, permitida a reeleição, e escolhido dentre integrantes da carreira, com mais de 35 anos, e após aprovação do seu nome pelo Senado Federal. 
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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO 
O mandato do procurador geral da República é de dois anos, sendo assegurado a ele somente ser destituído do cargo ex officio pelo presidente da República mediante prévia autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
A CF dispõe, no §1º, do seu art. 127, os princípios institucionais do Ministério Público, que são a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. 
Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu, além desses princípios institucionais, o princípio do promotor natural, segundo o qual são proibidas as designações casuísticas efetuadas pela chefia da Instituição, uma vez que somente o promotor natural é que deve atuar no processo. 
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
UNIDADE – significa que os membros de cada MP integram um só órgão sob direção única de um só procurador-geral. Assim, o Ministério Público da União é dirigido pelo procurador-geral da União que tem as suas atribuições circunscritas a sua Instituição; o MP estadual é dirigido pelo seu Procurador-geral, que também tem suas atribuições circunscritas a sua Instituição, sem qualquer vinculação com o da União ou de outro estado-membro. 
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
INDIVISIBILIDADE – o MP é uno porque não existe vinculação entre seus membros e os processos em que atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros de acordo com as normas legais. Ressalta Alexandre de Moraes125 (MORAES, 2001, apud DECOMAIN, 1996, p.19)126 que “a indivisibilidade resulta em verdadeiro corolário do princípio da unidade, pois o Ministério Público não se pode subdividir em vários outros Ministérios Públicos autônomos e desvinculados uns dos outros”. 
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
INDEPENDÊNCIA OU AUTONOMIA FUNCIONAL – isto quer dizer que o órgão do Ministério Público é independente no exercício de suas funções, não ficando sujeito às ordens de absolutamente ninguém. A autonomia funcional do MP é no sentido de que nem os seus superiores hierárquicos podem indicar-lhes de que forma devem agir dentro de um processo. 
Destarte, o órgão do MP deve prestar contas de seus atos à Constituição, às leis e à sua consciência. 
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PRINCÍPIOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Os órgãos de administração superior do MP somente podem editar recomendações de caráter geral, não normativo, sobre a atuação funcional para todos os integrantes da Instituição. 
No direito constitucional brasileiro somente existe no MP uma hierarquia no sentido administrativo, jamais de natureza funcional, e tanto assim o é que o Código de Processo Penal, no seu artigo 28, estabelece que discordando o procurador geral de justiça da promoção de arquivamento feita por um promotor de justiça, em um determinado processo, poderá oferecer denúncia, determinar diligências, ou mesmo designar outro órgão ministerial para oferecê-la. 
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FUNÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
 São aquelas estabelecidas no art. 129 da Constituição Federal. É sabido que o legislador constituinte de 1988 ampliou desmesuradamente as funções do Ministério Público, alçando-o à condição de verdadeiro defensor da sociedade, tanto no campo penal com a titularidade exclusiva da ação penal pública, quanto no campo cível, na condição de fiscal dos demais Poderes Públicos, e defensor da legalidade e moralidade administrativa, concedendo-lhe a titularidade do inquérito civil e da ação civil pública. 
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DAS VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS 
É vedado ao órgão do Ministério Público: 
> receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 
> exercer a advocacia; 
> participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
> exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; 
> exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei; 
> receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. 
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MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS
Em respeito ao princípio federativo, os estados possuem plena autonomia para organizarem os seus Ministérios Públicos mediante Lei Complementar de iniciativa dos respectivos Procuradores-Gerais. 
Para a escolha de Procuradores-Gerais, os Ministérios Públicos estaduais devem formar uma lista tríplice dentre integrantes da carreira que, então, será entregue ao governador do estado que selecionará um dos nomes para nomear. O mandato do escolhido também é de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução.
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DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO (CF, art. 130-A) 
Órgão criado pela emenda constitucional n° 45/2004 e com sede na capital Federal, compõe-se de quatorze membros, com mandato de dois anos, admitida a recondução apenas uma vez. 
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Conselho Nacional do Ministério Público
Ao Conselho Nacional do Ministério Público compete o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Suas atribuições estão elencadas no artigo 130-A § 2 e incisos I ao V.
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DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 
Trata-se de uma inovação do legislador constituinte de 1988, que criando uma instituição diretamente ligada ao Poder Executivo para fazer a representação judicial e extrajudicial da União, retirou do Ministério Público essa função. 
Demais disso, à Advocacia-Geral da União, compete, também, atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
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DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO 
A Advocacia-Geral da União é chefiada pelo Advogado-Geral da União, cargo de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
O ingresso na Advocacia-Geral da União é feito mediante concurso público de provas e títulos. 
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DA ADVOCACIA
O advogado é indispensável à administração da Justiça, bem como inviolável por seus atos manifestações no exercício da profissão (CF, art. 133). 
Essa indispensabilidade à administração da Justiça não é absoluta, uma vez que, excepcionalmente, a lei poderá outorgar jus postulandi a qualquer pessoa, como ocorre, por exemplo, no habeas corpus, na revisão criminal, na Justiça do Trabalho e em alguns Juizados Especiais, como o de Defesa
do Consumidor. 
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DA DEFENSORIA PÚBLICA
A Constituição Federal, no seu artigo 134, dispõe que a Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus (instâncias) dos necessitados, vale dizer, daqueles que comprovarem insuficiência de recursos. 
As defensorias públicas estaduais possuem autonomia funcional e administrativa, inclusive quanto à iniciativa de elaborar proposta orçamentária, desde que dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no artigo 99, §2º, que trata da autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário.
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