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Trabalho geomorfo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
CENTRO DE ENGENHARIAS 
ENGENHARIA GEOLÓGICA 
GEOMORFOLOGIA E GEODIVERSIDADES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de riscos e geomorfológicas da região de Reikjavik (Islândia) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mauren Espinosa Gaspar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pelotas, 2017 
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SUMÁRIO 
1. ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA.....................................................................................3 
2. ANÁLISE DE RISCO.....................................................................................................6 
2.1 Riscos geológicos.................................................................................................6 
2.2 Riscos hidrológicos...............................................................................................7 
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. ANÁLISE GEOMORFOLÓFICA 
No período do Terciário inferior uma pluma mantélica estabeleceu-se embaixo da 
Groelândia causando um rifting e uma falha continental. O acumulo de material no local gerou 
um aumento de fluxo, favorecendo a criação de uma nova pluma. Com o passar do tempo, a 
ascensão da pluma do manto para a superfície provoca o levantamento do planalto da Islândia, 
e a intensa atividade vulcânica gera um “engrossamento” da crosta no local. Contudo, uma 
posterior ruptura continental gerou a separação das placas tectônicas e formou a crosta 
oceânica no período de 56-53,5 Ma. Primeira, a expansão deu-se ao longo da dorsal Aegir, já 
extinta, que inclinava-se para o oeste unindo-se com a dorsal Reykjanes através da dorsal 
assísmica “Groelandia-Faroe”. O deslocamento para noroeste da Groelandia fez com que a 
pluma do manto ficasse mais perto da margem continental, formando outro episódio de rifting 
e degastando o leste da Groelândia. A dorsal Aegir foi extinta com a 25 Ma e a expansão deu-se 
através da dorsal Kolbeinsey. Nesta etapa, os segmentos do rift da Islândia se uniram mais 
firmemente ao tronco da pluma. O limite da placa Reykjanes-Kobeinsey passou sobre este faz 
uns 20 M.a. e desde então tem se movimentado a uns 150-200 km ao NW do eixo da pluma, 
que atualmente se encontra baixo o glaciar Vatnajökull. Os segmentos do rift da Islândia, de 
300-400 km longitude tem migrado até o SE faz 24, 15, 7 e 3 M.a. 
 
Figura 1: Imagem de tomografia sismica da pluma da Islândia, sobre uma profundida de 400 km. 
Após o mapeamento do fundo oceânico, realizando em 1946, revelou-se uma 
cordilheira de montanhas submarinas com extensão de 16.000 Km, separada por uma grande 
fenda localizada entre o limite divergente das placas tectônicas americana e euroasiática. Esta 
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por sua vez foi denominada Dorsal Mesoatlântica, uma área tectonicamente jovem-cerca de 20 
milhões de anos- e ativa, onde, no limite entre as placas, elas seguem afastando-se de 2 a 10 cm 
por ano. 
Reykjavík localiza-se na península da foca no sudoeste da Islândia. A área é influenciada 
pelo limite dessas placas divergentes (oceano-oceano), onde estas estão movimentando-se em 
sentidos opostos, a partir da dorsal mesoatlântica (cadeia do meio-atlântico). A dorsal 
mesoatlântica apresenta, na sua região central, um Rift-Valley que é formado devido as 
correntes de convecção presentes pela divergência de magmas no manto. O transporte do calor 
interno para superfície cria correntes convectivas e, através delas, movimentam as placas 
litosféricas. Com essa mobilidade acredita-se a presença de hot-spots, focos geotérmicos, que 
manifestam-se, geologicamente, por vulcões intra-placas. 
 
Figura 2: Limites geográficos da região de Reykjavik (Islândia) 
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Figura 3: Representação da Dorsal Mesoatlântica com o Rift-Valley embaixo da Islândia. 
As forças geodinâmicas presentes na Islândia propiciam uma diversidade de eventos 
geológicos como: expansão do assoalho oceânico, ascensão de magma básico, vulcões e 
terremotos rasos. 
 A Islândia é um país atípico dos demais, uma vez em que se encontra no meio do 
Atlântico Norte. Este sofre influência tanto do Norte quanto do Sul por estar em um limite 
aerodinâmico entre uma região polar e correntes de ar tropicais, causando instabilidade 
climática no país. 
O período de deglaciação, ocorrido após a “pequena idade do gelo”, ocasionou um 
reajuste isostático, onde processos offshore se instalaram, ou seja, os processos deixaram de 
ser relacionados com as ondas e a sedimentação torna-se por decantação de argila e silte. 
Reykjavik por sua vez é altamente sucetível a mudanças na paisagem devido a base rochosa nova 
com grande porosidade e facilmente erodível devido: suas encostas ingremes, chuvas intensas 
e sazonais, neve derretida, aumento de ascentamento devido a instalação de população, 
pressões causadas pela vegetação e os processos de alta energia (transporte de sedimentos por 
geleiras). Mesmo sendo um país com geleiras há evidências de que o transporte de sedimentos 
pelo vento, erosão a longo prazo, é o principal agente do intemperismo do solo. Em síntese, os 
principais desgastes são feitos por meios físicos. 
 A alimentação dos rios, assim como a chuva, são sazonais, ou seja, o volume é 
dependente da época do ano. Na região, os rios não são alimentados por suas nascentes e sim 
pela superficie devido ao degelo das geleiras. Sendo assim, as gelerais incluenciam muito na 
hidrologia local. As geleiras presentes são “geleiras temperadas”, devido a influência das 
correntes de ar provenientes do Golfo, e se movimentam mais depressa do que as geleiras 
polares. Esse tipo de geleira são perfeitos isolantes do calor geotérmico presente na região, em 
razão de que o calor não irradia para cima pois elas são mais frias na base do que na superfície. 
A maior parte da cidade de Reykjavik situa-se em uma peninsula denominada lagoa da foca. 
Nesta região a sedimentação indica uma deposição glaciomarinha. O rio atuante nessa área 
denomina-se Ellidaár. 
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É possível observer as influências dos sedimentos glaciais na paisagem pela presença 
das chamadas “moraine”, as quais mostram que o gelo foi transportado e formam faixas escuras 
ao longo das geleiras. 
A vegetação presente na região de Reykjavik é típicamente do norte-europeu, com 
algumas características árticas, resultando um clima subpolar. Seu relevo é especial pois a 
Islândia trata-se de uma ilha vulcânica e suas modelagens são feitas por erupções vulcânicas. 
Além disso, há influência humana na remoção de bosques nativos, novas biotas instaladas e 
extinção de outras. Sendo assim, a rara vegetação, influênciada pelas características árticas e 
pela ação antropogênica, tornam o solo mais suscetível a erosão. 
2. ANÁLISE DE RISCO 
 Utilizando-se da fórmula “Risco=Possibilidade de ocorrência*Consequências”, chega-se 
a conclusão que a Islândia é um país altamente suscetível a riscos, uma vez em que se encontra 
em uma ilha vulcânica com grande atividade tectônica. 
 
Figura 4: Esquema de riscos naturais que podem ocorrer na Islândia 
 Riscos ambientais presentes em Reykjavik são de causas naturais-físicas. Os riscos físicos 
presentes na área podem ser divididos em duas vertentes: Geológico ou Hidrológico. Quando é 
tratado de um risco geológico associa-se aos processos geodinâmicos, podendo ser endógeno 
(interno) ou exógeno (externo). Já os riscos hidrológicos são associados a catástrofes com o 
envolvimento de água. 
2.1 Riscos geológicos 
 Terremotos são desastres naturais frequentes em Reykjavik, devido a localizaçãodo país 
estar inserida diretamente em um limite de divergência de placas tectônicas. Esse tipo de 
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problemática pode ser amenizada com uma melhor estruturação das edificações locais, 
projetando-as para resistir as grandes magnetudes presentes na cidade de Reykjavik. 
 A Islândia trata-se de uma ilha vulcânica relativamente nova, ou seja, seus vulcões ainda 
são ativos, deixando a cidade de Reykjavik sujeita a influência de atividade vulcânica. Assim, para 
evitar catástrofes ainda maiores, é necessário que seja realiza evacuações locais, para que a 
população não seja afetada as cinzas vulcânicas, com gases quentes, rajadas laterais e fluxos de 
lava. Erupções vulcânicas expõem muitas cinzas vulcânicas no ar que, consequentemente, 
causam grande distúrbio impossibilitando o trafego aéreo na região europeia e mundial. Em 
lugares onde há atividade rural é necessário a retirada dos animais para não serem afetados 
pelas cinzas vulcânicas. 
A atividade vulcânica também pode causar desastres grandiosos como as exurradas 
glaciais. Quando o vulcão entra em erupção a lava derrete o gelo na superfície e forma um lago 
com uma “capa” de gelo. Essa capa frágil acaba por arrebentar causando um transporte de alta 
energia descendo a montanha e causando a destruição. Quanto a essas áreas, um meio de 
previnir possíveis desastres é não ocupar as areas mais baixas que estão propensas a sofrer com 
as enxurradas. 
 O aumento do nível do mar tem alta influência em riscos geológicos presentes na área 
de Reykjavik. Esse aumento causa a erosão das encostas deixando-as mais ingremes e sujeitas a 
escorregamentos com a atuação das chuvas sazonais. Pode-se diminuir os riscos de ascidentes 
nas encostas através da construção civil, construindo estruturas para dar sustentação a essas 
encostas. 
2.2 Riscos hidrológicos 
 As atividades hidrológicas sofrem grande influência das geleiras. No inverno a água é 
armazenada como neve na superfície. Com o aumento da temperatura na primavera a neve 
derrete proporcionando grandes inundações e alagamentos. Na tentativa de minimizar os 
problemas relacionados com inundações e alagamentos causados pelas flutuações sazonais, 
tem-se como solução construir barragens e/ou barreiras e evitar construção de residências 
perto de rios. Construir represas, diques e piscinões, substituindo uma das funções das antigas 
várzeas, que é aliviar o quadro de inundações nos picos de cheias, também são soluções viáveis. 
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ROMERO, R.M.M. El origen de Islândia. 13 p. Universidad de Granada. 2013 
MAIZELS, J.K. & CASELDINE, C. Environmental change in Iceland: Past and present. 325p. Volume 
7 
DONLEY, D.E. The Hydrological survey of Iceland. Reykjavik, Iceland. August 9, 1961. 72 p. 
TORRES, F.T.P., NETO R.M., MENEZES, S.O. Introdução à Geomorfologia. 322 p. 
GUERRA, A.J.T. & CUNHA S.B. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. 471 p. 9º 
Edição 
8 
 
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco09.html>. Acesso em: 
18 de Setembro de 2017 
Disponível em: <http://www.igeologico.sp.gov.br/ler_noticia.asp?id=357>. Acesso em: 17 de 
Setembro de 2017 
Disponível em: <http://en.vedur.is/about-imo/news/nr/2910> . Acesso em: 18 de Setembro de 
2017

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