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DIREITO ROMANO PROFESSOR: JOSÉ ORLANDO DE FARIAS BIBLIOGRAFIA SANTOS, Severino Augusto dos. Direito Romano: Uma introdução ao Direito Civil.2ª ed.. Belo Horizonte: Del Rey, 2013. O QUE É DIREITO ROMANO? No sentido abrangente é o CONJUNTO DE REGRAS JURÍDICAS que vigorou na Roma dos Césares e nos territórios por ela conquistados por mais de treze séculos, DE 753 AC ATÉ A MORTE DE JUSTINIANO 565 DA ERA CRISTÃ; No sentido particularizado afirma-se que o DIREITO ROMANO é o Corpus Juris Civilis, organizado por determinação de JUSTINIANO no século VI. CLASSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA ROMANA O ROMANISTA ALEMÃO LEIBNITZ (1646-1716) DIVIDIU A HISTÓRIA ROMANA EM DUAS PARTES: HISTÓRIA EXTERNA HISTÓRIA INTERNA CLASSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA ROMANA HISTÓRIA EXTERNA REALEZA (753 aC-510 aC) Era ou Período dos Reis; Direito fundamentado nos costumes, mores ou mores maiorum. REPÚBLICA (510 aC- 27aC) O poder foi passado para os cônsules, eleitos em numero de dois, por um ano, revezando-se no governo; Inicio da expansão de Roma e de grandes convulsões sociais; Desenvolvimento do Jus Civile, Jus Gentium, Jus Praetorium ou Jus Honorarium CLASSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA ROMANA - HISTÓRIA EXTERNA ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO Período de 27aC- 284 era Cristã; Esplendor de Roma nas ciências, letras e artes; O Imperador era o “Princeps” sujeito às leis; Pax Romana; Avanço do Direito graças aos jurisconsultos, Escolas de Direito e a filosofia grega Início da decadência do Império. BAIXO IMPÉRIO OU DOMINATO Período de 284- 565 era Cristã; Imperador é considerado Dominus et Deus; Declínio do Império, degradação dos costumes, decadência política, religiosa, invasão dos bárbaros, influência de outras culturas e do Cristianismo; Constatino ( em313, editou o célebre Edito de Milão que reconheu o Cristianismo, tornando-se religião oficial do Império Romano por meio do Edito de Tessalônica em 380 por Teodósio I; Divisão do Império Romano do Ocidente e do Oriente (395 dC). Em 476 Queda de Roma. CARACTERÍSTICAS DO JUS ROMANUM HISTÓRIA INTERNA DIREITO PRÉ - CLÁSSICO Não escrito, formalístico, formação do Jus Civile; Surgimento do Jus Gentium; Época da tirania jurídica, lei de forma precisa e única, sem flexibilidade. DIRETO CLÁSSICO Lex Aebutia, 126 aC.; Desenvolvimento do Jus Gentium, e surgimento do Jus Honorarium; Surgimento de Escolas do Direito e grandes Jurisconsultos e jurisprudência; Contribuição da filosofia grega CARACTERÍSTICAS DO JUS ROMANUM DIREITO PÓS - CLÁSSICO Decadência do Império; Caráter oriental e cristão; Surgimento do Direito Compilado e sentido doutrinário. DIVISÃO DO DIREITO Ulpiano Jus Publicum “Público era o que pertencia ao povo, a uma comunidade organizada em civitas, a res publica é a coisa do povo.” Jus Privatum Interesse do particular do indivíduo; Jus Civile: direito revestido de ritualismo pertinente a quem possuísse a cidadania; Segundo Papiniano o Jus Civile foi inspirado nos costumes, leis, plebicistos, constituições imperiais e na autoridade dos jurisprudentes; Jus Praetorium: interpretar, corrigir o Jus Civile de acordo com o cotidiano. DIVISÃO DO DIREITO PRIVADO Gaio Jus Gentium Necessidade de disciplinar as relações comerciais internacionais entre estrangeiros e entre civis romani; Direito dinâmico (bona fides), sem formalismo do jus civile, aplicado aos povos de outras nações pela exigência de uma unidade jurídica de todo o império. Jus Naturale Inspiração Grega; Direito que provém da natureza, imutável , eterno, jamais escrito Direito à vida, liberdade, aos meios de subsistência, direito de ir e vir e também de ficar; Jus Honorarium Direito Pretoriano com a finalidade de corrigir e suprir o Jus Civile; Conjunto de regras contidas nos Editos dos Pretores sendo dinâmico, progressista sem o formalismo do Jus Civile. JUS SCRIPTUM ET JUS NON SCRIPTUM DIREITO ESCRITO Período republicano, Lei das XII Tábuas (451 a 449 aC); Texto escrito com leis, editos dos pretores, senatusconsultos, constituições imperiais. DIREITO NÃO ESCRITO Direito Antigo; Costumes dos antepassados, mores maiorum, direito consuetudinário transmitido através das gerações. DIREITO CONCEITO SOCIOLÓGICO Conjunto de normas com a finalidade de disciplinar o modus vivendi do homem na sociedade; Norma para a boa convivência humana, ou seja cada um ter a consciência do que é seu do que pode exigir dos outros e do que os outros poderão exigir de si. CONCEITO ETIMOLÓGICO Jus era o sagrado, justo tudo aquilo que estivesse em harmonia com o Jus; Justiça “ vontade constante e perpétua de dar a cada um o que é seu”. Jus deriva juiz, judicial, jurado, justiça, justo, jurisdição. CONCEITO JURÍDICO DIREITO OBJETIVO Direito norma, preceito imposto pelo Estado a todos os homens; Jus est norma agendi. DIREITO OBJETIVO Direito norma, preceito imposto pelo Estado a todos os homens; Jus est norma agendi. DIREITO SUBJETIVO Direito faculdade, ou seja exigir garantia para a realização de seus interesses quando estes não se conflitam com os da sociedade Jus est facultas agendi PRECEITOS DO DIREITO “Juris praecepta sunt: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere” PRECEITOS DO DIREITO Viver honestamente; Não prejudicar a outrem; Dar a cada um o que é seu; Justiça: dar a cada um o que é seu; Equidade: ” a equidade é a justiça temperada pela doçura”; Jurisprudência: interpretação da lei (Compilação de Fórmulas de Ações) pelos jurisconsultos “Divinarum atque humanarum rerum noticia, scientia justi atque injusti”. Moral e Religião MORAL Não há distinção clara entre os jurisconsultos romanos no que diz respeito as noções da ética e do jurídico. Moral: bons costumes fundamentado nos mores maiorum, ética, deveres principios. RELIGIÃO As normas do direito achavam-se confusas e dispersas com as regras inerentes a sacrifícios, sepultura, culto aos mortos. O homem naquela época acreditava que a lei era originada por Deuses. MORAL, DIREITO E RELIGIÃO MORAL E DIREITO “jus est ars boni et aequi” O direito é a arte do bom e do equitativo. “Non omne quod licet honestum est” Nem tudo o que é lícito é honesto. A norma jurídica regula atos exteriores do indivíduo, cujo o cumprimento pode ser exigido coativamente. Já a norma moral é de foro interno, consciência. Principal característica é a coação DIREITO E RELIGIÃO As regras do direito confundiam-se com as normas religiosas Reis-sacerdotes “ O conhecimento das coisas divinas e humanas, a ciencia do justo e do injusto”. CLASSIFICAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO FONTES FORMAIS OU DE PRODUÇÃO Fontes exsistendi; Orgãos produtores, de elaboração, criação, ou de origem da norma jurídica; Populus romanus, comicios da plebe, o senado. Pretor, imperador, consilium principis, os jurisprudentes. FONTES DE CONHECIMENTO Fontes cognoscendi; Monumentos, referencias, inscrições, obras de jurisconsultos e texto onde se encontram as normas jurídicas. FONTES DE MANIFESTAÇÃO: modos de formação de norma jurídica: mores maiorum, lex rogata, plebiscitum, sentusconsultum, edicta magistratum, constitutiones, responsa prudentium AS FONTES DE DIREITO NO TEMPO: NA REALEZA Costumes: Mos, consuetudo ou mores maiorum “Jus non scriptum”. Todos os povos na antiguidade governavam pelos costumes transmitidoS na sucessividade das gerações; Ulpiano define os costumes como “o conhecimento tácito do povo, envelhecido por longo hábito”; Lei: não constituía fonte do direito, porque não se revestia daquela característica de preceito comum, era mais uma norma religiosa. NA REPÚBLICA COSTUMES: continuava sendo fonte do direito, tendo sua influencia minimizada com o Jus Scriptum; LEI: de acordo com Papiniano “A lei é um preceito comum, decisão dos homens prudentes, coerção dos delitos que são praticados espontaneamente ou por ignorância, garantia comum da república”; Para Gaio “ Lei é aquilo que o povo ordena e resolve”; REPÚBLICA – A LEI Votada nos comitia pelo povo, no início só os plebeus, depois patrícios e pebleus; Justa e possível; Proposta por um magistrado ou por um tribuno da peble; Referente a um interesse público, ao bem geral; Publicada em praça pública para conhecimento de todos; LEI DAS XII TÁBUAS (Fonte do direito público e privado, segundo Tito Lívio), origem através das desigualdades sociais entre patrícios e pebleus. Os Patrícios ou quirites Classe nobre de Roma; Homens livres descendentes de homens livres, possuiam direitos e deveres; Votavam em comícios, ocupavam cargos públicos, exerciam comércio, contraiam justas núpcias, pagavam impostos, prestavam serviço militar – SUPREMA HONRA PARA O CIDADÃO ROMANO. Os Plebeus Parte da população alheia à vida da cidade, marginalizados, homens sem Deus, sem pátria, família; Tribunos da Plebe – graças ao trabalho dos representantes do povo e à pressão dos seus representados surgiu a LEX DUODECIM TABULARUM. LEIS IMPORTANTES NA REPÚBLICA LEX CANULEIA, 445 aC casamento entre patrícios e plebeus; LEX POETELIA PAPIRIA, 326 aC o patrimônio do devedor responde pelo comprimento das obrigações pecuniárias; LEX AQUILIA, 250 aC indenização por danos; A lei permanecia em vigência enquanto não revogada pelo desuso ou por outra lei. Revogação total:ab-rogação; Revogação Parcial: derrogação. REPÚBLICA- PLEBISCITO PLEBIS + SCITUM : ordem da plebe; A plebe deliberava por proposta de um magistrado plebeu nos comícios, no início aplicava somente aos plebeus; Lex Hortensia, 286 aC: aplicação do plebiscito a todo o povo romano (Patrícios e Plebeus). INTERPRETAÇÃO DOS PRUDENTES Tem o mesmo significado de Jurisprudência; Atividade dos juristas visando desenvolver e adaptar o direito às necessidades sociais. EDITO DOS MAGISTRADOS – eram cidadãos eleitos para certas funções públicas (PRETORES E EDIS CURUIS), nas províncias eram os governadores e questores. O edito eram as normas jurídicas que o particular poderia valer-se para obter a tutela de seus direitos. EDITO DOS MAGISTRADOS Iniciou-se com a LEI DAS XII TÁBUAS. Destaque da figura do PRETOR; Surgimento de um direito novo, sem o formalismo do Jus Civile, porque estava arrimado na equidade – o Jus Honorarium ou Jus Praetorium. LEI DAS XII TÁBUAS ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO Costumes Leis Senatusconsultos: medida de ordem administrativa que se originava no senado, mediante proposta do magistrado, inicialmente só sobre questões de direito publico, depois passou a legislar sobre direito privado. Tinha o nome do cônsul que a propunha, teve sua influencia durante o império, quando os comícios da plebe já não tinham significado dos tempos passados. ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO Constituições Imperiais: medidas legislativas, originárias do imperador elaboradas pelo Consilium Principis – colegiado de jurisconsultos. Vigorou a partir do seculo II, depois de Adriano. Modalidades: DECRETA , MANDATA, RESCRIPTA E EDICTA. ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO DECRETA: decretos- decisões do imperador no exercício da suprema magistratura; MANDATA: mandatos – instruções de caráter administrativo, direcionado aos funcionários imperiais, principalmente os governadores de províncias; RESCRIPTA: rescritos – resposta do imperador às consultas que os particulares ou magistrados lhe dirigiam, ou aos recursos; EDICTA: editos – de caráter geral, apresentados pelo imperador ao ser consagrado. RESPOSTA DOS PRUDENTES Sentenças de determinados jurisconsultos, investidos pelo Imperador do Jus Publici Respondendi. Interpretatio Prudentium. BAIXO IMPÉRIO OU DOMINATO As constituições Imperiais (Leges), foram a única fonte do direito nesse período, nessa fase surgiram as compilações jurídicas. Fontes documentais e fontes Bibliográficas. Fontes documentais: Leis das XII Tábuas, Edito Perpétuo de Salvio Juliano, Corpus Juris Civilis Fontes Bibliográficas: Gaio, Ulpiano, Paulo, além dos mais modernos cujo o expoente máximo é Frederico Carlos de Savigny. ESCOLAS DE DIREITO ESCOLA SABINIANA E PROCULIANA – PRINCIPAIS JURISCONSULTOS ROMANOS As primeiras Escolas de Direito começaram a partir do século IV, pela necessidade da divulgação e do ensino jurídico em consequência do edito de Caracala que concedera a cidadania a todos os habitantes livres do Império (212). ESCOLA SABINIANA Inspirada na filosofia estóica – filósofo grego Zenon. Doutrina filosófica que apregoava o PANTEÍSMO (DEUS EM TUDO). O PANTEÍSMO ensina uma ética rigorosa, conforme as leis da natureza. Foi fundada po Atéio Capito (século I), os sabianianos eram também chamados de cassianos. ESCOLA PROCULIANA Inspirava-se na filosofia aristotélica que preconizava a justiça distributiva de dar a cada um o que é seu, na proporção de homem para homem, segundo seus méritos. DIVERGÊNCIAS ENTRE AS ESCOLAS NO DIREITO DAS PESSOAS SABINIANOS O momento da nubilidade dependia do Pater Familias PROCULIANOS Já os proculianos diziam que o momento da nubilidade dependia da idade – 14 anos para os homens e 12 anos para as mulheres. Triunfaram os proculianos. DIVERGÊNCIAS ENTRE AS ESCOLAS NO DIREITO DAS COISAS SABINIANOS Defendiam o entendimento de que os animais eram res mancipi desde o nascimento. PROCULIANOS Ensinavam que os animais eram res mancipi somente depois de domesticados. Prevaleceu a opinião dos proculianos. DIVERGÊNCIAS ENTRE AS ESCOLAS NO DIREITO DAS SUCESSÕES SABINIANOS Negavam a possibilidade dos heredes sui (herdeiros) fazerem cessio in jure da herança. PROCULIANOS Admitiam a possibilidade dos heredes sui fazerem cessio in jure da herança. DIVERGÊNCIAS ENTRE AS ESCOLAS NO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES SABINIANOS Afirmavam que o guardador (depositário) não estava obrigado a nenhuma indenização. PROCULIANOS Afirmavam que o guardador (depositário) estava obrigado a indenizar. COMPILAÇÕES As compilações jurídicas que aconteceram a partir do baixo império, tinham por objetivo preservar o direito de um passado glorioso, numa época em que todo o império estava em decadência. COMPILAÇÕES PRÉ-JUSTINIANÉIAS - PARTICULARES CÓDIGO GREGORIANO – elaborado no Oriente.
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