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Redação e leitura para universitários 
Graciema Pires Therezo 
 
CAPÍTULO 1 
 
Estratégias para a leitura racional1 
 
Dado que o trabalho de leitura, na Universidade, pretende levar à análise de textos 
(principalmente teóricos) em profundidade, é preciso que o estudante se conscientize de que o ato 
de ler exige método. 
Partir em busca do texto, assim que é proposta a tarefa, para verificar seu grau de 
dificuldade, é o primeiro passo importante do planejamento da leitura. Muitas vezes, deixado para 
a última hora, surgem problemas causados pela dificuldade de encontrar a obra na biblioteca ou 
em livrarias. Além disso, é o ter em mãos o livro que permite verificar a acessibilidade ou não da 
leitura em termos de dificuldade de vocabulário ou de conteúdo. Essa verificação pode ser feita de 
diferentes modos: leitura do sumário e da apresentação; leitura de alguns inícios de capítulo; 
leitura de trechos avulsos do interior da obra. Só depois dessa verificação do grau de dificuldade do 
nível de linguagem empregado e do nível do conteúdo, o estudante pode estabelecer em quantas 
etapas fará sua leitura. 
A noção de etapas de leitura está estreitamente ligada à noção de agendamento de tarefas 
e gerenciamento do tempo, negligenciados, em geral, pelo ingressante na universidade, não 
treinado para o estudo sistemático. Ele pode ser desagradavelmente surpreendido pela 
insuficiência do número de horas que planejou para o trabalho com o texto. Deverá, portanto, 
verificada a acessibilidade do texto a ser estudado, determinar quantas etapas de quantas horas 
serão necessárias para dar conta do trabalho. É importante providenciar, para suas horas de leitura, 
um ambiente tranquilo e silencioso2. 
O prof. Antônio Joaquim Severino (2002), em seu livro Metodologia do trabalho científico, 
propõe três diretrizes para o estudo do texto teórico. Ele as chama de análise textual, análise 
temática e análise interpretativa e crítica. Nós temos ensinado aos nossos alunos que se trata de 
leitura em nível de palavras, leitura em nível de ideias (que permite o resumo) e leitura em nível de 
sentidos (que permite a resenha). 
 
 
1 O aluno ingressante, quando se depara com as novas concepções de leitura e com as diretrizes de uma leitura 
racional, inquieta-se, supondo que nunca mais vai poder fazer uma leitura de entretenimento, isto é, fruir 
descompromissadamente textos que lhe agradam em particular e com os quais se distrai em horas desocupadas. Ora, 
já ficou explicado que ele tem liberdade para ler o que quiser de modo emocional e este lhe pertence individualmente 
como leitor autônomo, mas a leitura de estudo deve seguir regras bem definidas. Estas ele aprende na universidade, 
quando se dá conta da necessidade de uma metodologia científica para seu bom desempenho no curso superior. 
2 Uma expressão que o ingressante universitário não entende bem, apesar de muito repetido pelos docentes, é 
"autonomia intelectual". Embora exija outros requisitos, como capacidade de bom gerenciamento do tempo para 
cumprimento das tarefas, disciplina de estudo, disposição para a pesquisa, rigor com o método de trabalho, a 
disposição para ler textos teóricos nem sempre apetecíveis é uma das características do aluno intelectualmente 
maduro. 
1. Em primeiro lugar, o estudante, sabendo que é um leitor situado em seu tempo, imerso em sua 
cultura, sujeito às pressões do seu meio, e que a interação deve ser feita com um autor também 
sujeito histórico, precisa inteirar-se das condições de produção do texto. Quem é o autor? Em que 
momento escreveu sua obra? Qual sua visão de mundo? Que influências sofreu? Estará se 
preparando, assim, para fazer uma leitura de concepção discursiva (explicada anteriormente). Em 
seguida, precisa verificar se sabe o significado de todas as palavras. Mesmo que não seja um texto 
em língua estrangeira, a ida ao dicionário é muito útil para elucidação de termos da norma culta ou 
específicos de uma determinada área do saber. Esse esforço de esclarecimento de todas as dúvidas 
diz respeito muito principalmente a conceitos, a fatos históricos, a referências a outros autores e 
doutrinas. Nos livros indicados na Universidade, diferentemente de apostilas ou manuais adotados 
no curso médio, são abundantes as referências, as citações, os conceitos científicos que, se não 
esclarecidos, podem trazer dificuldades de entendimento. Muitas vezes, é necessária a pesquisa em 
dicionários específicos e enciclopédias, obras de referência ou monografias indicadas pelo 
professor. Cabe ao aluno essa busca individual, extremamente enriquecedora na medida em que 
acrescenta conhecimentos e torna o texto em estudo muito mais claro. 
 
2. O próximo passo é o entendimento das ideias do autor. No caso dos textos dissertativos, as 
questões iniciais devem ser: 
 
o De que fala o texto? - A resposta será o assunto (global, geral; expresso em uma só 
palavra) e o tema (parcial; delimitação do assunto, recorte tratado pelo autor, 
estreitamente vinculado ao problema que este considera importante abordar; 
expresso em uma frase nominal). Ex: Assunto - Eutanásia; tema - Posição da Igreja 
em relação à eutanásia. 
 
o Qual o objetivo do autor? - A resposta permite sentir com que finalidade ele 
escreveu seu texto, o que pretende mostrar. (Obs: muitas vezes, o texto ultrapassa 
os objetivos do autor, isto é, apresenta marcas que, interpretadas pelo leitor à luz de 
seus conhecimentos prévios, levam a inferências ou desvelamento de implícitos não 
previstos por quem escreveu o texto. Por isso se diz que há uma intencionalidade do 
autor e uma intencionalidade do texto). Ex: Objetivo - Apresentar as razões pelas 
quais a Igreja Católica se posiciona contra a legalização da eutanásia. 
 
o O que diz o autor? - A resposta é a tese, isto é, sua afirmação básica, seu ponto de 
vista, seu juízo sobre o problema tratado. (A tese detectada pelo leitor é, sempre, 
expressa em uma frase verbal completa) Ex: A Igreja Católica não concorda com a 
legalização da eutanásia. 
 
o Que razões ele oferece para fundamentar sua tese? A resposta revela os argumentos, 
os dados, as explicações que comprovam seu ponto de vista. Ex. de argumento - O 
cristianismo não pode concordar com a legalização da eutanásia. Se concordasse, 
teria que negar o valor humano de qualquer sofrimento, até mesmo o sofrimento 
solidário de Cristo na cruz. Os motivos do cristianismo baseiam-se na inviolabilidade 
da vida humana (Padre Pedro Carlos Cipolini, Cultura da morte, Correio Popular, 
24/04/2001). 
 
Uma técnica de grande valor para o entendimento do texto é a da sublinha. O estudante 
deve lembrar-se de que o parágrafo é uma unidade estrutural do texto que contém uma só ideia 
central (frase-núcleo ou tópico frasal), seguida de ideias secundárias ou complementares, em forma 
de explicações, exemplos etc. Se o texto for curto, deve sublinhar os tópicos frasais (sempre a frase 
inteira, até o ponto final), com marcador amarelo, o que lhe permitirá uma segunda leitura só das 
ideias sublinhadas. Se o texto for muito longo, sublinhar, em segmentos maiores, apenas as ideias 
principais. 
Essa técnica da sublinha não é fácil, pois é preciso distinguir o que é essencial do que é 
acessório, mas permite transformar, em seguida, os tópicos em frases nominais curtas, que servirão 
como itens de um esquema, base para um resumo. Além disso, permite acompanhar o raciocínio 
do autor, verificando se é dedutivo (no início, a tese; depois, os argumentos), ou se é indutivo 
(primeiro, os argumentos; depois, no final, a tese). 
 
3. Entendidas as ideias do autor e o tipo de seu raciocínio, é chegado o momento da análise 
interpretativa e crítica3. Entende-se porinterpretação a atribuição de sentidos, e por crítica, a 
avaliação do texto. 
 
Para a atribuição de sentidos - leitura, naturalmente, muito mais profunda, é preciso voltar a 
verificar as condições de produção, desta vez de maneira muito mais minuciosa, e partir para novas 
questões: 
a) As ideias do texto são compatíveis com as posições gerais do autor sobre o problema? 
b) Essas ideias são compatíveis com a cultura de sua época? 
c) Em que suas ideias contradizem as de outros autores que trabalham o mesmo tema? 
d) Podem-se notar influências de outros autores? 
e) Outros autores exploram o mesmo tema com abordagem diferente? 
f) Em que pressupostos baseou suas ideias? 
g) Há subentendidos, em forma de implícitos? De pressupostos? 
h) No caso de linguagem figurada, como podem ser entendidas as metáforas? São bem 
escolhidas? 
i) Que sentidos se podem atribuir a determinadas ideias, dado o contexto em que foram 
escritas e o contexto em que são lidas? 
 
Para a avaliação crítica, consideram-se: 
a) Coerência interna - encadeamento das ideias no interior do texto. 
b) Alcance dos objetivos. 
c) Eficácia da argumentação. 
d) Clareza da exposição. 
e) Compatibilidade da conclusão com a argumentação anterior. 
f) Nível da linguagem. 
g) Originalidade do texto. 
h) Profundidade do tratamento do problema. 
i) Relevância da contribuição do autor para a área. 
 
3 A palavra "crítica" tem sido muito mal entendida, pois é tomada no seu sentido popular, como apontamento de 
defeitos. Na metodologia científica da leitura, o momento da crítica é o da contribuição mais importante do leitor, 
quando ele se acha preparado para avaliar (ponderar, dar peso a) diferentes aspectos da construção e do conteúdo do 
texto. 
 
As respostas a essas questões permitem um tipo de análise que se chama resenha4, isto é, 
apresentação de um livro para quem ainda não o leu. Trata-se de um texto acadêmico, publicado 
em revistas especializadas, que tem como objetivo orientar o leitor na escolha das obras mais 
interessantes para suas pesquisas, a partir dos comentários críticos de resenhistas, sempre 
escolhidos entre especialistas da área. 
 
CAPÍTULO 2 
Leitura: conhecimentos prévios 
 
A concepção interacionista de leitura prevê que leitor e autor são os construtores de 
sentidos do texto. A leitura se dá não no momento em que o leitor recebe os dados fornecidos por 
ele (leitura ascendente) ou no instante em que confere se o texto confirma suas hipóteses sobre o 
assunto (leitura descendente), mas no momento em que confronta seus conhecimentos anteriores 
com os dados fornecidos pelo autor mediatizados pelo texto. De acordo com Ângela Kleiman, esses 
conhecimentos são de três ordens: linguístico, textual e conhecimento de mundo. 
 
1. O conhecimento linguístico é o domínio que o leitor tem da língua em que está escrito o texto, 
quer do ponto de vista vocabular, quer do ponto de vista gramatical. Quanto maior o repertório do 
leitor, isto é, o número de palavras que conhece; quanto mais amplo seu conhecimento das regras 
gramaticais da língua, mais fácil será a compreensão do texto. Entretanto, ele precisa, além disso, 
dominar conceitos, dentro da própria língua materna, da área a que o texto pertence (por exemplo: 
ortotanásia - em um texto científico; ontologia, hermenêutica - em um texto filosófico; anacoluto - 
em um texto de língua portuguesa; iluminismo - em um texto de literatura; neoliberalismo - em um 
texto político). Muitas vezes, o estudante acredita que está lendo bem o texto em estudo porque já 
viu as palavras, mas se surpreende ao perceber que, embora não lhe sejam desconhecidas, não 
sabe bem o seu significado e por isso, não consegue atribuir sentido a elas dentro da frase. 
 
2. O conhecimento textual é aquele que permite ao leitor distinguir diferentes gêneros e tipos de 
textos: 
 
a. Dissertação - é a exposição organizada de ideias sobre um determinado tema. Apresenta tese 
(ponto de vista do autor) e argumentos que a fundamentam. Sua finalidade é conseguir a 
adesão do leitor. O raciocínio pode ser dedutivo, se o autor apresenta a tese no início e, 
depois, os argumentos; pode ser indutivo, se os argumentos aparecem antes da tese. Deve 
ser estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão, sendo esta decorrência dos 
argumentos anteriores. Entre os recursos necessários ao texto dissertativo, contam-se: 
linguagem padrão, impessoalidade, objetividade e informatividade. Pode apresentar-se sob a 
 
4 Pode-se fazer resenha de um filme, um concerto, uma exposição. O objetivo, sempre, é permitir ao leitor que conheça 
os traços mais característicos da obra e tecer comentários críticos sobre ela. 
forma de um editorial de jornal, um artigo, um ensaio, uma monografia, uma tese ou 
dissertação de pós-graduação. 
 
b. Narração - relato ou narrativa ficcional. O relato é a narração de fatos reais, cujo objetivo é 
informar de maneira fria e objetiva. Exemplo: notícias de jornal, relatórios em geral. A 
narrativa ficcional é a narração de histórias inventadas, texto literário cujo objetivo é encantar 
o leitor. Vale mais pelo como se diz do que pelo que se diz. Seu valor está no trabalho com a 
linguagem. Pode ser um conto, um romance, uma novela. O conto e o romance apresentam 
apenas um núcleo de conflito; a novela apresenta vários nós de conflito. 
 
c. Descrição - caracterização de seres sensíveis (que podem ser apreendidos pelos órgãos dos 
sentidos). Pode ser estática - descrição de seres que se apresentam imóveis, por exemplo, 
uma paisagem, a fachada de uma casa etc; pode ser dinâmica, se flagra um momento da 
realidade em que seres se movimentam, por exemplo, a saída de um jogo de futebol, um 
momento no saguão de um aeroporto etc. Não apresenta sequência temporal, como a 
narrativa, por isso, se a pessoa ou a situação é presente, o tempo usado é o presente do 
indicativo; se é passada, o tempo básico é o imperfeito do indicativo. 
 
 
Se o leitor tem conhecimento textual, ao se deparar com uma dissertação, irá em busca da 
tese, procurará elencar os argumentos, perceberá o objetivo do autor, seu poder de persuasão etc. 
Se o texto for uma narração, desejará entender em que tempo e lugar se passa a ação, quais as 
personagens, em que ordem se dão os acontecimentos. No caso da ficção, logo se interessará pela 
figura do narrador, que estabelece o foco narrativo (narrador-personagem, narrador apenas 
observador, narrador onisciente). Se conhece os recursos da descrição, saberá identificá-Ia em 
textos mistos e avaliar seu papel nas narrações, como criadora de cenários e ambientes, e nas 
dissertações, como argumento de apoio. 
Como são muito comuns os textos mistos, cabe a ele identificar os segmentos textuais em 
que prevalece um ou outro tipo textual e perceber que, de suas combinações, resultam todos os 
gêneros que circulam socialmente, além dos jornalísticos, bulas de remédios, circulares, contratos, 
procurações, requerimentos, folhetos publicitários, propagandas, textos didáticos e acadêmicos, e-
mails etc. 
O conhecimento textual permite, como se vê, traçar objetivos diante do texto, objetivos 
esses que levam à formulação de hipóteses. O bom leitor é aquele que tem expectativas diante do 
que lê. Essas expectativas é que lhe permitem entender implícitos, fazer inferências, ser 
cooperativo, interagir, processamento muito diferente do simples ato de "decodificar", ainda tão 
comum em escolas brasileiras. 
 
 
3. O conhecimento de mundo - o conhecimento de mundo, advindo de experiências prévias, é de 
duas ordens: 
 
a. Conhecimento enciclopédico ou formal - é o conhecimento adquirido formalmente, na 
escola,na instrução formal, por meio de leituras e outras atividades culturais que permitem 
a aquisição de conceitos. Ex. ética não é etnia; submissão não é sublimação; catarse não é 
catalepsia; romanceiro não é romantismo; eutanásia não é ortotanásia; grafema não é 
grafismo etc. 
 
b. Conhecimento informal - é o conhecimento adquirido por meio de experiências no convívio 
social. Ex: fazer matrícula, ir ao dentista, assistir a um filme, jantar em um restaurante, 
conversar ao telefone celular, digitar um texto, enviar um e-mail etc. 
 
 Esses conhecimentos parciais, que trazemos na memória sem muito nos apercebermos 
deles, são chamados de "esquemas" e, se nosso interlocutor também os tem, a comunicação torna-
se muito mais fácil, permitindo grande economia de palavras. Lembremos quantas seriam 
necessárias para explicar "congestionamento", "assalto", "sequestro", "velório", "excursão", 
"vestibular", "cursinho", "assembleia", "mesa-redonda", "congresso" e muitas outras típicas da 
cultura do nosso tempo. 
Essas considerações nos levam a pensar na dificuldade de leitura de alguém com repertório 
vocabular mínimo, com insuficiente número de esquemas mentais advindos da pouca cultura e do 
pouco convívio social, realidade com que se defronta um grande número de professores de 
Português. Se o seu aluno não sabe o que é mesa-redonda, shopping center, congresso acadêmico, 
evento, habeas corpus, liminar, mandato, mandado de segurança, ultrassom, trapézio, picadeiro, 
progressão prisional, anorexia, UTI, ENEM, PCC etc., por exemplo, não poderá compreender ideias 
de textos que contêm essas palavras como tópicos de parágrafos e será incapaz de entender 
metáforas. 
O moderno professor de leitura deve saber levar em conta os conhecimentos prévios de 
seus alunos, não só do ponto de vista linguístico e textual, aspectos em que pode e deve auxiliá-los, 
fornecendo conhecimentos teóricos em aula, mas de seus conhecimentos de mundo, suas 
experiências no meio em que convivem, nas comunidades a que pertencem, no local em que 
moram. A compreensão de um texto sobre criminalidade, por exemplo, é diferente por parte de 
alunos de elite e de alunos de periferia, assim como um texto sobre comportamento será lido de 
maneira diferente por pré-adolescentes e por adultos. No caso de universitários, a cobrança pode e 
deve ser maior, uma vez que a leitura de jornais e revistas de grande circulação deve estar 
incorporada ao seu dia-a-dia, ampliando seu leque de informações. Além disso, suas vivências em 
sociedade são, naturalmente, muito mais diversificadas. 
 
 
Referência 
 
THEREZO, Graciema Pires. Redação e leitura para universitários. Campinas, São Paulo: Alínea, 2007. 
p 21-29.

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