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A A A A A B B A B A A A A A B A D is tri bu iç ão m éd ia te m po ra l d a pr es sã o (h P a) a o ní ve l m éd io d o m ar . S ão in di ca do s os ce nt ro s de a lta (A ) e b ai xa (B ) p re ss ão b em c om o os v en to s do m in an te s à su pe rfí ci e Fi g. II I.1 4 - 125 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 0 15oS 30oS 45oS 75o 60 o 45 oW Fig. III.15 - Configuração instantânea típica do campo da pressão (hPa) atmosférica ao nível médio do mar, na América do Sul, indicando-se centros de alta (A) e baixa (B) pressão. 85 0 h Pa Fig. III.16 - Representação esquemática das superfícies equipotenciais de 1500 e 1560 mgp atravessadas pela superfície isobárica de 850 hPa. 126 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 Em uma fase posterior, são traçadas linhas que unem pontos com o mesmo valor do geopotencial (ver Capítulo I), chamadas isoípsas. A Fig. III.16 mostra, esquematicamente, um aspecto das isoípsas de 1500 e 1560 mgp da superfície isobárica de 850 mb (850 hPa). Recorde-se que, quando o geopotencial é expresso em metros geopotenciais (mgp), possui praticamente o mesmo valor numérico da altitude (m). Logo, as curvas equipotenciais de uma superfície isobárica traduzem, geometricamente, sua topografia (tendo o mesmo significa- do das curvas de nível nos levantamentos altimétricos). 7.4 - Centros de alta e de baixa pressão. Observando-se uma carta contendo a representação do campo da pressão à superfície do globo (Fig. III.15) constata-se, muitas vezes, a presença de uma ou mais isóbaras fechadas, concêntricas ou não, delimitando uma área aonde a pressão é maior que em qualquer outro ponto à sua volta. Tais núcleos de pressão mais elevada são denominados centros de alta pressão, centros anticiclônicos ou, simplesmente, anticiclones (indicados, nas cartas, pela letra A). Por sobre esses centros, as superfícies isobáricas apresentam-se com concavidade voltada para baixo (Fig. III. 17). Deduz-se, de imediato, que, por se tratar de uma área de maior pressão, o ar à super- fície tende a afastar-se dela (há divergência de massa à superfície) e, ao fazê-lo, é substituído pelo ar que procede de camadas mais elevadas da atmosfera. Daqui se infere, ainda, que, por sobre um centro de alta pressão, o movimento vertical do ar se verifica de cima para baixo (movimento subsidente). É importante analisar como se estabelece a circulação horizontal nas vizinhanças de um centro de alta pressão. Ali, a tendência inicial de qualquer parcela de ar é mover-se radial- mente, afastando-se do centro para a periferia, em virtude da componente horizontal da força do gradiente de pressão, atuante sobre a unidade de massa do ar. Uma vez iniciado o movi- mento, entra em ação a aceleração de Coriolis, agindo perpendicularmente à direção do movi- mento, desviando-o para a esquerda no Hemisfério Sul e para a direita no Hemisfério Norte. A direção do deslocamento da amostra de ar será, desse modo, aquela definida pela resultante dessas duas acelerações. Como conseqüência, o vento observado não será per- pendicular às isóbaras (radial), mas inclinado em relação a elas, estabelecendo-se uma circu- lação no sentido horário, no caso do Hemisfério Norte, ou anti-horário, no caso do Hemisfério Sul (Fig. III.17). O ângulo com o qual o vento cruza as isóbaras vai depender, também, das demais forças atuantes, dentre as quais o atrito (causado pela rugosidade natural da superfí- cie) e a aceleração centrífuga (decorrente da própria curvatura do movimento da amostra con- siderada). Nas cartas isobáricas, um centro anticiclônico apresenta-se como uma ou mais isoípsas fechadas, limitando uma área onde o geopotencial é máximo. Isso se verifica exatamente por causa da curvatura convexa da superfície isobárica em questão. Observando-se o campo da pressão ao nível médio do mar (Fig. III. 14) podem ser fa- cilmente encontradas, também, configurações constituídas por uma ou mais isóbaras fechadas que delimitam áreas onde a pressão atmosférica é menor que em qualquer ponto circunjacen- te. Esses núcleos de menor pressão são chamados centros de baixa pressão, centros ciclôni 127 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 cos, ou ciclones (indicados pela letra B). Nos centros de baixa pressão as superfícies isobári- cas têm concavidade voltada para cima (Fig. III. 18). 999 999 1002 1002 ATMOSFERA CARTA Fig. III.17 - Esquema da distribuição das superfícies isobáricas e das isóbaras em um centro de alta pressão (acima). Note-se a circulação horizontal e vertical do ar (abaixo). 128 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 999 999 1002 1002 ATMOSFERA CARTA Fig. III.18 - Esquema da distribuição das superfícies isobáricas e das isóbaras em um centro de baixa pressão (acima). Note-se a circulação horizontal e vertical do ar (abai- xo). Nas proximidades de um centro ciclônico, qualquer parcela de ar tende inicialmente a se deslocar na direção radial, da periferia para o centro, no sentido oposto ao do gradiente hori- zontal de pressão. Imediatamente após iniciado o movimento, porém, faz-se sentir o efeito da 129 METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 aceleração de Coriolis, desviando a trajetória dessa amostra para a esquerda no Hemisfério Sul. No Hemisfério Norte esse desvio dá-se para a direita da direção do movimento. Como re- sultado da ação conjunta da aceleração de Coriolis e da força do gradiente de pressão (impul- sionando a unidade de massa do ar), estabelece-se uma circulação no sentido horário, no He- misfério Sul (anti-horário no Hemisfério Norte), conforme mostrado na Fig. III.18. Nesses cen- tros, há convergência de massa à superfície e o movimento vertical do ar é necessariamente ascendente. Em uma carta isobárica, um centro ciclônico apresenta-se como uma ou mais isoípsas fechadas, delimitando uma área onde o geopotencial é menor que à sua volta. Isso se deve à concavidade da superfície isobárica a que se refere a carta em questão Tanto os centros anticiclônicos como os ciclônicos podem ser migratórios ou semiper- manentes. Os primeiros, de natureza eventual, surgem, se desenvolvem e desaparecem no bojo de sistemas atmosféricos e vão alterando as condições do tempo por onde passam. Os do segundo tipo persistem durante quase todo o ano sobre uma determinada área. A localiza- ção geográfica dos centros semipermanentes varia um pouco com o tempo, em torno de uma posição média que, de certo modo, está parcialmente relacionada com o movimento meridional aparente do Sol. Há dois conjuntos de três anticiclones semipermanentes à superfície, localizados, na zona subtropical. Os três do Hemisfério Sul encontram-se sobre o oceano, próximo à latitude de 25o S (Fig. III.14). Os do Hemisfério Norte têm sua posição média em torno de 30o N, estan- do um deles a cerca de 45o N, sobre a Sibéria apenas durante o inverno. Via de regra os antici- clones semipermanentes subtropicais tornam-se mais intensos no inverno. Na zona equatorial e naquelas localizadas às latitudes em torno de 50o a 60o norte e sul, encontram-se configurações médias de baixa pressão à superfície. Alguns centros ciclônicos semipermanentes tendem a surgir, sobre os continentes, durante o verão. Os ciclones migratórios, dada à importância meteorológica que possuem, serão aborda- dos no Capítulo 9. 7.5 - Cavados e cristas. Em perfeita analogia com as configurações topográficas, as superfícies isobáricas tam- bém podem se apresentar onduladas, formando cavados (vales) e cristas (Saucier, 1969). Em uma carta de superfície, um cavado apresenta-se como um eixo onde a pressão é mínima, em relação à área circundante. No eixo de um cavado a curvatura das superfícies isobáricas é côncava. Nas cartas