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diminua drasticamente sua duração. 55 4.2 - Avaliação do desgaste de brocas A análise e avaliação de cada broca usada pode ser de muita utilidade para decidir o tipo de broca que será utilizada posteriormente e se a prática de operação deve ser modificada. É um fator dos mais importantes para a otimização da perfuração em um campo de petróleo em desenvolvimento. Quem aprende a ler o desgaste de cada broca e entenda bem o que significa o seu aspecto, estará perto de obter o máximo rendimento em cada uma delas. A informação que se obtém ao avaliar o desgaste das brocas pode ser muito significativa. Este valor foi reconhecido pela IADC, que estabeleceu um sistema mundial para avaliar o desgaste de brocas, similar ao código de classificação de brocas, de modo que qualquer pessoa possa intuir o estado em que estava a broca após sua retirada do poço. O sistema de avaliação de desgaste pode ser utilizado em todos os tipos de brocas: de cones, diamante natural, PDC, TSP, brocas impregnadas, coroas e outras. A tabela de avaliação de desgaste adotada pelo IADC inclui todos os códigos necessários para analisar o desgaste tanto de brocas de cones como brocas de cortadores fixos. A avaliação estará resumida em oito campos alfanuméricos: N1 N2 A3 A4 A5 N6 A7 A8 A codificação enfoca os quatro aspectos principais da broca, ou sejam: a estrutura de corte, os rolamentos, o calibre, e as observações pertinentes ao motivo da retirada. As quatro primeiras colunas descrevem a estrutura cortadora; as duas primeiras definem o desgaste dos dentes, insertos ou cortadores fixos das fileiras interiores e exteriores seja para brocas de cones ou 56 de diamante, onde N1 e N2 são números que variam de 0 a 8 de acordo com o desgaste. Comparada com o tamanho original do dente ou do cortador, os números aumentam com a quantidade de desgaste, o zero representa sem desgaste e o oito representa desgaste total. O raio da broca será dividido em 3 partes; 2/3 internos serão classificados em N1, o 1/3 externo será classificado em N2; supõe-se que a vida útil total da broca estará vinculada ao desgaste total dos insertos ou dentes; divide-se a altura da estrutura cortante em oito, e o desgaste em frações de 1/8 da altura serão distribuídos a N1 e N2. Ao avaliar uma broca desgastada se deve registrar o valor médio de desgaste. Nas brocas de dentes a experiência de campo é fundamental para avaliar seu desgaste, já que ao se analisar a broca definirá o desgaste tanto das fileiras interiores quanto das fileiras exteriores. A3 e A4 são caracteres alfanuméricos, e indicam características e localização do desgaste principal. A característica principal do desgaste fará referência ao motivo que limitou a vida da broca. A localização visa apontar o ponto da broca onde ficou caracterizado o desgaste principal. A5 é um caractere alfanumérico que se refere ao estado dos rolamentos e selos de vedação. Para rolamentos não-selados a avaliação é semelhante à da estrutura de corte, e visa atribuir um número entre 0 e 8 para a sua vida útil; este número será atribuído pela “experiência” da pessoa que classifica a broca, o que pode levar a resultados um pouco diferentes a depender de quem classifica. Para rolamentos selados a avaliação visa aferir apenas se os selos falharam, determinado o fim da vida útil da broca. Nas brocas de cortadores fixos, como não possuem rolamentos, atribui-se um X para A5. N6 é um número expresso em frações de 1/16 de polegada e indica o calibre da broca. Registra-se “I” se a broca permanece calibrada do contrário registra-se o quão descalibrado esta a broca utilizando uma medida de 1/16 pg 57 A7 é um caractere alfanumérico que serve para anotar características de desgaste da broca, ou seja, as mudanças físicas mais notórias desde sua condição nova, como podem ser: tubeira perdida, cone quebrado, interferência entre cones, etc. A8 é um caractere alfanumérico utilizado para registrar a razão de saída da broca. Figura 22 – Critérios de Análise de desgaste Outro ponto fundamental para a análise dos registros da broca são dados como: a profundidade de inicio e termino de perfuração, as condições de operação, o tipo, as tubeiras utilizadas, o tempo de perfuração, etc., incluem-se ainda as observações das condições de operação da broca, que em muitos casos são especiais, como: • Inicio de desvio; • Manter, incrementar ou reduzir ângulo; 58 • Velocidade de perfuração controlada por perda de circulação, troca de formação, etc; • Utilização de motor de fundo, turbina; • Perfurar com perda total de circulação; • Perfurar com presença de H2S; • Perfurar sem condições ótimas, como incapacidade do equipamento de perfuração, as revoluções por minutos, etc; Com as observações mencionadas acima, teremos um melhor critério para avaliar o desgaste e não sacrificaremos o uso de um tipo de broca que tenha sido selecionada corretamente. Isto poderia ocorrer no caso de uma broca de cones que tenha sido usada para iniciar a desviar e ao avaliá-la tenha um desgaste excessivo. Nos rolamentos em que os metros perfurados sejam poucos, neste caso, a simples inspeção suporia que a broca obteve um baixo rendimento, mas na realidade a mesma foi utilizada em operações drásticas com fim especifico. 59 5 - Avaliação econômica Embora representem apenas uma fração do custo total do equipamento, as brocas são um dos elementos mais críticos para se calcular o aspecto econômico da perfuração. O custo de uma broca de diamante pode ser várias vezes mais alto do que uma broca tricônica de dentes de aço ou de insertos; logo só se justifica seu uso com base em seu rendimento. Com fim de avaliar seu desempenho, têm-se usado vários parâmetros de comparação como: o custo da broca, velocidade de perfuração, comprimento de seção perfurado, etc. A utilização destes parâmetros como indicadores de rendimento poderiam ser apropriados somente em casos que as operações especiais não o justifiquem. O objetivo é obter o menor custo de perfuração sem colocar em risco as operações cumprindo as especificações de perfuração e observando as restrições que possam existir. O método mais aceito hoje em dia é o custo por metro. Para seu calculo se usa a seguinte equação: M TcTmTRBC )( +++= Onde: C= custo por metro perfurado ($/m) B= custo da Broca ($) R= custo de operação da sonda de perfuração ($/h) T= tempo de perfuração (h) Tm= tempo de manobra (h) Tc= tempo de conexão (h) M= metros perfurados pela broca (m) 60 O tempo de conexão (Tc) é calculado da seguinte maneira: divide o comprimento perfurado (M) por 9,30m que é o comprimento padrão de tubos de perfuração, em caso de utilização de top drive se conecta 3 tubos por vez. Com a operação anterior calcula-se o número de conexões; posteriormente, multiplica-se pelo tempo unitário de conexão. Este é variável de acordo com a experiência dos operadores, do equipamento utilizado e das condições de operação. Para determinar o tempo de manobra, como uma prática de campo, se utiliza a seguinte formula: ).(Pr)/(004,0 mofxmhTm = O fator 0.004 representa um tubo de perfuração viajando 1000 m em quatro horas, novamente, isto depende da experiência dos operadores, da sonda de perfuração e das condições de operação. A equação do custo por metro de perfuração é valida para qualquer tipo de broca, incluindo as de diamante. A formula pode ser usada ao se terminar uma seção