Inovação e Dinâmica do Mercado

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Criatividade e Inovação 
Prof. Ms. Nelson Roberto Furquim 
Inovação e a dinâmica do mercado
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Introdução
As constantes mudanças observadas no ambiente mercadológico contemporâneo são 
fontes geradoras de oportunidades, que os gestores continuamente consideram nas suas 
tomadas de decisões. Dentro desse escopo de oportunidades, há uma relação muito 
estreita com o uso adequado de conhecimento, levando a inovações contínuas, que im-
pactam os diversos setores e segmentos das mais variadas economias, tanto num aspec-
to mercadológico, quanto social, econômico, cultural e humano.
A inovação é um dos motores do dinamismo mercadológico e é vista pelos estudiosos 
da Administração, sob diferentes óticas. É tida como um elemento que gera vantagem 
competitiva e está alinhado com o senso de oportunidade identificado pelos gestores. 
Essa perspectiva considera também que a geração de valor para uma organização é de-
corrente inicialmente da utilização de um conhecimento, que é a base da inovação, que 
por sua vez se tornará uma vantagem competitiva, e que levará à oferta de produtos, 
serviços e sistemas ao mercado.
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O que torna tudo isso possível? O que permite todo esse processo evolutivo?
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São as INOVAÇÕES, decorrentes de interações observadas em diversos setores de nos-
sas sociedades, gerando progresso e evolução.
Essas interações são intensas e provocam uma revolução intelectual, que serve 
como motor para o progresso: das ciências, da administração, das corporações, das 
sociedades e seus elementos.
Como resultado dessas interações mencionadas, é importante ressaltar os benefícios 
decorrentes, que permitem um acesso cada vez maior a conveniências ilimitadas.
O que é uma INOVAÇÃO? 
A definição de “Inovação” pode ser abordada sob a ótica de alguns importantes 
autores ou estudiosos da Administração:
“A inovação é o instrumento específico do espírito empreendedor. É o ato que contempla 
os recursos com a nova capacidade de criar riqueza.” (DRUCKER, 1986).
Neste contexto, os empreendedores exploram a mudança ocasionada por uma inova-
ção, como uma oportunidade para a oferta de um novo produto ou serviço.
Para dois importantes autores japoneses, estudiosos da Administração contemporânea, 
a inovação não pode ser definida como uma peça de um só ato. Nonaka e Takeushi 
(1997) apontam que uma inovação leva a outra, proporcionando aperfeiçoamentos e 
melhorias contínuas.
DRUCKER
São as INOVAÇÕES, decorrentes de interações observadas em diversos setores de nos-
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Pode-se fazer uma associação bastante prática com o que vem ocorrendo e ainda 
ocorre com as empresas japonesas. Elas passaram a atuar internacionalmente com 
uma incrível determinação, enfrentando fortes concorrentes internacionais, obstáculos e 
adversidades.
Nessa dinâmica, elas buscavam lideranças em seus segmentos de atuação. Isso as im-
pulsionava a prever mudanças e a inventar algo novo: uma nova tecnologia, um novo 
projeto de produto, um novo processo produtivo, uma estratégia diferenciada de 
marketing, uma nova forma de distribuição, ou ainda, uma nova forma de ofertar algum 
serviço especial a seus clientes. 
Um ponto importante que deve ser considerado quando se fala de continuidade 
em inovações é que para que essa continuidade aconteça, é preciso olhar para fora e 
para o futuro, antecipando mudanças no mercado, na tecnologia, na concorrência, nos 
produtos e nos serviços.
Vale ressaltar também que em períodos de incertezas e turbulências mercadológicas, 
frequentemente as empresas buscam conhecimento fora dos limites da organização.
Liderança em
Som
Vídeo
Imagem
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O ambiente de negócios
O ambiente de negócios é conhecido como aquele onde acontecem todas as interações 
entre as organizações e os diferentes elementos que se relacionam com ela. Os
impactos e consequências dessas relações são mais ou menos intensos, dependendo do 
setor ou do segmento em que as empresas atuam.
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Em decorrência dessas relações, as empresas voltam-se continuamente para seus forne-
cedores, clientes, distribuidores, órgãos governamentais e até mesmo os seus concorren-
tes, buscando novas idéias ou indicações de mudanças.
A continuidade das inovações
A continuidade das inovações é decorrente da ligação entre o interno e o externo, no 
ambiente mercadológico. 
Podemos salientar que o conhecimento que é obsorvido externamente é disseminado e 
compartilhado de forma abrangente dentro da organização. Ele passa a ser armazena-
do como parcela da base de conhecimentos da empresa e passa a ser utilizado pelos 
envolvidos no desenvolvimento de novas tecnologias, novos processos, produtos e novos 
serviços.
É verificada uma conversão de fora para dentro (do mercado para a empresa) e sequen-
cialmente, de dentro para fora (da empresa para o mercado). 
Empresas contemporâneas, alinhadas com as exigências cada vez maiores verificadas 
em mercados dinâmicos, estão focadas nessa atividade de duas mãos (externa e inter-
na), gerando a continuidade das inovações e vantagens competitivas.
Definição
Vantagem competitiva: Barney (1995) pontua que uma empresa possui uma 
vantagem competitiva quando ela implementa uma estratégia geradora de valor, que 
não é simultaneamente implementada por concorrentes atuais ou potenciais. 
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Alguns exemplos simples de inovações que fazem parte do nosso 
dia-a-dia e que sem que nos demos conta, permeiam o nosso cotidiano:
• relógios digitais
• sistemas de som e música 
• jogos eletrônicos
• telefones celulares
Algumas outras inovações causam impactos tão significativos, que resultam em mudan-
ças de comportamentos e atitudes, fazendo com que as empresas passem a atuar de 
forma diferenciada, para estarem alinhadas com as exigências e as expectativas de seus 
clientes:
• computadores de uso pessoal, uso de internet e seus impactos diretos em diferen-
tes setores: educação, financeiro, comunicação e informação, ciências.
• raio laser e diferentes aplicações: área médica, segurança, alimentos 
• fios sintéticos (nylon, lycra ): moda e vestuário.
Consolidando esta abordagem, tem-se que:
Criação do
conhecimento
Inovação 
Contínua
Vantagem 
Competitiva
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Neste ponto, deve-se considerar ainda que inovações não precisam ser necessa -
riamente técnicas. Elas também podem estar relacionadas com aspectos sociais. Como 
exemplo pode-se citar os sistemas de financiamento e crédito, que permitem compras 
a prazo e geram transformações profundas nas economias, afetando o sistema oferta-
demanda. Outros exemplos são o desenvolvimento de instituições como escolas, univer-
sidades, bancos, entre outros. 
Independentemente da ótica sob a qual a inovação é analisada, a prática da inovação 
se traduz através da busca sistemática de oportunidades inovadoras, e como são avalia-
das as suas chances de sucesso e os seus riscos de fracasso (DRUCKER, 2003).
O senso de oportunidade
Não se pode deixar de considerar que em certas situações, inovações também estão 
relacionadas com o senso de oportunidade. A busca incessante por conveniência no 
mundo atual gera algumas grandes reviravoltas em sistemas ou 
processos previamente estabelecidos.
Cadeias de fastfood podem resultarem negócios de dimensões impressionantes, com 
alta geração de valor. O acesso e o alcance da internet também possibilitou a imple-
mentação de vários tipos de negócios, que podem ser mais ou menos lucrativos, além 
de serem mais ou menos duradouros.
A mudança contínua verificada no ambiente de negócios é o que sempre proporciona a 
geração de oportunidades para tudo aquilo que é novo, diferente, incomum. Essas mu-
danças já podem ter ocorrido ou estão simplesmente em andamento, e são exploradas 
na geração de inovações.
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As inovações que exploram adequadamente as mudanças possuem uma grande proba-
bilidade de se consolidarem. 
Mudanças verificadas no comportamento de consumidores, ou decorrentes de maior 
acesso a tecnologias e processos são exemplos claros dessa colocação. A preocupação 
com a saúde gera oportunidades para a oferta de produtos com apelos mais saudáveis, 
medicamentos com princípios ativos mais eficazes e específicos. 
O próprio ritmo de vida hoje em dia está fortemente associado à oferta de produtos e 
serviços mais dinâmicos e abrangentes. Serviços on-line, através da internet são exem-
plos claros: aplicações financeiras, serviços bancários, compras, entre outros.
Torna-se fundamental a realização de uma avaliação sistemática do ambiente de negó-
cios, para que sejam identificadas as áreas de mudança, que oferecerão oportunidades 
para a implementação de inovações. 
Definição
Inovação Sistemática: refere-se à busca ampla, contínua e organizada de mudanças, 
e na análise sistemática das oportunidades que essas mudanças podem gerar para a 
inovação econômica ou social.
Dentro desse contexto, pode-se relacionar várias fontes geradoras de oportunidades 
inovadoras (DRUCKER, 2003). Algumas delas podem estar dentro das próprias organi-
zações públicas ou privadas, ou ainda em determinados segmentos ou setores do mer-
cado.
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São tidas como indicadores de mudanças bastante confiáveis, mudanças essas que 
podem já ter ocorrido, que estão acontecendo ou ainda, que podem ser ocasionadas 
através de um pequeno esforço ou estímulo:
1) Inesperado: pode ser um sucesso, um fracasso, um evento externo, uma 
incerteza.
2) Contraposição: aspectos relativos à realidade como deveria ser ou como se 
presume que seja; é a realidade como ela é de fato
3) Mudanças na estrutura do mercado ou do setor industrial
4) Inovação baseada na necessidade de um determinado processo
5) Mudanças demográficas (relacionadas a populações)
6) Mudanças de percepção
7) Um novo conhecimento, que pode ter um caráter científico ou não
Analisando de que forma essas mudanças ocorrem e como elas são indicadores 
de oportunidades, certamente depara-se com sobreposições entre várias delas, 
pois elas acontecem simultaneamente. Vale frisar ainda que não existem linhas definidas 
e bem marcadas delimitando essas fontes geradoras de oportunidades.
Mas em se tratando de análises, as mudanças devem ser analisadas separadamente, devido ao 
fato de estarem relacionadas com características particulares e bem definidas. Não há 
importância maior ou menor para cada uma delas, pois cada uma pode ser gera -
dora de oportunidades diferenciadas, dependendo do contexto em que são analisadas.
Também deve se levar em conta que para cada uma dessas fontes há uma dimensão 
de confiabilidade e de previsibilidade.
 
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Análises decorrentes de fatores inesperados (sucesso ou fracasso, por exemplo), envol-
vem menos riscos e são facilmente mensuráveis.
Bibliografia
 
BARNEY, J. Looking inside for competitive advantage. Academy of Management 
Executive, v. 9, n. 4, p. 49-61, 1995. 
DRUCKER, P. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Pioneira 
Thomson, 2003.
NONAKA, I., TAKEUSHI, H. Criação de conhecimento na empresa. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Campus, 1997.
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