Buscar

Resumo de Penal

Prévia do material em texto

Aplicação da lei penal.
Principio da legalidade (principio da reserva legal)
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Expressão latina para designar o principio da legalidade: Nullum crimen, nulla poena sine lege.→
Proibição do emprego da analogia: analogia legal consiste em aplicar a lei a um caso por ela não previsto, 
usando o argumento de semelhança. A analogia legal é uma forma de autointegração da lei para cobrir as 
lacunas existentes. A analogia é usada no direito penal para beneficiar, assim os dispositivos legais que 
excluem a ilicitude e a culpabilidade atenuam a pena, extinguem a punibilidade ou beneficiam de qualquer modo 
o agente, podem ser supridos pelo emprego da analogia. 
•
Proibição do emprego de costumes: Os costumes podem ser usados no Direito Penal para beneficiar, 
podendo ser usado para excluir a ilicitude de determinadas condutas típicas.
•
Proibição do emprego da retroatividade: a anterioridade da lei que se expressa no principio da legalidade 
impede que a lei penal nova retroaja, ou seja, se aplique a fatos praticados antes da sua regência para 
prejudicar o réu.
•
Proibição do emprego de leis penais vagas e indeterminadas: por sua vagueza e indeterminação não 
existe lei definindo a conduta, a identificação do ato punível cabendo ao juiz. Uma lei dessa natureza vai 
contra o principio da legalidade por diversos motivos: não protege o cidadão por não limitar o poder do Estado, 
é contrária a separação de poderes, permitindo que o juiz faça a interpretação que quiser, não possui eficácia 
preventiva geral pois a vagueza da lei não permite que a conduta seja identificada e também por não possuir 
base para o juízo da reprovação da culpabilidade pois a vagueza não permite que a ilicitude seja identificada.
•
Consequências do principio da legalidade: as principais consequências existentes são proibição do emprego da 
analogia, dos costumes, da retroatividade da lei penal e de leis penais vagas e indeterminadas. Entretanto, o seu 
uso só é vedado em casos de prejudicar o réu, podendo ser usados em situações benéficas.
→
O principio da legalidade é tanto preceito constitucional como penal. A lei é a única fonte do Direito Penal, no que toca à 
de crimes e à cominação de penas. Não existe Direito Penal fora da lei escrita. Nesses casos da criação de crimes e cominação
de penas, ainda que a lei penal se apresente omissa ela não pode ser suprida pela analogia, costumes ou princípios gerais do 
direito. O principio da legalidade representa uma proteção do indivíduo em face da autoridade existente no Estado.
Lei penal no tempo.
Sucessão de leis.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da sentença condenativa.
A sucessão de leis ocorre quando uma nova lei entra em vigor, revogando a anterior. O legislador determinou que a lei 
que de qualquer modo favorecer o agente aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado, assim a lei penal posterior que, embora mantendo a incriminação, favoreça de qualquer modo o agente, 
se aplica a fatos anteriores. Ressalvam-se apenas os efeitos civis da condenação, como a obrigação de reparar o dano 
resultante do ato ilícito praticado.
A lei penal posterior mais benéfica é retroativa: projeta-se no passado e se aplica aos fatos 
ocorridos antes de sua vigência.
1)
A lei penal anterior menos favorável não é ultrativa: não sobrevive à sua revogação e, portanto, não 
não se aplica aos fatos ocorridos durante a sua vigência.
2)
Regras:
A lei posterior é mais favorável que a anterior: quer eliminando a incriminação de uma conduta, quer 
beneficiando de qualquer modo o agente.
•
A lei penal posterior menos favorável é irretroativa, ou seja, não se aplica aos fatos ocorridos antes 
de sua vigência.
1)
A lei penal anterior mais benéfica é ultrativa, isto é, sobrevive a sua revogação e se aplica aos fatos 
ocorridos durante a sua vigência.
2)
Regras:
A lei posterior é menos favorável que a anterior: quer incriminando uma conduta até então não punível, quer 
prejudicando o agente de qualquer modo.
•
Hipóteses no caso de sucessão de leis penais. →
Conclusão: o conflito de leis penais que se sucedem resolvem-se pela aplicação do principio da extratividade da lei mais 
benéfica, seja conforme o caso ultratividade (sobrevive à sua revogação) ou retroatividade (se projeta no passado), da 
lei mais favorável se projeta no passado.
→
Critério para a identificação da lei mais benéfica: em certos casos não é o bastante a apuração de textos legais, 
sendo necessário que o juiz faça o confronto entre as leis concorrentes para identificar qual delas é mais benéfica, sendo 
preciso que o juiz compare a decisão que tomaria caso julgasse o processo de acordo com a lei anterior com a decisão 
que tomaria diante da lei posterior, escolhendo a que se adequar a situação mais favorável. 
→
Exemplo: uma lei nova que reduza o prazo prescricional. 
Lei penal excepcional ou temporária.
Lei temporária: é aquela que vigora durante certo tempo, cujo período é por ela fixado.
Art. 2º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstancias 
circunstancias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.
Resumo de Penal - Prova Intermediária
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
14:49
 Página 1 de Direito Penal. 
Lei temporária: é aquela que vigora durante certo tempo, cujo período é por ela fixado.→
Exemplo: ocasião de guerra, epidemias, etc.•
Lei excepcional: é aquela que vigora durante situações anormais, excepcionais da vida social, tendo sua eficácia 
condicionada à duração da situação anormal que a determinou. 
→
Seria ineficaz na derradeira fase de sua vigência.•
Seria inútil que cominasse determinado crime pena por tempo superior ao período de sua duração. •
Poderia criar situações injustas.•
Se a lei excepcional ou temporária não fosse ultrativa:→
Em ambos os casos, findo o lapso temporal de sua duração ou cessadas as situações excepcionais que a determinaram, ocorre 
a autorrevogação da lei. A lei excepcional ou temporária é sempre ultrativa, ou seja, sobrevive à sua revogação e aplica-se ao 
fato praticado durante sua vigência. Nestes casos não existe aplicação do principio da retroatividade da lei mais benéfica. 
Lei penal em branco.
É aquela que tem conteúdo incompleto e, portanto, para ser aplicada precisa ser completada por outra disposição legal.
Tempo do crime.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado.
A questão adquire relevância quando a conduta e o resultado se separam cronologicamente.
Teoria da atividade: o crime se considera praticado no momento da conduta.•
Teoria do resultado: o crime se considera praticado no momento do resultado.•
Teoria mista: o crime se considera praticado indiferentemente no momento da conduta ou do resultado.•
Três teorias básicas sobre o tempo do crime:→
Principio da anterioridade da lei penal: caso tivesse sido adotada a teoria do resultado, poderia acontecer 
que a conduta tivesse sido praticada quando o fato ainda não fosse incriminado e o resultado quando ele já 
tivesse sido objeto de incriminação, contrariando o principio da anterioridade da lei penal.

Função preventiva da pena - Prevenção geral negativa (CP, art 59): a ameaça da pena é uma 
intimidação que atua sobre a vontade de indivíduos que vivem em sociedade. Desta forma todos devem ter a 
possibilidade de conhece-la antes de agir a fim de não praticarem a conduta incriminadora.

Fundamentos:•
Tempodo crime no CP: O nosso Código Penal adotou a teoria da atividade de acordo com o art. 4º por ser mais 
adequada principalmente nos casos de sucessão das leis penais.
→
Exemplo: o agente desfere golpes da vítima, que vem a falecer dias depois em consequência da lesão. 
Lugar do crime.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Teoria da ação: lugar do crime é onde a conduta típica foi praticada.•
Crítica: exclui a atuação do Estado onde ocorreu o ataque ao bem jurídico, ou seja, onde o resultado se produziu.
Teoria do resultado: lugar do crime é onde se produziu o resultado.•
Crítica: exclui a atuação do Estado onde a conduta foi praticada.
Teoria da ubiquidade: lugar do crime é tanto o local onde ocorreu a conduta, como um todo ou em parte, quanto 
o local onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. 
•
Crítica: se alega que o uso dessa teoria poderia dar origem a duplicidade de julgamentos com relação a crimes 
cometidos no estrangeiro.
Teorias que podem se aplicar para a solução dos problemas ligados ao lugar do crime:→
Lugar do crime no CP: O nosso Código Penal adotou a teoria da ubiquidade no art 6º, esta teoria é mais adequada pois 
evita a impunidade.
→
O crime deve ser punido no lugar em que foi praticado. A determinação do lugar onde o crime é praticado não oferece dúvida 
quando a conduta e o resultado ocorrem no mesmo local. A dificuldade para essa determinação surge nos crimes à distância, 
seja, quando a ação é praticada num lugar e o resultado ocorre em outro. 
Lei penal no espaço.
Princípios. 
Da territorialidade: a lei penal é aplicável aos crimes praticados no território onde o Estado exerce a sua soberania, 
sendo o principio básico de todas as legislações penais.
→
Fundamento: a punição do crime fora do território do Estado onde ele foi praticado traz dificuldades de ordem 
processual, principalmente na produção de provas, além de afetar a função preventiva da pena.
•
É a regra usada pela lei brasileira.•
CP, art 5º: Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
ao crime cometido no território nacional.
Da personalidade (nacionalidade): a lei penal aplica-se ao cidadão onde quer que se encontre, prevalecendo o 
principio da nacionalidade do agente. Esse principio tem aplicação limitada.
→
Fundamento: A CF proíbe a extração de nacionais, o Brasil obriga-se a puni-los pelos fatos delituosos praticados 
no exterior.
•
CP, art 7º, II, b: Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: b) praticados 
praticados por brasileiro.
Real (da defesa): Aplica-se a lei penal de acordo com a nacionalidade do bem jurídico atingido pelo crime, seja qual for 
o local no qual o delito foi praticado. Esse principio tem aplicação restrita em nossa lei penal. 
→
CP, art 7º, I, a/c: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé 
pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de 
de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, 
por quem está a seu serviço;
Existem quatro princípios básicos que se aplicam para a solução de problemas ligados à aplicação da lei penal no espaço.
 Página 2 de Direito Penal. 
Fundamento: relevância do bem jurídico atingido.•
por quem está a seu serviço;
Justiça universal: aplica-se a lei penal a todo e qualquer crime, seja qual for o território no qual tenha sido praticado, 
seja qual for a nacionalidade do agente, da vítima, ou a do bem jurídico atingido. Esse principio tem aplicação restrita 
em nossa lei penal.
→
Fundamento: cooperação internacional na repressão dos crimes que afetam de uma forma geral todos os povos.•
CP, art 7º, II, a: que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
Principio da Territorialidade. 
É a regra, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território nacional. Sofre exceções que são impostas por 
tratados e regras de direito internacional das quais postas por convenções, tratados e regras de direito internacional das 
o Brasil é signatário.
Conceito de território: é o espaço onde o Estado exerce a sua soberania. Como visto, o conceito de território é 
jurídico e não geográfico. 
→
Exemplo de exceções: imunidade diplomática. 
Extraterritorialidade.
Fundamento: alta relevância do bem jurídico atingido, seja real ou da defesa.•
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:•
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de 
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil
Extraterritorialidade incondicionada: neste caso a aplicação da lei penal brasileira aos crimes cometidos no 
estrangeiro não está sujeita a qualquer condição e o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. (CP, art 7º, parágrafo 1)
→
Extraterritorialidade condicionada: nesse caso, a aplicação da lei brasileira aos crimes cometidos no estrangeiro está 
sujeita ao concurso de várias condições. 
→
A lei brasileira pode ser aplicada a crimes cometidos no estrangeiro de acordo com a extraterritorialidade, conforme o art 7º
CP. 
Imunidades Diplomáticas. 
Os locais de missão são invioláveis, os agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem 
do Chefe da Missão.
•
A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão.•
O agente diplomático gozará de imunidade de jurisdição penal.•
O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha, embora se o desejar possa fazer.•
Estende a imunidade diplomática aos membros do pessoal administrativo e técnico da missão, assim como os 
membros de suas famílias com que eles vivam, desde que não sejam nacionais do Estado nem tenham residência 
permanente nele. 
•
Os membros do pessoal de serviço da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado, nem nele tenham 
residência permanente, gozarão de imunidades quanto aos atos praticados nos exercícios de suas funções.
•
A concessão de privilégios e imunidades a representantes diplomáticos é antiga praxe no direito internacional, tendo seu 
fundamento no respeito e na consideração ao Estado que representam. Tais privilégios se baseiam no principio da 
reciprocidade, tendo em vigor a Convenção de Viena.
Pena cumprida no estrangeiro.
Fundamento da obrigatoriedade: se trata de levar em conta a pena cumprida no estrangeiro e repousa no principio 
do non bis idem, isto é, evitar que o condenado cumpra duas vezes a pena pelo mesmo crime.
→
Qualitativa - Penas diversas: nesse caso a pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime atenua a pena 
imposta no Brasil, sendo a atenuação obrigatória. 
•
Exemplo: o agente é condenado a pena de multa no estrangeiro e a pena de reclusão no Brasil. Cumprida a pena 
no estrangeiro, deve ser atenuada a pena privativa de liberdade imposta no Brasil.
Quantitativa - Penas iguais: nesse caso, a pena cumprida no estrangeiro pelo mesmo crime é computada na 
pena imposta no Brasil, sendo o computo obrigatório.
•
Exemplo: o agente é condenado no estrangeiro a um ano e no Brasil a dois anos de pena privativa de liberdade. 
Cumprida a pena no estrangeiro, ocondenado terá que cumprir no Brasil um ano de prisão.
Diversidade qualitativa e quantitativa da pena.→
O art. 8º do CP (Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, 
quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas) aplica-se exclusivamente aos casos de extraterritorialidade 
incondicionada da lei penal brasileira. Nestas hipóteses o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. Nos casos de extraterritorialidade condicionada não se aplica o disposto no art. 8º, se o agente já
cumpriu a pena no estrangeiro pelo mesmo crime, é inaplicável a nossa lei penal. 
Eficácia da sentença estrangeira. 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas conseqüências, 
pode ser homologada no Brasil para:
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
II - sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a 
a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.
Exceções: esta regra admite exceções, com fundamento na cooperação internacional. Sendo assim, a lei penal admite 
Da mesma forma que a prolação de uma sentença, a sua execução é um ato de soberania. Assim, em regra, a sentença 
estrangeira não pode ser executada no Brasil, em razão da aplicação do principio da territorialidade. 
 Página 3 de Direito Penal. 
Exceções: esta regra admite exceções, com fundamento na cooperação internacional. Sendo assim, a lei penal admite 
limitadamente.
→
Nesses casos é necessário que haja prova do trânsito em julgado da sentença proferida no estrangeiro. →
Momento inicial: dia do começo.•
Momento final: dia do vencimento.•
Conceito de prazo: é o lapso de tempo entre dois momentos: o momento inicial e o momento final.→
O dia do começo não se inclui no computo do prazo. Qualquer fração de dia (hora) conta-se como se fosse um dia 
inteiro. Assim, a pessoa presa às 23h completa o primeiro dia da prisão à 00h, pois quanto menor o prazo, maior 
será o beneficio. 
•
Contagem dos dias: entende-se por dia o espaço de tempo que decorre entre 00h (zero hora) e 00h (24h). 
Assim, por exemplo, uma pessoa nascida às quinze horas e trinta minutos completa o primeiro dia de vida à 
00h.

Contagem de meses: o prazo de um mês é contado de determinado dia do mês até a véspera do mesmo dia 
do mês subsequente e não pelo número efetivo de dias. Consequentemente, não se aplicam em dias as 
penas cujos montantes sejam iguais ou superiores a mês ou ano, pois isso prejudicaria o réu.

Contagem dos anos: o prazo de um ano é contado de determinado dia do mês até a véspera do mesmo dia 
do mesmo mês no ano subsequente. 

Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum: •
Regras sobre a contagem de prazo:→
Contagem de prazo.
Penas privativas de liberdade e restritivas de direitos: desprezam-se as frações de dia. →
Exemplo: em uma pena de 22 dias e 12h, o quantum é de 22 dias.
Pena de multa: desprezam-se as frações de cruzeiro.→
Esta parte do dispositivo legal não chegou a ter vigência.
Fundamento da analogia: se as penas mais graves (privativas de liberdade e restritiva de direitos) desprezam-se 
as frações de sua unidade básica (dia) e frações da unidade básica de pena pecuniária (dias-multa).
•
Dias-multa: desprezam-se as frações de dias-multa, esta regra é inferida por analogia da primeira regra. →
Exemplo: uma pena de 10 dias-multa, acrescida em um terço, passa a ser de 13 dias-multa, não 13,33 dias-multa.
Frações não computáveis na pena.
Legislação especial.
Exemplo: lei das contravenções penais, lei de armas, lei de drogas, etc. 
O CP não é toda legislação penal: coexistem a seu lado outras leis penais, ou seja, as leis especiais. O CP é a lei 
de modo que as outras leis penais vem a formar com ele um todo único. 
Crime comissivo e relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-
se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Teoria da equivalência dos antecedentes causais: Adotada para resolver a questão da relação de causalidade entre a 
conduta e o resultado nos termos do art. 13, logo tudo o que colabora para o resultado é causa dele.
→
Limite do plano de conduta: estabelecido pelo primeiro parágrafo do art. 13º, exclui a imputação quando, 
após a conduta do agente, sobrevier outra causa que, por si só, produziu o resultado.

CP, art 13, primeiro parágrafo: A superveniência de causa relativamente independente exclui a 
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a 
quem os praticou.
Limite do plano do tipo subjetivo: estabelecido através da consideração do dolo e da culpa.
Limites para reduzir a extensão da teoria: a enorme extensão do conceito de causa criada pela teoria da 
equivalência que pode levar para o regresso infinito não apresenta qualquer problema prático pois o legislador 
estabeleceu dois importantes limites:
•
Causa absolutamente independente: o resultado não depende da conduta anterior do agente, ou seja, não 
tem qualquer ligação com a conduta típica do autor.

Consequência jurídica: Exclusão do nexo causal e, consequentemente, da imputação.
Características: preexistente, concomitante e superveniente.
Causa relativamente independente: o resultado depende da conduta anterior do agente, se não fosse o 
comportamento do agente o resultado não teria ocorrido do modo como ocorreu.

Consequência jurídica: exclui a imputação.
Características: preexistente, concomitante e superveniente.
Causas que podem colaborar e interferir no processo causal: junto à conduta do agente, podem colaborar 
outras causas que interferem no processo causal, essas causas podem ser absolutas ou relativamente independente.
•
Fórmula prática - Processo de supressão mental hipotética: para se saber se a conduta deu causa ao resultado 
aplica-se o processo de supressão mental hipotética, onde causa é todo acontecimento que, eliminado mentalmente, 
impede que o resultado se produza no modo como ocorreu.
→
Os crimes comissivos materiais são crimes praticados através de uma ação (fazer) cujo tipo menciona, explicita ou 
implicitamente, conduta e resultado (exterior à conduta), exigindo para a consumação que o resultado efetivamente ocorra. 
Nesse caso, é indispensável estabelecer a relação de causalidade entre a conduta e o resultado. 
Crime omissivo impróprio e relação de 
causalidade
 Página 4 de Direito Penal. 
causalidade
Crimes omissivos próprios:→
Vem previsto em tipos específicos. •
São crimes de mera conduta, pois a própria omissão é o resultado, não existindo um resultado exterior.•
Não há relação de causalidade, pois não existe um resultado exterior que possa ter relação com a conduta.•
São crimes comuns ou próprios quanto ao sujeito ativo, ou seja, podem ser praticados por qualquer pessoa ou exigir uma 
qualidade especial do agente.
•
Crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão:→
Não vem previstos em tipos específicos. •
São crimes materiais, pois o tipo prevê conduta e resultado, exigindo para a sua consumação que o resultado 
ocorra, existindo um resultado exterior à conduta.
•
Existe relação de causalidade entre conduta e resultado, pois existe o nexo causal diante da existência de um resultado 
exterior. 
•
Quanto ao sujeito ativo sempre são crimes próprios por exigirem uma qualidade especialdo agente.•
Os crimes comissivos por omissão tem fundamento no dever de agir a posição de garantidor do bem jurídico atribuída a 
determinados indivíduos pela lei penal. Porém, não basta que a pessoa tenha o dever de agir, é necessário que ela tenha a 
possibilidade de agir para evitar o resultado, caso contrário a omissão deixa de ser penalmente relevante e a conduta 
omissiva se torna atípica. 
→
Fórmula prática: a omissão é causa do resultado se adicionada mentalmente a ação omitida, o resultado provavelmente 
não ocorreria. O nexo aqui se chama nexo de evitação e não o nexo causal. 
→
A conduta omissiva consiste em não fazer aquilo que a lei manda. Essa conduta pode se caracterizar tanto no caso de uma 
inatividade quanto no caso de uma atividade, pois a omissão delitiva não se caracteriza pela atitude corporal do omitente, mas 
pelo não cumprimento da norma imperativa pressuposta pelo tipo, ou seja, não fazer aquilo que a lei manda.
 Página 5 de Direito Penal.

Continue navegando