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PLANO I - DIREITO ADMINISTRATIVO II .pdf

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DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
 
 
PLANO DE AULA 
(PRIMEIRA PARTE) 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
 
 
Eugène Delacroix: A liberdade guiando o povo (La Liberté guidant Le peuple) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chamamos de ética o conjunto de 
coisas que as pessoas fazem quando 
todos estão olhando. O conjunto de 
coisas que as pessoas fazem quando 
ninguém está olhando chamamos de 
caráter. 
Oscar Wilde 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
SERVIÇO PÚBLICO 
 
 
1. CONCEITO 
 
Nas palavras de Maria Sylvia Di Pietro, serviço público 
 
 [...] é toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que 
exerça diretamente ou por meio dos seus delegados com o objetivo de 
satisfazer concretamente as necessidades coletivas, sob regime 
jurídico total ou parcialmente público. 
 
2. ELEMENTOS DA DEFINIÇÃO (Maria Sylvia Di Pietro) 
 
2.1. Elemento material 
 
Segundo Maria Sylvia, o “serviço público corresponde a uma atividade de 
interesse público”. 
 
2.2. Elemento subjetivo 
 
De acordo com Maria Sylvia, “o serviço público é sempre incumbência do Estado, 
conforme está expresso, no art. 175 da Constituição Federal, e sempre depende do Poder 
Público”. 
 
2.2. Elemento formal 
 
Segundo Maria Sylvia, é importante salientar que o regime jurídico é definida lei 
 
Para determinados tipos de serviços (não comerciais ou industriais) o 
regime jurídico é de direito público. [...] 
Quando, porém, se trata de serviços comerciais e industriais, o seu 
regime jurídico é de direito comum (civil ou comercial), derrogado, 
ora mais ora menos, pelo direito público. 
 
De acordo com Alexandre Massa, “a atuação definida pela lei ou pela 
Constituição como dever estatal: o único critério admitido pela doutrina moderna para 
conceituação do serviço público é o critério formal [...]”. 
 
3. TITULARIDADE 
 
Segundo Alexandre Massa, 
 
Serviço público só pode, por definição, ser titularizado por pessoa 
jurídica de direito público. Assim, observada a repartição de 
competência determinada pela Constituição e pela legislação, a 
titularidade de serviços públicos somente pode ser atribuída à União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios, Territórios, autarquias e 
associações públicas ou fundações públicas. 
Por isso, os instrumentos normativos de delegação de serviços 
públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a prestação 
temporária, nunca delegam a titularidade do serviço público. 
Mesmo no caso das pessoas jurídicas de direito privado pertencentes à 
Administração Indireta, não há transferência do serviço público em si. 
Empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de 
serviços públicos, embora pertencentes ao Estado, nunca detêm a 
titularidade por serviço, na medida em que titularizam somente a 
prestação do serviço público. 
 
4. DELEGAÇÃO LEGAL X DELEGAÇÃO NEGOCIAL: PARTICULARES EM 
COLABORAÇÃO 
 
4.1. Delegação legal 
 
Segundo Santos Carvalho, “é aquela cujo processo de descentralização foi 
formalizado por lei”. 
 
4.2. Delegação negocial: particulares em colaboração 
 
Para Santos Carvalho, “[...] é a transferência dos mesmo a particulares, que, por 
isso, se caracterizam como particulares em colaboração com o Estado”. 
 
5.CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
5.1.Quanto ao prestador do serviço público: 
 
a) Serviços delegáveis: 
 
Segundo Marcelo Alexandrino, 
 
[...] são aqueles que podem ser prestados – centralizadamente ou por 
meio das entidades integrantes da administração indireta – ou, 
alternativamente, ter a sua prestação delegada a particulares, mediante 
contratos de concessão ou permissão de serviço público (ou, ainda, se 
cabível, mediante ato administrativo de autorização de serviço 
público. 
 
Para Santos Carvalho, 
 
Diz-se que há execução indireta quando os serviços são prestados por 
entidades diversas das pessoas federativas. O Estado, por sua 
conveniência, transfere os encargos da prestação a outras pessoas, 
nunca abdicando, porém, do dever de controle sobre eles, controle 
esse, como é lógico, variável de conformidade com a forma específica 
de transferência. 
 
b) Serviços indelegáveis: Para Santos Carvalho, “são aqueles que somente podem ser 
prestados pelo Estado diretamente, ou seja, por seus próprios órgãos ou agentes [...]”. 
 
Segundo doutrinador, a “execução direta é aquela através da qual o próprio Estado 
presta diretamente os serviços públicos. Acumula, pois, as situações de titular e 
prestador do serviço”. 
 
5.2. Quanto à competência (Santos Carvalho): 
 
a) Serviços públicos privativos: “são aqueles atribuídos a apenas uma das esferas da 
federação”. (Exemplos: art. 21, VII, X, XXII, art. 30, III e V da CRFB/88). 
 
b) Serviços públicos comuns: “são os que podem ser prestados por pessoas de mais de 
uma esfera federativa. A Constituição enumerou vários serviços comuns no art. 23, 
referindo expressamente a competência da União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios [...]”. (Exemplos: art. 23, IX, VI e VII). 
 
5.3.Quanto à maneira como concorrem para satisfazer o interesse geral: (Hely Lopes) 
 
a)“Uti singuli”, singulares, individuais, divisíveis 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino, 
 
[...] são os prestados a beneficiários determinados. A administração 
pública sabe bem a quem presta o serviço e é capaz de mensurar a 
utilização por parte de cada um dos usuários, separadamente. Tais 
serviços podem ser remunerados mediante a cobrança de taxas 
(regime legal) ou de tarifas (regime contratual). 
 
Para Alexandre Massa, 
 
Os serviços de coleta, remoção e tratamento de lixo são considerados 
uti singuli pelo Supremo Tribunal Federal de acordo com a Súmula 
Vinculante 19: “a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços 
públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou 
resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145, II, da 
Constituição Federal. 
 
b) “Uti universi”, coletivos, gerais ou indivisíveis. 
 
Segundo Marcelo Alexandrino, 
 
Conforme a orientação do Pretório Excelso, serviços públicos gerais 
(uti universi) ou indivisíveis são aqueles prestados a toda a 
coletividade, indistintamente, ou seja, seus usuários são 
indeterminados e indetermináveis. Não é possível ao poder público 
identificar, de forma individualizada, as pessoas beneficiadas por um 
serviço prestado uti universi. Não há, tampouco, meio de mensurar a 
utilização por parte de cada usuário. 
 
 Nas palavras de Alexandre Massa, 
 
[...] Daí por que os serviços públicos uti universi não podem ser dados 
em concessão nem remunerados pela cobrança de taxas. Tais serviços 
são prestados diretamente pelo Estado e a sua prestação é custeada 
pela receita proveniente de impostos. Exemplos: atividade 
jurisdicional, varrição de rua, iluminação pública, limpeza pública etc. 
 
5.4. Quanto à natureza: 
 
a) Serviços sociais: 
 
Para Santos Carvalho, os serviços econômicos “são os que o Estado executa para 
atender aos reclamos sociais básicos e representam ou uma atividade propiciadora de 
comodidade relevante, ou serviços assistenciais e protetivos [...]”. 
 
b) Serviços econômicos: 
 
Segundo Santos Carvalho, “são aqueles que, por sua possibilidade de lucro, 
representam atividades de caráter mais industrial ou comercial, razão por que alguns os 
denominam de serviços comerciais e industriais [...]”. 
 
5.5. Quanto ao tratamento dado pela Constituição Federal de1988 aos serviços 
públicos: (Celso Antônio B. de Mello) 
 
a) Serviços de prestação obrigatória do Estado e em que é também obrigatória 
outorgar em concessão a terceiros (art. 223 da CRFB/88) 
 
b) Serviços sociais: 
 
Segundo Marcelo Alexandrino, 
 
Tais atividades, quando exercidas pelos particulares, são serviços 
privados – podem ser filantrópicos ou, em alguns casos, exploradas 
com intuito de lucro. Essas mesmas atividades, quando 
desempenhadas concretamente pelo Estado, o são como serviço 
público, sujeitas, portanto, a regime jurídico de direito público. 
 
6. REMUNERAÇÃO 
 
De acordo com Carvalho Santos, 
 
Ocorre que, na relação de direito público, a prestação efetivada pelo 
Poder Público nem sempre recebe o correspectivo pecuniário, o que 
leva ao reconhecimento de que os serviços, como primeira 
caracterização, podem ser gratuitos e remunerados. Os serviços 
gratuitos têm cunho basicamente social e devem levar em conta 
fatores singulares de indivíduos ou de comunidades. Gratuitos, como 
regra, devem ser os serviços de assistência médica, educação, apoio a 
coletividades carentes etc. 
 
Segundo Diogenes Gasparini, 
 
O usuário dos serviços remunerados por taxa ou tarifa deve satisfazer 
as obrigações concernentes ao pagamento e, ainda, observar as normas 
administrativas e técnicas da prestação, sob pena de sanções que 
podem chegar à suspensão do fornecimento. 
 
7. PRINCÍPIOS INFORMADORES DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
7.1. Continuidade. 
 
7.1.1. A suspensão dos serviços compulsórios e os serviços facultativos 
 
De acordo com Diogenes Gasparini, 
 
Se o não-atendimento, pelos usuários, das normas administrativas e 
técnicas a que se obrigaram para obter a prestação do serviço impuser 
a suspensão, esta é aceita com naturalidade [...]. O mesmo se pode 
assegurar quando há, por parte do usuário, mas uso do serviço 
recebido (uso de água para regar jardim ou lavar calçada e carro 
durante período de racionamento) e prejuízo para os demais usuários 
[...]. 
O mesmo não ocorre se suspensão da prestação for imposta pelo não 
pagamento. A suspensão, nessa hipótese, não é aceita com a mesma 
naturalidade pela doutrina e pela jurisprudência. Para estes são 
irrelevantes a natureza essencial ou não dos serviços e o fato de serem 
ou não remunerados por taxa ou tarifa. Nesse sentido já decidiu o STF 
ao julgar o Mandado de Segurança n. 16.526, em que o Relator o 
Ministro Victor Nunes Leal [...]. Para outros, hão de ser distinguidos 
os serviços essenciais ou compulsórios dos facultativos ou não 
essenciais. A suspensão dos primeiros é ilegal. Com efeito, se a 
Administração Pública os considera essenciais e os impõe, 
coercitivamente, aos usuários situados no interior da área da 
prestação, como ocorre com os serviços de esgoto sanitário, não os 
pode suprimir ante a falta de pagamento. Ademais, sendo o serviço 
compulsório remunerado por taxa, espécie de gênero tributo, e tendo a 
Administração Pública ao seu dispor meio eficaz (ação de execução) 
para obter o valor devido e os acréscimos legais, não lhe cabe impor 
por outras sanções. Já em relação aos facultativos, caracterizados por 
serem de fruição livre, entendem ser legítima a suspensão da prestação 
sempre que não ocorrer, nas condições estabelecidas, o pronto 
pagamento. 
 
7.2. Generalidade ou igualdade. 
 
Segundo Santos Carvalho, 
 
O princípio da generalidade apresenta-se com dupla faceta. 
Significa, de um lado, que os serviços públicos devem ser 
prestados com a maior amplitude possível, vale dizer, deve 
beneficiar o maior número possível de indivíduos. 
Mas é preciso dar relevo também ao outro sentido, que é de 
serem eles prestados sem discriminação entre os beneficiários, 
quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas 
para a fruição [...]. 
 
7.3. Eficiência. 
 
Para Dirley da Cunha, o princípio da eficiência determina que a Administração 
Pública realize a atividade administrativa a partir dos seguintes parâmetros: a) rapidez; b) 
perfeição; c) rendimento. 
 
Nas palavras do doutrinador, a perfeição significa que a atividade administrativa 
deve ser realizada de maneira satisfatória e completa. “Uma Administração Pública morosa e 
deficiente se compromete perante o administrador com o dever de indenização pelos danos 
causados e decorrentes da falta de rapidez e perfeição”. 
 
Quanto a rendimento, segundo Dirley da Cunha, a atividade administrativa “deve 
atuar da forma menos onerosa possível, porém com a máxima produtividade, para alcançar 
resultados ótimos”. 
 
A respeito da rapidez, segundo o doutrinador, a atividade administrativa “deve ser 
desempenhada de forma rápida para atingir os seus propósitos com celeridade e dinâmica, de 
modo a afastar qualquer ideia de burocracia”. 
 
7.4. Modicidade. 
 
Na linha de Santos Carvalho, “os serviços devem ser remunerados a preços 
módicos, devendo o Poder Público avaliar o poder aquisitivo do usuários para que, por 
dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de beneficiário do serviço.” 
 
7.5. Atualidade ou adaptabilidade. 
 
 Segundo Matheus Carvalho, “trata-se de um princípio ligado ao dever de 
eficiência imposto ao Estado na execução de suas atividades, haja vista o entendimento de 
que a evolução técnica visa à garantia de um serviço mais seguro e com melhores 
resultados”. (Exemplo: art. 6º, § 2º, da Lei 8.987/93). 
 
8. NOVAS FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
8.1. Desestatização e privatização 
 
8.2. Gestão associada 
 
8.3. Regimes de Parceria 
 
8.4. Regime de Convênios administrativos 
 
8.5. Regime de contratos de gestão (as Organizações Sociais) 
 
8.6. Gestão por colaboração (Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Público) 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
9. ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
 
 
1. É requisito básico para a definição de “serviço público”: 
a) o monopólio estatal na sua propriedade; 
b) a titularidade do Estado; 
c) a referência a necessidades coletivas essenciais ou vitais; 
d) a invariabilidade na sua indicação, independentemente de época e de povos. 
 
2. Não é característica marcante do serviço público, sua 
a) submissão ao princípio da continuidade; 
b) essencialidade; 
c) prestação diretamente pela Administração Pública; 
d) prestação com necessária eficiência. 
 
3. O serviço de assistência à saúde tem assento constitucional, como direito de 
todos e dever do Estado, sendo livre à iniciativa privada. Em face disto, diz-se que: 
a) só perderá o atributo de serviço público se o estado transferir a sua titularidade à 
iniciativa privada: 
b) será sempre considerado serviço público, ainda que prestado pela iniciativa privada; 
c) trata-se de serviço público quando prestado diretamente pelo Estado; 
d) é serviço privado, ainda que prestado diretamente pelo Estado. 
 
4. Julgue os itens abaixo, relativos aos serviços públicos. 
I. ( ) Serviços públicos compulsórios sãoaqueles serviços indivisíveis que a 
administração presta sem ter usuários determinados, para atender a coletividade. 
II. ( ) Como a CRFB/88 não indicou expressamente nenhum serviço público de 
competência estadual, cabe aos Estados apenas prestar os serviços de interesse regional 
que não sejam de competência da União. 
III. ( ) A desconcentração de um serviço público implica a atribuição desse serviço a 
diferentes órgãos, de entidades distintas, devendo esses órgãos executar o serviço 
sempre de forma direta. 
IV. ( ) A outorga de serviço público e a retirada ou modificação dessa outorga 
somente podem ser feitas por lei. 
 
5. Os serviços públicos prestados com o propósito de satisfazer as necessidades das 
pessoas e da comunidade de forma individual e direta correspondem aos serviços 
a) uti universi; 
b) impróprios; 
c) uti singuli; 
d) sistêmicos; 
e) teleológicos. 
 
6.A execução do serviço público é feita: 
a) diretamente pelo Estado ou por meio de delegação ao particular. 
b) somente pelos servidores públicos. 
c) por meio de concessão, permissão e licença. 
d) pelas agências executivas. 
e) pelas agências reguladoras. 
 
14. Os serviços públicos exclusivos e não exclusivos do Estado podem ser 
delegados? 
 
15. Os serviços públicos compulsórios e os serviços públicos facultados podem ser 
suspensos pela falta de pagamento? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (CONCESSÃO COMUM) 
 
 
1.CONCEITO 
 
De acordo com Celso Antônio B. de Mello, a concessão de serviço público. 
 
[...] é o instituto através do qual o Estado atribui o exercício de um 
serviço público a alguém que aceita prestá-lo em nome próprio, por 
sua conta e risco, nas condições fixadas e alteráveis unilateralmente 
pelo Poder Público, mas sob garantia contratual de um equilíbrio 
econômico-financeiro, remunerando-se pela própria exploração do 
serviço, em geral e basicamente mediante tarifas cobradas diretamente 
dos usuários do serviço. 
 
2. PRAZO DA CONCESSÃO E SUA PRORROGAÇÃO (arts. 23, I, XII, 18, I da Lei 
nº 8.987/95) 
 
2.1. Posição de Marcelo Alexandrino sobre a fixação do prazo nas concessões de 
serviços públicos 
 
A Lei 8.987/1995 não estabeleceu prazos – nem máximos nem 
mínimos – para a duração dos contratos de concessão ou de permissão 
de serviços públicos. Portanto, cabe às leis reguladoras próprias dos 
diversos serviços públicos, editadas pelos entes federados 
constitucionalmente competentes, estabelecer os prazos de duração 
das correspondentes concessões ou permissões [...] 
Na ausência de uma lei que especificamente estabeleça a duração – 
máxima e mínima – de uma determinada concessão ou permissão, 
caberá ao poder concedente fixar o prazo em cada caso, já na 
elaboração da minuta de contrato que deve ser anexada ao edital da 
prévia licitação. É evidente que esse prazo deve possibilitar a 
amortização dos investimentos que o delegatário terá que realizar a 
fim de prestar um serviço público adequado, bem como atender aos 
princípios administrativos em geral, tais quais os da moralidade, da 
impessoalidade, da eficiência, entre outros. 
Cumpre observar que há consenso na doutrina quanto a serem 
inaplicáveis aos contratos de concessão e de permissão de serviços 
públicos as regras sobre prazos máximos constantes do art. 57 da Lei 
8.666/1993 [...]. 
 
 
3. POLÍTICA TARIFÁRIA 
 
3.1. AS TARIFAS (arts. 9, 10, 11 e 13 da Lei 8.987/95) 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino, 
 
 [...] a expressão preço público é genericamente empregada para 
designar os pagamentos de natureza não tributária destinados a 
remunerar ou a ressarcir o poder público – ou, se for o caso, os 
seus delegados – pelo uso de bens públicos por particulares, 
pela exploração econômica privada de bens e recursos 
pertencentes ao Estado, ou pela prestação de determinados 
serviços públicos. 
 
3.3. AS FONTES PARALELAS (alternativas, complementares e projetos associados) 
 
Para Santos Carvalho, 
 
Visando ao princípio da modicidade, é também possível que o poder 
concedente, ao fixar as normas do edital da licitação, preveja a 
possibilidade de o concessionário receber receitas paralelas. Desse 
modo, poderá ser reduzido o valor da tarifa. Referidas receitas, porém, 
deverão estar previamente autorizadas em lei e à disposição de todos 
os interessados. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Segundo Alexandre Massa, 
 
1) Tarifa: “também chamada de preço público, é a remuneração paga 
pelo usuário quando o serviço público uti singuli é prestado 
indiretamente, por delegação, nas hipóteses de concessão e permissão. 
A tarifa é uma contrapartida sem natureza tributária, mas de cunho 
privado-contratual [...]”. 
2) Taxa: “é uma contrapartida tributária utilizada nas hipóteses de 
prestação direta do Estado de serviço público uti singuli. Também 
serão remunerados por taxas os serviços públicos outorgados a 
pessoas jurídicas da Administração indireta, como autarquias, 
empresas públicas e sociedades de economia mista.[...]” 
3) Imposto: “no caso de serviços públicos uti singuli, não se pode 
falar propriedade em remuneração, mas em prestação custeada pelas 
provenientes de impostos. Um exemplo é o serviço de limpeza e 
conservação de logradouros públicos.” 
 
4. OS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS (ART. 37, §3º da CRFB/88, art. 7º 
da Lei nº 8.987/95) 
 
Segundo Alexandre Massa, é “importantíssimo lembrar que o art. 7º da Lei de 
Concessões (Lei n. 8.987/95) admite expressamente a aplicabilidade subsidiária das regras 
do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) no que diz respeito aos direitos do 
usuário”. 
 
5. ENCARGOS DO CONCESSIONÁRIO (art. 31 da Lei 8.987/95) 
 
5.1. A RESPONSABILIDADE DO CONCESSIONÁRIO (art. 37, § 6º da CF/88) 
 
6. OS PODERES DO PODER CONCEDENTE (art. 29 da Lei nº 8.987/95) 
 
a) Poder de alteração unilateral das cláusulas de execução. 
b) Poder de extinguir unilateralmente a concessão (ou permissão) antes do término do 
prazo inicialmente estipulado. 
c) Poder de inspeção e fiscalização. 
d) Poder de aplicar diretamente penalidades contratuais e administrativas. 
e) Poder de intervenção na concessão (ou permissão) 
 
7. FORMAS DE EXTINÇÃO DA CONCESSÃO E SEUS EFEITOS JURÍDICOS 
 
a) Advento do termo contratual 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino,“é a forma originária da concessão, também 
chamada, simplesmente, “reversão da concessão”. Ocorre, como o nome indica, quando 
chega ao fim o prazo estabelecido no respectivo contrato”. 
 
b) Encampação 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino,“é a retomada do serviço pelo poder 
concedente, antes do término do prazo de concessão, baseada em razões de interesse 
público, sem que haja qualquer vício na concessão ou qualquer irregularidade na 
prestação do serviço pela concessionária”. 
 
c)Caducidade 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino,“é o vocábulo utilizado pela Lei 
8.987/1995 para designar a extinção da concessão em razão de inexecução total ou 
parcial do contrato por parte da concessionária”. 
 
d)Rescisão 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino,“decorre do descumprimento de 
normas contratuais pelo poder concedente e é sempre judicial”. 
 
e) Anulação 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino, 
 
 “é a extinção do contrato em decorrência de vício, isto é, por motivo de 
ilegalidade ou ilegitimidade. Pode ser declarada unilateralmente pelo 
poder concedente ou, se houver provocação, pelo Poder Judiciário. 
Acarreta a responsabilização de quem tiver dado causa à ilegalidade”. 
 
f) Falência ou extinção da empresa concessionáriae falecimento ou incapacidade do 
titular, no caso de empresa individual. 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino, 
 
“A Lei 8.987/1995 não estabeleceu forma alguma a ser observada para 
que se dê a extinção da concessão (ou permissão) no caso de falência 
do delegatário do serviço público. Não obstante, segundo pensamos, 
essa hipótese de extinção ocorre de pleno direito, isto é, 
automaticamente, independentemente de qualquer ato decisório por 
parte da administração pública, ou de qualquer procedimento especial 
que precise ser expressamente estabelecido em lei – geral ou 
específica”. 
 
Segundo Santos Carvalho, 
 
No que se refere à falência, vale observar que a Lei nº 11.101 , de 
9.2.2005 (a nova Lei de Falências), também prevê a extinção do 
contrato de concessão no caso de a empresa concessionária de 
serviços públicos ter decretada a sua falência (art. 195). A 
impossibilidade de prosseguimento do contrato, aliás, é lógica, 
porquanto a decretação da falência implica “o afastamento do devedor 
de suas atividades”, como consigna o art. 75 do vigente diploma 
falimentar. 
 
8. A REVERSÃO DOS BENS 
 
8.1. CONCEITO 
 
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, a reversão é “a passagem ao poder 
concedente dos bens do concessionário aplicados ao serviço, uma vez extinta a concessão 
(art. 35, §2º)”. 
 
De acordo com Alexandre Massa, 
 
A extinção do contrato de concessão não pode interromper a prestação 
do serviço público, sob pena de violação do princípio da continuidade 
(art. 6º, §1º, da Lei n. 8.987/95). Por isso, a legislação prevê a reversão 
ao poder concedente, com o término do contrato, dos bens 
pertencentes ao concessionário que forem indispensáveis para garantir 
a não interrupção do serviço. É o caso, por exemplo, das cabines de 
pedágio construídas pelo concessionário e que, ao final da concessão, 
passam a ser propriedade do poder concedente. 
 
8.2. TIPOS DE REVERSÃO (art. 36 da Lei 8.987/95) 
 
a) Reversão gratuita: 
 
b) Reversão onerosa: 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
1. PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
De acordo com Santos Carvalho, 
 
Permissão de serviço público é o contrato administrativo através do 
qual o Poder Público (permitente) transfere a um particular 
(permissionário) a execução de certo serviço público nas condições 
estabelecidas em normas de direito público, inclusive quanto à fixação 
do valor das tarifas. 
 
2. NATUREZA JURÍDICA (art. 175, parágrafo único, I, art. 223, §4º da CF/88, arts. 2º, 
IV, 5º, 40 da Lei 8.987/95) 
 
Segundo Lucas Rocha Furtado, não “obstante parte da nossa doutrina insista 
em que a permissão seja formalizada por meio de ato unilateral, a questão já nos parece 
superada, inclusive no âmbito do Supremo Tribunal Federal (vide ADI nº 1.668-MC/DF)”. 
 
3. DIFERENÇA ENTRE CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
(tabela explicativa de Marcelo Alexandrino) 
 
CONCESSÃO 
 
PERMISSÃO 
Delegação da prestação de serviço 
público, permanecendo a titularidade 
com o poder público (descentralização 
por colaboração) 
Delegação da prestação de serviço 
público, permanecendo a titularidade 
com o poder público (descentralização 
por colaboração). 
Prestação do serviço por conta e risco 
da concessionária, sob fiscalização do 
poder concedente. Obrigação de prestar 
serviço adequado, sob pena de 
intervenção, aplicação de penalidade 
administrativas ou extinção por 
caducidade”. 
Prestação do serviço por conta e risco 
da permissionária, sob fiscalização do 
poder concedente. Obrigação de prestar 
serviço adequado, sob pena de 
intervenção, aplicação de penalidades 
administrativas ou extinção por 
caducidade. 
 
Sempre precedida de licitação, na 
modalidade concorrência 
Sempre precedida de licitação. Não há 
determinação legal de modalidade 
específica. 
 
Natureza contratual. 
 
Natureza contratual; a lei explicita 
tratar-se de contrato de adesão. 
 
Prazo determinado, podendo o contrato 
prever sua prorrogação, nas condições 
nele estipuladas. 
 
Prazo determinado, podendo o contrato 
prever sua prorrogação, nas condições 
nele estipuladas. 
Celebração com pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas, mas não com 
pessoa física. 
 
Celebração com pessoa física ou jurídica 
não prevista permissão a consórcio de 
empresas. 
Não há precariedade. Delegação a título precário. 
 
Não é cabível revogação do contrato. 
Revogabilidade unilateral do contrato 
pelo poder concedente. 
 
4.A RESPONSABILIDADE DO PERMISSIONÁRIO OU CONCESSIONÁRIO 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
 
1. AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
5.1. Segundo Hely Lopes, a autorização de serviços públicos destina-se a “atender 
interesses coletivos instáveis ou emergências transitórias”. 
 
 
2.AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS (art. 21, XI e XII da CRFB/88) 
 
 
2.1. APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE AUTORIZAÇÃO 
 
Segundo Hely Lopes, a autorização de serviços públicos destina-se a “atender 
interesses coletivos instáveis ou emergências transitórias”. 
 
Para Marcelo Alexandrino, a autorização de serviços públicos é adequada nas 
seguintes situações: 
 
“a)aos casos em que o serviço seja prestado a um grupo restrito 
de usuários (em vez de disponibilizado amplamente a toda a 
população), sendo o seu beneficiário exclusivo ou principal o 
próprio particular autorizado; 
b) a situações de emergência e a situaçõestransitórias ou 
especiais”. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
 
 
1.A permissão de serviço público, nos termos da legislação federal, deverá ser 
formalizada mediante: 
a) termo de permissão; 
b) contrato administrativo; 
c) contrato de permissão; 
d) contrato de adesão; 
e) termo de compromisso. 
 
2. O município de Belém decidiu delegar a particular a incumbência da prestação 
de serviços públicos de transporte coletivo. Por meio de lei municipal, ficou 
definido que seria utilizado o regime de concessão de serviço público como 
instrumento de delegação. 
Em face a essa situação hipotética, julgue os itens subsequentes. 
( ) O contrato de concessão poderá ser celebrado por prazo determinado, hipótese em 
que o poder público concedente poderá, a qualquer tempo, por fim à concessão. 
( ) A modalidade de licitação a ser utilizada será, obrigatoriamente, a concorrência. 
( ) Uma vez celebrado o contrato, o poder público poderá, em nome de interesse 
público superveniente, decretar a encampação do serviço, o que irá exigir lei específica 
e indenização prévia. 
( ) Na hipótese da inexecução total ou parcial das obrigações assumidas pela 
concessionária, poderá o poder concedente decretar a caducidade da concessão. 
( ) As concessões de serviços públicos costumam remunerar o concessionário por 
meio da exploração do próprio serviço, em razão da qual aquele cobra tarifa dos 
usuários. Isso não impede que outras fontes de receitas componham a remuneração do 
concessionário, mas, por outro lado, existe na doutrina o entendimento de que essa 
remuneração não pode ser independente, por completo, da cobrança de tarifas, sob pena 
de se descaracterizar o contrato de concessão. 
 
3. É a retomada coativa do serviço, pelo poder concedente, durante o prazo da 
concessão, por motivo de conveniência ou interesse administrativo: 
a) rescisão. 
b) resilição. 
c) revogação. 
d) encampação. 
e) resolução. 
 
4. Extingue-se a concessão, exceto: 
a) encampação. 
b) derrogação. 
c) caducidade. 
d) anulação. 
e) rescisão. 
 
5. Assinale um serviço público em que a concessão é inadmissível: 
a) energia elétrica. 
b) rádio e televisão. 
c) energia nuclear. 
d) telecomunicações. 
 
6. A extinção da concessão em virtude da ilegalidade da concessão denomina-se: 
a) revogação. 
b) resilição. 
c) anulação. 
d) distrito. 
e) reversão. 
 
7. O serviço público concedido deve ser remunerado mediante: 
a) imposto. 
b) contribuição parafiscal. 
c) tarifa. 
d) contribuição social. 
e) subsídio. 
 
8.A tarifa: 
a) possui natureza tributária. 
b) vias a remunerar o concessionário ou permissionário. 
c) é uma espécie de taxa. 
d) só pode ser fixada pela União. 
e) possui natureza compulsória. 
 
9. A delegação do serviço público a um particular por meio de concessão far-se-á: 
a) ato vinculado. 
b) lei. 
c) contrato administrativo. 
d) ato discricionário. 
e) decreto. 
 
10. A permissionária é: 
a) necessariamente uma pessoa jurídica. 
b) necessariamente uma pessoa natural. 
c) necessariamente um consórcio. 
d) uma pessoa jurídica ou natural. 
e) uma universalidade de bens. 
 
11. Analise a veracidade das frases. 
I. A concessão possui natureza precária. 
II. A permissão de serviço público prescinde de licitação. 
III. A formalização da permissão de serviço público ocorre por meio de convenção. 
Está(ão) correta(s): 
a) Todas. 
b) Nenhuma. 
c) I. 
d) II. 
e) III. 
 
12. A retomada discricionária da concessão baseada no interesse público: 
a) encampação. 
b) revogação. 
c) anulação. 
d) distrato. 
e) nenhuma das respostas anteriores está correta. 
 
13. Autoriza mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao 
interesse público? 
a) princípio da especialidade. 
b) princípio da razoabilidade. 
c) princípio da continuidade. 
d) princípio da mutabilidade do regime jurídico. 
e) princípio da igualdade dos usuários. 
 
14. A concessão e a permissão são meios de: 
a) exercício do poder de polícia. 
b) desconcentração. 
c) descentralização. 
d) horizontabilidade do serviço. 
e) centralização. 
 
16. Os prejuízos causados a terceiros durante a concessão são de responsabilidade: 
a) solidária do poder concedente e do concessionário. 
b) do concessionário. 
c) exclusivo do poder concedente. 
d) subsidiário do concessionário. 
e) do usuário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
CONCESSÃO ESPECIAL DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
 (Parcerias público-privadas): CONCESSÃO ESPECIAL 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Para Rafael Rezende, 
 
Ao lado da concessão tradicional de serviços públicos (Lei 
8.987/1995), a legislação consagra, atualmente, a concessão especial 
de serviços públicos, denominada Parceria Público-Privada (PPP), 
submetida ao regime jurídico diferenciado previsto na Lei 
11.079/2004. 
 
2. ORIGEM, FUNDAMENTOS E FONTE NORMATIVA 
 
2.1. A EXPRESSÃO “PARCERIA PÚBLICO-PRIVADAS” ADMITE DOIS 
SENTIDOS (posição de RAFAEL REZENDE) 
 
a) Sentido amplo: Rafael Rezende afirma que “PPP é todo e qualquer ajuste firmado 
entre o Estado e o particular para a consecução do interesse público (ex.: concessões, 
permissões, convênios, terceirizações, contratos de gestão, termos de parceria etc)”. 
 
b) Sentido restrito: Rafael Rezende afirma que “PPP refere-se exclusivamente às 
parcerias público-privadas previstas na Lei 11.079/2004, sob a modalidade 
patrocinada ou administrativa [...]”. 
 
2.2. FUNDAMENTOS JUSTIFICADORES PARA A INCLUSÃO DA PPP 
 
Para Rafael Rezende, a inclusão no ordenamento jurídico de um novo modelo de 
concessões segue alguns fatores importantes: 
 
a) limitação ou esgotamento da capacidade de endividamento 
público: limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
101/2000) que diminuem a capacidade de investimento direto do 
Poder Público na prestação direta dos serviços e na criação de 
infraestrutura adequada (“gargalos”); 
 b) necessidade de prestação de serviços públicos não 
autossustentáveis: após o período de desestatização na década de 90, 
quando grande parte dos serviços públicos “atrativos” foi concedida 
aos particulares, o Estado permaneceu com a obrigação de prestar 
serviços não autossustentáveis, assim definidos por necessitarem de 
investimentos de grande vulto ou pela impossibilidade jurídica ou 
política de cobrança de tarifa do usuário; 
c) princípio da subsidiariedade e necessidade de eficiência do 
serviço: o Estado subsidiário valoriza a atuação privada, considerada 
mais eficiente que a atuação estatal direta. 
 
2.3. FUNDAMENTO NORMATIVO (art. 22, XXVIII, art. 175 da CRFB/88, Lei nº 
11.079/2004, Lei nº 9.89/95) 
 
3. PPP PATROCINADA E DA PPP ADMINISTRATIVA3.1. PPP PATROCINADA: “é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de 
que trata a Lei 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa 
cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”. 
(art. 2º, §2º, da Lei 11.079/2004). 
 
3.2. PPP ADMINISTRATIVA: “é o contrato de prestação de serviços de que a 
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra 
ou fornecimento e instalação de bens”. (art. 2º, § 2º, da Lei 11.079/2004). 
 
4. REMUNERAÇÃO 
 
4.1. PPP PATROCINADA: a remuneração do concessionário será através da tarifa e de 
dinheiro do orçamento estatal. Além disso, exige-se a lei autorizativa quando o Poder 
Público for responsável por mais de 70% da remuneração do parceiro privado (art. 10, §3 º, 
da Lei 11.079/2004). 
 
4.2. PPP ADMINISTRATIVA: o concessionário será remunerado integralmente ou pelo 
Poder Público ou umas das formas previstas em lei (art. 6º da Lei 11.070/2004), sem a 
cobrança de cobrança de tarifa do usuário. 
 
5. OBJETO DA PARCERIA 
 
5.1. PPP PATROCINADA: a prestação de serviço público. 
 
5.2. PPP ADMINISTRATIVA: a execução do serviço público ou de serviço administrativo 
prestado pelo Estado. 
 
Para Rafael Carvalho, 
 
[...] b) PPP administrativa de serviços públicos: tem por finalidade a 
execução de serviços públicos (a Administração é a “usuária indireta” 
e a coletividade a “usuária direta”) que serão remunerados 
integralmente integralmente pelo Poder Público (ex.: serviço de coleta 
de lixo domiciliar, sem contraprestação específica dos usuários); e 
c) PPP administrativa de serviços administrativos: tem por objetivo a 
contraprestação de empresa privada que prestará serviços ao Estado (a 
Administração será “usuária direta” e a coletividade, a “usuária 
indireta”) com remuneração integralmente assumida pelo Estado (ex.: 
serviço de “hotelaria” em presídios, construção e operação de uma 
rede de creches ou restaurantes para servidores públicos, construção e 
gestão de arenas esportivas etc). 
 
 5.3. OBJETO COMPLEXO 
 
Segundo Rafael Carvalho, 
 
Os contratos de PPPs não podem ter “como objeto único o 
fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de 
equipamento ou a execução de obra pública”. Assim, por exemplo, a 
hipótese de PPP administrativa de serviços administrativos, a 
concessão não poderá envolver o simples fornecimento de mão de 
obra, mas, também, outras prestações por parte do parceiro privado 
(ex.: fornecimento de mão de obra e de materiais etc). Caso a intenção 
seja apenas a contratação de serviços (mão de obra), o Poder Público 
deverá valer da tradicional terceirização regulada na Lei 8.666/93). 
 
6. CARACTERÍSTICAS DAS PPPS 
 
a) Valor mínimo do contrato não superior a vinte milhões de reais (art. 2º, §4º, I, da Lei 
11.070/2004). 
b) Prazo de vigência do contrato der PPPs não superior a trinta e cinco anos e nem 
inferior a cinco anos (art. 2º, §4º, II, da Lei 11.070/2004). 
c) Remuneração ao parceiro privado pelo parceiro público com a disponibilização do 
serviço (art. 7º da Lei 11.079/2004). 
d) Compartilhamento de risco entre as partes, principalmente nas hipóteses de caso 
fortuito, força maior, fato do príncipe e álea econômica. 
Segundo Rafael Rezende, 
 
Na concessão comum, os riscos ordinários, inerentes a todo e qualquer 
negócio jurídico, são suportados pelo concessionário (art. 2º, II, da Lei 
8.987/95). Em relação aos riscos extraordinários, advindos de eventos 
imprevisíveis ou previsíveis, mas de conseqüências incalculáveis (ex.: 
teoria da imprevisão, fato do príncipe e caso fortuito e a força maior), 
estão são suportados pelo Poder Público, uma vez que a legislação 
consagra o direito à revisão do contrato para restaurar o equilíbrio 
perdido (arts. 9º, §§2º e 3º, 18, VIII, 23, IV, 29, C, da Lei 8.987/95). 
Na concessão especial, não existe uma repartição abstrata dos riscos. 
Ao contrário, a legislação exige a repartição objetiva de riscos, 
ordinários e extraordinários (caso fortuito, força maior, fato do 
príncipe e álea econômica extraordinária), que será definida no 
contrato (arts. 4 º, Vi, e 5º, III, da Lei 11.079/2004). 
 
e) Garantias de adimplemento das obrigações financeiras do parceiro público ao 
parceiro privado, inclusive para o fundo garantidor (FGP): aplicável à União. 
 
7. LICITAÇÃO 
 
7.1. MODALIDADE 
A modalidade, estabelecida no art. 10 da Lei 11.079/2004, é a 
CONCORRÊNCIA. 
Características singulares em relação ao procedimento da concorrência, nas 
palavras de Rafael Rezende: 
a) possibilidade de propostas escritas, seguidas de lances em viva voz 
(at. 12, III e = 1º, da Lei 11.-079/2004); 
b) o poder concedente pode inverter as fases de habilitação e 
julgamento, hipótese em que o julgamento será realizado com a 
fixação da ordem de classificação, com a análise dos documentos de 
habilitação do licitante vencedor (art. 13 da Lei 11.079/2004). 
 
7.2. TIPOS DE LICITAÇÃO (incisos I e V do art. 15 da Lei 8.987/95, art. 12, II, da Lei 
11.079/2004) 
 
8. SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO (SPE): (art. 9º da Lei 11.079/2004) 
 
8.1. OBJETIVO 
 
Segundo Rafael Rezende, 
 
O objetivo do legislador é facilitador o controle e a gestão da PPP, 
uma vez que a SPE, que pode ser instituída sob qualquer roupagem 
societária, tem o único objetivo de implantar e gerir o objeto da 
parceria. A instituição da SPE pelo parceiro privado acarreta a 
segregação patrimonial, contábil e jurídica entre esta sociedade e a 
empresa vencedora. 
 
8.2. MOMENTO DE INSTUIÇÃO DA SPE 
 
Para Rafael Rezende, “momento de instituição da SPE, o art. 9º da Lei 
11.079/2004 limita-se a dizer que a sociedade deve ser criada antes do contrato de PPP, 
especialmente pelo fato de que a entidade será parte da relação contratual (princípio da 
relatividade dos contratos)”. 
 
8.3. VEDAÇÃO 
 
Segundo Rafael Rezende, 
 
Por fim, a Administração Pública não pode ser titular da maioria do 
capital votante da SPE, o que não impede a sua participação no quadro 
societário como acionista minoritára. Excepcionalmente, instituição 
financeira controlada pelo Poder Público poderá se tornar controlada 
da SPE quando adquirir a maioria do capital votante em caso de 
inadimplemento de contratos de financiamento (art. 9º, §§ 4º e 5º, da 
Lei 11.079/2004). 
 
9. RESPONSABILIDADE 
 
De acordo com Rafael Rezende, 
 
A responsabilidade civil extracontratual das parcerias privadas 
depende da modalidade e do objeto da PPP. Nas PPPs patrocinadas e 
nas PPPs administrativas, que envolvem a prestação de serviços 
públicos, a responsabilidade é objetiva, na forma do art. 37, §6º, da 
CRFB/88. Por outro lado, nas PPPs administrativas de serviços 
administrativos a responsabilidade é, em regra, subjetiva (art. 927, 
caput, do Código Civil), sendo inaplicável o art. 37 , §6º, da CRFB. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
ENTES DE COOPERAÇÃO 
 
 
1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CONCESSÕES, PERMISSÕES E TERCEIRO 
SETOR 
 
Segundo Rafael Carvalho Rezende Oliveira, a organização administrativa em 
setores pode ser assim considerada: 
 
1º. Setor: Estado (Administração Pública Direta e 
Administração Pública indireta); 
2º. Setor: mercado (concessionários e permissionários de 
serviços públicos); 
3º. Setor: sociedade civil (Sistema “S’, “OS”, “OSCIPs” etc). 
 
2. ENTES DE COOPERAÇÃO 
 
Segundo Alexandre Mazza, “são pessoas jurídicas de direito privado que 
colaboram com o Estado exercendo atividades não lucrativas e interesse social”. 
 
2.2. CATEGORIAS DE ENTES DE COOPERAÇÃO 
 
a) Entidades paraestatais. 
b) Convênios administrativos 
c) Terceiro setor. 
 
3. ENTIDADES PARAESTATAIS: serviços sociais do Sistema “S” 
 
3.1. Sentido etimológico 
 
De acordo com Alexandre Mazza, “as paraestatais significa literalmente 
entidades atuam ao lado do Estado (do grego pára, lado). A ideia central do conceito 
remete a pessoas privadas colaboradoras da Administração Pública. 
 
3.2. Divergência doutrinária (Alexandre Mazza) 
 
a) Hely Lopes: sociedade de economia mista, empresas públicas e serviços sociais; 
 
b) José Cretella Júnior: somente autarquias; 
 
c) Celso Antônio Bandeira de Mello: pessoas colaboradoras que não se preordenam a 
fins lucrativos, como os serviços sociais; 
 
d) Sérgio de Andrea Ferreira: empresas públicas e sociedade de economia mista; 
 
e) Oswaldo Aranha Bandeira de Mello: serviços sociais, partidos políticos e 
sindicatos; 
 
f) José dos Santos Carvalho: administração indireta e serviços sociais; 
 
g) Maria Sylvia: serviços sociais e entidades do terceiro setor. 
 
4. CONVÊNIOS ADMINISTRATIVOS 
 
Para Santos Carvalho, 
 
[...] Nesses acordos, normalmente de caráter plurilateral, o Poder 
Público, de um lado, e entidades privadas, de outro, associa-se com o 
objetivo de alcançar resultados de interesses comuns. 
[...] Não há legislação específica sobre tal regime, mas os convênios 
são pactos nos quais as partes manifestam suas vontades e expressam 
seus direitos e obrigações, nada impede se continue adotando a mesma 
sistemática, de resto já utilizada há muito tempo. Na verdade, é o 
instrumento pactuado que serve de Lex inter partes, com uma ou outra 
especificidade própria do direito público em razão da presença de 
pessoa governamental. 
 
5. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS 
 
5.1. CONCEITO 
 
Nas palavras de Alexandre Mazza, 
 
são pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização 
legislativa e que compõem o denominado sistema “S”. O nome 
sistema “S” deriva do fato de tais entidades estarem ligadas à estrutura 
sindical e terem sempre sua denominação iniciando com a letra “S” de 
serviço. 
Exemplos de serviços sociais paraestatais: 
a) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai; 
b) Serviço Social da Indústria – Sesi; 
c) Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac; 
d) Serviço Social do Comércio – Sest; 
e) Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – Senat; 
f) Serviço Social do Transporte – Sest; 
g) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – 
Sebrae; 
h) Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar. 
 
5.2. CARACTERÍSTICAS 
 
Segundo Alexandre Mazza, as principais características são: 
 
a) São pessoas jurídicas de direito privado; 
b) São criadas mediante autorização legislativa. 
c) Não têm fins lucrativos; 
d) Executam serviços de utilidade pública, mas são serviços públicos; 
e) Produzem benefício para grupos ou categoriais profissionais; 
f) São custeados por contribuições compulsórias pagas pelo 
sindicalizados (art. 240 da CF), constituindo verdadeiros exemplos de 
parafiscalidade tributária (art. 7º da CTN); 
g) Os valores remanescentes dos recursos arrecadados constituem 
superávit, e não lucro, devendo ser revertido nas finalidades essenciais 
da entidade; 
h) Não pertencem ao Estado; 
i) Estão sujeitos ao controle estatal, inclusive do Tribunal de Contas; 
j) Não precisam contratar pessoal mediante concurso público (RE 
789.874); 
k) Estão obrigados a realizar licitação [...]. [...] a existência de 
entendimento do Tribunal de Contas da União no sentido de que o 
procedimento licitatório adotado pelos serviços sociais visa garantir 
transparência na contratação de fornecedores, podendo os regimentos 
internos de cada entidade definir ritos simplicados próprios, desde que 
não contrariem as regras gerais previstas na Lei n. 8.6666/93; 
l) São imunes a impostos incidentes sobre patrimônio, rendas e 
serviços (art. 150, IV, c da CRFB/88). 
 
6. TERCEIRO SETOR 
 
De acordo com Alexandre Mazza, “o nome “terceiro setor” designa 
atividades que não são nem governamentais (primeiro setor) nem empresariais e 
econômicas (segundo setor). Desse modo, o terceiro setor é composto de entidades 
privadas da sociedade civil que exercem atividades de interesse público sem finalidade 
lucrativa”. 
 
6.1. REGIME JURÍDICO 
O regime jurídico das entidades do terceiro setor é predominantemente privado, 
com derrogações das normas de direito público. 
 
6.2. NATUREZA JURÍDICA DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELO TERCEIRO 
SETOR 
Segundo Alexandre Mazza, “[...] tais entidades enquadra-se na função 
administrativa denominada fomento, que juntamente com os serviços públicos e o poder de 
polícia formam o conjunto das três atividades precípuas da Administração Pública interna”. 
 
6.3. ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR NO ÂMBITO FEDERAL 
 
a) Organizações sociais (OSs); 
 
b) Organização da sociedade civil de interesse público (Oscips). 
 
6.3.1. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 
 
Para Alexandre Mazza, as organizações sociais, criada pela Lei n. 9.637/98, 
 
[...] é a qualificação especial outorgada pelo governo federal a 
entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja outorga 
autoriza a fruição de vantagens peculiares, como isenções fiscais, 
destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem 
como empréstimo temporário de servidores governamentais. 
 
Segundo Maria Sylvia, 
 
Aparentemente, a organização social vai exercer atividade de natureza 
privada, com incentivo do Poder Público, dentro da atividade de 
fomento. Mas, na realidade, o real objetivo parecer ser o de privatizar 
a forma de gestão de serviço público, delegado pelo Estado. 
A própria lei, em pelo menos um caso, está prevendo a prestação de 
serviço público pela organização social; quando a entidade absorver 
atividades de entidade federal extinta no âmbito da saúde, deverá 
considerar o contrato de gestão, quanto ao atendimento da 
comunidade, os princípios do Sistema Único de Saúde, expressos no 
art. 198 da Constituição Federal e no art. 7º da Lei 8.080, de 19.9.90. 
 
 
OBSERVAÇÃO: Não se caracterizam como serviço público stricto sensu, razão pela qual é 
incorreto afirma que as organizações sociais são concessionárias de serviço público. 
 
6.3.1.1. ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS SÃO: 
a) ensino; 
b) pesquisa científica; 
c) desenvolvimento tecnológico; 
d) proteção e preservação do meio ambiente; 
e) cultura; 
f) saúde. 
 
6.3.1.2. A ORTORGA DA QUALIFICAÇÃO (art. 2º da Lei n. 9.637/98) 
 
Segundo Alexandre Mazza, 
 
[...] a outorga da qualificação constitui decisão discricionária, pois, 
além da entidade preencher os requisitos exigidos na lei, o inciso II do 
referido dispositivo condiciona a atribuição do título a “haver 
aprovação quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação 
como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisorou regulador da área de atividade correspondente ao objeto social e do 
Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. 
 
OBSERVAÇÃO: As entidades que preencherem os requisitos legais possuem simples 
expectativa de direito à obtenção da qualificação, nunca direito adquirido. 
 
6.3.1.2. INSTRUMENTO DE FORMALIZAÇÃO DA PARCERIA ENTRE A 
ADMINISTRAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO SOCIAL 
 
De acordo com Alexandre Mazza, o “instrumento de formalização da parceria 
entre a Administração e a organização social é o contrato de gestão, cuja aprovação deve ser 
submetida ao Ministro do Estado ou outra autoridade supervisora de atuação da entidade”. 
 
6.3.1.2.1. CONTEÚDO DO CONTRATO DE GESTÃO 
 
Para Alexandre Mazza, 
 
 [...] o contrato de gestão discriminará as atribuições, 
responsabilidades e obrigações do Poder Público e da organização 
social, devendo obrigatoriamente observar os seguintes preceitos: 
I – especificação do programa de trabalho proposto pela 
organização social, a estipulação de metas a serem atingidas e os 
respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos 
critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, 
mediante indicadores de qualidade e produtividade; 
III – a estipulação dos limites e critérios para despesa com 
remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas 
pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício 
de suas funções; 
III – os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de 
atuação da entidade devem definir as demais cláusulas dos contratos 
de gestão de que sejam signatários. 
 
6.3.1.2.2. DESQUALIFICAÇÃO DA ENTIDADE 
 
De acordo com Alexandre Mazza, “o Poder Executivo poderá proceder à 
desqualificação da entidade como organização social, desde que precedida de processo 
administrativo com garantia de contraditório e ampla defesa”. 
 
6.3.1.2.3. DISPENSA DE LICITAÇÃO (art. 24, XXIV, da Lei n; 8.666/93) 
 
Segundo Alexandre Mazza, “[...] o art. 24, XXVI, da Lei n.8.666/93 prevê hipótese de 
dispensa de licitação para a celebração de contratos de prestação de serviços com as 
organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para 
atividades comtempladas no contrato de gestão”. 
 
6.3.1. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO 
(OSCIPS). 
 
 
Para Alexandre Mazza, as organização da sociedade civil de interesse público, 
“[...] são pessoas jurídicas de direito, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos 
particulares, para desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo 
Poder Público, formalizando a parceria com a Administração Pública por meio de termo de 
parceria” 
 
6.3.1.1. FORMALIZAÇÃO 
 
Segundo Alexandre Mazza, “a outorga do título de Oscip é disciplinada pela Lei 
n.9.790/99, regulamentada pelo Decreto n.3.100/99, e permite a concessão de benefícios 
especiais, como a destinação de recursos públicos”. 
O termo de parceria firmado entre o Poder Público e a Oscip 
discriminará direitos, responsabilidades e obrigações das partes 
signatárias, prevendo especialmente metas a serem alcançadas, prazo 
de duração, direitos e obrigações das partes e formas de fiscalização. 
Ao contrário das organizações sociais, a outorga do título de Oscip é 
decisão vinculada, podendo falar em direito adquirido à qualificação 
para todas as entidades que preencherem os requisitos exigidos na 
legislação. 
 
6.3.1.2. ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE 
INTERESSE PÚBLICO (art. 3º da Lei n.9.790/99) SÃO AS SEGUINTES: 
a) promoção da assistência social; 
b) promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; 
c) promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das 
organizações de que trata esta Lei; 
d) promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações 
de que trata esta Lei; 
e) promoção da segurança alimentar e nutricional; 
f) defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; 
g) promoção do voluntariado; 
h) promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; 
i) experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de 
produção, comércio, emprego e crédito; 
j) promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria gratuita de interesse 
suplementar; 
l) promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores 
universais; 
m) estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de 
informações e conhecimentos técnicos e científicos. 
 
6.3.1.3. DESQUALIFICAÇÃO 
 
De acordo com Alexandre Mazza, a Oscip que deixarem de preencher as 
exigências legais pode perder a qualificação de Oscip, mediante processo administrativo com 
garantia de ampla defesa e contraditório. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Segundo Alexandre Mazza, 
 
Assim como ocorre com as organizações sociais, as obras, compras, 
serviços e alienações a serem realizadas pelas Oscips, com recursos 
ou bens repassados voluntariamente pela União, serão contratadas 
mediante processo de licitação pública, de acordo com o estabelecido 
na legislação federal pertinente (art. 1º, § 5º, do Decreto n. 
5.504/2005). Sendo os bens e serviços comuns, torna-se obrigatória a 
utilização do pregão, preferencialmente na modalidade eletrônica. 
 
7. COMPARAÇÃO ENTRE OSs e OSCIP (APRESENTADA POR ALEXANDRE 
MAZZA) 
 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL OSCIPs 
Lei n. 9.637/98 Lei n. 9.790/99 
Exercem atividades de interesse 
público anteriormente 
desempenhadas pelo Estado, como o 
ensino, pesquisa científica, 
preservação do meio ambiente. 
Exercem atividades de natureza 
privada. 
Contrato de gestão Termo de parceria 
A outorga é discricionária A outorga é vinculada 
A qualificação depende de aprovação 
do Ministro de Estado ligado à área 
de atuação da entidade 
A qualificação é outorgada pelo 
Ministro da Justiça 
Podem ser contratadas por dispensa 
de licitação 
Não há previsão legal de 
contratação direta sem licitação 
Devem realizar licitação para 
contratações resultantes da aplicação 
de recursos e bens repassados 
Idem 
diretamente pela União 
Estão proibidas de receber a 
qualificação de Oscips 
Não há previsão legal equivalente 
Participação do Poder Público na 
gestão é obrigatória 
Participação do Poder Público na 
gestão é facultativa 
Podem ser contratadas por dispensa 
de licitação para prestação de 
serviços contemplados na contrato de 
gestão (art. 24, XXIV, da Lei n. 
8.666/93) 
Não podem ser contratadas por 
dispensa de licitação 
Repasse de recursos orçamentários, 
permissão de uso de bens públicos e 
cessão de servidores públicos sem 
custo para a entidade 
Repasse de recursos orçamentários e 
permissão de uso de bens públicos 
 
 
9. O NOVO REGIME DAS PARCERIAS VOLUNTÁRIAS (LEI n. 13.019, de julho 
de 2014) 
 
9.1. FINALIDADE DA LEI 13.019/2014 
 
Para Matheus Carvalho, a “Lei 13.019/2014 institui novo instrumento de 
cooperação entre a Administração e as organizações da sociedade civil visando finalidades 
de interesse público, as denominadas parcerias voluntárias”. 
 
9.2. NATUREZA NACIONAL DA LEI 13.019/2014 
 
Segundo Matheus Carvalho, 
 
[...] a Lei n. 13.019/2014 tem natureza nacional, aplicando-se 
simultaneamente a todas as esferas federativas. Desse modo, 
enquanto, por exemplo, a Lei da Organização Social (Lei n. 9.637/98) 
e a Lei das Oscips (Lei n. 9790/99) valem somente para o âmbito 
federal, as parcerias voluntárias podem se firmadas pela União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios e respectivas entidades 
descentralizadas. 
 
9.3.CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO 
 
De acordo com Matheus Carvalho, 
 
Considera-se “organização da sociedade civil” a pessoa jurídica de 
direito privado sem fins lucrativos que não distribui, entre os seus 
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou 
doadores, eventuais resultados, sobras, excedentes operacionais, 
brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas 
do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, 
e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto 
social, de forma imediata ou por meio da constituição de fundo 
patrimonial ou fundo de reserva (art. 2º, I). 
 
9.4. PARCERIAS VOLUNTÁRIAS: CONCEITO 
De acordo com Matheus Carvalho, 
 
Já a “parceria” é conceituada pelo art. 2º, III, da Lei n. 13.019/2014 
como “qualquer modalidade prevista nesta Lei, que envolva ou não 
transferências voluntárias de recursos financeiros, entre administração 
pública e organizações da sociedade civil de ações de interesse 
recíproco em regime de mútua cooperação. 
 
9.5. VEDAÇÃO 
 
Segundo Matheus Carvalho, é “[...] importante destacar que as exigências 
previstas na Lei n.13.019/2014 não se aplicam aos contratos de gestão celebrados com 
organizações sociais, mas são aplicáveis, no que couber, às relações entre a administração 
pública e as Oscips (arts. 3º, III, e 4º). 
 
9.6. INSTRUMENTOS DE FORMALIZAÇÃO 
 
a) Termo de colaboração 
 
Para Matheus Carvalho, 
 
[...] deve ser adotado pela administração pública em caso de 
transferências voluntárias de recursos públicos para consecução de 
planos de trabalho propostos pela administração pública, em regime 
de mútua cooperação com organizações da sociedade civil, 
selecionadas por meio de chamamento público. 
b) Termo de fomento 
 
Segundo Matheus Carvalho, 
 
[...] deve ser adotado pela administração pública em caso de 
transferências voluntárias de recursos públicos para consecução de 
planos de trabalho propostos pelas organizações da sociedade civil, 
em regime de mútua cooperação com a administração pública, 
selecionadas por meio de chamamento público. 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Para Matheus Carvalho, 
 
Como se nota, a iniciativa da parceria pode partir da Administração 
(termo de colaboração) ou das organizações sociais (termo de 
fomento). Por isso, a lei disciplina o procedimento de manifestação de 
interesse. Nos termos do art. 18: “É instituído o Procedimento de 
Manifestação de Interesse, como instrumento por meio do qual as 
organizações sociais da sociedade civil, movimentos sociais e 
cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público para que 
avalie a possibilidade de realização de um chamamento público 
objetivando a celebração de parceria”. 
 
9.7. PROCEDIMENTO DE ESCOLHA DA ENTIDADE QUE CELEBRA A 
PARCERIA (art. 24 da Lei n.13.019/2014) 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
1. ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. 
2. CARVALHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2016. 
3. CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2016. 
4. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2015. 
5. DA CUNHA JÚNIOR, Dirley. Curso de Direito Administrativo. Salvador: JusPODIVM, 
2007. 
6. GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 13º.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
7. MADEIRA, JOSÉ MARIA RIBEIRO. Direito Administrativo. Rio de Janeiro: SESES, 2017. 
8. MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo Brasileiro. 34ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 
2008. 
ROSSI, Licínia. Manual de Direito Administrativo. 3ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO II 
DOCENTE: ELIANE COSTA DOS SANTOS BAPTISTA 
SEMESTRE: 10° SEMESTRE 
INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
 
 
RESTRIÇÕES DO ESTADO SOBRE A PROPRIEDADE 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
À luz dos ensinamentos de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo1, o Estado 
contemporâneo intervém na propriedade com o intuito precípuo de promover o bem-estar da 
coletividade. 
 
Para que o Estado propicie esse bem-estar social, faz-se mister que o 
Poder Público intervenha na propriedade particular, com o fim de 
limitar alguns interesses individuais em prol da coletividade, do 
interesse público. O Estado, para alcançar o fim almejado pela 
coletividade, intervirá na propriedade privada particular, restringindo, 
condicionando o uso da propriedade, por intermédio dos diversos 
institutos previstos no Direito (servidão administrativa, requisição, 
desapropriação etc.). 
 
2. AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL(art. 5º, XXII, XXIII,XXV, art. 182, §§ 2º, 4º 
da Constituição Federal de 1988) 
 
3. FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO 
 
4. COMPETÊNCIA (art. 22, I, II e III da Constituição Federal de 1988) 
 
5. MODOS DE INTERVENÇÃO 
 
5.1. OS MODOS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE SÃO OS 
SEGUINTES: 
 
a) servidão administrativa; 
b) requisição; 
c) ocupação temporária; 
d) tombamento; 
e) desapropriação. 
 
6. MODOS DE INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE 
 
6.1. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
 
6.1.1. CONCEITO 
 
Segundo Marcelo Alexandrino2, servidão administrativa, que afeta o caráter 
exclusivo da propriedade, “é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a 
propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo”. 
 
 
1
 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 16ª. 
edição. São Paulo: Método, 2008, p. 701. 
2
 Idem, p. 702. 
6.1.2. ELEMENTOS DA DEFINIÇÃO 
 
De acordo com Maria Sylvia, os elementos da definição são 
 
1. direito real de gozo; 
2. natureza pública; 
3. coisa serviente imóvel de propriedade alheia; 
4. coisa dominante: um serviço público o bem afetado a fins de 
utilidade pública; 
5. o titular do direito real é o Poder Público (União, Estados, 
Municípios, Distrito Federal, Territórios) ou seus delegados (pessoas 
jurídicas públicas ou privadas autorizadas por lei ou por contrato); 
6. finalidade pública; 
7. exigência de autorização legal. 
 
 
6.1.3. FORMAS DE INSTITUIÇÃO: 
 
Segundo Matheus Carvalho, 
 
[...] as situações em que é instituída mediante lei, por se tratar de 
medida de natureza real, a instituição da servidão deve ser feita 
mediante registro no Cartório de Registro de Imóveis, como forma de 
garantir eficácia erga omnes. Nestes casos, a restrição deverá 
acompanhar o imóvel, mesmo nos casos de alienação de terceiros [...]. 
 
a)Acordo administrativo. 
 
De acordo com Maria Sylvia,“[...] efetua-se mediante acordo, precedido de ato 
declaratório de utilidade pública. Exemplo: servidão de energia elétrica, que depende, em 
cada caso, de decreto governamental e se efetivará por meio de acordo lavrado por escritura 
pública (Decreto nº 38.581, de 16-7-54)”. 
 
b) Sentença judicial.3 
 
Segundo Maria Sylvia, “quando não há haja acordo ou quando sejam 
adquiridas por usucapião”. 
 
c) Diretamente da lei. 
 
De acordo com Maria Sylvia, 
 
[...] decorrem diretamente da lei, independendo a sua constituição de 
qualquer ato jurídico, unilateral ou bilateral. Exemplo: servidão sobre 
margens dos rios navegáveis e servidão ao redor dos aeroportos; 
alguns autores consideram essas servidões como limitações à 
propriedade, por incidirem sobre imóveis indeterminados: 
consideramos como servidões por haver a coisa dominante: no 
primeiro caso,o serviço público de policiamento das águas e, no 
segundo, o bem afetado realização do serviço de navegação aérea. 
 
6.1.4. INDENIZAÇÃO 
 
 
3
 O Dec. nº 24.643/34 – Código de Águas -,prevê a instituição da servidão para permitir o 
transporte e distribuição de energia elétrica, a realização de obras hidráulicas, a instalação e 
funcionamento de aqueodutos e passagem de rios. 
O Decreto-Lei nº 25/37 trata da servidão administrativa dos imóveis vizinhos à coisa tombada. 
De acordo com Maria Sylvia, 
 
Não cabe direito à indenização quando a servidão decorre diretamente 
da lei, porque o sacrifício é imposto a toda uma coletividade de 
imóveis que se encontram na mesma situação. Somente haverá direito 
à indenização se um prédio sofrer prejuízo maior, por exemplo, se 
tiver de ser demolido. 
Quando a servidão decorre de contrato ou de decisão judicial, 
incidindo sobre imóveis determinados, a regra é a indenização, porque 
seus proprietários estão sofrendo prejuízo em benefício da 
coletividade [...]. 
 
6.1.5. FORMAS DE EXTINÇÃO DA SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
 
a) desaparecimento do bem gravado; 
b) incorporação do bem ao patrimônio da pessoa instituidora da servidão administrativa; 
c) desinteresse posterior da pessoa em favor da qual foi estabelecida a servidão. 
 
6.1.6. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS APONTADAS POR MARCELO 
ALEXANDRINO4 
 
“a) a natureza jurídica é de direito real; 
 b) incide sobre o bem imóvel; 
 c) tem caráter de definitividade; 
 d) a indenização é prévia e condicionada (só se houver prejuízo); 
 e) inexistência de auto-executoriedade; só se constitui mediante acordo ou sentença 
judicial”. 
 
 
6.2. REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA 
 
6.2.1. CONCEITO 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino5, “é o instrumento de intervenção estatal 
mediante o qual, em situação de perigo iminente, o Estado utiliza bem móveis, imóveis 
ou serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano”. 
 
6.2.2. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL (art. 5º, XXV, art. 22, III da CRFB/88). 
 
6.2.3. MODALIDADES 
 
a)Requisição civil 
 
De acordo com Marcelo Alexandrino, a requisição civil “visa a evitar danos à 
vida, à saúde e aos bens da coletividade, diante da inundação, incêndio, sonegação de 
gêneros de primeira necessidade, epidemias, catástrofes etc”. 
 
b) Requisição militar 
 
Segundo Marcelo Alexandrino, a requisição militar “objetiva o resguardo da 
segurança interna e a manutenção da soberania nacional, diante do conflito armado, comoção 
intestina, etc”. 
 
 
4
 Idem, p. 707. 
5
 Idem, p. 707. 
6.2.4. OBJETO E INDENIZAÇÃO 
 
O objeto da requisição, segundo Marcelo Alexandrino, “abrange móveis, imóveis 
e serviços particulares”, 
 
Quanto à indenização, de acordo com autor, a “indenização pelo uso dos bens 
alcançados pela requisição é condicionada: o proprietário só fará jus à indenização se houver 
dano; inexistindo danos, não há que se falar em indenização, será ela sempre ulterior, como 
expressa o texto constitucional (CF, art. 5º, XXV)”. 
 
Segundo Matheus Carvalho, 
 
Por fim, se discute na doutrina, a possibilidade de requisição de bens 
consumíveis, haja vista haver entendimento no sentido de que se 
trataria de verdadeira desapropriação, em virtude da impossibilidade 
de devolução do mesmo. 
É cediço que bens consumíveis são conceituados pelos estudiosos 
como aqueles que perdem sua utilidade após o primeiro uso. Portanto, 
a princípio, poderia parecer que a requisição configuraria uma 
verdadeira desapropriação, ante a impossibilidade de devolução do 
bem ao proprietário. Ocorre que, se o bem for fungível – ou seja, 
puder ser substituído por outro da mesma qualidade da mesma 
qualidade – pode ser requisitado. Se fungível, então será o caso de 
desapropriação. 
 
6.2.5. INSTITUIÇÃO E EXTINÇÃO 
 
Quanto à instituição, nas palavras de, “Hely Lopes, a requisição 
 
[...] é sempre um ato de império do Poder Público, discricionário 
quanto ao objeto e oportunidade da medida, mas condicionado à 
existência de perigo público iminente e vinculado à lei quanto à 
competência da requisitante, à finalidade do ato e, quando for o caso, 
ao procedimento adequado. Esses quatro últimos aspectos são 
passíveis de apreciação judicial, notadamente para a fixação do justo 
valor da indenização. 
 
Quanto à extinção, segundo Marcelo Alexandrino, a requisição “é instituto 
de natureza transitória: sua extinção dar-se-á tão logo desapareça a situação de perigo 
público iminente que justificou sua instituição”. 
 
 
6.3. OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA 
 
6.3.1. CONCEITO 
 
6.3.2. FUNDAMENTO LEGAL (art. 5º, XXV da CF/1988, Decs.-Leis nº 1.864/81 e 
1.865/816, art. 36 do Decreto-Lei nº 3.365/41 − que permite escavações e pesquisas, no 
intuito de proteger a monumentos arqueológicos e pré-históricos −, arts. 58, V, 80, II da Lei 
nº 8.666/93, art. 35, § 2º da Lei nº 8.987/95). 
 
6.3.3. INSTITUIÇÃO, EXTINÇÃO E INDENIZAÇÃO 
 
A instituição da ocupação temporária, de acordo com Marcelo Alexandrino, 
 
6
 De acordo com a previsão legal, é possível a ocupação temporária nos imóveis necessários à lavra e 
pesquisa de petróleo e de minérios nucleares. 
 
[...] dá-se por meio de expedição de ato de autoridade administrativa 
competente, que deverá fixar, desde logo, e se for o caso, a justa 
indenização devida ao proprietário do imóvel ocupado. É ato auto-
executório, que não depende de apreciação prévia do Poder Judiciário. 
 
A extinção da ocupação temporária, de acordo com Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo, 
 
[...] dá-se com a conclusão da obra ou serviço pelo Poder Público. Se 
a ocupação temporária é instituída em razão da realização de uma obra 
ou serviços públicos, segue-se que a propriedade privada deve ser tão 
logo esteja concluída a atividade pública. Extinta a causa que lhe deu 
origem, extingue-se o efeito da ocupação. 
 
Quanto à indenização, segundo o autores acima,“é também condicionada à 
ocorrência de prejuízo ao proprietário:em princípio não haverá indenização alguma, mas esta 
deverá ocorrer se o uso do bem particular acarretar prejuízo ao seu proprietário”. 
 
6.3.4. CARACTERÍSTICAS 
 
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (por exemplo, Dec. nº 24.643/34 
– Código de Águas - , prevê a instituição da servidão para permitir o transporte e distribuição 
de energia elétrica, a realização de obras hidráulicas, a instalação e funcionamento de 
aqueodutos e passagem de rios).7, as principais características são: 
 
a) cuida-se de direito de caráter não-real (igual à requisição e diferente 
da servidão; 
b) só incide sobre a propriedade imóvel (neste ponto é igual a 
servidão, mas se distingue da requisição, que incide sobre móveis, 
imóveis e serviços); 
c) tem caráter de transitoriedade (o mesmo que a requisição; a 
servidão, ao contrário, tem natureza de permanência); 
d) a situação constitutiva da ocupação é a necessidade de realização de 
obras e serviços públicos normais (a mesma situação que a servidão, 
mas diversa da requisição, que exige situação de perigo público 
iminente); 
e) a indenização varia de acordo com a modalidade de ocupação 
temporária: se for vinculada à desapropriação, haverá dever 
indenizatório; se não for, inexistirá em regra esse dever, a menos que 
haja prejuízos para o proprietário (a requisição e a servidão podem ser, 
ou não, indenizáveis; sendo assim, igualam-se, nesse aspecto, à 
ocupação temporária não vinculada à desapropriação, mas se 
diferenciam da primeira modalidade, com desapropriação esta é 
sempre indenizável). 
 
 
6.4. LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
 
6.4.1. CONCEITO 
 
Nas lições de Marcelo Alexandrino

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