Buscar

Macroeconomia I - Tópico 07

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Análise Macroeconômica I Tópico 7
Introdução: Nos últimos anos, tem crescido o debate em torno da atuação do governo na econo-
mia. No Brasil, em particular, sucessivos déficits fiscais e a situação de endividamento público 
explosivo vêm impondo restrições à essa atuação. Vamos avaliar as conseqüências da existência 
de déficits píblicos. 
O SETOR GOVERNAMENTAL
FUNÇÕES ECONÔMICAS DO SETOR PÚBLICO
A necessidade da atuação econômica do setor público prende-se à constatação de que o 
sistema de preços não consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funções. Dessas ne-
cessidades surgem as funções do estado e são classificadas em:
A ) Função Alocativa: Está associada ao fornecimento de bens e serviços não 
oferecidos pelo sistema de mercado. Esses bens, denominados bens públicos, têm por principal 
característica a impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo, uma vez 
delimitado o volume de produção. O princípio da exclusão afirma que um indivíduo pode apenas 
consumir determinado bem se pagou por ele. Esse tipo de bens são denominados de bens exclu-
dentes (também chamado bem rival) pois exclui de seu consumo quem não paga por ele. 
O consumo de um bem não excludente que impossibilita essa exclusão deve ser forne-
cido pelo governo. O serviço meteorológico e a segurança nacional são bons exemplo de bens 
públicos. 
B ) Função Distributiva: A renda de uma família consiste na soma das rendas do tra-
balho e da propriedade, mas a principal fonte de renda continua ser o trabalho. A distribuição da 
renda do trabalho depende da produtividade da mão de obra e da utilização dos demais fatores de 
Análise Macroeconômica I Tópico 7
produção do mercado. Se deixarmos o mercado funcionar livremente, teremos uma distribuição 
de renda que dependerá da produtividade de cada indivíduo, mas que sofrerá influência das 
diferentes dotações iniciais de patrimônio. 
O governo funciona como agente redistribuidor de renda, à medida que por meio dos 
impostos retira recursos dos segmentos mais ricos da sociedade (pessoas, setores ou regiões) e 
os transfere para os segmentos menos favorecidos. Essa distribuição pode ser feito através dos 
impostos progressivos sobre a renda ou tributando os bens de consumo dos ricos e subsidiando 
os bens de consumo dos pobres. 
C ) Função Estabilizadora: Está relacionada com a intervenção do estado na econo-
mia no sentido de alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego, dado que o pleno 
emprego e a estabilidade de preços não ocorrem de maneira automática na economia. Derivaria 
dessa função uma quarta, denominada função de crescimento econômico e diz respeito às polí-
ticas que permitem aumentos na formação de capital, ou seja, a atuação do estado tanto com rela-
ção aos investimentos públicos, quanto aos incentivos e financiamentos para estimular os investi-
mentos so setor privado.
PRINCÍPIOS DE TRIBUTAÇÃO
Os recursos necessários para que o governo cumpra suas funções são conseguidos atra-
vés da arrecadação tributária, que compõe a sua receita fiscal. Para tal, as teorias que regem a 
tributação tem uma série de princípios, porém dois são fundamentais:
Análise Macroeconômica I Tópico 7
A ) Princípio da Neutralidade: Sabe-se que as decisões sobre alocações de recursos 
baseiam-se nos preços relativos determinados pelo mercado. A neutralidade de tributos seria 
obtida quando esses não alteram os preços relativos, minimizando sua interferência nas 
decisões econômicas dos agentes de mercado. 
B ) Princípio da Equidade: Além de ser neutro, o imposto deve ser distribuído de 
maneira justa entre os indivíduos. Pode ser avaliada segundo dois princípios: princípio do 
benefício e princípio da capacidade de pagamento.
Princípio do benefício: Um tributo justo é aquele onde cada contribuinte paga ao 
estado um montante diretamente relacionado com os benefícios que recebe do governo. Este prin-
cípio possui alguns problemas de implementação. O principal deles é a dificuldade de identificar 
os benefícios que cada indivíduo atribui a diferentes quantidades do bem ou serviço público. 
Além disso, como os bens públicos são não excludentes não haveria motivos para o indivíduo 
revelarem suas preferências, pois isso acarretaria uma maior contribuição de sua parte.
Princípio da Capacidade de Pagamento: Segundo esse princípio, os agentes (fa-
mílias e firmas) deveriam contribuir com impostos de acordo com sua capacidade de pagamento. 
O imposto de renda seria um exemplo típico. As medidas para auferir a capacidade de pagamento 
são a renda, o patrimônio, e o consumo. Obviamente, essas medidas de capacidade de pagamento 
trazem algumas controvérsias, que não cabe discutir nesse tópico. 
Análise Macroeconômica I Tópico 7
Tipos de Impostos: Os impostos podem ser: 
Diretos: Quando incidem diretamente sobre a renda e a riqueza das pessoas. Neste tipo 
de imposto, as pessoas que recolhem o imposto arca com seu ônus. O imposto de renda é um bom 
exemplo. 
Indiretos Quando incidem sobre o preço das mercadorias e serviços. Neste tipo de tri-
buto, a firma que recolhe o imposto não necessariamente arca com seu ônus, porque o recolhi-
mento é feito de forma que se possa repassá-lo a terceiros. Por sua vez, os impostos indiretos 
podem ser ad-valorem quando é fixada uma alíquota percentual e cujo valor absoluto (em R$) 
varia de acordo com o preço da mercadoria ou específico quando o valor absoluto (em R$) é fixo, 
independente do valor da mercadoria.
Quanto à estrutura tributária, os impostos podem ser: 
Progressivos: É aquele quando a alíquota do imposto aumenta a medida que a renda 
aumenta. Do ponto de vista social eles são mais justos na medida que paga mais quem ganha 
mais. Porém, do ponto de vista da eficiência, retira incentivo das pessoas de obter mais renda.
Proporcionais ou Neutros: É aquele em que o aumento da contribuição se dá propor-
cionalmente ao aumento da renda, fazendo com que a relação entre a carga tributária e a renda 
mantenha-se constante.
Regressivos: Quando maior for a renda da pessoa, a alíquota de imposto será menor. 
Geralmente acontece em países cuja estrutura de arrecadação baseia-se em impostos que recaem 
sobre os preços. Nesse caso, as classes menos favorecidas, que consomem a maior parte de sua 
renda pagam uma alíquota de impostos maior que as classes mais favorecidas.
Análise Macroeconômica I Tópico 7
CONCEITOS DE DÉFICIT PUBLICO E DÍVIDA PÚBLICA
A carga tributária bruta representa o total de impostos arrecadados no país. Se desse 
total subtraír-mos as transferências governamentais ao setor privado (juros da dívida pública, 
subsídios e gastos com assistência e previdência social) chegamos ao conceito de carga tribu-
tária líquida. Com base nessa carga é que o governo pode financiar seus gastos correntes (ou 
consumo do governo). A diferença entre a receita líquida e o consumo do governo é definida 
como poupança do governo em conta corrente. Uma importante categoria de gastos é chama-
da de investimento público que representa as despesas de capital do governo com a construção 
de estradas, hospitais, escolas, etc... Déficit público é a diferença entre o investimento público e a 
poupança do governo em conta corrente. O déficit público pode ser financiado de duas maneiras: 
A) Venda de títulos públicos ao setor privado: Representa a transferência de pou-
pança privada para o setor público. 
B) Venda de títulos públicos ao Banco Central: A aquisição de títulos pelo Banco 
Central é feito por meio de emissão de moeda. 
Ambas as maneiras levam ao endividamento do setor público, querepresenta nova ca-
tegoria de gastos públicos: a rolagem e o pagamento do serviço dessa dívida. Quanto maior for o 
estoque da dívida, maior será o gasto com juros e, conseqüentemente, maior será a diferença en-
tre carga tributária bruta e líquida. 
Outro conceito importante que destaca-se no setor público é de Necessidade de Finan-
ciamento do Setor Público (NFSP), e seu objetivo é medir a pressão do setor público não finan-
ceiro sobre os recursos financeiros, tanto interno quanto externo, da economia. Este conceito 
Análise Macroeconômica I Tópico 7
contempla como setor público o governo central, os governos regionais (Estados e municípios), a 
Previdência Social, as empresas estatais e as agências descentralizadas, englobando todo tipo de 
gasto: consumo, investimento e rolagem da dívida. O NFSP pode ser utilizado de duas formas:
A ) NFSP conceito nominal (NFSPcn): engloba qualquer demanda de recursos pelo 
setor público.
B ) NFSP conceito operacional (NFSPco): deduz as correções monetárias e cambial 
pagas sobre a dívida. Também é conhecido como Déficit Operacional do Setor Público. Assim:
NFSPcn = G – T + iB
NFSPco = G – T + rB, onde G é o total de gasto público não financeiro, T é o total de 
arrecadação não financeira, B é o estoque da dívida, i é a taxa nominal de juros e r é a taxa real 
de juros.
Outra medida bastante utilizada é o de déficit primário que se refere à diferença entre 
as receitas não-financeiras e os pagamentos não-financeiros. Tal conceito mostra efetivamente a 
condução da política fiscal do governo ao apurar somente a arrecadação de impostos e os gastos 
correntes, indiferente do estoque da dívida pública. Assim, o défcit primário é obtido deduzindo-
se da NFSPco as receitas e despesas financeiras: NFSPco = G – T. Também podemos considerar 
o déficit medindo pelo variação da dívida pública. Assim:
Déficit Público = dB, onde dB é a variação da dívida pública. Se considerarmos que 
uma parcela da dívida pública foi adquirida pelo BACEN, teremos:
NFSPco = G – T + iB = dB + dM, onde dM representa a variação no estoque 
de moeda (emissão monetária).
Análise Macroeconômica I Tópico 7
DÉFICIT, DÍVIDA E ESCOLHA INTERTEMPORAL
Segundo o modelo Keynesiano, uma política fiscal expansionista tem, via efeito multi-
plicador, importante efeito sobre o produto, já que eleva a renda disponível das famílias e, conse-
qüentemente, do consumo agregado. Se considerarmos que esse corte de impostos (ou aumento 
de gastos) for financiado via endividamento público, e que essa dívida terá que ser paga no futuro 
com a cobrança de mais impostos, o resultado pode não ser válido. Isso porque as famílias, diante 
de sua restrição orçamentária intertemporal, poderão simplesmente economizar a renda adicional 
para pagamento futuro de impostos. Essa lógica pode ser entendida com base na Restrição Orça-
mentária Intertemporal do Governo, que impõe um limite aos Gastos do Governo no Longo 
Prazo.
A idéia por trás dessa lógica é conhecida como Equivalência Ricardiana e diz que as 
famílias irão economizar a renda adicional para pagar o aumento futuro deles. Isto é, sob certas 
circunstâncias, contrária ao modelo Keynesiano, que diz que um corte nos impostos eleva o com-
sumo por elevar a renda disponível. A solução algébrica deste modelo pode ser encontrado no 
Manual de Macroeconomia do Vasconcelos.
IMPOSTOS COMO FONTE DE RECEITA
Os impostos constituem-se na principal fonte de receita do governo. Alguns críticos 
di-zem que esta de arrecadação pode trazer alguns problemas. O principal crítico foi Arthur 
Laffer, criador da conhecida curva de Laffer que relaciona a receita tributária e a taxa de 
impostos, mostrando que a arrecadação cresce até determinado ponto máximo, a partir do qual 
maiores alí-quotas reduzem a receita tributária.
Análise Macroeconômica I Tópico 7
Taxa de Impostostmax
R
ec
ei
ta
 T
ri
b
u
tá
ri
a Dois motivos explicam este comportamento: A ) Aumento 
dos impostos reduzem o retorno de cada hora adicional de 
trabalho, podendo levar as pessoas a trabalhar menos, bus-
cando mais lazer. B ) Taxas de Impostos muito altas incen-
tivam a sonegação ou leva as pessoas a procurar atividades 
cuja tributação é menor. 
INFLAÇÃO COMO FONTE DE RECEITA
Quando a economia cresce ou há inflação, o público aumenta a demanda por encaixes 
reais. Assim, o governo pode obter receita emitindo moeda para satisfazer essa demanda. Os re-
cursos provenientes dessa emissão são denominados senhoriagem. Quando a emissão ou variação 
representa a simples recomposição, pelo público, da perda do valor real de seus encaixes provo-
cados pela inflação, a receita proveniente dessa emissão é denominada imposto inflacionário. 
Assim, quando o governo financia seu déficit com emissão, a quantidade de moeda adicional é 
absorvida pelo público. À medida que os preços sobem em conseqüência da maior quantidade de 
moeda na economia, o poder de compra do estoque existente de saldos nominais cai. Assim, a 
inflação decorrente da emissão de moeda atua como um imposto, pois representa a quantidade de 
moeda adicional que o indivíduo deve juntar a seus encaixes a cada período, a fim de manter o 
valor real de seus saldos correntes.

Continue navegando