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Metalogenese do Brasil: O Cráton São Francisco e as Faixas Dobradas do Neoproterozóico.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
 ENGENHARIA GEOLÓGICA
Metalogenese do Brasil: O Cráton São Francisco e as Faixas Dobradas do Neoproterozóico.
CRÁTON SÃO FRANCISCO
COMPARTIMENTO ORIENTAL:
Depósitos Do Rio Jacurici:
As reservas de cromita na região aparecem como uma espessa camada de cromito de até 8m em corpos máficos-ultramáficos. As reservas da região foram estimadas em cerca de 10,2 Mt de minério com teor superior a 30% Cr2O3, onde atualmente estão sendo exploradas pela Companhia de Mineração Vale do Jacurici, subsidiária da Companhia Ferro – Ligas da Bahia (Ferbasa).
Depósitos De Campo Formoso:
O Complexo de Campo Formoso, com cerca de 40 km de comprimento e 900 m de espessura, é intrusivo nas rochas granulíticas do Bloco Mairi, sendo cortado pelo granito Campo Formoso, datado em 2,0Ga e recoberto em discordância pelo Grupo Jacobina.
As duas unidades superiores, que correspondem a cumulados peridotíticos serpentinizados, apresentam sete camadas de cromititos maciços, disseminados e fitados, sendo que quatro dessas camadas mostram real importância econômica. Os grãos de cromita são euédricos, com diâmetro médio de 1 mm, e apresentam textura em rede e, eventualmente, textura de olivina oclusa. A cromita é rica em Cr2O3 (até 60%), apresenta teores baixos de MgO (5-14%), TiO2 (0,1-0,3%), Al2O3(9-15%), e possui altas razões Cr/Al (6,5) e Cr/Fe(3,0).
Depósito Au-U-Pi De Jacobina:
O Grupo Jacobina corresponde a uma espessa seqüência de metassedimentos clásticos verticalizados, a qual repousa sobre um embasamento granito-gnáissico do arqueano, e é intrudida por sills e diques de rochas máficas.
O urânio se apresenta na forma de uraninita e brannerita, já pirita está na forma de cristais idiomórficos ou de nódulos, com diâmetro de 1 a 3 mm, ao qual, pode constituir até 90% da matriz dos conglomerados. A origem do ouro é classificada como detrítica e, os minerais pesados acessórios mais comuns são, a turmalina, zircão, torita, monazita, magnetita e cromita. 
COMPARTIMENTO CENTRAL:
Depósitos Diamantíferos Da Chapada Diamantina
Os campos diamantíferos ocupam uma faixa de cerca de 300 km de comprimento de um extremo ao outro e divididem-se em cinco áreas diferentes; Lençóis-Andaraí-Mucugê, Santo Inácio, Piatã-Serra do Bastião, Chapada Velha e Morro do Chapéu. Os conglomerados diamantíferos do Mesoproterozóico ocorrem nas formações Tombador e Morro do Chapéu.
A presença de plugs e sills de metaultramáficas diamantíferas na região de Barra do Mendes, intrusivas no embasamento e na base do Grupo Chapada Diamantina, pode representar uma possível fonte para os diamantes da região. Um traço característico da Chapada Diamantina é a abundância de carbonado associado às gemas de diamante e, na região, os diamantes do tipo gema são pequenos e pesam, em geral, menos de um quilate. As maiores concentrações de diamante são encontradas em placeres aluviais ao longo dos rios Paraguaçu, Santo Antônio e São José, com reservas estimadas em mais de 1,5 M de quilates.
Distrito Uranífero De Lagoa Real:
Lagoa Real, o distrito uranífero mais importante do Brasil, com reservas totais avaliadas em 93.190 t U3O8, situada perto de Caetité (BA), a leste da Serra do Espinhaço; o embasamento arqueano granito-gnáissico, e migmatítico, é intrudido por vários corpos graníticos porfiríticos, conhecidos como granito São Timóteo. As mineralizações uraníferas que estão localizadas nos albititos lenticulares dos gnaisses do Complexo Lagoa Real e o granito São Timóteo, são afetadas por processos de cisalhamento regionais. 
A mineralização é composta essencialmente de uraninita na forma de cristais microcristalinos e microgranulares.
Província Au-Fe-Mn do Quadrilátero Ferrífero:
Depósitos minerais associados aos greenstone belts (GB) Antigos:
Esses depósitos encontram-se na zona limítrofe entre o Cráton do São Francisco e a Faixa Brasília, no sudoeste de Minas, no compartimento ocidental.
Depósito de Cromita de Pium-hi:
O GB Pium-hi é representado por um pacote de rochas vulcano-sedimentares com espessura vizinha de 3.000 m, profundamente afetado pela tectônica do Ciclo Brasiliano. A mineralização de cromita está associada à peridotitos serpentiníticos e tálcicos do Grupo Lavapés, onde há ainda restos de cumulados de olivina e piroxênio, sendo classificada como do tipo estratiforme. Os níveis de cromititos são muito deformados, cisalhados e boudinados devido à tectônica do Ciclo Brasiliano.
Depósito Ni-Cu-Co-Pt de O’Toole:
O Depósito O’Toole encontra-se nos terrenos granito-greenstone pertencente ao GB Morro do Ferro em uma das três faixas formadas pelo greenstone conhecida como Fortaleza de Minas na unidade Morro do Níquel. Este depósito é representado por uma sucessão de derrames komatiíticos maciços e diferenciados, com zonas basais cumuláticas e zonas superiores com textura spinifex, além de estruturas almofadadas e brechas de fluxo, intercaladas com sedimentos químicos e tufáceos, e cobertas por uma pilha de 200 m de metassedimentos e basaltos toleiíticos. O minério encontra-se na unidade komatítica, onde se apresenta brechado, disseminado, bandado e em stringer. A mineralização está relacionada a um único derrame de peridotito, com o minério maciço, na base, e o minério disseminado na parte superior. O minério encontra-se intensamente envolvido na tectônica transcorrente. As reservas foram estimadas em 6,6 Mt de minério com 2,2% Ni; 0,4% Cu; 0,05% Co e 1,2 ppm EGP + Au.
Depósitos minerais associados ao Greenstone Belt Rio das Velhas (GBRV):
Depósitos de ouro:
Os distritos auríferos relacionados ao Grupo Nova Lima, no leste e a sudeste de Belo Horizonte, contêm os mais famosos depósitos de ouro do Brasil, juntos totalizam cerca de 810 t de ouro. Os corpos mineralizados possuem uma forma alongada, mostram xistosidade de plano axial, e são associadas a zonas de cisalhamento que variam de dúctil a dúctil-rúptil, quilométricas, relacionadas à cavalgamentos, rampas oblíquas e falhas transcorrentes. Essas zonas de cisalhamento são acompanhadas por intensa alteração hidrotermal nas rochas máficas e ultramáficas.
A mineralização sulfetada ocorre preferencialmente por substituição ao longo dos BIFs tipo Algoma, os quais são caracterizados por um bandamento rico em magnetita e/ou siderita ou de um horizonte carbonatado que, embora geralmente maciço, às vezes é finamente bandado, denominado Lapa Seca e composto principalmente por siderita e ankerita com quartzo, albita, sericita e sulfetos. Geralmente essa mineralização sulfetada junto aos BIFs apresenta um núcleo central de sulfetos maciços envolvido por minério bandado espetacular.
A noroeste do QF os depósitos de ouro estão associados a rochas peraluminosas ou a tufos, anfibolitos, BIFs e quartzo-sericita xistos hidrotermalmente alterados ao longo de estruturas tectônicas.
Depósitos de manganês:
Na região sul do QF, varias ocorrências de manganês são associadas à seqüência vulcano-sedimentar do Grupo Barbacena, correlacionado ao Grupo Nova Lima do GBRV. É constituída, na sua porção inferior, por um espesso pacote de metavulcânicas máficas e ultramáficãs intercaladas com níveis de BIF e metachert, sobreposto por metapelitos grafitosos com intercalações de metachert, BIF e níveis manganesíferos . O conjunto encontra-se intensamente dobrado e metamorfizado na fácies xisto-verde alto a anfibolito, e é afetado por intrusões sintectônicas de dioritos e granodioritos.
Os níveis manganesíferos são de dois tipos: Gonditos, compostos essencialmente por quartzo e espessartita, mostrando, às vezes, um fino bandamento com laminações alternantes de espessartita e quartzo; e os Queluzitos, formados predominantemente por rodocrosita. Possuem geralmente um aspecto maciço, raramente bandado, com granulação fina a muito fina. O controle estratigráfico e litológico da mineralização, assim como a sua associação ao vulcanismo máfico e ultramáfico submarino, constituem fortes argumentos sobrea origem vulcanogênica exalativa da mineralização original.
Depósitos minerais associados ao Supergrupo Minas (SGM):
São depósitos minerais relacionados à tectônica dos Eventos Transamazônico e Brasiliano.
Depósitos Au-U-Pi da Fm. Moeda:
As principais ocorrências mineralizadas situam-se na base da Fm. Moeda que apresenta espessura de 50 a 100m, em meio aos conglomerados de caráter monomítico, oligomítico e polimítico, ao qual, são caracterizadas pela associação ouro-uraninita-pirita detríticos. Os minerais mais comuns na matriz dos conglomerados são: zircão, turmalina, monazita e rutilo. Grãos isolados de matéria orgânica são freqüentes, e podem representar até 3% da matriz dos conglomerados. O urano aparece na forma de uraninita detrítica, brannerita e coffinita secundárias com as concentrações variando entre 50 e 800 ppm.
O ouro ocorre disperso na matriz dos conglomerados e/ou associado às piritas porosas na forma de partículas inclusas nas piritas ou na borda delas. Contém cerca de 5% Cu, 12% Ag e 2% Hg. Os teores de ouro no conglomerado mineralizado são da ordem de 5 a 10 g/t. As concentrações maiores encontram-se na base, nos primeiros 30 cm acima do contato. Existe uma boa correlação entre a concentração de piritas detríticas e o teor em ouro, as quais podem constituir verdadeiros níveis de minerais pesados.
Depósitos de itabiritos da Fm. Cauê:
Os itabiritos relacionam-se a enormes depósitos de ferro do QF, e são geralmente preservados em posições sinformais e fortemente afetados pelos cavalgamentos e pelas zonas de cisalhamento associados ao Evento Transamazônico. Suas minas são responsáveis por uma produção da ordem de 200 Mt de minério, com um teor de 60 a 65% Fe.
Existem dois tipos de itabiritos que constituem o protominério de todas as jazidas do QF; o Itabirito comum ou silicoso e/ou Itabirito dolomítico, nos quais o teor de ferro varia de 20 a 50%. Nos dois tipos a hematita é predominante, e a magnetita aparece subordinadamente.
O minério rico é distinguido entre xistos e blue-dust e, estão fortemente condicionados à estruturação tectônica, em zonas de alta e de baixa deformação, e influenciada por fluidos metamórficos. 
Depósitos Fe-Mn de Miguel Congo:
A Mina Fe-Mn de Miguel Congo, localizada na parte Sudeste do QF situa-se perto da base da Fm. Cauê, acima de um nível de itabirito dolomítico e anfibolítico (actinolita-tremolita) bastante decomposto e de cor alaranjada, com espessura vizinha de 20-25 m, o qual ocorre ao longo de toda a Serra de Antônio Pereira, de Mariana até Timbopeba.
O horizonte Fe-Mn, concordante com a foliação principal, com espessura variável de 0,5 a 20 m (3 m em média), encontra-se tectonicamente repetido por falhas em duas e até seis camadas distintas intercaladas com itabiritos manganesíferos ou não, friáveis a semicompactos. O minério de ferro-manganês é constituído essencialmente por psilomelana e pirolusita associadas à nsutita, ramsdelita, rancieita, manganita, braunita e espessartita.
O minério possui geralmente uma soma Fe + Mn em torno de 55%, e uma razão Fe/Mn vizinha de 1,3%, o teor médio de Mn ficando da ordem de 24%. Trata-se de um minério laterítico originado do intemperismo supergênico, camada enriquecida em Mn é conhecida regionalmente nessa borda oriental do QF, em Conta História, Alegria e Timbopeba.
Depósito Au de Passagem de Mariana:
A Mina de Passagem situa-se na zona de contato entre os xistos do Grupo Nova Lima e os itabiritos do SGM, a qual é caracterizada como uma zona de cisalhamento. As rochas encaixantes dos corpos mineralizados pertencem a diversas formações tectonicamente imbricadas, grupo Nova Lima, Fm Moeda, Fm. Batatal e Fm. Cauê.
O ouro é associado à arsenopirita e ocorre nas fraturas desse mineral que é mais abundante no minério rico em turmalina. Pode também aparecer, em pequenas proporções, na pirita, na pirrotita, na calcopirita e na ganga quartzosa. Turmalinitos ocorrem geralmente nas bordas dos veios de quartzo e são alongados subparalelamente ao bandamento e à xistosidade das rochas encaixantes. A alteração hidrotermal que acompanha a mineralização é caracterizada pela formação inicial de clorita e sericita, e pelo desenvolvimento em um estágio mais avançado de carbonatos (ankerita), turmalina, quartzo e sulfetos. Alguns autores consideram que o principal evento tectônico na área é o Brasiliano e outros o associam ao Evento Transamazônico.
Depósito Au de Antônio Pereira:
O Depósito de Antônio Pereira, localizado no flanco nordeste do anticlinal de Mariana, corresponde a uma área de 6 km x 1 km. Encontra-se encaixado em dolomitos da Fm. Gandarela, intercalados com itabiritos Fm. Cauê. As rochas encaixantes apresentam extrema friabilidade, alta porosidade e baixa densidade devido à alteração supergênica que colocou uma trama de óxidos e hidróxidos de Fe +/- Mn misturados com caulinita.
Na porção leste da área pode-se observar nos dolomitos da Fm. Gandarela, o sistema de veios mineralizados, parcialmente ou totalmente alterados numa massa friável argilo-arenosa, de coloração vermelho-escura a amarela, que constitui o minério “Bugre”. O “Bugre” Contém os maiores teores de ouro (de 3 a 10 g/t) e altos teores de arsênio. As partículas de ouro mostram formas que vão de globulares a irregulares, com diâmetros médios de 200ᶬm, nas massas de goethita e limonita, além de Hg (1,2%) e de Ag. Hg é presença constante na liga com o ouro, cujo teor médio vai de 2,6% até 5,7%, junto com Ag (1%).O ambiente tectônico e as características mineralógicas da mineralização primária do Depósito de Antônio Pereira são muito semelhantes às feições observadas no Depósito de Passagem de Mariana.
Depósitos de topázio:
Os famosos depósitos de topázio Imperial da região de Ouro Preto, com a sua cor alaranjada típica, são associados a diversas litologias pertencentes a diferentes formações do SGM. Entretanto, verifica-se uma concentração dos depósitos nas formações dos grupos Piracicaba e Itabira, no sinclinal de Dom Bosco.
O topázio é encontrado em rochas ou em depósitos de aluviões e suas jazidas ocorrem no topo de uma magnetita-sericita xisto da Fm. Cercadinho, onde podem ser observados microprismas de topázio orientados paralelamente à xistosidade. Ele está presente em veios concordantes e discordantes de caulinita que corta uma massa argilosa marrom-escura impregnada de óxido de ferro e manganês além de bolsões e geodos com cristais de vários tipos de quartzos, hematitas e muscovita.
Depósitos Au das minas de Cauê:
Os depósitos de ouro das minas de Cauê, estão relacionados aos eventos Brasiliano e a influencia da Faixa Araçuaí, mas apresentam muitas semelhanças as jazidas do QF. Esses depósitos estão associados aos itabiritos tipo Lago Superiores da Fm. Cauê (G. Itabira) do SGM. O minério se apresenta sob a denominação Jacutinga. Os corpos auríferos estão na forma de bandas e sub-bandas de goethita, magnetita, quartzo, caulim e hematita. Os minerais acessórios são: talco, caulim, especularita, turmalina, ilmenita, magnetita, epidoto, muscovita, zirconita, monazita, rutilo, barita, stibinita, ligas Sb-Sn e arsenopirita. O ouro ocorre mais freqüentemente associado às bandas com hematita e goethita e, subordinadamente, com quartzo, magnetita e especularita, com teores muito variáveis, encontradas em volta de buchos extremamente ricos. Os fluidos mineralizantes são ácidos, oxidantes e ricos em cloro, apresentando temperaturas elevadas, e o transporte do ouro foi efetuado por cloretos complexos.
FAIXA BRASÍLIA E O MACIÇO DE GOIÁS:
Depósitos minerais do Greenstone Belt Crixás:
A Faixa Crixás consiste, até o presente momento, na área mais importante do ponto de vista econômico, haja vista nela se concentrar a exploração do ouro, em grande escala, feita pela Mineração Serra Grande S.A. que produziu, em 1998, cerca de 4,5 t Au.
 Os principais depósitos de ouro do GB Crixás são conhecidos sob as denominações de Mina III, Mina Nova, Meia Pataca/Pompex e Mina Inglesa.
Depósitos mineraisassociados aos complexos máfico-ultramáficos (CMUs) de Barro Alto (BA), Niquelândia (NQ), Cana Brava (CB).
O cinturão granulítico de Goiás representado por três CMUs, ao qual, são constituídos por duas sequências magmáticas, diferenciadas e individualizadas em Niquelândia, com uma seqüência magmática datada em aproximadamente 2,0Ga, e a outra seqüência datada em 1,3Ga. 
Os três complexos foram intensamente tectonizados e afetados por metamorfismo progressivo, variando de granulito a anfibolito. Uma feição tectônica importante apresenta zonas de cisalhamento dúcteis verticalizadas vizinhas de NS acompanhadas por processos de milonitização e do desenvolvimento de foliação milonítica. A oeste, essas zonas de cisalhamento colocam em contato a Seqüência Magmática Superior com as seqüências vulcano-sedimentares de Juscelândia, Indaianópolis e Palmeirópolis, respectivamente.
Depósitos de níquel laterítico de Niquelândia e Barro Alto:
Os depósitos de níquel laterítico de Niquelândia e Barro Alto possuem reservas da ordem de 60 Mt de minério com 1,45% Ni, e de 72,39 Mt de minério com 1,67% Ni. Atualmente, só o depósito de Niquelândia se encontra intensamente explorado pelas companhias Níquel Tocantins e Codemin.
Depósito de Amianto de Cana Brava:
A jazida de amianto do Complexo Máfico-Ultramáfico de Cana Brava, onde se encontra localizada perto da cidade de Minaçu, apresenta mineralização do tipo Stockwork. Esse depósito está associado aos serpentinitos da Zona Ultramáfica da Seqüência Magmática Inferior, na sua extremidade sudeste. A faixa mineralizada, com extensão de cerca de 6.300 m, mostra uma geometria grosseiramente tabular, com aproximadamente 1.500 m na direção E-W e 4.800 m na direção N-S. 
A foliação principal é milonítica e os minerais acessórios são, magnetita, hematita, clorita, carbonato e talco.
Depósitos de EGP de Niquelândia e Cana Brava:
As maiores concentrações dos EGPs, Ni e S nesses depósitos estão indicadas na zona de transição entre o topo da zona ultramáfica inferior e a base da zona máfica superior; os EGPs são encontrados na forma de sulfetos. A zona ultramáfica inferior é representada principalmente por dunito e piroxênio, e os cromitos contêm MGP ocorrem como inclusões na forma de sulfetos e ligas.
 
Depósitos Minerais associados ao Grupo Vazante:
O Grupo Vazante, localizado na porção noroeste de Minas Gerais, ocupa uma faixa alongada N-S, com mais ou menos 250 km de comprimento e consiste em uma espessa seqüência argilo-dolomítica, dividida, da base para o topo, em sete formações; Santo Antonio do Bonito, Rocinha, Lagamar, Serra do Garrote, Serra do Poço Verde, Morro do Calcário e Lapa. 
Deposito de fosfato de Rocinha e Lagamar:
Os depósitos de fosfato de Rocinha e de Lagamar situados no noroeste do Estado de Minas Gerais estão inseridos na porção basal do Grupo Vazante.
A origem dos fosfatos é relacionada à evolução da matéria orgânica em condições físico-químicas transicionais entre um ambiente redutor e um ambiente oxidante, em condições de águas frias relativamente profundas, representando provavelmente um sistema deposicional gracimarinho.
Os fosforitos, que são associados a ardósias carbonosas e carbonáticas de cor cinza-escuro intensamente microdobradas, ocorrem na forma de fosfarenitos, fosforuditos e fosfolutitos.
 As reservas do Depósito Lagamar são da ordem de 5 Mt, com 30 a 35% P2O5, enquanto as do depósito de Rocinha atingem a 415 Mt, com 10 a 15% P2O5.
Depósito Pb-Zn de Morro Agudo:
O Depósito Pb-Zn de Morro Agudo, hospedado nos dolomitos do Grupo Vazante , situa-se no flanco oeste do biohermaestromatolítico do Morro do Calcário, foi originado pela expulsão progressiva dos fluidos conatos a partir da seqüência sedimentar bacinal em direção aos altos fundos representados pelos biohermasestromatolíticos sob o efeito de compressão provocada pelo soerguimento da Faixa Brasília.
A mineralização, essencialmente disseminada, encontra-se associada à fácies de brechas, brechas dolareníticas e dolarenitos, controladas por uma falha normal sinsedimentar orientada N10W, a qual é preenchida na sua porção superior por um pequeno filão de galena, esfalerita e barita.
 Ente os anos de 1998 e 1999, foi produzido em torno de 600 mil t de minério sulfetado com 6,00% Pb+Zn. 
Depósito Zn de Vazante:
Perto da cidade de Vazante, o maior depósito de zinco do Brasil, é associado a uma estrutura tectônica maior (± 12 km de comprimento), representada por uma zona de falha orientada N45E.
A mineralização é acompanhada por intensa silicificação e sideritização dos dolomitos encaixantes que mostram fraturas preenchidas por veios e vênulas de siderita/ ankerita e jaspe vermelho. O zinco aparece como willemita e calamina. Esse depósito evidencia um modelo do tipo Vazante, onde a mineralização hidrotermal original resultou do preenchimento de uma falha normal pelos fluidos conatos expulsos da pilha sedimentar bacinal, sob o efeito do início da compressão brasiliana em direção aos altos fundos paleogeográficos, e foi submetida a processos de cisalhamento transcorrente durante o ápice da tectônica de inversão, a qual sucedeu a fase de alívio das tensões com o jogo normal da zona de falha.
FAIXA PARAGUAI
A Faixa Paraguai, desenvolvida durante o Vendiano (650-550Ma), apresenta uma zonação sedimentar e tectônica bem evidenciada, De oeste para leste, distinguem-se em; Zona cratônica, subhorizontalizada; Zona pericratônica, Zona bacinal profunda, metamórfica.
Regionalmente, a estratigrafia da Faixa Paraguai é dividida da base para o topo em três unidades, Formação Puga, de origem glacial, com deposição de turbiditos glacimarinhos proximais e sedimentação de turbiditos distais e pelitos bacinais; Grupo Corumbá, essencialmente carbonático com calcários
e dolomitos e Grupo Alto Paraguai, composto predominantemente de arenitos e arcósios.
Distrito Fe-Mn de Urucum
O Gráben de Corumbá situa-se na junção da Faixa Paraguai com o aulacógeno Chiquitos-Tucavaca. O distrito apresenta rochas conglomeráticas, arcosianas ricas em hematita e jaspilitos com horizontes de manganês intercalados.Os conglomerados e arcósios da Fm. Urucum representam sedimentos de piemonte ao longo das escarpas de falhas que limitam o gráben. Essa seqüência de jaspilitos encontra-se intercalada por inúmeros horizontes de diamictitos e arcósios com estruturas gradacionais, intensamente transformados e substituídos.
Os jaspilitos puros, situam-se na porção superior de seqüências rítmicas que mostram, da base para o topo, jaspilitos puros finamente laminados, os quais apresentam uma fácies ocelar devida aos numerosos pequenos nódulos rosados de sílica, colorida por uma poeira de hematita.
As camadas de manganês, formadas essencialmente por criptomelana e, localmente, por braunita, apresentam-se na forma laminada, como no Morro do Urucum. Os depósitos Fe-Mn de Urucum assemelham-se, por suas características e idade, aos depósitos do tipo Rapitan. 
FAIXA RIBEIRA
Depósitos de uorita:
No Vale do Ribeira, os depósitos strata-bound de uorita(Ronchi et al. 1993):
Volta Grande, Sete Barras e Mato Dentro ocorrem na mesma região em que se localizam os depósitos de Braz, associado a fraturas, Mato Preto e Barra do Itapirapuã, relacionados a carbonatitos.
A geologia da região é caracterizada pela presença das seqüências metassedimentares Água Clara/Votuverava, constituídas por intercalações de xistos e de mármores calcíticos e dolomíticos, intrudidos por granitos sintectônicos. A
região é afetada por zonas de cisalhamento transcorrente regionais denominadas Lineamento Morro Agudo,Lineamento Lancinha, Lineamento Ribeira e Falha Cerro Azul.
É possível identificar quatro gerações de uorita; uorita preta e roxo-escura, maciça e disseminada; uorita roxa; uorita microcristalina incolor; uorita remo-bilizada tardia maciça, com cores branca, roxo-azulada e amarelo-incolor.
O principal minério é constituído por uorita incolor, micro a macro cristalina, a qual
substitui a calcita dos carbonatitos.Os espectros de terras raras mostram que a primeira geração de uorita roxa é muito enriquecida em relação às outras, as quais tendem a apresentar espectros achatados, semelhantes aos encontrados nos depósitos strata-bound da região. Esse enriquecimento em terras raras leves deve-se, provavelmente, a inclusões de diminutos minerais de terras raras.

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