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RESUMO: EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA DO RIO GRANDE DO SUL NO PRÉ-CAMBRIANO.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL
CENTRO DE ENGENHARIAS – CENG
ENGENHARIA GEOLÓGICA
RESUMO: EVOLUÇÃO GEOTECTÔNICA DO RIO GRANDE DO SUL NO PRÉ-CAMBRIANO.[2: ]
A evolução do Escudo Sul Rio Grandense ocorreu através dos processos de geração e deformação da crosta continental, devido principalmente a dois ciclos orogênicos, o Transamazônico (2260 – 2000 Ma) e o Brasiliano (900 – 535 Ma); no qual, o Ciclo Transamazônico é considerado o conjunto de eventos mais importante no acréscimo de volume à crosta continental no estado. Essas associações de rochas colidiram sequencialmente e contribuíram para o crescimento da porção sul do continente sul-americano. A evolução pré-cambriana no estado é integrada a correlações de placas tectônicas do Neoproterozóico. 
As rochas Paleoproterozóicas no estado são fragmentos expostos do Cráton Rio de La Plata e estão restritas a porção sudoeste e oeste do estado, no Terreno Taquarembó, Terreno Tijucas e no Batólito Pelotas.
No Terreno Taquarembó, as rochas estão expostas no Complexo Granulítico Santa Maria Chico (CGSMC), no extremo oeste do escudo, com foliação de alto grau variando de EW para NW na porção leste do complexo. Apresentam intenso retrometamorfismo de contato ocorrido no Neoproterozóico devido à intrusão de grande volume de magmas graníticos. O Terreno Tijucas compreende o Complexo Encantadas, onde os fragmentos aparecem em dois locais, no núcleo do Terreno Tijucas, por ação de nappes e ao sul de Lavras do Sul com os Gnaisses Imbicuí. Já o Batólito Pelotas, compreende os ortognaisses do Complexo Arroio dos Ratos e os paragnaisses do Complexo Várzea do Capivarita. 
As unidades Neoproterozóicas estão localizadas no Cinturão Dom Feliciano, no domínio oeste, Terreno São Gabriel – Complexo Cambaí; no domínio central, Terreno Tijucas – Complexo Metamórfico Porongos e Complexo Encantadas; e no domínio leste, no Batólito Pelotas. Estas unidades foram afetadas pelo menos por oito eventos deformacionais relacionados aos Ciclos Transamazônico e Brasiliano. Nas unidades do Transamazônico são registrados duas fases de deformação regional no embasamento: a primeira fase, relacionada ao Paleoproterizóico, é responsável pela geração do bandamento de segregação metamórfica presente nos gnaisses do Terreno Taquarembó, Tijucas e Batólito Pelotas; já a segunda fase, relacionada ao início do Brasiliano, é reconhecida como os xenólitos no interior dos gnaisses do Terreno São Gabriel. 
O Cinturão Dom Feliciano (CDF) é conseqüência do Ciclo Brasiliano, e a sua evolução ocorreu entre 900-540 Ma através de três orogenias: (1) evento passarinho, o mais antigo do sul do Brasil; (2) Orogênese São Gabriel; (3) Orogênese Dom Feliciano. Foi durante esse período que ocorreu o fechamento do Oceano Charrua, a possibilidade de existência do Oceano Adamastor e a geração de arcos como o Passinho e São Gabriel.
O escudo tem três domínios geofísicos reconhecidos; Anomalia Magnética Caçapava do Sul (AMCS), que marca o limite entre os Terrenos São Gabriel e Tijucas; Anomalia Magnética Porto Alegre (AMPA), representa uma feição intracontinental de grande escala e a Anomalia Gravimétrica São Gabriel (AGSG).
O Terreno São Gabriel encontra-se acima do Terreno Taquarembó e a divisão desses dois terrenos se dá por meio da Zona de Cisalhamento Ibaré (ZCI). É um prisma acrescionário associado a ambientes de margem passiva e de retro-arco, assim como os de arcos magmáticos vulcano-sedimentares e plutônicos, oriundos da Orogênese São Gabriel. O terreno é composto por rochas plutônicas juvenis como cálcico-alcalinas baixo a médio-K de arco (Complexo Cambaí), truncadas por vários plútons, corpos tabulares e veios de composição variada e também rochas meta-vulcânicas máficas e meta-sedimentares associadas (Complexo Palma/Bossoroca). O Complexo Bossoroca representa a parte vulcânica principal desse arco. Entre 760 – 680 Ma, o Terreno São Gabriel passou por duas fases deformacionais que geraram dobramentos coaxiais associados por uma expressiva lineação de estiramento. A última fase de deformação é caracterizada localmente por falhas de empurrão semi-rúpteis com vergência para SE, no qual, reativaram zonas de cisalhamentos.
O Terreno Tijucas apresenta uma associação de rochas meta-sedimentares e metavulcânicas de fácies Xisto Verde a Anfibolito e também, exposições do embasamento paleoproterozóico. Esse terreno apresenta estreitos grabens delimitados por sedimentos siliciclásticos da Bacia do Camaquã ou truncados por rochas gnáissicas Brasilianas, dividindo-o em porções leste e oeste. Os metassedimentos do Complexo Porongos recobrem os ortognaisses do Complexo Encantadas e indicam que as fontes dos sedimentos da porção oeste deste Complexo são as unidades do embasamento arqueano e ou Paleoproterozóico e a porção leste pode ter área fonte mais jovem, em parte Neoproterozóica. Os dados isotópicos revelam que o embasamento pré-Brasiliano foi retrabalhado, sugerindo que a deposição ocorreu em crosta continental distendida ou em um arco magmático continental com retrabalhamento da crosta continental Paleoproterozóica. Este terreno é limitado a leste pela Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu (ZCDC) de direção NE-SW e movimentação sinistral, colocando-o em contato com o Batólito Pelotas. 
O Batólito Pelotas é caracterizado por um complexo granítico e sete suítes intrusivas geradas durante retrabalhamento crustal neoproterozóico dos gnaisses do embasamento paleoproterozóico. A presença dos isotópicos antigos da litosfera continental sob o Batólito implica em ambiente asiálico para a Orogênese Dom Feliciano (650-590 Ma). O Terreno Tijucas e o Batólito Pelotas possuem embasamento de características similares - Complexo Encantadas, e fazem parte do mesmo Cráton La Plata. Destacam-se três eventos tectônicos que ocorreram no Batólito e seu padrão deformacional: (1) é o evento mais antigo (750 Ma), reconhecido em xenólitos de ortognaisses contidos nos granitóides de Complexo Pinheiro Machado; (2) evento mais longo e mais jovem (650-610 Ma), associado às zonas de cisalhamento dúcteis que formam as estruturas de empurrão obliquo e responsável pela colocação das suítes graníticas mais antigas do Batólito; (3) evento tardio (550-530 Ma), também associado as zonas de cisalhamento de alto ângulo em regime dúctil-rúptil a rúptil. 
Como o Batólito possui uma porção muito pequena de rochas neoproterozóicas juvenis, Bitencourt & Nardi (2000); Hartmann et al (1999, 2000) e Philipp et al (2005), questionam sua posição como arco magmático durante o Ciclo Brasiliano. Já o Fernando et al (1955) e Chemale Jr (2000), defendem a idéia atribuída ao Batólito como um ambiente de arco magmático, onde foi origem de um grande volume de magma entre 650 e 590 Ma. A evolução estrutural determinada para esta região é compatível com um modelo tectônico transpessivo relacionado à convergência oblíqua de placas tectônicas.
O primeiro grande cinturão de montanhas que se tem registro no Rio Grande do Sul ocorreu durante o Paleoproterozóico entre 2260 Ma a 2000 Ma. Após um período de calma tectônica, o estado foi novamente cenário de altas montanhas no Neoproterozóico, onde grandes zonas de cisalhamento cortaram o estado. A segunda e definitiva cratonização, foi completada em 540 Ma, composta pelo Cráton La Plata, Cráton Kalahari, o Terreno São Gabriel e Tijucas, Batólito Pelotas, Bacia do Camaquã e a Zona de Cisalhamento Dorçal Canguçu. 
Depois dessa segunda cratonização, a tectônica intraplaca do Supercontinente Gondwana entra no lugar da tectônica orogênica, e assim, começa outro ciclo, com geração da Bacia do Paraná, soerguimento da crosta ao longo do arco Rio Grande e rompimento crustal ao longo de grandes zonas de falhas; e os terrenos pré-cambrianos no estado são rompidos no Mesozóico quando a porção leste migra junto com a placa africana.

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