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A nova Lei da Migração

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A nova Lei da Migração, sancionada pelo presidente da República Michel Temer e publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (25), considera imigrantes e visitantes do País como cidadãos dotados de garantias, direitos e deveres.
A nova legislação representa uma mudança de paradigma no que diz respeito ao tratamento de cidadãos de outros países. O Estatuto do Estrangeiro foi elaborado sob a perspectiva de segurança nacional e via o imigrante como potencial ameaça aos interesses do País. Já a nova lei o enxerga sob a ótica dos direitos humanos.
Confira as principais mudanças e avanços que a nova lei traz:
Proteção aos apátridas - Nenhuma outra norma anterior à Lei de Migração tratava da proteção aos apátridas, asilados e brasileiros no exterior, apenas tratados internacionais. A nova Lei organiza a cooperação jurídica entre países para essa finalidade.
Acolhida humanitária- A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde e menores desacompanhados.
Regularização documental- Migrantes com documentação inexistente ou irregular poderão regularizar a situação dentro do Brasil. O Estatuto do Estrangeiro determinava que o estrangeiro tinha de sair do Brasil e aguardar emissão de visto no país de origem, o que podia ou não acontecer.
Manifestação política- O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e sindicatos.
Trabalhadores marítimos- Além do respeito aos Direitos Humanos, a Lei de Migração deve ter impactos positivos sobre a economia do turismo no Brasil. O Estatuto do Estrangeiro determinava que tripulantes internacionais que trabalham nos navios precisavam pagar taxas consulares ao Ministério do Trabalho. A nova lei acaba com essa exigência, o que reduz custos, simplifica a operação dos cruzeiros. A medida deve, assim, atrair mais cruzeiros e gerar emprego e renda.
Os tripulantes internacionais que trabalham nos navios que circulam pelo Brasil não precisarão mais de vistos para exercer a atividade no País. O fim da exigência é uma das novidades trazidas pela Lei de Migração.
A novidade, que virá com a regulamentação da lei, vai representar redução de até R$ 500 mil no custo de cada navio. A regulamentação deve ocorrer nos próximos seis meses e passará pelos ministérios das Relações Exteriores, Justiça e do Trabalho.
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, afirmou que a medida traz benefícios ao País. “Essa lei permitirá a desburocratização do setor, atrair mais cruzeiros para o nosso país e gerar, consequentemente, mais emprego e renda no Brasil”, afirmou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que há um milhão de imigrantes residindo no País. A Lei da Migração foi concebida com base na premissa de que imigrantes podem contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do País, permitindo que os imigrantes obtenham emprego e possam trabalhar na economia formal.
Entre 2010 e 2015, o número de trabalhadores imigrantes no mercado de trabalho formal brasileiro aumentou 131%. De acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), esse número passou de 54.333 para 125.535 trabalhadores em 31 de dezembro de 2015. Apesar do crescimento, os imigrantes correspondem a menos de 0,5% da força de trabalho no Brasil.
Segundo o estudo, ao contrário do que ocorreu nos países do Hemisfério Norte, onde a crise econômica afetou primeiramente os imigrantes, no Brasil, até os nove primeiros meses de 2015, com o País já vivendo uma crise econômica, o número de admissões de imigrantes no mercado de trabalho formal superou o de demissões. Em 2015, o número de admitidos alcançou 54.086 e o de demitidos, 48.039.
As Regiões Sudeste e Sul são as que mais absorvem trabalhadores imigrantes. Em 2010, São Paulo empregava 48,5% dos imigrantes, sendo que a capital paulista, naquela ocasião, registrava 28,7% do total de trabalhadores migrantes do País, percentual superior ao do segundo estado, que era o Rio de Janeiro (15,8%).
A capital fluminense concentrava 11,4% da mão de obra estrangeira. Esses dois estados e mais Minas Gerais reuniram 70% dos trabalhadores estrangeiros no País, colocando o Sudeste em primeiro lugar. Em seguida, aparecia a Região Sul com aproximadamente 17%.
O relatório mostra também que, desde outubro de 2015 até junho de 2016, a movimentação dos trabalhadores imigrantes no mercado formal teve balanço negativo, com o número de demissões superando as admissões.
Esse saldo sinaliza que, pela primeira vez na presente década, desde o início da crise econômica, os imigrantes passaram a sofrer com o desemprego. No primeiro semestre de 2016, foram admitidos 19.734 imigrantes e demitidos 24.965.
Haitianos 
Nos primeiros anos da década de 2010, o maior incremento dos trabalhadores imigrantes ficou por conta dos haitianos. Eles passaram de 815 imigrantes em 2011 no mercado de trabalho formal para 33.154 em 2015. Segundo o estudo, constata-se que já em 2013 os portugueses, até então maioria, foram superados pelos haitianos, que em 2015 representavam 26,4% da força de trabalho imigrante no Brasil.
Segundo o estudo, ao contrário do que ocorreu nos países do Hemisfério Norte, onde a crise econômica afetou primeiramente os imigrantes, no Brasil, até os nove primeiros meses de 2015, com o País já vivendo uma crise econômica, o número de admissões de imigrantes no mercado de trabalho formal superou o de demissões. Em 2015, o número de admitidos alcançou 54.086 e o de demitidos, 48.039.

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