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AGLOMERANTES Definição: São minerais que, ao serem misturados com água, formam pasta que endurece por processos físico-químicos, fazendo aderir entre si os componentes das argamassas e dos concretos. Aglomerantes aéreos: são os que só fazem pega e endurecem ao ar. Exemplo: cal aérea, gesso, cimento magnesiano e argila. Aglomerantes hidráulicos: são os que fazem pega e endurecem mesmo embaixo de água. Exemplo: cimento Portland, cimento metalúrgico e aluminoso, cal hidráulica, pozolanas, cimentos naturais e aglomerantes mistos. Pega: marca o início da solidificação, perde a trabalhabilidade. Enrijecimento = perda de trabalhabilidade. Endurecimento: fenômeno físico que não implica em mudanças de estado, mas em ganho de resistência mecânica. Rendimento de um aglomerante: é o volume da pasta obtida com uma unidade de volume do aglomerante. AGLOMERANTES AÉREOS GESSO Obtido pela desidratação do mineral gipsita que é um dihidratado de cálcio (CaSO4 . 2H2O) CaSO4 . 2 H2O – (gipsita) \/ 130-180ºC CaSO4 . ½ H2O – (gesso hemi-hidratado) \/ 200-350ºC CaSO4 – (gesso anidro) \/ ~ 1000ºC CaO – (cal viva ou “gesso morto”) \/ > 1000ºC CaCO3 – (“gesso anidrido”) • Gesso hemi-hidratado: - Apodera-se facilmente da água formando gesso dihidratado; - É o mais usado na construção, em estuque, massa de vidraceiro, moldes, ou misturado com gesso anidro para molduras, forros-falsos, florões; - Pega: inicia em 2-5min e finaliza em 15-30min. • Gesso anidro: - Maior resistência mecânica; - Maior resistência à umidade atmosférica; - Mais usado em pedras artificiais: reboco,... - Pega: cerca de 24h • Gesso crê (CaCO3): - Efetivamente não é gesso; - Usado em pintura e massa de vidraceiro. • Giz de escola (CaSO4 + CaCO3) Fatores que alteram o tempo de pega no gesso: - Menos água diminuo o tempo de pega; - Água mais quente diminui o tempo de pega; - Gesso amis fino faz a pega mais rápida do que o grosso; - Gesso mais puro tem pega mais rápido; - Sal de cozinha acelera a pega; - Gesso anidro retarda a pega do gesso. Quantos maior o tempo de pega, maior será a resistência mecânica, porque se formam cristais maiores e mais entrelaçados. A adição de sulfato ou carbonato de potássio ao gesso aumenta a resistência e o endurecimento. • Outras propriedades: - Má aderência à pedra e à madeira - Oxida o ferro; - Peso específico: 850kg/m³(em pó) e 1600kg/m³(endurecido). CAL AÉREA Calcinação: decomposição térmica dos calcários/dolomitos/conchas calcárias: CaCO3 + calor >> CaO + CO2 CaCO3.MgCO3 + calor >> CaO . MgO + 2CO2 Hidratação da cal: cal viva reage com a água gerando a cal extinta ou apagada + calor: CaO + H2O >> Ca(OH)2 + calor Carbonatação: a cal apagada endurece com o gás carbônico do ar, voltando ao seu estado original: Ca(OH)2 + CO2 >> CaCO3 + H2O CLASSIFICAÇÃO • Quanto às relações CaO-MgO: - Cal cálcica: alto teor de óxido de cálcio. - Cal dolomítica: mesma quantidade de óxido de cálcio que de magnésio. - Cal magnesiana: produto com teor de óxido de magnésio intermediário entre a cal cálcica e a cal dolomítica. • Quanto ao teor de CaO: - Cal gorda, ou branca, ou rápida: tem mais de 90% de CaO. O rendimento é alto. - Cal magra, ou cinzenta, ou dolomítica, ou magnesiana, ou lenta: com menos de 90% de CaO, podendo conter impurezas (areia, argila, clínquer e magnésia). A magnésia(MgO) pode chegar a 50% do volume. O redimento é baixo. Cal com muito magnésio prejudica o reboco, gerando furos com pontos brancos) Empolamento da Cal Viva: aumento de volume, com o aparecimento de temperatura e tensões internas elevadas, o que leva a cal a desagregar e esfarinhar. Não usar cal viva (CaO) para argamassas, deve se extinguir a cal completamente antes do uso. Calor de hidratação da Cal Viva: Em ambiente fechados pode chegar a 300ºC, na cal magra, e 400ºC na cal gorda. Nas obras ao ar livre de 100ºC a 150ºC. Metodologia de Extinção da Cal Viva: - Cal rápida ou gorda: colocar cal na água; - Cal média: colocar água na cal; - Cal lenta, ou magra: colocar água na cal. CIMENTO MAGNESIANO (Sorel) Usado para fabricação de tijolo refratário. AGLOMERANTES HIDRÁULICOS • Clínquer: mistura simples de calcário calcítico(cal) e argila. - Até 700ºC: evapora a água de capilaridade e depois a de constituição da argila. - De 700ºC a 1250ºC: reações químicas, formam os silicatos e aluminatos, embora a maior parte da mistura ainda não estão combinadas. - Acima de 1250ºC: fusão dos componentes, toda cal virgem e óxido de ferro se fundem, juntamente com silicatos e aluminatos já formados. - Resfriamento: os componentes ricos em cálcio cristalizam em pedrinhas chamadas clínqueres, com tamanhos entre ervilhas e nozes. Índice de Hidraulicidade: relação entre argila pura e a cal pura. Módulo de Hidraulicidade: é o inverso do Índice de Hidraulicidade. POZOLANAS Substâncias constituídas principalmente por sílica, argila e peróxido de ferro (60 a 90%). - Naturais: rochas vulcânicas meteorizadas. - Artificiais: argilas submetidas a altas temperaturas sem acontecer a fusão. - Subprodutos industriais: cinzas volantes, cinza de casca de arroz, etc. • Propriedades: - Maior trabalhabilidade e plasticidade; - Menor calor de hidratação; - Maior estabilidade volumétrica; - Maior impermeabilidade; - Maior resistência aos ataques químicos - Permiti o trabalho submarino; - Resistência à compressão maior que cimentos comuns depois dos 3 meses de cura. - Resistência à tração maior que cimentos comuns depois de 7 dias de cura. As pozolanas não são aglutinantes, mas dão essa propriedade à cal apagada – Ca(OH)2, chamanos esta propriedade de “Hidraulicidade latente”. CAL HIDRÁULICA É considerada como hidráulica para um índice de hidraulicidade i > que 0,1. Produto intermediário entre a cal virgem e o cimento Portland. - Cal hidráulica natural: a partir do calcário natural argiloso. - Cal hidráulica artificial: fabricada por mistura de argila e cal. A sílica reativa (pozolana) faz com que os silicatos de cálcio hidratados, formados pela reação entre a cal e a pozolana, fiquem estáveis em água. CIMENTO PORTLAND Cimento Portland: aglomerante hidráulico produzido pela moagem do clínquer, que consiste essencialmente de silicatos e aluminatos de cálcio hidráulicos, com uma pequena porcentagem de sulfato de cálcio(gesso). • Clínquer: ligante hidráulico muito resistente, pois em forma de pó e água, torna-se primeiramente pastoso e, em seguida, endurece, adquirindo elevada resistência e durabilidade, essa é sua propriedade mais importante. • Adições: - Gesso: de 2 a 3% tem como função básica controlar o tempo de pega. - Escórias de alto-forno: resfriadas ao ambiente se torna agregado e se resfriado de forma brusca se torna aglomerante. Função: maior durabilidade e resistência. - Materiais pozolânicos: impermeabilidade, trabalhabilidade, resistência química e resistência final maior. - Materiais carbonáticos: rochas moídas (calcário ou mármore), maior trabalhabilidade, com até 3% aumenta também a resistência. Quando presente no cimento são conhecidos como fíler calcário. • Mais consumidos: cimento Portland comum, composto, de alto-forno e pozolânico. • Menos consumidos: cimento Portland de alta resistência inicial(ARI), resistente aos sulfatos (RS), branco, baixo calor de hidratação(BC) e cimento para poços petrolíferos. CP I – cimento Portland comum (S= com adição) CP II – cimentos Portland composto (E=escória, Z=pozolana, F=fíler) CP III – cimento Portland de alto-forno (resistência aos sulfatos) CP IV – cimento Portland pozolânico, cinzas volantes até 50% (resistência aos sulfatos e resistência elevada a longo prazo) CP V-ARI – cimento Portland de Alta Resistência Inicial (maior finura, menos gesso, maior concentração de aluminatos de cálcio e silicato de cálcio / podendo ter até 5% de fíler calcário – material carbonático) Siglas ARI – Alta Resistência Inicial RS – Resistente aos SulfatosBC – Baixo Calor de hidratação CPB – cimento Portland Branco não estrutural, usado em rebocos, floreiras, vasos, estátuas Clínquer branco + gesso = 50 a 74% (argila + calcário calcítico) Material carbonático = 26 a 50% (material branco) CPB-25, CPB-32 e CPB-40 – Cimento Portland Branco estrutural • Pega: perda de trabalhabilidade causada pela cristalização dos aluminatos de cálcio. • Endurecimento: ganho de resistência causado pela secagem do gel (hidratação dos silicatos de cálcio). • Silicatos de cálcio: - C3S – silicato tricálcico (alita): empacotamento irregular que deixa grandes vazios estruturais, gerando alta reatividade. - βC2S – beta-silicato dicálcico (belita): estrutura é irregular mas os vazios são muito menores, o que torna a belita muito menos reativa do que a alita. • Aluminato e Ferroaluminato de Cálcio: - C3A – aluminato tricálcico: é o principal aluminato do clínquer. C3A(aluminato trucálcico) e C4AF(ferroaluminato tetracálcico) são muito reativos, porém o C3A é mais reativo que o C4AF. • Óxido de Magnésio e Óxido de Cálcio: - MgO = raio do ión(Mg) 0,066mm - CaO = raio do ión(Ca) 0,099mm (50% maior que o Mg) Pelo fato do raio do Mg ser menor ele se expande mais lentamente causando imperfeições das argamassa e concretos (fissuras e expansão). CaO expansão rápida, ainda durante o tempo de pega. Finura: quanto mais fino for o cimento mais reativo será, pelo fato de ter mais área superficial específica para reagir com a água. Pega Reatividade do C3A no clínquer Aluminato(C3A) Disponibilidade Sulfato(gesso) Tempo de pega Pega rápida alta baixa 10-45min Pega normal alta alta 1-2h Pega normal baixa baixa 2h-4h Pega instantânea alta nenhuma ou mt baixa <10min Pega falsa baixa alta 10-25min (cristalização da gipsita) • Efeitos das Características do Cimento: - Resistências iniciais altas (3, 7 e 28dias) se o cimento for rico em C3S e C3A. - Resistência final alta, embora com endurecimento mais lento, se o cimento for proporcionalmente mais rico em C2S. - Baixa liberação de calor se o cimento for proporcionalmente mais rico em C2S.
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