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Artigo Filipe Assis R6

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Prévia do material em texto

Carlos Filipe Rodrigues de Almeida
Cfra19@hotmail.com
Francisco de Assis Cavalcante Bezerra
assisbezerradrenagem@yahoo.com.br 
	UTILIZAÇÃO DE MATERIAL RECICLADO DE RESÍDUOS SOLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL,
 NAS CAMADAS DO PAVIMENTO DE SUB-BASE E BASE EM VIAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA - CEARÁ
The application of recycled material of solid waste from civil construction, in the sub-base and base pavement layers on public roads in the municipality of Fortaleza – Ceará.
Resumo
A indústria da construção civil, sozinha, gera uma quantidade de resíduos de construção e demolição RCD, em quantidade igual ou superior aos resíduos sólidos urbanos, causando despesas ao poder público na coleta e destinação, desassoreamento de recursos hídricos, limpeza de bocas de lobo, aterros de recursos hídricos, contaminação do solo, subsolo e lençol freático nos aterros irregulares, seja por falta de licença ambiental ou por falta de cumprimento dos dispositivos normativos em relação a aterros de inertes. É uma das atividades que mais degradam o meio ambiente. A fim de evitar a disposição irregular destes resíduos, faz-se necessário que sua destinação seja, ambientalmente, a mais adequada e respeite os princípios da sustentabilidade ambiental, através do sistema de logística reversa. A destinação desses resíduos às usinas de reciclagem é o único meio de atingir esses objetivos. Muitas pesquisas mostram a real possibilidade de reutilizar o RCD em obras de infraestrutura. Com base nisso, o presente estudo vem mostrar situações reais onde foram reutilizados RCD, em obras de infraestrutura na Cidade de Fortaleza – Ceará, com a obtenção de resultados onde, notadamente, comprovam que o agregado reciclado, proveniente de RCD, pode ser utilizado em camadas de sub-base e base na implementação de vias de baixo, médio e alto volume tráfego, bem como utilização em aterros.
Palavras-Chave: Pavimento, Resíduos de Construção e Demolição, Camadas de Sub-Base, Base e Sub-Leito.
Abstract
The civil industry construction by it self generates a quantity of construction and demolition waste CDW, in an amount equal to or greater than the municipal solid waste, causing expenses to the public service in the collection and disposal, dewatering of water resources, cleaning of grating, water landfills, contamination of soil, subsoil and phreatic zone in irregular landfills, whether due to a lack of environmental license or lack of compliance with normative provisions in relation to inert materials. It is one of the activities that most degrade the environment. In order to avoid the irregular disposal of this waste, it is necessary that its destination is environmentally the most adequate and respects the principles of environmental sustainability through the reverse logistics system. Disposing of these wastes in recycling industries is the only way to achieve these goals. Much research shows the real possibility of reusing CDW in infrastructure works. Based on this, the current study shows real situations where CDW was reused, in infrastructure works in the City of Fortaleza - Ceará, obtaining results where, in particular, they prove that the recycled aggregate from CDW can be used in Sub-base and base layers in the implementation of low-, medium- and high-volume traffic routes as well as landfill use.
Keywords: Pavement, Construction and Demolition, Sub-Base and Base Layers and Sub-Grade. 
1 Introdução
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR (Norma Brasileira Regulamentadora) 10.004 (1987), define os resíduos sólidos como “os resíduos no estado sólido ou semi-sólido, que resultam das atividades da comunidade de origem: industrial, hospitalar, doméstica, comercial, agrícola e de serviços de varrição”. 
A construção civil é uma atividade humana capaz de provocar grandes impactos ao meio ambiente, tanto pela demanda de insumos, quanto pela geração de resíduos, haja vista que, tem de utilizar diversos materiais para a realização de suas obras, como plástico, madeira, areia, cimento, brita, argamassa, concreto e outros. Sob o aspecto da geração de resíduos, está é uma atividade que produz diariamente um grande volume de RCD`s, causando assim, mais um problema ao poder público municipal, porém, está em ascensão a idéia de reutilizar e construir a partir de RCD`s, visando principalmente à diminuição de seu acúmulo em locais inadequados, sendo essa uma nova solução de destino e, futuramente, mais uma opção na hora de construir, pois, serão utilizados produtos reciclados que, provavelmente, terão um custo inferior aos produtos confeccionados com agregados naturais.
Segundo o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM, 2007), a situação do manejo de resíduos sólidos no país é preocupante, principalmente no que diz respeito à questão da disposição final, uma vez que 63,60% dos municípios brasileiros utilizam lixões como forma de disposição dos resíduos sólidos urbanos, 18,40% utiliza aterros controlados e 13,80% dispõem os resíduos em aterros sanitários. Providências necessitam ser tomadas para reverter esse quadro, e a necessidade de mudança de conceitos e formas de tratar o assunto é primordial para que sejam alcançados melhores e resultados no manejo dos resíduos sólidos urbanos, principalmente na disposição final, segmento em que os dados são mais preocupantes.
A fim de reduzir o passivo ambiental do processo construtivo e melhorar a eficiência das construções, otimizando os recursos energéticos, o setor da Construção Civil percorre o caminho da melhoria do emprego de novas metodologias construtivas e novas ferramentas tecnológicas. 
É importante ressaltar sobre a escassez dos recursos, pois com o desenvolvimento do município de Fortaleza e a ausência de gerenciamento de jazidas existentes, fez com que a oferta de materiais nobres para execução de obras de infraestrutura se tornasse escassa. Essa exploração desenfreada provocou a exploração de novas fontes de materiais. Assim, o aproveitamento do próprio resíduo, gerado pelo crescimento da cidade, obviamente após um processo de reciclagem, se tornou uma alternativa segura, uma vez que todos os resultados de ensaios em laboratórios, mostram que estes resíduos são aptos a determinadas utilizações, neste caso apresentando grande potencialidade na substituição de agregados naturais usados na pavimentação; assim como no custo-benefício no que diz respeito à Fortaleza, devido à existência de usina de uma reciclagem de resíduos da construção civil em Fortaleza e outra no Euzébio, podem ser encontradas usinas de reciclagem, ao passo que as pedreiras e jazidas, quase esgotadas, geram grandes impactos ambientais ao utilizarem explosivos na extração de rocha, pelo elevado consumo de energia, pela emissão de gases do efeito estufa, pelo adensamento do trânsito com o consequente congestionamento em rodovias e podem também, eventualmente, ocasionar congestionamento em rodovias.
2 Metodologia
Este trabalho consiste em uma revisão bibliográfica a cerca das camadas de um pavimento com reutilização dos resíduos de construção de agregados reciclados dos resíduos da indústria da construção civil, inclusos os resíduos das demolições, de uma maneira geral, abordando definições e classificações em função do caráter normativo e legislativo vigente no Brasil.
Serão abordados os métodos utilizados para pesquisa, com agregados reciclados, desde a coleta do material na Usina de Reciclagem na cidade de Fortaleza-Ce, apresentando os métodos de caracterização destes materiais, procedimentos e normalização relacionados a esse tipo de material.
ABNT - NBR 6457:1984 - Amostra do Solo - Preparação para ensaio de compactação e ensaios de caracterização.
ABNT - NBR 7181:1984 - Solo - Analise granulométrica.
ABNT - NBR 7182:1984 - Solo - Ensaios de compactação.
ABNT - NBR 7185:1986 - Solo - Determinação da massa específica aparente, "in situ", com emprego do frasco de areia.
ABNT - NBR 7207:1982- Terminologia e classificação do pavimento.
ABNT- NBR 7809:1984 - Agregado graúdo - Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro.
ABNT - NBR 9895:1987 - Solo - Índice de Suporte Califórnia - CBR.
ABNT - NBR 11.170:1990 - Serviços de pavimentação - Terminologia.
ABNT - NBR 11.171:1990 - Serviços de pavimentação - Classificação.
ABNT - NBR 11.804:1991 - Materiais para sub-base ou base de pavimento estabilizados granulometricamente.
Por fim serão detalhados todos os resultados obtidos a partir dos ensaios e avaliação do comportamento do pavimento, por meio de um dimensionamento a fim de comprovar a aplicabilidade do uso de resíduos agregados reciclados, na forma de solo brita, em camadas de pavimento, enfatizando também a questão de custo, com uma analise comparativa de custos entre projeto com material convencional de jazida e material proveniente da usina de reciclagem.
3 Resultados e discussão
Resolução N0 307, de 05 de Julho de 2002 do CONAMA 
Esta Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA estabelece as diretrizes, os critérios e os procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, para a efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil. 
O Plano Integrado de Resíduos da Construção Civil é da competência dos municípios e Distrito Federal. Sua elaboração e implantação estão previstas nos artigos 5º ao 13º da resolução CONAMA 307, de 05 de julho de 2002. Contempla o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil destinado aos pequenos geradores e o Projeto de Gerenciamento de Gestão de Resíduos da construção Civil, destinado aos grandes geradores. Estabelece também diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa e Projeto de Gerenciamento de RCD, merecendo destaque a proibição da disposição de RCD em áreas não licenciadas, a proibição do descarte de RCD em aterros sanitários, o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo e o estabelecimento de processo de licenciamento para as áreas de beneficiamento e disposição final de resíduos.
Os motivos para a criação desta resolução foram os seguintes:
A disposição dos resíduos da construção civil em locais inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental. Estes resíduos representam um significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas, principalmente nas áreas de preservação dos recursos hídricos, causando inundações em grande parte a população da região afetada.
Os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos.
A viabilidade técnica e econômica de produção e uso de materiais provenientes da reciclagem de resíduos da construção civil, e a gestão integrada dos resíduos deverá proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental.
Pode-se entender por Resíduos da Construção Civil: tudo aquilo proveniente de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação, e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Com essa resolução criou-se um instrumento para a superação dos problemas que vêm se verificando, ao definir responsabilidades e deveres, abrindo caminho para que um novo sistema de gestão, que se torna extremamente necessário, fosse implementado pelo município. Também impõe aos geradores a obrigatoriedade da reutilização e reciclagem, quando, prioritariamente, a geração dos resíduos não puder ser evitada. Considerando a diversidade das características desses geradores, define diretrizes para que os municípios e o Distrito Federal desenvolvam e implementem políticas específicas de gestão local, na forma de Planos Integrados de Gerenciamento, nos quais expressem as responsabilidades desses geradores diversificados de acordo com as características de cada realidade obedecendo às diretrizes gerais da Resolução.
Resíduos de Construção e Demolição - RCD
	
Os RCD´s são parte integrante dos resíduos sólidos urbanos (RSU) e representam, atualmente, um dos maiores problemas para o saneamento municipal. Eles são responsáveis por cerca de 41 à 70% dos resíduos urbanos gerados. Esses resíduos são provenientes dos serviços de infraestrutura, como terraplenagem e redes de serviços públicos (água, esgoto, drenagem, gás, energia elétrica e telefonia), e da execução de novas construções urbanas, demolições e reformas de construções existentes (DIAS, 2007).
Vale ressaltar que os Resíduos da construção civil só são considerados RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) quando estão dispostos em pontos de lixo conforme Lei 11.445 Art. 3°-c, Art. 5° e 7°.
Figura 1 – Principais fontes de Resíduos da Construção Civil
Fonte: I&T Informações e Técnicas (2015)
Segundo ABNT 15.115:2004, classificam-se os Resíduos de Construção e Demolição em:
Classe A – Resíduos sólidos da construção civil, proveniente da construções, reformas, reparos ou demolições de obras de construção civil, definidos como Classe - "A", como agregados, tais como: (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento), argamassa, concreto, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem. Nesta classe, os resíduos deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos de construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura nas camadas de pavimentos ou aterros.
Classe B – são os recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros e madeiras. Estes deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
Classe C – são aqueles para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso. Neste caso, a destinação final será de responsabilidade do fabricante ou importador desse produto, porem é comum a sua disposição em Aterros Sanitários.
Classe D – são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolição, reformas e reparos em clínicas radiológicas, instalações, conforme NBR 10004:2004 (Resíduos Sólidos-Classificação). A resolução frisa que esses resíduos deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas.
Figura 2: Tipos de Resíduos da Construção Civil
Fonte: http://www.feis.unesp.br. (2016).
Benefícios da Reciclagem
Financeiros
Redução da emissão dos gases do Efeito Estufa, pela não utilização de explosivos para extração da brita.
Economia de energia e transporte, considerando a distância das jazidas de recursos naturais aos centros urbanos.
Economia aos cofres municipais com recuperação de áreas degradadas e regularização fundiária de assentamentos subnormais em áreas aterradas, invadidas e ocupadas.
Redução de custos com limpeza de zona de geração de lixo e proliferação de vetores transmissores de doenças.
Economia aos cofres municipais em obras de desassoreamento de recursos hídricos.
Mitigação dos efeitos, nos períodos de intensa precipitação pluviométrica, das enchentes, alagamentos, desabrigados.
Redução da poluição visual.
Prolongamento da vida útil do aterro sanitário com a redução da destinação de resíduos recicláveis ao aterro.
Melhoriada eficiência do aterro sanitário, como resultado da não destinação dos resíduos da construção civil que comprometem o processo de decomposição dos resíduos orgânicos.
Redução de invasões e ocupações irregulares em áreas aterradas com RCD irregularmente.
Redução dos alagamentos provocados pelo comprometimento do sistema de drenagem aterrado com RCD.
Afirmação de compromisso com a sustentabilidade ambiental.
Cumprimento de dispositivos legais da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Melhoria da qualidade de vida.
Benefícios Sociais
Geração de emprego e renda e inclusão social de catadores no processo de coleta seletiva, reciclagem e utilização de agregados reciclados.
Justificativa para Reciclagem
Fortaleza gera aproximadamente uma quantidade de resíduos da construção civil superior a 100.000,00t/mês e somente 3% desses resíduos são destinados à USIFORT, Usina de Reciclagem de Fortaleza, que os recicla para serem reinseridos no ciclo produtivo da indústria da construção civil em forma de agregados reciclados.
O ASMOC (Aterro Sanitário Metropolitano de Caucaia) recebe 30.000,00 t/mês de resíduos da coleta especial urbana, embora essa destinação ao aterro sanitário seja proibida.
Outras 40.000,00 t/mês são destinadas áreas licenciadas para usinagem, irregularmente, por não usinarem os resíduos recebidos, enterrando-os sem nenhum cuidado ambiental.
Outras 30.000,00 t/mês são destinadas a aterros de inertes, atividade não recomendada pela Res. Conama 307 de 05 de julho de 2002 e proibida pela Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010, Politica Nacional de Resíduos Sólidos, por não ser a destinação final ambientalmente correta.
Parte desses resíduos é destinada, criminosamente, a aterro de recursos hídricos e já causou o desaparecimento de mais de 50 lagoas nos últimos 50 anos.
Os danos ao sistema de drenagem natural, causados pela disposição desses resíduos em áreas baixas, recursos hídricos, áreas de preservação permanentes, áreas de interesse ambiental, dunas..., são irreparáveis visto que, além da impermeabilização do solo, o poluem, podendo contaminá-lo e causar os mesmos danos no lençol freático.
Áreas baixas aterradas sofrem um processo de invasão e ocupação desordenada, gerando assentamentos subnormais, com problemas sociais de grandes proporções pela exclusão social dos assentados, por falta de infraestrutura de acessos, serviços institucionais, falta de escolas, postos de saúde, emprego, acarretando o aumento da violência nos centros urbanos;
O desenvolvimento sustentável clama por uma gestão sem desperdícios, onde os resíduos gerados na indústria da construção civil sejam integralmente reutilizados na forma de agregados reciclados e, somente os rejeitos sejam destinados aos aterros sanitários.
Os resíduos reciclados são transformados em agregados, brita e areia reciclada, que são utilizados, com inúmeras vantagens sobre os agregados naturais, na compactação de solos destinados a pavimentos e em concretos não estruturais.
Os benefícios ao meio ambiente refletem-se na economia dos custos das obras e da gestão pública através da redução de emissão de gases do efeito estufa, redução de despesas com desobstrução de galerias de águas pluviais, desassoreamento de recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas por aterros irregulares, redução da proliferação de vetores nos lixões e nos pontos de lixo e redução da poluição visual.
Normas Indutoras da Reciclagem
Res. Conama 307 de 05 de julho de 2002, Art. 5º É instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, o qual deverá incorporar: 
Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil;
Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Lei Nº 11.445, de 5 de Janeiro de 2007, Política Nacional de Saneamento Básico.
Art. 7o  Para os efeitos desta Lei, o serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos é composto pelas seguintes atividades:
I - de coleta, transbordo e transporte dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3o desta Lei;
II - de triagem para fins de reuso ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e de disposição final dos resíduos relacionados na alínea c do inciso I do caput do art. 3o desta Lei;
Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010.
Art. 7o  São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; 
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para produtos reciclados e recicláveis;
Art. 9o  Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. 
Da Responsabilidade Compartilhada 
Art. 30.  É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, 
Parágrafo único.  A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo: 
II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; 
Art. 36.  No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
 I - adotar procedimentos para reaproveitar os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; 
LEI Nº 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998.
Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
LEI Nº 13.103, DE 24.01.01 (D.O. 05.02.01) – Política Estadual de resíduos Sólidos.
Art. 6º Para atendimento dos princípios e objetivos estabelecidos definem-se as seguintes diretrizes:
I – incentivo a não geração, minimização, reutilização e reciclagem de resíduos através de:
IX - preferência, nas compras governamentais, a produtos compatíveis com os princípios e fundamentos desta Lei e das normas vigentes;
No Brasil, a geração contínua e crescente de RDC está diretamente ligada ao elevado desperdício de materiais na realização dos empreendimentos, estima-se que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido, são coletadas duas toneladas de entulho originado do setor de construção civil. Esse dado alarmante revela a necessidade de políticas de controle, coleta, transporte e disposição final e que viabilizem o emprego desses resíduos de construção e demolição reciclados como matéria-prima na confecção de novos materiais. Atualmente, apenas 10% do RDC é reaproveitado no Brasil e reinserido no ciclo produtivo da indústria da construção civil (DIAS, 2007).
Em Fortaleza, segundo informações da USIFORT, no período compreendido entre Outubro de 2015 a Outubro de 2016 reciclou-se um total de 71.392 m³. 
Segundo os dados Secretária de Conservação do Município de Fortaleza são gerados aproximadamente um volume V= 100.000,00 m3 mês
Assim Temos:
100.000 m³ x 12 mês = 1.200.000 m³/Ano
71.392 m³/ 1.200.000 m³ = 0,0595 = 5,95%
Apenas 5,95% por cento são reutilizados RDC no município de Fortaleza, inferior ao pouco percentual do Brasil.
 Após um pequeno cálculo constatamos que em 01 ano menos de 6% dos resíduos material produzido na cidadede Fortaleza foi reciclado e no mesmo instante nos vem à mente: “para onde foram os outros 94% dos resíduos gerados material?”. 
Grandes volumes de resíduos da construção civil vêm poluindo o meio ambiente na cidade de Fortaleza, degradando logradouros públicos e obstruindo sistemas de drenagem, obstrução dos recursos hídricos além de gerar custos, com carga e transporte desses materiais até os aterros sanitários.
Abaixo segue ilustrações do método de operação da USIFORT.
Figura 3: Matéria prima USIFORT
Fonte: USIFORT, Fortaleza-Ce (2012)
Figura 4: Equipamento e matéria prima USIFORT
Fonte: USIFORT, Fortaleza-Ce (2012)
Figura 5: Equipamento e matéria prima USIFORT
Fonte: USIFORT, Fortaleza-Ce (2012)
Figura 6: Imagem Geral da Usina - USIFORT
Fonte: USIFORT, Fortaleza-Ce (2012).
Figura 7: Imagem Geral da Usina - USIFORT
Fonte: USIFORT, Fortaleza-Ce (2012).
As principais regionais de Fortaleza, segundo LIMA 2006, com maior geração de resíduos, avaliando o conhecimento disponível em cada uma e analisando o seu potencial de aproveitamento na construção civil são as Regionais VI com 153.597,02 m³ e a II com 653.650,10 m³ de Resíduos conforme mostrado na figura abaixo.
Figura 8: Locais de concentração de Resíduos por Regionais
Fonte: Plano de /Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. (LIMA,2006).
Características da área de Estudo
O município de Fortaleza, capital do estado do Ceará, localiza-se na Região Nordeste do país, litoral do Estado com latitude 03º 43´ 02´´ S e longitude 38º 32´ 35´´ W, limitando-se com o Oceano Atlântico e ao sul com os Municípios de Caucaia, Maracanaú, Eusébio e Aquiraz. 
A cidade se desenvolveu as margens do riacho Pajeú, possui um relevo predominantemente plano, constituindo-se de planícies litorâneas. O clima é tropical, quente e subsumido com temperaturas que variam de 26º C a 35º C. Com pluviosidade média de 1.338mm por ano entre os meses de janeiro e maio. 
Sua toponímia é uma alusão ao Forte Schoonenborch construído pelos holandeses durante a sua segunda permanência no local entre 1649 e 1654, porem no dia 13 de abril de 1726, quando a povoação do referido Forte foi levada a condição de vila foi que nasceu a Cidade de Fortaleza. O lema da cidade é a palavra em latim Fortitudine, que em português significa: força, valor, coragem.
Com uma área aproximada de 315 km² e 2.591.188 habitantes, sendo a capital de maior densidade demográfica do país, com 7.815,70 hab/km (IBGE, 2016), Fortaleza também é a cidade mais populosa do Estado do Ceará, a quinta do Brasil e a 91° mais populosa do Mundo.
Infraestrutura Viária
Muito se fala em investimentos em infraestrutura no Brasil. No inicio de 2013 o governo federal lança um grande pacote de concessões e privatizações de portos, ferrovias, aeroportos e principalmente cerca de 7.500 km de rodovias federais, que estão sendo recuperadas, parcialmente duplicadas e mantidas pela iniciativa privada (Martins, Soares, Cammarata 2013). Por mais que a privatização de 7.500 Km possa impressionar, trata-se ainda de muito pouco em comparação ao que o país realmente necessita. Principalmente considerando que nem todos os trechos a serem concedidos serão imediatamente modificados.
O Brasil tem aproximadamente 1.800.000 km de rodovias e apenas 12,3 % dessa malha rodoviária é pavimentada segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (2016). Desde a década de 90, vem acontecendo um forte crescimento de tráfego, tanto nas rodovias como nos centros urbanos, sem que com isso crescesse os recursos necessários para construção, conservação e reabilitação das vias. Esse crescimento além de causar enormes danos aos usuários em forma de engarrafamentos causou também uma degradação da malha pavimentada existente. A malha viária de Fortaleza, segundo estimativas, possui uma extensão linear aproximada de 3.887,00 km (ETUFOR, 2010).
O investimento em estradas é algo fundamental para um país com proporções continentais como o Brasil, para integração nacional, para acentuar a mobilidade da população e da capital, para garantir o escoamento de mercadorias entre os Estados, para garantir segurança das pessoas e do transporte em geral e até mesmo para defesa nacional.
Em 2009, o Brasil, na soma de todas as esferas públicas e as concessões privadas, investiu 0,35 % do PIB (10,9 bilhões de reais) em rodovias, seja para ampliação ou para simples reconstrução da malha viária de estradas. Pode parecer pouco, mas esse percentual já representa um grande avanço em relação a 2003, quando o investimento atingiu o nível mínimo, de apenas 0,11 %, menos de 2,6 bilhões de reais (Martins, Soares, Cammarata 2013).
Pavimento
A utilização reciclagem de RCD e sua utilização como agregado reciclado, em camadas de pavimentos urbanos, é uma das formas de destinação reciclagem mais difundidas para esse resíduo e é a forma ambientalmente mais adequada, de acordo com as normas ambientais vigentes. Com a evolução das técnicas de pavimentação, que veem permitindo o aprimoramento de várias alternativas para a execução de pavimentos, têm-se desenvolvido estudos sobre formas de aproveitamento do material, agregados reciclados, sobretudo em camadas de base e sub-base de vias urbanas e aterros.
Vale salientar que, devido à utilização e resultados positivos nas camadas do pavimento, surgiu a ideia de utilização dos agregados reciclados, numa composição de solo brita 80-20, também nos aterros, considerando-se essa prática como uma inovação. Para as camadas de pavimento, sub-base e base, as normas exigem uma resistência maior do pavimento, sub-base com CBR maior que 20% e base com CBR maior que 80%, índices que estão sendo alcançado na cidade Fortaleza. Diante desses resultados, é de se concluir que não há nenhuma restrição técnica ao uso desses materiais em camadas de aterro, por não requererem maiores esforços como nas camadas de pavimento.
As camadas de um pavimento têm como função oferecer resistência aos esforços oriundos do tráfego, seja ele leve, médio ou pesado, distribuindo-os convenientemente ao subleito, além de melhorar as condições de rolamento da via e garantir segurança ao usuário.
Essas camadas, componentes da estrutura de um pavimento, podem variar quanto a espessura ou às matérias utilizados.
Figura 9: Camadas do Pavimento
Fonte: http://www.ebah.com.br/. (2016).
As sub-bases ou bases granulares são constituídas de solos, areias, seixos, pedregulhos, produtos de britagem de rochas ou de resíduos sólidos (entulho, escórias, entre outros). Essas camadas também podem ser constituídas, quando adequadamente compactadas, por combinações de materiais que apresentem estabilidade e durabilidade adequadas para resistir às cargas do trânsito e à ação dos agentes climáticos.
Conforme especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas, (ABNT – NBR 15.115:2004), o material, para execução de camadas de sub-base e base do pavimento, com a utilização de agregados reciclados, deve ser executado atendendo aos seguintes requisitos:
Deve ser evitada a presença de madeiras, vidros, plásticos, gessos, forros, tubulações, fiações elétricas e papéis ou quaisquer materiais orgânicos ou não inertes, classificados como classe “B”, “C”, e “D” pela Resolução do CONAMA N0 307;
O agregado reciclado deve apresentar curva granulométrica, obtida por meio do ensaio da ABNT NBR 7181, bem graduada, não uniforme, com coeficiente de uniformidade Cu ≥ 10 (Cu= D60 /D10);
A porcentagem que passa na peneira 0,42mm (N0 =40) deve ficar entre 10% a 40%;
Os agregados reciclados devem ser classificados quanto ao tipo de emprego possível na execução de camadas de pavimentos, segundo parâmetros de Índice de Suporte Califórnia (CBR), obtido por meio de ensaio da ABNT NBR 9895, conforme abaixo discriminado:
- Material para execução de reforço do subleito: CBR ≥ 12%, expansão ≤ 2,0% (energia de compactação normal, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457);
- Materialpara execução de sub-base: CBR ≥ 20%, expansão ≤ 1,0% (energia de compactação intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457);
- Material para execução de base de pavimento: CBR ≥ 60%, expansão ≤ 0,5% (energia de compactação intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457); é permitido o uso como material de base somente para vias de tráfego com N ≤ 106 repetições do eixo-padrão de 80 kN no período de projeto;
No caso de materiais que não atendam às exigências da alínea anterior, estes podem ser estabilizados granulometricamente, conforme a ABNT NBR 11804, ou com adição de cimento e/ou cal hidratada, e neste caso submetidos ao ensaio de resistência à compressão simples, após 7 dias de cura, devendo apresentar resistência de no mínimo 2,1 Mpa, em corpos-de-prova moldados na energia de compactação especificada;
A porcentagem máxima admissível, em massa, para os grãos de forma lamelar, obtida conforme a ABNT NBR 7809, é de 30%;
Dimensão característica máxima dos grãos: 63,5 mm (tolerância de 5% da porcentagem, retida, em massa, na peneira de 63,5mm), limitada a 2/3 da espessura da camada compactada.
Materiais indesejáveis de grupos distintos: máximo de 3% em massa;
Matérias indesejáveis de mesmo grupo: máximo de 2% em massa;
Não são permitidas matérias nocivas ao meio ambiente ou à saúde do trabalhador.
Para as camadas de Sub-Base é recomendada a utilização de solo-brita na proporção de 80/20, já para a camada de Base é utilizada na proporção 50/50 ou Brita Graduada. Outro aspecto importante é quanto ao custo do material reciclado quando utilizado para as camadas do pavimento atingem uma redução nos custos dos agregados em torno de ( 15 a 25%) em relação aos agregados naturais, existe também uma redução da emissão dos gases do Efeito Estufa, pela não utilização de explosivos para extração da brita e economia na energia e transporte, considerando que as jazida estão a grandes distâncias dos centros urbanos e as usinas de material reciclado estão dentro ou no perímetro urbano.
Uma grande vantagem benefício ambiental com a utilização do RCD agregados reciclados nas camadas de pavimento em corpos de Aterro Controlado é a não utilização, de forma irregular, nas áreas de preservação e conservação ambiental, que só degradam a área, acarretando invasões e ocupações irregulares bem como ocupação inadequada nos Aterros Sanitários e corpos hídricos, conforme ilustração a seguir, com os consequentes problemas sociais.
Figura 10: Destino final irregular de RCD em Corpos Hídricos
Fonte: Praia do Futuro, Fortaleza-Ce (2013).
Figura 11: - Destino final irregular de RCD em Corpos Hídricos
Fonte: Rio Cocó, BR-116, Dias Macedo, Fortaleza-Ce (2013).
Vias em Fortaleza com utilização de RCD nas camadas do Pavimento
Desde 2006 a Prefeitura Municipal de Fortaleza vem utilizando, em suas construções viárias, nas camadas de pavimento sub-base e base, agregados gerados da reciclagem de RDC, em substituição aos matérias convencionais. 
Utilizou-se como piloto as principais Avenidas e linhas de ônibus da cidade tais como, Avenida Jovita Feitosa, Luciano Carneiro, Pontes Vieira, Alberto Craveiro, Paulino Rocha, Rotatória do Castelão e ruas Beni de Carvalho, Costa Barros, José Jatahy, Vicente de Castro, Crisanto Moreira da Rocha, Eng. Leal Lima Verde dentre outras.
Abaixo segue ilustrações de utilização de RCD nas camadas de pavimento na Avenida Paulino Rocha em Fortaleza-Ce. 
Figura 12 - Distribuição do material ao longo do trecho da Av. Paulino Rocha com Rotatória do Castelão
Fonte: SEINF, Fortaleza-Ce (2013)
Figura 13 - Camada final do agregado reciclado (a direita)
Fonte: SEINF, Fortaleza-Ce (2013)
Viabilidade Técnica
A utilização de solo brita com agregados reciclados da construção civil é matéria pacificada quanto à segurança e economia, sendo recomendada e até obrigatória, como política de gestão, em grande parte dos estados da federação.
Ensaios para determinação da resistência de solos compactados com agregados reciclados, através do Índice de Suporte Califórnia, CBR, revelaram resultados bem satisfatórios e até superiores aos ensaios de pavimentos com as de solos granulares, executados com agregados naturais para sub-base e base nas camadas dos pavimentos.
Os materiais reciclados atendem as especificações em termo de qualidade de suporte, para as camadas de pavimento.
Conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457, que define que o uso do material de sub-base e base, somente para vias com volume de tráfego, com N≤ 1 x 106 .
Para as vias de Fortaleza utilizando o material reciclado nas principais avenidas e linhas de ônibus, obtendo um N≥ 1 x 107 , definido como tráfego pesado, utilizando o método de dimensionamento do Professor Murilo Lopez, onde foram obtidos resultados positivos além do que é definido pela ABNT.
 
Custo e composição
Como citado anteriormente, a utilização de material reciclado na construção civil vem trazendo diversos benefícios às empresas e ao meio ambiente. Pensando nos custos, fizemos uma comparação entre tabelas oficiais, com data base 2015, utilizadas na cidade de Fortaleza e composições realizadas com insumo de RCD.
Sub-Base
Sub-Base: Para uma Sub-Base em Solo Brita na proporção 80/20 usinada, com CBR ≥20% ou 30% completamente executa, inclusive transporte temos seu custo em torno de R$ 78,16 m3.
Sub-Base com RCD: Para uma Sub-Base em solo brita com RCD na proporção 80/20 usinada, com CBR ≥20% ou 30% completamente executa, inclusive transporte temos seu custo em torno de R$ 28,13 m3.
Para as camadas de Sub-Base utilizando o solo brita, conforme especificado acima, tivemos uma redução de aproximadamente 36% com a utilização de RCD como insumo.
Base
Base: Para a camada de Base em Solo Brita na proporção 50/50 com CBR ≥80%, completamente executada, inclusive carga e transporte temos seu custo em torno de R$ 94,72 m3.
Base: Para a camada de Base em Solo Brita com RCD na proporção 50/50 com CBR ≥80%, completamente executada, inclusive carga e transporte temos seu custo em torno de R$ 40,20 m3.
Para as camadas de Base tivemos uma redução de aproximadamente 42%, com a utilização de RCD como insumo.
Reforço de Subleito
Base Macadame Hidráulico: Para a camada de reforço do subleito com Base Macadame Hidráulico completamente executado, inclusive carga e transporte temos seu custo em torno de R$ 78,10 m3.
Base Macadame Hidráulico: Para a camada de reforço do subleito com Base Macadame Hidráulico com utilização de RCD, completamente executado, inclusive carga e transporte temos seu custo em torno de R$ 43,42 m3.
Para as camadas de subleito tivemos uma redução de aproximadamente 56%, com a utilização de RCD como insumo.
4- CONCLUSÕES
A construção civil tem plena capacidade de absorção de seus resíduos sólidos produzidos, pois é uma atividade tecnológica que utiliza matéria prima em grande quantidade além de ser um dos setores mais importantes para o desenvolvimento social e econômico de uma região e uma grande geradora de impactos ambientais, quer seja pela modificação da paisagem, pela geração de resíduos ou pelo consumo dos recursos naturais escassos. Esses resíduos devem ser destinados à reciclagem para serem reutilizados na forma de agregados reciclados em obras de terraplenagem, drenagem e pavimentação, respeitando o desenvolvimento sustentável através da implantação do sistema de logística reversa e reinserção dos agregados reciclados no ciclo produtivo da indústria da construção civil. 
Foi comprovado através de estudos e neste artigo que a utilização de RCD só tem a trazer benefícios para a sociedade, órgãos público e meio ambiente. A grande dificuldade é e sempre será na fiscalização e conscientização da sociedade e empresários quando a disposição final de seus resíduos de construção cabe investir na publicidade para que seja divulgado ao maior número de pessoas que existe outra forma de dispormos desse materialao invés de jogarmos em aterros, lixões ou simplesmente nas áreas verdes e assim mudarmos esse quadro de degradação do meio ambiente e utilizarmos cada vez mais nas nossas obras esse material como novo aliado e agregado da construção.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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