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A diferença entre Incontinência Urinária por Esforço e

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Discente: 
Fabiola Jhesica Miranda Valero. 
Docentes:
Drª Profª Angélica M. Pascon Barbosa e Beatriz Mendes Tozim. 
 Fisioterapia v f em 
Saúde da Mulher 
2017
A diferença entre Incontinência Urinária de Esforço e Urgência
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Introdução 
Definição
	“A incontinência urinária (IU) é definida como toda perda involuntária de urina.” 
 Sociedade Internacional de Continência (CIS).
E é uma condição que exerce múltiplos efeitos sobre as atividades diárias, interações sociais e percepção da saúde, principalmente relacionados ao bem-estar social e mental, incluindo problemas sexuais, isolamento social, baixa autoestima e depressão, afetando assim de modo significativo a qualidade de vida, principalmente das mulheres.
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Classificação 
	A incontinência urinária é classificada de acordo com os sintomas apresentados, os três tipos mais encontrados são: 
Incontinência urinária de esforço (IUE) 
 Incontinência por urgência ou urge-incontinência (UI) 
Incontinência urinária mista (IUM)
	
Incontinência Urinária de Esforço (IUE)
Definição 
 Quando há perda da urina pelo canal uretral sincrônica com a realização de esforços.
 Exemplo: tossir, rir, espirrar, subir escada, correr e etc.
Fisiopatologia
 Acontece quando a pressão intravesical (PIV) excede a pressão máxima de fechamento uretral, na ausência de contração do músculo detrusor, aos esforços.
Hipermobilidade do colo vesical
Ocorre quando há alteração do posicionamento da bexiga. Isso ocorre quando as estruturas responsáveis por dar suporte a bexiga e a uretra proximal, sofrem algum tipo de lesão ou estão fracos (músculos). 
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Hipermobilidade do colo vesical
Situação fisiológica:
Situação patológica:
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Insuficiência Esfincteriana Intrínseca
Ocorre quando as estruturas que constituem a uretra (músculo liso, tecido conectivo, plexos vasculares submucosos, mucosa e músculo estriado), não são capazes de manter uma pressão de fechamento uretral suficiente para resistir à pressão intravesical em repouso e garantir a continência urinária. 
Causas multifatoriais 
Aumento da pressão intra-abdominal 
Aumento do esforço evacuatório 
Distopia/ prolapsos 
Tabagismo (diminui a capacidade contrátil dos músculos e tosse crônica)
Intestino constipado 
Incontinência Urinária de Urgência (IUU)
Definição
	É caracterizada pela perda urinária acompanhada por um forte desejo de urinar.
 Exemplo: forte desejo, frio, água corrente e etc.
Fisiopatologia 
Acontece devido a uma hiperatividade do músculo detrusor, que é caracterizada pela contração não-inibida do músculo detrusor de forma abrupta e involuntária. 
Causas multifatoriais (irritação da bexiga)
Infecção de Urina 
Bexiga cheia por muito tempo 
Consumo de certos alimentos (ex: refrigerante, frutas cítricas, café)
Envelhecimento 
Interpretação do estudo Urodinâmico 
Introdução 
Definição 
 	Segundo a Sociedade Internacional de Continência – ICS, o estudo urodinâmico é uma avaliação morfológica, fisiológica, bioquímica e hidrodinâmica do transporte urinário. 
Objetivo 
É reproduzir as queixas urinarias relatadas pelo paciente e simultaneamente identificá-las e registrá-las por meio da captação das pressões abdominal, vesical e do detrusor.
Indicações 
Há indicação de cirurgia;
Houver falha de tratamento conservador;
Paciente apresenta sintomas urinários após tratamento cirúrgico;
Coexistência de Incontinência Urinária e prolapso genital; 
Desordens neurológicas;
Incontinência não explicada.
Incontinência Urinária, sem a presença de distopias.
Estudo urodinâmico – Avaliação 
Vídeo disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oZhr2JFwr9k>.
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Estudo Urodinâmico 
É um estudo que permite observar as duas fases do ciclo miccional: 
 - Armazenamento/enchimento; 
 - Esvaziamento/micção. 
Estudo Urodinâmico 
Por meio da realização dos seguintes exames: 
 - Urofluxometria;
 - Cistometria;
 - Estudo miccional ou pressão/fluxo; 
 - Eletromiografia;
 - Videourodinâmica.
Urofluxometria 
É etapa inicial do exame, devendo ser realizada da forma mais fisiológica possível. 
E é considerada a mais simples do exame, não invasiva, na qual se utiliza um fluxômetro (aparelho de baixo custo). 
Urofluxometria 
Nesse exame, os seguintes dados são observados:
 - Volume urinado: é o volume total eliminado pela uretra;
 - Duração do fluxo: tempo no qual ocorre o fluxo urinário;
 - Velocidade do fluxo: volume de fluido expelido pela uretra por unidade de tempo, expresso em mililitro por segundo (ml/s);
 - Fluxo médio: é a relação entre o volume urinado e o tempo de micção;
Urofluxometria 
 - Fluxo máximo: é a medida máxima do fluxo urinário. É considerado normal quando superior a 15 ml/s. valor abaixo indicam um fluxo diminuído, no entanto fluxos acima de 40ml/s, são considerados superfluxos , o que pode representar baixa resistência uretral (IUE)
 - Tempo para o fluxo máximo: tempo do início do fluxo até a obtenção do fluxo máximo;
 - Padrão da curva: é formado pelo fluxo (ml/s) versus tempo (s). Pode ser continua ou intermitente.
Urofluxometria 
Urofluxometria 
Normalidade da contração do musculo detrusor é caracterizada pelo aparecimento do seguinte padrão: alta amplitude, sem pico, liso e em forma de sino.
Qualquer alteração nesse padrão demonstra anormalidade no esvaziamento da bexiga, como a presença de fluxos de baixa amplitude, múltiplos picos, intermitentes ou flutuantes, assimétrico ou plano, podem sugerir anormalidade no detrusor
Urofluxometria 
Urofluxometria 
Urofluxometria 
 Para que os dados da urofluxometria sejam considerados, recomenda-se que o volume urinado seja acima de 150ml e abaixo de 500ml.
Cistometria
Neste exame avaliamos a fase de armazenamento/enchimento vesical, onde acontecem os distúrbios mais frequentes na mulher. 
Por meio da sonda vesical de dupla via é possível monitorar a pressão vesical e realizar a infusão de soro fisiológico estéril na bexiga, e através da sonda retal é possível registrar a pressão abdominal.
Cistometria
É um método em que a relação entre pressão e volume é mensurada durante o enchimento vesical artificial, no qual são registradas as pressões abdominal, vesical e do detrusor.
Já a pressão do detrusor é resultado da pressão vesical menos a pressão abdominal. 
Cistometria
A cistometria tem como objetivo avaliar a: 
 - Sensibilidade vesical;
 - Atividade do m. detrusor;
 - Complacência vesical;
 - Capacidade vesical.
Cistometria – sensibilidade vesical 
É um parâmetro de caráter muito subjetivo, que leva em conta a percepção do paciente, podendo ser classificada como:
 - Normal
 - Aumentada
 - Diminuída 
 - Alterada (desconforto abdominal ou de dor supra púbica)
Cistometria – atividade do m. detrusor
A função do detrusor é determinada pelo período que antecede ao esvaziamento vesical.
Atividade normal é determinada pela ausência ou mínima alteração da pressão do detrusor e ausência de contrações involuntárias, durante o enchimento mesmo com a realização de manobras provocativas (tosse, Valsalva, mudança postural, abrir torneira e etc).
Teste provocativos: tosse, valsalva, aumento da velocidade do enchimento vesical, infusão de soluções frias ou ácidas, mudanças posturais ou lavagem da mão).
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Cistometria – atividade do m. detrusor 
Hiperatividade do detrusor é caracterizado pela presença de contrações involuntárias do detrusor durante a fase de enchimento, podendo ser estas espontâneas também.
Acima de 5 cmH2O já pode ser considerado contrações involuntárias. Podendo ser está dividida em dois subtipos: Hiperatividade do m. detrusor neurogênica ou idiopática.
Cistometria – normal 
Cistometria – hiperatividade do m. detrusor 
Cistometria – complacência vesical
É a relação entre a variação de volume infundido e a variação da pressão do detrusor
(DV/DPdet).
Segundo a ICS, é recomendado medir a complacência em dois momentos, no inicio do enchimento e no momento que atinge a capacidade cistométrica máxima (CCM).
Normal : ≥ 20cmH2O.
CCM: é o volume máximo de enchimento vesical suportado pelo individuo.
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Cistometria – complacência normal 
Cistometria – complacência reduzida 
Cistometria – capacidade vesical 
É definida ao fim da infusão, quando a paciente tem autorização para micção, com desejo miccional normal. 
É determinada pelo somatório da capacidade total de infusão e o volume residual. 
CCM normais = entre 300 e 600 ml de enchimento.
Cistometria- teste de pressão
Durante a cistometria, é realizado o teste de pressão de perda ao esforço, realizado quando há 200ml de liquido infundido na bexiga.
Na posição em pé, é pedido ao paciente que realize uma manobra de Valsalva com intensidade crescente. E é registrado a menor pressão abdominal em que ocorre a perda urinária. 
Cistometria- teste de pressão
Valores de perda inferior a 60 cmH2O: lesões no esfíncter intrínseco, pior prognóstico.
Valores acima de 90 cmH2O : incontinência associado a Hipermobilidade do colo vesical.
Estudo miccional
Este teste do estudo urodinâmico, irá avaliar de forma mais detalhada, o esvaziamento vesical. 
Com a bexiga na capacidade cistométrica máxima e com os cateteres para a medida de pressão inseridos, o paciente é orientado urinar no fluxômetro. 
Durante a micção, pressão intravesical e fluxo urinário são mensurados continuamente.
Estudo miccional 
Nessa fase do estudo são observados:
 - Pressão pré-miccional: medida imediatamente antes da contração isovolumétrica do detrusor.
 - Pressão de abertura: aferida no início do fluxo miccional.
 - Pressão miccional máxima: Valor máximo da pressão do detrusor durante o esvaziamento.
 - Pressão no fluxo máximo: aferida no fluxo máximo.
Estudo miccional 
O objetivo do estudo miccional é averiguar a existência de obstruções ou de dificuldade miccional. 
Esvaziamento normal, a contração do detrusor é menor que 50 cmH2O durante todo o esvaziamento e o fluxo urinário tem que ser maior que 15ml/s. 
Estudo miccional 
Obstrução infravesical => pressão do detrusor ≥ 60cmH2O e não ocorre micção, ou, com uma pressão ≥ 80cmH2O, a taxa de fluxo for menor que 15ml/s.
Hipocontratilidade => pressão do detrusor é menor que 30 cmH2O e o fluxo de 12 ml/s.
Porcentagem de esvaziamento 
O estudo miccional, irá nos fornecer a porcentagem do esvaziamento vesical, que irá determina quanto do volume infundido na cistometria foi eliminado no fluxo final, por meio de uma fórmula:
Porcentagem de esvaziamento: (volume urinado/capacidade cistométrica máxima) x 100
Normalidade: ≥ 80%
Resíduo Pós-miccional
É definido como volume de urina que restou dentro da bexiga após a micção.
É classificado normal, quando encontramos um volume residual inferior a 50 ml e valor acima disso é considerado como volume residual elevado.
Eletromiografia (EMG)
No estudo urodinâmico, a EMG registra a atividade dos esfíncteres uretral externo ou anal.
O registro da atividade desses músculos pode ser feito por meio de eletrodos de superfície ou de agulhas e é indicado quando se necessita avaliar o esfíncter uretral externo como fator obstrutivo ou de IU.
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
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Eletromiografia (EMG)
Os casos mais comuns que requerem tal investigação são: mielodisplasia, esclerose múltipla, tumores, neuropatias e trauma raquimedular.
O EMG do estudo urodinâmico é o único que pode detectar: dissinergia detrusor-esfincteriana e relaxamento do esfíncter uretral externo.
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
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Eletromiografia (EMG)
 A dissinergia é caracterizada pela contração do esfíncter uretral externo juntamente com a contração do detrusor durante o fluxo urinário, muito comum em lesados medulares.
É chamado de incoordenação vesicoesfincteriana, quando não há evidencia de problemas neurológicos, mas há a presença desse descompasso.
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
Pode ocorrer devido a uma hipertonia do assoalho pélvico ou do aprendizado inadequado da micção.
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Videourodinâmica 
É considerado o padrão ouro no diagnóstico dos distúrbios miccionais.
Teste radiológico que, utiliza contraste de iodo dissolvido na água para o enchimento vesical. Por meio dele é possível observar: posição do colo vesical, fechamento do colo vesical no repouso e no estresse, refluxo vesicouretral e eventos miccionais. 
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
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Videourodinâmica 
Grande importância: falhas pós-cirúrgicas, causas neurológicas e nas suspeita de obstrução infravesical.
Apresenta a desvantagem de ser um exame de alto custo, irradiação, contraste e dificuldade da mulher conseguir urinar na posição supina.
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
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Video-urodinâmica 
EMG tem como função registrar a atividade elétrica muscular.
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 A
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Referências 
SACOMANI, C.A.R. Avaliação Urodinâmica. In: colaborador. Urologia Fundamental. São Paulo: Planmark, 2010. 229-237 p.
BARACHO, E. Fisioterapia Aplicada à Saúde da Mulher. 5.ed. Rio e Jeneiro: Guanabara Koogan, 2014. 444 p.
MARQUES, A.de A.; SILVA, M.P.P.; AMARAL, M.T.P. Tratado de Fisioterapia em Saúde da Mulher. São Paulo: Roca, 2011. 458 p.
MONTEIRO, L.A. Valor da Video-Urodinâmica na Prática Urológica. Associação de Portuguesa de Urologia. Portugal,2007, 24; 1: 51-55
Referências
HIGA, R.; LOPES, M.H.B. de M.; REIS, M.J. Fatores de risco para incontinência urinária na mulher. Rev. Esc. Enferm USP. Campinas, 2008; 42(1):187-92.
ALMEIDA, P.P.; MACHADO, L.R.G. A prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de jump. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 1, p. 55-65, jan./mar. 2012.
COSTA, A.P.; SANTOS, F.D.R.P. Abordagem da fisioterapia no tratamento da incontinência urinaria de esforço: revisão da literatura. FEMINA, Goias, v.40, nº 2, Março/Abril 2012. 
OLIVEIRA, K.A.C de, RODRIGUES, A.B.C, PAULA, A.B. Revista Eletrônica F@pciência, Apucarana-PR, v.1, n.1, 31-40, 2007.

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