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DRP - TANGARA DA SERRA

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DIAGNÓSTICO RURAL PARTICIPATIVO NA PROPRIEDADE DO SR. IVON NA COMUNIDADE CÓRREGO DAS PEDRAS NO MUNICÍPIO DE TANGARÁDA SERRA - MT
PEIXOTO, Eduardo1; SAWARIS, Hugo1; FACHI, Leandro1; VIEIRA, Nilton1; DUARTE, Willian M.2.
1 Acadêmico de Agronomia, Universidade Estadual de Mato Grosso, Campus de Tangará da Serra – Brasil. 
2 Professor de Extensão Rural, Curso de Agronomia, Universidade Estadual de Mato Grosso, Campus de Tangará da Serra - Brasil
Resumo: A cidade de Tangará da Serra conta hoje com aproximadamente 1200 produtores rurais, onde o emprego do diagnostico rural participativo torna-se uma ferramenta essencial para entender as dificuldades das comunidades rurais onde esses produtores estão inseridos. Desta forma, foi empregado o DRP na propriedade do Sr. Ivon, na comunidade Córrego das pedras, onde foi possível verificar que aquela propriedade sofre com a falta de assistência técnica e recursos financeiros, além de constante preocupação com problemas ambientais e serviços básicos advindos da prefeitura municipal.
Palavras-chave: DRP; Extensão; Comunidade.
Abstract:
Keywords: 
INTRODUÇÃO
A cidade de Tangará da Serra é uma cidade no Médio Norte do Mato Grosso que possui em sua extensão de território 11 565,976 km² (BR: 114º). É um município que tem 90 262 habitantes, onde, cerca de 80% dos 1200 produtores existentes no município, são pequenos e médios produtores (IBGE, 2013).
O diagnóstico rural participativo pode ser dado como o conjunto de técnicas e ferramentas que, de modo geral, estimulam os próprios agricultores a fazerem o seu próprio diagnóstico da sua propriedade e refletir sobre como gerenciar seu planejamento e desenvolvimento (VERDEJO, 2006). 
No entanto, para que o trabalho seja realizado de forma efetiva é necessário que se obtenha informações da comunidade e propriedades onde é realizada a assistência. Assim, surge um novo método de diagnóstico de propriedade, que visa à determinação da comunidade pela participação: O diagnóstico participativo rural (DRP). A idéia do DRP surgiu como um processo metodológico a partir da percepção dos pesquisadores de ciências humanas que notaram a importância da ação participativa (CARVALHO, 2005). 
O objetivo deste artigo é realizar um diagnóstico rural participativo na propriedade do Sr. Ivon, na comunidade Córrego das pedras, em Tangará da Serra e empregar os métodos participativos utilizados na pesquisa e na extensão rural que dizem respeito a esta categoria tanto social quanto produtiva. 
MATERIAL E MÉTODOS
O Diagnostico Rural Participativo (DRP) foi realizado na comunidade rural do Córrego das Pedras, no município de Tangará da Serra - MT, primeiramente foi realizada uma reunião no dia XXXX com moradores desta comunidade no salão paroquial após a missa. Esta reunião contou com a presença de 16 produtores e familiares, destes, cerca de cinco participaram da reunião juntamente com seus familiares. No total, a reunião contou com 35 pessoas, sendo 14 acadêmicos pertencentes ao projeto, um professor e 20 produtores e familiares.
A primeira etapa do DRP foi realizada através da divisão dos grupos de acadêmicos pelo número de produtores rurais disponíveis, mediante a essa divisão dos produtores, foi realizada apresentação de todos os membros do grupo aos seus respectivos agricultores e demais familiares. Esta etapa foi realizada com o intuito de promover uma interação maior entre a equipe executora da técnica e os agricultores familiares. As etapas subsequentes foram feitas a campo na propriedade do produtor, onde cada grupo optou por metodologia diferenciadas afim de realizar o levantamento da propriedade do produtor, o problema atual enfrentado por ele e posteriormente a busca por soluções. 
Para que as etapas fossem concluídas foi então realizada primeiramente uma entrevista não estruturada (dialogo aberto) com o produtor e os seus familiares, no qual foi possível obter informações referentes aos aspectos sociais, os recursos naturais, histórico do produtor e da área, e uma noção do comportamento do produtor as dificuldades da propriedade.
A segunda etapa a campo, foi realizada tendo como base os resultados obtidos da primeira entrevista, sendo feito um segundo dialogo semi-estruturado, com o objetivo de obter-se resultados mais específicos relacionados a aspectos econômicos, produtivo e sociais da propriedade, para isso, foi empregado o uso de computador portátil em apresentação digital, que contou com os principais problemas enfrentados pelas demais comunidades do município, através das respostas do produtor, pode-se comparar os resultados com as demais comunidades. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Em um primeiro momento foi feito um diálogo com o proprietário aonde ele apresentou seu trajeto até chegar em Tangará da Serra, e como era a realidade da comunidade na época que ele chegou, as mudanças conseguidas pelos moradores, as alterações ambientais ocorridas, as mudanças dentro da sua propriedade e o sistema produtivo dela.
Sua propriedade possui 16,8 há-1, a família reside nela a 14 anos, possui 25 vacas leiteiras as quais produzem cerca de 60 litros de leite ao dia retirados em ordenha mecânica, uma parte desse leite é comercializado e a partir da outra parte sua esposa produz derivados para consumo da casa e comércio, a produção de frutas e verduras não é muito expressiva mais mesmo assim é vendida na feira de produtores da cidade.
Segundo ele desde que chegou lá a questão ambiental só vem se agravando, inclusive o córrego que abastece a represa de sua propriedade vem reduzindo de tamanho ano após ano. Quando questionado sobre o que a comunidade faz a respeito disto ele disse que não há organização por parte da comunidade para sanar esse assunto assim como os demais.
Quando indagado sobre que tipo de fomento ele recebe da prefeitura, ele disse que há pouca participação desta e quem a ajuda vem da EMPAER. Ressaltou ainda que a EMPAER que traz cursos profissionalizantes para a comunidade, assistência técnica e consegue linhas de financiamento para ele.
Em outra oportunidade foi aplicado um questionário semi-estruturado que foi respondido pela esposa do Sr. Ivon, Sra. Deusinda, onde buscamos saber o ponto de vista dela sobre os problemas da propriedade e da comunidade dos pontos de vista ambiental, econômico e social, assim como sua perspectiva para que ocorram mudanças.
Logo ela nos relatou que não há problemas ambientais que ela tenha conhecimento, seja com queimadas, agroquímicos ou fossa sépticas. Quanto ao manejo do solo da propriedade, é usado manejo convencional do solo sem práticas conservacionistas, no geral os insumos vêm de fora da propriedade, somente se aproveita os resíduos de limpeza da ordenhadeira.
Quanto a aquisição de linhas de crédito ela não soube informar os nomes das linhas, devido ao tempo que foi adquirido, exceto que foram conseguidas através da EMPAER, a qual também presta assistência técnica na propriedade deles.
Os maiores problemas que ela se queixou foram, as estradas que dão acesso a comunidade que estão em situação precária, a falta de união da comunidade para trazer benefícios mútuos, ela inclusive cita que outrora havia uma gama enorme de cursos profissionalizantes para a comunidade que hoje não há mais. No tocante que trata da possibilidade de mudanças no paradigma atual da comunidade, ela acha que é possível mudar entretanto desde que haja muito empenho de todos os comunes, para que a comunidade não caia no ostracismo outra vez.
Através das técnicas empregadas foi possível conhecer ao certo como anda a realidade da propriedade do Sr. Ivon, assim como a realidade em geral da comunidade onde ela se encontra, nos âmbitos social, econômico e ambiental.
AGRADECIMENTO
Agradecemos primeiramente a Deus por nos permitir que a execução do DRP tenha ocorrido sem nenhum transtorno.
Agradecemos ao Professor Willian Marques Duarte que proporcionou essa experiência aos acadêmicos e por último a todosos acadêmicos envolvidos e que nos ajudaram para a realização do trabalho.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, D. D. Diagnóstico rural participativo (DRP) das condições sócio-culturais dos assentamentos de reforma agrária na região do Triângulo Mineiro-MG. Programa de Apoio Científico e Tecnológico em Assentamentos de Reforma Agrária (PACTo / TM), 2005. 
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico: resultados preliminares – Tangará da Serra, Mato Grosso; 2010.
VERDEJO, M.E. Diagnóstico Participativo Rural: Um guia prático. Gráfica da Ascar-Emater RS. Brasília, 2006.

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