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APOSTILA DIREITO APLICADO A ADM II

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COMPONENTE CURRICULAR - DIREITO APLICADO À ADM 
PROFESSOR - MARCELO RICARDO WEBER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO APLICADO À ADMINISTRAÇÃO 
ENFASE EM DIREITO EMPRESARIAL I 
ENFASE EM DIREITO TRIBUTÁRIO I 
ENFASE EM DIREITO DO CONSUMIDOR 
ENFASE EM CRIMES CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
ENFASE EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIDEIRA, SC - 2017 
1. DIREITO EMPRESARIAL 
 
1 COMÉRCIO E EMPRESA: 
 
Comércio é uma das mais antigas atividades exercidas pelo homem sobre a face da Terra, desde os 
primórdios das civilizações, vem criando e destruindo nações e impérios e tem estado por trás das principais guerras. 
Propulsor do desenvolvimento científico e tecnológico, além de se constituir, sem sombra de dúvidas, em um 
elemento agregador de culturas. 
 
1.1 COMÉRCIO: 
 
Podemos definir a palavra Comércio como sendo: 
 
 “O complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor, que, exercidos habitualmente e com fim de 
lucro, realizam, promovem ou facilitam a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil 
e pronta a procura e a oferta” (REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial, 17. Ed. Saraiva, São Paulo, 1986, v.1, 
p.5). 
 
Assim, resumidamente, comércio é: 
 
 Uma atividade tipicamente social; 
 Exige a interação entre as partes envolvidas; 
 Sinônimo de socialização, civilização e vida em sociedade. 
 
O comerciante e a sociedade comercial: 
 
Durante muitos anos baseados na classificação formal dos atos por eles praticados. Exemplo. Compra e venda 
com a finalidade de revenda, atividades bancárias, industriais, seguros, etc. 
Eram os chamados “atos de comércio”, cuja existência era justificada pela Teoria dos atos de Comércio, 
tendo como epicentro a pessoa que os praticava. 
 
1.2 AUTONÔMIA DO DIREITO COMERCIAL: 
 
Dada a especificidade de suas normas, o Direito Comercial sempre foi visto de forma autônoma em relação 
ao Direito Civil, não obstante serem ambos os ramos do Direito Privado. 
Final do século XIX e início do século XX diversas tentativas de unificação do Direito Comercial com o Direito 
Civil, desde 1912, o comercialista Inglês de Souza organizou um Projeto de Código Comercial, posteriormente 
convertido em Projeto do Código de Direito Privado. 
Diversos Doutrinadores favoráveis à unificação através da TEORIA DA EMPRESA, surgida com o Código Civil 
italiano de 1942, esta TEORIA DA EMPRESA está baseada na atividade econômica exercida de forma organizada por 
determinado indivíduo (pessoa física ou jurídica). 
A pretendida unificação não se concretizou como se imaginava. Ocorreu sim, uma mera reunião de normas 
distintas do Direito Comercial e as do Direito Civil em um único código. 
Já no Brasil, a edição do novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 11.01.2002) também representou uma antiga 
tentativa de unificação, em termos gerais, como o novo Código Civil desapareceram as figuras do comerciante e da 
sociedade comercial, surgindo, assim, o empresário e a sociedade empresária. 
 
1.3 DIREITO COMERCIAL: 
 
A definição mais coerente e clara que nos vem à mente sobre qual o conceito básico de Direito Comercial é 
que ele nada mais é que o conjunto das normas jurídicas reguladoras do comércio, entretanto para termos um 
conceito mais apurado de Direito Comercial, podemos dizer que: 
 
 “É o complexo de normas jurídicas que regulam as relações derivadas das indústrias e atividades que a lei considera 
mercantis, assim como os direitos e obrigações das pessoas que profissionalmente as exercem”. (BORGES, José 
Eunápio. Curso de Direito Terrestre, Rio de Janeiro, 1964, p.13). 
 
O Direito Comercial tem por características: 
a) simplicidade – O Direito Comercial possui caráter mais dinâmico e apresenta menor formalismo do 
que o Direito Civil; 
b) cosmopolitismo – Tem traços acentuadamente internacionais, difere do Direito Civil, que é um 
direito singular de cada estado; 
c) onerosidade – Enquanto conjunto de regras destinadas a regular a atividade comercial, não existe, 
em regra, ato mercantil gratuito; 
d) elasticidade – Tem caráter muito mais renovador e dinâmico do que o Direito Civil. 
 
1.4 TEORIA DOS ATOS DE COMÉRCIO E TEORIA DA EMPRESA: 
 
a) Teoria dos Atos de Comércio 
 
Características: 
 
 Código Comercial (Lei nº 556, de 25.06.1850), tinha por fundamento a Teoria dos Atos de Comércio; 
 Teoria baseada no corporativismo existente nas corporações de ofício surgidas na Europa durante o 
renascimento comercial; 
 As pessoas físicas ou jurídicas encontravam-se submetidas às regras do Direito Comercial, pela 
Teoria dos Atos de Comércio. 
 
Tinha-se o Comerciante, como: 
 
 “Toda pessoa que praticava profissionalmente atos de intermediação de mercadorias e troca, com o intuito de 
lucro” (GOMES, Fábio Belotte. Manual de direito comercial, Ed. Manole, São Paulo, 2003. P.9). 
 
b) Teoria dos Atos de Empresa 
 
Surgido na Itália em 1942, tem como fundamento a atividade econômica e a sua organização. Assim, 
conceitua-se EMPRESA como sendo toda atividade econômica, exercida de forma repetida e organizada, com vistas à 
produção ou à circulação de bens e de serviços. 
Houve um alargamento do conceito de comércio na medida em que a Teoria da Empresa abarca também 
parte da atividade de prestação de serviços, até o momento restrito ao âmbito do Direito Civil. 
O foco central da Teoria da Empresa é a atividade, a ação na esfera econômica, atividade essa que, não 
guardando vínculo de pessoalidade com o seu titular, permite que se crie certa impessoalidade no seu exercício, 
contrariamente à pessoalidade característica da antiga Teoria dos Atos de Comércio. 
Para a empresa importa preliminarmente a atividade econômica em si. A finalidade da Teoria da Empresa é 
assegurada a continuidade da atividade empresarial, ainda que sob a administração de outras pessoas que não aquela 
que iniciou o seu exercício. 
Por fim tem-se o Código Civil (Lei nº 10.406, de 11.01.2002). 
 
1.5 ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: 
 
Também chamado de fundo de “EMPRESA”, é o complexo de bens reunidos e organizados pelo empresário 
ou pela sociedade empresária para o exercício de sua atividade empresarial. (art. 1.141 do CC). 
É considerado como uma universalidade de fato, na medida em que se afigura como um conjunto de bens 
com destinação específica. 
Note-se quão importante observar que o imóvel ocupado pelo empresário ou pela sociedade empresária não 
pode, por si só, ser considerado como sinônimo de estabelecimento empresarial, na medida em que é apenas um dos 
bens integrantes deste. 
Compõe-se de bens corpóreos (móveis e imóveis) e de bens incorpóreos (aviamentos, nome empresarial, 
marca, clientela, ponto comercial). 
 
Classificam-se em BENS CORPÓREOS e BENS INCORPÓREOS: 
 
a) São Bens Corpóreos: 
 
Aqueles bens móveis e imóveis, por assim dizer, “corporificados” no estabelecimento empresarial, tais como 
balcões, vitrines, máquinas, imóveis, veículos etc. 
 
b) São Bens Incorpóreos: 
 
Aqueles bens que não possuem expressão propriamente física ou que não se encontrem corporificados no 
estabelecimento empresarial, ainda que muitas vezes visualmente perceptíveis, tais como: ponto comercial, nome 
empresarial, título de estabelecimento, marcas, patentes, tecnologia (“Know-how”), contratos, créditos, clientela, 
freguesia, aviamento etc. 
 
Segundo Oscar Barreto Filho, estabelecimento é: 
 
a) Um complexo de bens, corpóreos e incorpóreos, que constituem os instrumentos de trabalho do 
comerciante, no exercício de sua atividade produtiva; 
b) Não se configura como o complexo de relações jurídicas do comerciante no exercício do comércio, e 
não constitui um patrimônio comercial distinto do patrimônio civil; 
c) É formado por bens econômicos,ou seja, por elementos patrimoniais, sendo duvidoso se 
compreendem elementos pessoais; 
d) É uma reunião de bens ligados por uma destinação unitária que lhe é dada pela vontade do 
comerciante; 
e) Apresenta um caráter instrumental em relação à atividade econômica exercida pelo comerciante. 
 
Assim, sobre o estabelecimento deve-se, ainda acrescentar que este pode ser objeto unitário de direitos e de 
negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou o arrendamento do estabelecimento empresarial 
somente causará efeitos em relação a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário ou da 
sociedade empresária, na junta comercial e depois de publicado na imprensa oficial (art. 1.144 C.C). 
Outro aspecto muito importante é quando na hipótese de não restarem bens suficientes ao alienante para 
solver o seu passivo “a eficácia da alienação do estabelecimento empresarial depende do pagamento de todos os 
credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 30 (trinta) dias a partir de sua notificação”. 
(art. 1.145 C.C), é uma forma de preservar o patrimônio do devedor, enquanto garantia aos credores. 
Na situação de não haver autorização expressa do novo titular, o alienante do estabelecimento empresarial 
não pode oferecer concorrência ao adquirente, nos 05(cinco) meses subseqüentes à transferência. (art. 1.147 C.C). 
 
1.6 CONCEITO DE EMPRESÁRIO: 
 
Hoje se vivencia uma grande mudança na área comercial, com a nova Teoria da Empresa, em implantação 
com o novo Código Civil, no sentido de subsistir o tradicional conceito de comerciante pelo conceito de empresário. 
Como conceito de COMERCIANTE explicitado anteriormente temos que é o que pratica atos de comércio. Já 
o conceito para EMPRESÁRIO que prevalece na atualidade é aquele que exerce atividade econômica organizada para 
a produção ou circulação de bens ou de serviços (art. 966 C.C). 
O novo Código Civil introduziu no direito pátrio o conceito legal de empresário em seu Livro II, intitulado 
DIREITO DE EMPRESA. 
Este novo código também revogou a primeira parte do Código Comercial (artigos 1º ao 456) que tratava da 
parte geral do comércio, das sociedades comerciais e dos contratos mercantis, e por fim definiu o que é empresário. 
 
Segundo o Art. 966 do Código Civil: 
 
 “Art. 966 do C.C - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente, atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens e serviços” 
 
A atividade econômica como veremos abaixo é que encerra de forma organizada toda essência conceitual de 
empresa. 
 
Destaca-se da definição as noções de: 
 
a) PROFISSIONALISMO - habitualidade - não se considera empresário quem realiza tarefas de modo 
esporádico; pessoalidade – o empresário no exercício da atividade empresarial deve contratar empregados; 
monopólio das informações – que o empresário detém sobre o produto ou o serviço de sua empresa; 
b) ATIVIDADE – se o empresário é o exercente profissional de uma atividade econômica, então 
EMPRESA É UMA ATIVIDADE, a de produção ou circulação de bens ou de serviços; 
c) ECONÔMICA – busca gerar lucro para quem a explora. O lucro pode ser objeto da produção ou 
circulação de bens ou serviços, ou apenas o instrumento para alcançar outras finalidades; 
d) ORGANIZADA – a empresa é atividade organizada, nela se encontram articulados, pelo empresário, 
os quatro fatores de produção: a) capital; b) mão-de-obra; c) insumos; d) tecnologia. 
e) PRODUÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS - fabricação de produtos ou mercadorias, toda a atividade de 
indústria é, por definição, EMPRESARIAL. (fabrica de eletrodomésticos, confecções de roupas etc.) Produção de 
serviços, prestação de serviços (bancos, escolas, seguradoras, hospital etc.). 
f) CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS – atividade de circular bens é do COMÉRCIO. Busca o bem no 
produtor e traz ao consumidor. É a atividade de intermediação. O conceito de empresário compreende tanto o 
atacadista quanto o varejista. 
g) BENS OU SERVIÇOS – bens são corpóreos. Enquanto os serviços não têm materialidade. (obs. 
comércio eletrônico é atividade empresarial). 
 
1.7 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL E SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 
Qualquer pessoa capaz, desde que não expressamente proibida por lei, seja física ou jurídica, pode exercer 
atividade empresarial. Portanto, o EMPRESÁRIO pode ser Pessoa Física (EMPRESÁRIO INDIVIDUAL) ou Pessoa Jurídica 
(SOCIEDADE EMPRESÁRIA). 
 
a) Pessoa Física – EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. 
 
O EMPRESÁRIO INDIVIDUAL, em regra, não explora atividade economicamente importante. Dedica-se quase 
sempre a atividades de varejo de produtos (sacoleiros, ambulantes, bancas de fruta, confecções de bijuterias, doces, 
etc.). Não constitui pessoa jurídica. Não existe distinção entre o patrimônio pessoal do titular e o patrimônio da 
empresa. 
O nome do comerciante individual tem de ser “firma ou razão individual”. Apenas para fins tributários, tem-
se empregado a expressão “pessoa jurídica” (com certas dúvidas e com muita impropriedade). 
APTOS E INÁPTOS PARA EXERCER A ATIVIDADE DE EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
 
Para ser EMPRESÁRIO INDIVIDUAL a pessoa deve encontrar-se em pleno gozo da capacidade civil. Portanto 
não têm capacidade para exercer empresa os menores de 18 anos não emancipados; os ébrios habituais; os viciados 
em tóxicos; os deficientes mentais; os excepcionais e os pródigos. 
 
b) Pessoa jurídica – SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
 
A SOCIEDADE EMPRESÁRIA é aquela decorrente da celebração de contrato entre pessoas que, 
reciprocamente se obrigam entre si a contribuir com bens ou serviços para a consecução de um determinado fim. 
O elemento de empresa implica na organização racional dos meios de produção, o empresário atua na 
organização dos meios de produção, incluindo-se aqui a organização da mão-de-obra, na pessoa dos agentes 
auxiliares da empresa, e demais fatores de produção reunidos em torno do estabelecimento empresarial. 
 
Dentre os muitos dispositivos do C.C citemos alguns abaixo que correspondem às situações supra 
mencionadas: 
 
 “Art. 973 do C.C – Pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, caso venha a exercer, 
responderá pelas obrigações contraídas”. 
 “Art. 974 do C.C – O incapaz poderá, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa 
antes por ele exercida enquanto capaz, por seus pais ou pelo tutor da herança, através de autorização judicial”. 
 
 “Art. 977 do C.C – É facultado aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que o regime de 
casamento não seja o de comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória”. (grifo nosso). 
 “Art. 978 do C.C – Empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de 
bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real”. (grifo nosso). 
 “Art. 980 do C.C – A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário e ato de reconciliação 
não podem ser opostos por terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis”. 
 
Ver também: 
 
Art. 1.080 do C.C – Decisões infringentes. 
 
Também estão proibidos de exercer atividade empresarial: 
 
a) os funcionários públicos civis (União, Estados, Territórios e Municípios). Lei nº 8.112, de 11.12.1990; 
b) os militares da ativa das três Armas (Código Penal Militar); 
c) os magistrados; 
d) os corretores e leiloeiros. (Código Comercial, art. 59); 
e) os cônsules, salvo os não remunerados; 
f) os médicos, para o exercício simultâneo da medicina e farmácia, drogaria ou laboratórios 
farmacêuticos; 
g) os falidos, é lhes permitido o exercício somente após declarada, por sentença, a sua reabilitação ou 
extinção de suas obrigações;h) os estrangeiros não residentes no País. 
 
OBS - A proibição legal limita-se ao exercício individual da atividade empresarial, não se estendendo à 
participação em sociedade empresarial como acionista, cotista ou sócio comanditário de sociedade. 
 
1.8 DA INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO NO REGISTRO PÚBLICO DE EMPRESAS MERCANTIS: 
 
É obrigatória a inscrição do empresário no registro público de empresas mercantis, representando, em cada 
unidade da federação, pelas Juntas Comerciais (localizadas nas respectivas sedes dos Estados), antes do início de sua 
atividade empresarial. (art. 967 Código Civil). 
Sendo que para a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de 
sua atividade (art. 967 do C.C), o requerimento deverá conter: 
 
a) o nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; 
b) a firma, com a respectiva assinatura; 
c) o objeto e a sede da empresa; 
d) o capital. 
 
O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de 
Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova de inscrição originária. Deverá ter a averbação 
dessa inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. (art. 969 do C.C) 
 
1.9 ATIVIDADES NÃO EMPRESÁRIAS 
 
SOCIEDADE SIMPLES: 
 
Reza o art. 996, § único do C.C: 
 
 “Art. 996 do C.C – (...) 
 
 “§ Único - Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento 
de empresa”. 
 
As atividades de prestação de serviços de natureza intelectual, científica, artística ou literária, ainda que 
sejam desenvolvidas com o concurso de outras pessoas, somente poderão ser classificadas como atividades não 
empresárias na medida em que o seu titular, o empresário, efetivamente organize o trabalho de terceiros, numa clara 
organização dos meios de produção, que mais é do que o elemento de empresa, também chamado de 
empresarialidade. 
Portanto o elemento de empresa implica na organização racional dos meios de produção. A 
empresarialidade é um elemento impessoal, opondo-se assim à pessoalidade, característica da antiga Teoria dos Atos 
de Comércio. 
 
2 DIREITO SOCIETÁRIO 
Do mesmo modo esta previsto no LIVRO II – DO DIREITO DE EMPRESA – Art. 981 do C.C. 
É fundamento básico do Direito que as pessoas jurídicas têm personalidade distinta da de seus integrantes, 
sejam estes pessoas físicas ou outras pessoas jurídicas. 
Tal entendimento decorre de ficção jurídica que considera as pessoas jurídicas como entes dotados de 
personalidade jurídica própria, sendo assim sujeitos de direitos e deveres na ordem jurídica. 
Classificam-se estas pessoas jurídicas no ordenamento jurídico brasileiro, em pessoas jurídicas de Direito 
Público e pessoas jurídicas de Direito Privado, as primeiras afetas ao princípio da supremacia do interesse público, ao 
passo que, em relação as segundas, vigora o princípio da isonomia e do equilíbrio contratual. 
No âmbito do Direito Privado entende-se por sociedade toda pessoa jurídica cujos integrantes visam um fim 
comum e específico, o chamado OBJETO SOCIAL. 
 
2.1 SOCIEDADE 
 
Reza o artigo 981 do C.C a respeito da matéria: 
 
 “Art. 981 do C.C – Celebram contrato de sociedades as pessoas (físicas ou jurídicas) que reciprocamente se obrigam 
a contribuir (união de esforços, com bens ou serviços), para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados”. 
 
2.2 PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Segundo o artigo 45 do C.C: 
 “Art. 45 do C.C – Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato 
constitutivo no respectivo registro, precedida quando necessário, da autorização ou aprovação do Poder Executivo, 
averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo” 
 
 Na mesma linha de pensamento disciplina o artigo 1.150 do C.C: 
 
 “Artigo 1.150 do C.C – O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas 
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas...”. 
Assim, com o devido registro, a sociedade adquire personalidade jurídica e, portanto, fica evidenciado que a 
pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que a compõe, a sociedade tem personalidade jurídica distinta da de 
seus sócios, são pessoas inconfundíveis e independentes entre si. 
Também a pessoa jurídica está autorizada a praticar todos os atos jurídicos a que não esteja expressamente 
proibida de praticar, pois é a pessoa jurídica sujeito de direito personalizado, e, portanto, poderá praticar todo e 
qualquer ato ou negócio jurídico em relação ao qual inexiste proibição expressa. 
 
A PERSONALIZAÇÃO das sociedades empresárias gera três conseqüências: 
 
a) TITULARIDADE NEGOCIAL – assume responsabilidades como sujeito de direito autônomo 
personalizado, através de seus representantes legais. A sociedade é a titular do compromisso assumido; 
b) TITULARIDADE PROCESSUAL – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo, pois tem 
capacidade para ser parte processual; 
c) RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL – terá sempre patrimônio próprio, inconfundível e incomunicável 
com o patrimônio individual de cada um de seus sócios; 
d) ALTERAÇÃO ORGÂNICA – a sociedade pode alterar a sua estrutura orgânica; modificar a sua forma 
societária. (Lei das S/A ou LTDA pelo C.C) 
 
Já o fim da personalidade jurídica da sociedade resulta de todo um processo de extinção, também conhecido 
por dissolução em sentido largo. 
 
2.3 PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Artigo 28 da Lei 8.078, de 11.09.1990 (Código de Defesa do Consumidor); 
Artigo 18 - Lei 8.884/1999 (Lei Antitruste); 
Artigo 50 do Código Civil. 
A Personalidade Jurídica às vezes leva os sócios a praticarem abusos, atingindo os credores e terceiros. O Juiz 
poderá DESCONSIDERAR A PERSONALIDADE JURÍDICA DA SOCIEDADE. Isso pode ocorrer sempre que houver excesso 
de poder, violação dos estatutos ou contrato social, abuso de direito ou ato ilícito provocado por má administração. 
 
Modernamente o Código Civil classificou a sociedade em: SOCIEDADE PERSONIFICADA e SOCIEDADE NÃO-
PERSONIFICADA. 
 
2.3.1 Sociedades Não-Personificadas: 
 
O Direito sempre admitiu à existência de sociedades desprovidas de personalidade jurídica própria, as 
chamadas SOCIEDADES NÃO-PERSONIFICADAS, aquelas que não têm personalidade jurídica, classificam-se em: 
 
a) Sociedade em comum – (artigo 986 do C.C). 
b) Sociedade em conta de participação - (artigo 991 do C.C). 
 
O novo Código Civil trata as “sociedades sem inscrição de seus atos constitutivos”, chamada de “SOCIEDADE 
não personificada COMUM”. 
Algumas das restrições das sociedades não personificadas comuns já estavam contempladas em leis esparsas. 
Assim, vedava-se-lhes que interpusessem pedido de falência ou impetrassem concordata. Outrossim, sua escrituração 
não tinha força probante. E, com a edição do novo Código Civil, restou consolidada a responsabilidade ilimitada e 
solidária dos sócios, perante a sociedade e terceiros, sequer lhes sendo de direito o benefício do uso da ordem. 
A sociedade em comum, tipo de sociedade não personificada, chamada de sociedade de fato ou irregular no 
Código Comercial (embora façam alguns diferença entre estas últimas), possuía critérios específicos para a sua 
identificação, e o legislador apresentava rol de situações configuradoras de sua existência. 
A matéria foi disciplinada no novo Código Civil Brasileiro. Todavia, o rol até então existente no Código 
Comercial, não foi reproduzido e o novo Código refere-se genericamente a qualquer modo de prova. 
Comoconseqüências surgem às seguintes indagações: o rol existente no Código Comercial era exaustivo ou 
meramente enunciativo? O novo Código, ao se referir a qualquer modo de prova, genericamente, inclui em seu 
bojo, dentre outras provas, aquele rol que existia no Código Comercial? 
É o que, embora em apertada síntese, será objeto de estudo. 
 
A disciplina da matéria no Código Comercial: 
 
O tema era disciplinado no artigo 305 do Código Comercial Brasileiro como se extrai da dicção do 
mencionado dispositivo: 
 
 “Art. 305 - Presume-se que existe ou existiu sociedade, sempre que alguém exercita atos próprios de sociedade, e 
que regularmente se não costumam praticar sem a qualidade social”. 
 
Desta natureza são especialmente: 
 
 Negociação promíscua e comum. 
 Aquisição, alheação, permutação, ou pagamento comum. 
 Se um dos associados se confessa sócio, e os outros o não contradizem por uma forma pública. 
 Se duas ou mais pessoas propõem um administrador ou gerente comum. 
 A dissolução da associação como sociedade. 
 O emprego do pronome nós ou nosso nas cartas de correspondência, livros, faturas, contas e mais 
papéis comerciais. 
 O fato de receber ou responder cartas endereçadas ao nome ou firma social. 
 O uso de marca comum nas fazendas ou volumes. 
 O uso de nome com a adição - e companhia. A responsabilidade dos sócios ocultos é pessoal e 
solidária, como se fossem sócios ostensivos (artigo nº. 316). 
 
A disciplina da matéria no novo Código Civil Brasileiro 
 
No Código Civil Brasileiro em vigor o tema está disciplinado no artigo 986 ao 990, que tem a seguinte 
redação: 
 “Art. 986 do C.C – Rege as sociedades que não tem seus atos constitutivos inscritos no órgão competente.” 
Segundo os artigos 987 a 990 do mesmo Diploma Legal, a sociedade em Comum tem as seguintes 
características: 
 
a) os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem comprovar a existência 
da sociedade. Os terceiros podem prová-la de qualquer modo; 
b) bens e dívidas constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum; 
c) bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto 
limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra terceiros que o conheça; 
d) todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, exceto os previstos 
no artigo 1.024 (os bens particulares dos sócios somente poderão ser executados por dívidas da sociedade somente 
depois de executados os bens sociais). 
 
O posicionamento da doutrina à luz do novo Código Civil Brasileiro: 
 
Com relação aos modos de prova, apresentando alguns exemplos, o posicionamento de Ronaldo Guaranha 
Merighi: 
 
 “Embora a existência jurídica não esteja plenamente reconhecida, a existência fática pode ser facilmente 
demonstrada pelos terceiros que se relacionarem com esses entes. Através de qualquer meio de prova – qualquer 
documento, ou mesmo por intermédio de testemunhas – o interessado poderá demonstrar a existência da 
sociedade em comum”. 
 
Em igual sentido, o posicionamento de José Carlos Fortes: 
 
 “Ante a ausência da formalidade, a sociedade é chamada de Sociedade em Comum (artigos 986 a 990 do Código 
Civil) quando, embora ajustada entre os sócios, não possui seus atos constitutivos inscritos no órgão competente. 
Esta sociedade é dita não personificada, pois não está juridicamente constituída, não podendo ser considerada uma 
pessoa jurídica. Este modelo de negócio não é uma boa opção, pois além do descumprimento da lei, neste caso, os 
sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, o que 
não ocorre com os terceiros que podem prová-la de qualquer modo admitido em direito, provas testemunhais, 
correspondências, dentre outras formas”. 
Constatou-se, que o Código Comercial apresentava rol de situações que exteriorizavam a existência de 
sociedade de fato ou irregular, hoje chamada de não personificada, rol esse que era meramente enunciativo e não 
taxativo. O Código Civil atual em sua redação admite qualquer modo de prova. Tem-se, pois, que os modos de prova 
enunciados no Código Comercial estão, por conseqüência, tendo em conta a amplitude da nova redação, 
considerados no novo Código Civil, embora não explicitados, mesmo porque desnecessária a explicitação. 
 
 Quanto a SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO tratam os artigos 991 a 996 do C.C: 
 
Possui dois tipos de sócios: 
 
a) Sócio OSTENSIVO – Aquele que tem responsabilidade ilimitada; 
b) Sócio PARTICIPANTE – Não tem responsabilidade para com terceiros, responde tão somente perante 
o sócio OSTENSIVO conforme contrato entre eles. 
 
Este tipo de sociedade tem características impróprias, pois é uma sociedade DESPERSONALIZADA, ou seja, 
não pode ser registrada no Registro de Empresas e tem o caráter de sociedade secreta. 
A Sociedade em conta de participação é considerada uma verdadeira sociedade “anônima”. Temos o sócio 
oculto que não aparece, nem pode aparecer como sócio, de forma alguma, em qualquer sociedade. Trata-se de uma 
sociedade sui generis. Diversas peculiaridades distinguem-na das demais. Apresenta duas categorias de sócios: oculto, 
que não aparecem nem tratam com terceiros, e os ostensivos, girando os negócios sob a firma individual destes 
últimos, únicos responsáveis perante terceiros. Não possui personalidade jurídica, patrimônio próprio nem firma ou 
razão social, pois todos os negócios, como vistos, são efetuados em nome do sócio ostensivo. 
As sociedades em conta de participação provêm das antigas sociedades em comandita, com as quais se 
confundiam, até que a lei de Florença, de 30 de novembro de 1408, regulou detalhadamente as comanditas, 
caracterizando-as como sociedades que possuem patrimônio diverso do patrimônio particular dos sócios. 
Os sócios desconhecidos dos terceiros tiveram a denominação de sócios ocultos; ainda hoje uma das 
características de tais sociedades é que os sócios ocultos não respondem perante terceiros pelas obrigações sociais, se 
tal acontecer, a sociedade perderá o caráter de participação. Compreenda-se, porém, que sócio oculto, juridicamente, 
não é aquele de nome desconhecido para os terceiros; é o que não age em nome da sociedade, não realiza as 
transações, não assume compromissos. 
Por outro lado, sua constituição não exige maiores formalidades, podendo provar-se por todos os gêneros de 
prova admitidos nos contratos comerciais. É uma sociedade que poderia ser qualificada de oculta, pois existe apenas 
entre os sócios, não para terceiros, que devem tratar direta e exclusivamente com o sócio ostensivo, que utiliza o 
próprio crédito, atuando no próprio nome. 
 
A principal distinção escreveu Pontes de Miranda: 
 
 “em que se há de insistir quando se cogita de contrato de sociedade em conta de participação e entre efeitos para 
com terceiros e efeitos entre os sócios participantes. Entre os sócios participantes, a eficácia é completa: a 
sociedade existe e é eficaz. No tocante aos terceiros, há a sociedade, a sociedade existe, mas os seus efeitos não 
alcançam os terceiros”. 
 
Portanto a sociedade não tem personalidade jurídica (e, portanto despersonalizada), não assume com isso 
nenhuma obrigação em seu nome. É o sócio OSTENSIVO que assume como obrigação pessoal, as obrigações da 
sociedade perante terceiros. 
Existe sociedade em conta de participação quando duas ou mais pessoas, sendo uma ao menos comerciante, 
se reúnem para a realização de uma ou mais operações comerciais, sendo essas operações feitas em nome e sob a 
responsabilidade de um ou alguns dos sócios comerciantes. Como vimos essa sociedade existe apenas entre os sócios 
e não possuí personalidade jurídica. 
A sociedade em conta de participação não constitui pessoa jurídica e, desse modo,se for constituída por 
contrato, não poderá ser esse arquivado no Registro de Comércio. A sociedade, por sua natureza, é oculta, existindo 
apenas entre os sócios, perante terceiros, aparece somente o sócio comerciante, chamado sócio ostensivo ou 
gerente, que realiza a operação ou as operações, em seu próprio nome, assumindo, assim, pessoalmente, a 
responsabilidade dos compromissos sociais. Os credores da sociedade não poderão acionar, em nenhuma hipótese, os 
sócios ocultos, pois juridicamente, esses, nenhum compromisso tomaram para com eles. Também os sócios ocultos 
comerciantes não poderão ser declarados falidos por obrigações assumidas pela sociedade, já que somente os sócios 
ostensivos figuram nas relações desta com terceiros. 
A sociedade em conta de participação, dado seu caráter especial, de existir apenas entre sócios, não esta 
sujeita, para constituição às formalidades exigidas para as demais sociedades comerciais, ou seja, a ter um contrato, 
quer escrito, quer por instrumento público ou particular, e arquivado no Registro de Comercio. Pode ela, na verdade, 
constituir-se mediante contrato, mas esse não deverá ser arquivado no Registro de Comércio, sob pena de deixar de 
ser a sociedade uma participação, já que com o arquivamento do seu ato constitutivo adquire ela personalidade 
jurídica. 
Não se constituindo mediante contrato, a sociedade pode ser provada por qualquer dos meios admitidos na 
Lei Comercial, isto é, nos termos do artigo 122 do Código, por documentos públicos ou particulares, por notas ou 
certidão dos corretores, por correspondência epistolar, pelos livros do sócio ostensivo ou, até, por testemunhas. 
Os sócios ocultos possuem a sua responsabilidade limitada apenas à importância posta à disposição dos 
gerentes para a realização da ou das transações comerciais. Não têm eles, assim, mesmo para com os sócios 
ostensivos, responsabilidade ilimitada. Os sócios OSTENSIVOS, porém, assumem, perante terceiros, responsabilidade 
ilimitada em virtude de realizar as operações sociais em nome comercial e ser responsabilidade do comerciante 
sempre ilimitada. 
A sociedade em conta de participação, não sendo uma pessoa jurídica, não possuí nome social. Agirá, em 
suas relações com terceiros, mediante a firma ou denominação do sócio ostensivo, sejam este comerciante individual 
ou sociedade comercial. A gerência da sociedade será sempre exercida pelo sócio ostensivo, que agirá em seu próprio 
nome. Não podem, assim, os sócios ocultos obrigar-se em nome da sociedade. 
Nada impede que a conta de participação seja feita em caráter civil, basta que o sócio ostensivo, que vai, em 
seu nome agir pela sociedade e obrigar-se perante terceiros, não seja comerciante. 
Isto porque, segundo o Código, poderá existir a sociedade não personificada em conta de participação, cuja 
constituição independe de qualquer formalidade. Nesta, o contrato social obriga apenas os sócios, e ainda que haja 
inscrição deste contrato, não se lhe conferirá personalidade jurídica. 
Assim a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo SÓCIO OSTENSIVO, em seu nome 
individual e sob sua própria responsabilidade. A constituição da sociedade independe de qualquer formalidade. 
Todavia, pode provar-se por todos os meios de direito. O contrato social produz efeito somente entre os sócios. A 
falência do SÓCIO OSTENSIVO acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta. 
 
2.3.2 Sociedades Personificadas: 
Matéria abrangente no artigo 997 e seguintes do Código Civil, no qual tem as seguintes características: 
 
 Têm personalidade jurídica; 
 Constituí-se por contrato entre duas ou mais pessoas; 
 Nasce com o Registro do Contrato no Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou Estatuto no Registro 
Público de Empresas Mercantis (Juntas Comerciais); 
 Tem por nome uma FIRMA (razão social) ou DENOMINAÇÃO; 
 Extingue-se pela dissolução, pela expiração do prazo de duração, por iniciativa dos sócios, ou 
também por ato de autoridade; 
 É uma pessoa (pessoa jurídica) com personalidade distinta das pessoas dos seus sócios; 
 Tem vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios; 
 São representados por quem o Contrato ou Estatuto assim o designar; 
 Quem comercia é a sociedade e não os sócios; 
 O patrimônio é da sociedade e não dos sócios; 
 Responde sempre ilimitadamente pelo seu passivo; 
 Pode modificar sua estrutura, por alteração no quadro social ou mudança de tipo; 
 Classifica-se em SOCIEDADE DE PESSOAS onde os sócios são escolhidos pelas suas qualidades 
pessoais. E classifica-se também em SOCIEDADE DE CAPITAL quando é indiferente a pessoa do sócio. 
 
 SOCIEDADE SIMPLES – (ANTIGAS SOCIEDADES CIVIS). 
As Sociedades Mercantis e Civis na Antiga Legislação 
 Até o advento do novo Código Civil, as sociedades eram divididas em mercantis e civis. Segundo a teoria dos 
atos de comércio, teoria adotada pelo Código Comercial de 1850, eram mercantis as sociedades que exerciam a 
mercancia, assim como, diversos outros ramos de negócios que gravitavam ao redor delas, como bancos, seguradoras, 
transportadoras e que foram devidamente listadas no Regulamento 737 de 1850. Com a promulgação do Código Civil 
em 1916, surgiu a sociedade civil, que seria aquela voltada para os serviços de profissões regulamentadas e as 
atividades agro-pastoris. Também se classificava como civil qualquer outra atividade que não pudesse ser enquadrada 
como mercantil. 
 Logo, as sociedades de advogados, seriam classificadas como sociedades civis, bem como, dos engenheiros, 
arquitetos, contabilistas, médicos, dentistas, e outras atividades semelhantes. 
 
As Sociedades no Velho Código Civil 
 
 No Código Civil de 1916, as sociedades civis, segundo a melhor doutrina, tomavam duas formas diferentes: 
sociedade de forma empresarial e sociedade de forma pessoal. 
 A primeira tinha como exemplo ideal, o hospital que se organizava como empresa e buscava o lucro, como 
qualquer outra empresa mercantil. 
 A segunda, uma entidade sem características empresariais, constituindo-se apenas em um agrupamento de 
pessoas, exercendo uma atividade civil em conjunto, através de uma sociedade uniprofissional ou pluriprofissional, 
assumindo cada um dos sócios, responsabilidade pessoal pelos serviços prestados. 
 O objetivo não era o lucro, característica maior das sociedades mercantis, mas o atendimento de outras 
demandas, como a exigência de seus clientes, pessoas jurídicas, para evitar o recolhimento da cota empresarial de 
20% à previdência social referente a serviços realizados por pessoas físicas, opção de planejamento tributário para 
pagar menos tributos federais, ou ainda, uma forma de trabalhar em conjunto com outras pessoas de igual ou 
semelhante profissão, de forma mais organizada e produtiva. O melhor exemplo seria a clínica médica onde 
trabalhavam três ou quatro médicos, uma telefonista e alguns auxiliares técnicos. 
 A propósito, não existe vedação na lei civil para a constituição de sociedades simples pluriprofissionais, isto é, 
profissionais de áreas diferentes que se unem para oferecer serviços variados. O impedimento, quando existe, é da 
própria corporação a que pertence o profissional. Um escritório de contabilidade só pode ter sócios contabilistas, uma 
sociedade advocatícia só pode ter sócios advogados. 
 Outro impedimento que havia, era de natureza essencialmente tributária. A grande maioria dos municípios, 
antes do advento da Lei Complementar 116/03, exigia que as sociedades de profissionais tivessem caráter pessoal, 
fossem uniprofissionais, isto é, formada por sócios de uma mesma profissão, para se beneficiarem de um tratamento 
tributário (ISS) mais favorável, a alíquota fixa, bem como, ainda limitava a dois a quantidade de funcionários nestas 
empresas. 
 Como as novas leis municipais tratando do imposto sobre serviços, fundamentados na Lei Complementar116/03, ainda não foram aprovadas na maioria dos municípios, não sabemos como a questão acima vai ser tratada no 
futuro. 
 Evidentemente que as sociedades de advogados aqui se enquadravam, tanto pelas características 
eminentemente civis de suas atividades, bem como, por que a Lei 8.906, Estatuto da Advocacia e da Ordem dos 
Advogados do Brasil, assim o determinava. 
 Importante frisar que, ao lado das exigências das normas estabelecidas no Código Civil de 1916, o Estatuto 
estabeleceu algumas regras especiais suplementares, como a proibição da comercialidade do objeto, o que na prática 
impedia o uso de quaisquer das formas estabelecidas nas sociedades mercantis, como sociedades limitadas ou 
anônimas, que são os tipos mais utilizados no Brasil. 
 Também proíbe que as sociedades de advogados tenham sócios de outras profissões, que um sócio faça 
parte de mais do que uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo 
Conselho Seccional, proíbe o uso de denominação social e exige que o registro da razão social seja feito na própria 
Ordem, entre outras coisas. 
 Não tem o menor cabimento a teoria divulgada por alguns doutrinadores de que a sociedade civil de 
advogados, por ter características especialíssimas, exigidas pelo seu Estatuto tenha se constituído numa espécie sui 
generis de sociedade civil e agora seria também uma espécie sui generisde sociedade simples. O que se exige no 
Estatuto não contraria, em nenhum ponto, o estabelecido na lei civil, o que significa que poderia ser imitado por 
qualquer outra categoria profissional. É apenas um diferencial, um plus, exigido em lei especial e que deve ser 
obedecido pelas sociedades advocatícias. 
 Também é bom que se esclareça, que não existem no nosso ordenamento jurídico, as "sociedades civis sem 
fins lucrativos e as sociedades civis de fins lucrativos", sendo tais expressões, criações engenhosas de advogados e 
contabilistas, que sempre encontraram guarida nos Cartórios do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, que aceitavam 
registrá-las. 
 Nossa literatura jurídica, somente tratou da SOCIEDADE CIVIL, de caráter empresarial ou pessoal, no campo 
da atuação privada e cujos resultados serão sempre tributados pelo poder público. 
 Por outro lado, temos a ASSOCIAÇÃO, sempre com função social e, portanto, sem fins lucrativos, e, 
conseqüentemente não tributada pelo poder público. É o que se costumava chamar de "sociedade civil sem fins 
lucrativos". 
 Uma destas tais "sociedades civis sem fins lucrativos", que não é outra coisa senão uma ASSOCIAÇÃO e foi 
com esta denominação adaptada às novas normas estabelecidas pelo novel Código Civil. 
 
As Sociedades no Novo Código Civil 
 
 O novo Código Civil, Lei 10.406 de 10.01.2002, adotou a teoria da empresa, consubstanciado no seu Artigo 
966. Pela nova teoria, são empresárias as sociedades que exercem atividades econômicas de produção, circulação e 
serviços, de forma habitual e organizada e com o objetivo de lucro. Em outras palavras, as sociedades que têm a 
forma e objetivos empresariais. Cabem aqui todas as antigas sociedades mercantis e as antigas civis que tinham 
caráter empresarial, como por exemplo, os hospitais. 
 As antigas sociedades civis podiam ser definidas como entidades que exerciam atividades, econômicas ou 
não, de produção, circulação e serviços, de forma habitual, de forma organizada, não tendo, porém, por objetivo o 
lucro. 
 São, portanto, atividades econômicas as cooperativas e não econômicas as sociedades de profissionais de 
profissões regulamentadas, como as sociedades de advogados, engenheiros, contadores, médicos e outros. 
 Vemos, no entanto, que nenhuma destas sociedades simples tem o objetivo de lucro, entendido aqui no 
sentido econômico e não contábil. 
 Em outras palavras, as sociedades agora, podem ser empresárias e simples. 
 
 Sociedades "puras" e "impuras" 
 
 Esta teoria um tanto que esdrúxula tem se difundido de forma estranha nos meios de comunicação, quer 
dizer que uma sociedade simples que não adota nenhum dos tipos societários próprios das sociedades empresárias, 
como as sociedades limitadas, por exemplo, seria "pura". A sociedade de advogados seria sempre uma simples "pura", 
até mesmo por exigência de seu Estatuto. 
 Sociedade simples "impura" seria aquela que tem natureza simples, como uma clínica médica, mas que adota 
um dos tipos societários das sociedades empresárias, como as sociedades limitadas. É o que se chamaria uma 
sociedade simples limitada. Exemplo: Clínica São Camilo S/S Ltda. 
 Se esta teoria tivesse algum fundamento, a rigor, também deveriam existir as sociedades civis puras e 
impuras e disto nunca se ouviu falar em quase um século de existência do Código Civil de 1916. A situação é idêntica a 
das atuais sociedades simples. 
 O que está acontecendo é fruto de má interpretação do artigo 983, do novo Código Civil, caput, que diz 
textualmente "(...) a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um destes tipos, e, não o fazendo, 
subordina-se às normas que lhe são próprias". 
 Os tipos a que se refere são aqueles regulados entre os artigos 1039 e 1092, tais como, as sociedades em 
nome coletivo, as sociedades em comandita simples, as sociedades limitadas, as sociedades anônimas e as sociedades 
em comandita por ações, todas elas próprias das sociedades empresárias. 
 A norma jurídica que se extrai deste mandamento legal é que a sociedade de natureza simples pode se assim 
o desejar, optar por ser uma sociedade empresarial, bastando para isto, adotar um de seus tipos societários. 
 Uma pequena clínica médica, com ambições de se tornar um pequeno hospital decide se constituir numa 
sociedade empresária. Se optar, como é costume de mais de 99% das empresas brasileiras, se tornar uma limitada, 
acrescentará o termo "Ltda.", à sua razão ou denominação social, registrará o contrato social na junta comercial de 
seu estado, terá responsabilidade limitada ao montante de seu capital social e seguirá todas as demais regras jurídicas 
próprias das sociedades limitadas que vão do artigo 1052 ao 1087 do novo Código Civil. 
 Só para reforçar, na omissão da lei, reger-se-á supletivamente pelas regras das sociedades simples, conforme 
determina o artigo 1052, a não ser que opte explicitamente pelas normas das sociedades anônimas. E, por exemplo, 
poderia se chamar, Clínica São Camilo Ltda. 
 Temos, portanto, uma sociedade de natureza simples, que por decisão de seus sócios e possibilidade legal, 
agora é uma sociedade empresária e desta forma deve ser tratada, inclusive em relação à Lei de Falências, a qual 
passa a se sujeitar. (Art.2037-NCC) 
 No caso específico da sociedade de médicos deve-se acrescentar que, como sociedade simples, os médicos 
têm uma responsabilidade pessoal e subjetiva em relação aos seus clientes. No caso de erro médico, caberá ao cliente 
prejudicado o ônus da prova. 
 Ao se transformar numa sociedade empresária, a responsabilidade recai diretamente sobre a empresa e é 
objetiva, isto é, basta que um cliente prejudicado prove o dano e que este trabalho foi executado por aquela 
determinada clínica! O ônus da prova se desloca para a empresa, que agora tem que provar a inocência de seu sócio, 
o que se torna um grande transtorno cumulado com uma enorme desvantagem processual. 
 A doutrina já havia se pacificado no sentido de que as antigas sociedades civis não poderiam assumir os tipos 
das sociedades mercantis, por que se assim os fizessem, deixariam de ser sociedades civis e se tornariam mercantis, 
por que a natureza jurídica dos tipos societários anunciados era mercantil. Isto, apesar do permissivo nos artigos 1364 
e 1365 de nosso velho Código Civil. 
 Mesmo assim, os cartórios não se cansavam de registrar sociedades equivocadas do tipo Clinica Médica São 
Matheus S/C Ltda., Hospital da Boa Paz S/C Ltda., Silva e Santos Consultores Associados S/C Ltda. 
 Entretanto, oargumento mais forte em relação a esta incompatibilidade jurídica que impede que uma 
sociedade simples possa ser limitada é a questão da responsabilidade dos sócios perante terceiros. 
 Na sociedade simples a responsabilidade dos sócios é ilimitada e na sociedade limitada, como o próprio nome 
já diz, é limitada. Como poderiam os sócios de uma sociedade, ter uma responsabilidade ilimitada e limitada ao 
mesmo tempo? É como admitir que uma pessoa possa ser alta e baixa, branca e negra, gorda e magra ao mesmo 
tempo. Seria um absurdo e só não vê isto quem não quer. 
 Fora isto, grande parte da legislação das sociedades limitadas é incompatível com a das sociedades simples, 
como a forma de deliberação dos sócios, formação de capital social, registro público e uma dezena mais. 
 Esperamos que no futuro não apareçam mais nomes de entidades como "Clínica Médica São Matheus S/S 
Ltda." ou "Escritório de Contabilidade São Lucas S/S Ltda." ou "Silva e Santos Consultores Associados S/S Ltda.", por 
que o tempo destes equívocos já se esgotou. 
 
 Após este rápido contorno do que vem a ser uma SOCIEDADE SIMPLES, entraremos mais especificamente na 
legislação conforme segue: 
 
Reza o artigo 997 do C.C: 
 
 “Art. 997 do C.C – A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além das clausulas 
estipuladas pelas partes, mencionará:” 
 
1. Nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou 
a denominação, nacionalidade da sede dos sócios, se jurídicas; 
2. Denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
3. Capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de 
bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
4. A quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
5. As prestações com que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; 
6. As pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, em seus poderes e administrações; 
7. A participação de cada sócio nos lucros e perdas; 
8. Se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. 
 
E o parágrafo único ressalva que: É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao 
disposto no instrumento do contrato. 
 
Importância necessária se faz a analise dos infra mencionados artigos do Código Civil a respeito da matéria, 
entre outro o artigo 998 que menciona que a inscrição do contrato social da sociedade, no Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, do local da sua sede, deverá ser feito nos 30 dias subseqüentes à sua constituição. 
 
Assim traz em seu bojo o referido artigo: 
 
 “Art. 998 do C.C – Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do 
contrato social no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do local de sua sede”. 
 
O artigo 999 do C.C trata em relação as modificações: 
 
 “Art. 999 do C.C – As modificações do contrato social das matérias constantes do art. 997 dependem do 
consentimento de todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não 
determinar a necessidade de deliberação unânime” (cuja alteração deverá ser averbada no Livro de Registro próprio). 
 
Dos Direitos e Obrigações dos Sócios – SOCIEDADE SIMPLES 
 
Tratam da matéria os artigos 1.001 a 1.008 do C.C conforme segue: 
 
 “Art.1.001 do C.C – As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data. 
Terminam com a liquidação da sociedade, se extinguem as responsabilidades sociais”. 
 “Art.1.002 do C.C – Sócio não pode ser substituído no exercício de suas funções, sem o consentimento dos demais 
sócios, expresso em modificação no contrato social”. 
 “Art.1.003 do C.C – Cessão parcial ou total de quota depende do consentimento dos demais sócios e alteração 
contratual”. 
 Parágrafo único – Até 02 (dois) anos de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente 
com o cessionário pelas obrigações assumidas na sociedade. 
 “Art.1.004 do C.C – Os sócios são obrigados, de acordo com o previsto, às contribuições assumidas no contrato 
social, sob pena de, não o fazendo, responderá pelo dano emergente”. 
 “Art.1.006 do C.C – O sócio, cuja contribuição constitua em serviço, não pode, salvo convenção em contrário, 
empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros”. 
 “Art.1.007 do C.C – Salvo estipulação em contrário, o sócio participa de lucros e das perdas na proporção de suas 
quotas”. 
 “Art.1.008 do C.C – É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas”. 
 
O ato constitutivo das sociedades comerciais é o próprio contrato social. De acordo com a Teoria das 
Obrigações Contratuais, o contrato social interliga a pessoa jurídica aos sócios, gerando duas obrigações: Obrigação 
dos sócios para com a pessoa jurídica - Integralização do capital social. Obrigação da pessoa jurídica para com os 
sócios - Permitir a constituição de uma empresa e, a partir daí, possibilitar o lucro. 
Os contratos são fontes de obrigações entre as partes. No caso do contrato social, ele gera obrigações para 
ambas as partes (unilateral). O contrato é igual a uma convenção, sendo um acordo de vontades que gera obrigações. 
Entretanto, como convenção, cria também convergências. A convenção se diferencia do acordo, uma vez que duas ou 
mais pessoas se reúnem em torno de um mesmo objeto, e com o mesmo interesse jurídico. O contrato social se 
aproxima da convenção, uma vez que existem duas ou mais partes com o mesmo objeto e com o mesmo interesse. 
 
SOCIEDADES EMPRESÁRIAS (Antigas Sociedades Comerciais) 
 
Descreve o artigo 982 do C.C: 
 “Art. 982 do C.C – Considera-se EMPRESÁRIA a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário (objeto social explorado com empresarialidade, profissionalismo) sujeito a registro (art. 967 do C.C) no 
Registro Público de Empresas Mercantis”. 
As Sociedades Empresárias classificam-se em: 
 
a) De acordo com a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais: 
 
 Sociedade Ilimitada – em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Exemplo - Sociedade em Nome Coletivo. 
 Sociedade Mista – parte dos sócios responde limitadamente e a outra parte tem responsabilidades 
ilimitadas pelas obrigações sociais. Exemplo - Comandita Simples, onde o Comanditário tem responsabilidade limitada 
e o Comanditado responde ilimitadamente pelas responsabilidades sociais. 
 Sociedade Limitada – todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. 
Exemplo - empresa LTDA e a S.A. 
 
b) Quanto ao regime de constituição e dissolução: 
 
 Sociedades contratuais – cujo ato constitutivo e regulamentar é o CONTRATO SOCIAL. Para sua 
dissolução não basta à vontade majoritária dos sócios. Os minoritários podem manter a empresa mesmo contra a 
vontade da maioria. Exemplo – Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples e Sociedade 
Limitada. 
 Sociedades Institucionais – cujo ato regulamentar é o ESTATUTO SOCIAL. Podem ser dissolvidas por 
vontade da maioria societária. Ex. Sociedade Anônima e Sociedade em Comandita por Ações. 
c) Quanto às condições de alienação da participação societária: 
 
 Sociedade de pessoas – em que os sócios têm direito de vetar o ingresso de estranhos no quadro 
associativo. Existe o “AFFECTIO SOCIETATIS”. 
 Sociedades de capital – existe o princípio da livre circulabilidade da participação societária. 
Praticamente não existe o “affectio societatis”. 
 
TIPOS DE SOCIEDADES EMPRESÁRIAS: 
 
Antes de adentrarmos especificamente nos tipos de sociedade empresárias, ressalta-se que o Código Civil em 
seus artigos 1.039 a 1.092 do referido diploma, disciplinam amplamente estes elementos. 
 
 
a)- SOCIEDADE EM NOME COLETIVO – (artigos 1.039 a 1.044 do C.C): 
 
Devemos expor ainda a existência do Capítulo II sobre a constituição da sociedade em nome coletivo (arts. 
1.039 a 1.044) em que “somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo 
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais”. 
 
 “Art. 1.039 do C.C - Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo todos 
os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.” 
 “Parágrafo único - Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por 
unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.” 
 “Art. 1.040 do C.C - A sociedade em nome coletivo se rege pelas normas deste Capítulo e, no que seja omisso, pelas 
do Capítulo antecedente.” 
 “Art. 1.041 do C.C - O contrato deve mencionar, além das indicações referidas no art. 997, a firma social.” 
 “Art. 1.042 do C.C - A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos 
limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes.” 
 “Art. 1.043 do C.C - O credor particular de sócio não pode, antes de dissolver-se a sociedade, pretender a liquidação 
da quota do devedor.” 
 
 “Parágrafo único. Poderá fazê-lo quando:” 
 “I. a sociedade houver sido prorrogada tacitamente;” 
 “II.tendo ocorrido prorrogação contratual, for acolhida judicialmente oposição do credor, levantada no prazo de 
noventa dias, contados da publicação do ato dilatório.” 
 “Art. 1.044 do C.C - A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 e, se 
empresária, também pela declaração da falência.” 
 
Considerações de Ordem Jurídica sobre a Sociedade em Nome Coletivo. 
 
Sociedade comercial constituída de uma só categoria de sócios, solidária e ilimitadamente responsáveis pelas 
obrigações sociais, sob firma ou razão social. Tal como a sociedade em comandita simples, a sociedade em nome 
coletivo surgiu na Itália, na Idade Média. Originariamente denominada sociedade geral, foi, depois, chamada 
sociedade em nome coletivo pelo Código Comercial Francês, de 1807. 
A sociedade em nome coletivo que também se denominava, e no direito francês continua a denominar-se, 
sociedade geral ou sociedade livre, tem suas origens no comércio medieval italiano. As famílias residentes nas grandes 
cidades, consagrando ao comércio o seu patrimônio hereditário ainda indiviso, os irmãos continuando o tráfico 
paterno sob o mesmo teto, constituiriam o marco inicial dessa sociedade, cujo primeiro sinal externo se encontra 
precisamente nesta comunhão doméstica. 
Compunha-se ela inicialmente apenas dos membros de uma mesma família que se sentavam à mesa e 
comiam o mesmo pão. Daí a palavra Companhia (de cum panis) e as fórmulas que se encontram nas fontes medievais. 
Nascida assim no comércio exercido por irmãos comuniter viventes, foi sendo tal sociedade modificada 
sucessivamente pelos fins sociais até o momento que se fez sentir a necessidade de ligar por um contrato aqueles que 
a comunidade do sangue já não mantinham unidos. Finalmente, quando a existência do contrato social tornou-se 
conhecida por meio de uma publicidade ampla e bem ordenada, por meio das corporações em que se inscreviam as 
sociedades, desapareceu a necessidade daquele mandato, expresso ou presumido, e da própria existência da 
sociedade resultou para os sócios o poder de vincularem-se recíproca e solidariamente. 
A identificação dos sócios compreendidos sob a fórmula abreviada na firma social resultava do exercício 
comum do negócio, da notoriedade da associação, do registro de seus nomes nos livros de comércio. 
Não havia fórmula sacramental para a formação do nome coletivo, do signum societatis, da razão social; 
qualquer enunciação que traduzisse a comunidade do vínculo preenchia a finalidade visada. E foi precisamente em 
virtude de tal cláusula abreviada que a sociedade passou a chamar-se “em nome coletivo”. Daí verem todos na razão 
social e na ilimitada responsabilidade que de seu emprego resultava para os sócios a essência da sociedade em nome 
coletivo. 
Tal conceituação, formulada numa época em que o direito societário não desfruta da precisão terminológica 
atual, pecou em vários aspectos. Antes de mais nada, é óbvio que qualquer sociedade há de contar com, pelo menos, 
duas pessoas; depois, o uso de uma firma não é privilégio da sociedade em nome coletivo, porque comum a todas as 
sociedades. 
Existe sociedade em nome coletivo ou com firma, quando duas ou mais pessoas, ainda que algumas não 
sejam comerciantes, se unem para comerciar em comum, debaixo de uma firma social; acrescentando que a firma 
social assinada por qualquer dos sócios-gerentes, que no instrumento do contrato for autorizado para usar dela, 
obriga todos os sócios solidariamente para com terceiros. 
A noção de sociedade em nome coletivo dada pelo art. 315, cópia do art. 20 do Código Comercial Francês, se 
já em 1850 era falha e incompleta, é hoje absolutamente imprestável. E a sociedade não dá a nenhum dos sócios a 
qualidade de comerciante. Comerciante é a sociedade, pessoa jurídica resultante do contrato social. Não os sócios 
individualmente. 
A essência da sociedade em nome coletivo, aquilo que de fato a caracteriza e distingue das outras, é a 
responsabilidade ilimitada e solidária de todos e de cada um dos sócios pelas obrigações sociais. 
A firma social só pode ser assinada pelo gerente quando empregada em negócio particular do gerente ou de 
terceiro. Essa responsabilidade dos sócios, embora ilimitada e solidária, é, porém, subsidiária. 
A sociedade em nome coletivo pode definir-se, pois, como a sociedade que exerce uma atividade comercial 
sob uma firma ou razão na qual todos os sócios são responsáveis ilimitadamente, solidariamente e subsidiariamente 
pelas obrigações sociais. 
Qualquer sócio, seja ou não comerciante, pode ter seu nome na firma da sociedade em nome coletivo. Se 
morrer ou se retirar a sociedade o sócio cujo nome consta da firma, essa será modificada necessariamente. A não ser 
que entre os sócios haja outro com nome idêntico ao do que se retirou. 
A sociedade em nome coletivo pode ser administrada por qualquer dos sócios. O contrato social nomeará 
entre eles um ou mais gerentes. Silenciando o contrato, a lei presume que todos os sócios podem gerir a sociedade 
usando a respectiva firma. É o que dispõe: “não havendo no contrato designação de sócio ou dos sócios que tenham a 
faculdade de usar privativamente da firma social, nem algum excluído, presume-se que todos os sócios têm direito 
igual de fazer uso dela. 
Finalmente, a expressão “ainda que alguns não sejam comerciantes”, constante do artigo supra, é descabida 
na moderna doutrina, pois esta já tornou assente que comerciante não é a pessoa natural, mas a própria sociedade da 
qual esta faz parte. Como se depreende o traço distintivo desta espécie de sociedade é a responsabilidade ilimitada e 
solidária dos sócios com terceiros, pelas obrigações contraídas em nome da sociedade. 
É, portanto, a sociedade em que, duas ou mais pessoas se associam para fins empresariais, obrigando-se 
todas elas, solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Todos podem ser gerentes ou o contrato pode designar 
qual ou quais dos sócios ficará ou ficarão encarregados da gestão dos negócios. Muito embora a responsabilidade dos 
sócios seja ilimitada e solidária, ela é subsidiária, ou seja, os bens particulares dos sócios só podem ser executados por 
dívidas da sociedade, após serem executados todos os bens dos sócios. As sociedades em nome coletivo podem ser 
administradas por qualquer dos sócios e têm como razão social ou firma constituída pelo nome de um dos sócios ou 
algum dos sócios, acompanhada da expressão “E COMPANHIA”.A administração da sociedade compete exclusivamente a sócios, sendo o uso da firma, nos limites do 
contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. 
Neste sentido, temos o seguinte parecer do jurista João da Gama Cerqueira: “Em nossa opinião, o direito 
sobre o nome comercial constitui uma propriedade em tudo idêntica a das marcas de fábrica e de comércio, que se 
exerce sobre uma coisa incorpórea, imaterial, exterior à pessoa do comerciante ou industrial, e encontra seu 
fundamento no direito natural do homem aos resultados de seu trabalho”. 
“Essa propriedade abrange não só o nome do comerciante singular, como, também, a firma das sociedades 
em nome coletivo, as denominações das sociedades anônimas e por quotas, a insígnia dos estabelecimentos e os 
demais elementos que entram no conceito do nome comercial, considerados como objetos autônomos de direito”. 
Assim em resumo podemos citar alguns aspectos essenciais deste tipo societário, quais sejam: 
 Somente as pessoas físicas podem ser sócios; 
 Responsabilidade dos sócios – solidária e ilimitada; 
 Qualquer sócio pode ser nomeado administrador; 
 Esta sociedade é regida por FIRMA ou RAZÃO SOCIAL, composta com o nome pessoal de um ou mais 
sócios acompanhado ao final de “& Cia”; 
 O uso da FIRMA, nos limites do contrato, é privativo dos que tenham os necessários poderes. 
 A sociedade se dissolve de pleno direito, conforme causas enumeradas no artigo 1.033 do Código 
Civil de 2002, e, se empresária, também pela declaração de falência. 
 
 
b) - SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES – (artigos 1.045 a 1.051 do C.C): 
 
O Capítulo III trata da sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051) em que “tomam parte sócios de 
duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e 
os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota”. 
 
 “Art.. 1.045 do C.C - Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, 
pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota”. 
 “Parágrafo único. O contrato deve discriminar os Comanditados e os comanditários”. 
 “Art. 1.046 do C.C - Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no 
que forem compatíveis com as deste Capítulo”. 
 “Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome 
coletivo”. 
 “Art. 1.047 do C.C - Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as 
operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de 
ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado”. 
 “Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com 
poderes especiais”. 
 “Art. 1.048 do C.C - Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a 
diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo 
dos credores preexistentes”. 
 “Art. 1.049 do C.C - O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com 
o balanço”. 
 “Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não pode o comanditário receber quaisquer 
lucros, antes de reintegrado aquele”. 
 “Art. 1.050 do C.C - No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrário, continuará 
com os seus sucessores, que designarão quem os represente”. 
 “Art. 1.051 do C.C - Dissolve-se de pleno direito a sociedade”: 
 “I. por qualquer das causas previstas no art. 1.044”; 
 “II.quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio”. 
 Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para 
praticar, durante o período referido no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. 
 
Histórico da Sociedade em Comandita Simples. 
 
Do italiano accomandita, commenda, depósito ou guarda. Tal sociedade surgiu na Idade Média, em Florença, 
sendo, talvez, a mais antiga sociedade mercantil de que se tem notícia. Sua denominação deriva do contrato de 
commenda, muito usado nas cidades comerciais italianas dos séculos XII e XIII, mediante o qual se entregava, àquele 
que empreendia viagem marítima, certa importância em dinheiro ou mercadorias, para que comerciasse em seu 
próprio nome e risco, repartindo eventuais lucros. 
A lei florentina, de 30 de novembro de 1408, foi a primeira a exigir essas formalidades, conservando, porém, 
o mesmo grau de responsabilidade para os sócios. Com essa lei, entretanto, caracteriza-se a comandita como uma 
pessoa jurídica diversa da pessoa dos sócios, havendo um patrimônio autônomo a responder pelas obrigações 
assumidas pela sociedade. “Então” - diz Vivante - “A sociedade em comandita tomou rumo próprio, destacando-se 
para sempre da forma da associação em conta de participação, com a qual até ali havia se confundido”. 
A sociedade em comandita é a mais antiga das sociedades comerciais; sua origem se prende ao 
desenvolvimento do comércio marítimo, quando as cidades do litoral mediterrâneo começaram a fazer o tráfico por 
via marítima. 
Provém ela do antigo contrato de comenda, que era aquele em que na Idade Média, as pessoas abastadas, 
principalmente os nobres, não querendo exercer o comércio individualmente, pois as atividades mercantis, desde os 
tempos romanos, eram consideradas infamantes, passaram a fazê-lo indiretamente, confiando aos capitães de navios 
determinadas importâncias para que eles mercadejassem, em seu próprio nome, convencionando-se que, se 
houvesse lucros nas expedições, esses lucros seriam repartidos entre aqueles e os prestadores de capital; em caso de 
prejuízo, os prestadores de capitais se sujeitariam a perder apenas até o montante das importâncias em comenda. 
Esse contrato deu origem, além das sociedades em comandita, às sociedades em conta de participação; enquanto 
naquelas, com a evolução dos tempos, os sócios que prestavam os capitais revelavam o seu nome, nos registros 
comerciais, ficando apenas, com a responsabilidade limitada à importância com que entravam para as sociedades, 
nesta perdurou o caráter oculto dos sócios, fato esse que ainda hoje caracteriza as sociedades em conta de 
participação. 
O contrato de comenda era, primitivamente, praticado apenas em expedições marítimas, mas depois, com a 
evolução do comércio terrestre, passou a ser exercitado em terra também. Muito comuns eram as comendas de 
animais, a comenda de mercadorias, também chamada contrato de pacotilha, e a comenda de dinheiro. 
 
Aspectos Jurídicos da Sociedade em Comandita Simples. 
 
Modernamente, a sociedade em Comandita Simples é formada por duas espécies de sócios: os 
comanditados, com responsabilidade solidária e ilimitada, e os comanditários, com responsabilidade limitada. A firma 
ou razão social deve cumprir os requisitos sobre registro de firmas ou razões comerciais, quais sejam: nome ou firma 
de um ou mais sócios pessoal e solidariamente responsáveis com o aditamento por extenso ou abreviado - E 
COMPANHIA, sem que se inclua o nome completo ou abreviado de qualquer comanditário, podendo a que tiver o 
capital dividido em ações qualificar-se por denominação especial ou pela designação de seu objeto seguida das 
palavras - Sociedade em comandita por ações, e da firma. 
Raramente constitui-se uma sociedade em comandita simples. Trata-se de uma forma jurídica que permite a 
prestação de capitais por um ou alguns, sem qualquer outra responsabilidade ou participação na administração do 
negócio, pois para outros estará reservada esta situação.É constituída por sócios que possuem responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária, que são os chamados 
sócios comanditados, a estes é dada a capacidade de gerenciar e dão nome à empresa; e sócios que têm 
responsabilidade limitada e restringida a importância com que entram para o capital, são os sócios comanditários. 
Portanto, é uma sociedade de pessoas, de responsabilidade mista, porque tanto aparecem sócios ilimitada e 
solidariamente responsáveis e outros de responsabilidade limitada. 
A sociedade em comandita generalizou-se, mas logo principiaram a surgir inconvenientes para os credores, 
pois muitas das vezes, em caso de insucesso, os comanditários, de comum acordo com o gerente da sociedade, ou 
sócio comanditado, mudavam a sua posição de prestadores de capital para credores, a fim de fugir aos riscos 
assumidos. 
A sociedade em comandita é de natureza contratual ou de pessoas, visto como de forma tomando em 
consideração a pessoa dos sócios pela responsabilidade limitada que alguns deles assumem. Nessas condições, a 
incapacidade ou morte de qualquer dos sócios dão lugar à extinção da sociedade; a entrada de qualquer sócio ou 
retirada antes de decorrido o prazo de duração da sociedade só se podem realizar mediante o consentimento 
unânime dos outros, salvo quanto à retirada se a sociedade for por prazo indeterminado, quando qualquer sócio, 
tendo justa causa, poderá afastar-se dela. 
Tendo-se em vista a responsabilidade assumida pelos sócios, a comandita é uma sociedade mista, já que nela 
existem sócios de responsabilidade ilimitada e outros que respondem apenas pelas importâncias com que concorrem 
para o capital. 
Como as sociedades em nome coletivo, as em comandita simples são constituídas mediante um contrato, 
requerendo, assim, pessoas capazes juridicamente de se obrigarem. Deve-se levar em consideração que, nestas 
sociedades, algumas pessoas que estão impedidas de exercer individualmente o comércio, em virtude de 
responderem os comerciantes individuais, com o seu patrimônio particular, pelas obrigações assumidas no exercício 
da profissão, podem ser sócios comanditários, visto terem estes responsabilidade limitada apenas às importâncias 
com que entram para o capital. Assim, os funcionários públicos, que não podem exercer individualmente o comércio 
nem tomar parte em sociedades comerciais como sócios de responsabilidade ilimitada, poderão ser sócios 
comanditários. Muito embora a participação do comanditário nas sociedades em comandita simples seja diversa da 
dos acionistas na sociedade anônima, pois aquele está ligado aos demais sócios por um contrato, enquanto nas 
anônimas os acionistas não tem ligação entre si, mas simplesmente com a sociedade, a limitação da responsabilidade 
que ambos têm, permite a lei admitir que os funcionários sejam comanditários. 
O contrato social deverá conter como o da sociedade em nome coletivo, as cláusulas constantes do art. 302 
do Código Comercial e mais os requisitos exigidos pelo Regulamento do Registro do Comércio. 
A cláusula referente à indicação dos gerentes, porém, que era facultativo nas sociedades em nome coletivo, 
pois se o contrato não a trouxesse todos os sócios seriam considerados gerentes, na sociedade em comandita simples 
é obrigatória, já que os sócios comanditários não podem exercer cargos de gerência. Assim, ao estipularem-se as 
cláusulas do contrato social, deve constar uma cláusula nomeando os gerentes, sendo de notar que a escolha desses 
não poderá recair em sócios comanditários, pois, se assim acontecer, esses perderão o benefício da limitação da 
responsabilidade e se tornarão ilimitadamente responsáveis, como os comanditados. E a sociedade perde seus sócios 
passando a ter responsabilidade ilimitada e solidária, de forma subsidiária, pelas obrigações sociais. 
Também, quanto à constituição, deve-se ter em mente que os nomes dos sócios comanditários devem 
constar como foi dito, do contrato social, contrariamente ao que dispõe o art. 314 do Código. Registro do contrato é 
obrigatório para que a sociedade possa existir legalmente, como pessoa jurídica, mas esse registro só se poderá 
verificar se do contrato constar os nomes e as assinaturas dos sócios comanditários, podendo, apenas, esses 
requererem ao registro do comércio que os seus nomes não figurem nas publicações feitas nem nas certidões que 
porventura sejam fornecidas sobre referidas sociedades. 
 
Portanto seguem abaixo resumidamente algumas dicas a serem seguidas: 
 
 Este tipo de Sociedade possui 2 (dois) tipos de sócios; 
 Primeiramente os COMANDITADOS – pessoas físicas, 
 Estes são responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
 Podem ser os administradores da Sociedade; 
 E o nome empresarial da sociedade só poderá valer-se de seus nomes civis; 
 Em segundo lugar temos os sócios COMANDITÁRIOS – pessoas físicas ou jurídicas; 
 Estes são obrigados somente pelo valor de suas quotas; 
 O contrato deve discriminar os COMANDITADOS e os COMANDITÁRIOS; 
 Ambos os sócios possuem direito a participar dos lucros e tomar parte das deliberações sociais, 
fiscalizar e administrar os negócios da sociedade. 
 
 
c) - SOCIEDADE LIMITADA – (artigos 1.055 a 1.087 do C.C): 
 
Este tipo de sociedade hoje é regulado no Brasil, pelas disposições contidas nos artigos 1.052 a 1.087 do 
Código Civil de 2002, mas anteriormente tal matéria era apenas disciplinada pelo Decreto nº 3.708, de 10.01.1919. 
 
Considerações preliminares 
 
 Devemos expor sobre as normas gerais da sociedade limitada no projeto de Código Civil unificado, em que 
Waldírio Bulgarelli afirma: “Quanto aos tipos de sociedades, principalmente, as sociedades que o Projeto denominou 
de limitadas (as atualmente, por quotas de responsabilidade limitada), vale lembrar que o número de emendas 
apresentadas ao Projeto, a maioria de elaboração do Prof. Egberto Lacerda Teixeira e a série de críticas recebidas 
estão a demonstrar que as alterações procedidas não foram de molde a agradar a doutrina. 
 Temos para nós, que sendo as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, um produto híbrido, que 
se situa entre as sociedades de pessoas e as de capital, tem servido como um modelo dúctil, capaz de albergar desde 
as simples sociedades entre marido e mulher até as holdings e que, portanto não mereceria em princípio alterações, 
até porque a doutrina e a jurisprudência têm sabido com galhardia enfrentar e resolver os problemas que apresenta. 
Certamente que perante um regime empresarial, haveria que se atentar para alguns aspectos que atuam contra a 
preservação da empresa, e lembraria aqui, como exemplo contundente, o valor a ser pago ao sócio retirante. 
 
Sociedade Limitada e a Responsabilidade dos Sócios Restrita ao Valor das Quotas 
 
 Na primeira seção, envolvendo os artigos 1.052 a 1.054, temos as disposições preliminares que retratam a 
responsabilidade dos sócios restrita ao valor de suas quotas. 
 
Sociedade Limitada, o Capital Social e a Cessão de Quotas 
 
 Na segunda seção, envolvendo os artigos 1.055 a 1.059, temos a questão das quotas sociais como sendo 
indivisível em relação à sociedade, a possibilidade de cessão das quotas e os sócios serão obrigados à reposição dos 
lucros e das quantias retiradas, a qualquer título. 
 
A Sociedade Limitada e a Administração Geral 
 
 Na terceira seção, envolvendo os artigos 1.060 a 1.065 o novo Código Civil brasileiro vem retratar a 
administração da sociedade limitada com uma nova figura jurídica: a do administrador designado no contrato social 
ou em ato separado mediante termo de posse no livro de atas da administração. 
Sociedade Limitada e o Conselho Fiscal 
 
 Na quarta seção, envolvendo os artigos 1.066 a 1.070, o novo Código Civil brasileiro vem retratar o conselho 
fiscal na sociedade limitada, composto de três ou mais membros, no qual deve existir um livro de atas

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