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Penhor: Conceito e Características

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FACULDADE ARQUIDIOCESANA DE CURVELO 
 
 
LORENA ÁVILA DE CASTRO; AVIMAR PEREIRA DE ALMEIDA; ANA LUISA 
PINHEIRO DE MORAIS; SAVIELL ALMEIDA MACEDO; ALINE MENDES 
CARDOZO; DANIELA SOUZA ALMEIDA 
 
 
 
 
 
PENHOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURVELO 
2017 
 
 
 
LORENA ÁVILA DE CASTRO; AVIMAR PEREIRA DE ALMEIDA; ANA LUISA 
PINHEIRO DE MORAIS; SAVIELL ALMEIDA MACEDO; ALINE MENDES 
CARDOZO; DANIELA SOUZA ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
PENHOR 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao professor Douglas 
Figueiredo, como requisito de avaliação da 
matéria de Direito Civil IV. 
 
 
 
 
 
 
CURVELO 
2017 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4 
2. DIREITOS REAIS DE GARANTIA ................................................................. 5 
3. CONCEITO .................................................................................................... 6 
4. CARACTERÍSTICAS ..................................................................................... 7 
5. ESPÉCIES DE PENHOR ............................................................................. 10 
5.1. Penhor voluntário e legal ........................................................................... 10 
5.2. Penhor rural ............................................................................................... 10 
5.3 Penhor Industrial ........................................................................................ 12 
5.4 Penhor de veículos ..................................................................................... 12 
5.5. Penhor de títulos ....................................................................................... 13 
6. CONSTITUIÇÃO DO PENHOR ................................................................... 15 
7. EXTINÇÃO DO PENHOR ............................................................................ 16 
8. NATUREZA JURÍDICA DO PENHOR ......................................................... 18 
CONCLUSÃO .................................................................................................. 19 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 20 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem por objeto a análise do instituto jurídico conhecido 
como penhor. No decorrer deste, basicamente serão analisadas as espécies, 
características, forma de constituição e extinção deste instituto jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2 DIREITOS REAIS DE GARANTIA 
 
Nas palavras de Domingos Sávio Sousa (2017): 
 
Segundo regra fundamental no direito obrigacional, o patrimônio do 
devedor deve suportar suas dívidas, embora os débitos do devedor 
eventualmente possam representar montante superior ao seu acervo 
patrimonial, gerando inconvenientes insuperáveis para o credor. 
Dessa forma, pode o credor se servir de garantias, pessoais ou 
fidejussórias e reais, para o cumprimento da obrigação e satisfação 
do seu crédito. Garantia fidejussória é aquela em que a relação 
jurídica obrigacional resta assegurada por pessoa estranha, caso o 
devedor não solva o débito original. 
De acordo com Sílvio Rodrigues, "a garantia real se apresenta 
quando o devedor separa de seu patrimônio um bem e o destina, 
primordialmente, ao resgate de uma obrigação". 
(...) 
Caio Mário, por sua vez, assevera que "a noção básica dos diretos 
reais de garantia é ainda mais simples do que as de gozo ou fruição, 
pois tão-somente revela a vinculação de certo bem do devedor ao 
pagamento da dívida, sem conferir ao credor a fruição da coisa em 
si." 
De onde se extrai uma diferença fundamental entre os direitos de uso 
e gozo e os direitos reais de garantia: enquanto aqueles têm 
existência autônoma, estes se constituem em direito acessório, cuja 
existência depende de uma relação jurídica obrigacional subjacente, 
a que prestam garantia. (SOUSA, 2017). 
 
Salienta-se que “a natureza do direito real de garantia é confirmada no art. 
1.419 do Código Civil: “Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o 
bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação” 
(SOUSA, 2017). 
Por fim, resta dizer que em nosso ordenamento jurídico, atualmente, são 
previstos quatro espécies de garantia real: a propriedade fiduciária, o penhor, a 
anticrese e a hipoteca. (SOUSA, 2017). 
No entanto, no presente trabalho será abordado apenas o instituto jurídico do 
penhor, disposto no artigo 1431 e seguintes do Código Civil vigente. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
3 CONCEITO 
 
 O instituto jurídico do penhor é citado como uma espécie de direito real no 
artigo 1225, inciso VIII, do Código Civil vigente. 
Nas palavras de Rodrigo Alves Zaparoli (2013): 
 
O instituto jurídico do penhor a cada dia exerce maior participação 
em nosso cotidiano, principalmente no que diz respeito às pessoas 
que buscam a concessão de crédito sem ter que dispor de bens 
imóveis a título de garantia, prática esta que se tornou comum 
inclusive pelas ações publicitárias realizadas por instituições 
financeiras/bancárias, que trabalham com esse instituto. (ZAPAROLI, 
2013). 
 
Nessa toada, é preciso lembrar que o artigo 1431 do Código Civil, conceitua o 
presente instituto ao aduzir que: “Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da 
posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, 
ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação”, ou seja, “penhor é 
o direito real constituído pela submissão de uma coisa móvel ou mobilizável, 
passível de alienação, realizada pelo devedor, em garantia do débito ao credor. 
(LISBOA, 2017). 
Destarte que, segundo Domingos Sávio Sousa (2017): 
 
Da definição legal, extraem-se os sujeitos da relação pignoratícia: o 
devedor, sujeito passivo da obrigação principal ou terceiro estranho 
àquela que ofereça o ônus real. Assim, pode ser proprietário da coisa 
onerada ou não (CC, arts. 1.427), mas, sendo aquele que contraiu a 
dívida, deve destinar a posse do bem empenhado como garantia do 
credor; e o credor, titular do direito de crédito, aquele a quem é 
conferida a posse da coisa empenhada pelo devedor, contudo, sem 
possibilidade de atribuição dos poderes de usar e gozar da coisa ou 
de pacto comissório (CC, art. 1.428), que autorize o credor a se 
apropriar do bem onerado, sob pena de nulidade. 
Como visto, a natureza jurídica do penhor é de direito real de 
garantia sobre coisa alheia, vale dizer: “o direito do credor 
pignoratício recai diretamente sobre a coisa. Uma vez legalmente 
constituído, opera erga omnes, é munido de ação real e de seqüela, 
deferindo, ademais, ao seu titular, as vantagens da preferência.” 
(SOUSA, 2017). 
 
Conclui-se, portanto, que “penhor é um direito real de garantia sobre bem 
móvel do devedor ou de terceiro”. (LISBOA, 2013, p. 344). 
 
7 
 
 
4 CARACTERÍSTICAS 
 
Assim como qualquer direito real, o penhor possui características próprias. 
Conhecer estas características se mostra essencial para melhor compreensão 
acerca do instituto jurídico do penhor. 
Sendo assim, segundo Rodrigo Alves Zaparoli (2013): 
 
No que diz respeito às principais características do instituto jurídico 
do penhor, destacam-se: é um direito real de garantia; trata-se de um 
direito acessório; depende de tradição; recai em regra sobre coisa 
móvel; exige alienabilidade do objeto dado em garantia; requer que o 
bem empenhado seja de propriedade do devedor pignoratício;trata-
se de um direito real, uno, indivisível e temporário. (ZAPAROLI, 
2013). 
 
Quanto ao fato do penhor ser considerado um direito real de garantia, este se 
dá “pelo fato de haver vinculação entre o bem empenhado e o pagamento do débito, 
logo, pressupõe-se a existência de um crédito a ser garantido”. (ZAPAROLI, 2013). 
A segunda característica relaciona-se com o fato do penhor ser um direito 
acessório, tal entendimento encontra-se pacífico na doutrina e jurisprudência 
majoritária, uma vez que, “ao analisarmos o tema chegamos à conclusão de que o 
penhor consiste em um acessório da obrigação principal, esta que é a responsável 
por gerar o dever de adimplir a dívida garantida por intermédio do bem empenhado”. 
(ZAPAROLI, 2013). 
O penhor possui ainda a característica de dependência da tradição do bem, 
pois, por se tratar de um direito real, “exige-se a entrega da coisa, ou seja, para ser 
concretizado o penhor há necessidade de que se perfaça a posse do objeto pelo 
credor, nos moldes do que preceitua o caput do artigo 1.431 do Código Civil 
Brasileiro”. (ZAPAROLI, 2013). 
Lembra-se, no entanto, que, segundo Rodrigo Zaparoli (2013): 
 
A exigência com relação à tradição do bem empenhado não é 
absoluta, pois em alguns casos excepcionais, tais como: penhor rural 
e industrial, o devedor pignoratício continuará como possuidor direto 
do bem fornecido em garantia ao cumprimento da obrigação 
pactuada. 
Cumpre esclarecer que o fato do devedor pignoratício permanecer 
com a posse direta do bem exigirá com que esse venha a cumprir 
8 
 
 
com alguns deveres irrenunciáveis, sendo eles: o dever de guarda e 
conservação do bem empenhado. (ZAPAROLI, 2013). 
 
Outra característica esta ligada ao fato do penhor recair sobre coisas móveis. 
“Tal informação possui fundamentação no próprio caput do artigo 1.431 do Código 
Civil, que estipula como objeto da transferência efetiva da posse uma coisa móvel, 
suscetível de alienação”. (ZAPAROLI, 2013). 
 
Portanto, necessário se faz discorrermos sobre a exceção a esta 
regra, já que é possível que o penhor recaia também sobre bens 
imóveis por acessão física ou intelectual, circunstâncias estas 
observadas no penhor rural, industrial e sobre direitos. (ZAPAROLI, 
2013). 
 
Ainda segundo o autor: 
 
No que diz respeito à quinta característica, esta mantém relação ao 
fato do instituto jurídico do penhor exigir que o bem empenhado seja 
alienável. 
Insta salientar que o penhor exige a alienabilidade do objeto 
justamente pelo fato do penhor objetivar assegurar a satisfação do 
débito por meio da alienação do bem empenhado, hipótese que 
ocorrerá caso o devedor pignoratício não respeite à ordem de 
pagamento prevista pela relação entabulada entre as partes da 
relação obrigacional. 
Portanto, constata-se que em caso de inadimplemento obrigacional 
do devedor pignoratício, a alienação do bem empenhado se prestará 
a satisfazer o crédito de titularidade do credor, logo, o pagamento do 
débito dar-se-á pelo produto obtido da alienação do bem, ou seja, o 
penhor acaba por exigir a alienabilidade da coisa empenhada. 
A sexta característica determina que o bem empenhado deva ser de 
propriedade do devedor pignoratício. Tal entendimento existe, vez 
que a não propriedade do bem entregue a título de garantia resultaria 
na nulidade do negócio pactuado, ou seja, seria nula a entrega em 
garantia de bem que não pertencesse ao devedor. 
Quanto à sétima característica arrolada como principal, esta consiste 
no fato do penhor se tratar de um direito real, uno e indivisível. 
No que diz respeito ao fato de ser real, uno e indivisível, esta 
característica reside no fato de que a amortização dos pagamentos 
não libera parcialmente o bem empenhado, logo, o simples início do 
adimplemento da obrigação, ou seja, o pagamento parcial, não irá se 
prestar a liberar parcialmente o bem empenhado, salvo existência de 
prévia estipulação em contrário. 
Por fim, o penhor é temporário, ou seja, o fato de existirem prazos 
previamente fixados para cumprimento das prestações obrigacionais 
importará na existência de um lapso temporal certo de início e fim do 
penhor, logo, uma vez adimplida a obrigação o bem empenhado 
deverá ser devolvido ao devedor pignoratício. (ZAPAROLI, 2013). 
 
9 
 
 
Após exposição detalhada acerca das principais características do penhor, 
passa-se a análise das espécies de penhor admitidas em nosso ordenamento 
jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
5 ESPÉCIES DE PENHOR 
 
O próprio Código Civil, no parágrafo único do artigo 1431, demonstra a 
existência de no mínimo quatro tipos de penhor, sendo eles: o penhor rural, 
industrial, mercantil e de veículos. 
No mesmo sentido, Roberto Senise Lisboa (2013, p.344), aborda a existência 
do penhor voluntário e legal; penhor rural, agrícola e pecuário; penhor industrial; e, 
penhor de veículos. 
 
5.1 Penhor voluntário e legal 
 
Segundo Roberto Lisboa, “o penhor pode ser: penhor legal e penhor 
convencional. Penhor legal é aquele estabelecido por lei”. (LISBOA, 2013, p.245). 
Tem-se como exemplo dessa espécie, o penhor de “bagagens, jóias, móveis 
e dinheiro que os consumidores de estabelecimento de hotelaria ou similares e 
restaurantes trouxerem consigo; os bem móveis que o rendeiro ou o locatário 
tiverem guarnecendo o prédio, em benefício do dono” – nesse caso o penhor pode 
ser impedido mediante coação idônea. (LISBOA, 2013, p.245). 
Por outro lado, o “penhor convencional é aquele estabelecido pela vontade 
humana. O penhor convencional pode ser: penhor originário e penhor agrícola”. 
(LISBOA, 2013, p. 245). 
Entende-se por penhor ordinário ou comum aquele “constituído em virtude de 
dívida contraída para fins diversos do desenvolvimento da produção agrícola ou 
pastoril. Penhor agrícola é aquele constituído em virtude de dívida contraída para 
fins de desenvolvimento da produção agrícola ou pastoril”. (LISBOA, 2013, p.245). 
 
5.2 Penhor rural 
 
Nas exatas palavras de Gabriela Gimenes (2015): 
 
A lei que regula o penhor rural é a lei nº 492/37, que em seu 
artigo 2ºautoriza a contratação do penhor por escritura pública ou 
particular, devendo realizar seu registro imobiliário na comarca em 
que estiverem situados os bens ou animais penhorados. Esta 
transcrição se faz necessária para a atribuição da eficácia do 
11 
 
 
penhor em relação a terceiro, pois a relação negocial e sua eficácia 
real operam entre as partes, independente de registro. 
O penhor rural poderá ser estabelecido ainda que a propriedade 
agrícola esteja hipotecada, independentemente de consentimento 
do credor hipotecário, pois o penhor não prejudica nem interfere em 
seu direito, conforme estabelece o artigo 4º da lei que regulamenta 
o penhor rural. O vigente Código Civil, em seu artigo 1.440, 
ressalva apenas que a instituição do penhor rural sobre propriedade 
agrícola hipotecada independe de anuência do credor hipotecário, 
sem prejudicar, entretanto, seu direito de preferência e extensão do 
seu direito. Caberá ainda a instituição de novo penhor sob os bens 
ou animais já empenhados, sem consentimento do credor, desde 
que tutelado seu direito de preferência (art 4, parágrafo primeiro). 
Aproxima-se da hipoteca, uma vez que a coisa empenhada não sai 
a esfera da posse do devedor por objetivar a facilitação da 
produção rural, assim, a dispensa da efetiva entrega do objeto ao 
credor justifica-se pelos elementos geradores de recursos próprios 
à exploração de suas atividades. 
Assim, uma vez que a posse dos bens empenhados permanecem 
com o devedor, este possui a responsabilidade de depositáriopor 
sua guarda e conservação, não podendo alienar os animais dados 
em garantia sem o consentimento do credor, sob pena de ter o 
vencimento da dívida antecipado. (GIMENES, 2015). 
 
Destaca-se que o penhor rural desdobra-se em duas outras modalidades de 
penhor, sendo elas: o agrícola, e o pecuniário. 
Nessa perspectiva, Gabriela Gimenes, aduz que: 
 
O penhor agrícola, utilizada principalmente para o financiamento da 
agricultura, poderá recair sobre maquinas, tratores, colheitas 
pendentes ou em formação, frutos, lenha, animais utilizados no 
estabelecimento agrícolas, como cavalos, vacas. Na hipótese de 
colheita pendente ou em formação, e ocorrer a frustração da 
mesma, o penhor abrangerá a seguinte, sendo que, se o credor não 
financiar a nova safra, o devedor poderá constituir novo penhor. 
O penhor pecuário, por sua vez, possibilita o financiamento para 
investimento na pecuniária, tendo como objeto os animais que 
integram a atividade pastoril, agrícola ou de laticínios. (GIMENES, 
2015) 
 
Resta dizer que o penhor agrícola possui prazo máximo de dois anos, 
prorrogável, uma única vez, por igual tempo. Por outro lado, o penhor pecuário, tem 
prazo máximo de três anos, prorrogável por igual período. (GIMENES, 2015). 
Evidencia-se que o prazo estabelecido em lei, serve para impedir que as 
atividades do devedor sejam embaraçadas, além de coibir a perpetuação das 
obrigações assumidas. (GIMENES, 2015). 
 
12 
 
 
5.3 Penhor Industrial 
 
Roberto Lisboa assevera que: 
 
Admite-se o penhor industrial ou mercantil, que recai sobre as 
máquinas e os bens utilizados na indústria (aparelhos, instrumentos 
instalados ou em funcionamento e seus respectivos acessórios), 
equiparando-se o devedor ao depositário. 
O atual Código dá exemplos: o sal e os bens destinados à 
exploração das salinas; os produtos derivados da criação de suínos, 
os animais destinados à industrialização da carne e a produção dos 
seus derivados; e assim por diante. 
O penhor industrial precisa ser registrado no cartório de imóveis da 
localidade. Pode ser ajustado mediante instrumento particular ou 
público, ou, ainda, por meio de título representativo. 
O devedor pignoratício, nesse caso, não pode dispor da coisa 
empenhada, porém permanece com a sua posse, utilizando-a para o 
fim previamente acertado. 
(...) 
A disposição da coisa emprenhada somente se torna possível com a 
anuência do credor pignoratício, desde que ocorra a sua substituição 
por parte do devedor (sub-rogação objetiva do penhor). 
Havendo a promessa de pagamento da dívida em dinheiro, é emitida 
uma cédula rural pignoratícia, resgatada por ocasião da quitação do 
débito. (LISBOA, 2013, p. 348). 
 
Ressalta-se que, o devedor não pode, sem o consentimento por escrito do 
credor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes situação, nem dela dispor. 
Além disso, “o devedor que, anuído o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá 
repor outros bens da mesma natureza que ficarão sub-rogados no penhor”. (Autor 
desconhecido). 
Por outro lado, “tem o credor o direito de verificar o estado das coisas 
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que 
credenciar”. (Autor Desconhecido). 
 
5.4 Penhor de veículos 
 
“Penhor de veículos é o direito real de garantia sobre bem automotor, cujo 
contrato é registrado junto ao cartório de títulos e anotado no certificado de 
propriedade perdurando até o pagamento integral da dívida”. (LISBOA, 2013, p. 
349). 
 
13 
 
 
O penhor de veículos somente pode ser ajustado por prazo de até 
dois anos, sujeito a uma prorrogação. 
Tendo o devedor efetuado a promessa de pagamento em dinheiro, 
haverá a expedição de cédula pignoratícia. 
Para que se verifique o penhor, é necessário que os veículos estejam 
previamente segurados contra: furto, avaria, perecimento e danos 
causados a terceiros. 
(...) 
A alienação do veículo empenhado sem o consentimento do credor 
importa no vencimento antecipado das dívidas. (LISBOA, 2013, p. 
350). 
 
A seguir, verifica-se o penhor de títulos. 
 
5.5 Penhor de títulos 
 
Acerca do tema, Ricardo Guimarães ensina que: 
 
É o penhor que recai sobre títulos de créditos e que deve ser 
constituído mediante instrumento público ou particular ou endosso 
pignoratício, com tradição do título ao credor (transferência da posse 
do título do devedor para o credor), conforme disposto no artigo 
1.458 do Código Civil. 
A eficácia do penhor de crédito se dá pela notificação ao devedor por 
instrumento público ou particular onde o devedor se declara ciente da 
existência do penhor. (GUIMARÃES, 2013). 
 
Torna-se oportuno lembrar que, segundo Roberto Lisboa (2013, p. 348), 
“admite-se o penhor de títulos de crédito privado ou público. Constituem objetos 
possíveis do penhor de direitos e títulos os direitos sobre coisas móveis, sujeitos à 
cessão”. 
 
A caução de títulos de crédito inalienáveis é equiparada ao penhor, 
por determinação legal, devendo ser submetida ao registro junto ao 
cartório de títulos e documentos. 
O penhor dessa modalidade somente gera efeitos para o devedor, 
quando ele é notificado. Poderá, no entanto, mesmo antes da sua 
entrada ao credor, gerar eficácia perante terceiros. (LISBOA, 2013, p. 
348). 
 
Lembra-se que os direitos inerentes ao credor encontram-se dispostos no 
artigo 1459 do Código Civil, sendo eles: conservar a posse do título e recuperá-la de 
quem quer que o detenha; usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os 
seus direitos, e os do credor do título empenhado; fazer intimar ao devedor do título 
14 
 
 
que não pague ao seu credor, enquanto durar o penhor; e receber a importância 
consubstanciada no título e os respectivos juros, se exigíveis, restituindo o título ao 
devedor, quando este solver a obrigação. 
É preciso esclarecer que, “o titular do crédito empenhado só pode receber o 
pagamento com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o 
penhor se extinguirá”. (GUIMARÃES, 2013). 
Além disso, se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, “só o credor 
pignoratício, cujo direito prefira aos demais, o devedor deve pagar. Responde por 
perdas e danos aos demais credores o credor preferente que, notificado por 
qualquer um deles, não promover oportunamente a cobrança.” (GUIMARÃES, 
2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
6 CONSTITUIÇÃO DO PENHOR 
 
Destarte a brilhante exposição de Roberto Lisboa (2013, p.345), ao ensinar 
que: 
 
O penhor convencional pode ser constituído por instrumento escrito 
público ou particular, devidamente assinado pelas partes e por duas 
testemunhas. 
O penhor convencional expressamente prever: 
a) o valor da dívida, ainda que estimado; 
b) o prazo para o pagamento da dívida; e 
c) a coisa empenhada e suas especificações. 
Se houver sido fixada taxa de juros para o pagamento das 
prestações referentes ao débito, ela deve estar expressa no penhor 
convencional. 
O penhor agrícola pode ser constituído por meio de instrumento 
particular, registrado junto ao cartório imobiliário respectivo. 
 
Salienta-se ainda o disposto no artigo 1432 do Código Civil: “o instrumento do 
penhor deverá ser levado a registro, por qualquer dos contratantes; o do penhor 
comum será registrado no Cartório de Títulos e Documentos”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
7 EXTINÇÃO DO PENHOR 
 
O Código Civil em seu artigo 1436, estabelece que o penhor se extinguirá: se 
extinta a obrigação; com o perecimento da coisa; com a renuncia do credor; 
confundindo-se na mesma pessoa as qualidades decredor e de dono da coisa; em 
caso de adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo 
credor ou por ele autorizada. 
Nesse diapasão, Domingos Sávio de Sousa (2017), ensina que: 
 
Dada a acessoriedade da garantia representada pelo penhor, sua 
sorte está vinculada à da relação subjacente principal: extinta esta, o 
penhor deixa de existir, cumprindo ao credor pignoratício restituir o 
bem onerado ao devedor, acompanhado dos seus frutos e 
acessórios. Contudo, deve-se observar “que a extinção da obrigação 
seja total; se a obrigação foi apenas parcialmente paga, o penhor 
persiste na sua integralidade, em virtude do princípio da 
indivisibilidade da garantia, consagrado no art. 1.421 do Código 
Civil”. 
Como o penhor tem por objeto uma coisa, corpórea ou não, resta 
claro que o desaparecimento desta, por causa do perecimento do 
objeto ou da extinção do direito, faz desaparecer o penhor. Todavia, 
subsistindo parcialmente a coisa, sobre o que restar incide a 
garantia. Como bem observa, Sílvio Venosa, “não se confunde a 
extinção da obrigação com a extinção do penhor. Seu 
desaparecimento não induz extinção da obrigação. Tanto que o 
credor pode renunciar ao penhor, como a qualquer outra garantia, 
não renunciando à obrigação”. (SOUSA, 2017). 
 
Ainda segundo o autor: 
 
A renúncia do credor pignoratício segue a regra do art. 387 do 
Código Civil, segundo a qual a restituição voluntária do objeto 
empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a 
extinção da dívida; salvo se a renúncia recair sobre o objeto da 
relação obrigacional principal, hipótese em em enseja a extinção da 
dívida garantida e do penhor. A renúncia em questão também pode 
ser presumida quando o credor consentir na venda particular do bem 
empenhado sem reserva de preço ou quando anuir à sua 
substituição por outra garantia. 
Como causa extintiva da relação obrigacional, a confusão ocorre 
quando as posições de credor e devedor se manifestam na mesma 
pessoa. No penhor, tal hipótese se verifica quando o titular do 
domínio da coisa empenhada é o mesmo do crédito a ser garantido, 
impondo-se a extinção da garantia, mas subsiste a obrigação. 
Se executável uma decisão judicial e o devedor não pagar 
espontaneamente, haverá a penhora de bens suficientes para o 
cumprimento da obrigação. Tais bens penhorados serão submetidos 
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à avaliação, para serem alienados em hasta pública (praça ou leilão 
público). A adjudicação consiste no direito do credor de adquirir o 
bem levado à hasta pública quando não houvesse licitantes (redação 
antiga do art. 714 do antigo CPC). Atualmente, com a reforma 
processual visando maior celeridade (Lei nº 11.382, de 2006), e de 
acordo com o art. 685-A, a adjudicação judicial pode ser de imediato 
requerida pelo credor, antes da designação da praça, desde que por 
preço não inferior ao da avaliação. 
A remição consiste na possibilidade conferida ao devedor de excluir 
determinado bem da penhora, desde que, antes de adjudicados ou 
alienados os bens, o executado pagar ou consignar a importância 
atualizada da dívida, mais juros, custas e honorários advocatícios 
(CPC, art. 651). (SOUSA, 2017). 
 
Por fim, Domingos Sousa, brilhantemente ensina que: 
 
Impõe salientar que, seja qual for a causa de extinção do penhor, 
seus efeitos em relação a terceiros apenas serão produzidos após a 
averbação do cancelamento do registro da garantia, à vista da 
respectiva prova (CC, art. 1.437), como, por exemplo, sentença 
judicial, documento do devedor etc. É que o penhor, como direito 
real, produz efeitos erga omnes com o seu registro no órgão 
competente, logo, sua desconstituição também reclama o devido 
cancelamento do registro anteriormente realizado. (SOUSA, 2017). 
 
Sendo assim, é possível concluir que o penhor se extinguirá caso se verifique 
qualquer das hipóteses previstas, taxativamente, no diploma legal supracitado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 NATUREZA JURÍDICA DO PENHOR 
 
Por fim, resta esclarecer que, a natureza jurídica do penhor é de direto real de 
garantia sobre coisa alheia, pois, “o direito do credor pignoratício recai diretamente 
sobre a coisa. Uma vez legalmente constituído, opera erga omnes, é munido de 
ação real e de seqüela, deferindo, ademais, ao seu titular, as vantagens da 
preferência”. (SOUSA, 2017). 
No mesmo sentido, Bazelice Mendes (2006), aduz que “o penhor possui 
natureza jurídica de direito real de garantia sobre coisa alheia, móvel, tem caráter 
acessório e, como tal, sua existência subordina-se à sorte da obrigação principal.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
O instituto jurídico do penhor, elencado no Código Civil vigente, possui papel 
essencial em certas relações negociais, principalmente naquelas onde os envolvidos 
não têm o interesse de dispor de bens imóveis para garantir o pagamento dos 
créditos adquiridos. Trata-se de um instituto que a cada dia que passa ganha mais 
notoriedade por, muitas vezes, se demonstrar mais viável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
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http://www.normaslegais.com.br/guia/penhor-industrial-e-mercantil.htm. Acesso em: 
03/11/2017. 
 
BRASIL. Casa Civil. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm> . Acesso: 03/11/2017. 
 
GIMENES, Gabriela. Penhor Rural no Direito Civil. Disponível em: 
https://ggimenes.jusbrasil.com.br/artigos/252572499/penhor-rural-no-direito-civil-
patrio. Acesso em: 03/11/2017. 
 
GUIMARÃES, Ricardo. Penhor de direitos e títulos de crédito. Disponível em: 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/penhor-de-direitos-e-
titulos-de-credito/46586. Acesso: 03/11/2017. 
 
LISBOA, Roberto Senise. Manual de Direito Civil – Direitos Reais e Direitos 
Intelectuais. 7ª Ed. Saraiva: São Paulo, 2013. 
 
MENDES, Bazelice Xavier. O penhor e sua natureza jurídica. Disponível em: 
https://www.zemoleza.com.br/trabalho-academico/humanas/direito/o-penhor-e-sua-
natureza-juridica-direito-de-sequela/. Acesso em: 03/11/2017. 
 
SOUSA, Domingos Sávio. O instituto do penhor no direito brasileiro. Disponível em: 
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura& 
artigo_id=13525> . Acesso: 03/11/2017. 
 
ZAPAROLI, Rodrigo Alves. Penhor. Disponível em: 
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,penhor,44719.html. Acesso em: 
03/11/2017. 
 
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ZAPARONI, Rodrigo Alves. Instituto jurídico do Penhor. Disponível em: 
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/8078/Penhor. Acesso: 03/11/2017.