Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
22/02/2018 1 1 CONTABILIDADE DE CUSTOS AULA 1 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Professora: Vânia Freitas Lopes E-mail: vania.lopes@estacio.br 2 22/02/2018 2 Objetivo Geral A partir do estudo da disciplina de Contabilidade e Apuração de Custos o aluno deverá ser capaz de contribuir no desenvolvimento das habilidades e competências necessárias ao profissional de Ciências Contábeis e áreas correlatas que possibilitem apurar e divulgar informações de custos relacionadas à gestão das organizações. 3 Objetivos Específicos: Compreender o papel das informações de custos no âmbito da gestão empresarial. Conhecer e assimilar a terminologia básica em custos bem como suas categorizações. Classificar os custos quanto à forma de alocação e volume de atividades. Conhecer as metodologias de alocação de custos bem como aplicá-las no contexto de apuração de resultados e controle gerencial. Utilizar a metodologia do custeio por absorção e custeio variável para apuração dos custos dos bens e serviços de uma organização. 4 22/02/2018 3 Objetivos Específicos: Aplicar uma abordagem quantitativa para as funções de custos. Utilizar custos indiretos aplicados para apuração dos custos de produção e realizar o respectivo tratamento contábil para ajuste das variações. Apurar custos de ordens de produção. Apurar custos de produção contínua. Utilizar o custo padrão como ferramenta de controle, apurar variações e avaliar desempenho dos envolvidos. Aplicar a metodologia de alocação de custos à produção conjunta. 5 CONTEÚDOS: Unidade 1 - introdução à contabilidade de custos Unidade 2 - custos para avaliação de estoques: custeio por absorção Unidade 3 - custeio por absorção com departamentalização e o cuidado com os custos indiretos de fabricação Unidade 4 – custeio variável Unidade 5 - Utilização de métodos quantitativos para tratamento dos custos 6 22/02/2018 4 CONTEÚDOS: Unidade 6 - aplicação dos custos indiretos de fabricação Unidade 7 - sistema de custeamento por ordem de produção Unidade 8 - sistema de custeamento por processo Unidade 9 – custo padrão Unidade 10 – custos conjuntos 7 BIBLIOGRAFIA INDICADA Martins, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 2010.10ª ed. Megliorini, Evandir. Custos: análise e gestão. São Paulo: Pearson, 2012. Silvério das, Paulo Viceconti. Contabilidade de Custos. Saraiva: 2012. 10ª ed. Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade de Custos. São Paulo. Saraiva: 2013, 3ª ed 22/02/2018 5 AULA 1 1.1 Histórico da Contabilidade de Custos 1.2 Terminologia Contábil Básica 1.3 Categorização dos Custos Histórico da Contabilidade de Custos Tudo começou com o advento da REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (século XVII). Houve um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social e aumento da necessidade de um sistema contábil financeiro. Com o incremento do processo produtivo e conseqüente aumento da concorrência entre empresas e a escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle das empresas. 22/02/2018 6 Histórico da Contabilidade de Custos Neste sentido, as informações de custos, desde que devidamente apresentadas em relatórios, seriam um grande instrumento para o controle e planejamento empresarial. Diante de tal fato, a Contabilidade de Custos tornou-se, devido a grande gama de informações que a compõem, um grande sistema de informações gerenciais. Do artesanal ao industrial 22/02/2018 7 Diferença entre a Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos Segundo (Frezzati; Aguiar e Guerreiro, 2007) o conceito de diferenciação é entendida como a utilização predominante de determinados elementos por parte de uma das Contabilidades em relação à outra, e, em muitos trabalhos, não está relacionada com diferenças quantitativas, mas sim qualitativas, comportamentais, sendo tratada detalhadamente em tópico específico. Diferença entre a Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos Para os autores Horngren; Datar e Foster, 2004 a Contabilidade Gerencial e a Financeira tem diferentes objetivos. A contabilidade gerencial mede e relata informações financeiras e não-financeiras que ajudam os administradores a tomar decisões para alcançar objetivos de uma organização para fins estratégicos se baseando em demonstrativos internos. 22/02/2018 8 Diferença entre a Contabilidade Financeira, Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos A contabilidade financeira concentra-se em demonstrativos para grupos externos, baseando se em princípios contábeis geralmente aceitos. A contabilidade de custos fornece informações tanto para a contabilidade gerencial quanto para a financeira. Papel da Contabilidade de Custos Martins (2010) lista três grupos dentro dos quais a Contabilidade de Custos pode cumprir seu papel. São eles: 1. Inventariar e ativar os produtos fabricados e vendidos 2. Planejar e controlar as atividades econômicas 3. Servir como instrumento para tomada de decisão 22/02/2018 9 Mas, afinal, o que é a Contabilidade de Custos Contabilidade de Custos é o ramo da Contabilidade que utiliza técnicas específicas para identificar, classificar e registrar os custos ligados diretamente à produção de bens e/ou serviços. Aplica-se ao departamento de produção das empresas, tendo como objetivo controlar os gastos envolvidos na fabricação dos produtos, auxiliando os gestores no processo de tomada de decisões. Mas, afinal, o que é a Contabilidade de Custos O estudo da Contabilidade de Custos, um ramo do conhecimento contábil gerencial, destina -se a mensurar os custos dos produtos, tanto na forma de bens materiais quanto na forma de serviços. O conhecimento da contabilidade de custos é importante para uma empresa, pois com ele os gestores poderão: •Mensurar o resultado (via CMV - Custo da mercadoria vendida); •Mensurar o patrimônio (via estoque); •Tomar decisões que impactarão diretamente na lucratividade do negócio. 22/02/2018 10 TERMINOLOGIA BÁSICA DE CUSTOS GASTOS DESPESAS INVESTIMENTOS CUSTOS PERDAS Categorização dos Custos CUSTOS “Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens e serviços” (NEVES; VICECONTI, 2012, p.14). 20 22/02/2018 11 Custos fixos: totais e unitários CUSTOS FIXOS São aqueles que independem do volume de produção ou venda. 21 Custos fixos: totais e unitários O CUSTO FIXO TOTAL será sempre o mesmo, qualquer que seja o volume de produção ou venda. 22 22/02/2018 12 Custos fixos: totais e unitários Já o CUSTO FIXO UNITÁRIO decresce à medida que a produção aumenta, posto que resulta da divisão de um valor fixo (Custo Fixo) por quantidades produzidas cada vez maiores; 23 EXEMPLIFICANDO! 24 Custo Fixo Total Volume Produzido Custo Fixo Unitário 10.000,00 - 10.000,00 10.000,00 100 100,00 10.000,00 200 50,00 10.000,00 300 33,33 10.000,00 400 25,00 22/02/2018 13 Custos variáveis: totais e unitários CUSTOS VARIÁVEIS São aqueles que estão diretamente relacionados como volume de produção. 25 Custos variáveis: totais e unitários O CUSTO VARIÁVEL TOTAL é sempre crescente com o volume de produção, pois quanto mais a empresa produz, mais insumos variáveis ela vai utilizar. 26 22/02/2018 14 27 MAIOR VOLUME DE PRODUÇÃO - MAIOR CUSTO VARIÁVEL 0 1000 2000 3000 4000 5000 0 100 200 300 400 PRODUÇÃO CU ST O V AR IÁ VE L Custos variáveis: totais e unitários O CUSTO VARIÁVEL UNITÁRIO (CVu) é sempre constante, qualquer que seja o volume de produção, pois é o mesmo para cada produto produzido, não varia em função da quantidade. 28 22/02/2018 15 HIPÓTESES DE COMPORTAMENTOS Assume-se normalmente que os custos variáveis (CV) sejam diretamente proporcionais à quantidade produzida. Isso faz com que o custo variável unitário (CVu), ou seja, o custo variável dividido pela quantidade produzida seja constante. 29 HIPÓTESES DE COMPORTAMENTOS Por outro lado, o custo fixo (CF), é constante qualquer que seja o volume de produção. Entretanto, o custo fixo unitário (CFu), ou seja, o custo fixo dividido pela quantidade produzida, é sempre decrescente. 30 22/02/2018 16 HIPÓTESES DE COMPORTAMENTOS Ex.: O contador da Cia. Beta, fez o seguinte quadro para apresentar os custos de produção de 0 a 100 unidades, em R$: 31 Qtde . C. FIXO (CF) R$ C. VARIÁ VEL (CV) R$ CUSTO TOTAL (CT) R$ C. FIXO UNIT. (Cfu) R$ C. VAR. UNIT. (CVu) R$ C. MÉDIO (CMe) R$ 0 100,00 0,00 100,00 - - - 1 100,00 10,00 110,00 100,00 10,00 110,00 2 100,00 20,00 120,00 50,00 10,00 60,00 3 100,00 30,00 130,00 33,00 10,00 43,33 4 100,00 40,00 140,00 25,00 10,00 35,00 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99 100,00 990,00 1.090,00 1,01 10,00 11,01 100 100,00 1.000,00 1.100,00 1,00 10,00 11,00 32 22/02/2018 17 OBSERVAÇÕES! O Custo Fixo (CF) é sempre R$ 100,00, qualquer que seja o volume de produção. O Custo Variável (CV = CVu x Qtde.) é sempre crescente com o volume de produção, pois quanto mais a empresa produz, mais insumos variáveis ela vai utilizar; O Custo Total (CT = CF + CV) também aumenta com o volume da produção, exclusivamente devido à variação do custo variável. 33 Representação Gráfica dos Custos 34 Cia. Beta - CF, CV e CT CF CV CT 0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 1 11 21 Quantidade (un) Val or ( R$) 22/02/2018 18 35 Cia. Beta - Cfu, CVu e CMe CVu CMe Cfu0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 1 11 Quantidade (un) Va lor (R $) Vamos exercitar o conhecimento? Verifique a relação de gastos a seguir e classifique-os como Custos, Despesas, Investimento e Perda: GASTOS CUSTOS DESPESAS INVESTIMENTOS PERDAS Telefone da loja Energia da Fábrica Estoque Matéria- prima(MP) Máquina da Fábrica Salário do Contador Produtos danificados MP consumida na prod. Gastos com MOD Extravio de MP Comissões de vendas 22/02/2018 19 CUSTO SEMI-FIXO São custos que são fixos numa determinada faixa de produção, mas que variam se há uma mudança dessa faixa. 37 Custo semi-fixo Considere que a Cia. X tem essa necessidade de supervisores: 38 Volume da Produção Qde necessária de Supervisores Custos em R$ 0 – 20.000 1 12.000,00 20.001 – 40.000 2 24.000,00 40.001 – 60.000 3 36.000,00 60.001 – 80.000 4 48.000,00 22/02/2018 20 Custo semi-variável: comportamento. • Entende-se como CUSTO SEMIVARIÁVEL os elementos de custos que possuem, em seu valor, uma parcela fixa e outra variável. • O Comportamento desse tipo de custos é fixo até certo momento e depois se comportam como custo variável. Exemplos: gastos com água e energia elétrica que possuem uma parte fixa (consumo mínimo), porém, à medida que aumenta-se o consumo desses recursos cresce o valor da conta. 39 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO (CPP) ou CUSTO TOTAL CUSTO PRIMÁRIO CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO OU CUSTO DE CONVERSÃO 22/02/2018 21 CUSTO DA PRODUÇÃO DO PERÍODO Compreende a soma de todos os CUSTOS para fabricação. Também chamado de Custo Total CT = MD + MOD + CIF Material Direto (MD): Matéria-prima, materiais secundários, materiais de embalagens e materiais auxiliares Materiais Secundários: Materiais que complementam a matéria-prima na fabricação do produto. São os materiais aplicados na fabricação em menores quantidades que a matéria-prima. Ex. botões, zíperes, linha (aviamentos) nas roupas em uma indústria de confecções, já para uma indústria de móveis de madeira são o prego, a cola, o verniz. Materiais Auxiliares: São todos os materiais que, embora necessários ao processo de fabricação, não entram na composição dos produtos. Ex. para uma indústria de móveis de madeira são as lixas, as estopas, os pincéis, a graxa; para uma indústria de confecções são as tesouras utilizadas para o corte dos tecidos, o produto de limpeza de acabamento. CUSTO PRIMÁRIO Compreende a soma da matéria-prima consumida com a mão de obra direta aplicada. Matéria prima (MP): É o principal material que entra na composição do produto final, sofrendo transformação no processo de fabricação. Ex. tecidos na fabricação de roupas, madeira na produção de mesas, farinha na fabricação de massas alimentícias. Mão de obra Direta (MOD) Compreende os gastos com pessoal que trabalha diretamente na fabricação dos produtos. Pode ser facilmente identificada em relação aos produtos, já que dispomos de meios para equacionar o tempo consumido na elaboração de determinado produto, mediante apontamento, relógio de ponto etc., não precisando se efetuar qualquer rateio (critério de divisão arbitrário). Para o cálculo da mão de obra direta - MOD - além do valor da hora trabalhada serão considerados os encargos sociais (INSS), o 13º salário, férias etc. ATENÇÃO!! Os Custos Primários não são a mesma coisa que Custos Diretos, já que nos primários só estão incluídos aqueles dois itens. Assim a embalagem é um Custo Direto, mas não Primário. 22/02/2018 22 CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO compreende a soma da mão de obra direta com os Gastos Gerais de Fabricação (GGF) ou Custos Indiretos de Fabricação (CIF). . CIF ou GGF: Serão apropriados aos produtos por meio de um processo de RATEIO, que consiste em uma divisão proporcional dos valores consumidos junto aos produtos. Exemplo: mão de obra indireta, seguros e aluguéis da fábrica, materiais indiretos, energia elétrica, depreciação das máquinas. RATEIO: É um processo empregado para alocar ou apropriar os custos indiretos aos produtos ou departamentos. EXEMPLO DE RATEIO DOS CIF’s Rateio de gastos com material indireto (CIF) que totalizaram R$ 20.000,00 entre três produtos A, B, C e que a base de rateio seja o gasto de matéria-prima incorrido em cada um e discriminados a seguir: PRODUTOS MATÉRIA-PRIMA BASE RATEIO (%) A 50.000,00 B 125.000,00 C 75.000,00 TOTAL 250.000,00 * Havendo um único produto sendo fabricado, todos os custos são diretos. 22/02/2018 23 Uma empresa inicia suas atividades em 01.02.2018. Nesse mês ocorrem os seguintes gastos: Compra de matéria-prima ............................. R$ 30.000,00 Aluguel da fábrica...........................................R$ 10.000,00 Mão de obra utilizada na fábrica.................... R$ 20.000,00 Honorários do Contador.................................. R$ 30.000,00 Comissões sobre as vendas ............................ R$ 20.000,00 Matéria-prima consumida na produção........... R$ 25.000,00 Materiais de embalagens usados na produção..R$ 10.000,00 Energia elétrica da fábrica................................ R$ 5.000,00 Compra computadores...................................... R$ 12.000,00 Pede-se: 1) Total de Custos; 2) Total de despesas; 3) Custo Primário 4) Custo de Transformação. Em uma aula de contabilidade, na qual o professor discorria corretamente sobre classificação de custos, houve a explicação de que somente representam custos diretos os seguintes itens: a) energia elétrica, mão de obra direta e aluguel do prédio. b) matéria-prima, mão de obra direta e embalagens. c) mão de obra direta, depreciação de equipamentos e salário do contador. d) manutenção das máquinas, salários de supervisão e materiais diretos. e) salários da fábrica, embalagens e seguros da fábrica.
Compartilhar