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AD2 de Literatura Brasileira III

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras – UFF/CEDERJ
Disciplina: Literatura Brasileira III
Coordenadora: Flávia Amparo
AD2 – 2016.2
	CURSO: Letras
	POLO: Nova Iguaçu
	ALUNO: Tatiana Alves Silva
	MATRÍCULA:151131200228
	
	DATA: 19 / 10/ 2016
 
AD2
De acordo com o que você estudou nas Unidades 7 e 8 sobre a Formação cultural brasileira, a Belle Époque e o Modernismo, responda as questões abaixo de modo dissertativo. Não copie respostas de sites da internet nem do seu material de estudo. Você deve pesquisar sobre o tema e escrever com suas palavras.
Questão 1 – Tendo por base o trecho selecionado da obra A alma encantadora das ruas de João do Rio (pseudônimo de Paulo Barreto) discuta como o escritor consegue trazer, por meio da escrita literária, as contradições da Belle Époque carioca e, ao mesmo tempo, apresentar as paixões comuns a todos os seres humanos.
Tatuadores
[...]
A palavra tatuagem é relativamente recente. Toda a gente sabe que foi o navegador Loocks que a introduziu no ocidente, e esse escrevia tattou, termo da Polinésia de tatou ou to tahou, desenho. Muitos dizem mesmo que a palavra surgiu no ruído perceptível da agulha da pele: tac, tac. Mas como é ela antiga! O primeiro homem, decerto, ao perder o pêlo, descobriu a tatuagem.
Desde os mais remotos tempos vêmo-la a transformar-se: distintivo honorífico entre uns homens, ferrete de ignomínia entre outros, meio de assustar o adversário para os bretões, marca de uma classe para selvagens das ilhas Marquesas, vestimenta moralizadora para os íncolas da Oceânia, sinal de amor, de desprezo, de ódio, bárbara tortura do Oriente, baixa usança do Ocidente. Na Nova Zelândia é um enfeite; a Inglaterra universaliza o adorno dos selvagens que colhem o phormium tenax para lhe aumentar a renda, e Eduardo com a âncora e o dragão no braço esquerdo é só por si um problema de psicologia e de atavismo.
Da tatuagem no Rio faz-se o mais variado estudo da crendice. Por ele se reconstrói a vida amorosa e social de toda a classe humilde, a classe dos ganhadores, dos viciados, das fúfias� de porta aberta, cuja alegria e cujas dores se desdobram no estreito espaço das alfurjas� e das chombergas�, cujas tragédias de amor morrem nos cochicholos sem ar, numa praga que se faz de lágrimas. A tatuagem é a inviolabilidade do corpo e a história das paixões. Esses riscos nas peles dos homens e das mulheres dizem as suas aspirações, as suas horas de ócio e a fantasia da sua arte e a crença na eternidade dos sentimentos — são a exteriorização da alma de quem os traz.
Há três casos de tatuagem no Rio, completamente diversos na sua significação moral: os negros, os turcos com o fundo religioso e o bando das meretrizes, dos rufiões e dos humildes, que se marcam por crime ou por ociosidade. Os negros guardam a forma fetiche; além dos golpes sarados com o pó preservativo do mau olhado, usam figuras complicadas. Alguns, como o Romão da Rua do Hospício, têm tatuagens feitas há cerca de vinte anos, que se conservam nítidas, apesar da sua cor — com que se confunde a tinta empregada. [...]
A sociedade, obedecendo à corrente das modernas ideias criminalistas, olha com
desconfiança a tatuagem. O curioso é que — e esses estranhos problemas de psicologia talvez não sejam nunca explicados — o curioso é que os que se deixam tatuar por não terem mais que fazer, em geral, o elemento puro das aldeias portuguesas, o único quase incontaminável da baixa classe do Rio, mostram sem o menor receio os braços, enquanto os criminosos, os assassinos, os que já deixaram a ficha no gabinete de antropometria, fazem o possível para ocultá-los e escondem os desenhos do corpo como um crime. Por quê? Receio de que sejam sinais por onde se faça o seu reconhecimento? Isso com os da polícia talvez. Mas mesmo com pessoas, cujos intentos conhecem, o receio persiste, porque decerto eles consideram aquilo a marca de fogo da sociedade, de cuja tentação foram incapazes de fugir, levados pela inexorável fatalidade.
Há tatuagens religiosas, de amor, de nomes, de vingança, de desprezo, de profissão, de beleza, de raça, e tatuagens obscenas.
A vida no seu feroz egoísmo é o que mais nitidamente ideografa a tatuagem.
João do Rio. In: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000039.pdf>.
Resposta: 
 Belle Época foi um período em que o Rio de Janeiro sofreu muita influência cultural francesa, inclusive na reforma urbana. Nessa perspectiva, João do Rio através do relato da vida das pessoas mais humildes da cidade do Rio, trás em sua obra a contradição do glamour da Belle Época, onde o Rio apresenta a beleza da arquitetura moderna e a prática da vida social francesa e por outro lado, a realidade de uma classe social pobre subjugada, representadas pelos tatuadores e aqueles que são tatuados. João dos Rios ainda busca explicar em sua obra, que a tatuagem é uma forma de expressão, de posicionamento que é apreciada em vários lugares do mundo e que não são em todos os lugares que ela é pejorativa.
Questão 2 – No conto O bebê de tarlatana rosa de João do Rio, o narrador-personagem rememora um caso de Carnaval, no qual sobressai prazer e horror. A partir do fragmento selecionado, analise como a riqueza acumulada na Primeira República brasileira convive com as condições precárias da maioria da população sob o signo de transgressão da festa carnavalesca, espaço revelador de um “outro eu” reprimido pelas regras sociais. 
O bebê de tarlatana rosa
[...]
— Está claro que este ano organizei uma partida com quatro ou cinco atrizes e quatro ou cinco companheiros. Não me sentia com coragem de ficar só como um trapo no vagalhão de volúpia e de prazer da cidade. O grupo era o meu salva-vidas. No primeiro dia, no sábado, andávamos de automóvel a percorrer os bailes. Íamos indistintamente beber champagne aos clubes de jogo que anunciavam bailes e aos maxixes mais ordinários. Era divertidíssimo e ao quinto clube estávamos de todo excitados. Foi quando lembrei uma visita ao baile público do Recreio. — 	 “Nossa Senhora! disse a primeira estrela de revistas, que ia conosco. Mas é horrível! Gente ordinária, marinheiros à paisana, fúfias� dos pedaços mais esconsos na rua de S. Jorge, um cheiro atroz, rolos constantes...” — Que tem isso? Não vamos juntos?
Com efeito. Íamos juntos e fantasiadas as mulheres. Não havia o que temer e a gente conseguia realizar o maior desejo: acanalhar-se, enlamear-se bem. Naturalmente fomos e era a desolação com pretas beiçudas e desdentadas esparrimando belbutinas� fedorentas pelo estrado da banda militar, todo o pessoal de azeiteiros das ruas lôbregas e essas estranhas figuras de larvas diabólicas, de íncubos em frascos de álcool, que têm as perdidas de certas ruas, moças, mas com os traços como amassados e todas pálidas, pálidas feitas de pasta mata-borrão e de papel-arroz. Não havia nada de novo. 
RIO, João do. In: MORICONI, Ítalo (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p. 29.
Resposta: 
O ambiente de Carnaval onde se passa o conto remete a luxúria e permite com que as pessoas utilizam-se de um outro “eu”, através de fantasias e máscaras, para viver uma realidade que não seria sua, podendo transgredir regras que na cotidiano não seria permitido. Ainda o carnaval sendo uma festa popular, permite que classes sociais vivenciem, mesmo em situações diferentes, o prazer da diversão.
Esse trecho 
Questão 3 - Os impasses da cultura brasileira entre os movimentos de cosmopolitismo e nacionalismo, ou seja, de diálogo com as culturas estrangeiras e tentativas de fixação de nossa cultura, são alvos de questionamento no Manifesto Antropófago (1928). O poeta Oswald de Andrade propõe uma nova relação nas trocas culturais, subvertendoo papel periférico ocupado pelo Brasil. Explique esta quebra de paradigma a partir do poema “Erro de Português”.
Erro de Português
Quando o português chegou 
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português.
ANDRADE, Oswald. Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
	Resposta:
 A literatura brasileira, até o movimento Modernista, sempre viveu em crise de identidade, devido à influência do país colonizador e de outros países europeus, principalmente a França, que ditavam a cultura da época, como também, pela questão dos brasileiros não se sentirem pertencentes aos nativos e nem aos colonizadores. Nessa perspectiva, Oswald de Andrade buscou em seu poema “Erro de Português” quebrar esse paradigma da ditadura cultural do país colonizador. Essa quebra já se inicia no título do poema onde Oswald de Andrade sugere que é um erro a imposição da cultura. A quebra desse paradigma continua nos versos, “Que pena!/ Fosse uma manhã de Sol/ O índio tinha despido/ O português”, deixando claro que é possível manter a identidade nacional.
Questão 4 - Mário de Andrade, na obra Macunaíma, cria um personagem que discute a criação do herói nacional a partir da figura do índio, trazendo os defeitos do caráter nacional brasileiro. Neste mesmo período, aparece o mito da integração racial brasileira baseado em teorias eugenistas, sendo um dos seus grandes expoentes o sociólogo Oliveira Viana (1883-1951). A partir da leitura de fragmentos das obras dos dois autores, aponte como o Mário de Andrade questiona a ideia de evolução racial. 
“Em regra, o que chamamos mulato é o mulato inferior, incapaz de ascensão, degradado nas camadas mais baixas da sociedade e provido do cruzamento do branco com o negro de tipo inferior. Há, porém, mulatos superiores, arianos pelo caráter e pela inteligência ou, pelo menos suscetíveis da arianização, capazes de colaborar com os brancos na organização e civilização do país.” (OliveiraVianna, 1987: 101)
VIANNA, Oliveira. Instituições Políticas Brasileiras. Belo Horizonte, Itatiaia, 1987. In: <http://www.historia.uff.br/estadoepoder/6snepc/Mesas/mesa5-Ricardo.pdf>
Macunaíma
[...] Uma feita a Sol cobrira os três manos duma escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de tomar banho. Porém no rio era impossível por causa das piranhas tão vorazes que de quando em quando na luta pra pegar um naco de irmã espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d'água metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa lapa bem no meio do rio uma cova cheia d'água. E a cova era que-nem a marca dum pé-gigante. Abicaram. O herói depois de muitos gritos por causa do frio da água entrou na cova e se lavou inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do tempo em que andava pregando o evangelho de Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele. E ninguém não seria capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta dos Tapanhumas.
Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê esfregasse feito maluco atirando água pra todos os lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo. Macunaíma teve dó e consolou:
— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.
Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê esborrifara toda a água encantada pra fora da cova. Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos. Por isso ficou negro bem filho da tribo dos Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos pés dele são vermelhas por terem se limpado na água santa. Macunaíma teve dó e consolou:
— Não se avexe, mano Maanape, não se avexe não, mais sofreu nosso tio Judas!
ANDRADE, Mário de. Macunaíma. In: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mario-de-andrade/macunaima-3.php>
Resposta:
Segundo Vianna Oliveira, o mulato, formado pelo cruzamento entre branco e negro, forma uma raça inferior, incapazes de contribuir com a sociedade, entretanto, para ele existe também mulatos superiores arianos. A partir dessa afirmação, fica evidenciado que Mario de Andrade, em sua obra “Macunaíma”, questiona a ideia de evolução racial, quando apresenta seu personagem desprovido de caráter, onde passa por cima de qualquer coisa para alcançar seus objetivos, um herói às avessas, se transformando na raça ariana, “Quando o herói saiu do banho estava branco louro e de olhos azuizinhos, água lavara o pretume dele”, ou seja, para Mario de Andrade não existe essa evolução, pois seu personagem ao se transformar em ariano, também mudaria seu caráter.
� Vagabunda, prostituta.
� Rua estreita com vala aberta.
� Casa pequena e humilde.
� Mulher pretensiosa e ridícula.
� Fino tecido de algodão aveludado.

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