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Estrutura da obrigação.

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DIREITO CIVIL II
UNIDADE II - Estrutura da obrigação. 
1. Fontes das obrigações: abordagem do direito romano e as modernas fontes das obrigações segundo o direito civil brasileiro. 
As fontes do direito são os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas. Trata-se, em outras palavras, de instâncias de manifestação normativa: a lei, o costume (fontes diretas), a analogia, a jurisprudência, os princípios gerais do direito, a doutrina e a equidade (fintes indiretas). Entretanto, faremos o estudo das fontes das obrigações. A fonte é anterior à relação jurídica obrigacional.
Em Roma, a mais antiga classificação das fontes vem de Gaio, nas Instituições de Justiniano. São elas o contrato e quase contrato.
Posteriormente, já no período Bizantino (565 d.C a 1453 d. C) contrato passou a ser apenas acordo de vontades, e delito passou a ser sinônimo de ato ilícito doloso. Daí surgiram as duas outras figuras, passando as fontes das obrigações a ser distribuídas em quatro categorias de causas eficientes. E já na idade média, a idéia de delito e quase delito se alterou:
Contrato: seriam todas as convenções, as avenças firmadas entre as duas partes;
Quase contrato: seriam as situações jurídicas assemelhadas aos contratos, atos humanos lícitos equiparáveis aos contratos, como a gestão de negócios;
Delito: seriam os atos ilícitos dolosamente praticados, causador de prejuízos para outrem. 
Quase delito: seriam os atos ilícitos culposamente praticados, por meio de comportamento carregado de negligência, imprudência ou imperícia.
Acerca desse critério Sílvio Venosa disse:
"Os critérios de distinção resumem-se na existência ou não da vontade. A vontade caracteriza o contrato, enquanto toda a atividade lícita, sem consenso prévio, implica o surgimento de um quase contrato. Já o dano intencionalmente causado é um delito, enquanto o dano involuntariamente causado é um quase delito."
Ocorre que esta classificação quadripartida é lacunosa e não atende à complexa e multifária cadeia de relações obrigacionais das sociedades contemporâneas. E a noção da categoria quase delito é de difícil percepção.
Já para a classificação Moderna, as Fontes das obrigações seriam distribuídas da seguinte maneira:
Lei (fonte primária ou imediata das obrigações) Ex: Prestação alimentar - Artigo 1696 do CC.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Negócio Jurídico: (fonte mediata das obrigações):
2.1- Bilaterais: (ex: contratos)
2.2- Unilaterais: (Ex: promessa de recompensa/titulo ao portador/testamento) 
Ato Ilícito: (fonte mediata das obrigações) – Obrigação de reparar o dano. Artigos 186,187 e 861 do CC
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Da leitura desse artigo concluímos que não ser imprescindível, para o reconhecimento da teoria do abuso de direito, que o agente tenha a intenção de prejudicar terceiro, bastando, que exceda manifestadamente os limites impostos pela finalidade econômica ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Acerca deste critério Álvaro Villaça Azevedo pontifica:
"É a vontade do Estado. É a lei, o ordenamento jurídico positivo, que fazendo surgir certas obrigações, como vimos, acaba por regular todas as outras. Devemos dessa forma, colocá-la em primeiro lugar, por ser um ato de Estado, um ato de império; depois as outras fontes, que são o agir dos homens, vivendo em sociedade."
2. Elemento subjetivo: sujeitos da relação obrigacional. 
Os elementos subjetivos da relação obrigacional: são os sujeitos. 
Sujeito ativo – credor (beneficiário da obrigação, é o detentor do poder de exigir, em caso de inadimplemento o cumprimento coercitivo da prestação pactuada) 
Sujeito passivo – devedor (obriga-se a cumprir uma prestação patrimonial de dar, fazer ou não fazer)
Esses sujeitos podem ser:
Pessoas físicas ou jurídicas:
Determinados (Ex: A firma contrato com B) ou determináveis: (Ex: Cheque ao portador, promessa de recompensa, taxa condominial- propter rem, IPTU)
Mas existem relações jurídicas complexas, nas quais cada parte é, simultaneamente, credora e devedora uma da outra. É o caso da compra e venda: o vendedor é o credor do preço e o devedor da coisa; ao passo que o comprador é credor da coisa e devedor do preço.
Tem que ser determinado. Pode ser Pessoa Física, Pessoa Jurídica.
Pode ser que num determinado momento esteja indeterminado, ex: cheque ao portador, e não se sabe quem receberá o mesmo no banco.
Despesas do apartamento condomínio. O devedor é o proprietário do condomínio.
3. Elemento objetivo: a prestação. 
O elemento objetivo da relação obrigacional é o objeto da obrigação - prestação.
Em princípio, deve-se salientar que a obrigação possui dois tipos de objeto:
a) objeto direto ou imediato: é a própria atividade positiva (dar coisa certa ou incerta ou fazer) ou negativa (não fazer) do devedor, satisfativa do interesse do credor. E esta prestação terá sendo conteúdo patrimonial.
A prestação para ser válida deverá ser: 
lícita: De acordo com o ordenamento Jurídico.
(Ilícitas matar, realizar favores sexuais, roubar, venda de um pacote de notas falsas..);
Possível: Podem ser fisicamente (realizáveis segundo as leis da natureza) ou juridicamente possíveis (autorizadas pelo Ordenamento jurídico)
(Impossíveis fisicamente - Irrealizáveis segundo as leis da natureza. Ex: Pavimentar o solo da lua;)
(Impossíveis Juridicamente - não autorizada pelo ordenamento jurídico. Ex: Alienar bem público, transferir a herança de pessoa viva;)
A impossibilidade pode ser:
Originária: Ocorre quando do tempo da formação da relação jurídica.
Superveniente: É posterior a formação da obrigação.
Determinada (ou determinável).
Concentração da prestação devida ou concentração do débito. Ocorre quando a obrigação de dar coisa incerta, após a escolha torna-se coisa certa.
b) objeto indireto ou mediato: é a coisa em si. 
É o que se dá? O que se faz? O que não se faz?
Nas obrigações de fazer, o objeto direto e indireto são menos nítidos.
4. Elemento ideal: o vínculo jurídico entre credor e devedor:
O elemento ideal do vinculo jurídico: é elo que sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor.

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