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Direito Penal - Art. 250-252

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DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
1 
 
Texto do art. 250 
“Causar incêndio, expondo a perigo 
a vida, a integridade física ou o 
patrimônio de outrem:” 
Pena: Reclusão, de 3 a 6 anos, e 
multa. 
Elementos do núcleo do tipo 
a) A conduta de causar incêndio¹. 
b) Expor a perigo de vida, a 
integridade física ou o patrimônio de 
outrem. 
Classificação doutrinária 
Crime comum²; comissivo³; omissivo 
impróprio4, se for garantidor; perigo 
comum5 e concreto6; de forma livre7; 
instantâneo8; monossubjetivo9; 
plurissubsistente10;não transeunte11. 
Sujeito Ativo 
Qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo 
A Sociedade, bem como as 
pessoas12 que tiveram sua vida, sua 
integridade física ou, mesmo, seu 
patrimônio exposto a perigo. 
Bem juridicamente protegido 
Incolumidade pública (risco coletivo). 
Objeto Material 
Substância ou objeto incendiado. 
Consumação e tentativa 
Se consumará quando o incêndio do 
agente vier, efetivamente, a expor 
perigo a vida, a integridade física ou 
ao patrimônio de outrem, o que 
deverá ser exposto no caso 
concreto. 
Por ser crime plurissubsistente, será 
possível o reconhecimento de 
tentativa. 
Elemento subjetivo 
O dolo é o elemento subjetivo 
exigido pelo caput do artigo 250 do 
CP, sendo o agente conhecedor de 
que exporá a perigo de vida, a 
integridade física ou o patrimônio de 
outrem, se não souber, o fato será 
atípico. 
Modalidade culposa 
Incêndio culposo: 
§2º Se culposo o incêndio, a pena é 
de detenção, de 6 meses a 2 anos. 
Modalidade comissiva e omissiva 
Praticar o verbo do núcleo do crime, 
causar, pressupõem um 
comportamento comissivo por parte 
do agente. 
A omissão imprópria é quando o 
agente na posição de garantidor, 
podendo e devendo agir, nada fizer 
para evitar a eclosão do incêndio. 
Causas de aumento de pena 
É previsto no §1º do art. 250 do CP, 
duas situações de aumento da pena 
em 1/3: 
I- Se o crime é cometido com intuito 
de obter vantagem pecuária em 
proveito próprio ou alheio. 
 
II- Se o incêndio é: 
 
a) em casa habitada ou destinada 
a habitação; 
 
b) em edifício público ou 
destinado a uso público ou a obra 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
2 
 
de assistência social ou de 
cultura; 
 
c) em embarcação, aeronave, 
comboio ou veículo de transporte 
coletivo; 
 
d) em estação ferroviária ou 
aeródromo; 
 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
 
f) em depósito de explosivo, 
combustível ou inflamável; 
 
g) em poço petrolífero ou galeria 
de mineração; 
 
h) em lavoura, pastagem, mata ou 
floresta. 
Tipo de ação penal 
Ação penal é de inciativa pública 
incondicionada13. 
Competência para julgar 
Juizado especial criminal14-> 
incêndio culposo. 
Justiça comum15 -> incêndio doloso. 
Destaques 
Provocar incêndio em imóvel 
afastado da cidade 
Não tipifica o artigo 250 do CP, haja 
vista que não expõem perigo a vida 
ou a integridade física ou o 
patrimônio de um número 
indeterminado de pessoas, mas 
poderá configurar o delito de dano, 
inclusive em sua modalidade 
qualificada (art. 163, Parágrafo 
único, II, do CP). 
 
Incêndio com finalidade de 
causar morte da vítima 
Nesse caso o agente deverá 
responder pelo delito de homicídio 
qualificado (art. 121, §2º, III, do CP), 
tentando ou consumado, bem como 
o delito tipificado pelo art. 250 do CP, 
se o incêndio por ele produzir perigo 
a vida, a integridade física ou o 
patrimônio de um número 
indeterminado de pessoas. 
Nesse caso, será aplicado a regra do 
concurso formal impróprio16, 
levando o cúmulo material de penas. 
Incêndio e dano qualificado pelo 
emprego de substancia inflável 
(art. 163, parágrafo único, II, do 
CP) 
Se um agente quer causar um dano 
a uma determinada pessoa e se 
utiliza de meios inflamáveis para 
isso, e, de maneira inesperada, o 
incêndio toma proporções maiores e 
expõem a perigo um número 
indeterminado de pessoas, 
responderá pelo delito tipificado no 
art. 250, do CP, haja vista que é 
previsto no art. 163, II do parágrafo 
único, do CP, que só qualifica o 
crime de dano se este não tomar 
proporções mais graves. 
Incêndio e estelionato praticado 
para recebimento de indenização 
ou valor de seguro 
O agente destrói seu patrimônio para 
receber seguro (fraude). Existem 
divergências entre as doutrinas, mas 
a majoritária apoia o concurso de 
crimes entre o delito de estelionato e 
de incêndio, porém não deve ser 
levado em consideração o aumento 
de pena previsto no Inciso I do art. 
250 do CP (Vantagem pecuniária). 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
3 
 
Incêndio e Lei de Segurança 
Nacional 
Se o incêndio for provocado por 
inconformismo político ou para 
obtenção de fundos destinados à 
manutenção de organizações 
políticas clandestinas ou 
subversivas, terá aplicação, 
levando-se em consideração o 
princípio da especialidade, o art. 20 
da Lei da Segurança Nacional (Lei nº 
7.170/83), no que diz: 
“Devastar, saquear, extorquir, 
roubar, sequestrar, manter em 
cárcere privado, incendiar, 
depredar, provocar explosão, 
praticar atentado pessoal ou atos de 
terrorismo, por inconformismo 
político ou para obtenção de fundos 
destinados à manutenção de 
organizações políticas clandestinas 
ou subversivas” 
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. 
Incêndio e crime ambiental 
O art. 41 da Lei nº 9.605/98, constitui 
crime ambiental provocar incêndio 
em mata ou floresta. 
Pena de reclusão, de 2 a 4 anos, e 
multa. 
A diferença entre o art. 41 da Lei nº 
9.605/98 e o art. 250 do CP, é o bem 
protegido. No artigo 250, é a 
incolumidade pública, e no artigo 41 
da lei citada é a mata ou a floresta. 
Exame pericial 
Será necessária a realização do 
exame pericial para caracterizar o 
delito de incêndio, haja vista o 
Código de Processo Penal em seu 
art. 173: 
“No caso de incêndio, os peritos 
verificarão a causa e o lugar em que 
houver começado, o perigo que dele 
tiver resultado para a vida ou para o 
patrimônio alheio, a extensão do 
dano e o seu valor e as demais 
circunstâncias que interessarem à 
elucidação do fato.” 
De acordo com nossa jurisprudência, 
se não existir provas periciais 
sobre o incêndio, mesmo que os 
indícios levem à certeza quanto a 
autoria, existirá a reprovação penal, 
ou seja, o agente não poderá ser 
condenado. 
Notas 
¹ O próprio dono do imóvel pode 
causar incêndio, mas responderá 
pelo delito previsto no art. 250, do 
CP se praticar os verbos núcleos. 
² Crime comum é aquele que não 
exige qualquer qualidade especial 
seja do sujeito ativo ou passivo do 
crime. O crime de homicídio é 
comum: pode ser praticado por 
qualquer pessoa contra qualquer 
pessoa. 
³ Crime comissivo é aquele cuja 
conduta típica requer um atuar 
positivo da parte do sujeito ativo. 
Assim, o tipo requer seja o crime 
praticado por um comportamento 
ativo. São crimes praticados 
mediante uma ação, por uma 
atividade, um comportamento 
atuante. 
4 Crime omissivo impróprio: o dever 
de agir é para evitar um resultado 
concreto, status de garantidor. 
5 Qualificação do Código Penal. 
6 A consumação se dá com o 
resultado, exige uma comprovação 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
4 
 
de que realmente houve perigo de 
risco e de que houve uma lesão ao 
bem jurídico. O delito dependerá do 
resultado. 
7 Crimes que possuem diversas 
maneiras de consumação, por 
exemplo: homicídio– pode ser com 
arma, faca etc. 
8 Crime instantâneo é aquele que se 
consuma em momento determinado 
(consumação imediata), sem 
qualquer prolongação. 
9 Os crimes monossubjetivos, ou de 
concurso eventual, são aqueles que 
podem ser praticados por apenas 
um sujeito, entretanto, admite-se a 
co-autoria e a participação. 
10 Crimes que exigem uma ação 
consistente em vários atos. 
11 São os crimes que deixam 
vestígios. 
12 O incêndio é um crime vago, ou 
seja, em sua ação penal não existe 
necessidade de especificar as 
vítimas do delito, haja vista que é um 
crime contra a coletividade. 
13 Quando não existe a necessidade 
de requisição nem representação do 
ministério público. 
14 Juizado especial – competência 
para julgar contravenções penais e 
crimes pequenos com penas de até 
2 anos. 
15 Justiça comum – Crimes com 
penas maiores que 2 anos. 
16 Dois ou mais crimes praticados 
mediante uma só ação ou omissão. 
 
 
 
Texto do art.251 
“Expor a perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem, 
mediante explosão, arremesso ou 
simples colocação de engenho de 
dinamite ou de substância de efeitos 
análogos: 
Pena - reclusão, de três a seis anos, 
e multa. 
Elementos do núcleo do tipo 
a) Expor perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem. 
 
b) Por meio de explosão. 
 
c) Arremesso ou simples colocação 
de engenho de dinamite. 
 
d) Substância de efeitos análogos. 
 
Classificação doutrinária 
Crime comum; comissivo; omissivo 
impróprio, se for garantidor; perigo 
comum e concreto; de forma 
vinculada¹;instantâneo;monossubjeti
vo; plurissubsistente; não transeunte 
Sujeito Ativo 
Qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo 
A Sociedade. 
Bem juridicamente protegido 
Incolumidade pública (risco coletivo). 
Objeto Material 
É o engenho de dinamite ou a 
substância de efeitos análogos. 
 
 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
5 
 
Consumação e tentativa 
Se consuma quando, efetivamente, 
ou a explosão, ou o arremesso ou a 
simples colocação de engenho ou de 
substância de efeitos análogos 
trouxer perigo para a vida, a 
integridade física ou o patrimônio de 
outrem. 
Por ser crime plurissubsistente, será 
possível o reconhecimento de 
tentativa. 
Elemento subjetivo 
O dolo é o elemento subjetivo do 
tipo penal previsto no art. 251 do CP, 
neste caso, a conduta do agente 
deve fazer explodir, arremessar ou 
colocar em determinado lugar 
engenho de dinamite ou substancia 
de efeitos análogos, além de que, 
deverá ter conhecimento que exporá 
perigo a vida, a integridade física ou 
o patrimônio de outrem, caso 
contrário, poderá responder pela 
modalidade de culpa. 
Modalidade privilegiada 
O §1º do art. 251 do CP, prevê a 
modalidade privilegiada do delito de 
explosão dizendo: 
“se a substancia utilizada não é 
dinamite ou explosivo de efeitos 
análogos: 
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e 
multa.” 
Modalidade culposa 
O §3º do artigo. 251 do CP, descreve 
a modalidade culposa: 
“No caso de culpa, se a explosão é 
de dinamite ou substância de efeitos 
análogos, a pena é de detenção, de 
6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos 
demais casos, é de detenção, de 3 
(três) meses a 1 (um) ano.” 
Percebe-se que a narrativa do artigo 
se trata apenas de explosão de 
natureza culposa, e não de 
colocação de engenho de dinamite 
ou de substancia de efeitos 
análogos. 
A pena variará de acordo com a 
substância culposamente detonada 
pelo agente. 
Caso fortuito 
Se uma pessoa devidamente 
licenciada para construir artefatos 
explosivos, por acidente, deixa a 
caixa com todos eles ao ar livre, e 
durante uma tempestade um raio cai 
e acende todos os explosivos, 
levando a uma grande explosão, 
este não poderá ser 
responsabilizado por culpa, haja 
vista se tratar de força natureza 
(caso fortuito). 
Modalidade comissiva e omissiva 
Praticar o verbo do núcleo do crime, 
causar, pressupõem um 
comportamento comissivo por parte 
do agente. 
A omissão imprópria é quando o 
agente na posição de garantidor, 
podendo e devendo agir, nada fizer 
para evitar a explosão. Neste caso 
aplica-se também, na modalidade 
culposa. 
Causas de aumento de pena 
Diz o §2º do art. 251: 
“As penas aumentam-se de um 
terço, se ocorre qualquer das 
hipóteses previstas no § 1º, I, do 
artigo anterior, ou é visada ou 
atingida qualquer das coisas 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
6 
 
enumeradas no nº II do mesmo 
parágrafo.” 
*Ler tópico o art. 250, do CP* 
Tipo de ação penal 
Ação penal é de inciativa pública 
incondicionada. 
Competência para julgar 
Juizado especial criminal -> 
Explosão culposa. 
Justiça comum -> Explosão dolosa. 
Destaques 
 
Incêndio e Lei de Segurança 
Nacional 
Se a explosão for provocada por 
inconformismo político ou para 
obtenção de fundos destinados à 
manutenção de organizações 
políticas clandestinas ou 
subversivas, terá aplicação, 
levando-se em consideração o 
princípio da especialidade, o art. 20 
da Lei da Segurança Nacional (Lei nº 
7.170/83), no que diz: 
“Devastar, saquear, extorquir, 
roubar, sequestrar, manter em 
cárcere privado, incendiar, depredar, 
provocar explosão, praticar 
atentado pessoal ou atos de 
terrorismo, por inconformismo 
político ou para obtenção de fundos 
destinados à manutenção de 
organizações políticas clandestinas 
ou subversivas” 
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. 
Pesca mediante a utilização de 
explosivos 
Caso o explosivo tenha sido utilizado 
pelo agente para fins de pesca, 
deverá, levando em consideração o 
princípio da especialidade, ser 
aplicada o Inciso I do art. 35 da Lei 
nº 9.605/98, que diz: 
“Pescar mediante a utilização de: 
I- Explosivos ou substancias que, 
em contato com a agua, 
produzam efeito semelhante; 
II- [...]” 
Pena – reclusão, de 1 a 5 anos. 
Prova pericial 
Tratando-se de um crime de perigo 
concreto, é necessário a 
constatação por meio de prova 
pericial se a explosão realmente 
causa perigo a vida, a integridade 
física ou ao patrimônio de outrem, ou 
no caso de não explosão, a possível 
potencialidade do dano que 
poderia vim a ocorrer, com a 
detonação. Assevera o art. 175 do 
CPP: 
“Serão sujeitos a exame os 
instrumentos empregados para a 
pratica da infração, a fim de se lhes 
verificar a natureza e a eficiência.” 
Homicídio praticado com 
emprego de explosivos 
Deverá responder pelo delito do art. 
121, §2º, III, do CP, homicídio 
qualificado. Porém se, a explosão 
causou perigo a vida, a integridade 
física ou ao patrimônio de outrem, 
ocorrerá concurso de crimes. 
Queima de fogos de artifício 
A conduta de queimar fosso de 
artificio em lugar habitado ou sem 
suas adjacências, em via pública ou 
em direção a ela, é prevista pelo art. 
28 da lei das Contravenções Penais, 
que diz: 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
7 
 
“Disparar arma de fogo em lugar 
habitado ou em suas adjacências, 
em via pública ou em direção a ela: 
Pena - prisão simples, de um a seis 
meses, ou multa, de trezentos mil 
réis a três contos de réis. 
Parágrafo único. Incorre na pena de 
prisão simples, de quinze dias a dois 
meses, ou multa, de duzentos mil 
réis a dois contos de réis, quem, em 
lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em 
direção a ela, sem licença da 
autoridade, causa deflagração 
perigosa, queima fogo de artifício ou 
soltabalão aceso.” 
Notas 
¹ São delitos de forma vinculada 
aqueles que somente podem ser 
cometidos através de fórmulas 
expressamente previstas no tipo 
penal, como demonstra o caso do 
curandeirismo (art. 284). 
Texto do art. 252 
“Expor a perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem, 
usando de gás tóxico ou asfixiante: 
Pena - reclusão, de um a quatro 
anos, e multa.” 
Elementos do núcleo do tipo 
a) Expor perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem. 
 
b) Mediante a utilização de gás 
tóxico ou asfixiante. 
Classificação doutrinária 
Crime comum; comissivo; omissivo 
impróprio, se for garantidor; perigo 
comum e concreto; de forma 
vinculada¹;instantâneo;monossubjeti
vo; plurissubsistente; não transeunte 
 
Sujeito Ativo 
Qualquer pessoa. 
Sujeito Passivo 
A Sociedade 
Bem juridicamente protegido 
Incolumidade pública (risco coletivo). 
Objeto Material 
Gás tóxico ou asfixiante, mortal ou 
não. 
Consumação e tentativa 
Se consuma quando, efetivamente, 
expõem perigo a vida, integridade 
física ou o patrimônio de outrem. 
Cabe a modalidade tentativa por ser 
crime plurissubsistente. 
Elemento subjetivo 
O dolo é o elemento subjetivo 
tipificado. É à vontade no sentindo 
do uso do gás toxico ou asfixiante 
para expor perigo a vida, integridade 
física ou o patrimônio de outrem. 
Modalidade culposa 
O art. 252, do CP em seu parágrafo 
único, cogita a modalidade culposa: 
“Parágrafo único - Se o crime é 
culposo: 
Pena - detenção, de três meses a um 
ano.” 
Para que ocorra o delito culposo em 
exame, o agente deverá praticar em 
sua modalidade omissiva 
imprópria, ou seja, em sua função 
 DIREITO PENAL - CRIMES DE PERIGO COMUM 
8 
 
de garantidor, deixando de observar 
o seu necessário dever. 
 
Modalidade comissiva e omissiva 
Comissiva – A conduta prevista no 
art. 252 do CP, prevê uma ação do 
agente para que ocorra o crime. 
Omissiva imprópria – Como já dito, 
se uma pessoa possuir 
responsabilidades de garantidor e, 
dolosamente ou culposamente, nada 
fizer para evitar a exposição a perigo 
em virtude da utilização, por terceira 
pessoa, de gás tóxico ou asfixiante, 
esta responderá pelo delito. 
Tipo de ação penal 
Ação penal é de inciativa pública 
incondicionada. 
Competência para julgar 
Juizado especial criminal -> 
modalidade culposa. 
Justiça comum -> modalidade 
dolosa. 
Destaques 
 
Homicídio praticado com 
emprego de gás asfixiante 
Deverá responder pelo delito do art. 
121, §2º, III, do CP, homicídio 
qualificado. Porém se, o gás causou 
perigo a vida, a integridade física ou 
ao patrimônio de outrem, ocorrerá 
concurso de crimes. 
Utilização de gás lacrimogênio 
pela polícia 
O gás lacrimogênio tem natureza 
asfixiante. Mas a polícia se utiliza 
desse utensilio em estado de 
legítima defesa ou de estrito 
cumprimento do dever legal. 
 
Contravenção penal de emissão 
de fumaça, vapor e gás 
O art. 38 da Lei das contravenções 
penais prevê a infração penal de 
emissão de fumaça, vapor ou gás: 
“Provocar, abusivamente, emissão 
de fumaça, vapor ou gás, que possa 
ofender ou molestar alguém: 
Pena - multa, de duzentos mil réis a 
dois contos de réis. “ 
A diferença entre esse instituto e o 
previsto no art. 252 é somente a 
gravidade do gás para o organismo 
humano, somente perícia poderá 
avaliar a periculosidade. 
Prova pericial 
É obrigatória nos termos do art. 
175, do CP, para que ocorra a 
comprovação não somente da 
potencialidade ofensiva do gás, 
mas também se sua utilização trouxe 
uma situação concreta de perigo a 
um número indeterminado de 
pessoas, diante de sua natureza de 
infração penal de perigo comum.

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