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GABARITO AP3 2017 2

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
Disciplina: Português V 
Coordenador: Marli Pereira 
 
AP 3 – 2017. 2 
 
 
Aluno(a): _______________________________________________________ 
 
Polo: _______________________________ Matrícula ________________ 
 
Nota: _______________ 
 
O poema de cordel abaixo retrata, do ponto de vista linguístico, o falar do homem do sertão. É de 
autoria de Patativa do Assaré, um dos maiores poetas populares do Brasil, cearense, compositor, cantor e 
repentista brasileiro. Com uma linguagem simples, porém poética, retratava a vida sofrida e árida do povo 
do sertão. A partir de sua leitura, responda às questões propostas: 
O Poeta da Roça 
 
Patativa do Assaré 
 
Sou fio das mata, cantô da mão grosa 
Trabaio na roça, de inverno e de estio 
A minha chupana é tapada de barro 
Só fumo cigarro de paia de mio 
 
Sou poeta das brenha, não faço o papé 
De argum menestrê, ou errante cantô 
Que veve vagando, com sua viola 
Cantando, pachola, à percura de amô 
 
Não tenho sabença, pois nunca estudei 
Apenas eu seio o meu nome assiná 
Meu pai, coitadinho! vivia sem cobre 
E o fio do pobre não pode estudá 
 
Meu verso rastero, singelo e sem graça 
Não entra na praça, no rico salão 
Meu verso só entra no campo da roça e dos eito 
E às vezes, recordando feliz mocidade 
Canto uma sodade que mora em meu peito 
Patativa do Assaré 
https://www.pensador.com/poema_cordel/3/ 
 
1- A partir de um fenômeno de variação linguística, representado no poema, aborde a diferença entre 
fonema e alofone. (2,0) 
 
O fonema é a unidade sonora abstrata, distintiva e de natureza contrastiva. É a unidade básica de análise da 
fonologia e vem transcrito entre barras. A partir do par mínimo é possível caracterizar o fonema como, por 
exemplo, /m/ X /n/ no par mata X nata. A substituição de uma unidade sonora pela outra implica mudança 
de significado. O alofone, por sua vez, são as diversas realizações concretas de um mesmo fonema e a 
substituição de um pelo outro não acarreta alteração de significado, por exemplo, o fonema /ʎ/ apresenta três 
realizações (alofones) de acordo com o dialeto: [ʎ], [lj] e [y]. Assim, a palavra “trabalho” pode ser 
pronunciada [tɾa’baʎ], [tɾa’balj] ou [tɾa’bay]. A substituição de um som pelo outro não altera o 
significado da palavra. O alofone é uma unidade de análise do âmbito da fonética e vem transcrito entre 
colchetes. 
 
2- Dê a estrutura silábica das palavras do seguinte verso: “Sou fio das mata, cantô da mão grosa.” 
Utilize V (vogal) V’ (semivogal) e C (consoante). (1,0) 
Sou – CVV’ fio – CVV das CVC mata CVCV cantô CVCCV ou CVCV da CV mão CVV’ 
grosa CCVCV 
 
3- Identifique uma palavra do texto para cada tipo de processo fonológico: (1,0) 
 
a) Apócope cantô , papé, amô, assiná, estudá, 
b) Rotacismo argum 
c) Monotongação chupana, rastero, sodade 
d) Vocalização trabaio, fio, mio 
4- Retire do texto uma palavra para cada tipo: (1,5) 
encontro consonantal – brenha, percura, cobre, pobre, recordando 
ditongo- sou, eito, peito, salão 
hiato – fio, estio, poeta, viola 
dígrafo consonantal – minha, barro, cigarro, tenho, coitadinho, brenha 
dígrafo vocálico - cantô, inverno 
 
5- Explique a diferença entre vogal nasal (nasalidade fonológica) e vogal nasalizada (nasalidade 
fonética) e exemplifique com palavras do texto: (1,0) 
No caso de vogal nasalizada (nasalidade fonética), uma vogal oral assimila traços de nasalidade da consoante 
nasal que está na sílaba vizinha. É um fenômeno gradual e se realiza de forma diferente, dependendo de cada dialeto. 
Nas palavras “minha”, “brenha”, “apenas”, por exemplo, a vogal oral tônica apresenta um som nasalizado em virtude 
de sua proximidade com as consoantes nasais “nh” ou “n”. 
No caso da vogal nasal (nasalidade fonológica), não há variação em sua pronúncia, ocorre, obrigatoriamente, em 
todos os dialetos. Ortograficamente, pode-se reconhecer a vogal nasal quando se tem uma vogal seguida de uma 
consoante nasal (m ou n) na mesma sílaba como em “campo” e “cantô”, ou quando a vogal vem grafada como til 
como em “mão”. 
 
 
6- Identifique as rimas do poema e comente seu comportamento (rima externa X rima interna) (1,0) 
No poema, há rimas externas, ou seja, as palavras finais de cada verso rimam como “estio/mio”, 
“cantô/amô”, “eito/peito” e há rimas internas, ou seja, a palavra final de um verso rima com uma 
palavra no meio de outro verso como em “grosa/roça”, “barro/cigarro” e “cobre/pobre”. 
 
 
7- Com base no dialeto carioca, faça a transcrição fonética e fonológica das seguintes palavras: (2,5) 
 
pobre – [‘pbɾI] /’pbɾe/ 
inverno – [ĩ ‘vn] /ĩ ‘vRno/ ou [ ĩn ‘vn] /iN ‘vRno/ 
graça- [‘gɾas] /’gɾasa/ 
tenho – [‘teý] ou [‘teɲ] /’teɲo/ 
estio– [e ‘tio] ou [I ‘ti] /eS’tio/

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