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RESUMÃO PROVÃO PARA TERCEIRO SEMESTRE

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Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
PROVÃO – RESUMÃO 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA E SOCIOLOGIA JURÍDICA 
Objeto da sociologia 
Estuda as relações sociais, instituições sociais e sociedade. Estuda o SER 
HUMANO SEMPRE em sua COLETIVIDADE. 
• Para Durkheim: fatos sociais; 
• Para Marx: relações de produção; 
• Para Weber: ação social. 
Características da Sociologia para que apresente caráter científico: 
• Clareza e precisão; 
• Método; 
• Objetividade; 
• Verificabilidade; 
• Generalidade de proposições; 
• Caráter explicativo; 
• Abertura e revisibilidade do saber científico. 
Dificuldades da Sociologia 
• Complexidade do seu objeto; 
• Singularidade dos indivíduos; 
• Dificuldade para experimentação; 
• Subjetividade. 
Período Helenístico 
• Platão: Filosofia idealista. Defende um modelo ideal de sociedade, 
altruísta, com os interesses públicos acima dos privados. 
• Aristóteles: Leva adiante o trabalho de Platão colocando praticidade. 
Teoria do idealismo + práxis. Base do pensamento filosófico ocidental. 
• Hegel: Estado é o médium entre a família e a sociedade. Ou seja, serve 
para resolver os conflitos entre o público x privado. 
Idade Média 
Igreja Católica: Detentora de todo o conhecimento; cientista = bruxo. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Surgem São Thomás de Aquino e Santo Agostinho. Não rompem com o 
catolicismo, mas buscam a emancipação do homem em relação ao domínio da Igreja. 
 Renascimento 
Iluminismo: Germe do pensamento sociológico (séc. XVIII). 
• Montesquieu: Traz o trato social; mostra a importância da lei; 
• David Hume: Ser humano é condicionado à vida em sociedade; 
• Adam Smith: Pai do liberalismo econômico; corrobora com a ascensão 
da burguesia; mercado deve conduzir as relações sociais. 
• Rosseau: Vontade geral como a vontade da sociedade. 
OBS: A Revolução industrial (1750), Independência dos EUA (1776) e a 
Revolução Francesa (1789) exerceram mais influências na mudança do comportamento 
social. 
Os pais da sociologia 
• Saint-Simon: Defende a ascensão da burguesia; estabelece um 
paradoxo socialismo x positivismo; funda o industrialismo, o qual diz que 
não importa a condição de nascimento, mas a qualificação e capacitação 
do sujeito. Industrialismo é dividido em indústria, tendo o industriário com 
os meios de produção e cientista, que revoluciona os mecanismos de 
produção. 
• August Comte: Positivismo; sistematiza o pensamento de Saint-Simon; 
busca a objetivação e sistematização do conhecimento; “ordem e 
progresso”; traz a lei dos três estados: viemos de um mundo irracional 
(teologia) para um mundo racional (positivismo); Estudo da sociologia 
dividido em estático (ordem social) e dinâmico (processo evolutivo; 
progresso), havendo a primazia da ordem sobre o progresso. Comte se 
opunha ao liberalismo. 
• Durkheim: Fatos sociais; conflito capital x trabalho no contexto da 
Segunda Revolução Industrial; os fatos sociais surgem a partir dos 
conflitos sociais. Bebe do positivismo de Comte ao querer legitimar uma 
ordem; quer entender a crise moral da sociedade; pretendia dar 
cientificidade à sociologia; estabelece um sistema: estudo da sociedade 
– estabelecer padrão – observar comportamentos desviantes (ordem e 
progresso). Os fatos sociais são dotados de coerção social, exterioridade 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
e generalidade. Foi o primeiro sociólogo funcionalista, criando a 
morfologia social. 
• Marx: Análise crítica do capitalismo; nós moldamos nossos valores de 
acordo com a economia; método usado = materialismo histórico e 
dialético. Traz o conceito de infraestrutura (economia, produção, modo 
de produção) e superestrutura (política, moral, direito, religião). Um 
impõe limite no outro e isso se dá pela luta de classes, a qual Marx quer 
acabar, impondo o socialismo para chegar ao comunismo. 
A objetividade na análise sociológica em Durkheim e Marx 
• Durkheim: Objetividade só será alcançada se o sociólogo não se envolver 
com os fatos estudados; coisas externas; defensor da ordem social. 
• Marx: Impossível separar sociólogos e os fatos, pois o cientista está 
envolvido pelos fatos desde que nasce; defensor de mudanças e rupturas 
no interior da sociedade. 
• Weber: Parte prevalece sobre o todo (liberal). Estabelece a ação social 
como ponto de partida da sociologia. 
Tipos de ação social: 
• Racional com relação a fins 
• Racional com relação a valores 
• Afetiva 
• Tradicional 
OBS: Nem toda ação é ação social. Tem que haver interação. 
Abordagem sociológica do sistema jurídico 
• Sociologia do Direito: Observação, análise sem intervenção; perspectiva 
externa ao sistema jurídico; função analítica; abordagem positivista; 
junção dos pensamentos de Kelsen + Weber. 
• Sociologia no Direito: Há intervenção; perspectiva interna ao sistema 
jurídico; abordagem evolucionista; contesta a neutralidade do jurista. 
A função da Sociologia Jurídica e a eficácia do direito 
A função é compreender o pensamento e o comportamento do legislador, das 
autoridades e dos cidadãos. Não julga, busca explicações. Em Weber, isto se chama 
SOCIOLOGIA COMPREENSIVA. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
OBS: A sociologia não se ocupa da validade ou interpretação do direito. 
Tridimensionalidade do direito 
• Justiça: Filósofos do direito; idealidade do direito 
• Validade: Intérprete do direito 
• Eficácia: Sociólogo do direito 
OBS: As três dimensões estão interligadas. 
Efeitos, eficácia e adequação interna da norma 
• Efeitos: Qualquer repercussão social causada pela norma 
• Eficácia: Grau de cumprimento da norma. Dividido em EFICÁCIA 
PRIMÁRIA = respeito espontâneo e EFICÁCIA SECUNDÁRIA = poder 
punitivo do Estado. 
Relações entre direito e sociedade 
• Perspectiva realista: Sociedade produz o direito que lhe convém 
• Perspectiva idealista: Direito determina o contexto social 
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL 
• Ética: Conjunto de valores do INDIVÍDUO 
• Moral: Predominância de determinados padrões éticos em uma 
comunidade 
Ética exerce FORÇA COMPOSITIVA sobre a moral. Compõe a moral, portanto 
pode modifica-la. 
Moral exerce FORÇA REPRESSIVA ou REPRIMENDA MORAL sobre a ética. 
Força de intimidação nas éticas individuais. Tenta evitar a modificação na moral. Age 
por meio explícito e voluntário (ex: isolamento) e por meio de interjeições espontâneas 
(ex: “que horror”). 
Relação entre moral e direito 
Existem situações legais e imorais e situações morais e ilegais. 
Processo de interferência das éticas na moral e no direito 
Direito divide-se em dois momentos: criação e aplicação 
• Criação: Discurso de justificação ou fundamentação normativa em uma 
deliberação democrática. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Aplicação: Blindagem à moral. 
Moral e ética interferem APENAS no momento da criação. 
Diferenças entre moral e direito 
• Moral: Sanção difusa; surge espontaneamente; as normas são 
autônomas (produzidas pelo indivíduo). 
• Direito: Sanção organizada; é institucionalizado (necessário critérios); 
normas são heterônomas (criadas pelo Estado). 
Ética individual x ética do consenso 
• Individual: Padrão de valores livremente adotado pelo indivíduo 
• Consenso: Condutas que derivam da liberdade. Se afetar a liberdade do 
outro, não se considera conduta ética. 
Vantagem e desvantagem da juridicização das normas de conduta 
profissional 
• Vantagem: Comportamento em conformidade com a carreira 
• Desvantagem: Possibilidade de o profissional ofender a moral para 
cumprir as normasQuadro comparativo entre OAB e demais órgãos 
• OAB: Não faz parte e é independente do controle estatal; não precisa 
fazer concurso público para contratar funcionários; funcionários são 
regidos pela CLT; as contribuições pagas pelos advogados não são 
tributos; as contas da OAB não são fiscalizadas pelo Tribunal de Contas 
da União (TCU); possuem funções constitucionais especiais. 
• Demais órgãos: Pertencem à organização do Estado; precisam de 
concursos públicos para contratar; funcionários regidos pelo regime 
estatutário; as contribuições são tributos; contas sujeitas a fiscalização 
do TCU; não possuem funções especiais. 
Atos privativos de advogados 
• Peticionar/atuar em juízo na justiça; 
• Atividade de consultoria, assessoria e direção jurídicas (consultoria = 
responder a uma dúvida jurídica EVENTUALMENTE; assessoria = 
mesma coisa que consultoria, mas PERMANENTE; direção jurídica = 
chefiar departamentos jurídicos) 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Exceções aos atos privativos de advogados 
• Juizados especiais cíveis estaduais, qualquer valor, primeira instância; 
• Juizados especiais cíveis federais, qualquer valor, primeira instância; 
• Justiça do Trabalho, qualquer valor, até segunda instância; 
• Habeas Corpus, em defesa própria ou de terceiros. 
Inscrição na OAB 
Dois tipos: Principal (feito no conselho seccional do domicílio profissional do 
advogado) e suplementar (caso pratique mais que 5 atos por ano em outro local). 
Cancelamento x Licenciamento 
Cancelamento: Perda definitiva da inscrição; advogado perde o número da 
inscrição 
Hipóteses de cancelamento: 
• Se assim o requerer 
• PAD 
• Exercer atividade incompatível em caráter definitivo 
• Perder qualquer requisito necessário da inscrição 
Licenciamento: Afastamento provisório; número continua 
Hipóteses de licenciamento: 
• Exercer atividade incompatível em caráter temporário 
• Sofrer doença mental curável 
Incompatibilidade x Impedimento 
Incompatibilidade: Proibição total de exercer a advocacia. Se pretérita (anterior 
ao pedido de inscrição) = indeferimento do pedido; se posterior temporária = vai gerar o 
licenciamento; se posterior definitiva = vai gerar o cancelamento. 
Hipóteses de incompatibilidade: 
• Chefe do executivo (presidente, governador e prefeito) 
• Compor mesa do Legislativo 
• Militares de qualquer natureza 
• Ocupantes de cargos ou funções ligadas ao judiciário 
• ETC. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Impedimento: Proibição parcial do exercício da advocacia. Se pretérito, posterior 
temporário ou posterior definitivo = anotação na carteira do advogado. 
Hipóteses de impedimento: 
• Servidores públicos: impedidos de advogar contra o ente que o remunera 
• Membros do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais e 
federais) 
OBS: Docentes de cursos jurídicos são as exceções, logo podem advogar 
livremente. 
Diferença entre sociedade e associação 
• Associação: Fim coletivo sem pretensões lucrativas 
• Sociedade: Realização de atividade econômica 
Não podem funcionar as sociedades de advogados que: 
• Apresentem forma ou características mercantis 
• Adotem nome fantasia 
• Realizem atividades estranhas à advocacia 
• Incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente proibido de 
advogar 
Honorários 
• Contratuais: Acordados entre advogado e cliente 
• Sucubenciais: Devidos pela parte perdedora aos advogados da parte 
vencedora. São fixados pelo juiz. 
Cláusula Quota Litis: Advogado recebe parte do benefício econômico do cliente 
em caso de vitória, ao invés de honorário contratual normal. 
Mandato x Procuração 
• Mandato = relação jurídica entre mandante e mandatário; vínculo invisível 
e jurídico 
• Procuração: Documento que materializa a relação jurídica contratual. É 
um instrumento. 
Magistratura 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Carreira única ou unificada. Carreira nacional. Disciplinada pela LOMAN a nível 
nacional. 
• Juiz Federal – TRF’s – STJ 
• Juiz Estadual – TJ’s – STJ 
• Juiz Eleitoral – TRE’s – TSE 
• Juiz Trabalhista – TRT’s – TST 
Além desses há o STF que apresenta duas funções: TRIBUNAL DE CÚPULA 
(topo da estrutura judiciária) e CORTE CONSTITUCIONAL (julga a constitucionalidade 
das leis e atos normativos) 
Há o CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA que faz parte do judiciário, mas não 
julga processo. Criado para supervisionar a justiça. Faz interferência administrativa se 
preciso, e age como poder correicional, punindo disciplinarmente juízes, 
desembargadores. 
OBS: Os magistrados não são servidores públicos e sim um AGENTE 
POLÍTICO. 
Alguns deveres dos magistrados: 
• Não exceder os prazos para sentenciar ou despachar processos, 
injustificadamente; 
• Tratar com urbanidade as partes (juiz é obrigado a atender a qualquer 
momento os advogados em qualquer caso e a qualquer momento 
pessoas comuns, em caso de urgência); 
• Residir na sede da comarca 
• Manter conduta irrepreensível na vida pública e privada 
Vedado ao magistrado: 
• Manifestar opinião sobre processo pendente de julgamento 
• Ser sócio-administrador de sociedade, mas pode ter quotas 
Processo Administrativo contra magistrado 
Duas fases: A primeira fase (sindicância) pode acontecer, caso necessária, a 
segunda (Processo Administrativo Disciplinar em sentido restrito) é obrigatória. 
Sindicância apura-se os fatos, não sancionador. 
Ministério Público 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Organizado federativamente; tem o dever de fiscalizar a lei; existe MP da União 
e de cada estado membro; o mais atribuído é o MPF; são regidos pela Lei Orgânica do 
Ministério Público. 
Os integrantes do MP Estadual são os promotores públicos ou promotores de 
justiça. Os membros do MP da União dependem da sua especialização: 
MPT = Procuradores do trabalho; MPE = Procuradores eleitorais; MPM = 
Procuradores militar; MPF = Procuradores da República. 
OBS: Procurador Federal ≠ Procurador da República 
Diferentemente da magistratura, o processo disciplinar contra membro do MP se 
divide em três partes: sindicância, inquérito e processo disciplinar em sentido estrito. A 
diferença nesse caso é que a sindicância é uma apuração mais superficial e o inquérito 
mais aprofundada. 
É vedado ao membro do MPU: 
• Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto honorários, 
percentagens ou custas processuais; 
• Exercer a advocacia; 
• Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como 
cotista ou acionista; 
• Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, 
salvo uma de magistério; 
• Exercer atividade político-partidária, ressalvada a filiação e o direito de 
afastar-se para exercer cargo eletivo ou a ele concorrer. 
DIREITO CONSTITUCIONAL I 
Constitucionalismo: Ideias libertárias; oposição ao absolutismo 
Constitucionalismo moderno: Contexto da Revolução Francesa e Independência 
dos EUA; queda dos Estados absolutistas e surgimento do Estado de direito sob a ótica 
do iluminismo. 
Constitucionalismo contemporâneo: Movimento desassociou-se do liberalismo, 
surgindo os Estados sociais intervencionistas. Houve a queda do “leicentrismo”, 
surgindo o “constitucentrismo”, ou seja, a supremacia da constituição. 
• Marco histórico: Surgimento do Estado Constitucional de Direito 
• Marco filosófico: Pós-positivismo 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Marco teórico: Centralidade da Constituição 
Espécies ou divisão do Direito Constitucional 
• Positivo: Estudo da Constituição vigente em determinado país• Comparado: Comparação entre constituições de países 
diferentes ou entre o mesmo país no aspecto temporal 
• Geral: Usa diferentes constituições para fundamentar um tópico 
específico 
Fonte do Direito Constitucional 
• Fontes imediatas: Constituição e costumes 
• Fontes mediatas: Doutrina e jurisprudência 
Teoria da Constituição 
Para Lassale, todos os Estados possuem e sempre possuíram uma Constituição 
material, real e verdadeira. A diferença para agora é o surgimento das constituições 
escritas. 
Concepções sobre a Constituição 
• Concepção sociológica: Constituição tem origem na realidade 
social 
• Concepção político: absoluto (Constituição como um todo unitário, 
como forma de governo, como princípio dinâmico de sucessão e 
como regulação legal fundamental), relativo (tudo o que está na 
Constituição é constitucional), positivo (deriva de vontade política 
existente) e ideal (documento de conteúdo político e social, 
correspondendo aos postulados políticos do momento). 
• Concepção jurídica: Norma jurídica fundamental, dissociada de 
fundamentos sociológicos, políticos ou filosóficos. 
• Concepção cultural: Condicionada pela cultura e condicionante 
dela 
Supremacia da Constituição 
• Formal: Capacidade de impor a todo o sistema jurídico a 
obrigatoriedade da observância de determinadas formalidades e 
procedimentos 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Material: O sistema jurídico passa a ser parametrizado com os 
valores da Constituição 
OBS: Só há supremacia em Constituições rígidas 
Classificação da Constituição 
• Formal: Definida pela forma pela qual ocorreu sua existência, 
pouco importando o conteúdo 
• Material: Definida pelo conteúdo, pouco importando a forma 
• Promulgada 
• Outorgada 
• Cesarista: Elaboradas por um ditador sem participação popular, 
convocando depois plebiscito 
• Pactuada: Surge através de contrato constitucional entre duas 
partes 
• Imutáveis: Não pode ser alterada nunca 
• Fixas: Só podem ser alteradas pelo Poder Constituinte Originário 
que a elaborou 
• Rígidas: Estabilidade + evolução social. Processo dificultado para 
mudança 
• Flexíveis: Alteradas com facilidade 
• Semi-rígidas: Parte rígida, parte flexível 
• Sintética: Limita a dispor de princípios gerais 
• Analíticas: Regulam detalhadamente a vida social 
• Dogmática: Escritas e sistematizadas por Órgão Constituinte 
• Histórica: Decorrem das tradições de um povo; não-escritas 
• Garantia: Assegura as liberdades individuais 
• Dirigente: Assegura o bem-estar social 
• Ortodoxa: Única ideologia 
• Eclética: Várias ideologias 
• Normativa: Força normativa 
• Nominal: Sem força normativa; só existem de forma retórica 
• Semântica: Utilizadas por governos autoritários 
Estrutura da Constituição 
• Preâmbulo: Parte introdutória; não tem força normativa, mas 
serve de parâmetro para interpretação do Texto 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Parte dogmática: Todos os direitos e garantias fundamentais; 
parte mais importante 
• Parte transitória (ADCT): Normas constitucionais de vigência 
temporária; serve para transição entre uma constituição e outra 
Natureza do Poder Constituinte 
• Político/fático: Corrente juspositivista; Poder Constituinte como 
poder de fato, pois funda em si mesmo e não em direito pré-
existente 
• Jurídico/de direito: Corrente jusnaturalista; Poder Constituinte 
como poder de direito, pois é assentado no direito natural que lhe 
é anterior e superior 
OBS: A corrente juspositivista é a predominante 
Titularidade e exercício do Poder Constituinte 
• Titular: Povo 
• Exercente: Seus representantes 
Divisão do Poder Constituinte 
• Poder Constituinte Originário = POTÊNCIA de elaborar 
Constituição 
• Poder Constituinte Derivado = COMPETÊNCIA de reformar a 
Constituição ou instituir coletividades 
• Poder Constituinte Derivado Reformador = Altera a Constituição 
via emenda constitucional 
• Poder Constituinte Derivado Decorrente = Elabora e reforma as 
Constituições estaduais 
Espécies de normas constitucionais: Princípios e regras 
Critérios para distinção 
• Princípios: Elevado grau de abstração e generalidade; conteúdo jurídico 
indeterminado; normas fundamentais que asseguram a coerência do 
sistema jurídico; são os fundamentos das regras; coexistem em caso de 
conflito entre princípios 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Regras: Reduzido grau de abstração e generalidade; conteúdo jurídico 
determinado; regras se sujeitam aos princípios; regras não podem 
coexistir quando conflitantes 
Robert Alexy diz que a distinção entre os dois não é de grau, mas sim de 
qualitativos: Princípios são mandamentos de otimização, podendo ser realizados em 
diversos níveis de realização; as regras seguem a máxima do “tudo ou nada”. 
Método de interpretação constitucional 
• Jurídico ou hermenêutico clássico: O intérprete tem que se basear em 
elementos de interpretação clássicos de hermenêutica jurídica: 
elementos literal, histórico, sistemático e teológico. 
• Tópico-problemático: Emprego da tópica na interpretação constitucional. 
Tópica é uma técnica de pensar o problema: interpretação inversa aos 
métodos tradicionais, partindo do problema para a criação da norma. 
• Hermenêutico-concretizador: Interpretação tem que começar do texto, 
não do problema; dá ao interprete criatividade. 
• Científico-espiritual: Interpretação com propósito integrativo; integração 
social. 
• Normativo-estruturante: Texto é objeto da interpretação e a norma o 
resultado. 
Controle de constitucionalidade 
Em caso de inconstitucionalidade, pode haver: anulabilidade (extingue os 
efeitos a partir da declaração de inconstitucionalidade. Ocorre apenas em nome da 
segurança jurídica ou fato social relevante, caracterizando a exceção à regra) e 
nulidade (extingue todos os efeitos, desde sua criação, caracterizando a regra). 
Pressupostos 
• Presença de Constituição formal e escrita 
• Constituição rígida 
• Previsão de órgãos de controle 
OBS: Necessário ter os três para haver controle de constitucionalidade 
Modelos 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Americano: Surgiu do caso Marbury x Madison; todos os juízes e tribunais 
são os órgãos de controle (portanto, controle difuso); concreto e 
incidental; ex tunc e inter partes. 
• Europeu: Somente um tribunal é órgão de controle (controle 
concentrado); abstrato e principal, via ação direta; ex tunc e erga omnes. 
Controle brasileiro: Adota um sistema híbrido, juntando o modelo americano e 
europeu, majoritariamente europeu. É via ação direta, no qual existem quatro tipos: 
• Ação Direta de Inconstitucionalidade: Inconstitucionalidade de lei federal 
ou estadual (função de suprimir); 
• Ação Direta por Omissão: Omissão do Estado com a não elaboração de 
uma lei (função de suprir); 
• Ação Direta de Constitucionalidade: Confirmação da constitucionalidade 
da lei; 
• Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: Declarada 
quando há violação dos preceitos fundamentais (função de suprimir); tem 
natureza subsidiária da ADI, ou seja, só atua quando não dá para 
declarar a ADI. 
OBS: Não se pode declarar a ADI quando a norma é municipal ou diz respeito a 
leis anteriores à Constituição, sendo federal, estadual ou municipal. Se a lei for 
inconstitucional municipal, mas não ferir a preceitos fundamentais, invoca-se o modelo 
americano que tratará do caso concreto. 
DIREITO CIVIL I 
A capacidade civil 
• Capacidade de direito: Reconhecida a qualquer titular de personalidade, 
seja pessoa naturalou jurídica 
• Capacidade de fato: Aptidão para praticar, por si mesmo, os atos da vida 
civil 
OBS: Capacidade de fato + capacidade de direito = capacidade plena 
Teoria das incapacidades 
• Absolutamente incapazes: Os menores de 16 anos. É irrelevante sua 
manifestação de vontade; precisam de REPRESENTANTES; os atos 
praticados por eles serão NULOS. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Relativamente incapazes: Maiores de 16 anos e menores de 18, ébrios 
habituais, viciados em tóxicos, deficiente mental com discernimento 
reduzido, pródigos; precisam ser ASSISTIDOS em seus atos da vida civil. 
Os atos praticados por si só são ANULÁVEIS. 
OBS: Rudeza, analfabetismo e prisão não influenciam o reconhecimento de 
incapacidade. 
OBS2: Os atos praticados pelo incapaz antes da sentença de interdição são 
válidos, desde que haja boa-fé. 
Emancipação 
• Voluntária: Outorgada pelos pais, apenas para incapazes com 16 anos 
ou mais 
• Tácita ou legal: Para 16 anos ou mais; incapazes que praticam atos 
reputados incompatíveis com a incapacidade. Ex: casamento, colação de 
grau do ensino superior, existência de relação de emprego com economia 
própria. 
• Judicial: Na falta dos pais ou em conflito entre eles, via sentença. 
Direitos de personalidade 
Direito ao corpo 
• Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso (proibido) o ato de 
disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da 
integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único: O ato previsto neste artigo será admitido para fins de 
transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
• Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição 
gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único: O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer 
tempo. 
• Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de 
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Direito ao nome 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o 
prenome e o sobrenome. 
• Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em 
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, 
ainda quando não haja intenção difamatória. 
• Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em 
propaganda comercial. 
• Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção 
que se dá ao nome. 
Direito à imagem 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à 
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou 
a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser 
proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe 
atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais. 
• Imagem retrato: Representação física da pessoa 
• Imagem atributo: Conjunto de impressões de valores que tem sobre 
determinado sujeito. 
Direito à privacidade 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato 
contrário a esta norma. 
Direito à morte digna 
• Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se 
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de 
sucessão definitiva. 
• Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de 
ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for 
encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Parágrafo único: A declaração da morte presumida, nesses casos, somente 
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo 
a sentença fixar a data provável do falecimento. 
• Art. 8º. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos. (Neste caso, afeta diretamente 
na herança, em caso de familiares mortos). 
Ausência 
Desaparecimento da pessoa sem deixar notícia ou procurador. Três fases: 
• Curatela dos bens dos ausentes; 
• Sucessão provisória: Passado 1 ano do prazo da arrecadação de bens 
ou 3 anos se a pessoa deixou procurador; 
• Sucessão definitiva. 
Pessoa jurídica 
Classificação: 
Nacional 
• Estrangeira: Filiação no Brasil segue leis brasileiras; 
• Sociedades: Simples e empresarial; 
• Associações: Sem fins lucrativos; 
• Fundações: Organização com patrimônio afetado por uma finalidade 
específica determinada pelo criador 
Domicílio: Sede jurídica da pessoa jurídica 
Desconsideração da personalidade jurídica 
Desconsidera a separação patrimonial existente entre pessoa jurídica e pessoa 
natural, com o objetivo de atribuir responsabilidade patrimonial aos sócios ou 
administradores que praticaram ato fraudulento ou abusivo (CONFUSÃO 
PATRIMONIIAL OU DESVIO DE FINALIDADE) 
OBS: Não extingue a personalidade jurídica, apenas afasta naquele caso 
concreto. 
• Desconsideração expansiva: Atingir um sócio oculto; 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Desconsideração indireta: Desconsideração da personalidade jurídica da 
empresa controlada para atingir a empresa controladora; 
• Desconsideração por subcapitalização: Pessoa jurídica não tem capital 
social suficiente para satisfazer nos seus objetivos sociais; 
• Desconsideração inversa: Alcança bens de sócios que se valeu da 
pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais. Ex: registrar bens 
valiosos na pessoa jurídica par anão entrar na comunhão de bens. 
Os bens jurídicos 
Utilidades materiais e imateriais que podem ser objeto de direito subjetivo 
Patrimônio jurídico 
Totalidade dos bens dotados de economicidade pertencentes a um titular 
• Patrimônio global: Todas as relações jurídicas de uma pessoa de cunho 
patrimonial; 
• Patrimônio ativo: Situações jurídicas em que o titular é credor. Pode ser 
bruto (soma de todos os direitos econômicos de uma pessoa) ou líquido 
(patrimônio bruto – relações jurídicas passivas). 
Classificação dos bens 
• Bens móveis: Suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força 
alheia, sem alteração da substância. 
• Bens imóveis: Não se podem transportar, sem destruição, de um lugar 
para outro 
• Bens fungíveis: Podem ser substituídos por outro de mesma espécie, 
qualidade e quantidade. 
• Bens infungíveis: Não podem ser substituídos por outro de igual 
qualidade, quantidade e espécie. 
• Bens consumíveis: Possíveis de fracionamento sem alteração das 
qualidades essenciais do todo. 
• Bens inconsumíveis: Admitem uso constante sem atingir sua integridade. 
• Bens divisíveis: Possíveis de fracionamento sem alteração das 
qualidades essenciais do todo. 
• Bens indivisíveis: Não se pode fracionar sem alterar a substância ou 
diminuir-lhe o valor. 
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• Bens singulares: Coisas que, embora reunidas, devem ser considerados 
individualmente. Podem ser simples (formam um todo homogêneo, 
unidas pela natureza ou humano) ou compostas (conjunção de coisas 
simples). 
• Bens coletivos: Constituído por várias coisas singulares, formando um 
todo único. Ex: árvore em floresta. 
• Bens principais: Tem existência própria, exercendo sua função e 
finalidade independendodo outro. 
• Bens acessórios: Não tem existência própria, dependendo do bem 
principal (princípio da gravitação jurídica). 
• Pertenças: Não constituindo partes integrantes, destinam-se, de modo 
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
• Partes integrantes: Se unem ao principal, formando um todo, tornando 
possível o seu uso. Ex: roda de carro. 
Classificação dos bens acessórios 
• Frutos: Utilidades produzidas com periodicidade pela coisa principal 
• Produtos: Utilidades que podem ser retiradas da coisa alterando sua 
substância, diminuindo a quantidade e levante até o esgotamento de seu 
conteúdo. 
• Benfeitorias: Despesas e obras realizadas para conservação, 
melhoramento ou embelezamento da coisa. Podem ser NECESSÁRIAS 
(indispensáveis à conservação da coisa); ÚTEIS (aumentam ou facilitam 
o uso da coisa); ou VOLUPTUÁRIAS (servem para embelezamento). 
OBS: O possuidor de boa-fé tem direito à indenização de benfeitorias 
necessárias e úteis; voluptuárias, se não pagas, poderá levantá-las sem danificar o bem. 
O possuidor de má-fé só tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias. 
Bens públicos 
• De uso comum: Admite utilização por qualquer pessoa; 
• De uso especial: Bens utilizados pelo poder público para instaurações do 
serviço público. 
• Dominicais: Bens que integram o patrimônio disponível estatal; poderá 
ter seu uso concedido a um particular. 
DIREITO PENAL I 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Direito penal objetivo x Direito penal subjetivo 
• Objetivo: Conjunto de leis e outras normas jurídicas que definem os 
crimes e preveem penas. Há o preceito primário = conduta criminosa; 
preceito secundário = pena. 
• Subjetivo: Direito de punir do Estado. 
Características do Direito penal 
Ramo do direito público, cultural-normativo, histórico, valorativo, subsidiário, 
sancionador, finalista. 
Finalidade do direito penal 
Proteger os bens mais importantes e necessários para a sobrevivência da 
sociedade. 
Teorias legitimadoras 
Teorias absolutas: Todas aquelas que entendem a pena como uma forma de 
retribuição, reprovação ou revanche pelo crime cometido. Justificativa da pena em si 
mesma; fim em si mesma. “Olho por olho, dente por dente”. Não caracteriza uma forma 
de ressocialização ou reparação do dano causado. Essas teorias separam-se em dois 
momentos por dois autores: Kant e Hegel. 
• Kant: Traz a ideia do retributivismo moral; pena como imperativo 
categórico, pois alguém havia infringido princípios morais de Deus. 
• Hegel: Traz a ideia do retributivismo jurídico, caracterizado pela 
reprovação do comportamento. Crime = anulação do direito; pena = 
anulação do crime. Ou seja, pena é a negação da negação do direito, 
servindo, portanto, para a reafirmação do direito. 
Teorias relativas: Pena = função de prevenção. Prevenção serve para a 
sociedade não cometer delitos e para que o que já cometeu não torne a cometer, tirando 
a possibilidade de novas condutas criminosas. Há dois grupos: 
• Prevenção geral: Exercida sobre toda a sociedade que, em tese, é não 
delinquente. Subdividida em: Prevenção geral negativa = criação de leis 
penais para que a população não cometa crimes; Prevenção geral 
positiva = Conscientização da sociedade sobre a necessidade de tutelar 
e respeitar determinados bens jurídicos. Ex: Estatuto do Idoso. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Prevenção especial: Exercida sobre o sujeito que já delinquiu. Visa 
corrigir o delinquente para que não torne a delinquir. Dividido em: 
Prevenção especial positiva: Traz o conceito de ressocialização; 
Prevenção especial negativa: Traz a ideia da neutralização do 
delinquente, afastando-o da sociedade. 
Teoria Dialética-unificadora 
Proposta por Claus Roxin, propõe um diálogo entre as teroais absolutas e 
relativas. Diz que há três momentos da pena: 
• Pena cominada: Própria lei. Cumpre função de prevenção geral. Tem o 
limite do princípio da proporcionalidade, adequação e necessidade. 
• Pena aplicada: Pena descrita na sentença. Função de reprovação. Tem 
o limite do princípio da culpabilidade. 
• Pena executada: Aquela que está efetivamente sendo cumprida. Função 
de prevenção especial, no sentido de neutralização e ressocialização. O 
limite é o princípio da humanidade. 
Princípios do Direito penal 
Há duas correntes antagônicas entre si: o funcionalismo teológico-racional, que 
está ligado a exclusiva proteção de bens jurídicos (corrente vigente no Brasil) e o 
funcionalismo sistêmico. 
Funcionalismo teológico-racional: Pregado por Roxin; Direito penal com a 
missão de proteger os bens jurídicos. 
Funcionalismo sistêmico: Pregado por Jakobs; diz que noção de bem jurídico é 
muito ampla, deixando a sociedade sem limites ao poder de punir do Estado. Ex: 
Nazismo colocou a raça ariana como um bem jurídico a ser protegido. Para Jakobs, usar 
a noção do bem jurídico é dizer que o Direito penal representa uma proteção tardia, pois 
ele não garante nosso direito à vida, só atua quando há morte, por exemplo. Assim, o 
Direito Penal protege apenas a própria vigência do sistema. 
Intervenção mínima: Direito penal deve atuar de forma mínima, protegendo de 
forma subsidiária e fragmentária os bens jurídicos. “Ultimo ratio”. Princípio 
limitador do poder punitivo do Estado. 
Subsidiariedade: Direito penal é chamado a interferir sobre comportamentos 
que os outros ramos do direito não são capazes de tutelar. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Fragmentariedade: Cada um dos ramos jurídicos transfere ao Direito penal 
determinada parcela de tutela que eles mesmos não são capazes de tutelar. 
Princípios relacionados com o fato 
Materialização do fato: Crime passa por quatro etapas: cogitação, preparação, 
execução e consumação. Não é possível punir alguém apenas pela cogitação do crime, 
ainda que esta esteja escrita. 
Princípio da lesividade/ofensividade: Limitador do poder punitivo do Estado. 
A lesão precisa ser relevante para ser tutelado pelo Direito penal. 
Princípio da insignificância: Atua no conceito material de crime, demonstrando 
que a lesão não é significante, ou seja, o conceito material afasta o crime. 
Princípio da legalidade: Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há 
pena sem prévia cominação legal. Abrange os princípios da reserva legal, taxatividade 
e anterioridade. 
Reserva legal: Apenas a lei pode definir o que é um crime e pode prever uma 
pena. 
OBS: Alguns doutrinadores questionam a ofensa ao princípio da legalidade por força da adoção 
das “leis penais em branco”. Elas são aquelas que dependerão de um complemento para que seu sentido 
seja entendido. Podem ser HOMOGÊNEAS (leis que retiram o seu complemento de uma fonte de mesma 
hierarquia) ou HETEROGÊNEAS (retiram o seu complemento de uma fonte de hierarquia inferior). A 
possível ofensa à reserva legal se daria com a utilização da lei penal em branco heterogênea, pois, com 
ela, a simples mudança no complemento afetaria a proibição da lei. Ex: Se a ANVISA tirar alguma droga do 
rol da ilicitude, automaticamente ela fica permitida, não precisando da Lei de drogas. 
Taxatividade: Lei penal deve ser sempre escrita e objetiva, sem 
indeterminações. 
Anterioridade: Lei penal deve ser publicada antes da prática criminosa, em regra, 
não podendo ser aplicada a fatos anteriores. 
• Novatio legis in mellius: Benéfica ao réu; retroage. 
• Novatio legis in pejus: Maléfica ao réu; não retroage. 
OBS: No caso de crimes continuados ou permanentes, a existência de uma lei 
penal nova, ainda que mais grave, mas durante a continuidade ou permanência, faz com 
queesta lei seja aplicada, pois o crime ainda está ocorrendo. 
Combinação de lei penal e tertia legis 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Tertia legis: Criação de uma terceira lei pelo juiz, a partir de outras duas, para 
beneficiar o réu. O JUIZ NÃO PODE FAZER ISSO, VISTO QUE ELE NAÕ PODE 
LEGISLAR, MESMO QUE EM FAVOR DO RÉU. 
Lei intermediária 
Quando ela não estava em vigor ao tempo do crime, nem está em vigor ao tempo 
da sentença. (No tempo do crime vigorava a lei A, no intervalo entre crime e sentença 
vigorava a lei intermediária, lei B, e no tempo da sentença, vigorava a lei C). Neste caso, 
aplica-se a mais benéfica ao réu. Se a lei intermediária for a mais benéfica, ela irá 
retroagir ao tempo do crime e ultra-agir ao tempo da sentença. 
Abolitio Criminis 
Lei penal nova que não mais considera o fato como criminoso. Retroagirá. 
Efeitos extrapenais continuarão mantidos, apenas os penais serão abolidos. 
Lei excepcional: Aquela que tem um prazo certo de vigência que é a duração 
de alguma situação peculiar. Ex: guerra. 
Lei temporária: Aquela que tem um prazo certo de vigência. Ex: Lei geral da 
Copa. 
OBS: Como os processos no Brasil são demorados, foi definido que para todos 
os fatos praticados durante a vigência da lei temporária, será ela a aplicada, mesmo que 
mais severa que a lei que vigora no tempo da sentença, pois ela é ULTRATIVA. 
Princípios relacionados ao agente 
• Princípio da responsabilidade subjetiva: Agente só pode ser 
responsabilizado por um fato se ele o pratica em dolo ou culpa. 
• Princípio da responsabilidade pessoal: O sujeito deve ser 
responsabilizado pessoalmente pelos seus atos, não podendo lhe ser 
imputado a terceiro. 
• Princípio da igualdade: Tratar igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais, na medida das suas desigualdades. 
• Princípio da culpabilidade: Juiz deve avaliar a reprovabilidade de cada 
um dos seus comportamentos. 
Tempo do crime 
Código penal adotou a TEORIA DA AÇÃO (ou da atividade), o qual leva em 
consideração o momento da ação ou omissão, independente do momento do resultado. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
Lugar do crime 
Código Penal adotou a TEORIA MISTA ou da UBIQUIDADE, onde o lugar do 
crime é onde ocorreu a ação ou omissão e onde se produziu – ou deveria se produzir 
(tentativa) – o resultado. Envolvem os crimes à distância. 
Territorialidade: Crime dentro do brasil aplica-se lei penal brasileira. 
Conceito nacional por extensão – aeronaves e embarcações brasileiras: 
Públicas ou a serviço do governo brasileiro: Território nacional onde quer que 
se encontre. 
Mercante/privada: Julgadas de acordo com a lei do país em que estão 
sobrevoando ou navegando. 
Extraterritorialidade 
• Incondicionada: Aplicação da lei penal brasileira independente da 
condição. 
• Condicionada: A lei brasileira é aplicada desde que sejam preenchidas 
certas condições. 
Pena cumprida no estrangeiro 
O sujeito não pode ser punido duas vezes pelo mesmo crime. Pode sofrer duas 
condenações, mas só cumprirá uma pena. Se o sujeito é condenado no estrangeiro e 
no Brasil pelo mesmo fato, a pena que ele cumpriu no estrangeiro deve surtir efeitos na 
pena a ser cumprida no Brasil. 
Homologação de sentença estrangeira 
Sentença estrangeira será aplicada integralmente no ordenamento jurídico 
brasileiro. 
Contagem dos prazos 
• Penal: Inclui o primeiro dia na contagem. 
• Processual penal: O prazo começa a ser contado no primeiro dia útil 
subsequente à publicação. 
Imunidade: privilégio ou prerrogativa? 
Imunidade não é privilégio, mas sim prerrogativa. 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Imunidade diplomática: Chefe de governo/chefe de Estado 
estrangeiro/seus familiares/membros da comitiva; embaixador e seus 
familiares; membros do corpo diplomático e seus familiares; membros de 
organizações internacionais. TEM NATUREZA ABSOLUTA. 
• Imunidade parlamentar: Absoluta no plenário ou nas dependências do 
parlamento; imunidade relativa ao foro no tempo do seu mandato 
(julgados apenas pelo STF); imunidade relativa à prisão, onde só podem 
ser presos em flagrante por crime inafiançável. Ex: tráfico de drogas, 
crimes hediondos e racismo. 
Conflito aparente das normas penais 
Quando aparentemente mais de uma norma pode ser aplicada ao caso concreto. 
Quatro critérios para resolver: 
• Especialidade: Lei especial derroga a geral. 
• Subsidiariedade: Crime menos grave só será aplicável quando não 
ocorrer um crime mais grave. 
• Consunção ou absorção: Tipo penal representa um rito de passagem 
para chegar a outro. Assim, o agente só será punido pela segunda figura 
típica. Há a ideia do CRIME MEIO – CRIME FIM, onde o crime meio fica 
absolvido pelo crime fim, pois é uma passagem necessária. Ex: Crime 
meio = lesão corporal, crime fim = homicídio. Há também a ideia do 
ANTEFATO E PÓS-FATO IMPUNÍVEIS. Ex: Se uma pessoa falsifica 
uma moeda (executa o crime), o processo de ter petrechos para a 
falsificação não será punido. Ter os petrechos é o antefato impunível. 
• Alternatividade: Se no mesmo contexto fático o sujeito pratica mais de 
um núcleo do tipo, haverá crime único. 
Interpretação da lei penal 
• Autentica: Legislador dispõe expressamente acerca do sentido da 
norma. Pode ser CONTEXTUAL (interpretação dada no mesmo 
momento em que é editada a lei penal) e POSTERIOR (legislador explica 
a interpretação em momento posterior). 
• Doutrinária: Realizada por estudiosos do direito. 
• Judicial: Interpretação feita no bojo do processo por operadores do 
direito. 
Quanto aos meios empregados 
Leonardo David – Resumo provão para 3º semestre 
 
• Literal: Leva em consideração palavras no sentido que possuem na 
língua portuguesa. 
• Teleológica: Leva em consideração a finalidade da lei. 
• Sistemática: Análise de todos os preceitos penais ao se interpretar 
determinado dispositivo. 
• Histórica: Preceitos penais devem ser estudados de acordo com o 
momento histórico em que foram criados. 
Quanto aos resultados 
• Declaratória: Não amplia nem restringe o sentido da norma. 
• Extensiva: Amplia e alarga o alcance da norma. 
• Restritiva: Restringe o alcance da norma.

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