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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ÁGUAS

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As águas superficiais e as águas residuárias apresentam tipicamente entre suas impurezas frações de sólidos em suspensão não sedimentáveis, tanto orgânicos como inorgânicos, microorganismos, bem como gotículas de líquidos imiscíveis como óleos e gorduras. Estas impurezas, denominadas colóides, com dimensões na faixa de 0,001 µm a 10 µm e área superficial específica elevada, tendem a formar sistemas ou dispersões coloidais. Em decorrência das elevadas áreas superficiais específicas dos colóides nas suspensões coloidais o efeito da força gravitacional é desprezível, predominando os fenômenos de superfície. A elevada área superficial favorece a adsorção de íons do meio na superfície dos colóides conferindo-lhes uma carga eletrostática. Como resultado surgem forças eletrostáticas repulsivas entre os colóides que impedem a aproximação e agregação dos mesmos, contribuindo assim para a estabilidade da dispersão coloidal. 
 Nos valores de pH das águas naturais e em águas residuárias com pH próximo da neutralidade, as partículas sólidas coloidais, comumente, possuem carga superficial negativa e ao entrar em contato com a água podem receber ou doar prótons (H+). O colóide pode reagir com outros solutos; ou ainda uma substituição isomórfica na estrutura do colóide pode provocar a alteração das cargas. No caso específico das emulsões óleo-água, existe uma tendência das gotículas de gordura a adsorver íons negativos na sua superfície, preferivelmente íons hidroxilas (OH-) adquirindo assim carga superficial líquida negativa (Metcalf e Eddy, 1991; Wang et al., 2005). 
 Dessa maneira, para viabilizar a remoção efetiva das impurezas de natureza coloidal é necessário efetuar a desestabilização das partículas minimizando as forças eletrostáticas repulsivas entre elas. A desestabilização dos colóides é realizada pelo processo de coagulação por meio da adição de eletrólitos, como sais de metais e/ou polímeros orgânicos naturais ou sintéticos. Imediatamente após a coagulação, deve ser efetuada a etapa de floculação com o intuito de promover a agregação ou coalescência dos colóides desestabilizados, favorecido pelas forças de Van der Waals que predominam em pequenas distâncias. Nesse processo são formados agregados de maiores dimensões e massa específica que podem ser separados da água por sedimentação, flotação ou filtração, combinados ou não (Di Bernardo e Dantas, 2005). 
 Nos sistemas óleo-água o processo de coagulação, muitas vezes combinado com outro método, atua na desestabilização da emulsão e favorece a agregação das gotículas de óleo na forma de floco. Durante a desemulsificação do sistema a agregação das gotículas de óleo acontece devido à redução da carga da superfície líquida favorecendo a aproximação das gotículas de óleo que se encontram estabilizadas devido à repulsão eletrostática. A aglomeração das gotículas de óleo se da pelas forças de Van der Waals. A carga superficial da gotícula de óleo é reduzida em decorrência da redução do potencial repulsivo da dupla camada elétrica devido à presença de um eletrólito com carga oposta. O tamanho do floco formado depende do tamanho da gotícula de óleo, das características químicas e físicas da água residuária, do coagulante escolhido e da concentração utilizada. De acordo com os estudos de Hempoonsert et al. (2010) a eficiência da remoção do óleo está relacionada com a quantidade e o tamanho das gotículas de óleo capturadas pelo floco. Os resultados do estudo também indicaram que o pH e a temperatura da água residuária, no momento do tratamento, tem influência na quantidade de gotículas que o floco consegue capturar e no tamanho do floco formado.

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