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Certificação de Qualidade em Instituições Públicas

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revista da área metropolitana de lisboa 1º trimestre 2009
alcochete . almada . 
amadora . barreiro. 
cascais . lisboa .
loures. mafra . moita . 
montijo . odivelas .
oeiras . palmela .
seixal . sesimbra .
setúbal . sintra .
vila franca de xira
ENTREVISTA
ana teresa vicente
presidente da câmara 
de palmela
DESTAquE
finanÇas locais
certificaÇÃo 
de Qualidade 
nas autarQuias 
TuRISMO E LAZER
percursos em
lisboa e na moita
PATRIMÓNIO
arQueoloGia
de loures
CERTIFICAÇÃO
DA quALIDADE
e limites financeiros
das câmaras municipais
Loures
Praça da Liberdade, 4
2674-501 Loures
Tel. 21 982 98 00 . Fax 21 982 00 84
www.cm-loures.pt
Mafra
Praça do Município
2644-001 MAFRA
Tel. 261 810 100 . Fax 261 810 130
www.cm-mafra.pt
Moita
Praça da República
2840-422 MOITA
Tel. 21 280 67 00 . Fax 21 280 10 08
www.cm-moita.pt
Montijo
Rua Manuel N. Nunes Almeida
2870-352 MONTIJO
Tel. 21 232 76 00 . Fax 21 232 76 08
www.mun-montijo.pt
Odivelas
Rua Guilherme Gomes Fernandes
2675-372 ODIVELAS
Tel. 21 932 00 00 . Fax 21 934 43 93
www.cm-odivelas.pt
Oeiras
Largo Marquês de Pombal
2784-501 OEIRAS
Tel. 21 440 83 00 Fax 21 440 87 12
www.cm-oeiras.pt
Palmela
Largo do Município
2954-001 PALMELA
Tel. 21 233 66 00 . Fax 21 233 66 59
www.cm-palmela.pt
Seixal
Rua Fernando de Sousa, nº2
2840-515 SEIXAL
Tel. 21 227 57 00 . Fax 21 227 57 01
www.cm-seixal.pt
Sesimbra
Rua da República, 3 
2970-741 SESIMBRA
Tel. 21 228 85 00 . Fax 21 228 85 26
www.cm-sesimbra.pt
Setúbal
Praça do Bocage
2900-276 SETÚBAL
Tel. 265 541 500 . Fax 265 541 621
www.mun-setubal.pt
Sintra
Largo Dr. Virgílio Horta
2714-501 SINTRA
Tel. 21 923 85 00 . Fax 21 923 86 57
www.cm-sintra.pt
Vila Franca de Xira
Praça Afonso de Albuquerque, 2
2600-093 V.FRANCA de XIRA
Tel. 263 280 480 . Fax 263 276 002
www.cm-vfxira.pt
municípios 
Que constituem 
a área 
metropolitana
de lisboa
Alcochete
Largo S.João Baptista
2894-001 ALCOCHETE
Tel.21 234 86 00 . Fax 21 234 86 90
www.cm-alcochete.pt
Almada
Largo Luis de Camões
2800-158 ALMADA
Tel. 21 272 40 00 . Fax 21 272 45 55
www.cm-almada.pt
Amadora
Av.Movimento das Forças Armadas
2700-595 AMADORA
Tel. 21 436 90 00 . Fax 21 492 20 82
www. cm-amadora.pt
Barreiro
Rua Miguel Bombarda
2830-355 BARREIRO
Tel. 21 206 80 00 . Fax 21 206 80 01
www.cm-barreiro.pt
Cascais
Praça 5 de Outubro
2754-501 CASCAIS
Tel. 21 482 50 00 . Fax 21 482 50 30
www.cm-cascais.pt
Lisboa
Praça do Município
1100-365 LISBOA
Tel. 21 322 70 00 . Fax 21 322 70 08
www.cm-lisboa.pt
A linguagem que designa o funcionamento das instituições públicas 
tem sentido, nos últimos tempos, a importância crescente do tema da 
qualidade do serviço prestado por elas. Expressões como as de ava-
liação e gestão da Qualidade, ou da busca de níveis de Excelência, tor-
naram-se mais frequentes e desembocam, finalmente, na atribuição 
de documentos que firmam a Certificação da Qualidade de um modo 
oficial, de acordo com critérios testados e formalmente reconhecidos. 
Importa sublinhar neste ponto um princípio, e evitar um equívoco. O 
serviço público tem, pela sua própria natureza, uma dignidade que 
exige, dos que nele assumem funções, uma preocupação permanen-
te pela excelência do trabalho que fazem. Trata-se de uma exigência 
ética e política indiscutível. Mal seria se condescendêssemos neste 
ponto, admitindo que os titulares dos cargos públicos pudessem dis-
pensar-se de buscar sempre o melhor desempenho possível. 
A procura da Qualidade não é, portanto, uma disciplina nova, uma es-
pécie de “cadeira facultativa” no “curso” desse serviço - que todos 
devemos ter o brio de exercer com elevada exigência pessoal. O que 
existe agora é a sistematização, segundo critérios aprovados interna-
cionalmente, de formas de avaliar essa Qualidade. O saber e a compe-
tência já eram requeridos; o que temos agora são modelos concretos 
de “exame” dos mesmos. 
O equívoco seria agravado se caíssemos na tentação de procurar es-
ses “diplomas” por si mesmos, pelo prestígio que conferem, entrando 
numa espécie de concorrência de brilho entre instituições. No caso 
que nos diz respeito, já temos, entre as Câmaras da AML, alguns ca-
sos de Certificações de Qualidade atribuídas a determinados servi-
ços, e outras estão a caminho. Em muitas das que não chegaram ain-
da ao patamar de oficializarem as suas candidaturas a este reconhe-
cimento, já se trabalha, desde há muito tempo, de acordo com esses 
procedimentos da Qualidade. Há, portanto, uma exigência já vivida no 
terreno, que em devido tempo dará os seus frutos. 
Sabemos ainda, e muito mais em tempo de crise, como é difícil às au-
tarquias manterem esses níveis de exigência com os constrangimen-
tos financeiros que são conhecidos. A aplicação da Lei das Finanças 
Locais não é matéria consensual e definitiva, mas sim um tema de 
debate público e uma oportunidade para correcções e ajustamentos.
Sobre estes dois temas, relacionados entre si na vida do Poder Local, 
a presente edição de Metrópoles elaborou um dossier de destaque 
temático que pretende contribuir para uma reflexão necessária. A 
nossa missão de servidores públicos é a de fazermos sempre o me-
lhor, com os meios disponíveis. Mas a nossa consciência, como agen-
tes que estão no terreno e conhecem de perto as dificuldades, inclui 
o dever de chamarmos a atenção do Poder Central para as limitações 
de meios que acabam por afectar gravemente esse mesmo serviço. 
exiGência
de Qualidade 
e limites
financeiros
carlos humberto de carvalho
Presidente da JML
editorial
4.5 mtpaml
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38
sumário
44
74
64
EDITORIAL 3
BREVES 6
Notícias dos concelhos da AML
ENTREVISTA 12
Presidente da Câmara de Palmela
ÁREA METROPOLITANA 18
Novas funcionalidades do Site da AML
DESTAQuE 22
Finanças Locais e Certificação de Qualidade
PME’S E INOVAÇÃO 38
Reciclagem via Delikatessen
TuRISMO E LAZER 44
Percursos em Lisboa e na Moita
IMAGENS METROPOLITANAS 56
As Ligações de José Antunes
PATRIMóNIO 64
A arqueologia de Loures
CuLTuRA 70
Na esteira de Soeiro Pereira Gomes
GOSTOS 74
Os sabores cosmopolitas da capital
AROMAS 78
Madeira e qualidade dos vinhos
ACONTECEu 82
A criação de orquestras juvenis
6.7 mtpaml
 alcochete
. II Feira da Saúde
Realizou-se no Jardim do Rossio 
a II Feira da Saúde de Alcochete, 
organizada pela Câmara Munici-
pal em parceria com o Centro de 
Saúde de Alcochete e os apoios 
das Juntas de Freguesia do con-
celho e do Jornal de Alcochete. 
Este ano a feira teve como prin-
cipal enfoque a alimentação de-
vido ao facto de ter sido essa a 
área de intervenção do trabalho 
desenvolvido pelo Sector de De-
senvolvimento Social e Saúde 
da Câmara Municipal.
. Nova unidade de saúde
A freguesia de Samouco vai ter 
uma nova unidade de saúde no 
segundo semestre de 2009, 
anunciou recentemente o presi-
dente da autarquia, Luís Franco. 
A Câmara Municipal já analisou 
todas as propostas ao concurso 
para a construção da Extensão 
de Samouco do Centro de Saúde 
de Alcochete, que tem um preço 
base de 384 mil euros, estando 
somente à espera de parecer ju-
rídico relativamente a algumas 
questões que entretanto se colo-
caram, para posteriormente avan-
çar com a adjudicação da obra.
. Política educativa 
A Câmara Municipal vai contrair 
um empréstimo de médio e lon-
go prazo no valor de 1 milhão e 
300 mil euros para o financia-
mento das obras de construção 
do Pré-Escolar de São Francisco, 
estimadas em 911.500,00 eu-
ros, construção do reservatório 
apoiado no Samouco, no valor 
de 346.500,00 euros, e a aqui-
sição de equipamento básico 
para abastecimento de água no 
valor de 42.000,00 euros. Com 
a construção de raiz deste equi-
pamento na freguesia de São 
Francisco a autarquia reforça o 
oferta pública e a qualidade do 
ensino existente no Município. 
 
 almada
. Covenant of Mayors
A Câmara Municipal de Almada 
aprovou a adesão do Município 
ao Pacto dos Autarcas (Cove-
nant of Mayors), que reúne pre-
sidentes de Câmara de várias 
cidades da Europa unidos para 
combater o aquecimento global 
do Planeta, permitindo juntar 
as autarquias numa rede para 
partilhar e melhorar a eficiência 
energética em meio urbano.
. Novas instalações
Foram inauguradas as novas 
instalações da Junta e Assem-
bleia de Freguesia do Feijó. Si-
tuada na Rua da Alembrança, a 
nova sede do poder local da fre-
guesia está integrada no Centro 
Cívico do Feijó, e corresponde a 
um investimento municipal que 
ascendeu a cerca de um milhão 
e trezentos mil euros. O edifício 
possui, entre várias funcionali-
dades, auditório, copa, sala de 
reuniões, arquivo e vários gabi-
netes para actividade política.
. Piscinas municipais
Foram recentemente inaugura-
das as piscinas municipais da 
Junta Metropolitana celebra 
contrato de delegação de 
competências com a Autoridade 
de Gestão do POR Lisboa
Foi celebrado um contrato de de-
legação de competências sem 
subvenção global entre a Auto-
ridade de Gestão do Programa 
Operacional Regional (POR) de 
Lisboa, representada pelo Pre-
sidente da respectiva Comissão 
Directiva, António Fonseca Fer-
reira, e a Área Metropolitana de 
Lisboa, representada pelo Pre-
sidente da Junta Metropolitana 
de Lisboa, Carlos Humberto de 
Carvalho.
A cerimónia contou com a Pre-
sença do Secretário de Estado 
do Desenvolvimento Regional, 
Rui Baleiras, bem como dos re-
presentantes dos Municípios da 
Área Metropolitana de Lisboa na 
Junta Metropolitana.
As tipologias de operações ob-
jecto de delegação de compe-
tências na Área Metropolitana 
de Lisboa pela Autoridade de 
Gestão, através deste contrato, 
são as seguintes: Sistemas de 
Apoio à Modernização Adminis-
trativa (SAMA) e Requalificação 
da Rede Escolar do 1º Ciclo do 
Ensino Básico e da Educação 
Pré-Escolar.
Sobreda, situadas junto ao Par-
que Multiusos em Vale Figueira. 
Este equipamento desportivo 
dispõe de uma piscina de 25 
metros e um tanque de aprendi-
zagem, e integra características 
inovadoras como o aquecimen-
to das águas feito através de 
painéis solares e a gás natural. 
A construção deste complexo 
vem ampliar a rede de infra-
estruturas desportivas que o 
Município tem vindo a construir 
ao longo dos anos.
 amadora
. Descentralização 
de competências
A Câmara Municipal da Amadora 
aprovou a delegação da gestão, 
conservação, reparação e lim-
peza do Mercado Municipal da 
Falagueira à respectiva junta de 
freguesia. No mesmo sentido, o 
Executivo Municipal deliberou 
celebrar um protocolo de dele-
gação de competências com a 
Junta de Freguesia de São Brás 
para que esta passe a gerir o 
Polidesportivo Artur Martinho 
Simões, possibilitando à comu-
nidade tirar benefícios desporti-
vos e sociais deste equipamen-
to municipal.
. Promoção 
do empreendedorismo
Na sequência do lançamen-
to do Programa Municipal de 
Empreendedorismo Munici-
pal Amadora EMPREENDE, um 
projecto pioneiro em Portugal, 
foram aprovadas 21 ideias de 
negócio, que começarão ago-
junta
metropolitana
de lisboa
breves
. Envelhecimento activo
 e crescimento humano
Quatro escolas secundárias 
de Cascais recebem o Projecto 
EACH – Envelhecimento Activo e 
Crescimento Humano. Promover 
o valor de cada geração na cons-
trução de uma sociedade coesa e 
sustentável é a finalidade deste 
projecto que surgiu na sequên-
cia de outra iniciativa municipal 
denominada a “Vida não pára”. 
As acções desenrolam-se, entre 
Abril e Maio, nas Escolas Secun-
dárias Fernando Lopes Graça, 
S. João do Estoril, IBN Mucana e 
Frei Gonçalo de Azevedo.
 lisboa
. Renovação urbana
A Câmara Municipal de Lisboa e 
o Instituto da Habitação e da Re-
abilitação urbana, na pessoa dos 
respectivos presidentes, assi-
naram um protocolo de parceira 
para a reabilitação de seis bairros 
da Freguesia de Marvila (Amendo-
eiras e Olival, Armador, Condado, 
Flamenga e Lóios). Este docu-
mento denominado Viver Marvila 
– Reabilitação e Desenvolvimento 
Integrado para Marvila, surge da 
preocupação conjunta das entida-
des signatárias em dar resposta 
aos problemas de degradação do 
edificado, do espaço público, de 
planeamento e de ordem social 
que afectam aquele território.
. Pistas para bicicletas
A Câmara de Lisboa prevê até 
Outubro de 2009 poder disponibi-
lizar percursos cicláveis com uma 
extensão total aproximada de 25 
 cascais
. Ténis no Estoril
A Câmara Municipal de Cascais 
e o Clube de Ténis do Estoril ce-
lebraram um contrato-programa 
de desenvolvimento despor-
tivo que permitirá o início das 
obras de beneficiação daquele 
estabelecimento. O projecto de 
melhoramentos prevê a cons-
trução de um novo edifício 
que irá dotar o clube de novos 
balneários, vestiários, salas de 
apoio e serviço de refeitório; e a 
remodelação do existente, onde 
vai ser criado um ginásio. O cus-
to global deste projecto cifra-se 
em 417 mil euros, cabendo à au-
tarquia o financiamento de 72% 
do custo estimado da obra, 300 
mil euros.
. Gestão financeira equilibrada
Cascais integra o ranking global 
dos 10 melhores Municípios no 
Anuário Financeiro dos Municí-
pios Portugueses 2007, sendo, 
entre os municípios de grande 
dimensão, o primeiro em efici-
ência financeira, pelo segundo 
ano consecutivo. No que respei-
ta à independência financeira, 
Cascais figura entre os primei-
ros 10 dos 50 municípioscom 
maior autonomia, assente numa 
colecta de taxas e impostos que 
corresponde a 71,5% das recei-
tas totais. Cascais está entre 
os 10 municípios que, a nível 
nacional apresentam maior li-
quidez, com 14,5 milhões de 
euros e um resultado económi-
co de 11,6 milhões de euros em 
2006.
gra-se no esforço da empresa 
de renovação progressiva da 
frota de 68 autocarros. O nú-
mero de passageiros dos TCB 
aumentou em 2008, cifrando-
se no transporte de 55 mil 
pessoas por dia, totalizando 
20 milhões/ano.
. Recolha de óleos alimentares
A Câmara Municipal do Barreiro 
vai implementar um novo servi-
ço de recolha de óleos alimen-
tares usados (OAu), evitando 
o seu depósito em aterro ou o 
despejo nas canalizações, em 
parceria com a empresa Sove-
na, através da marca Fula. O 
protocolo agora assinado inclui 
a disponibilização em todo o 
Concelho de 15 “oleões” e a re-
colha no local do óleo alimentar 
usado nas escolas e estabeleci-
mentos de restauração. A parte 
dos proveitos da valorização 
deste produto a transformar em 
biodiesel, que cabe ao Municí-
pio, é integralmente entregue 
às duas corporações de Bom-
beiros Voluntários do Concelho 
do Barreiro.
. Magna Carta
Doze instituições do Concelho 
– a CMB, as juntas de Freguesia 
do Lavradio, Barreiro e Alto do 
Seixalinho, Delegação de Saúde 
Pública, Quimitécnica, FISIPE, 
IPODEC, Grupo CuF/Nutriquim, 
Quimiparque – Parques Em-
presariais, Associação de De-
fesa do Ambiente do Lavradio 
(ASDAL) e Associação Portu-
guesa das Empresas Químicas 
(APEQ) – assinaram a Magna 
Carta que deu origem ao Painel 
do Ambiente do Barreiro. Este 
instrumento intersectorial tem 
por missão promover o diálogo, 
a troca de informações e o de-
senvolvimento de relações de 
confiança entre as empresas 
do concelho do Barreiro e a co-
munidade envolvente.
ra a percorrer o seu caminho. 
Destes 21 projectos, dois be-
neficiaram da formação neces-
sária, tornando-se autónomos 
na criação da própria empresa, 
quatro irão ser apoiados atra-
vés da cedência de lojas, nove 
através da cedência de espa-
ços autónomos na Incubadora 
Quick e quatro através do apoio 
financeiro de 2.500 euros atri-
buídos pelo Dolce Vita Tejo.
. Novo equipamento escolar
A autarquia aprovou a adju-
dicação do concurso público 
para a “Execução da Obra de 
Construção do Edifício Escolar 
e Arranjos Exteriores da EB 1 da 
Mina” à firma Soenvil pelo va-
lor de 2.771.244,65 euros. Esta 
escola, que terá a valência de 
pré-escolar e 1º ciclo, represen-
ta a continuidade na aposta que 
tem vindo a ser feita na área da 
educação, com o objectivo de 
dotar a comunidade educativa 
de melhores condições, capazes 
de contribuir para a promoção do 
sucesso educativo.
 barreiro
. Transportes Colectivos 
Os Transportes Colectivos do 
Barreiro (TCB) assinalaram a 
passagem do seu 52º aniver-
sário, com a aquisição de três 
novos autocarros da marca 
Mercedes no valor de 606.000 
euros, que contou com um 
apoio do PIDDAC no valor de 
364.000 euros. As novas via-
turas são mais “amigas do am-
biente” e a sua aquisição inte-
8.9 mtpaml
breves
quilómetros, unindo os principais 
espaços verdes da cidade, mas 
também áreas residenciais e em-
presariais. As pistas para bicicle-
tas que a autarquia pretende criar 
nos próximos anos, representam 
um investimento de 5,3 milhões 
de euros. Parte desse valor será 
assegurado por parcerias e fun-
dos comunitários, suportando a 
autarquia da capital uma verba es-
timada em 2,9 milhões de euros.
. Carta estratégica
A Câmara Municipal de Lisboa 
apresentou, no Teatro São Luiz, 
as grandes linhas de orientação 
da Carta Estratégica de Lisboa, 
2010/2024, um compromisso 
da autarquia partilhado com os 
lisboetas para o futuro da cidade. 
Num conjunto de seminários dis-
tribuídos por cinco temas (Demo-
grafia, Coesão Social, Inclusão; 
Identidade e “Marca Lisboa”; Sus-
tentabilidade Ambiental e Ener-
gética; Património, Equipamen-
to, Conteúdos e Programação; 
Desenvolvimento Económico e 
Governação), serão analisados 
os grandes desafios que a cidade 
enfrenta e a forma de concretizar 
os projectos estruturantes para 
se viver melhor em Lisboa.
 
 loures
. Novas escolas
A Câmara Municipal de Loures 
lançou o concurso para a cons-
trução de três escolas básicas 
com valência de jardim-de-infân-
cia, nas freguesias de Camarate, 
Loures e Santo António dos Ca-
valeiros. Com um investimento 
municipal de 8,1 milhões de eu-
ros, os novos equipamentos es-
colares vão criar 33 salas de aula 
com capacidade para 800 alunos 
e deverão estar concluídos no iní-
cio do ano lectivo 2009-2010.
. Ler por Sacavém
Foi lançado o projecto de promo-
ção do livro e da leitura Ler Por 
Sacavém, vencedor de uma can-
didatura autárquica ao programa 
Gulbenkian de Língua Portugue-
sa 2007 e financiado pela Funda-
ção do mesmo nome em 20 mil 
euros. Trata-se de uma iniciativa 
pioneira onde o livro é entendido 
como objecto de primeira neces-
sidade e ao qual todos podem 
ter acesso ilimitado, através da 
implementação de uma estrutu-
ra denominada Bibliobanco que 
ficará localizada na Praça Regi-
mento de Artilharia Pesada um, 
na cidade de Sacavém.
. Limpeza urbana
A Câmara de Loures distribuiu 
pelas freguesias do concelho 18 
veículos eléctricos cedidos pela 
Valorsul para executar a limpe-
za urbana de uma forma “mais 
amiga do ambiente”. As princi-
pais vantagens destes veículos 
são o consumo reduzido, o bai-
xo custo de manutenção e a au-
sência de emissão de CO2 para 
a atmosfera. As 18 viaturas, que 
representam um investimento 
de 242 mil euros, têm uma lota-
ção de 2 lugares e uma autono-
mia para 80 quilómetros.
 
 mafra
. Património mundial
A Câmara Municipal de Mafra vai 
apresentar uma candidatura a 
fundos comunitários, no valor 
de sete milhões de euros, para, 
em conjunto com outros orga-
nismos públicos e privados, re-
alizar obras no Palácio Nacional, 
monumento que pretende can-
didatar a Património Mundial. O 
projecto inclui a realização de 
obras internas, com a criação de 
novos núcleos museológicos e 
de estruturas de acolhimento, e 
de requalificação da envolvente 
do palácio foi elaborado em par-
ceria com o Igespar (Instituto de 
Gestão do Património Arquitec-
tónico e Arqueológico) e recebeu 
um apoio do Turismo de Portugal 
de cerca de 600 mil euros. 
. Habitação a custos 
controlados
Decorreu até 14 de Maio um 
novo prazo de candidaturas no 
âmbito do Concurso para Aquisi-
ção de Habitações a Custos Con-
trolados, sitas na Rua da Santa 
Casa da Misericórdia, em Mafra, 
num total de 15 apartamentos 
de tipologia T2 e 27 de tipologia 
T3. Na sequência da alteração ao 
regulamento do programa do re-
ferido concurso foram agora ad-
mitidos os agregados familiares 
que sejam proprietários de outra 
habitação na Área Metropolitana 
de Lisboa ou em Município limí-
trofe e independentemente do 
seu rendimento mensal.
. Mafra ao seu encontro
Dar a conhecer a realidade local 
e, ao mesmo tempo, promover o 
convívio entre os participantes, 
através da organização de pas-
seios, são os objectivos do pro-
jecto “Mafra ao seu encontro!”, 
desenvolvido de Abril a Junho e 
destinado aos munícipes com 
mais de 60 anos. Organizado 
pela Câmara Municipal de Mafra 
em colaboração com as Juntas 
de Freguesia, este projecto cons-
ta de programas de um dia de 
passeio por diversos locais de 
interesse do Concelho. No ano 
de 2009, a organização dos pas-
seios propõe a realização de visi-
tas ao Palácio Nacional de Mafra. 
 moita
. Concurso Agir-Ambiente
O projecto “Bio-Local” da Câma-
ra Municipal da Moita foi um dos 
seleccionados pela Fundação 
Gulbenkian, no âmbito do con-
curso Agir-Ambiente – Programa 
Gulbenkian Ambiente, dedicado 
ao tema “Biodiversidade e Esti-
los deVida”. Das 157 candidatu-
ras apresentadas, este projecto 
foi um dos 15 escolhidos para 
ser financiado, com uma verba 
de cerca de 5 000 euros. A au-
tarquia contou com a parceria 
das organizações não-governa-
mentais Quercus, Núcleo de Se-
túbal, Colher para Semear e da 
FENACOOP e irá envolver, tam-
bém, alguns estabelecimentos 
de ensino públicos e privados.
. ETAR Moita/Barreiro
As obras de construção das infra-
estruturas de ligação de águas 
residuais do concelho da Moita à 
Estação de Tratamento de Águas 
Residuais – Moita/Barreiro estão 
a decorrer a bom ritmo. Esta inter-
venção da SIMARSuL iniciou-se em 
Janeiro e prolonga-se até Junho 
de 2010, decorrendo de forma 
faseada nas freguesias de Alhos 
Vedros, Baixa da Banheira, Gaio/
Rosário, Moita e Vale da Amorei-
ra. A ETAR Moita/Barreiro está a 
breves
ser construída no extremo nas-
cente do Parque Empresarial do 
Barreiro, num terreno com cerca 
de 40 000 m2, e está dimensio-
nado para servir cerca de 92% da 
população da Moita.
. Mais próximo dos cidadãos
O Município da Moita está mais 
próximo dos cidadãos e dos uti-
lizadores das novas ferramentas 
da Internet, com a sua recente 
adesão à rede social Twitter e com 
a criação de um canal no Youtube. 
No Twitter é possível acompanhar 
o que está a acontecer no conce-
lho nas mais diversas áreas, des-
de a cultura ao ambiente. Através 
do canal Youtube estão disponí-
veis alguns dos vídeos que a au-
tarquia tem vindo a realizar, entre 
os quais está a apresentação da 
Operação de Revitalização da 
Zona Ribeirinha – da Caldeira da 
Moita à Praia do Rosário.
 montijo
. Atribuição de fogos
A Câmara Municipal do Montijo 
está a promoveu até 18 de Maio 
a aceitação de candidaturas ao 
concurso público para atribuição 
em regime de renda apoiada, de 
14 fogos, nos bairros da Atalaia, 
Caneira, Esteval, Esteval Novo 
e Lançada. Os interessados 
podem dirigir-se à Divisão de 
Habitação da autarquia, à Junta 
de Freguesia da sua área de resi-
dência ou fazer download no site 
municipal para obter o programa 
do concurso, o questionário para 
instrução do processo e a lista 
de documentos necessários.
. Programa pedagógico 
A Câmara Municipal do Montijo, 
através do Museu Municipal, pro-
move durante o ano lectivo de 
2008/2009, o Programa Pedagó-
gico para o Público Escolar. O pro-
jecto procura educar para o patri-
mónio, proporcionar a concreti-
zação de experiências e práticas 
sociais, e traduz-se na realização 
de oficinas, visitas-jogo, visitas 
guiadas e outras actividades ade-
quadas a diversas faixas etárias 
incluídas no Pré-Escolar, no 1º, 
2º e 3º ciclos do Ensino Básico. A 
participação em qualquer destas 
actividades é gratuita e requer 
marcação prévia.
. Travessia no tempo
Organizada em parceria pela 
Transtejo e Soflusa, com o apoio 
da Câmara Municipal do Montijo, 
esteve patente até 10 de Maio, 
na Galeria Municipal de Montijo, 
a exposição “Travessia no Tem-
po: uma viagem pela história da 
travessia fluvial do Tejo”. A expo-
sição é uma viagem ao passado, 
à história e à evolução da tra-
vessia fluvial do Tejo e da própria 
Transtejo. Para além dos painéis 
ilustrativos de factos históricos, 
a mostra incluiu maquetas de 
navios, instrumentos náuticos 
como faróis de bordo e outros 
objectos do espólio da empresa.
 odivelas
. Apoio empresarial
A Câmara Municipal de Odivelas, 
a Odinvest, o IAPMEI, a Lisgarante 
e o Banco Espírito Santo, assina-
ram um protocolo no âmbito do 
Eixo III do Programa Finicia, um 
produto de crédito destinado ao 
apoio a projectos de investimen-
to desenvolvidos por micro e pe-
quenas empresas instaladas no 
concelho. Beneficiam deste pro-
tocolo as unidades empresariais 
que contribuam para o reforço 
da competitividade e/ou diferen-
ciação empresarial em Odivelas. 
Pretende-se, também, robustecer 
o tecido empresarial; estimular o 
investimento das Micro e Peque-
nas Empresas do concelho; e me-
lhorar os produtos e/ou serviços 
prestados na modernização das 
instalações e equipamentos.
. Bibliotecas escolares
Foram inauguradas mais duas 
bibliotecas escolares na Escola 
Básica nº 1 e Jardim-de-Infância 
Quinta da Condessa e na EB1/
JI Quinta da Paiã, ambas na Fre-
guesia da Pontinha. São já oito 
as bibliotecas escolares criadas 
no âmbito da Rede de Bibliotecas 
Escolares do Concelho, assumin-
do cada vez maior relevância, 
tanto na promoção da leitura e 
literacia, como no desenvolvi-
mento de competências funda-
mentais de pesquisa e gestão 
de informação. As «madrinhas» 
destes novos equipamentos são, 
respectivamente, Margarida Fon-
seca Santos e Isabel Zambujal.
. Projecto de Hipoterapia
Iniciou-se o Projecto de Hipote-
rapia que a Câmara Municipal de 
Odivelas leva a cabo no terceiro 
período deste ano lectivo, dirigi-
do às crianças abrangidas pelas 
unidades de Ensino Estruturado 
das escolas básicas do 1º ciclo 
da rede pública do concelho. O 
projecto de Hipoterapia – mé-
todo terapêutico e educacional 
com ajuda de cavalo – é uma 
parceria entre a autarquia, a 
Escola Profissional Agrícola D. 
Dinis, e conta com o apoio da 
DRELVT.
 oeiras
. Mais estacionamento
A Tapada do Mocho, em Paço de 
Arcos, vai ter um novo parque de 
estacionamento com cerca de 
centena e meia de lugares, que fi-
cará localizado na Rua Maria Telles 
Mendes. A construção do novo es-
tacionamento será da responsabili-
dade da Parques Tejo, devendo ficar 
concluído até ao final de Janeiro de 
2010. O custo da obra está avaliado 
em 1.600.000 euros, atribuindo o 
Município uma comparticipação 
financeira de 900.000 euros, atra-
vés da celebração de um contrato 
de gestão entre a autarquia e a re-
ferida empresa municipal. 
. Mais saúde em Carnaxide
A Câmara Municipal de Oeiras apro-
vou o lançamento do concurso pú-
blico para a execução da emprei-
tada de construção do Centro de 
Saúde de Carnaxide – Extensão de 
Algés, que ficará localizado no cen-
tro daquela localidade. A autarquia 
assume na integra os custos da 
construção do novo equipamento, 
num montante de 4 milhões e 700 
mil euros, além da concepção do 
projecto de execução. O prazo de 
conclusão dos trabalhos é de 24 
meses, prevendo-se que as obras 
arranquem ainda em 2009. 
. Complexo Desportivo do Jamor
O Executivo Municipal aprovou a 
abertura de um concurso público 
para a execução da empreitada 
de Reordenamento da Zona de 
Acesso ao Complexo Desportivo 
do Vale do Jamor/Av. Marginal, na 
Cruz Quebrada. Após a conclusão 
10.11 mtpaml
breves
destas obras, terá início a requali-
ficação da Av. Pierre de Coubertin, 
onde será feito o reordenamento 
viário, a construção da rotunda 
e do separador central entre as 
piscinas, a pavimentação do ar-
ruamento, o arranjo paisagístico, 
a remodelação da rede de dre-
nagem pluvial, da rede de ilumi-
nação pública e da sinalização. 
O preço base do concurso é de 
755.736,33 euros, para um prazo 
de execução de 270 dias.
 palmela
. Promoção das acessibilidades
A Câmara de Palmela apresentou 
recentemente os Planos de Pro-
moção das Acessibilidades do Mu-
nicípio. Estes Planos (Plano Local 
de Promoção das Acessibilidades, 
direccionado para a Vila de Palme-
la, e Plano Municipal de Promoção 
das Acessibilidades, pensado para 
o município), com um horizonte 
temporal de 20 meses, são instru-
mentos de diagnóstico, que permi-
tem um conhecimento aprofunda-
do e actualizado das condições de 
acessibilidade e a procura de solu-
ções que contribuam para um mu-
nicípio mais inclusivo e acessível. 
. Carta de Qualidade
A autarquia apresentou a sua Carta 
de Qualidade, um documento insti-
tucional que traduz o compromisso 
do Executivo Municipal para com a 
Qualidade e clarifica as estratégias 
de acção adoptadas para cumprir 
esse desiderato. uma das novida-
des resideno estabelecimento de 
compromissos específicos com a 
qualidade, na área do atendimento, 
na sequência da implementação 
do novo modelo de atendimento 
desconcentrado, integrado e mul-
ticanal. Disponível nos espaços 
de atendimento municipal e nos 
equipamentos culturais, a Carta 
de Qualidade recorda a Missão e 
a Visão da Câmara Municipal de 
Palmela, bem como a política de 
qualidade defendida pela organiza-
ção com o objectivo de responder 
com eficiência às solicitações dos 
munícipes/cidadãos.
. Novas escolas
A Câmara Municipal de Palmela 
procedeu ao lançamento da pri-
meira pedra da obra de amplia-
ção e remodelação da EB1 de 
Pinhal Novo 2, um investimento 
de 2 milhões e 700 mil euros, 
co-financiado pelo QREN. A escola 
passará a ter 10 salas de 1º ciclo, 
com capacidade para 240 alunos, 
e 3 salas de pré-escolar, destina-
das a 75 crianças. No Poceirão 
houve também lugar a cerimónia 
semelhante, na EB 2,3 para a res-
pectiva ampliação, ficando a nova 
escola com capacidade para 240 
alunos do 1º ciclo, distribuídos 
por 10 salas de aula. A empreitada 
está orçada em 629.878 euros.
 seixal
. Cinema S. Vicente
Reabriu o Cinema S. Vicente, em 
Aldeia de Paio Pires, um dos mais 
antigos equipamentos culturais 
do concelho. Inaugurado em 
1961, com dotação para 400 pes-
soas, por onde passaram os gran-
des clássicos do cinema inter-
nacional e alguns espectáculos. 
Após um interregno nas suas ac-
tividades, a Câmara Municipal do 
Seixal adquiriu o edifício em 1997 
com o objectivo de o transformar 
num novo espaço apto a receber 
espectáculos de música, teatro, 
dança ou outras manifestações 
artísticas, promovidas principal-
mente por agentes culturais do 
concelho, agora concretizado.
. Apoio ao desporto
A Câmara Municipal do Seixal 
assinou 61 contratos-programa 
com as Associações e Clubes do 
Movimento Associativo Despor-
tivo do concelho, no valor global 
de cerca de um milhão de euros. 
A verba atribuída a cada institui-
ção será aplicada na construção 
e beneficiação de instalações 
desportivas, actividades des-
portivas e aquisição de viaturas. 
No ano de 2008, a autarquia de-
senvolveu mais de 30 projectos 
e um número superior a 1500 
actividades desportivas. Os pro-
jectos municipais contam com a 
participação de mais de 60 mil 
munícipes, havendo 35 mil utili-
zadores inscritos nos 10 equipa-
mentos municipais existentes.
. Parque escolar
A Câmara Municipal do Seixal 
apresentou um projecto de inves-
timento de cerca de 25 milhões 
de euros para a construção e re-
modelação do Parque Escolar do 
concelho a concluir até 2012, que 
passa a dispor de mais 120 salas 
do 1º ciclo e jardins-de-infância, 
bem como de novas escolas. A 
Educação Pré-Escolar passará a 
contar com mais 46 salas, que 
irão beneficiar 1150 alunos. No 
1º ciclo do Ensino Básico com 
Jardim-de-Infância estão pre-
vistas mais 68 salas e 25 JI. No 
que se refere a novas escolas, 
foram já assinados dois contra-
tos de financiamento das Esco-
las EB1/JI de Nun’Álvares e EB/
JI da Quinta dos Franceses, com 
a CCDRLVT.
 sesimbra
. Novas escolas
Foi aprovada a candidatura ao 
QREN para a construção da Escola 
Básica nº 1 e Jardim-de-Infância 
de Sampaio, orçada em cerca de 
2 milhões e 400 mil euros. A nova 
escola que entra em funciona-
mento no ano lectivo 2010/2011, 
representa um acréscimo de 16 
salas de aula, sendo 12 de en-
sino básico e 4 para jardim-de-
-infância. Por seu lado, a escola 
secundária da Quinta do Conde 
vai arrancar já este ano, ficando 
a obra a cargo da empresa públi-
ca Parque Escolar.
. Museu subaquático
A Câmara Municipal de Sesimbra 
em colaboração com o Instituto 
de Gestão do Património Arqui-
tectónico e Arqueológico e o gru-
po Turifórum, está a preparar a 
criação de um museu subaquáti-
co na Baía de Sesimbra. O museu, 
que começará a ganhar forma 
durante o Verão, deverá ser insta-
lado numa zona conhecida como 
Mar da Pedra, frente à Fortaleza 
de Santiago, a cerca de 300 me-
tros da praia e a oito de profundi-
dade. Numa primeira fase serão 
colocados cerca de duas dezenas 
de achados arqueológicos - ca-
nhões, âncoras e cepos romanos 
– neste espaço museológico.
. Novos pólos culturais
Três dos mais emblemáticos 
edifícios da vila de Sesimbra – 
a Fortaleza de Santiago, a Casa 
do Bispo e o edifício das antigas 
Finanças – poderão, em breve, 
breves
transformar-se em pólos de cul-
tura e lazer. A candidatura, apre-
sentada no âmbito do programa 
de valorização de áreas urbanas 
de excelência inseridas em cen-
tros históricos, prevê um inves-
timento global de 3,1 milhões 
de euros, comparticipado pelo 
QREN até 50%, prolongando-se 
a sua execução até 2012. 
 
 setúbal
. Regeneração urbana
A Câmara Municipal de Setúbal 
apresentou o Reset – Programa 
de Regeneração urbana do Cen-
tro Histórico de Setúbal, dotado 
de um investimento global de 10 
milhões e 280 mil euros. Este pro-
grama, a desenvolver no âmbito 
de uma candidatura apresentada 
ao QREN, inclui dez projectos. A 
reabilitação/refuncionalização 
de cinco edifícios, a requalifica-
ção/renovação de 14.410 m2 de 
espaços públicos, a formação/
beneficiação de quatro equipa-
mentos culturais, a criação de 
450 m2 de áreas de acolhimento 
empresarial e a sinalização de 
cinco quilómetros de circuitos 
com interesse turístico.
. Apoio ao teatro
A autarquia aprovou a atribuição 
de um apoio financeiro de 254 
mil e 800 euros, no âmbito da 
celebração de protocolos de co-
laboração com o TAS – Teatro Ani-
mação de Setúbal, que recebeu 
200 mil euros, o Teatro Estúdio 
Fontenova, apoiado em 39.800 
euros, e o Teatro do Elefante, que 
por sua vez recebeu 15 mil eu-
ros. Deste modo, a Câmara Muni-
cipal de Setúbal dá cumprimento 
à política de apoio às actividades 
culturais relevantes no domínio 
das artes cénicas.
. Mais escolas
Foi aprovada no âmbito do QREN 
uma candidatura apresentada pela 
Câmara Municipal para a constru-
ção da Escola Básica da Brejoeira, 
em Azeitão. Estimada em mais de 
quatro milhões de euros, a cons-
trução deste equipamento muni-
cipal irá servir 375 crianças das 
freguesias de S. Lourenço, onde 
fica localizada, e S. Simão. O edifí-
cio, com 12 salas para o 1º ciclo e 
3 para pré-escolar, inclui todos os 
espaços necessários a um ensino 
de qualidade, entre os quais a co-
zinha, refeitório, ginásio, informá-
tica, expressão plástica. 
 sintra
. Mais escolas
A Câmara de Sintra e o Ministério 
da Educação assinaram acordos 
que permitirão à autarquia subs-
tituir-se à Administração Central 
assumindo a construção das 
Escolas Básicas 2,3 de Colaride 
e Serra das Minas, a ampliação 
e requalificação da EB 2,3 Padre 
Alberto Neto, a substituição da 
EB 2,3 Visconde Juromenha e 
a ampliação e reconversão da 
EB 2,3 da Terrugem. As obras 
deverão estar prontas em 2010 
e o investimento ascende a 50 
milhões de euros, dos quais 20 
milhões de euros serão suporta-
dos posteriormente pela DREL. 
 
. Melhoria do ar
O Município de Sintra integra um 
conjunto de 13 concelhos que 
assinaram com a CCDRLVT um 
protocolo para ajudar no esforço 
concertado de melhorar a quali-
dade do ar na Grande Lisboa, con-
tendo 81 medidas a executar até 
2012. No caso da autarquia sin-
trense, a lista de projectos inclui, 
entre outros, o projecto “EcoMob 
Sintra”, visando criar dinâmicas 
de circulação entre viaturas eléc-
tricas, a criação de um corredor 
BuS na Avenida dos Bons Amigos, 
em Agualva, a utilização de 10 a 
30% de biodiesel na frota muni-
cipal, a instalação de postos de 
abastecimento de gás natural e 
de equipamento de redução de 
consumo de combustíveis.
. Queluz requalificada
Já arrancou a empreitada de re-
qualificação da Av. Miguel Bombar-
da, em Queluz, com a montagem 
do estaleiro e a preparação da 
áreaa intervencionar, que, depois 
de pronta, irá revolucionar o cora-
ção da cidade de Queluz. O projec-
to foi elaborado na sequência do 
programa de “Intervenção Ope-
racional Estratégica” de Queluz, e 
pretende minimizar os principais 
problemas detectados, relaciona-
dos principalmente com o aumen-
to do parque automóvel, redes de 
infra-estruturas obsoletas e fraca 
expressão dos espaços de estadia 
e lazer. A obra está orçada em 1 
milhão e meio de euros e tem um 
prazo de execução de um ano. 
 vila franca de xira
. Parque infantil
Foi inaugurado o novo Parque In-
fantil de Trancoso, na Freguesia 
de São João dos Montes, cons-
truído no pátio exterior da sede 
social do Clube Recreativo e Des-
portivo de Trancoso, que repre-
sentou um investimento munici-
pal de 31.357,94 euros. A cons-
trução de equipamento colectivo 
enquadra-se nos objectivos de-
finidos pela autarquia em dotar 
todas as freguesias do concelho 
de parques infantis devidamente 
apetrechados, nomeadamente no 
que respeita às novas normas de 
segurança vigentes naquele tipo 
de equipamentos.
. Rio Crós Cós
A Câmara Municipal de Vila Fran-
ca de Xira adjudicou a empreita-
da de limpeza e regularização 
do rio Crós Cós, linha de água 
que tem sido responsável, nos 
últimos anos, por várias situa-
ções de inundações da Baixa de 
Alverca. A obra, orçada em 5,778 
milhões de euros, conta com 
um financiamento comunitário 
de 4,2 milhões de euros, no âm-
bito do Programa Operacional de 
Valorização do Território.
. Novas escolas
A Câmara Municipal de Vila Fran-
ca de Xira procedeu à adjudica-
ção das empreitadas de amplia-
ção da Escola EB 1 nº 1 da Póvoa 
de Santa Iria e da Escola EB 2,3 D. 
António de Ataíde, em Castanhei-
ra do Ribatejo, num investimento 
superior a 2,5 milhões de euros. 
No primeiro caso, a intervenção 
prevê a ampliação da capacida-
de escolar para 6 novas salas de 
aula, refeitório e áreas de apoio. 
Na segunda situação, a em-
preitada prevê a construção de 
um novo bloco de salas de aula 
destinado ao 1º ciclo do Ensino 
Básico. Ambas as obras têm um 
prazo de execução de 150 dias.
12.13 mtpaml
a aml é fundamental 
PARA O EquILÍBRIO NACIONAL
ana teresa vicente, presidente da câmara municipal de palmela
entrevista
Para Ana Teresa Vicente, Presidente da Câmara de Palmela, é essen-
cial que a Área Metropolitana de Lisboa tenha uma margem sul tão 
competitiva como a norte. A autarca salienta que a construção do 
Aeroporto em Alcochete deverá contribuir definitivamente para esse 
equilíbrio, pois espera que muitos dos investimentos a realizar por 
causa deste projecto ocorram na Península de Setúbal, contribuindo 
para qualificar e tornar mais competitiva a região. Nesta entrevista 
falou também das suas grandes prioridades para o concelho que di-
rige, do envolvimento das populações e das vantagens do território 
de Palmela. 
Metrópoles - O lema do Plano Estratégico para o Desenvolvimento da 
Península de Setúbal é “Uma Região, Um Projecto ... Melhor Futuro”. 
Neste contexto, quais são as mais-valias competitivas do Município 
de Palmela nesta estratégia integrada a uma escala maior?
Ana Teresa Vicente - O Município de Palmela tem a vantagem de ser o 
maior território da Área Metropolitana de Lisboa (AML), com mais de 
460 km2. Esta dimensão dá-lhe a possibilidade de nele confluírem 
várias estratégias importantes para o município e para a região. É por 
isso que Palmela é um território central na AML, dos poucos onde po-
demos continuar a desenhar o futuro de acordo com as oportunida-
des que possam ocorrer e as nossas opções. A dimensão, neste caso, 
é claramente uma vantagem. 
Metrópoles - A autarquia foi recentemente distinguida com o Prémio 
Cidade do Vinho 2009, atribuído pela Associação de Municípios Por-
tugueses do Vinho. O galardão significa que a tradição vitivinícola de 
Palmela pode transformar-se num cluster do desenvolvimento local?
Ana Teresa Vicente - Sim. O vinho é um produto que resulta das mais 
antigas tradições e actividades económicas de Palmela. É também uma 
grande oportunidade no tempo em que vivemos, pois é um sector de su-
cesso da actividade agrícola portuguesa. Nele é possível fazer conviver 
as gerações mais tradicionais com as mais jovens. Há já jovens enólo-
gos no nosso país, concretamente no concelho de Palmela, que têm 
alcançado grande sucesso com os seus produtos, algo que pode ser 
verificado com os prémios que já conseguiram a nível internacional. 
No ano passado, o prémio para melhor vinho do mundo, um Syrah 
2005, veio para o concelho. Mas temos tido vários outros em termos 
internacionais. Isto significa que, às tradicionais artes de fazer o vi-
nho, se associaram novos saberes e novas técnicas. Por isso acho 
que este produto pode ser, de facto, uma das grandes afirmações da 
região de Palmela.
O território de Palmela é um dos que que compõe a AML onde faz sen-
tido continuar a falar de agricultura, que é um dos seus factores de 
riqueza. Já não pode restar a ideia de que dela vivia apenas quem não 
tinha outros recursos. É absolutamente o contrário. A agricultura é, 
hoje, uma mais-valia deste território da AML.
Temos de perceber quais são os nossos produtos. E o vinho é indiscu-
tivelmente um deles. A par de algumas frutas, como acontece com a 
maçã riscadinha ou a uva de mesa, é um dos produtos de excelência 
que a nossa agricultura pode continuar a produzir, marcando as gera-
ções vindouras tal como marcou os antepassados. 
a agricultura é, hoje, uma mais-valia
 deste território da aml
14.15 mtpaml
Metrópoles - A Srª Presidente atribui uma grande importância ao 
envolvimento da população no Orçamento Participativo - Presta 
Contas. Já há resultados dessa auscultação pública? 
Ana Teresa Vicente - Eu atribuo, de facto, grande importância a 
esse projecto do ponto de vista do exercício da democracia. O Or-
çamento Participativo - Presta Contas é um projecto onde procu-
ramos estimular os nossos munícipes para a discussão daquilo 
que são as grandes opções do plano. Estas incluem o orçamento 
e plano de actividades programados, por força da lei, por um pe-
ríodo de quatro anos. 
As reuniões constituem um momento especial para as pessoas 
se pronunciarem, fazerem as suas propostas, as suas opções, 
criticarem. Muitas vezes até constituem o momento ideal para 
tratarem aquilo que chamamos o “buraco à frente da porta”, os 
problemas da sua localidade. É o momento em que as pessoas 
exercem o seu direito de reclamar, de pedir a intervenção da au-
tarquia nas mais diversas matérias.
Temos constatado que, independentemente do número de pes-
soas, a participação é cada vez mais qualificada. Com isto quero 
dizer que as pessoas participam de forma diferente nos diversos 
momentos. De forma mais estratégica nas alturas em que procu-
ramos discutir planos de urbanização, revisão do PDM, grandes 
opções para o desenvolvimento do território. Depois, participam 
de forma mais concreta quando discutimos planos de activida-
des e orçamentos e nos momentos específicos, quando fazemos 
as semanas dedicadas às freguesias, para tratar dos problemas 
da sua porta, da sua localidade.
Isto significa um grau de participação que considero evoluído, 
que acontece de forma cada vez mais exigente, o que implica que 
temos de tratar este processo de acordo com as exigências actu-
ais das populações. 
É um projecto que não pode ser praticado e partilhado por ser útil 
para a Câmara. Tem de o ser porque as pessoas sentem que dele 
resulta, de facto, alguma coisa em prol dos seus interesses e da 
sua qualidade de vida.
o nosso projecto da Qualidade 
é amplo e transversal a toda 
a actividade municipal 
Metrópoles - Qual é o graude integração das sugestões e críticas 
formuladas no Plano de Acção Municipal para 2009?
Ana Teresa Vicente - Todos os anos fazemos um pequeno inquérito, 
muito simples. Nele, uma das questões pede às pessoas que definam 
a área de actividade da autarquia que deve merecer maior atenção. E 
fazemos isso para três áreas de actividade. 
Curiosamente, elas têm coincidido exactamente com as que foram re-
levadas nas nossas propostas de mandato, e com as prioridades que 
temos, em cada ano, incluídas no plano plurianual. 
Isto denota, por um lado, que estamos a ir ao encontro das expectati-
vas das pessoas e, por outro, que os munícipes percebem a estratégia 
de desenvolvimento que lhes propusemos e reconhecem o território. 
Defendem, por exemplo, que a educação deve ser uma das áreas a 
requerer mais atenção, tal como a qualificação de infra-estruturas. 
Depois, as suas preocupações vão para sectores que não sendo da 
responsabilidade da Câmara, preocupam os autarcas em geral - os da 
saúde e segurança.
Vejo as pessoas do concelho de Palmela identificarem as prioridades 
em sintonia com os objectivos traçados no mandato. Depois, quando 
observam a inclusão de obras concretas, propostas durante a discus-
são do orçamento participativo, no plano de actividades da Câmara, 
passam a sentir que o seu envolvimento tem credibilidade, o que es-
timula a sua vontade de participar. 
 
Metrópoles - O compromisso da autarquia para com a qualidade, 
subjacente à apresentação da Carta de Qualidade do Município que 
lidera, assenta, essencialmente, em que sectores de actividade?
Ana Teresa Vicente - O nosso projecto da Qualidade é amplo e trans-
versal a toda a actividade municipal. 
uma das grandes prioridades para o nosso mandato era precisamen-
te a qualificação dos serviços municipais.
A Câmara Municipal precisava, e continua a precisar, de melhorar os 
serviços que presta aos cidadãos. Por isso começámos a concretizar 
o projecto de introdução de um balcão único. 
entrevista
16.17 mtpaml
entrevista
Criámos três grandes espaços de atendimento, onde se pode tratar 
tudo, nas nossas três maiores freguesias – Palmela, Pinhal Novo e 
Quinta do Anjo. Procurámos, assim, acabar com algo que é muito in-
cómodo para as pessoas, que é terem de andar a descolar-se para os 
vários serviços camarários para tratar da água, da licença de habita-
ção ou da compra das senhas para as crianças, por exemplo. Hoje, 
nos nossos espaços de atendimento é possível tratar de qualquer 
assunto relacionado com a Câmara Municipal de Palmela.
A ideia de serviço de atendimento com mais qualidade, horários alar-
gados, e pessoal mais qualificado é, assim, um dos nossos grandes 
projectos da Qualidade. Mas há outros mais específicos.
Trabalhámos também na introdução de métodos e metas de qua-
lidade ao nível do urbanismo. Onde? Por exemplo na redução dos 
tempos. 
Apesar de termos de cumprir a lei, podemos fazê-lo de forma mais 
simples. É o caso das fotocópias, um acto de rapidez demasiado ób-
via para que o cidadão tenha de esperar muitos dias para a obter.
O nosso objectivo é simplificar, tornando toda a administração urba-
nística mais acessível ao cidadão em geral. 
Mas temos outros projectos de qualidade. um contributo para atingir 
esse objectivo é o nosso centro de formação, que trabalha para a 
Câmara Municipal, mas presta igualmente serviços ao exterior em 
parceria com instituições locais e regionais. 
Por tudo isto, digo que o projecto da Qualidade desenvolve-se de 
forma transversal, e continuará a fazer parte dos nossos próximos 
objectivos.
Metrópoles - A Câmara Municipal tem vindo a reivindicar a cons-
trução das variantes às estradas nacionais (EN) 252 e 379, que 
cruzam o território concelhio e atravessam os principais centros 
urbanos, por razões de reforço de segurança rodoviária. Qual a 
receptividade desta exigência junto dos responsáveis políticos 
nacionais? 
Ana Teresa Vicente - Temos duas fases. A primeira foi aquela em 
que fomos falando sozinhos. Fizemos os estudos prévios, quer da 
variante à estrada nacional 252, que atravessa o Pinhal Novo, quer 
da variante à EN 379, que atravessa a Quinta do Anjo, e apresentá-
mo-los à Estradas de Portugal (EP). Até determinado momento não 
tivemos nenhuma receptividade, porque eram consideradas obras 
muito caras, não faziam parte do Plano Nacional de Variantes e não 
eram prioritárias.
Fruto das exigências e da cooperação que fomos tendo, e da opor-
tunidade que os novos investimentos projectados para a região tra-
zem, concretamente a construção da maior plataforma logística do 
país, no concelho de Palmela, conseguimos que a Estradas de Por-
tugal aprovasse e se responsabilizasse pela execução da variante 
à EN 252. 
Foi assinado um protocolo em que, de acordo com os desenhos da 
Câmara Municipal e os que correspondem às necessidades que a pla-
taforma logística vai criar, conseguimos aprovar o projecto, cujo lan-
çamento deverá decorrer no próximo ano. Eu espero que a variante 
esteja construída quando a plataforma logística do Poceirão estiver 
a funcionar em pleno, sob pena da qualidade de vida dos nossos ci-
dadãos ficar comprometida. É preciso não esquecer que, no início da 
sua actividade, nas nossas estradas irão movimentar-se mais cerca 
de mil camiões por dia, número que crescerá para os cinco mil em 
velocidade de cruzeiro. 
Metrópoles - Quais os benefícios que a construção do novo aero-
porto internacional em Alcochete traz para Palmela?
Ana Teresa Vicente - uma posição quase unânime da região é que 
o Aeroporto em Alcochete é um benefício para o país. 
A AML é fundamental para o equilíbrio nacional. E nela é essencial 
que haja uma margem sul tão competitiva como a norte, algo para 
o qual esse grande investimento na Península de Setúbal vai con-
tribuir definitivamente.
A expectativa que temos é que muitos investimentos que irão 
ocorrer em torno e a propósito do aeroporto aconteçam nesta re-
gião. E também que eles contribuam para a qualificar, tornando-a 
mais competitiva. 
uma das questões essenciais que se colocam à Península de 
Setúbal é a forma de utilização das grandes vantagens que ela 
tem em termos naturais, de espaço disponível e de aglomerados 
urbanos - que são ainda de dimensão humana - onde é possível 
ainda dispor de qualidade de vida. Há que utilizar todas estas van-
tagens como um conjunto de condições naturais ou construídas, 
que poderão claramente beneficiar a instalação de outros inves-
timentos.
Mas há outra coisa também importante. A Península de Setúbal, 
fruto das muitas etapas por que passou, entre elas algumas de 
crise significativa, como a dos anos 80, tem infra-estruturas in-
dustriais disponíveis para receber os investimentos que têm de 
ser feitos, sem destruir áreas naturais de paisagem protegida. 
Refiro-me, por exemplo, à Siderurgia, Quimiparque, a toda a zona 
da Margueira. Se todas estas infra-estruturas industriais forem 
utilizadas para instalar serviços ligados ao aeroporto, contribui-
-se para qualificar a Península de Setúbal e potenciar a competi-
tividade da AML. 
espero que a variante
à en 252 esteja construída 
quando a plataforma
logística do poceirão
estiver a funcionar em pleno
18.19 mtpaml
O site institucional da Área Metropolitana de Lisboa, em www.aml.pt, 
foi renovado e expandido, com a implementação de novas funciona-
lidades, pretendendo constituir-se cada vez mais como um instru-
mento de comunicação entre os Municípios e como um veículo de 
informação tanto para as organizações como para os 2.8 milhões de 
cidadãos da Área Metropolitana de Lisboa.
Das novas funcionalidades do site destacam-seas seguintes:
Agenda Cultural e Desportiva Metropolitana Online•	
Portal de Informação Geográfica•	
Central de Compras Electrónicas•	
Press Room•	
Blog E-Learning nas autarquias•	
AGENDA CULTURAL E DESPORTIVA METROPOLITANA
uma das novidades do site é a Agenda Cultural e Desportiva que, com um 
visual atractivo e intuitivo, disponibiliza os eventos culturais e despor-
tivos dos e nos 18 Municípios que integram a AML (Alcochete, Almada, 
Amadora, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odivelas, 
Oeiras, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira).
Concebida sob o princípio da acessibilidade, permite que o cidadão, 
através de um simples clic, tenha acesso a toda a diversidade da ofer-
ta cultural e desportiva disponível no território metropolitano, poden-
do efectuar pesquisas por tipo de evento, por município ou por data.
Os que aderem à newsletter, podem optar por receber mensalmente 
ou todas as Sextas-Feiras, comodamente no seu e-mail, os eventos 
do mês ou da semana seguinte, o que tem permitido “fidelizar” uma 
comunidade de utilizadores do site e aumentar as visitas regulares.
Para além dos Municípios da AML, muitas outras entidades, que de-
senvolvem actividades no território metropolitano, já começaram a 
publicitar os seus eventos na Agenda. Refira-se, a título de exemplo: 
Fundação Calouste Gulbenkian; Museu da História Natural; Casa Fer-
nando Pessoa; Associação Industrial Portuguesa; Teatro Cornucópia; 
Teatro Ibérico; Teatro São Luiz; Museu Nacional do Traje; Fundação 
Oriente; Centro Cultural de Belém; Culturgest; Fundação EDP; Museu 
da Marioneta; Fundação Mário Soares; Museu Vieira da Silva/Arpad 
Szenes; CCDR-LVT; Instituto do Desporto de Portugal; diversas Gale-
rias de Arte e entidades de organização de eventos de carácter nacio-
nal e internacional.
aml trimestre
NOVAS FuNCIONALIDADES
do site da aml
aml trimestre
PORTAL DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Também o Portal de Informação Geográfica da Área Metropolitana de 
Lisboa está jaá disponível para consulta. Esta ferramenta visa po-
tenciar uma maior rentabilidade da informação já existente no Siste-
ma Metropolitano de Informação Geográfica (SMIG) e democratizar, 
de forma inovadora, o acesso à mesma, com um ênfase especial no 
carácter espacial dos dados.
Os conteúdos do Portal são bastante diversos, permitindo a realiza-
ção de pesquisas de âmbito local e regional e possibilitando a apre-
sentação do resultado graficamente, com a informação dos atributos 
alfanuméricos associados.
São de grande utilidade para o cidadão que pretende localizar equi-
pamentos escolares, desportivos, culturais, associativos, de saú-
de, entre outros, consultar informação estatística sobre população, 
alojamentos, família, bem como aceder a informação do PDM, PROT, 
Áreas Protegidas, geologia, ocupação do solo, eixos de via e pontos de 
interesse do território da Área Metropolitana de Lisboa. 
Existem ainda outras funcionalidades relevantes como a possibi-
lidade de cálculo de percursos (routing), a consulta de ortofoto-
mapas, medição de distâncias, impressão e envio de mapas por 
e-mail.
O Portal é também um importante instrumento de trabalho, pois foi 
preparado para proporcionar bases às entidades que intervêm direc-
tamente na gestão territorial da Área Metropolitana e constituir uma 
importante fonte de informação para estudos académicos e de inves-
tigação sobre o território metropolitano.
É igualmente uma ferramenta útil para a própria AML, no cumprimen-
to da sua missão de assegurar a pesquisa, preparação e apoio técni-
co às acções de divulgação e de cedência de informação geográfica 
metropolitana, no país e no estrangeiro.
O portal está em constante actualização, pois à medida que o sis-
tema se vai desenvolvendo e evoluindo, há uma contínua manuten-
ção e actualização da informação e dos dados existentes, de forma 
a constituir uma base de conhecimento fiável.
CENTRAL DE COMPRAS ELECTRÓNICAS DA AML
Na sequência da constituição da Central de Compras Electrónicas 
da Área Metropolitana de Lisboa, aprovada em Assembleia Metro-
politana de 05 de Dezembro de 2008, sob proposta da Junta Metro-
politana de Lisboa, foi concebida uma nova imagem do respectivo 
website, disponível em www.cce.aml.pt.
A ênfase foi colocada na necessidade de se constituir um meio de 
comunicação eficaz quer com os 14 municípios aderentes (Almada, 
Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Odivelas, Palmela, 
Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sintra e Vila Franca de Xira), quer com as 
empresas, quer com o público em geral.
Com um design gráfico simples e de navegação intuitiva, a página 
transmite uma filosofia de simplicidade, transparência e eficácia, 
que norteia os processos de negociação dinâmica on-line.
20.21 mtpaml
Finalmente, dispõe de uma área reservada onde foi criado um espa-
ço restrito de trabalho colaborativo entre a CCE-AML e os municípios 
aderentes ao projecto (sharepoint), e que funciona como gestão 
documental. 
No site é, ainda, possível conhecer o historial da criação da CCE e 
visualizar o rosto da equipa do projecto.
É constituída por uma área aberta de divulgação e promoção das 
actividades inerentes ao projecto, e, sobretudo, com informação 
sobre concursos públicos nacionais e internacionais para a cele-
bração de Acordos Quadro promovidos pela AML. Contém, ainda, a 
legislação em vigor respeitante à contratação pública e às centrais 
de compras, entre outras (portal de informação).
aml trimestre
PRESS ROOM
O website da AML disponibiliza uma área de comunicação, onde po-
dem ser consultados todos os press releases das reuniões da Junta 
Metropolitana, Assembleia Metropolitana e Grupo de Vereadores da 
Educação da AML, bem como todas as reuniões com entidades ex-
ternas, assinaturas de protocolos, e outras actividades e projectos 
desenvolvidos pela Área Metropolitana de Lisboa.
Nessa mesma área o cibernauta tem acesso a um arquivo de impren-
sa, actualizado diariamente, onde pode consultar todas as notícias 
que assinalam a presença da Área Metropolitana de Lisboa nos me-
dia, bem como notícias sobre vários temas de interesse metropoli-
tano, nomeadamente, sobre a Junta Metropolitana, a Assembleia 
Metropolitana, o Regime Jurídico da Área Metropolitana e Autoridades 
Metropolitanas de Transportes, entre outras.
Este arquivo, para além de permitir uma consulta rápida das notícias 
recentes, permite também a consulta das mais antigas, constituindo-
-se como um repositório de imprensa para a posteridade.
BLOG E-LEARNING NAS AUTARQUIAS
Outra das grandes novidades do site reside na criação do blogue 
e-Learning nas autarquias. 
um blogue é principalmente um instrumento que permite fixar, ar-
ticular e filtrar ideias, estabelecer canais de comunicação dentro de 
uma comunidade, bem como estreitar linhas e orientações de tra-
balho. Não sendo propriamente uma função de um site, até porque 
adopta uma linguagem informal e o seu conteúdo tem geralmente um 
carácter subjectivo e partilhado, o blogue gravita em volta do site ins-
titucional, funcionando como área de trabalho ao nível da informação 
e do conhecimento, e, simultaneamente, de promoção institucional.
O blogue sobre e-learning foi publicado no âmbito do projecto “E-le-
arning nas Autarquias”, que teve início em 2007 e que visa a trans-
ferência de conhecimento processual ao nível do e-learning para os 
municípios da Área Metropolitana de Lisboa. 
aml trimestre
Trata-se não só de assegurar um espaço moderno e atractivo que 
permite prolongar a partilha e a difusão de conhecimento sobre esta 
inovadora forma de aprendizagem, mas também de apoiar e desen-volver uma região de conhecimento ao nível do e-learning, através 
da partilha de experiências na área das TIC’s e de projectos-piloto 
de formação em regime de e-learning dos municípios da AML e da 
promoção da reflexão sobre vários temas conexos, nomeadamente: 
modelos pedagógicos, tecnologia e plataformas, desenvolvimento 
de e-formação (e-formadores), gestão da formação e, a avaliação 
de projectos de formação.
Ao longo da vida deste blogue contamos com a participação activa 
dos municípios da AML e dos restantes profissionais da formação 
que têm contribuído para a transferência de conhecimento proces-
sual do e-learning para os municípios. De referir que há também uma 
área de comentários, onde é possível a todos os cibernautas criticar 
ou completar as notícias publicadas. Para comentar as notícias do 
blogue apenas é necessário fornecer um nome e um endereço de 
e-mail.
A aplicação web escolhida foi a WordPress, uma aplicação open 
source, sem custos, e com um excelente interface. Em termos esté-
ticos baseamo-nos no tema “Simpla”, com o design original de Phu, 
por ter um aspecto limpo e simples.
Consulte e/ou participe em www.aml.pt/blog/elearning-autarquias.
22.23 mtpaml
destaQue | abertura
ENTRE O APELO DA quALIDADE 
e o espartilho das finanÇas
projecto de implementação de um Sistema 
de Gestão da Qualidade, especialmente vo-
cacionado para os serviços relacionados 
com o Balcão Único de Atendimento. 
Procurámos também as instituições por 
onde passam a doutrina e a aplicação dos 
procedimentos de Certificação da Qualida-
de, nomeadamente o Instituto Português 
da Qualidade, que é a entidade oficial, nor-
mativa, nesta matéria; e a Associação Por-
tuguesa para a Qualidade, que promove e 
divulga práticas inovadoras nos domínios 
da Qualidade e da Excelência. Solicitámos 
aos seus presidentes, o Engº Jorge Mar-
ques dos Santos e o Engº José Figueiredo 
Soares, bem como a um investigador nesta 
área, o Prof. José Orvalho, três textos que 
constituem documentos informativos rele-
vantes para este Destaque temático. 
Trata-se, no fundo, de saber de que modo po-
demos entender a natureza e necessidade 
dos processos de Certificação da Qualidade, 
e qual foi a sua história recente. Indagar o 
que os torna especiais quando aplicados ao 
governo autárquico. E reflectir sobre o que 
falta melhorar: o enquadramento legal, o fun-
cionamento das instituições ou, no fundo, a 
aceitação de uma cultura da Qualidade que 
se torne consensual entre nós. 
Pelo lado dos constrangimentos financeiros 
que afectam o funcionamento dos serviços 
autárquicos, pedimos a alguns Presidentes 
de Câmaras da AML que comentassem o 
modo como sentem a actual Lei das Finan-
ças Locais, em vigor desde há pouco mais 
de dois anos. Responderam-nos o Engº Car-
los Teixeira (Loures) e o Dr. Fernando Seara 
(Sintra), cujos depoimentos enriquecem 
igualmente este número da Metrópoles, e 
por esse motivo agradecemos. 
O objecto do Destaque temático escolhido 
para a presente edição da Metrópoles é 
uma reflexão em duas direcções: por um 
lado, o apelo de melhoramento contínuo do 
serviço prestado pelas autarquias aos seus 
munícipes, com a entrada em cena dos 
procedimentos actuais de Certificação da 
Qualidade; por outro, o constrangimento fi-
nanceiro que limita as melhores intenções 
- e a consequente crítica, verbalizada por 
muitas Câmaras, quanto à Lei das Finanças 
Locais ou ao modo como o Governo a tem 
aplicado. 
Em tempo de crise global, estas duas coi-
sas potenciam-se mutuamente e podem 
tornar-se factor de instabilidade. Os cida-
dãos estão mais sensíveis ao governo de 
proximidade que é assumido pelo Poder 
Local, mais prontos a criticar as suas insu-
ficiências, mas também a reconhecer os 
seus progressos. Quanto às Câmaras, têm 
de viver com uma Lei das Finanças Locais 
com que nem sempre concordaram, numa 
conjuntura agravada pela crise. 
Procurámos, entre os Municípios da Área 
Metropolitana de Lisboa, exemplos em que a 
Certificação da Qualidade foi ou vai ser atri-
buída, e citamos três: a Câmara de Mafra, 
que recebeu da Associação Portuguesa de 
Certificação (APCER), em Novembro do ano 
passado, o reconhecimento pela conformi-
dade e eficácia do seu Sistema de Gestão 
da Qualidade (SGQ), segundo a norma ISO 
9001:2000; a Câmara de Lisboa, que teve 
atribuído há pouco mais de um ano, pela 
Associação Portuguesa para a Qualidade 
(APQ), o nível de Committed to Excellence 
ao seu Departamento de Empreitadas, Pre-
venção e Segurança de Obras; e a Câmara 
do Seixal, que tem vindo a desenvolver o 
24.25 mtpaml
destaQue | finanÇas locais - loures
Convenhamos que ainda é cedo para se pro-
ceder a um balanço qualitativo e quantitati-
vo dos resultados da aplicação da Nova Lei 
das Finanças Locais (NLFL). Contudo, de-
corridos dois anos da sua entrada em vigor, 
parece-nos oportuno chamar a atenção para 
a necessidade da sua realização, tal a impor-
tância para a vida das autarquias.
Envolvidos no turbilhão de afazeres e no 
desejo legítimo de proporcionar mais e me-
lhor bem estar aos munícipes, muitos de 
nós, autarcas, somos levados a esquecer 
os propósitos políticos desta Lei e a cingir 
a discussão em torno do tamanho da fatia 
do bolo financeiro destinado às autarquias 
que gerimos. Ora, como veremos adiante, a 
questão financeira, sendo sem dúvida muito 
importante, não o será em absoluto. 
Aprovada pelo Parlamento num quadro de 
enorme exigência no alcançar de metas 
orçamentais a que Portugal se encontra 
obrigado no âmbito da união Europeia, viu 
agora somar-lhe os efeitos da maior crise 
financeira e económica mundial desde a II 
Guerra. Mais tarde ou mais cedo, em maior 
ou menor grau, não restam dúvidas que a 
actual crise não deixará de criar, directa e 
indirectamente, impactos negativos na vida 
das autarquias.
Eis porque, sabendo nós da forte possibili-
dade de uma menor arrecadação de receitas 
pelas autarquias, nos vimos confrontados 
com a necessidade de procurar novos ca-
minhos e novas políticas nos Municípios 
que gerimos. O mesmo é dizer, que ganham 
maior acuidade os propósitos enunciados 
pelo Governo quando da apresentação da 
Proposta de Lei, que aqui relembramos.
1.º - Reforço da Autonomia Local, alargando 
os poderes próprios dos Municípios e das 
Freguesias e criando condições para a 
execução de um programa de descentrali-
zação de competências;
2.º - Garantia de uma maior coesão territorial 
e solidariedade entre o Estado e as Autar-
quias, entre os próprios Municípios e entre 
estes e as Freguesias;
3.º - Credibilização do poder local, elevando 
os padrões de rigor e transparência exigi-
dos na gestão autárquica.
Saber se estão a ser atingidos
os propósitos 
enunciados pela Lei
das Finanças Locais
Carlos Teixeira
Presidente da Câmara de Loures
da anualmente, não podendo o seu passivo, 
qualquer que seja a sua natureza, exceder 
esse limite.
E, para além deste limite ao endividamento 
líquido global, foram também estabelecidos 
limites à contracção de empréstimos, esta-
belecidos igualmente em funções de receita 
anualmente arrecadada.
Por tudo isto, e com a legitimidade de quem 
apoiou e participou proactivamente na dis-
cussão desta NLFL e do pacote legislativo 
que lhe está associado – Sector Empresarial 
Local e Regime de Taxas – atrevemo-nos a 
pensar que esta legislação contém um con-
junto de virtualidades que receamos não 
esteja a ser devidamente aproveitado pelas 
autarquias. Se assim for, importava que to-
dos soubéssemos - porquê?Desapaixonadamente, e com o sentido de 
responsabilidade que a actual crise a todos 
exige, importa avaliar se os propósitos que a 
NLFL pretende servir estão a ser atingidos.
Ou seja, por força dos mecanismos legais 
introduzidos, a autonomia local viu-se refor-
çada? E existe, de facto, uma maior coesão 
territorial e solidariedade? O poder local está 
mais credibilizado? 
Claro está que as respostas a estas ques-
tões exigem um trabalho profundo, de re-
colha, análise e tratamento de dados, no 
qual participem, se não todos, pelo menos o 
maior número de Municípios. Ninguém está 
em melhor condição que as diversas Asso-
ciações representativas das autarquias para 
o fazer. Aqui deixamos o repto.
uma maior justiça na repartição dos recur-
sos, procurou-se que as transferências fos-
sem de maior montante para os Municípios 
com menor auto capacidade fiscal e o inver-
so para os restantes.
Isto porque se estabeleceu que os Municí-
pios com maior capitação de receitas munici-
pais seriam contribuintes líquidos do Fundo 
de Coesão, através de complexo mecanismo 
compensatório associado a este Fundo, cuja 
ponderação no FEF passou de 18%, na ante-
rior lei, para os 50% na actual.
O terceiro pilar desta nova Lei, relativo à cre-
dibilização do poder local, elencou um con-
junto de medidas destinadas a uma maior 
transferência e rigor na gestão autárquica.
Destacam-se neste capítulo a obrigatorie-
dade de nomeação de auditor externo, por 
deliberação da Assembleia Municipal, com 
competência para a revisão legal das con-
tas anuais dos Municípios que detenham 
capital em fundações ou entidades do sector 
empresarial local; a consolidação de con-
tas nos Municípios que detenham serviços 
municipalizados ou a totalidade do capital 
de entidades do sector empresarial local; o 
reforço dos meios de publicitação e dos de-
veres “report” de informação económica e 
financeira.
E, relativamente ao rigor na gestão financei-
ra, introduziu-se o conceito de endividamen-
to líquido municipal e definiram-se novos 
limites ao endividamento, com penalizações 
em caso de incumprimento, limites estes 
que podem ser definidos diferentemente 
pelo Orçamento do Estado ao previsto na 
NLFL.
Nesta matéria a reforma foi bastante pro-
funda. Lembremo-nos que a anterior legis-
lação estabelecia limites para, e por via, do 
serviço da dívida anual, enquanto agora os 
limites máximos de endividamento são es-
tabelecidos, por assim dizer, em função do 
volume de certo tipo de receitas que arreca-
Relativamente ao reforço da Autonomia Lo-
cal, considerou-se como tal o reforço do po-
der tributário dos Municípios, com a possibi-
lidade de estes poderem decidir o montante 
de IRS a cobrar aos seus munícipes, num in-
tervalo de 0% e 5%; uma maior autonomia na 
concessão de isenções fiscais relativamen-
te aos impostos municipais (IMI, IMT, IMV) e, 
no caso do Estado pretender conceder qual-
quer isenção relativa a estes impostos, ter 
de ouvir previamente o Município envolvido 
e ser obrigado a compensá-lo em caso de 
não haver concordância; a possibilidade dos 
Municípios, em associação, poderem cobrar 
os seus próprios impostos e, ainda, o reforço 
da autonomia na criação de Taxas.
E, por outro lado, a criação do Fundo Social 
Municipal, destinado a financiar a descen-
tralização de competências ao nível da ac-
ção social, da educação e saúde. um propó-
sito claro de concentração de esforços nas 
pessoas e não tanto no domínio das infra-
estruturas, que até aí se verificava no todo 
nacional.
Depois, relativamente ao reforço da coesão 
e da solidariedade entre o Estado e as au-
tarquias e destas entre si, estabeleceu-se 
o princípio da variação das transferências 
consoante o ciclo económico. As transfe-
rências do Estado para as autarquias serão 
de montante superior em época de maior 
arrecadação de receita fiscal, por efeito do 
crescimento económico, e serão menores 
na situação inversa.
Por outro lado, estiveram presentes as preo-
cupações com o ambiente e o ordenamento 
do território. A este nível, a discriminação 
positiva dos Municípios cujo território esteja 
incluído em Rede Natura ou área protegida, 
bem como o volume de população - nova-
mente a aposta em políticas centradas nas 
pessoas -, nas ponderações dos critérios de 
repartição do Fundo Geral Municipal.
Não menos importante, e com o intuito de 
26.27 mtpaml
Vivemos nestes últimos meses, em Portugal, 
na Europa e no Mundo, um cenário de crise 
acentuada, cujos primeiros impactos prove-
nientes do sector financeiro se propagaram 
fortemente à generalidade da actividade 
económica, tornando impossível delimitar, 
de momento, quer a extensão do seu impac-
to quer o horizonte temporal necessário à 
recuperação.
A quebra acentuada das receitas provenien-
tes dos impostos directos, aliada ao acrés-
cimo das angústias sociais, reflectidas no 
desemprego, no sentimento de inquietação 
colectiva, no desenquadramento cultural 
das minorias ou no abandono escolar, provo-
carão no curto/médio prazo a alteração dos 
paradigmas das políticas locais que vinham 
sendo seguidas na generalidade das autar-
quias portuguesas.
É este o momento adequado para os Municí-
pios repensarem as suas formas de financia-
mento, quer aqueles cujos orçamentos são 
suportados em oitenta por cento por receitas 
próprias, quer os que dependem em oitenta 
por cento das transferências do Orçamento 
de Estado.
Esta reforma passa, em larga medida, pela 
alteração da Lei das Finanças Locais (LFL).
As preocupações que estiveram subja-
centes à elaboração da Lei foram as de ga-
rantir a correcção de desigualdades entre 
Municípios com diferentes capacidades de 
arrecadação de receitas ou com diferentes 
necessidades de despesa, traduzida esta 
última na garantia de financiamento aos Mu-
nicípios com despesas sociais elevadas, no-
meadamente nas áreas da educação, saúde 
e acção social, que viessem a ser compen-
sados do esforço que estruturalmente têm 
que desenvolver. 
No entanto, durante o processo de discus-
são, este princípio foi sendo substituído pelo 
primeiro, concluindo com a introdução do fa-
moso artigo 29º da LFL – também conhecido 
como lei travão – que simplesmente anula 
tudo o que lhe antecede. 
Os princípios básicos de reafectação das 
receitas do Orçamento de Estado para os 
Municípios têm a ver com factores como a 
população, a área, ou a área afecta à rede 
Natura 2000, e a correcção das desigual-
dades de oportunidades entre os diversos 
concelhos. 
No caso concreto do Município de Sintra, o 
seu crescimento populacional, aliado aos 
restantes critérios previstos na Lei, impu-
nha que a transferência do Orçamento de 
Estado fosse bem superior a 50 milhões de 
euros. No entanto, após a aplicação do cita-
do artigo, o Município apenas tem direito a 
receber cerca de 36 milhões de euros - ou 
seja, este corte, que representa uma dimi-
nuição de 28% face ao que a Lei estipulava, 
destaQue | finanÇas locais - sintra
A crise afecta os Municípios 
e impõe com toda a urgência
que esta Lei 
seja alterada
Fernando Seara
Presidente da Câmara de Sintra
não se repercute evidentemente em redu-
ção semelhante no apoio social escolar ou 
na intervenção social do Município. Antes 
pelo contrário! Bem pelo contrário! 
A intenção que subjaz à descaracterizada 
LFL é a de promover a educação e saúde, 
nos locais menos desenvolvidos do País, in-
dependentemente do número de habitantes 
ser 100, 500 ou 1.000, permitindo a estas 
populações iguais oportunidades

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