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Direito Processual Penal Elementos Interesse: “ situação favorável à satisfação de uma necessidade” (Carnelutti); Pretensão : intenção de subordinar interesse alheio ao próprio; Lide: Pretensão resistida “No embate criminal , teremos de um lado , a pretensão do Estado de fazer valer o direito material, aplicando a pena ao caso concreto, e, do outro, o status libertatis do imputado, que só pode ser apenado após o devido processo legal. Resistência necessária do réu ( CF/88, art. 133- advogado é peça essencial à administração da justiça - Súmula 523 STF , que enfatiza que a falta de defesa constitui nulidade absoluta do processo. Direito Processual Penal ATENÇÃO! Na seara penal o conflito entre as partes é irrelevante, pois o bem jurídico tutelado é indisponível, ao passo que no processo civil, de regra, há poder de disposição das partes em face dos respectivos interesses. Há o interesse público prevalente na realização da justiça. Direito Processual Penal Ação Estado – direito de punir Sociedade- exigir a prestação jurisdicional Teorias da Ação a) Ação como vingança privada: Estado não exercia jurisdição penal, cabia ao ofendido exercer a vingança privada( ação material da vítima); b) Ação civilista ou imanentista: a ação manejada pelo interessado representa o próprio direito do indivíduo; c) Ação como direito concreto: é entendida como direito a uma sentença favorável; d) Ação como direito potestativo: a ação se caracteriza como poder jurídico; Direito Processual Penal Processo Conceito: é o instrumento de atuação da jurisdição. É a principal ferramenta para solucionar os conflitos de interesses que se apresentam. É o ato de “proceder”. Procedimento Conceito: é a sequência de atos concatenados a um objetivo final. O provimento jurisdicional é um elemento constitutivo subjetivo, qual seja, o procedimento Direito Processual Penal Relação jurídica processual ( aspecto subjetivo do processo) Nexo que une e disciplina a conduta dos sujeitos processuais em suas ligações recíprocas durante o desenrolar do procedimento, sendo seus elementos identificadores: Sujeitos processuais: partes e magistrado; a) Objeto da relação: b) Aspecto material: bem da vida; c) Aspecto processual: provimento jurisdicional desejado; d) Os pressupostos processuais : e) Subjetivos: f) Relativos ao juiz : Investidura: necessidade de estar investido no cargo em conformidade com a CF e a legislação em vigor; Competência: é a medida da jurisdição. É o limite legal dentro do qual o órgão jurisdicional poderá atuar; Ausência de suspeição: é a imparcialidade necessária para o exercício da jurisdição. As hipóteses que levam a suspeição e ao impedimento do magistrado estão listadas nos artigos 252,253 e 254 do CPP. Direito Processual Penal Relativos às partes: • Capacidade de ser parte: é a capacidade de contrair obrigações e exercer direitos. Para ser parte passiva no processo penal, é preciso que o agente tenha idade igual ou superior a dezoito anos, considerada à época da ocorrência dos fatos narrados na inicial. • • * Capacidade de estar em juízo “sozinho”: refere-se à necessidade de assistência e representação daqueles que não gozam de plena capacidade. • * Capacidade postulatória: necessária para o pleito judicial. • Objetivos • - Extrínsecos: ausência de fatos impeditivos para o regular tramitar procedimental, a exemplo da inexistência de coisa julgada ou de litispendência; • Intrínsecos: regularidade formal, respeito à disciplina normativa do processo, ao devido processo legal. Sistemas Processuais Penais Sistema Inquisitorial Início – século XIII e propagando-se por toda a Europa até o século XVIII. Característica principal: concentração das funções de acusar e julgar em uma única pessoa ( juiz acusador- juiz inquisidor). Crítica: concentração de poderes nas mãos do juiz compromete, invariavelmente, sua imparcialidade. Ausência do contraditório – a gestão das provas estava concentrada nas mãos do juiz e tomando como parâmetro a lei, podia chegar à conclusão que desejasse. O acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de direitos. Sistemas Processuais Penais Sistema Acusatório Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se a acusação e defesa em igualdade de condições, e a ambas se sobrepondo um juiz, de maneira equidistante e imparcial. Predominam a oralidade e a publicidade, assim como o princípio da presunção de inocência. Sob o ponto de vista probatório aspira-se uma posição de passividade do juiz quanto à reconstrução dos fatos. Com o objetivo de preservar a sua imparcialidade, o magistrado deve deixar a atividade probatória para as partes. Sistemas Processuais Penais ATENÇÃO No sistema acusatório, a gestão das provas é função das partes, cabendo ao juiz um papel de garante das regras do jogo, salvaguardando direitos e liberdades fundamentais (acusado passa a ser sujeito de direitos). Autor e réu constroem através do confronto a solução justa do caso penal. Sistemas Processuais Penais A CF/88 acolheu de forma explícita o sistema acusatório ( Art. 129, inciso I), que tornou privativa do Ministério Público a propositura da ação penal pública . Sistemas Processuais Penais Inquisitorial Não há separação das funções de acusar, defender e julgar, que estão concentradas em uma única pessoa; Princípio da verdade real- o acusado não é sujeito de direitos, admitindo-se inclusive a tortura como meio de se obter a verdade absoluta; Gestão da prova: o juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa acusatória e probatória, tendo liberdade para determinar de ofício a colheita de elementos informativos e de provas, seja no curso das investigações, seja no curso da instrução processual; A concentração de poderes nas mãos do juiz e a iniciativa acusatória dela decorrente é incompatível com a garantia da imparcialidade e com o princípio do devido processo penal. Sistemas Processuais Penais Sistema Acusatório Separação das funções de acusar, defender e julgar. Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em igualdade e condições, sobrepondo-se a ambas um juiz, de maneira equidistante e imparcial; O princípio da verdade real é substituído pela busca da verdade, devendo a prova ser produzida com fiel observância ao contraditório e à ampla defesa; Gestão da prova: recai precipuamente sobre as partes. Na fase investigatória, o juiz só deve intervir quando provocado, e desde que haja necessidade de intervenção judicial. O juiz terá certa iniciativa probatória, podendo determinar a produção de provas de ofício, desde que o faça de maneira subsidiária. Sistemas Processuais Penais Sistema misto ou francês O sistema inquisitorial passa a sofrer alterações com a modificação napoleônica, que instituiu o denominado sistema francês. Duas fases: a) Tipicamente inquisitorial, com a instrução escrita e secreta, sem acusação e, por isso, sem contraditório. Objetiva-se apurar a materialidade e a autoria do fato delituoso ; b) Acusatória, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade. Sistemas Processuais Penais Sistema misto ou francês Com o advento do Código de Processo Penal( Lei 3689/41), prevalecia o entendimento de que o sistema nele previsto era misto. a) Fase inicial( inquisitorial) - inquérito policial; b) Fase acusatória – instrução processual. CF/88: previsão expressa de separação das funções de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, o princípio da presunção de não culpabilidade, o que caracteriza o nosso sistema como ACUSATÓRIO. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Mandamentos nucleares de um sistema TratadosInternacionais de Direitos Humanos firmados pelo Brasil incluíram diversas garantias ao modelo processual penal brasileiro. “ Pacto de São José da Costa Rica”: Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que prevê diversos direitos relacionados à tutela da liberdade pessoal e inúmeras garantias judiciais. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Da presunção de inocência ( ou da não culpabilidade) Documentos internacionais de Direitos Humanos (Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão ; DUDH; Pacto dos Direitos Civis e Políticos). CF/88- Art. 5º , Inciso LVII“ Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. Do princípio da presunção de inocência ( ou de não culpabilidade) derivam duas regras fundamentais: a regra probatória e a regra de tratamento. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Da regra probatória( in dubio pro reo) Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova, incumbindo-lhe demonstrar que o acusado praticou o fato delituoso que lhe foi imputado na peça acusatória. Prisão Cautelar O cerceamento cautelar da liberdade só pode ocorrer em situações excepcionais e de estrita necessidade. Embora a regra seja a isonomia processual, em situações específicas deverá haver uma preponderância do interesse do acusado. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL STF O status de inocência prevalece até o trânsito em julgado da sentença final, ainda que pendente de recurso especial e/ou extraordinário, sendo que a necessidade/utilidade do cárcere cautelar pressupõe a devida demonstração. A Lei 11.719/2008, revogou o art. 594 do CPP, dispositivo que condicionava o direito do réu de apelar ao recolhimento à prisão. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL STF Em julgado diverso, o STF modificou seu posicionamento sobre o tema. Seu órgão Pleno deliberou que após confirmação da condenação penal por tribunal, em segundo julgamento, poderá ser iniciada a execução da pena de forma provisória, antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. STF. Informativo 814 (Pleno HC 126292/SP- Rel. Teori Zavascki- 17/02/16). Art. 5º, LVII, CF/88; Art. 283, CPP ( Lei 12.403/11) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da imparcialidade do juiz Característica essencial do perfil do juiz consistente em não poder ter vínculos subjetivos com o processo de modo a lhe tirar o afastamento necessário para conduzi-lo com isenção. ( CF/88 art. 5º, XXXVII e LIII). ex officio Impedimento Suspeição PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ATENÇÃO! A CF/88 confere ao magistrado as garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios ( art. 95) para que ele possa atuar com isenção – o que inclui declarar-se suspeito ou impedido( arts. 254 – hipóteses de suspeição e 252- hipóteses de impedimento). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da igualdade processual ( paridade de armas e sua distinção). Consagra tratamento isonômico das partes no transcorrer processual ( art. 5º, caput, da Constituição Federal/88). Prevalência da igualdade material – os desiguais devem ser tratados de forma desigual, na medida de suas desigualdades. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Alterações introduzidas no art. 134, da CF, assegurando A autonomia da Defensoria Pública. Seria fictícia a paridade , se o MP, acusador oficial, desfrutasse da estrutura e condição digna e necessária de trabalho, ao passo que os defensores, assoberbados pelas demandas que se acumulam, ficassem subjugados a boa vontade do Executivo para que pudessem galgar um mínimo de estrutura para desempenhar as suas funções. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ATENÇÃO! O princípio da paridade de armas, embora seja tratado como sinônimo de igualdade ou isonomia no processo penal, tem conteúdo mais rico, indicando o direito de defesa de desempenhar um papel proativo, principalmente na produção de prova e no exercício de poderes que possibilitem a plena igualdade ( art. 8, do Pacto de São José da Costa Rica). Poder do acusado atuar com os mesmos instrumentos garantidos à acusação, ex: interceptação telefônica, busca e apreensão, etc. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência Art. 5º , LV, CF/1988 Impõe que às partes deve ser dada a possibilidade de influenciar no convencimento do magistrado, oportunizando-se a participação e manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual. De modo diverso ao que ocorre no âmbito processual civil, no processo penal não é suficiente assegurar ao acusado apenas o direito à informação e á reação em um plano formal. “ Estando em discussão a liberdade de locomoção, ainda que o acusado não tenha interesse em oferecer reação á pretensão acusatória, o próprio ordenamento jurídico impõe a obrigatoriedade de assistência técnica de um defensor”. (CPP, arts. 261 e 467, V). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ATENÇÃO! O entendimento majoritário é que não é exigível o direito ao contraditório em sede de inquérito policial, já que se trata de procedimento administrativo de caráter informativo. Súmula Vinculante 14 “ acesso amplo aos elementos de prova” colhidos no procedimento investigatório. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL No processo penal, tem-se como exemplo colhido na jurisprudência e que enfatiza a necessidade de paridade de armas, como o que delimitou o direito do Ministério Público à intimação pessoal, considerando-o intimado quando da entrada dos autos na respectiva repartição ministerial. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ATENÇÃO! O Novo CPC estabelece regras que dão concreção ao contraditório enquanto princípio constitucional, assegurando às partes a paridade de tratamento no curso do processo e declarando competir ao juiz velar pelo efetivo contraditório. O CPC evidencia a necessidade de participação dos interessados, toda vez que se estiver diante da possibilidade de providência PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da ampla defesa É garantia do acusado ( art. 5º, LV, CF/88) – ampla possibilidade de defesa, lançando-se mão dos meios e recursos disponíveis e a ela inerentes, sendo dever do Estado prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos( art. 5º, LXXIV, CF/88). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Subdivisões: a) Defesa técnica( processual ou específica)- obrigatória; b) Autodefesa(defesa material ou genérica)- conveniência do réu ( direito ao silêncio). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL STF- Súmula 523- defesa técnica: “ no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL CPP prevê a necessidade de nomeação de defensor para oferecimento da resposta à acusação, quando o acusado não apresenta-la no prazo legal ( art. 396, parágrafo 2º ). Lei de Drogas( 11.343/06): art. 55, parágrafo 3º. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL ATENÇÃO! Ampla defesa NÃO se confunde com “plenitude de defesa”, estabelecida como garantia própria do Tribunal do Júri no art. 5º, XXXVIII, “a”, CF/1988. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da ação, demanda ou iniciativa das partes Cabe às partes a provocação do Poder Judiciário, exercendo o direito de ação, no intuito da obtenção do provimento jurisdicional. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da oficialidade Os órgãos incumbidos da persecução criminal(inquérito policial e processo), atividade eminentemente pública, são órgãos oficiais por excelência, tendo a Constituição Federal consagrado atitularidade da ação penal pública ao Ministério Público( art. 129, I), e disciplinando a polícia judiciária no parágrafo 4º, do seu art. 144. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da oficiosidade A atuação oficial na persecução criminal, como regra, ocorre sem necessidade de autorização, isto é, prescinde de qualquer condição para agir, desempenhando suas atividades ex officio. Excepcionalmente, o início da persecução penal pressupõe autorização do legítimo interessado, como se dá na ação penal pública condicionada à representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça ( art. 24, CPP). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da verdade real ou substancial Também conhecido como princípio da livre-investigação da prova no interior do pedido, princípio da imparcialidade do juiz na direção e apreciação da prova, princípio da investigação, princípio inquisitivo e princípio da investigação judicial da prova. Deve-se buscar a verdade processual, identificada como verossimilhança( verdade aproximada), extraída de um processo pautado no devido procedimento, respeitando-se o contraditório, a ampla defesa, a paridade de armas e conduzido por magistrado imparcial. Objetivo: prolação de decisão que reflita o convencimento do julgador, construído com equilíbrio e que se reveste com a justa medida, seja por sentença condenatória ou absolutória. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Aury Lopes Jr. reputa um grave erro se falar em verdade real, não só porque a própria noção de verdade é excessiva e difícil de ser apreendida, mas também pelo fato de não se poder atribuir o adjetivo de real a um fato passado, que só existe no imaginário. O real estaria vinculado ao presente, e o crime, como fato necessariamente da história, será reconstruído no processo. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da obrigatoriedade Órgãos incumbidos da persecução penal, estando presentes os permissivos legais, estão obrigados a atuar. A persecução penal é de ordem pública, e não cabe juízo de conveniência ou oportunidade. Assim, o delegado de polícia e o promotor de justiça, como regra, estão obrigados a agir, não podendo exercer juízo de conveniência quanto ao início da persecução. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Nos crimes de ação penal privada, quais sejam, naqueles em que a titularidade da ação foi conferida à própria vítima ou ao seu representante legal, o que vigora é o princípio oposto, ou seja, o da oportunidade, pois cabe a ela ou ao seu representante legal escolher entre dar início à persecução criminal ou não. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da obrigatoriedade: Diante dos permissivos legais, delegado e MP estão obrigados a atuar- aplicado na ação penal pública Princípio da obrigatoriedade limitada: Mesmo diante dos permissivos legais é possível deixar de oferecer a denúncia, oferecendo a transação penal ( art. 76 da Lei 9099/1995). Princípio da oportunidade: Cabe à vítima ou seu representante optar pelo início ou não da persecução- aplicado na ação penal privada PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da indisponibilidade Uma vez iniciado o inquérito policial ou o processo penal, os órgãos incumbidos da persecução criminal não podem deles dispor. O delegado não pode arquivar os autos do IP ( art. 17, CPP) e o promotor não pode desistir da ação interposta ( art. 42, CPP). Caso o membro do Ministério Público esteja convencido, após a instrução probatória, da inocência do réu, deve manifestar-se , como guardião da sociedade e fiscal da justa aplicação da lei, em sede de alegações finais, pela absolvição do imputado, o que não significa disponibilidade do processo. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da indisponibilidade: iniciado o inquérito ou o processo, delegado e MP não podem dele desistir. Aplicação na ação penal pública. Mitigação à indisponibilidade: ao oferecer a denúncia, o MP pode propor a suspensão condicional do processo. Ocorre nas infrações com pena mínima igual ou inferior a um ano ( art. 89 da Lei 9099/95). Princípio da disponibilidade : vítima ou seu representante podem dispor da ação iniciada. Aplicado na ação penal privada . PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do impulso oficial Uma vez recebida a inicial acusatória, cabe ao magistrado velar para que este chegue ao seu final, marcando audiências, estipulando prazos, determinando intimações, enfim, impulsionando o andamento do próprio procedimento. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da motivação das decisões É uma decorrência expressa do art. 93, inciso IX, da CF/88, asseverando que o juiz é livre para decidir, desde que o faça de forma motivada, sob pena de nulidade insanável. Existe relação direta entre a obrigatoriedade de motivação das decisões e o sistema do livre convencimento do juiz, adotado pelo art. 155, caput, do CPP. A fundamentação, no processo penal, deve se apoiar nos elementos produzidos perante o contraditório judicial, “ressalvando-se desta exigência tão somente as provas cautelares, realizadas antecipadamente e não sujeitas à repetição”. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da publicidade A publicidade dos atos processuais é a regra. Publicidade é a permissividade de acesso dos autos processuais conferida a todos os interessados. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Limites a defesa à publicidade: devem, por exceção, estar formalmente delimitados por fonte formal de direito ( CF ou lei). O sigilo é, nesses termos, admissível, notadamente quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem ( art. 5º , LX, CF/1998). Art. 792, parágrafo 1º, do CPP, prevê o sigilo se da publicidade do ato puder ocorrer escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL No inquérito policial, por se tratar de fase pré-processual, é regido pelo princípio da sigilação . Contudo, assegura-se ao advogado a consulta aos autos correspondentes. ( súmula vinculante 14 STF). PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do duplo grau de jurisdição Assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais, através do sistema recursal, onde as decisões do juízo a quo podem ser reapreciadas pelos tribunais. Decorrência da CF/1988 que, em vários dispositivos, atribui competência recursal aos diversos tribunais do país. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do juiz natural Consagra o direito de ser processado pelo magistrado competente ( art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do promotor natural ou promotor legal Veda a designação arbitrária, pela Chefia da Instituição, de promotor para patrocinar caso específico. O STF, em julgamento que teve como Relatora a Ministra Ellen Gracie, contrariando julgamentos anteriores da própria Corte, entendeu pela inexistência do princípio do promotor natural, sob o argumento de que tal princípio é incompatível com o da indivisibilidade do Ministério Público. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do Defensor Natural Vedação de nomeação de defensor diverso daquele defensor público que tem atribuição legal para atuar na causa. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio do devido processo legal O devido processo legal é o estabelecido em lei, devendo traduzir-se em sinônimo de garantia, atendendo assim aos ditames constitucionais. Com isto, consagra-se a necessidade do processo tipificado, sem a supressão e/ou desvirtuamento de atos essenciais. Deve ser analisado em duas perspectivas: Processual: que assegura a tutelade bens jurídicos por meio do devido procedimento. Material: reclama, no campo da aplicação e elaboração normativa, uma atuação substancialmente adequada, correta, razoável. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da economia processual Deve-se buscar a maior efetividade, com a produção da menor quantidade de atos possível. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da oralidade Assegura a produção dos atos processuais de forma verbal, sem impedimento da redução a termo dos atos mais relevantes, o que vai refletir na maneira de conduzir o procedimento. a) Imediatidade: o ideal é que a instrução probatória se desenvolva perante o magistrado; b) Concentração: é o desejo de que os atos da instrução sejam reunidos em uma só audiência, ou na menor quantidade das mesmas; c) Identidade física do juiz: por ele, o magistrado que conduziu a instrução deve obrigatoriamente julgar a causa, salvo hipóteses excepcionais expressamente contempladas; PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da autoritariedade Consagra que os órgãos incumbidos da persecução penal estatal são autoridades públicas. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da duração razoável do processo A prestação da jurisdição envolve a tensão entre necessidade de segurança e de prestação célere. EC 45/2004- “ a todos, no âmbito judicial e administrativo, devem ser assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação( art. 5º, LXXVIII)”. O direito à celeridade pertence tanto à vítima como ao réu. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da proporcionalidade Requer do intérprete a análise de três aspectos: a) necessidade; b) adequação; c) Proporcionalidade em sentido estrito. Deve ser visto, ainda, na vertente da proibição do excesso e da proteção deficiente. No processo penal, o princípio da proporcionalidade tem especial aplicação na disciplina legal da validade da prova. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL Princípio da inexigibilidade da autoincriminação Assegura que ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si mesmo, tem pontos de contato com o princípio da presunção de inocência e com o direito ao silêncio assegurado pela Constituição.
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