Buscar

PRINCÍPIOS PROCESSO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Processual Penal
Elementos
Interesse: “ situação favorável à satisfação de uma necessidade” (Carnelutti);
Pretensão : intenção de subordinar interesse alheio ao próprio;
Lide: Pretensão resistida
“No embate criminal , teremos de um lado , a pretensão do Estado de fazer valer o
direito material, aplicando a pena ao caso concreto, e, do outro, o status libertatis do
imputado, que só pode ser apenado após o devido processo legal.
Resistência necessária do réu ( CF/88, art. 133- advogado é peça essencial à administração
da justiça - Súmula 523 STF , que enfatiza que a falta de defesa constitui nulidade
absoluta do processo.
Direito Processual Penal
ATENÇÃO!
Na seara penal o conflito entre as partes é
irrelevante, pois o bem jurídico tutelado é
indisponível, ao passo que no processo civil, de
regra, há poder de disposição das partes em face
dos respectivos interesses. Há o interesse público
prevalente na realização da justiça.
Direito Processual Penal
Ação
Estado – direito de punir
Sociedade- exigir a prestação jurisdicional
Teorias da Ação
a) Ação como vingança privada: Estado não exercia jurisdição penal,
cabia ao ofendido exercer a vingança privada( ação material da
vítima);
b) Ação civilista ou imanentista: a ação manejada pelo interessado
representa o próprio direito do indivíduo;
c) Ação como direito concreto: é entendida como direito a uma sentença
favorável;
d) Ação como direito potestativo: a ação se caracteriza como poder
jurídico;
Direito Processual Penal
Processo
Conceito: é o instrumento de atuação da jurisdição. É a principal
ferramenta para solucionar os conflitos de interesses que se apresentam. É
o ato de “proceder”.
Procedimento
Conceito: é a sequência de atos concatenados a um objetivo final. O
provimento jurisdicional é um elemento constitutivo subjetivo, qual seja, o
procedimento
Direito Processual Penal
Relação jurídica processual ( aspecto subjetivo do processo)
Nexo que une e disciplina a conduta dos sujeitos processuais em suas
ligações recíprocas durante o desenrolar do procedimento, sendo seus
elementos identificadores:
Sujeitos processuais: partes e magistrado;
a) Objeto da relação:
b) Aspecto material: bem da vida;
c) Aspecto processual: provimento jurisdicional desejado;
d) Os pressupostos processuais :
e) Subjetivos:
f) Relativos ao juiz :
Investidura: necessidade de estar investido no cargo em conformidade com a CF e a
legislação em vigor;
Competência: é a medida da jurisdição. É o limite legal dentro do qual o órgão
jurisdicional poderá atuar;
Ausência de suspeição: é a imparcialidade necessária para o exercício da jurisdição. As
hipóteses que levam a suspeição e ao impedimento do magistrado estão listadas nos
artigos 252,253 e 254 do CPP.
Direito Processual Penal
Relativos às partes:
• Capacidade de ser parte: é a capacidade de contrair obrigações e exercer
direitos. Para ser parte passiva no processo penal, é preciso que o agente
tenha idade igual ou superior a dezoito anos, considerada à época da
ocorrência dos fatos narrados na inicial.
•
• * Capacidade de estar em juízo “sozinho”: refere-se à necessidade de
assistência e representação daqueles que não gozam de plena capacidade.
• * Capacidade postulatória: necessária para o pleito judicial.
• Objetivos
• - Extrínsecos: ausência de fatos impeditivos para o regular tramitar
procedimental, a exemplo da inexistência de coisa julgada ou de
litispendência;
• Intrínsecos: regularidade formal, respeito à disciplina normativa do
processo, ao devido processo legal.
Sistemas Processuais Penais
Sistema Inquisitorial
Início – século XIII e propagando-se por toda a Europa até o século XVIII.
Característica principal: concentração das funções de acusar e julgar em uma
única pessoa ( juiz acusador- juiz inquisidor).
Crítica: concentração de poderes nas mãos do juiz compromete,
invariavelmente, sua imparcialidade.
Ausência do contraditório – a gestão das provas estava concentrada nas mãos do juiz
e tomando como parâmetro a lei, podia chegar à conclusão que desejasse.
O acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito de direitos.
Sistemas Processuais Penais 
Sistema Acusatório
Caracteriza-se pela presença de partes distintas, contrapondo-se a acusação e
defesa em igualdade de condições, e a ambas se sobrepondo um juiz, de
maneira equidistante e imparcial.
Predominam a oralidade e a publicidade, assim como o princípio da presunção
de inocência.
Sob o ponto de vista probatório aspira-se uma posição de passividade do juiz
quanto à reconstrução dos fatos. Com o objetivo de preservar a sua
imparcialidade, o magistrado deve deixar a atividade probatória para as
partes.
Sistemas Processuais Penais 
ATENÇÃO
No sistema acusatório, a gestão das provas é função das partes,
cabendo ao juiz um papel de garante das regras do jogo,
salvaguardando direitos e liberdades fundamentais (acusado passa a ser
sujeito de direitos).
Autor e réu constroem através do
confronto a solução justa do caso
penal.
Sistemas Processuais Penais 
A CF/88 acolheu de forma explícita o sistema acusatório ( Art.
129, inciso I), que tornou privativa do Ministério Público a
propositura da ação penal pública .
Sistemas Processuais Penais 
Inquisitorial
Não há separação das funções de acusar, defender e julgar, que estão
concentradas em uma única pessoa;
Princípio da verdade real- o acusado não é sujeito de direitos, admitindo-se
inclusive a tortura como meio de se obter a verdade absoluta;
Gestão da prova: o juiz inquisidor é dotado de ampla iniciativa acusatória e
probatória, tendo liberdade para determinar de ofício a colheita de elementos
informativos e de provas, seja no curso das investigações, seja no curso da
instrução processual;
A concentração de poderes nas mãos do juiz e a iniciativa acusatória dela
decorrente é incompatível com a garantia da imparcialidade e com o princípio
do devido processo penal.
Sistemas Processuais Penais 
Sistema Acusatório
Separação das funções de acusar, defender e julgar. Caracteriza-se pela
presença de partes distintas, contrapondo-se acusação e defesa em
igualdade e condições, sobrepondo-se a ambas um juiz, de maneira
equidistante e imparcial;
O princípio da verdade real é substituído pela busca da verdade, devendo a
prova ser produzida com fiel observância ao contraditório e à ampla defesa;
Gestão da prova: recai precipuamente sobre as partes. Na fase
investigatória, o juiz só deve intervir quando provocado, e desde que haja
necessidade de intervenção judicial. O juiz terá certa iniciativa probatória,
podendo determinar a produção de provas de ofício, desde que o faça de
maneira subsidiária.
Sistemas Processuais Penais 
Sistema misto ou francês
O sistema inquisitorial passa a sofrer alterações com a modificação
napoleônica, que instituiu o denominado sistema francês.
Duas fases:
a) Tipicamente inquisitorial, com a instrução escrita e secreta, sem
acusação e, por isso, sem contraditório. Objetiva-se apurar a
materialidade e a autoria do fato delituoso ;
b) Acusatória, o órgão acusador apresenta a acusação, o réu se defende
e o juiz julga, vigorando, em regra, a publicidade e a oralidade.
Sistemas Processuais Penais 
Sistema misto ou francês
Com o advento do Código de Processo Penal( Lei 3689/41),
prevalecia o entendimento de que o sistema nele previsto era
misto.
a) Fase inicial( inquisitorial) - inquérito policial;
b) Fase acusatória – instrução processual.
CF/88: previsão expressa de separação das funções de acusar, defender e
julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, o princípio da
presunção de não culpabilidade, o que caracteriza o nosso sistema como
ACUSATÓRIO.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Mandamentos nucleares de um sistema
TratadosInternacionais de Direitos Humanos firmados pelo Brasil
incluíram diversas garantias ao modelo processual penal brasileiro.
“ Pacto de São José da Costa Rica”: Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, que prevê diversos direitos relacionados à tutela da liberdade
pessoal e inúmeras garantias judiciais.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Da presunção de inocência ( ou da não culpabilidade)
Documentos internacionais de Direitos Humanos
(Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão ; DUDH; Pacto dos 
Direitos Civis e Políticos).
CF/88- Art. 5º , Inciso LVII“ Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 
Do princípio da presunção de inocência ( ou de não culpabilidade) 
derivam duas regras fundamentais: a regra probatória e a regra de 
tratamento.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Da regra probatória( in dubio pro reo)
Recai exclusivamente sobre a acusação o ônus da prova, incumbindo-lhe
demonstrar que o acusado praticou o fato delituoso que lhe foi imputado na
peça acusatória.
Prisão Cautelar
O cerceamento cautelar da liberdade só pode ocorrer em situações
excepcionais e de estrita necessidade.
Embora a regra seja a isonomia processual, em
situações específicas deverá haver uma
preponderância do interesse do acusado.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
STF
O status de inocência prevalece até o trânsito em julgado da sentença final,
ainda que pendente de recurso especial e/ou extraordinário, sendo que a
necessidade/utilidade do cárcere cautelar pressupõe a devida demonstração.
A Lei 11.719/2008, revogou o art. 594 do CPP, dispositivo que condicionava o
direito do réu de apelar ao recolhimento à prisão.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
STF
Em julgado diverso, o STF modificou seu posicionamento
sobre o tema.
Seu órgão Pleno deliberou que após confirmação da
condenação penal por tribunal, em segundo julgamento,
poderá ser iniciada a execução da pena de forma
provisória, antes do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória.
STF. Informativo 814 (Pleno HC 126292/SP- Rel. Teori Zavascki-
17/02/16).
Art. 5º, LVII, CF/88;
Art. 283, CPP ( Lei 12.403/11) 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da imparcialidade do juiz
Característica essencial do perfil do juiz consistente em não poder ter
vínculos subjetivos com o processo de modo a lhe tirar o afastamento
necessário para conduzi-lo com isenção. ( CF/88 art. 5º, XXXVII e LIII).
ex officio
Impedimento
Suspeição
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
ATENÇÃO!
A CF/88 confere ao magistrado as garantias da vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios ( art. 95)
para que ele possa atuar com isenção – o que inclui
declarar-se suspeito ou impedido( arts. 254 – hipóteses de
suspeição e 252- hipóteses de impedimento).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da igualdade processual ( paridade de armas e sua
distinção).
Consagra tratamento isonômico das partes no transcorrer processual ( art. 5º,
caput, da Constituição Federal/88).
Prevalência da igualdade material – os desiguais devem
ser tratados de forma desigual, na medida de suas desigualdades.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Alterações introduzidas no art. 134, da CF, assegurando
A autonomia da Defensoria Pública.
Seria fictícia a paridade , se o MP, acusador oficial, desfrutasse da
estrutura e condição digna e necessária de trabalho, ao passo que os
defensores, assoberbados pelas demandas que se acumulam, ficassem
subjugados a boa vontade do Executivo para que pudessem galgar um
mínimo de estrutura para desempenhar as suas funções.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
ATENÇÃO!
O princípio da paridade de armas, embora seja tratado como sinônimo de
igualdade ou isonomia no processo penal, tem conteúdo mais rico,
indicando o direito de defesa de desempenhar um papel proativo,
principalmente na produção de prova e no exercício de poderes que
possibilitem a plena igualdade ( art. 8, do Pacto de São José da Costa Rica).
Poder do acusado atuar com os mesmos
instrumentos garantidos à acusação, ex:
interceptação telefônica, busca e apreensão,
etc.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do contraditório ou bilateralidade da audiência
Art. 5º , LV, CF/1988
Impõe que às partes deve ser dada a possibilidade de influenciar no
convencimento do magistrado, oportunizando-se a participação e
manifestação sobre os atos que constituem a evolução processual.
De modo diverso ao que ocorre no âmbito processual civil, no processo penal não é
suficiente assegurar ao acusado apenas o direito à informação e á reação em um
plano formal. “ Estando em discussão a liberdade de locomoção, ainda que o
acusado não tenha interesse em oferecer reação á pretensão acusatória, o próprio
ordenamento jurídico impõe a obrigatoriedade de assistência técnica de um
defensor”. (CPP, arts. 261 e 467, V).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
ATENÇÃO!
O entendimento majoritário é que não é exigível o direito ao contraditório
em sede de inquérito policial, já que se trata de procedimento
administrativo de caráter informativo.
Súmula Vinculante 14 “ acesso amplo aos elementos de prova” colhidos
no procedimento investigatório.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
No processo penal, tem-se como exemplo colhido na jurisprudência e que
enfatiza a necessidade de paridade de armas, como o que delimitou o direito do
Ministério Público à intimação pessoal, considerando-o intimado quando da
entrada dos autos na respectiva repartição ministerial.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
ATENÇÃO!
O Novo CPC estabelece regras que dão concreção ao contraditório enquanto
princípio constitucional, assegurando às partes a paridade de tratamento no
curso do processo e declarando competir ao juiz velar pelo efetivo
contraditório. O CPC evidencia a necessidade de participação dos
interessados, toda vez que se estiver diante da possibilidade de providência
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da ampla defesa
É garantia do acusado ( art. 5º, LV, CF/88) – ampla possibilidade de defesa,
lançando-se mão dos meios e recursos disponíveis e a ela inerentes, sendo
dever do Estado prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos( art. 5º, LXXIV, CF/88).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Subdivisões:
a) Defesa técnica( processual ou específica)- obrigatória;
b) Autodefesa(defesa material ou genérica)- conveniência do réu ( direito ao
silêncio).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
STF- Súmula 523- defesa técnica: “ no processo penal, a falta
de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só
o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
CPP prevê a necessidade de nomeação de defensor para
oferecimento da resposta à acusação, quando o acusado
não apresenta-la no prazo legal ( art. 396, parágrafo 2º ).
Lei de Drogas( 11.343/06): art. 55, parágrafo 3º.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
ATENÇÃO!
Ampla defesa NÃO se confunde com “plenitude de defesa”,
estabelecida como garantia própria do Tribunal do Júri no
art. 5º, XXXVIII, “a”, CF/1988.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da ação, demanda ou iniciativa das partes
Cabe às partes a provocação do Poder Judiciário, exercendo o
direito de ação, no intuito da obtenção do provimento
jurisdicional.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da oficialidade
Os órgãos incumbidos da persecução criminal(inquérito
policial e processo), atividade eminentemente pública, são
órgãos oficiais por excelência, tendo a Constituição Federal
consagrado atitularidade da ação penal pública ao
Ministério Público( art. 129, I), e disciplinando a polícia
judiciária no parágrafo 4º, do seu art. 144.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da oficiosidade
A atuação oficial na persecução criminal, como regra, ocorre
sem necessidade de autorização, isto é, prescinde de
qualquer condição para agir, desempenhando suas
atividades ex officio.
Excepcionalmente, o início da persecução penal pressupõe autorização do
legítimo interessado, como se dá na ação penal pública condicionada à
representação da vítima ou à requisição do Ministro da Justiça ( art. 24, CPP).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da verdade real ou substancial
Também conhecido como princípio da livre-investigação da prova no
interior do pedido, princípio da imparcialidade do juiz na direção e
apreciação da prova, princípio da investigação, princípio inquisitivo e
princípio da investigação judicial da prova.
Deve-se buscar a verdade processual, identificada como verossimilhança(
verdade aproximada), extraída de um processo pautado no devido
procedimento, respeitando-se o contraditório, a ampla defesa, a paridade de
armas e conduzido por magistrado imparcial.
Objetivo: prolação de decisão que reflita o convencimento do julgador,
construído com equilíbrio e que se reveste com a justa medida, seja por
sentença condenatória ou absolutória.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Aury Lopes Jr. reputa um grave erro se falar em verdade real,
não só porque a própria noção de verdade é excessiva e difícil
de ser apreendida, mas também pelo fato de não se poder
atribuir o adjetivo de real a um fato passado, que só existe no
imaginário. O real estaria vinculado ao presente, e o crime,
como fato necessariamente da história, será reconstruído no
processo.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da obrigatoriedade
Órgãos incumbidos da persecução penal, estando presentes os permissivos
legais, estão obrigados a atuar. A persecução penal é de ordem pública, e
não cabe juízo de conveniência ou oportunidade. Assim, o delegado de
polícia e o promotor de justiça, como regra, estão obrigados a agir, não
podendo exercer juízo de conveniência quanto ao início da persecução.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Nos crimes de ação penal privada, quais sejam, naqueles em
que a titularidade da ação foi conferida à própria vítima ou ao
seu representante legal, o que vigora é o princípio oposto, ou
seja, o da oportunidade, pois cabe a ela ou ao seu
representante legal escolher entre dar início à persecução
criminal ou não.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da obrigatoriedade: Diante dos permissivos
legais, delegado e MP estão obrigados a atuar-
aplicado na ação penal pública
Princípio da obrigatoriedade limitada: Mesmo diante
dos permissivos legais é possível deixar de oferecer a
denúncia, oferecendo a transação penal ( art. 76 da
Lei 9099/1995).
Princípio da oportunidade: Cabe à vítima ou seu
representante optar pelo início ou não da persecução-
aplicado na ação penal privada
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da indisponibilidade
Uma vez iniciado o inquérito policial ou o processo penal, os órgãos
incumbidos da persecução criminal não podem deles dispor.
O delegado não pode arquivar os autos do IP ( art. 17, CPP) e o promotor
não pode desistir da ação interposta ( art. 42, CPP).
Caso o membro do Ministério Público esteja convencido, após a instrução
probatória, da inocência do réu, deve manifestar-se , como guardião da
sociedade e fiscal da justa aplicação da lei, em sede de alegações finais, pela
absolvição do imputado, o que não significa disponibilidade do processo.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da indisponibilidade: iniciado o inquérito ou o processo,
delegado e MP não podem dele desistir.
Aplicação na ação penal pública.
Mitigação à indisponibilidade: ao oferecer a denúncia, o MP pode
propor a suspensão condicional do processo.
Ocorre nas infrações com pena mínima igual ou inferior a um ano ( art.
89 da Lei 9099/95).
Princípio da disponibilidade : vítima ou seu representante podem dispor
da ação iniciada.
Aplicado na ação penal privada .
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do impulso oficial
Uma vez recebida a inicial acusatória, cabe ao magistrado velar
para que este chegue ao seu final, marcando audiências,
estipulando prazos, determinando intimações, enfim,
impulsionando o andamento do próprio procedimento.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da motivação das decisões
É uma decorrência expressa do art. 93, inciso IX, da CF/88,
asseverando que o juiz é livre para decidir, desde que o faça de
forma motivada, sob pena de nulidade insanável.
Existe relação direta entre a obrigatoriedade de motivação das
decisões e o sistema do livre convencimento do juiz, adotado pelo
art. 155, caput, do CPP.
A fundamentação, no processo penal, deve se apoiar nos
elementos produzidos perante o contraditório judicial,
“ressalvando-se desta exigência tão somente as provas cautelares,
realizadas antecipadamente e não sujeitas à repetição”.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da publicidade
A publicidade dos atos processuais é a regra.
Publicidade é a permissividade de acesso dos autos
processuais conferida a todos os interessados.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Limites a defesa à publicidade: devem, por exceção, estar
formalmente delimitados por fonte formal de direito ( CF ou
lei). O sigilo é, nesses termos, admissível, notadamente
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem
( art. 5º , LX, CF/1998).
Art. 792, parágrafo 1º, do CPP, prevê o sigilo se da
publicidade do ato puder ocorrer escândalo, inconveniente
grave ou perigo de perturbação da ordem.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
No inquérito policial, por se tratar de fase
pré-processual, é regido pelo princípio da
sigilação . Contudo, assegura-se ao advogado
a consulta aos autos correspondentes. (
súmula vinculante 14 STF).
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do duplo grau de jurisdição
Assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais,
através do sistema recursal, onde as decisões do juízo a quo
podem ser reapreciadas pelos tribunais.
Decorrência da CF/1988 que, em vários dispositivos,
atribui competência recursal aos diversos tribunais do
país.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do juiz natural
Consagra o direito de ser processado pelo magistrado
competente ( art. 5º, inc. LIII da CF) e a vedação
constitucional à criação de juízos ou tribunais de
exceção.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do promotor natural ou promotor legal
Veda a designação arbitrária, pela Chefia da Instituição, de
promotor para patrocinar caso específico.
O STF, em julgamento que teve como Relatora a
Ministra Ellen Gracie, contrariando julgamentos
anteriores da própria Corte, entendeu pela
inexistência do princípio do promotor natural, sob o
argumento de que tal princípio é incompatível com o
da indivisibilidade do Ministério Público.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do Defensor Natural
Vedação de nomeação de defensor diverso daquele
defensor público que tem atribuição legal para atuar
na causa.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio do devido processo legal
O devido processo legal é o estabelecido em lei, devendo traduzir-se
em sinônimo de garantia, atendendo assim aos ditames
constitucionais. Com isto, consagra-se a necessidade do processo
tipificado, sem a supressão e/ou desvirtuamento de atos essenciais.
Deve ser analisado em duas perspectivas:
Processual: que assegura a
tutelade bens jurídicos por
meio do devido
procedimento.
Material: reclama, no
campo da aplicação e
elaboração normativa, uma
atuação substancialmente
adequada, correta, razoável.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da economia processual
Deve-se buscar a maior efetividade, com a produção
da menor quantidade de atos possível.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da oralidade
Assegura a produção dos atos processuais de forma verbal, sem
impedimento da redução a termo dos atos mais relevantes, o que
vai refletir na maneira de conduzir o procedimento.
a) Imediatidade: o ideal é que a instrução probatória se
desenvolva perante o magistrado;
b) Concentração: é o desejo de que os atos da instrução sejam
reunidos em uma só audiência, ou na menor quantidade das
mesmas;
c) Identidade física do juiz: por ele, o magistrado que conduziu a
instrução deve obrigatoriamente julgar a causa, salvo hipóteses
excepcionais expressamente contempladas;
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da autoritariedade
Consagra que os órgãos incumbidos da persecução
penal estatal são autoridades públicas.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da duração razoável do processo
A prestação da jurisdição envolve a tensão entre necessidade
de segurança e de prestação célere.
EC 45/2004- “ a todos, no âmbito judicial e administrativo,
devem ser assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação( art. 5º,
LXXVIII)”.
O direito à celeridade pertence tanto à vítima como ao réu.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da proporcionalidade
Requer do intérprete a análise de três aspectos:
a) necessidade;
b) adequação;
c) Proporcionalidade em sentido estrito.
Deve ser visto, ainda, na vertente da proibição do excesso e da
proteção deficiente.
No processo penal, o princípio da proporcionalidade tem
especial aplicação na disciplina legal da validade da prova.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO PENAL
Princípio da inexigibilidade da autoincriminação
Assegura que ninguém pode ser compelido a produzir prova
contra si mesmo, tem pontos de contato com o princípio da
presunção de inocência e com o direito ao silêncio
assegurado pela Constituição.

Outros materiais