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Prof. Marcos Macedo
ANTROPOLOGIA JURÍDICA
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ANTROPOLOGIA – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
A palavra antropologia remete à noção de estudo do homem. Etimologicamente: antrophos = homem / logos = estudo.
Ciência que estuda a espécie humana levando em consideração os aspectos da cultura e da organização social específicos a cada grupo humano pesquisado.
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ASPECTOS
Natural: busca o conhecimento psicossomático do homem; sua evolução, características fisiológicas e anatômicas – Ciência Natural.
Humano: investigação global envolvendo História, crença, Arte, linguagem, costumes, usos, Filosofia etc.) – Ciência Humana;
Social: compreende o homem enquanto integrante de um grupo (sociedade, comunidade etc.) – Ciência Social.
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OBJETO DA ANTROPOLOGIA
É o homem em sua completude de relações (sociais, humanas e naturais).
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O objetivo do antropólogo é compreender a sociedade do “outro”, em especial as sociedades consideradas primitivas ou com um modo de vida tradicional. 
Cada escola antropológica dará maior ênfase a um aspecto específico, localizando-o como objeto de suas análises. Inicialmente (séc. XIX), o objeto de estudo preferencial eram as cidades chamadas de primitivas. Posteriormente, (séc. XX) houve uma ampliação para abarcar o homem independentemente da sociedade ou da época.
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SURGIMENTO
DA
 ANTROPOLOGIA
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ANTROPOLOGIA E DIREITO
Ambas as ciências estão intimamente ligadas por partilharem o mesmo objeto de estudos: o homem e suas relações com a natureza e com outros homens.
Apesar da comunicação gerada pelo objeto, seus métodos e funções são bastantes distintos.
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A Antropologia se enquadra no campo das ciências zetéticas, pois seus postulados primários são passíveis de revisão e questionamentos. 
Não se trata de aceitar ou não uma verdade imposta ou basilar, mas de formular questões e buscar respostas e explicações para determinados fenômenos humanos a partir de uma metodologia que garanta cientificidade às conclusões.
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Em contrapartida, o Direito é uma ciência precipuamente dogmática e seu estudo é marcado pelo caráter informativo e prescritivo. 
Na maioria das vezes não é ofertado ao aluno do Direito a possibilidade de pensar a norma de maneira crítica, sendo a preocupação primária dos cursos e concursos, a correta aplicação da lei.
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ANTROPOLOGIA JURÍDICA
Sua proposta é entender o Direito como fenômeno e produto da civilização e da cultura, apontando para necessidade de ser analisado de maneira crítica.
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SUBDIVISÕES E MÉTODOS
Dada a sua extensão e natureza dos fenômenos estudados, a Antropologia se divide em dois grandes grupos:
Antropologia física;
Antropologia cultural.
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ANTROPOLOGIA FÍSICA
É a parte da Antropologia que guarda a maior afinidade com as ciências naturais. Aquela que se preocupa com as características biológicas e fisiológicas do homem, tanto quanto com sua evolução e particularidades raciais.
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ANTROPOLOGIA CULTURAL
É o estudo do homem enquanto criador e criatura de seu meio social. Trata-se do campo mais amplo da Antropologia, posto que objetiva a análise do comportamento cultural humano em diferentes culturas e tempos. Subdivide-se em diversas áreas: Arqueologia, Etnografia, Etnologia, Linguística e Folclore.
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ARQUEOLOGIA
É o estudo de culturas extintas por meio de vestígios que, de alguma maneira, foram preservados ao longo dos anos.
As pinturas rupestres são objetos de estudos da Arqueologia
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ETNOGRAFIA
É a descrição de sociedade humanas, realizadas por meio da observação e análise de particularidades encontradas em grupos, visando sua reconstrução e registro. Tais dados embasam cientificamente teorias acerca da sociedade estudada e de outras que possam ser comparadas a esta.
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Hans Staden (de barba, no centro, ao fundo) observa ritual antropofágico entre tupinambás.
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ETNOLOGIA
É a análise e interpretação dos dados fornecidos pelo etnógrafo tendo em vista estabelecer comparações entre as mais distintas culturas. Tais comparações podem se operar no todo, porém, normalmente apenas alguns aspectos são comparados, evitando generalizações que dificilmente retratariam a realidade destas sociedades.
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LINGUÍSTICA
É o estudo científico das línguas. Trata-se de um complexo que interfere na forma como os indivíduos, em determinada cultura, pensam e agem.
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FOLCLORE
É o estudo da cultura espontânea de um grupo materializada em eventos (festas populares, cantigas, danças, lendas etc.), que de alguma forma quebram a rotina restrita (mas integram a ampla) de determinada sociedade. São fenômenos indissociáveis e característicos de uma cultura específica.
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EXEMPLOS DE FOLCLORE
Da Cultura Brasileira em sentido amplo podemos citar: Bumba meu boi, Bonecos de Olinda, Frevo, Festa do Divino, Folia de Reis, Maracatu etc.
Bonecos de Olinda
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ANTROPOLOGIA SOCIAL
É o estudo dos processos culturais de cunho social com ênfase às instituições. Busca-se o conhecimento das relações sociais em todos os âmbitos (familiar, econômico, jurídico e político) e o entendimento de quais regras se ocultam e estruturam tais relações.
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CULTURA E PERSONALIDADE
É o ramo da Antropologia cultural que se ocupa precipuamente da personalidade individual, atribuindo-lhes status de objeto de estudo enquanto meio de compreensão sociocultural.
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MÉTODOS DE ESTUDO ANTROPOLÓGICO
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MÉTODOS DE ESTUDO ANTROPOLÓGICO
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ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
EVOLUCIONISMO
Para os evolucionistas, todas as sociedades partes de um mesmo ponto original e se desenvolvem passando necessariamente pelos mesmos estágios.
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PRINCÍPIOS ANALÍTICOS
Os antropólogos evolucionistas partiam de algumas premissas, para os seus estudos, como as que seguem:
a) Existe apenas uma espécie humana, que se desenvolveu em ritmos diferentes gerando sociedades mais ou menos evoluídas. (Sucessão unilinear);
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b) Os europeus são os mais evoluídos (etnocentrismo) e outras sociedades estariam no equivalente à infância ou à adolescência em relação à civilização europeia;
c) Todo dado observado corresponde a um suposto estágio da evolução, já que o processo de evolução é o mesmo para todos só diferindo o estágio de cada sociedade;
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d) Há três estágios da evolução pelos quais todas as sociedades passam: selvageria, barbárie e civilização;
e) Não há nenhuma predisposição que condicione o indivíduo.
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ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
DIFUSIONISMO
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Escola antropológica que vigorou por um curto período (1900-1930) percebendo seu apogeu na década de 20. 
O nome da escola é oriundo do termo inglês diffuse que significa disseminar, difundir.
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Os difusionistas acreditavam que as culturas possuíam uma pequena capacidade de autoinovação e que suas modificações decorriam principalmente da influência de outras culturas. Assim sendo, o desenvolvimento, alteração ou manutenção de uma dada cultura dependeria de uma maior ou menor ocorrência da difusão cultural.
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Difusão cultural é o nome dado ao processo no qual se operam os empréstimos e influências de uma cultura em outra.
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 ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
FUNCIONALISMO
Para a antropologia funcionalista, o antropólogo deve conviver um tempo com a sociedade e estudar para compreendê-la.
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Seu objeto é o funcionamento dos elementos componentes da cultura em determinado momento.
Princípios analíticos:
a) Cada elemento na cultura apresenta uma função que está sempre relacionada à satisfação de uma necessidade biológica (teoria das necessidades);
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b) O elemento persiste inalterado quanto não surge outro que desempenhe a mesma função de maneira mais adequada às necessidades existentes no momento;
c) Em surgindo elementos mais adequado, o antecessor é descartado, já que não subsiste, no sistema,
a instituição desprovida da função;
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d) Cultura e sociedade são um todo orgânico no qual as instituições são os órgãos, ou seja, a sociedade deve ser vista como um sistema completo;
e) Cabe ao antropólogo a análise do funcionamento de cada elemento deste sistema (instituições) e do sistema como um todo (cultura);
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f) O elemento pode ser entendido como isolado; a cultura deve ser entendida enquanto conjunto de elementos constitutivos;
g) Funcionamento e elemento se modificam com o tempo, mas os sistemas são estáveis, ou seja, as sociedades tradicionais não apresentam conflitos.
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 ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
CONFIGURACIONISMO
Objeto: A busca pela individualidade, personalidade ou especificidade das culturas.
Princípios Analíticos:
a) As culturas são constituídas pela influência e empréstimos de outras;
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b) Apesar disso, cada qual se apresenta de maneira singular; possui uma individualidade;
c) Todo comportamento cultural é simbólico, ou seja, significa algo além da mera ação em si;
d) As investigações devem ser basear em pesquisa de campo a partir da observação de casos concretos.
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ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
ESTRUTURALISMO
É preciso desvendar as estruturas sociais e os símbolos, assim como as relações estabelecidas entre eles e os indivíduos.
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O objeto preferencial dos estruturalistas é o conjunto de relações sociais constitutivas dos modelos com os quais se tornará possível analisar a estrutura social.
Para conhecer uma cultura seria necessário compreender as suas estruturas sociais. E não é possível observar as referidas estruturas, mas somente seus efeitos.
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b) Apesar disso, cada qual se apresenta de maneira singular; possui uma individualidade;
c) Todo comportamento cultural é simbólico, ou seja, significa algo além da mera ação em si;
d) As investigações devem ser basear em pesquisa de campo a partir da observação de casos concretos.
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Estrutura é o nome dado ao conjunto de relações sociais específicas de uma determinada organização da produção para a vida em grupo. Deve se comportar como um sistema fechado no qual a modificação de um elemento altere todos os demais.
Exemplos: Relações de parentesco, religiosidade, produção etc.
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Princípios Analíticos:
a) Toda estrutura é uma combinação de elementos, não sendo possível conhecer uma estrutura por meio de outras;
b) Toda estrutura é um conjunto determinado de relações organizados por regras internas passíveis de alteração;
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c) A união de estruturas forma sistema sociais complexos;
d) Devem-se empregar modelos eficazes para a análise cultural;
e) Modelo eficaz é aquele capaz de explicar todos os fatos observados em seu âmbito e de prever o resultado da alteração de um elemento no sistema.
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Bibliografia:
GONZAGA, Álvaro de Azevedo; Campitelli. Vade Mecum Humanístico. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais.
KÜMPEL, Vitor Frederico. Manual de antropologia jurídica de acordo com o provimento N. 136/2009. São Paulo: Saraiva.
PAULINO, Gustavo Smizmaul. Roteiros jurídicos - antropologia jurídica. São Paulo: Saraiva
MARCONI, Marina de Andrade. Antropologia: uma introdução. São Paulo: Atlas.
MATTA, Roberto da. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis: Vozes
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