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Municipalização da Segurança Pública.

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Prévia do material em texto

FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU 
Unidade Acadêmica, Campina Grande/PB 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
DIOGO GLAUBER DE LIMA 
 
 
 
A MUNICIPALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande 
2017 
 
 
 
DIOGO GLAUBER DE LIMA 
 
 
A MUNICIPALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA: 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Coordenação do Curso de Direito da Faculdade Mauricio 
de Nassau – Campina Grande, como requisito para 
obtenção do grau de Bacharel em Direito. 
Orientador (ª) Prof. Espc. Lamartine Lacerda Sobrinho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande 
2017 
 
 
 
DIOGO GLAUBER DE LIMA 
 
A MUNICIPALIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA: 
 
 
 
Apresentado em: 
Nota: 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Especialista. 
Orientador 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Especialista. 
Avaliador 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Especialista. 
Avaliador 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande 
 2017 
 
 
DEDICO ESTE TEXTO: 
 
 A Deus, nosso grande arquiteto do Universo. A minha mãe 
Ednaura, familiares, amigos e educadores, que acreditaram e me 
apoiaram-me em mais esta caminhada. Ao orientador Prof. 
Lamartine Lacerda Sobrinho e aos Professeres, membros da 
bancada, assim como todos os funcionários da FACULDADE 
MAURICIO DE NASSAU. A minha esposa Marcelia luiza da 
Silva Raimundo, pelo incondicional apoio e incentivo, fonte da 
minha energia e Luz para a perseverança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A Deus por ter me dado saúde e força para superar as 
dificuldades. A Faculdade Mauricio de Nassau, seu corpo 
docente, direção e administração que oportunizaram a janela que 
hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada 
confiança no mérito e ética aqui presentes. Ao meu orientador 
Especialista Lamartine Lacerda, pelo suporte no pouco tempo 
que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. A minha mãe, 
pelo amor, incentivo e apoio incondicional. E a todos que direta 
ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito 
obrigado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Esta análise tem como Propósito principal estudar a legalidade dos serviços das Guardas Civis 
Municipais no Brasil, como parte do processo de segurança pública no perímetro dos 
municípios. Inicialmente, para oferecer ao leitor, exibiremos uma abordagem aos essenciais 
conceitos que orientam o tema. Num segundo momento, expressaremos o sistema de 
segurança pública, definindo, nomeadamente, as competências de cada entidade de segurança 
pública que compõe este sistema. Os Guardas Civis Municipais serão estudados no terceiro 
momento, onde destacaremos sua história, suas funções e o papel dessas organizações no 
sistema de segurança pública. A composição deste estudo de pesquisa foi através de uma 
devassa documental e bibliográfica, sendo utilizadas, legislações, jurisprudência e doutrinas, 
Como método, utilizou-se o dedutivo, a partir do argumento que funcionou como premissa 
principal e geral, como um argumento comum que funcionou como proposição mínima até a 
conclusão. 
 
PALAVRAS – CHAVE: Guardas Municipais. Segurança Pública. Poder de Policia. Porte de 
arma de fogo. Inconstitucionalidade da Lei 10826/2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This research aims to study the legality of the City Guard in Brazil, especially in the 
county of Santa Cruz do Capibaribe/PE as a part of the public security system in the county 
scope. Firstly, we present the main principles of the theme. Then, we discuss about the public 
security system, by defining the competences of each entity that composes the public security 
system. The city civil guards are studied in a third moment, in which we highlight their 
history, functions and the role of those institutions in the public security system. The 
formulation of this work was made through a documental and bibliographical research, in 
which legal doctrine, legislation and jurisprudence were used, besides information research in 
database. As method of procedure, we used a deductive one, considering the general argument 
which worked as the main premise for a particular argument, which was used as a smaller 
premise leading to the conclusion. 
 
 KEYWORDS: Civil Guards. Public Security. Police Power. Weapon Carrying. 
Unconstitutionality Of The Law 10826/2003. 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ADI - Ação Direta de Inconstitucionalidade 
Apud - Citado por. 
Art. - Artigo 
CF - Constituição Federal 
CPP – Código de processo Penal 
CTN - Código Tributário Nacional 
DG – Diretor Geral 
DPF – Departamento de Policia Federal 
GCM - Guarda Civil Municipal 
GM - Guarda Municipal 
MJ – Ministério da Justiça 
PF - Polícia Federal 
PM - Polícia Militar 
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública 
STF - Supremo Tribunal Federal 
STJ - Superior Tribunal de Justiça 
PEC - Projeto de emenda a Constituição 
PL – Projeto de Lei 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10 
1 A SEGURANÇA PÚBLICA E A SOCIEDADE HARMÔNICA .................................. 12 
1.1 Segurança Pública e sua estrutura conceitual ......................................................... 13 
1.2 Um Olhar Histórico Ao Aspecto Da Segurança Pública ......................................... 14 
1.3 Tipos de Segurança Pública e seu funcionalismo .................................................... 16 
1.3.1 Segurança Privada ................................................................................................ 16 
1.3.2 Segurança Pública ................................................................................................ 17 
1.3.2.1 Das Forças Armadas .......................................................................................... 21 
1.3.2.2 Da Policia Federal ............................................................................................. 22 
1.3.2.3 Das Policias Civis ............................................................................................. 23 
1.3.2.4 Das Policias Militares e Bombeiros Militares .................................................... 25 
1.3.2.5 Das guardas municipais ..................................................................................... 26 
1.3.2.6 Guardas municipais no Brasil ............................................................................ 27 
1.3.2.7 Guarda Municipal de Santa Cruz do Capibaribe ................................................ 28 
2 DO PODER DE POLICIA E SUA NECESSIDADE E EFETIVIDADE ...................... 30 
2.1 Da Legalidade ........................................................................................................... 31 
2.2- Do órgão Institucionalizado e suas Atribuições...................................................... 32 
2.3 Analise da Legalidade das GCMs ao exercerem o poder de policia. ...................... 32 
3 DA GUARDA MUNICIPAL COMO ELEMENTO GARANTIDOR DA ORDEM 
PÚBLICA ...........................................................................................................................35 
3.1 Da Definição da Guarda Municipal ......................................................................... 36 
3.2 Da Funcionalidade e do Poder de Policia Incidente ................................................ 37 
3.3 Prisão em Flagrante por Guardas Municipais ........................................................ 38 
3.4 A inconstitucionalidade da Lei Federal 10826/2003 se tratando do porte Arma de 
fogo para os Guardas Municipais. ................................................................................. 41 
3.5 A Ação Dos Municípios Na Segurança Pública ....................................................... 45 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 48 
REFERENCIAS ................................................................................................................. 50 
ANEXOS..................................................................................................................................53 
 
10 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em pleno século XXI o aumento da criminalidade nos Municípios brasileiros 
provocados pela a desvalorização social, através do desemprego, falta de qualificação 
necessária aos trabalhadores, estimulações na nossa sociedade sobre desigualdades sociais, 
preconceitos, exigem uma alternativa rápida do Estado, que tem o dever de reprimir a 
violência ao exercer a soberania e o controle da ordem pública dos bons costumes e da ordem 
social, princípios estes expressos na nossa lei maior de 1988. 
Pela incapacidade dos estados membros e da União em manter sozinhos a Segurança 
Pública, se faz necessária à presença dos Municípios através das Guardas Civis Municipais, 
instituições legais que estão previstas no artigo 144 §8 da Constituição Federal e na Lei 
Federal 13022/2014. 
As discussões legislativas a respeito das atuações das GCMs vêm acontecendo diante 
dos três poderes, Executivos, Legislativo e Judiciário, través de PECs e PLs, devido a sua 
criação ser facultativa pelos chefes dos poderes executivos, além da já mencionada proteção 
aos Bens, Serviços e Instalações Públicas. Todavia a CF/88 atribui aos municípios à faculdade 
de legislar sobre assuntos de interesse local. 
Para justificar tal proposição é que se faz necessário o estudo do seguinte trabalho em 
03 (Três) capítulos, a objetivar um aprofundamento sobre a importância da Guarda Civil 
Municipal e o quanto eles podem contribuir para a segurança pública e a participação 
Municipal nesse mister, garantindo assim uma maior sensação de segurança para toda 
sociedade . 
O interesse nesta matéria em tela surgiu por este observador fazer parte dos quadros da 
Guarda Civil Municipal de Santa Cruz do Capibaribe a quase 08 (oito) anos, presenciando a 
atuação da GCM, passar por momentos constrangedores e desconfortáveis, uma vez que a 
minoria da população não querem os reconhecerem como policiais e ainda ver 
11 
 
frequentemente postagem jornalísticas debatendo sobre a possível inconstitucionalidade da 
atuação dessas instituições, aduzindo a eles um caráter meramente patrimonial. 
Por tanto o alvo desta pesquisa é a averiguação das funções legais e da estrutura desses 
órgãos dentro do sistema constitucional de segurança pública, e esmiuçar a verdadeira função 
das Guardas Municipais, no que dis respeito a Lei Federal 13022/2014 e a legalidade das 
demais. 
O método dedutivo será o procedimento utilizado, partindo-se de um estudo geral do 
espaço que envolve as GCMs até encontrar um resultado certo quanto à legalidade das suas 
atribuições. O trabalho tem inicio com uma analise histórica sobre a segurança e a sociedade 
harmônica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1 A SEGURANÇA PÚBLICA E A SOCIEDADE HARMÔNICA 
 
No corpo social atual, as adversidades e os desafios a serem enfrentados no campo da 
segurança pública são cada vez mais complexos. As inúmeras formas de violências presentes 
na sociedade contemporânea exigem uma maior capacitação dos profissionais da segurança 
pública de modo a permitir um olhar mais critico sobre os conflitos sociais e sobre o papel das 
instituições policiais no contexto social, político e cultural. A sociedade de inicio eram um 
grupo de pessoas organizadas em determinado lugar, controladas por leis ou regulamentos 
próprios. Tal conceito é similar ao conceito de povo, numa concepção mais fechada, 
importando-se apenas ao fato básico da junção dos seres humanos, com o termo sendo 
utilizado para incluir todas as espécies e todos os graus de relações estabelecidas pelos 
homens, sejam organizadas, ou não organizadas, diretas ou indiretas, conscientes ou 
inconscientes, antagônicas ou cooperativas. 
A relação social baseia-se em uma conduta humana orientada por inúmeros modos 
para outras pessoas. A divisão de valores, opiniões, costumes, crenças são comuns, 
interagindo todos entre si, amoldando sua conduta pelo comportamento dos outros e das 
perspectivas abstrais. Quando as pessoas que compõem essa assembleia se comportam de tal 
maneira a transtornar o convívio dessa classe social descumprindo as leis ou costumes 
característicos a esse bando de sujeitos onde se tornam cabulosos, ou sujeitos de sanções por 
parte do controle estatal que tem o compromisso de manter a ordem pública e a harmonia 
dessa população. 
Harmonia essa, que terá a ser mantida pelo estado, como uma afirmação já bastante 
conhecida na teoria do Contrato social, escrita por ROSSEAU, segundo BONAVIDES 
(1962): 
No início, Rousseau questiona porque o homem vive em sociedade e porque 
se priva de sua liberdade. Vê num rei e seu povo, o senhor e seu escravo, pois 
o interesse de um só homem será sempre o interesse privado. Os homens para 
13 
 
se conservarem, se agregam e formam um conjunto de forças com único 
objetivo No contrato social, os bens são protegidos e a pessoa, unindo-se às 
outras, obedece a si mesma, conservando a liberdade. O pacto social pode ser 
definido quando "cada um de nós coloca sua pessoa e sua potência sob a 
direção suprema da vontade geral". Rousseau diz que a liberdade está 
inerente na lei livremente aceita. "Seguir o impulso de alguém é escravidão, 
mas obedecer a uma lei auto imposta é liberdade". Considera a liberdade um 
direito e um dever ao mesmo tempo. A liberdade lhes pertence e renunciar a 
ela é renunciar à própria qualidade de homem. BONAVIDES Apud 
ROSSEAU, (1962, p 25) 
 
Essa premissa de seguir os ordenamentos jurídicos terá que ser mantida quando 
acontecer o oposto, para o sistema de sociedade continuado. Assim dar-se o inicio do sistema 
de segurança pública para a manutenção de uma sociedade que terá de ser protegida de uma 
possível ameaça externa ou até mesmo interna. 
 
1.1 Segurança Pública e sua estrutura conceitual 
 
Nos dias de hoje a segurança pública não é mais apenas um direito previsto na CF, 
mais uma necessidade imanente à natureza humana. Trata-se de uma angustia pessoal, pois é 
um direito de toda sociedade se sentir seguro desde sua nascença, dai a sua exigência de a 
segurança ser insubstituível ao ser humano. Para OLIVEIRA a segurança é: 
 
Um sentimento, individual ou coletivo, de contenção de riscos de toda ordem, 
que propicia ao ser humano a tranquilidade fundamental para produzir, 
descansar, divertir-se, enfim, viver a plenitude da vida, sem receio de perigo 
iminente ou potencial a preocupá-lo. OLIVEIRA (1998, p. 20), 
 
 Portanto a segurança Pública não pode ser tratada como uma sensação baseada em 
contos de fada, pois sabemos que a qualquer momento pode variar sofrendo a influencia de 
fatores como, horário, local ou condiçãosocial e financeira. 
 
 
 
14 
 
1.2 Um Olhar Histórico ao Aspecto da Segurança Pública 
 
Após o descobrimento, com o início da colonização portuguesa, o Brasil tinha como 
principais características uma emergente miscigenação, a concentração de renda, o número 
elevado de mortes envolvendo os índios e a vinda dos primeiros escravos (negros). Quando D. 
João VI chegou ao Brasil, com mais ou menos 15 mil membros da coroa portuguesa, não 
houve uma preocupação com o social, mas sim a criação de inúmeras instituições, deixando 
de lado a reforma agrária, o saneamento básico, a cultura, a educação e consequentemente, a 
segurança pública. 
Durante muitos séculos, a responsabilidade da manutenção da ordem pública era da 
polícia, monitorada pelo governo. A polícia civil foi instituída em 1808, com a criação da 
Intendência da Corte e do Estado do Brasil, no Rio de Janeiro. Na realidade esse tipo de 
manutenção focava a região rural, que ocupava a maior parte do território brasileiro na época. 
No século XVII, os alcaides exerciam suas funções nas vilas brasileiras, realizando 
diligências para a prisão de malfeitores, sempre acompanhados de escrivães que escreviam e 
registravam o crime cometido. O alcaide era um cargo abaixo do governador na época e 
sempre deveria comandar as tropas encarregadas pela defesa do território. Outro cargo abaixo 
do governador era o do capitão-mor, que acumulava cargos administrativos, judiciários e 
policiais. Os juízes também podiam ser chefes de polícia. 
No século XX, começou no Brasil as prisões ficarem superlotadas, onde os 
condenados cumpriam penas, juntamente com os presos que ainda aguardavam julgamento. O 
código penal, criado em 1890, logo após a proclamação da república, tentava apresentar 
soluções para isso, que na prática eram ineficientes. 
1930 - Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, como presidente da república e 
depois através de um golpe de estado, instalando-se uma ditadura em território nacional, foi 
estabelecido um período de repressão, censura e violência generalizada. 
15 
 
1944 - Ao lado do desenvolvimento econômico que ocorreu, garantias e direitos dos 
cidadãos foram deixados para trás. Nessa época, a Polícia Civil se transformou em 
Departamento Federal de Segurança Pública, na primeira tentativa de se criar uma Polícia 
Federal. 
1964 - Com a ditadura militar que persiste até 1985, mais uma vez a censura e a 
repressão tornaram-se constantes no Brasil. A segurança pública nessa época, controlada pela 
polícia e pelo exército, tinha o objetivo de defender o Brasil de qualquer ideia que fosse 
contrária àquela aceita pelo governo. Ser contra o governo nessa época era ser contra a 
manutenção da ordem pública, passível de prisão, tortura e morte. 
As medidas de segurança pública não podiam ser questionadas, já que em uma 
ditadura o governo tem o poder absoluto e arbitrário em suas mãos. Nessa época milhares de 
inocentes foram mortos, torturados e presos apenas porque buscavam soluções para os 
problemas nacionais que não se encaixavam nas ideias absolutistas e elitistas dos militares 
presentes no governo. 
Com o término da ditadura, o Brasil viu-se em péssimas condições socioeconômicas, 
alta taxa de desemprego, violência urbana e rural, analfabetismo e falta de políticas públicas. 
1988 - Com a promulgação de uma nova Constituição Federal, as garantias e os 
direitos civis foram relatados de forma clara e inquestionável, apesar da sua constante 
dificuldade de aplicação. São criados o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do 
Idoso e o Código de Defesa do Consumidor. 
A partir daí, a segurança pública começa a abandonar a ideia de medida repressiva e 
de castigo, aproximando-se cada vez mais dos problemas sociais e culturais de uma 
sociedade. A sensação de insegurança, ou o querer de se sentir seguro é inerente ao ser 
humano pelo seu instinto de preservação conforme a definição de Paulo Sette câmara. 
 
16 
 
Segurança é um sentimento. Resulta da percepção de estímulos através dos 
sentidos que, levados ao cérebro, se transformam em sensação e esta, por sua 
vez, sinaliza um estado de espírito. Assim, um alerta é sempre disparado ao 
ouvir um som assustador, ao perceber um odor de queimado, ao degustar algo 
desagradável, ao avistar uma situação arriscada ou tatear um objeto 
desconhecido. Daí sentir-se inseguro, desprotegido, sujeito a situações de 
risco pessoal ou de perigo, real ou imaginário. CÂMARA, (1999, p. 1). 
 
Uma segurança pública mal executada terá influência na vida das pessoas, afetando 
outros fatores importantíssimos com como exemplo a saúde e educação devido à 
intranquilidade gerada pela falta de proteção de seus entes ou bens a ser capaz de danos 
muitas vezes desastrosos e irreversíveis na vida dos indivíduos. 
Após muitos anos a segurança oferecida pelo Estado aos cidadãos não se resguardou 
apenas a patrimônios e a defesa das pessoas, mais evoluiu bastante a respeito às garantias dos 
demais direitos e garantias individuais. 
 
1.3 Tipos de Segurança Pública e seu funcionalismo 
 
Para uma melhor compreensão do que realmente é segurança pública, vamos 
diferenciar segurança privada da segurança pública e dentro dos ramos da segurança pública, 
vamos descrever o papel de cada uma das forças de segurança através das forças armadas, da 
policia da União, dos Estados Membros e DF e dos municípios. 
 
1.3.1 Segurança Privada 
 
Segurança privada é o tipo de atividade com fins lucrativos e que tem como objetivo, 
através de um contrato de prestação de serviços, por meio de uma autorização da Policia 
Federal, a proteção de bens particulares e de pessoas. Também podemos conceituar segurança 
privada a uma capacidade de proteger a si próprio, sua família, seus bens e etc, no que 
17 
 
dispuser a Lei. Enquanto a segurança pública, que falaremos a seguir está tipificado no 
capitulam III, no Caput do artigo, 144, da Constituição Federal de 1988. 
As diligências de segurança privada no nosso país são regulamentadas por Lei Federal 
7.102/1983, pelo Decreto 89.056/1993 e pela Portaria 387/2006 da DG/DPF, e tem suas 
inspeções pelo DPF e tendo como órgão superior de fiscalização o MJ. 
 São consideradas atividades de segurança privada tudo aquilo que está expresso no 
Art. 1º §3º da Portaria 387/2006: 
 
I - vigilância patrimonial – atividade exercida dentro dos limites dos 
estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a 
finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade 
do patrimônio no local, ou nos eventos sociais; 
II - transporte de valores – atividade de transporte de numerário, bens 
ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais; 
III - escolta armada – atividade que visa garantir o transporte de 
qualquer tipo de carga ou de valores, incluindo o retorno da guarnição 
com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites 
estritamente necessários; 
IV - segurança pessoal – atividade de vigilância exercida com a 
finalidade de garantir a incolumidade física de pessoas, incluindo o 
retorno do vigilante com o respectivo armamento e demais 
equipamentos, com os pernoites estritamente necessários; 
V - curso de formação – atividade de formação, especialização e 
reciclagem dos vigilantes. 
Esse tipo de segurança cresce a cada dia em decorrência da ineficiência 
dos serviços de Segurança Pública, no qual falaremos a seguir. 
 
1.3.2 Segurança Pública 
 
A segurança pública é aquela executada pelo poder estatal através dos seguintes 
órgãos da União, (Policia Federal, Policia Ferroviária Federal, policia Rodoviária Federal), 
dos Estados Membrose DF, (Policia Civil, Policia Militar, e Bombeiros Militares) e 
Municípios, (Guardas Civis Metropolitanos, Guardas Civis Municipais e Guardas 
Municipais), para proporcionar a garantia da ordem pública e dos bons costumes nos termos 
da Lei. Esta segurança é um trabalho continuo ao ser realizado operações que apresentam 
18 
 
certa unidade ou que se reproduz com certa regularidade, que apresentam um olhar focado em 
um programa de prevenção, ao ponto de apresentar em alguns momentos uma força 
repressiva, no cumprimento das leis. É também um processo sistemático, pela necessidade da 
integração das forças de segurança para a junção de conhecimentos e técnicas com objetivos 
de interagir sobre a mesma ótica, pois dependerão de decisões imediatas, medidas de 
reparação e resultados conclusivos. 
Para Theodomiro Dias Neto, (2000) a segurança pública é o mais ancestral e talvez o 
mais essencial dentre todas as garantias fundamentais que um Estado soberano deveria prestar 
aos seus habitantes, senão vejamos: 
 
Não há tema capaz de exercer tanto fascínio e polarização quanto a segurança 
pública. Paradoxalmente, não há tema mais deturpado e incompreendido. 
Tentativas de ser repensado a partir de óticas diversas são rejeitadas pela 
lógica imediatista dos calendários eleitorais ou dos índices de audiência. 
DIAS NETO, (2000, p. 12): 
 
Não podemos nos prender no pensamento que segurança pública é só dever estatal, 
mas também uma responsabilidade de todos. Esses deveres foram separados na Constituição 
de 1988 entre as forças armadas e as policias estaduais e municipais. 
Assim, adentraremos para falarmos um pouco sobre os deveres de cada órgão com o 
intuito de garantir a defesa do Estado e da manutenção da ordem pública. 
A segurança pública esta prevista no artigo 144 da Constituição Federal, que cria os 
órgãos de segurança publica conceituando suas atribuições e os deveres de cada um, senão 
vejamos: “Art. 144. A segurança pública, dever do estado, direito e responsabilidade de todos, 
é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do 
patrimônio através dos seguintes órgãos”, BRASIL, (Constituição Federal, 1988); 
Segundo a tipificação contida na Lei suprema “a segurança pública é dever do estado”, 
deixando a entender que as policias Militares a elas foram atribuídas às responsabilidades pelo 
policiamento ostensivo, preservação da ordem pública, já para as policiais civis 
19 
 
respectivamente também dispostas no artigo 144, §5º da CF, em que frisa: às policias civis, 
funções de policia judiciária e apuração de infrações penais, deixando de fora as infrações 
militares. Essa é grande questão que se discute quando se conceitua dever estatal, a segurança 
pública quando se fala em dever do Estado, seriam em um sentido amplo, ou Estado em 
sentido limitado? 
 Ao analisarmos o mesmo texto legal, se observa que o mesmo traz competências de 
policiamento á ser atribuídas também às policias, Federal, Rodoviária Federal e Ferroviária 
Federal. Daí surgiu outra indagação, que vem à tona quando se ler que a “segurança pública 
dever do Estado”. Seria esse dever nas três esferas, União, Estados e Municípios e não 
somente os estados membros? 
Ao observar o §7º deste mesmo artigo, facultando-se a Lei a organização e o 
funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a 
eficiência das suas atividades. Tal dispositivo visando regulamentar a criação dos órgãos 
citados acima, voltadas a questões de estatutos, código disciplinar e regimentos internos. 
Em diante, veremos o §8º onde encontram-se a previsão da criação Guardas 
Municipais por partes dos municípios com a função primordial de proteção aos Bens, serviços 
e instalações Municipais conforme dispuser a Lei. 
Texto este que se contradiz com o caput do artigo 144 da Carta Magna de 1988, onde 
assegura que a segurança pública é direito e responsabilidade de todos. 
O direito a segurança também foi afirmado como um direito de segunda geração que 
são os direitos sociais, positivado no artigo 6º da nossa Constituição. Vejamos: “Art. 6º São 
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência 
aos desamparados, na forma desta Constituição”. 
A responsabilidade atribuída a todos, diz respeito à colaboração com informações que 
poderão auxiliaras as policias a elucidar crimes cometidos ou que venha a ser, e também 
20 
 
inclui os municípios nesta responsabilidade, através das Guardas Municipais na contribuição 
com a segurança pública, discutindo através de Conselhos Comunitários de segurança, 
debatendo melhores soluções para combater a criminalidade e a prevenção da ordem pública, 
com discussão sobre problemas pertinentes a cada localidade, bairro ou cidade. 
Ao povo também foi conferido o direito de defesa no direito material, nas 
prerrogativas previstos no art. 23 e incisos do Código Penal brasileiro e também conferido o 
direito de dar voz de prisão em flagrante delito, direito este previsto no Decreto Lei nº 3.689 
de 03 de outubro de 1941conhecido como (Código de Processo Penal), mais precisamente em 
seu artigo 301. Ao se falar em flagrante delito, qualquer um do povo poderá para cessar a 
pratica de uma infração criminosa, poderá deter o criminoso que esta cometendo, que acaba 
de cometer, que esta sendo perseguido após cometer ou que forem encontrado logo depois, 
com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração, 
poderá dar voz de prisão em flagrante, conforme a lei. “ Art. 301. Qualquer do povo poderá e 
as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito”. BRASIL, (Código de Processo Pena, 1984). 
Assim todos os órgãos públicos questionados acima serão detalhados neste estudo, 
sobre a Segurança Pública, com consultas nos dispositivos legais, e ao consultar às grandes 
obras escritas por de os ilustres juristas e doutrinadores. 
Há de salientar que um dos modelos de Segurança Pública atualmente adotada nos 
estados membros Brasileiros ainda é o do regime militar, devido a sua policia ostensiva ainda 
terem disciplina e hierarquia militares, diferente de outros países de primeiro mundo onde as 
policias são exclusivamente reguladas pelo regime civil. Alem de um dos mais valorosos e 
interessantes modelos de controle adotado por outros Países é o controle externo, exercido 
pela própria população local, buscando evitar eventuais excessos ocorridos por estes 
profissionais da Segurança Pública. 
21 
 
Para prosseguir com o estudo faremos uma síntese mais clara sobre cada um dos 
órgãos existentes no sistema de segurança pública nacional, começando pelas forças armadas. 
 
1.3.2.1 Das Forças Armadas 
 
As Forças Armadas estão citadas na Constituição Federal no caput do artigo 142, e 
tem a função originaria a preservação da segurança nacional contra as ameaças, estrangeira ou 
não a defesa da Pátria e as garantia dos direitos constitucionais conforme descrito a seguir: 
 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela 
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas 
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do 
Presidente da República, e destinam-se á defesa da Pátria, á garantia dos 
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 
BRAZIL, (Constituição Federal, 1988). 
 
Ainda existem varias atribuições subsidiaria para as forças armadas exercer em pró da 
garantia do desenvolvimento nacional,atribuições esta positivadas na Lei complementar nº 
97/ 99, que são as seguintes: 
Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar 
com o desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo 
Presidente da República. 
Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares: I - 
orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que 
interessa à defesa nacional; 
II - prover a segurança da navegação aquaviária; 
III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que 
digam respeito ao mar; 
IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e 
nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, 
federal ou estadual, quando se fizer necessária, em razão de competências 
específicas. 
Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do 
Comandante da Marinha o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando 
designado como "Autoridade Marítima", para esse fim. 
Art. 18. Cabe à Aeronáutica, como atribuições subsidiárias particulares: 
I-orientar, coordenar e controlar as atividades de Aviação Civil; 
II - prover a segurança da navegação aérea; 
III - contribuir para a formação e condução de Política Aeroespacial 
Nacional; 
IV - estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concessão, a 
infra-estrutura aeroespacial, aeronáutica e aeroportuária; 
V - operar o Correio Aéreo Nacional. 
22 
 
Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do 
Comandante da Aeronáutica o trato dos assuntos dispostos neste artigo, 
ficando designado como "Autoridade Aeronáutica", para esse fim, BRASIL, 
(Lei complementar nº 97/ 99). 
 
São muitas as atribuições, mas uma das mais importantes funções das Forças Armadas 
é a defesa do Estado em face dos inimigos externos, apesar de o Estado brasileiro ser um país 
com boas relações internacionais com os demais países, aliados para garantir que o Brasil não 
sofra ataques contra a soberania nacional. 
 
1.3.1.2.1 Da Policia Federal 
 
A Polícia Federal tem origem na Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do 
Brasil, criada por D. João VI em 10 de maio de 1808, para a qual foi designado o 
desembargador e ouvidor Paulo Fernandes Viana para o cargo de Intendente-Geral de polícia 
da corte. Com o Decreto-Lei no. 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga polícia civil do 
Distrito Federal, que funcionava na Cidade do Rio de Janeiro/RJ, então capital da República, 
no Governo de Getúlio Vargas, foi transformada em departamento federal de segurança 
pública – DFSP, diretamente subordinada ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores. 
De acordo com o referido Decreto-Lei, ao DFSP incumbiam os serviços de polícia e 
segurança pública no Distrito Federal e, em âmbito nacional, os de polícia marítima, aérea e 
segurança de fronteiras. Estabeleceu-se, também, que as secretarias ou departamentos de 
Segurança e chefaturas de polícia dos Estados receberiam orientação do DFSP a respeito de 
assuntos de ordem política e social, relacionados com a segurança pública do país. 
Somente em 1964, com a mudança operada no pensamento político da nação, 
prosperou a ideia da manutenção do departamento federal de segurança pública com 
capacidade de atuação em todo o território nacional, o que veio a se tornar realidade com a 
sanção da Lei no. 4.483, de 16 de novembro de 1964, reorganizando o então DFSP, com 
23 
 
efetivo cunho federal. A Lei no. 4.483/64 conferiu ao órgão atuação em todo o território 
nacional, relacionando suas atribuições nas alíneas “a” a “p” do art. 1º. 
A atual Constituição Federal, promulgada em 1988, manteve a denominação do DPF 
apenas como Polícia Federal, designada como órgão de segurança pública no art. 144, inciso 
I, tendo suas atribuições previstas no § 1o. do mesmo artigo. Apesar de a Constituição Federal 
1988 denominar o órgão como Polícia Federal e o Decreto no. 6.061, de 15 de março de 2007, 
posicioná-lo hierarquicamente ao lado das demais secretarias do Ministério da Justiça, ainda é 
corrente a denominação Policia Federal. 
1.3.2.3 Das Policias Civis 
 
Sabemos que a policia civil existem em todos os estados membros, e no DF. Ao 
estudar o histórico da Policia Civil do Estado Pernambuco, temos as seguintes informações no 
site do Governo do Estado do Pernambuco, na página referente à história da Policia Civil do 
Estado citado, onde sua origem remotamente aconteceu no Século IXX, mais precisamente na 
data de 10 de maio de 1808 com a criação da Intendência Geral de Polícia da Corte e do 
estado do Brasil, e nomeada para exercê-la, o Desembargador Paulo Fernandes Ferreira Viana 
por ato do Príncipe Dom João VI. No caso de Pernambuco, em particular, de acordo com a 
pesquisa realizada pelo Historiador Carlos Bezerra Cavalcanti, a primeira medida regular de 
um serviço de Polícia Judiciária no Estado veio com o Decreto do Governo Provisório de 13 
de abril de 1817, que criou, na Capitania de Pernambuco, um Tribunal de Polícia dirigido por 
um Juiz ordinário do crime e polícia da vila e termo do Recife. 
Cinco anos depois (1841), seria criada a chefatura de polícia, sob o gerenciamento de 
um chefe nomeado pelo Presidente da província, escolhido, costumeiramente, entre os 
membros do Tribunal da Relação, como foi o caso do primeiro a exercer o cargo: 
Desembargador Jerônimo Martiniano Ferreira de Melo. Pela Lei nº 310, de 1898, já na 
24 
 
República, a Chefia de Policia se estruturou ainda mais para o aperfeiçoamento da 
administração policial, visando garantir os direitos individuais, a ordem e a paz pública, sendo 
confiada, primeiramente, ao Chefe de Polícia, a dois Delegados na Capital e a um Delegado 
em cada município do interior, nomeados pelo Secretário de Justiça por indicação do Chefe de 
Polícia. Em 3 de junho de 1931, pelo Decreto nº 73, foi criada a Secretaria de Segurança 
Pública – SSP. 
Como acontecimentos de relevância histórica, alem do fato de ter nascido durante a 
Revolução de 1817 (Revolução Pernambucana), destacamos a participação da Polícia Civil 
em vários episódios da vida de Pernambuco como: nas Revoluções de 1930 e 1964, e na II 
Guerra Mundial, além dos relevantes serviços em prol da tranquilidade pública, como o de 
Rádio Patrulha, pioneiro no Norte e Nordeste do País, instituído na gestão do Capitão Murilo 
Rodrigues de Souza. 
Em 14 de maio de 1967, foi promulgada a nova Constituição Estadual, em cujo bojo, 
por proposição de autoria do Deputado Constituinte Liberato Costa Júnior foi autorizada a 
criação da Polícia de Carreira em Pernambuco, medida efetivada durante a administração do 
Coronel do Exército Egmont Bastos Gonçalves à frente da SSP, por intermédio da Lei nº 
6.657, de 7 de janeiro de 1974 sancionada pelo Governador Eraldo Gueiros Leite. Acesso em: 
(www.policiacivil.pe.gov.br) 
Assim a policia civil também conhecida como policia judiciária é um órgão estatal e 
tem como sua principal função o policiamento investigativo e repressivo. Essas atribuições 
estão previstas na Carta Magna no art. 144, §§ 1º e 4º, onde também são atribuídas no âmbito 
federal, a policia Federal. 
 
 
 
 
25 
 
1.3.2.4 Das Policias Militares e Bombeiros Militares 
 
Ao abordar as forças de seguranças Estaduais, estudaremos especificamente as do 
Estado do Pernambuco. A Policia Militar, segundo o art. 144, §5º da CF, é a responsável pela 
manutenção da ordem pública e pelo policiamento ostensivo em nível dos estados membros e 
do DF, com a função da preservação da ordem pública e do policiamento ostensivo. A PM é 
um órgão que cresceu bastante duranteseus 192 anos de existência. Surgiu na data de 11 de 
junho 1825 através do decreto imperial firmado por o então Imperador D. Pedro I. Seu 
primeiro Quartel foi sediado no pátio do Paraíso em Recife. 
Durante todo esse tempo passado a Policia Militar de Pernambuco recebeu varias 
denominações através de Leis, decretos e resoluções. Vejamos: “Denominações Históricas 
Corpo de Polícia do Recife (Decreto Imperial de 11 de junho de 1825) Corpo de Guardas 
Municipais Permanentes (Resolução do Governo Regencial) Força Policial da Província de 
Pernambuco (Lei de 1826)Guarda Cívica (1890) Brigada Policial do Estado de Pernambuco 
(Decreto-Lei de 13 de dezembro de 1891) Corpo Policial de Pernambuco (Lei nº 181, de 8 de 
junho de 1896) Brigada Militar de Pernambuco (Lei nº 473, de 28 de junho de 1900) 
Regimento Policial do Estado de Pernambuco (Lei nº 918, de 2 de junho de 1908) Força 
Pública do Estado de Pernambuco (Lei nº 1165 de 17 de abril de 1913) Brigada Militar de 
Pernambuco (Ato nº 125, de 31 de outubro de 1930) Força Policial de Pernambuco (Lei nº 
192, de 17 de janeiro de 1936) e hoje é conhecida como a briosa Polícia Militar de 
Pernambuco criada por o (Decreto de 1º de janeiro de 1947)”. http://www.pm.pe.gov.br 
 
Em Pernambuco, no dia 07 de agosto de 1636, foi criada a Companhia Brantmeesters, 
durante a ocupação Holandesa, se constituindo o primeiro serviço de extinção de incêndios 
das Américas. D. Pedro II, preocupado com o grande perigo de incêndios na capital do Brasil 
– Rio de Janeiro -, regulamentou por meio do Decreto, em 02 de julho de 1856, o primeiro 
26 
 
serviço de extinção de incêndio em todo o país. Em virtude disso, a data foi escolhida para se 
comemorar o dia do bombeiro e D. Pedro II foi declarado oficialmente o patrono dos Corpos 
de Bombeiros do Brasil. 
 Em 11 de agosto de 1885, era sancionada uma lei que autorizava da Companhia de 
Bombeiros em Pernambuco por meio de convênios com as companhias de seguros então 
existentes. Todavia, somente dois anos depois, em 23 de setembro de 1887, o Governo 
Provincial nomeava o Capitão Joaquim José de Aguiar – comandante da Companhia de 
Bombeiros do Recife, tendo tomado posse em 20 de outubro do mesmo ano, ocasião em que 
foi expedida a primeira “Ordem do Dia”. Por isso, ficou então o dia 20 de outubro como a 
data comemorativa do aniversário do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco - CBMPE. 
 Em 22 de junho de 1994, a Emenda nº 4 à Constituição Estadual de 1989 emancipou 
o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco da Polícia Militar, tornando-o independente. 
Atualmente, o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco conta com um efetivo de 
cerca de 2.800 militares, tem uma eficiente atuação em todas as regiões do Estado com 
Grupamentos dirigidos pelos Comandos da Região Metropolitana e do Interior. 
(www.bombeiros.pe.gov.br). 
 
1.3.2.5 Das guardas municipais 
 
Após tratarmos das instituições de Segurança Pública previstas no caput do art. 144, 
da Constituição brasileira, adentramos na principal instituição que deu inicio a este estudo, 
instituições estas denominada de Guarda Municipal, prevista no §8 do artigo 144, da CF.
 Para que este estudo tenha uma melhor explicação, foi dividido em dois níveis. Guarda 
Municipal no Brasil e tomamos como exemplo a Guarda Municipal do município de Santa 
Cruz do Capibaribe/PE. 
27 
 
1.3.2.6 Guardas municipais no Brasil 
 
 Guarda Municipal é o titulo utilizado no estado brasileiro para denominar as 
corporações civis que podem ser criadas pelos chefes do poder executivos municipais para 
colaborar na segurança pública municipal utilizando-se do poder de polícia delegado pelo 
município através de leis. Algumas instituições poderão utilizar outras denominações como 
Guarda Civil Municipal para designar o órgão em cidades do interior e Guarda Civil 
Metropolitana para as grandes capitais do Brasil. A denominação "Guarda Civil" é oriunda 
das briosas Guardas Civis dos Estados, extinta durante a o regime militar. Mas que poderão 
novamente ser utilizadas por as GMs dos municípios, como está previsto no art. 22, parágrafo 
único da Lei Federal 13022 de 08 de agosto de 2014. 
Nos dias de hoje as Guardas Municipais estão cada vez mais presentes, vem ganhando 
espaço e a confiança da população que estão muito carente quando se fala em segurança 
pública. Muitos municípios viram nas Guardas municipais uma alternativa a garantir 
segurança pública do seu povo. Em outros países – a exemplo os nossos descobridores os 
Portugueses, a Espanha, Países Baixos, Bélgica, Itália e França, bem como nos Estados 
Unidos e no Reino Unido – as administrações municipais possuem forças policiais locais que 
atuam diretamente na segurança pública e dos seus cidadãos. O constituinte ao criar os órgãos 
de segurança pública, percebeu a importância da participação dos municípios, que achou por 
bem inseri-las no art. 144.§ 8º - “Os Municípios poderão constituir guardas municipais 
destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”, BRASIL, 
(Constituição Federal, 1988). 
Assim a atuação das guardas não resume apenas em proteger seus bens, serviços e 
instalações, mais também uma atividade de policia preventiva e comunitária, em apoio aos 
órgãos policiais estaduais e federais quando solicitadas. 
28 
 
Os destaques ficam por conta das Guardas Municipais do interior do Estado de São 
Paulo, onde a maioria já atua na segurança pública, uniformizados e armados como previsto 
em lei. 
1.3.2.7 Guarda Municipal de Santa Cruz do Capibaribe 
 
A Guarda Civil Municipal de santa Cruz do Capibaribe no interior do Estado do 
Pernambuco foi criada pelo prefeito em exercício José Augusto Maia, na data de 23 de 
setembro de 1993. Desde sua criação a Guarda Municipal exerce o poder de policia 
auxiliando a policia militar no combate ao crime organizado. Hoje seu efetivo é de 78 (setenta 
e oito) homens e 03 (Três) mulheres, atuando diretamente na proteção dos bens, serviços e 
instalações do município, mais também na garantia da ordem pública, na defesa do meio 
ambiente e da sociedade no Geral. 
A Guarda Civil Municipal vem fazendo um brilhante trabalho, se tratando que o 
programa Pacto pela vida do Governo do Estado esta falido, e o índice de violência no estado 
vem crescendo de uma forma assustadora. 
Uma reportagem publicada na editoria de cotidiano do site da Folha de São Paulo, 
considerado um dos maiores jornais do país, traz dados alarmantes do aumento da violência 
em Pernambuco, em especial aos homicídios praticados. 
De acordo com a reportagem, o estado possui uma média de quase 17 assassinatos por 
dia, o que, para as estatísticas, corresponde a quase 1% das mortes violentas cometidas no 
planeta quando se comparam os índices anuais. (www1.folha.uol.com.br.) 
A cidade de Santa Cruz do Capibaribe, mais conhecida como a capital da Moda, é uma 
cidade de uma grande economia, onde o dinheiro gira muito rápido e por esses motivos os 
índices dos crimes contra o patrimônio e dos crimes contra a vida aumentaram bastante 
seguindo a realidade do Estado do Pernambuco. Assim a GCM deste município ao exercerem 
o poder de policia que lhe foi concedido por a lei 13022/2014, vem agindo de forma 
29 
 
preventiva e ostensiva no combate ao crime organizado, ao ponto de atenderem 913 
(Novecentas e Treze) ocorrências só no Mês de Março, a estatística como mostra a tabela em 
anexo, apresentada por a Secretaria de Defesa Social Municipal de Santa Cruz do 
Capibaribe/PE. 
Esses dados poderão ser vistos em www.blogdoneylima.com.br 
Assim a Guarda Civil Municipal deixa seu papel meramente patrimonial para 
atender a necessidadeda sociedade civil, ao qual clamam por segurança pública na 
inércia do Estado do Pernambuco em especial na cidade de Santa Cruz do 
Capibaribe/PE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
2 DO PODER DE POLICIA E SUA NECESSIDADE E EFETIVIDADE 
 
O poder de polícia destinasse a responsabilizar Administração pública na garantia do 
bem estar social, por meio de mandos, ação de apropriar-se legalmente de alguma coisa e 
utilizar-se da autotutela, em desfavor do particular. Mostrando-se através de órgão e serviços 
públicos encarregado de fiscalizar, controlar e reprimir as atividades individuais que se 
manifestem contrárias à higiene, à saúde, à aos bons costumes, a paz, a ordem pública, 
visando a permitir uma convivência social mais humana, para prevenir divergências no 
exercício dos direitos e atividades do individuo entre si e, ante o interesse da coletividade, 
gerada por uma diversidade de deveres de polícia que fazem parte dos vários órgãos da 
Administração pública e que são usados na defesa dos diversos interesses especiais comuns. 
Ou seja, trata-se da capacidade estatal de delimita o exercício dos direitos individuais 
em prol do interesse coletivo. 
 O Poder de Polícia reparte-se entre o Legislativo, Executivo e Judiciário, com base 
no princípio da legalidade, que impede que a Administração imponha obrigações ou 
proibições sem lei que as preveja, trata-se, portanto, de limites de atuação. Vejamos o 
conceito de Poder de policia nos termos de COOLEY, 1903, Grifo do autor apud MEIRELES, 
2002. 
O Poder de Policia (police power), em seu sentido amplo, compreende um 
sistema total de regulamentação interna, pelo qual o Estado busca não só 
preservar a ordem pública senão também estabelecer para a vida de relações 
do cidadão àquelas regras de boa conduta e de boa vizinhança que se supõem 
necessárias para evitar conflito de direitos e para garantir a cada um o gozo 
ininterrupto de seu próprio direito, até onde for razoavelmente compatível 
com o direito dos demais (COOLEY, 1903, p. 829, grifo do autor, apud 
MEIRELLES, 2002, p.128). 
 
 
 
 
31 
 
2.1 Da Legalidade 
 
Ao olhar mais profundo sobre o poder de policia exercido por as Guardas Municipais 
em virtude de uma população, na sua maioria constituída por pessoas leigas, questionarem o 
poder de policia conferido aos órgãos de segurança públicas municipais em face do 
cumprimento de suas atribuições rotineiras, surge diversas perguntas sobre o que é ser policia, 
e quem tem esse poder de policia. 
Policia é a atividade de vigiar, patrulhar. Ou seja, são órgãos policiais criados para a 
manutenção da ordem e a garantir a aplicação das leis. 
Em busca de tal legalidade a abordagem principal é feita no conceito do Poder de 
Policia tipificado no CTN, mais precisamente no artigo 78, vejamos: 
 
Considera-se poder de policia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente a 
segurança, higiene, a ordem, aos costumes, a disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão 
ou autorização do Poder Público, á tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. BRASIL, (Código 
Tributário, 1966) 
 
 Podemos perceber o tamanho e a clareza que traz o conceito de Poder de Policia 
escrito por Osmar Ventris. 
 
O Poder de Policia não é exclusivo dos funcionários públicos com função 
policial. O Poder de Policia, expressão máxima da soberania do Poder 
Público, é exercido pelos três Poderes no exercício da Administração de sua 
competência. Todo funcionário publico legalmente investido no âmbito de 
sua competência legal, atua em nome do Estado, portanto a sua atuação está 
revestida pelo Poder do Estado. É o Poder Público em ação mediante a ação 
do funcionário público. Portanto, Poder de Policia não é exclusivamente da 
Policia, qualquer que seja. VENTRIS, (2010, p. 58). 
 
Assim Helly Lopes MEIRELLES (2007), Aduz que: “Poder de Policia é a faculdade 
que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do poder individual”. Segundo ele 
32 
 
o Estado reprimirá a ação dos particulares que se mostrar contrário, nocivo ou com 
comportamento inadequado ao bem estar da coletividade e a segurança nacional. 
 
2.2- Do órgão Institucionalizado e suas Atribuições 
 
Fundamentado nessa grandeza é possível enxergar o quanto é amplo a área de atuação 
das Guardas municipais, mesmo que as GCMs não tenham essa nomenclatura, de Policia, mas 
com legislações voltadas a garantia dos direitos humanos, preservação da vida, redução do 
sofrimento e diminuição das perdas e com a incumbência de seguir os princípios da 
Administração Pública, especialmente o da legalidade no cumprimento de seus deveres, não 
tem como dizer que esses profissionais não são policia. 
Haja vista que dentre todas as atribuições de poder de Policia exercidas por os Guardas 
Municipais, a mais importante e mais notória é o que diz respeito a manutenção da ordem 
pública, mais comum nas forças policiais estaduais. 
 
2.3 Analise da Legalidade das GCMs ao exercerem o poder de policia. 
 
As Guardas Municipais estão amparadas por o poder de policia Administrativa, dentro 
do seu território municipal, poder de policia esse que também é atribuído a Policia Militar nos 
seus respectivos Estados, se tratando que o poder de Policia Judiciária, foram atribuídos as 
Policia Civis e Policia Federal. Por tanto não tem por que se falar que poder de policia e 
função privativa das forças de segurança expressa no Caput do art. 144, da CF. Para melhor 
compreensão veremos o esclarecimento na obra de BRAGA, (1999): 
 
O poder da policia inexiste, e seria uma aberração que existisse. Pode a 
organização policial usar do poder de policia, que pertence á administração 
pública, para as finalidades que lhe competem: atribuições de policia 
33 
 
preventiva- manter a ordem, evitar a infrações penais e garantir a segurança e 
de policia judiciária apurar as infrações penais não evitadas, investigar e 
provar os fatos, auxiliando na realização da justiça criminal. Logo poder de 
policia não é um poder da Policia Militar. BRAGA, (1999, p. 57) 
 
A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 144, §8º diz que “Os Municípios poderão 
constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, 
conforme dispuser a lei”. 
A Guarda Civil Municipal cuida dos bens, serviços e instalações, mas cuida muito 
mais do que só do patrimônio, ela cuida diariamente da manutenção da ordem pública e da 
integridade física dos cidadãos em parceria com os outros órgãos de segurança púbica. 
O artigo 5° da carta constitucional é um dos mais importantes desta lei maior, pois traz 
os direitos e garantias fundamentais, no caput do artigo está escrito assim: “Todos são iguais 
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes”: BRASIL, (Constituição Federal, 1988). 
Neste artigo, acima citado, estão elencados os direitos topograficamente mais 
importantes, em primeiro a vida, depois vem à liberdade, a igualdade, a segurança e por 
último a propriedade. O Guarda Municipal tem que cuidar da propriedade, ou seja o 
patrimônio público, mas tem que cuidar ainda mais da vida, pois seria ilógicodizer que o 
Guarda tem que zelar pelos direitos humanos fundamentais, de cuidar do patrimônio, mas não 
tem o dever de proteger a vida. 
A Lei Federal, 13022 de 08 de Agosto de 2014, que é o Estatuto Geral das Guardas 
Municipais, em seu art. 2º aduz que; “Art. 2o Incumbem às guardas municipais, instituições 
de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção 
municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito 
Federal”. Brasil, (LEI 13022/2014). 
34 
 
Assim o estatuto Geral das Guardas Municipais veio para regulamentar essa lacuna 
que existia na legislação anterior a sua publicação, no que diz respeito ao poder de policia e 
suas atribuições. 
Posteriormente ao entendimento que as Guardas Municipais são amparadas legalmente 
pelo Poder de Policia Administrativo, e que devem obedecer aos princípios da legalidade e o 
discricionariedade, deixando claro com os ensinamentos dos grandes juristas citados nesta 
obra, que não existe o Poder da Policia e sim o Poder de Policia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
3 DA GUARDA MUNICIPAL COMO ELEMENTO GARANTIDOR DA 
ORDEM PÚBLICA 
 
 Não se pode coloca em dúvida que a Guarda Municipal faz parte do rol taxativo dos 
órgãos garantidor da ordem pública. Pois qualquer dos órgãos públicos que tem o dever da 
proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania, das liberdades 
públicas, preservação da vida, redução do sofrimento, diminuição das perdas, do 
patrulhamento preventivo, compromisso com a evolução social da comunidade e o uso 
progressivo da força, terá elementos suficientes para adquirir essa condição de garantidor da 
ordem pública. Porém é necessário fazer uma breve analise do conceito de Ordem Pública: É 
a situação e o estado de legalidade normal, em que as autoridades exercem suas precípuas 
atribuições e os cidadãos as respeitam e acatam. Muitos juristas, entretanto, observam que a 
expressão ordem pública tem definição vaga e ampla, e varia no tempo e no espaço, sendo 
mais fácil a sua percepção na vida social. Constituir-se-ia assim pelas condições mínimas 
necessárias a uma conveniente vida social, a saber: segurança pública, salubridade pública e 
tranquilidade pública. É consenso, pois, que a ordem pública se materializa pelo convívio 
social pacífico e harmônico, pautado pelo interesse público, pela estabilidade das instituições 
e pela observância dos direitos individuais e coletivos. 
A Guarda Municipal por estar introduzida no capitulo III da Carta Política de 1988, 
que fala sobre a segurança pública, também tem dever garantidor da ordem senão vejamos a 
opinião de Osmar VENTRIS, (2010). 
 
Não é por acaso que a Guarda Municipal está inserida no Titulo V da 
Constituição Federal, no qual é tratado da Defesa do Estado e das Instituições 
Democráticas. Eis a missão! Falhando os órgãos que devem zelar pela 
Soberania do Estado, o próprio Estado é colocado em xeque! 
A missão fundamental das Guardas Municipais é garantir ao cidadão 
o acesso ao serviço público municipal com segurança, e possibilitar o 
exercício dos direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição 
36 
 
Federal e nos termos do art. 5, §2º da CF nos tratados internacionais 
subscritos pelo Brasil. VENTRIS, (2010, p. 85). 
 
Seguindo o raciocínio do virtuoso Hermeneuta acima citado, a Guarda Municipal tem 
sim uma grande importância na segurança pública e na manutenção da ordem pública, tal qual 
foi tipificada no § 8º da Constituição da republica e posteriormente regulamentada por a lei 
Federal 13022/2014. 
 
3.1 Da Definição da Guarda Municipal 
 
Nos termos da Lei 13022/2014 conseguimos conceituar as “Guardas Municipais 
instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de 
proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do 
Distrito Federal.” (Lei Federal 13022/2014). 
Aos olhos do já mencionada constituição Federal em seu art. 30, inc I, indica que ao 
análogo permissivo constitucional, sobre a criação optativa dos órgãos de segurança 
municipal seria uma ferramenta exclusiva do chefe do poder Executivo Municipal, ou seja, o 
prefeito em exercício tem o condão e legalidade de criar a sua própria policia através da 
Guarda Municipal, de acordo com as necessidades locais ou clamor popular. 
Essa matéria é de competência exclusiva do município, assim, quando o município 
observar que o Estado não está mais conseguindo manter a segurança pública dos municípios, 
que é o que esta acontecendo nos dias de hoje, o chefe do poder executivo pode constituir a 
Guarda Municipal, para proteger seus bens, serviços e instalações bem como da manutenção 
da ordem pública. Mais uma vez criada, terá que seguir os requisitos expressos na lei. 
Ao ver de VENTRIS apud SANTOS e STURARO, (2010), a Guarda Municipal 
seguiria os seguintes procedimentos: 
 
37 
 
Uma vez criada, a Guarda Municipal atua subordinada, funcionalmente e 
juridicamente ao Poder Executivo Municipal como órgão da Administração 
Pública inserida no contexto da preservação da ordem pública e da segurança 
pública municipal. VENTRIS apud SANTOS e STURARO, (2010, 92). 
 
 
3.2 Da Funcionalidade e do Poder de Policia Incidente 
 
As Guardas Municipais exercem as mais diversas funções que vão da proteção 
patrimonial, patrulhamento urbanos, patrulhamento ambiental, rondas escolares, patrulha 
Maria da penha, trabalho em conjunto com a defesa civil, policiamentos preventivo e 
ostensivo. Para que isso venha a ocorrer dentro da legitimidade os policiais da Guarda 
Municipal são investidos pelo Poder de Policia Administrativo através da sua função pública, 
assim chegar ao bem comum almejando o interesse público. 
Sabe-se que por diversas vezes esse Poder de Policia exercido pelos Guardas no 
cumprimento dos seus deveres é bastante questionado por parte da sociedade ou até mesmo 
por integrantes de outras forças de segurança, talvez por desconhecimento, rudeza, ou até 
mesmo um certo ciumes. Entretanto o Estado manifesta a sua soberania por meio do Poder de 
Policia administrativa com as características da auto executoriedade e força coercitiva sem 
ferir o principio da legalidade, e essa soberania é indelegável. Por tanto veremos o que 
VENTRIS, (2011), fala a respeito do que diz respeito o Poder de Policia: 
 
Trata-se de Poder Uno, é um instrumento da Soberania do Estado. Por ser 
uno é indivisível. Não existe dois poder de policia dentro do mesmo Estado. 
Ou se tem, ou não se tem poder de policia. Recentemente um Senador da 
República argumentou que estaria, mediante PEC de sua autoria, ¨dando um 
pouquinho de poder de policia para as Guardas Municipais¨, Equivoco! 
Primeiro porque a Guarda Municipal tem poder de policia, pois atua em 
nome do Estado- Poder Público, segundo porque poder de policia não dá pra 
fracionar, diminuir ou aumentar: ou tem ou não tem. VENTRIS (2011, p. 63). 
 
As menções acima só confirmam o quanto nossos legisladores não têm conhecimento 
de causa alguma, não sabem o que realmente os GCMs passam nas ruas de nossas Cidades. 
Os parlamentares não estão nem ai para o interesse geral, e sim para apenas o interesse dos 
38 
 
Estados membros, pois independente de unidade federativa, o poder de policia é um só. 
Devemos pensar no bem comum e da coletividade, e se as Guardas municipais já vem 
adotando a muitos anos atrás um costume ou até mesmo uma analogia in bonam partem, é por 
que o Estados já não podem mais manter essa responsabilidade sozinhos. 
Assim para que os Guardas possamse valer do poder de policia, lhe foi concedido o 
direito de andar armados com arma de fogo, direito estes garantidos em leis Federais. Portanto 
estando dentro dos requisitos legais, requisitos estes inconstitucionais, mais iremos falar disso 
mais a frente, ou seja, estando hapto para portar armas de fogo, eles exercerão o típico poder 
de policia ao protegerem os bens, serviços e instalações, mais também garantirão o direito a 
vida como um bem mais valioso para todos. 
 
3.3 Prisão em Flagrante por Guardas Municipais 
 
Essa questão antes de 2014 era um dos pontos mais discutidos quando se tratava das 
prisões efetuadas por os Guardas Municipais, pois tanto a própria população como alguns 
membros das corporações das Policias Militares, Civis e até mesmo do Poder Judiciário e 
Ministério Público, por entenderem que esse tipo de prisão é competência dos órgãos policiais 
Federais e Estaduais, acusavam os Guardas municiais de estarem usurpando o serviço público 
dos órgãos já mencionados. Não aplicando o que está previsto nas leis vigentes do nosso 
ordenamento Jurídico. Ao fazer uma melhor analise vejamos um olhar mais extensivo do art. 
301 do Código de processo Penal e sua definição de Prisão em Flagrante: 
“Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender 
quem quer que seja encontrado em flagrante delito”, (Código de Processo Penal, 1941). 
 Em hipótese alguma o código de processo penal afirma ser de competência exclusiva a 
prisão em flagrante aos órgãos de segurança Pública Estaduais, (policiais civis e militares). 
Mesmo que se afirmasse no art. 301 do CPC os GCMs estariam amparados no que diz 
39 
 
“qualquer do povo poderá e seus agentes deverão.” BRASIL, (Código de Processo Penal, 
1941). Para resolver esse impasse a Lei 13022/2014 em seu Art. 5º, Inciso XIV trouxe em seu 
texto a seguinte competência para as Guardas Municipais. 
 
“Art. 5o São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as 
competências dos órgãos federais e estaduais:” 
 
 “XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante delito, o autor 
da infração, preservando o local do crime, quando possível e sempre que 
necessário;” BRASIL, (Lei Federal 13022/2014). 
 
As decisões judiciais vistas nas jurisprudências pátria, em especial as do STF quando 
acionado, em sentenças, alusivos à suposta ilegalidade da Prisão em Flagrante executada por 
Guardas Municipais, vem sendo negadas as impetrações de Hábeas Corpus, aonde os relatores 
vem tendo um entendimento uno, ao qual é legitimo a atuação desses órgãos de segurança 
Pública se tratando de prisão em flagrante, senão vejamos: 
 
 
 
Decisão 
 
[...] Não procede à crítica feita pela defesa contra o trabalho desenvolvido 
pelos componentes da Guarda Civil Municipal, pois eles têm legitimidade, 
assim como qualquer um do povo, para efetuar a prisão de criminosos em 
flagrante, como aconteceu no caso em questão. [...] Ministro AYRES 
BRITTO Relator. (amigosdaguardacivil.blogspot.com.br 1) 
 
 
 
 c 102929 / sp - são paulo, habeas corpus, relator(a): min. ayres britto ,julgamento: 04/08/2010. 
publicação, dje-153 divulg 18/08/2010 public 19/08/2010. 
partes, pacte.(s): kelson ricardo barbosa, impte.(s): defensoria pública da união proc.(a/s)(es): defensor público-
geral federal coator(a/s)(es) : superior tribunal de justiça1 
 
40 
 
 
Não restando duvidas da legalidade da prisão em flagrante efetuada por as Guardas 
Municipais. Para não passar despercebido a também um questionamento a respeito da 
abordagem policial efetuada por as Guarda Municipal. Para melhor explicação vejamos o que 
diz o os artigos 240, §2º e 244, do CPP, vejamos: 
 
ART.240, §2º, CPP. Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada 
suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados 
nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior. 
 
ART.244, CPP. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão 
ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma 
proibida ou de objetos ou papeis que constituam corpo de delito ou busca 
domiciliar. (Código de Processo Penal, 1941). BRASIL, (Código de 
Processo Penal, 1941). 
 
As criticas aqui se resumem no que seria uma fundada suspeita e quem seria 
competente para executar tal procedimento? Na busca de um conceito mais formal do que 
seria uma fundada suspeita, NUCCI (2008) afirmou que a mesma seria um: 
 
Requisito essencial e indispensável para a realização da busca pessoal, 
consistente na revista do indivíduo. Suspeita é uma desconfiança ou 
suposição, algo intuitivo e frágil, por natureza, razão pela qual a norma exige 
fundada suspeita, que é mais concreto e seguro. Assim, quando um policial 
desconfiar de alguém, não poderá valer-se, unicamente, de sua experiência ou 
pressentimento, necessitando, ainda, de algo mais palpável, como a denúncia 
feita por terceiro de que a pessoa porta o instrumento usado para o 
cometimento do delito, bem como pode ele mesmo visualizar uma saliência 
sob a blusa do sujeito, dando nítida impressão de se tratar de um revólver. 
Enfim, torna-se impossível e impróprio enumerar todas as possibilidades 
autorizadoras de uma busca, mas continua sendo curial destacar que a 
autoridade encarregada da investigação ou seus agentes podem – e devem – 
revistar pessoas em busca de armas, instrumentos do crime, objetos 
necessários à prova do crime, objetos necessários à prova do fato delituoso, 
elementos de convicção, entre outros, agindo escrupulosa e 
fundamentadamente. NUCCI, (2008, p. 501). 
 
 No voto do relator no Habeas corpus Nº 109.105 - SP (2008/0135091-2), Ministro 
Arnaldo Esteves Lima, fica evidente a legalidade da busca pessoal por GCMs em desfavor do 
impetrante, por entender que seus policiais tem competência para proteger a sociedade civil, 
41 
 
ao serem solicitados por possíveis vitimas ou flagrarem criminosos no ato do delito, conforme 
exposto a seguir: 
 
A preliminar de nulidade suscitada pelo recorrente merece ser afastada. É 
certo que não se desconhecendo a limitação da atividade funcional dos 
guardas municipais trazidas pela Constituição Federal, dispositivo este que 
no entanto, não retira de seus membros a condição de agentes da autoridade, 
e como tal autorizados à prática de atos de defesa da sociedade, sobretudo em 
circunstâncias como a dos autos, em que o acusado se encontrava em 
condição de flagrância, apontado pela vítima como autor de grave delito 
ocorrido momentos antes nas proximidades do local onde se encontrava. 
Outra não poderia ser a conduta esperada dos guardas que ali se encontravam, 
que não o pronto atendimento à solicitação da vítima, com abordagem do 
apontado autor do delito e subsequente revista pessoal, que saliente-se, 
tornou-se frutífera, com apreensão de numerário de mesmo valor daquele que 
fora subtraído. Ademais, a prisão em flagrante delito é facultada a qualquer 
povo, dentre eles, os guardas municipais que se estão autorizados ao mais 
(realização de prisão), certamente também estão ao menos (efetivação da 
revista na tentativa de localização do produto do crime). 
(stj.jusbrasil.com.br). 
 
Por tanto não se pode questionar as buscas pessoais por parte das Guardas em pessoas 
que se encontrem nos requisitos da fundada suspeita, uma vez que os dispositivos legais, não 
estão taxativos as Policiais Federais e estaduais, e sim ao elemento da fundada suspeita. 
 
3.4 A inconstitucionalidade da Lei Federal 10826/2003 se tratando do porte Arma de 
fogo para os Guardas Municipais. 
 
Ao setratar de Guardas Municipais, o tema mais polêmico e discutido é se os agentes 
de segurança pública das GCMs poderem portar armadas de fogo. Muito se debate é se essas 
autoridades públicas municipais teriam legitimidade ou não para o porte de tal instrumento de 
trabalho de tamanha importância ao combate do crime organizado e da manutenção da ordem 
pública. 
 A regra do Estatuto do Desarmamento é pela proibição do porte de arma de fogo em 
todo o território nacional, Em exceção os casos legalmente previstos e as hipóteses elencadas 
em seu art. 6º, bem como as autorizações revestidas de precariedade insertas no poder 
42 
 
discricionário da Polícia Federal a ser exercido nos limites conferidos no ordenamento 
jurídico. Os Guardas Municipais tem seu direito liquido e certo estabelecido no Art. 6º 
incisos, III e IV da Lei em questão, mas conhecida como o Estatuto do Desarmamento, 
Vejamos: 
Art.6º. É proibido o porte de arma de fogo em todo território nacional, salvo 
para os casos previstos em legislação própria e para: 
(...) 
III- os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos 
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes nas condições 
estabelecidas no regulamento desta Lei; 
(...) 
IV- integrantes das guardas municipais dos municípios com mais de 50.000 
(cinquenta mil) habitantes e menos de 500.000 habitantes quando em serviço, 
BRASIL, (Lei Federal 10826/2003). 
 
Este artigo mencionado autoriza que os “os integrantes das guardas municipais das 
capitais dos Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas 
condições estabelecidas no regulamento desta Lei,” possam portar armas letais, em serviço e 
na sua folga. 
Já os municípios com uma população entre 50 cinquenta mil habitantes e 500 
quinhentos mil, os Guardas municipais só estão autorizados a portarem arma de fogo no 
exercício de suas funções. 
De cara esse dispositivo fere claramente um dos princípios constitucionais mais 
importantes, previsto no Art. 5º da nossa Lei maior de 1988 o (principio constitucional da 
isonomia), pois não se pode dar tratamento diferenciado a categorias que tem os mesmos 
objetivos por natureza do quantitativo de habitantes. 
Ai se pergunta, será que a violência estaria contida apenas nas grandes metrópoles e 
capitais? Pois foi esse entendimento que o legislativo deixou aparente. 
Por esses motivos existe diversas ADIs em desfavor do Estatuto do desarmamento, 
mais precisamente do art. 6º. 
43 
 
Podemos destacar o exercício efetivo do cargo de Guarda Civil Municipal que agrega 
a seu ocupante a qualidade de atividade profissional de risco nos termos do Art.10 § 1º inciso 
I da Lei 10.826/2003, (Estatuto do desarmamento), conforme estipulado pelo artigo 18, § 2º, 
I, da Instrução Normativa n. 23/2005-DG, do Departamento de Polícia Federal, que 
estabeleceu os procedimentos para o cumprimento do Estatuto do Desarmamento, 
regulamentado pelo Decreto 5.123/2004, razão pela qual deve ser observado o estrito 
cumprimento do ordenamento jurídico e concedida a segurança a fim de superar o requisito 
normativo e determinar à autoridade policial que verifique a presença das demais exigências 
legais para o deferimento do porte de arma de fogo. 
Para a concessão do porte de Arma de fogo funcional e Particular, não necessita de 
comprovação do perigo de vida que o GCM corre só o fato de exercer o cargo de GCM já é o 
suficiente para tal direito. É tão claro o perigo que esses profissionais enfrentam que 
constantemente perdem suas vidas em serviço ou fora dele. Recentemente foi aprovado por o 
congresso Nacional e sancionado por a presidenta Dilma Rousseff, o estatuto Geral das 
Guardas Municipais (Lei 13022/2014). O presente estatuto aduz em seu Art. 2º que: 
Art. 2º Incumbem às guardas municipais, instituições de caráter civil, 
uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção 
municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e 
do Distrito Federal. BRASIL, (Lei 13022/2014). 
 
 O Capitulo II dizem seu Art. 3°. “São princípios mínimos de atuação das guardas 
municipais. 
Art. 3°. “São princípios mínimos de atuação das guardas municipais:” 
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício da cidadania e 
das liberdades públicas; 
II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição das perdas; 
III - patrulhamento preventivo; 
IV- compromisso com a evolução social da comunidade; e 
V - uso progressivo da força, BRASIL (Lei 13022/2014). 
 
44 
 
No inciso I, do art. 3º, deste Estatuto fala em proteção dos Direitos Humanos. No 
inciso II, do art. 3º fala em Preservação da Vida. Que seria, livrar de algum mal; resguardar, 
defender. 
O inciso III, do art. 3º fala em patrulhamento preventivo, ou seja: é aquele voltado a 
mostrar a presença policial, seja ela através de viaturas (dispositivo luminoso aceso ou não) 
ou a pé (fardados e identificados), a intensificar o policiamento em uma determinada área, 
evento ou região, no intuito de prevenir o acontecimento de um ato criminoso. 
Já no Inciso V, do art. 3º fala de uso progressivo da força: consiste na seleção 
adequada de opções de força policial ou agente de segurança, em resposta ao nível de ação do 
indivíduo suspeito ou infrator da lei a ser controlado. Prevalecendo os princípios da 
legalidade, necessidade, proporcionalidade e conveniência. 
Então seguindo o padrão da ONU e da Declaração Universal dos Direitos do Homem 
de 1948. Não tem como falar em proteger a vida sem ter ao menos condições de proteger a 
sua própria vida (Segurança Pessoal) como diz a Declaração Universal dos Direitos do 
Homem. 
Desta forma, as Guardas Municipais representam, ao lado da Polícia Civil e Militar, a 
segurança de toda comunidade, além da segurança dos bens públicos e não podem ser tratados 
de forma diferenciada por conta da quantidade da população. Seria o mesmo que dizer que os 
Guardas dos municípios e capitas dos estados com mais de 500 mil habitantes podem se 
defender de uma injusta agressão quando estiverem em serviço ou fora deste, através do uso 
da arma de fogo, mas os Guardas dos municípios de menos de 500 mil habitantes até 50 mil, 
só podem se defender quando estiverem em serviço. 
Por esses motivos os incisos III e IV da Lei 10.826/2003, ferem diretamente o 
principio constitucional da ISONOMIA ao tratar com diferenças por quantidade de população 
as Guardas municipais dos municípios com menos de 500 mil habitantes e devem ser 
considerados por a nossa suprema corte (STF), inconstitucionais. 
45 
 
 
3.5 A Ação Dos Municípios Na Segurança Pública 
 
A violência vem a cada dia aumentando em todo território Nacional deixando os 
municípios sem escolhas, se tratando que os Estados membros estão a cada dia sucateando 
suas Policias. O povo vem cobrando cada vez mais dos prefeitos uma cidade mais segura e 
com isto as Guardas Municipais vem ganhando seu espaço ao exercerem seu papel de policia 
municipal no combate ao crime organizado e a manutenção da ordem pública. 
O grande amargo do quesito é que muitos interpretam o artigo 144 da Constituição 
Federal de 1988, de maneira errônea quando se ler: “A segurança pública, dever do Estado, 
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos”. 
Quando nossa carta magna de 1988 veio falar que “segurança púbica é dever do 
estado”, ali quis dizer, Estado Federal do Brasil, compostos por seus entes federados, União, 
estados membros e municípios com competência na garantia da ordem pública. Quando o 
Caput

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