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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO SETOR DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA- SEET DEPARTAMENTO DE FÍSICA - DEFIS ANDRESSA MAYARA COSTA ROSA LEONIR JOSAFAT GUEMBARSKI MARIANA GABRIELA FABIANI MATHEUS VIEIRA CAMARGO RAMOS PATRICIA CAMARGO DE OLIVEIRA ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES E UTILIZAÇÃO DE PROTOBOARD Relatório entregue ao professor Dr. Valdirlei Fernandes Freitas da disciplina de Física Experimental II para obtenção de nota parcial referente ao 1º semestre do 2º ano do curso de Física. Experimento realizado dia 10/04/2017 e entregue dia 24/04/2017. Responsável pelo relatório: Patricia Camargo de Oliveira. Guarapuava - PR 2017 1 - RESUMO Apresenta-se neste relatório, a partir do experimento realizado em laboratório, resultados e comparações de práticas com dados teóricos acerca da resistência de diferentes sistemas, bem como monitorou-se o funcionamento dos resistores, onde montou-se no protoboard diversas associações dos resistores, observando-se e avaliando-se o comportamento das mesmas. 2 - INTRODUÇÃO Entende-se que corrente elétrica é a vazão constituída por cargas em movimento, por outro lado, sabe-se também que nem todos os fluxos de carga neste estado determinam uma corrente elétrica. Deste modo, a corrente elétrica, que é dada em Ampère (A), é definida pela organização no movimento das cargas elétricas, sendo que há a necessidade da aplicação de uma diferença de potencial no sistema para que isso ocorra, visto que com a ddp (diferença de potencial) haverá a formação de campos elétricos no interior do material em que as cargas estão se movimentando e, consequentemente, a atuação de forças no interior do mesmo, o que fornecerá uma ordenação a esse movimento. [1], [2] Uma outra grandeza elétrica relacionada à corrente elétrica é a resistência, dada em Ohm (Ω), na qual entende-se que a resistência de um determinado material à passagem de corrente elétrica é estabelecida por uma relação do potencial elétrico com a intensidade da corrente, de modo que quanto menor for a intensidade do movimento ordenado das cargas nesse material, maior será a resistência que o mesmo apresentará à esta circulação, analogamente, quanto maior for esta intensidade, menor será a resistência exercida pelo material. [1] Neste estudo foram analisados sistemas elétricos classificados como mais complexos, visto que há a presença de associação de resistores, caracterizados por associações em série e em paralelo, onde cabe-se compreender leis do eletromagnetismo específicas para estes casos. 2.1 - 1ª Lei de Kirchhoff (Lei dos Nós). Em um circuito, nó é o ponto onde se juntam pelo menos duas componentes do circuito elétrico, onde entende-se, a partir da Lei dos Nós, que a soma de todas as correntes em um nó é sempre zero, na figura 1 pode-se observar um nó onde aparecem correntes entrando e correntes saindo. [3] Figura 1: Representação de um ponto que apresenta correntes elétricas em movimento. Fonte: http://nerdeletrico.blogspot.com.br/2011/04/kirchhoff-e-suas-leis.html Uma corrente que entra em um nó é positiva, uma corrente que sai do nó é negativa. Através da figura 1 vemos que as correntes i4 e i2 estão entrando, logo, são positivas, e que as correntes i3 e i1 estão saindo, portanto, são negativas. (Equação 1)4 2 3 1 0i + i − i − i = Intuitivamente percebe-se que a soma das correntes deve ser zero, visto que as correntes são as variações de cargas, desse modo as cargas nunca se encontrarão paradas nesse nó, por conseguinte, o somatório de cargas nesse ponto será zero. Matematicamente representamos essa lei a partir da expressão: [3] ∑ Nó i = 0 2.2 - 2ª Lei de Kirchhoff (Lei das Malhas). A primeira lei de Kirchhoff é utilizada para explicar o comportamento das componentes de um circuito a partir do princípio da conservação de massa e carga em um nó, da mesma forma tomamos a conservação de energia dentro de uma malha, que é entendida como o percurso fechado de um circuito. [3] Figura 2: Esquematização de uma malha e o comportamento de uma corrente elétrica em seu interior. Fonte: http://nerdeletrico.blogspot.com.br/2011/04/kirchhoff-e-suas-leis.html Matematicamente, a Lei das malhas nos demonstra que o somatório das tensões num caminho fechado de um circuito elétrico é igual a zero. [3] ensões 0∑ Malha T = Para a representação na forma de uma equação percorre-se a malha no sentido horário e a primeira carga que encontramos definirá o sinal que colocamos na equação. Usando como exemplo a figura 2, temos: (Equação 2)− V + i * R = 0 Para este estudo com associações de resistores, utilizou-se o código de cores (Anexo 1) para a leitura dos valores de resistência dos resistores utilizados, que são dados padronizados organizados em uma tabela, de modo que a leitura é feita através de comparações das cores dos anéis presentes no resistor com estes dados, onde a cor do primeiro anel corresponde ao primeiro algarismo do valor do resistor, a do segundo o segundo algarismo, a do terceiro o valor com que se deve multiplicar o valor do resistor obtido por meio dos dois primeiros dígitos correspondentes aos primeiros anéis e o quarto o valor percentual de tolerância nominal deste resistor. [4] As formas de associações de resistores são: em série, paralelo e mista. Sendo que na associação em série de resistores, pode-se observar que a corrente elétrica é constante, a tensão é dividida entre os resistores e a resistência equivalente do sistema é dada pela soma dos valores das resistências dos resistores envolvidos na associação, de acordo com a equação 3. Na associação de resistores em paralelo, por sua vez, temos que a tensão em todos os resistores é a mesma, a corrente elétrica tem sua intensidade dividida entre os resistores do sistema de acordo com o valor da resistência de cada um dos mesmos e a resistência equivalente é dada pela igualdade do seu inverso com a soma dos inversos das resistências do circuito, exemplificado na equação 4. Por fim, a associação mista de resistores apresenta resistores em associações tanto em série quanto em paralelo e a resistência equivalente neste caso é dada pela soma das resistências de cada conjunto de resistores em separado, série e paralelo. [5] (Equação 3)eq R1 R2 R3 R = + + = + + (Equação 4)1Req 1R1 1R2 .. 1R3 + . + 1Rn 3 - OBJETIVOS ● Determinar a resistência equivalente em associações em série, paralela e mista; ● Reconhecer e monitorar diferentes associações com resistores e capacitores; ● Utilizar o protoboard para montagem de associação de resistores e de capacitores. 4 - MATERIAIS ● 1 painel acrílico para associações com resistores Amorim; ● 1 multímetro; ● 1 painel protoboard; ● resistores de valores diferentes (para uso no protoboard); ● conexão parauso do multímetro; ● fios pequenos para conexão. Figura 3: Materiais utilizados na experimentação. Fonte: do autor. Foto: Leonir J. G. 5 - PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Inicialmente, determinou-se o valor da resistência nominal dos resistores presentes na placa de acrílico através de uma comparação das cores de seus anéis com o código de cores para resistores (Anexo 1). Feito isso, realizou-se a medição dos valores de resistência dos mesmos com o auxílio do ohmímetro no multímetro, anotando-se o respectivo erro instrumental das medidas. Em seguida, executou-se as montagens das figuras 4, 5 e 6 no painel acrílico a partir das associações de resistores constantes no mesmo, onde para cada caso mediu-se a resistência equivalente do circuito formado, também observando os erros presentes nesta medição, calculando a resistência equivalente nominal e o desvio percentual entre os valores calculado e medido para cada situação. Figura 4: Representação do primeiro circuito montado. Fonte: do autor. Figura 5: Representação do segundo circuito montado. Fonte: do autor. Figura 6: Representação do segundo circuito montado. Fonte: do autor. Em seguida, montou-se os circuitos das figuras 4, 5 e 6 no protoboard, medindo com o ohmímetro o valor da resistência equivalente do sistema, tomando a atenção devida com os erros de cada medida. Na finalização, executou-se a montagem de três circuitos elétricos no protoboard diferentes dos já vistos, utilizando-se de 4 resistores em cada circuito, repetindo a observação acerca da resistência equivalente e erros de medida em cada caso. 6 - RESULTADOS Prática 1 - Medida do Resistor As tabelas 1 e 2 referem-se à prática 1, em que na primeira foram medidos 3 resistores cujas resistências nominais eram de 100Ω. Na segunda tabela, foram utilizados 6 resistores necessários para a realização dos três tipos de associações. Para a associação em série utilizou-se 3 resistores. Para a associação em paralelo, também foram utilizados 3 resistores. E na associação mista, aproveitou-se o circuito em paralelo já montado na segunda medida ligando-o em série com outro resistor, que foi conectado, por fim, a outros dois resistores em paralelo.. TABELA1: Medidas de resistência obtidas de forma direta e indireta de cada Resistor. 1º Algarismo (1) 2º Algarismo (0) Multiplicador Tolerânci a (±5%) Valor Calculado (Ω) Valor Medido (Ω) Desvio avaliado Δx(%) Marrom Preto 10Ω Dourado 100 98 0,1 Marrom Preto 10Ω Dourado 100 99,8 0,1 Marrom Preto 10Ω Dourado 100 100,6 0,1 TABELA 2: Medidas de resistência a partir das diferentes associações de resistores na placa de acrílico. Quantidade de R(Ω) utilizados Associação Req Medida(Ω) Δx(%) Req Calculada (Ω) Desvio Percentual (%) 3 Série 300 0,1 300 0 3 Paralela 35 0,1 33,3 5,11 6 Mista 185 0,1 183,3 0,93 Prática 2 - Associação de resistores utilizando o protoboard As tabelas 3 e 4 dizem respeito à prática 2, na qual é utilizado o protoboard ao invés do painel de acrílico. Os dados da tabela 3 apresentam a resistência de circuitos montados no protoboard seguindo as mesmas associações de resistores dos dados obtidos na tabela 2. Na tabela 4, foram utilizados 4 resistores para montar os três tipos de associações diferentes das já montadas neste experimento, em que para a primeira associação foram colocados todos os resistores em série. Para a segunda associação, foram colocados todos os resistores em paralelo. E para a última associação, foram colocados 3 em paralelo ligados a um em série, ou seja, uma associação mista. TABELA 3: Medidas de resistência a partir das diferentes associações de resistores no protoboard. Quantidade de R(Ω) utilizados Associação Req Medida(Ω) Δx(%) Req Calculada (Ω) Desvio Percentual (%) 3 Série 300 0,1 300 0 3 Paralela 34 0,1 33,3 2,10 6 Mista 181 0,1 183,3 1,25 TABELA 4: Medida da associação de resistores no protoboard utilizando-se de 4 resistores. Quantidade de R(Ω) utilizados Associação Req Medida(Ω) Δx(%) Req Calculada (Ω) Desvio Percentual (%) 4 Série 397 0,1 400 0,75 4 Paralela 100 0,1 100 0 4 Mista 136 0,1 133,3 2,03 7 - DISCUSSÕES A partir do estudo destes dados, podemos perceber por meio da tabela 1 que os valores medidos, utilizando o ohmímetro do multímetro, se aproximam dos valores calculados, sendo estes obtidos com o auxílio da tabela de cores, o que pode ser constatado por meio dos cálculos do desvio percentual, pois pode-se observar que estes não passam de 1%. Com base na análise dos resultados obtidos na tabela 2, em que realizamos a medição de resistores em associações e calculamos posteriormente, os respectivos valores para as resistências equivalentes, foi possível perceber que o valor medido e o valor calculado para a associação em série no painel de acrílico eram iguais. Em contrapartida, ao ligar esses mesmos resistores em paralelo e também em uma associação mista, o valor colhido da resistência equivalente sofreu alterações, apresentando um desvio percentual entre o dado experimental e o teórico de até 5 %. O mesmo pode ser observado a partir dos dados coletados na experimentação com o protoboard, tabela 3 e 4, em que a medição da resistência dos circuitos montados apresentaram desvios baixos, menores que 3%, nos fornecendo uma boa precisão de medida. 8 - CONCLUSÃO A partir da realização deste experimento pode-se concluir que a resistência equivalente de resistores dispostos em uma associação em série estabelece uma relação de equidade com a soma das resistências nominais de cada resistor envolvido na associação. Bem como, a relação de proporcionalidade inversa da resistência equivalente de um circuito em paralelo com a soma das resistências nominais que o constituem também se confirmou, do mesmo modo que resistência resultante de uma associação mista, envolvendo a associação em série e paralelo de resistores, se dá pelo somatório das resistências equivalentes de cada associação do circuito. 9 - RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DO ROTEIRO EXPERIMENTAL 1) Qual o tipo de associação que ocorre no arranjo A, B e C? Os tipos de associações que ocorrem no arranjo A, B e C, sao associações de resistores em série, paralelo e mista, respectivamente. 2) Qual parâmetro é igual na associação: a) Em série? Na associação em série, entende-se que a corrente elétrica é constante. b) Em paralelo? Na associação de resistores em paralelo a tensão elétrica apresenta-se constante. 3) Quais dos arranjos A, B e C são divisores de tensão e quais são divisores de corrente? O arranjo A, por ser uma associação em série, mantém a corrente constante e divide a tensão elétrica entre seus resistores. O arranjo B, por sua vez, divide a corrente elétrica entre seus resistores, de acordo com o valor de resistênciade cada um, e apresenta uma tensão elétrica constante. Abrangendo os outros dois arranjos, a associação de resistores C, que é uma associação mista, apresenta-se de modo que a corrente e a tensão elétrica se dividem onde houver a presença de uma relação associativa em série ou paralelo, respectivamente. 4) Para qual arranjo o erro é maior, no protoboard ou na placa de acrílico? A associação de resistores B, em paralelo, é a que apresenta um erro maior, sendo que na placa de acrílico o erro é igual a 5,11% e no protoboard é 2,10%, caracterizando o erro como maior na placa de acrílico, portanto. ANEXO 1 Figura 7: Código de cores para resistores. Fonte: http://www.arduinoecia.com.br/2013/08/codigo-de-cores-de-resistores.html. 10 - REFERÊNCIAS [1] HALLIDAY, David. RESNICK, Robert. WALKER, Jearl. FUNDAMENTOS DE FÍSICA 3: Eletromagnetismo. 4ª edição. Rio de Janeiro - RJ: LTC. 1996. p 113, 114,128. [2] Instituto de Ciências Exatas e Naturais - UFPA. Corrente elétrica - conceito. Disponível em <http://fisica.icen.ufpa.br/aplicada/corrent.htm>. Acesso em 22 de abril de 2017. [3] UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS. Leis de Kircchoff. Disponível em <http://www.ufrgs.br/eng04030/Aulas/teoria/cap_04/leiskirc.htm>. Acesso em 22 de abril de 2017. [4] PUCRS. Código de Cores para Resistores. Disponível em <http://www.inf.pucrs.br/~calazans/undergrad/laborg/cod_cores_res.html> Acesso em 22 de abril de 2017. [5] HECK, Carine et al. Associação de resistores. REXLAB - UFSC. 2016. Disponível em <http://relle.ufsc.br/docs/57911f8d8ff4a.pdf>. Acesso em 22 de abril de 2017.
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