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1 Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Tecnologia e Recursos Naturais – CTRN Unidade Acadêmica de Engenharia Civil – UAEC Laboratório de Física Experimental II Campus Bodocongó – CEP: 58109-970 EXPERIMENTO 07: CIRCUITO RC Relatório Apresentado à Disciplina de Física Experimental II da Unidade Acadêmica de Engenharia Civil do CTRN da UFCG como requisito básico para aprovação na citada disciplina. Discente: Rian Campos Almeida – 122110665 Docente: Kennedy Leite Agra rian.campos@estudante.ufcg.edu.br Campina Grande – PB, abril de 2024. 2 Experimento 07: Circuito RC Autor: Rian Campos Almeida Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande, Bodocongó, 58109-970, Campina Grande – PB Resumo: O circuito RC é composto por um resistor (R) e um capacitor (C) conectados em série ou paralelo. Ele é amplamente utilizado em eletrônica para filtragem, temporização e integração de sinais. Sua resposta temporal é determinada pela constante de tempo RC, influenciando a carga e descarga do capacitor. As principais características incluem a capacidade de armazenamento de energia do capacitor e a resistência do resistor, que determina a taxa de variação da corrente. Palavras-chave: resistor, capacitor, constante de tempo, carga e descarga. 1. INTRODUÇÃO Os Capacitores são componentes utilizados em circuitos elétricos e são responsáveis por armazenar energia. O capacitor é composto por duas partes, onde as placas presentes nos capacitores são equipotenciais, ou seja, possuem o mesmo potencial elétrico: • Duas placas condutoras paralela, que possuem potenciais contrários, mas com mesma intensidade; • Dielétrico o material não condutor que dica entre as placas condutoras e é responsável pelo armazenamento de energia. Com a chave na posição específica, o capacitor estará descarregado. Quando se coloca a chave na outra posição, o capacitor começa a carregar até atingir um valor máximo de carga. Chave na posição de carga: 𝒅𝑸(𝒕) 𝒅𝒕 + 𝑸(𝒕) 𝑹𝑪 = 𝑬 𝑹 Chave na posição de descarga: 3 𝒅𝑸(𝒕) 𝒅𝒕 + 𝑸(𝒕) 𝑹𝑪 = 𝟎 A solução das equações acima nos mostra as equações para a carga, dadas por: E as correntes, O sinal negativo significa que a corrente de descarga possui sentido oposto à corrente de carga. Constante de tempo de um circuito RC: O produto RC fornece a medida da velocidade de variação de corrente, carga e ddp nas placas durante o processo de carregamento. RC é denominado constante de tempo. Depois de um tempo igual a RC a corrente no circuito atinge um valor 1/e (aproximadamente 36,8%) de seu valor inicial. 𝒕 = 𝒕𝒄 = 𝑹𝑪 A constante de tempo é um dado importante, pois conhecendo-se o seu valor, pode- se avaliar a rapidez com que ocorre o descarregamento. Se o produto RC possui um valor suficientemente alto, tal que o decaimento seja lento é possível visualizar a diminuição da corrente usando um simples miliamperímetro. Conhecendo a corrente para vários instantes de tempo pode-se construir um gráfico de I x t no papel mono-log. Dele podemos encontrar a inclinação do gráfico, dada por uma constante K, escolhendo dois pontos quaisquer pertencentes à reta e calcula-se pela equação: 𝑲 = 𝟏 𝑹𝑪 4 Para K<0: −𝑲 = −𝟏 𝑹𝑪 ➔ 𝑹𝑪 = 𝟏𝑲 1.1. OBJETIVOS GERAIS Determinar a constante de tempo de descarga de um circuito RC; analisar o comportamento transitório de um circuito RC no Osciloscópio. 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 2.1 MATERIAIS Materiais utilizados no experimento: • Osciloscópio; • Gerador de ondas quadradas e senoidais; • Painel com plugs de conexão e cabas de ligação; • Fonte de tensão; • micro amperímetro; • resistor e capacitor; 2.2 PROCEDIMENTOS MEDIÇÃO DO TEMPO RC O experimento foi conduzido com o objetivo de carregar o capacitor, conforme ilustrado na Figura 1. Todos os detalhes referentes às polaridades da fonte, do amperímetro e do capacitor foram cuidadosamente observados. Após montar o circuito, a chave S foi fechada na posição a, e então a corrente foi monitorada no microamperímetro. No momento em que a chave foi ligada na posição A, o cronômetro foi acionado. A partir desse ponto, os valores da corrente foram registrados a cada intervalo de 10 segundos, durante aproximadamente 150 segundos (com a corrente inicial \( I_0 = 50 \mu A \)). Todos os dados foram devidamente documentados na Tabela I. 5 Figura I – Esquema para montagem do circuito. Fonte: Fig 10-14 da Apostila. Após essa etapa, procedeu-se à contagem do número de ciclos RC necessários para que a corrente no circuito estabilizasse, teoricamente alcançando zero. Em seguida, a chave foi desligada da posição a, as conexões do amperímetro foram invertidas e a chave foi ligada na posição b, conforme indicado na Figura 1, para iniciar o processo de descarregamento do capacitor. Durante esse processo, o comportamento da corrente de descarga foi monitorado no microamperímetro, e os valores foram registrados na Tabela 2 a intervalos de 10 segundos. O capacitor foi completamente descarregado ao curto-circuitar seus terminais. Por uma questão de segurança e precisão, o procedimento descrito foi repetido várias vezes, utilizando os valores médios para análise e conclusões subsequentes. É importante ressaltar que o valor inicial da corrente foi mantido constante em todos os procedimentos, tanto de carga quanto de descarga. A figura 2 demonstra o procedimento experimental. Figura II –Experimento de carregamento 6 (Fonte: própria) Após a realização dos procedimentos, obteve-se os seguintes resultados: Tabela I – Resultados obtidos no experimento (Carregamento) Fonte: Autor (2024) Tabela II – Resultados obtidos no experimento (Descarregamento) t(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 I(µA) 30,0 27,0 25,0 22,0 20,0 20,0 18,0 16,0 15,0 14,0 12,0 10,0 9,0 8,0 7,5 I(µA) 35,0 31,5 28,5 26,0 23,5 23,5 21,0 19,0 17,5 16,0 14,5 12,0 11,0 10,0 9,0 I(µA) 34,0 31,0 28,0 25,5 23,0 23,0 21,0 19,0 17,0 15,5 14,0 12,0 11,0 10,0 9,0 med(µA) 27,0 29,8 27,7 24,5 24,5 22,17 20,0 18,0 16,5 15,2 13,5 12,3 10,3 9,3 8,5 Fonte: Autor (2024) RESULTADOS E DISCUSSÕES t(s) 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 I(µA) 39,0 35,5 32,0 29,5 26,0 24,5 22,0 20,0 18,5 16,8 15,2 14,0 13,0 11,0 10,5 I(µA) 35,0 32,0 29,0 26,0 24,1 21,5 19,5 18,0 16,0 15,0 13,2 12,0 11,0 10,0 9,0 I(µA) 33,5 30,5 27,5 25,0 22,5 20,0 18,5 17,0 15,5 14,0 13,0 11,5 10,5 9,5 9,0 med(µA) 35,8 32,7 29,5 26,8 24,2 22,0 20,0 18,3 16,7 15,3 13,8 12,5 11,5 10,2 9,5 7 A partir dos dados obtidos, foi possível inicialmente, realizar a plotagem dos gráficos de I em função de t versus t para carga e para a descarga. Conforme as figuras III e IV, observa-se que as curvas parecem descrever uma função do tipo exponencial, tal qual descrito pelas equações: 𝑖(𝑡) = 𝐼0𝑒 −𝑡 𝑅𝐶 𝑖(𝑡) = −𝐼0𝑒 −𝑡 𝑅𝐶 Ainda, é possível realizar a linearização dos dados das tabelas 1 e 2, a partir da equação: ln 𝑖(𝑡) = ln [𝐼0𝑒 −𝑡 𝑅𝐶] = ln 𝐼0 − 𝑡 𝑅𝐶 Os valores para ln 𝑖(𝑡) constam na tabela V e VI. Foi possível plotar o gráfico i(t) versus t linearizado, conforme exibido nas figuras V e VI. Figura III – Gráfico I(t) versus t (carregamento). (Fonte: própria) Figura IV – Gráfico I(t) versus t (Descarregamento). 8 (Fonte: própria) Figura V –Gráfico ln〖i(t)〗 versus t (carregamento). (Fonte: própria) Figura VI –Gráfico ln〖i(t)〗 versus t (Descarregamento). 9 (Fonte: própria) Carregamento Descarregamento 𝑰𝒎é𝒅(𝝁𝑨) 𝐥𝐧 𝒊(𝒕) 35,8 3.58099622 32,7 3.48828158 29,5 3.38439026 26,8 3.28840177 24,2 3.18635263 22,0 3.09104245 20,0 2.99573227 18,3 2.90744761 16,7 2.81241014 15,3 2.72785282 13,8 2.6233412 12,5 2.52572864 11,5 2.44234704 10,2 2.32238772 9,5 2.2512918 𝑰𝒎é𝒅 (𝝁𝑨) 𝐥𝐧 𝒊(𝒕) 33,0 3.49650756 29,8 3.39785883 27,17 3.30172695 24,5 3.19967234 22,17 3.10009263 20,0 2.99573227 18,0 2.89037176 16,5 2.80336038 15,2 2.72029119 13,5 2.60268969 12,3 2.50959909 11,3 2.42480208 10,3 2.33214383 9,3 2.2300144 8,5 2.14006616 10 A partir dos gráficos representados pelas figuras 3 e 4, pode-se encontrar o valor de 1⁄RC para carga e descarga • Para carga: 𝐴 = − 1 𝑅𝐶 = −0,00952 → 𝑅𝐶 = 105,0 • Para descarga: 𝐴 = − 1 𝑅𝐶 = −0,00970 → 𝑅𝐶 = 103,1 . O valor obtido pelo gráfico para RC em segundos, é bem próximo ao valor obtido pelo produto dos valores nominais dos componentes R (resistência) e C (capacitância), sendo este igual a 100. Portanto, pode-se inferir que os resultados experimentais são satisfatórios, apesar dos erros. Poderíamos utilizar o circuito da figura I e medir o valor da d.d.p. nos terminais do capacitor em função do tempo em intervalos iguais para carga e para descarga em vez de medir-se as correntes de carga e descarga respectivamente. Para isso, poderíamos simplesmente introduzir um voltímetro no resistor e no capacitor, conforme a figura VII. Figura VII – Esquema para medir d.d.p. 11 3. CONCLUSÃO Através dos experimentos realizados, foi possível aprofundar o entendimento das definições fundamentais e das práticas comuns relacionadas ao estudo de circuitos RC. A execução desses experimentos proporcionou uma validação prática dos conceitos discutidos teoricamente em leis e princípios. Ao concluir os procedimentos experimentais, foi evidente que os objetivos estabelecidos foram alcançados de forma satisfatória. Apesar disso, é importante reconhecer a possibilidade de ocorrência de erros, os quais podem ter sido causados por imprecisões nos equipamentos utilizados, como amperímetros e cabos, assim como por eventuais leituras incorretas ou erros de arredondamento nos cálculos efetuados. Assim, mesmo diante dessas possíveis imperfeições, os resultados obtidos são considerados válidos e contribuem para o avanço do conhecimento sobre circuitos RC. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SILVA, LAERSON DUARTE DA et al. LABORATÓRIO DE ÓPTICA, ELETRICIDADE E MAGNETISMO: Física Experimental II. UFCG, 2019.
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