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eBook EstudarFora EstagioNoExterior

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ESPECIAL
ESTÁGIO NO 
EXTERIOR 
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ÍNDICE
Tudo que você precisa fazer antes 
de escolher um estágio no exterior ...................................................2
Quem pode se candidatar a um estágio fora do país? ................5
É crise, e agora? ......................................................................................7
O passo a passo para se candidatar ..................................................9
Conheça os destinos mais e os menos concorridos ...................12
Como é o estágio em grandes empresas de tecnologia? .........15
Trabalhando em organizações 
transnacionais de direitos humanos ...............................................17
Estágios para quem quer trabalhar com 
sustentabilidade e meio ambiente ..................................................19
á pensou em fazer estágio na ONU? Descubra como!...............21
A Universidade de origem pode ser sua aliada .........................23
1500 e-mails, uma história de sucesso: 
conheça o aluno de Engenharia que 
conseguiu um estágio no MIT ..........................................................25
1
No site estudarfora.org.br/especiais você 
tem acesso a guias exclusivos e gratuitos.
→
C 
omeço a trabalhar ou faço um intercâmbio?” 
é o novo “caso ou compro uma bicicleta?” – 
pelo menos para muitos estudantes que desejam 
morar fora, mas têm medo de pausar a carreira ou 
de postergar sua entrada no mercado de trabalho. 
Mas e se fosse possível fazer os dois? Adquirir experiência 
na sua área de atuação ao mesmo tempo em que vive a 
tão sonhada (e valorizada) experiência internacional?
Uma solução para esse dilema pode ser realizar um 
programa de estágio no exterior. Existem vagas em 
diversos lugares do mundo e para as mais diferentes áreas 
de atuação. Neste e-book preparado pelo Estudar Fora, 
informe-se sobre o processo de seleção, entenda quais 
são os países e áreas que estão em alta e como a sua 
universidade de origem pode te ajudar com o processo.
Além disso, descubra como é e como conseguir 
oportunidades em grandes empresas de tecnologia, em 
órgãos internacionais como a ONU e a WWF, e também 
em pequenas iniciativas de sustentabilidade. Por fim, 
confira a experiência pela voz de quem foi, e inspire-se 
a começar sua carreira em grande estilo! 
SOBRE A FUNDAÇÃO ESTUDAR A Fundação Estudar, 
instituição sem fins lucrativos criada em 1991, investe 
na formação de jovens de alto potencial por meio de 
oportunidades de estudos e carreira. Para incentivar 
o aumento do número de brasileiros nas melhores 
universidades do mundo, a Estudar apoia o jovem com 
informação, orientação e preparação. Desde a sua criação, 
seleciona os jovens mais brilhantes do país, que sonham em 
deixar um legado, oferecendo bolsa de estudos por mérito 
para cursarem as melhores escolas do Brasil e do mundo.
SOBRE O ESTUDAR FORA O Estudar Fora, como o nome já 
diz, é a fonte de informação e preparação para quem deseja 
estudar fora do Brasil. No site, você encontra rankings das 
melhores faculdades e curiosidades sobre elas; detalhes sobre 
o processo de application (candidatura) para graduação e pós; 
e informações sobre oportunidades de intercâmbio e bolsas 
de estudos, além de histórias de estudantes que já estão nas 
melhores universidades do mundo. Tudo isso porque a gente 
acredita que estudar fora vai te ajudar a chegar mais longe!
 Voltar para o índice 
“
T
omar uma decisão na carreira exige algum 
nível de planejamento. Medir os prós e 
contras e entender como esse passo vai 
impactar na trajetória profissional são 
alguns dos aspectos principais na hora de 
optar por qual caminho seguir. Escolher um estágio 
no exterior, então, não foge à regra: demanda que 
o interessado reflita sobre alguns pontos básicos 
para fazer uma decisão acertada. Pensando nisso, 
a diretora da Abipe (Associação Brasileira de 
Intercâmbio Profissional e Estudantil), Paula Semer 
Prado, aponta três pontos básicos para quem deseja 
encarar essa experiência fora do país. 
1) PLANEJAMENTO FINANCEIRO 
Quando falamos de carreira também falamos, é 
claro, de dinheiro. Por isso, é inevitável tratar do 
assunto quando se trata de um estágio em outro 
país. Antes de se aventurar, o candidato deve ter uma 
boa noção de quanto dinheiro tem separado para o 
intercâmbio. Saber quanto se tem em caixa ajuda a 
definir, antes de tudo, se é possível participar de um 
programa de estágio não-remunerado, ou se apenas 
os remunerados entram para a lista. Mesmo nas 
TUDO QUE 
VOCÊ PRECISA 
FAZER ANTES 
DE ESCOLHER 
UM ESTÁGIO 
NO EXTERIOR
Precisa de inglês fluente? O jeito 
é ir para os países mais famosos? 
Especialista responde e indica três 
passos essenciais antes de optar 
por uma experiência de estágio em 
outro país.
2
 Voltar para o índice 
opções pagas, muitas instituições que contratam os 
estagiários não oferecem apoio para passagens, visto 
e seguro-saúde -- ou seja, é preciso preparar o bolso 
para tais despesas. 
Mesmo nos casos em que o estágio é pago e 
capaz de suprir suas despesas principais no país 
de destino, ainda vale a regra: deixe uma graninha 
extra a postos, para imprevistos ou pequenos gastos 
iniciais. Não custa lembrar que a lógica, no estágio, é 
a mesma de qualquer trabalho assalariado: “Mesmo 
nos estágios remunerados, os estudantes só recebem 
depois de um mês trabalhado”, destaca Paula, que 
comanda o programa IAESTE, voltado para levar 
brasileiros ao exterior em estágios remunerados, e 
também oferecer 
oportunidades a 
estrangeiros nas 
empresas daqui. Para 
ela, o planejamento 
financeiro é “crucial” 
e exige meses de 
antecedência. 
Coloque no cálculo, 
ainda, uma noção do 
custo de vida local, 
para evitar surpresas. 
Afinal, passar uma 
temporada na Suécia 
é bem diferente de 
viver uns meses em 
uma cidade da Índia. 
2) O BEABÁ DO 
IDIOMA LOCAL
Pode adicionar 
o item ao passo a passo: antes de preparar as 
malas, é necessário dominar o idioma do país 
onde se pretende realizar o estágio. Desde os 
primeiros momentos dos processos seletivos, muitos 
responsáveis alertam para esse ponto, já que as 
Em vez de 
focar no país, 
mantenha 
o foco na 
atividade que 
desempenhará 
por lá e no 
quanto uma 
experiência 
dessas valerá 
para o seu 
currículo. 
atividades dentro da empresa seguirão o idioma. Se 
o candidato já tem algum certificado de fluência na 
língua exigida pela empresa, melhor ainda. 
Mas nada de desespero. “Alguns empregadores 
exigem domínio e fluência no idioma requerido, 
mas outras empresas são mais tolerantes e exigem 
um grau intermediário ou avançado”, explica Paula. 
“Lá fora, ninguém vai ficar corrigindo preposição, 
mas é importante conseguir se comunicar, se fazer 
entender, saber fazer um relatório”.
3) O DESTINO NÃO É O PRINCIPAL
É claro que os gostos e preferências do candidato 
contam muito na decisão de um programa de 
estágio. É um período fora do país, muitas vezes 
longe da família e até mesmo dos amigos mais 
chegados -- então, nada mais justo do que escolher 
um destino que já seja o sonho de consumo, 
não? Mas vá com calma. Em vez de focar no país, 
mantenha o foco na atividade que desempenhará 
por lá e no quanto uma experiência dessas valerá 
para o seu currículo. 
Esse pode ser o momento de cogitar destinos 
alternativos que saiam mais em conta, ou que 
fujam do padrão. “O brasileiro ainda tem por hábito 
procurar os Estados Unidos, o Canadá e a Inglaterra. 
Mas há mais possibilidades, mais destinos”, resume 
Paula. Pensar em um país onde a sua área de 
atuação tenha ganhado força, ou mesmo que 
receba bastante estímulo do governo local, por 
exemplo, pode ser um caminho. Se a grana está 
curta, também entram na equação os países que 
têm uma moeda maisbarata e um custo de vida 
mais acessível. 
Como Paula destaca, o que vai valer mais é o tipo 
de atividade que o candidato realiza na empresa 
que o receberá. O tipo de projeto em que a pessoa 
se envolve e o grau de independência que possui 
dentro da organização são pontos que devem estar 
à frente da escolha no país de destino. 
3
 Voltar para o índice TUDO QUE VOCÊ PRECISA FAZER ANTES DE 
ESCOLHER UM ESTÁGIO NO EXTERIOR
O QUE VOCÊ PRECISA SABER
O estágio é remunerado? Depende do programa. 
De qualquer forma, a remuneração cobre os custos 
básicos e não inclui gastos com passagem aérea ou 
taxas da agência.
Quais áreas podem ir? Todas, exceto saúde, que 
tem diversas restrições ao contato com pacientes. A 
maior parte das vagas, porém, está nos segmentos 
de tecnologia, engenharia e hotelaria.
Como encontrar vagas? Nos sites das empresas ou 
por meio de agências de intercâmbio.
Tenho vaga, já posso ir? Não. Para ser válido, o 
acordo deve ser reconhecido por órgãos dos dois 
países – o que também é fundamental para a 
obtenção do visto de trabalho temporário.
Quais são os pré-requisitos? Ter entre 18 e 32 
anos, ter formação na área de interesse, e possuir 
nível intermediário na língua do país de destino.
Quais são os países mais concorridos? Canadá e 
Estados Unidos.
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TUDO QUE VOCÊ PRECISA FAZER ANTES DE 
ESCOLHER UM ESTÁGIO NO EXTERIOR
4
 Voltar para o índice 
Q
ualquer processo seletivo, seja para bolsa 
ou para emprego, implica a existência de 
uma série de pré-requisitos que permite 
às empresas ou instituições filtrarem, entre 
as candidaturas, as que se adequam às 
suas necessidades e expectativas. O mesmo vale para 
estágios internacionais. Portanto, antes de colocar esta 
experiência na lista de planos para o próximo ano, é 
preciso se atentar para alguns pontos-chave exigidos 
na maioria das oportunidades. Confira os principais 
aspectos exigidos pelos gestores e qual o perfil buscado:
#1 O FATOR IDADE
O que se convenciona é estabelecer um limite 
de 30-35 anos de idade - para atender tanto às 
expectativas da empresa quanto do candidato. Isso 
porque, para as organizações que se dispõem a 
contratar candidatos internacionais, a ideia é trazer 
um elemento que oxigene a equipe e que ofereça 
uma perspectiva nova, que fuja do tradicional. Em 
programas como a IAESTE (International Association 
for the Exchange of Students for Technical 
Experience), a média de idade dos candidatos gira em 
torno de 23 anos. 
QUEM PODE SE 
CANDIDATAR 
A UM ESTÁGIO 
FORA DO PAÍS?
Saiba quais são os pré-requisitos 
para fazer parte de programas de 
estágio no exterior e entenda qual 
é o perfil de candidato procurado 
pelas instituições. 
5
 Voltar para o índice 
Na outra ponta dessa equação, uma experiência de 
estágio pode não ser tão proveitosa para alguém na 
casa dos 30 anos que já esteja em outro momento 
de carreira. Para começar, muitos dos estagiários 
acabam hospedados em dormitórios universitários, 
com um público jovem. Além disso, para quem está 
há algum tempo no mercado de trabalho, o tipo de 
atividade e de autonomia oferecido em um estágio 
pode não ser suficiente. 
#2 CURRÍCULO
Pode anotar aí: o candidato ideal para os 
contratantes une excelência acadêmica e 
características comportamentais que o tornem 
atrativo, como resiliência e proatividade. Em 
outras palavras, não é necessário ter um super 
currículo, ou mesmo diversas passagens por 
empresas e organizações no país de origem, 
já que os programas de estágio são focados em 
pessoas no começo da carreira. 
Por outro lado, como adianta Geórgia Barbosa, 
diretora nacional de estágios internacionais para 
estudantes da AIESEC no Brasil, outros aspectos do 
candidato contam pontos extras. “Um grande ponto 
tem sido a motivação da pessoa em participar dessa 
experiência, em trabalhar em uma organização 
específica. Vejo muita gente sendo aprovada por essa 
disposição e por demonstrar vontade de aprender”, 
aponta Geórgia. 
#3 RESPALDO LEGAL: VISTO E PERMISSÃO 
DE TRABALHO
 Antes de planejar uma ida ao exterior para se 
aperfeiçoar profissionalmente, é necessário focar em 
aspectos básicos, como a questão do visto. Afinal, em 
É necessário ter disposição para se adaptar à realidade de 
um país diferente, além de maturidade para identificar os 
choques culturais que acontecem nessa situação
vez de arrumar as malas para uma viagem de lazer, 
dessa vez a vivência será voltada ao trabalho. Na 
maioria dos países, esse fator exige uma categoria de 
visto diferente e, ainda, um processo burocrático que 
também se diferencia do visto de turista. O candidato 
precisa estar atento ao passo a passo deste processo 
legal, verificar se o estágio é possível no país 
escolhido e se ele atende aos requisitos básicos para 
emissão do visto. 
#4 PERFIL ADEQUADO
Não é todo mundo que se adaptaria a morar em 
outro país e encarar um ambiente de trabalho 
diferente. Para Geórgia Barbosa, há um perfil que se 
dá bem nessa vivência no exterior. “É necessário ter 
disposição para se adaptar à realidade de um país 
diferente, além de maturidade para identificar os 
choques culturais que acontecem nessa situação”, diz 
Geórgia. No caso da AIESEC, os candidatos passam 
por uma preparação que inclui instruções sobre a 
cultura do país de destino e alguns detalhes sobre o 
que se espera da rotina por lá. 
Para aproveitar ao máximo o estágio, Geórgia ainda 
destaca a importância do planejamento de carreira. 
“O ideal é que o candidato esteja disposto a usar 
essa oportunidade para gerar outras, entendendo 
como a organização em que ele está indo trabalhar 
pode ajudá-lo no futuro”, resume a diretora. 
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6
 Voltar para o índice QUEM PODE SE CANDIDATAR A UM ESTÁGIO FORA DO PAÍS?
N
os noticiários, não faltam manchetes 
falando da crise econômica e do aperto 
no bolso dos brasileiros. Mas tudo 
indica que isso não afetou o interesse 
por uma vivência internacional. Não é à 
toa que eventos de divulgação de oportunidades 
de intercâmbio alcançam tanto público: para ter 
uma ideia, o Salão de Estudante chegou a cinco 
capitais brasileiras e, só em São Paulo, atraiu 
um público de 15 mil pessoas. Mas quais são as 
tendências atuais entre os estágios no exterior, 
diante desse quadro? Quais áreas se dão bem 
mesmo em cenários adversos?
ADAPTAÇÕES NO ORÇAMENTO
É preciso lembrar, antes de tudo, que as opções 
de estágios no exterior podem seguir dois 
caminhos: as atividades remuneradas e os 
estágios que não têm remuneração. Entre os 
que não são pagos, o caso de muitas 
oportunidades nos Estados Unidos, a solução 
mais lógica é optar pelos destinos mais baratos. 
Com menos dinheiro no bolso, o brasileiro 
consegue se virar melhor. 
É CRISE, 
E AGORA? 
Diante do cenário econômico 
desfavorável, é possível adaptar 
o orçamento e mudar o destino 
no intercâmbio. Saiba quais áreas 
prometem crescimento e quais 
lugares se destacam mais.
7
 Voltar para o índice 
Agora, mesmo entre os programas de estágio 
remunerado, como o IAESTE, da Abipe 
(Associação Brasileira de Intercâmbio Profissional 
e Acadêmico), os brasileiros têm mudado de rota. 
Com a crise econômica, como destaca a diretora 
Paula Semer Prado, os candidatos olham 
“com mais carinho” para destinos que fujam 
um pouco do eixo Estados Unidos-Europa. “Há 
possibilidades interessantes na América Latina, 
antes preterida pelos brasileiros. O mesmo 
acontece nos países do Leste Europeu, que 
oferecem um custo de vida mais atrativo, como é o 
caso da Polônia, da República Checa e da Croácia”, 
exemplifica Paula. Com a relação custo-benefício 
mais atrativa, nesses países as bolsas-auxílio 
rendem mais e conseguem cobrir melhor as 
despesas do estagiário.EXATAS AINDA EM ALTA
Não foi só com o impulso do Ciências Sem 
Fronteiras que as áreas ligadas às Exatas, como as 
engenharias, ganharam força e se consolidaram. 
Entre os programas de estágios no exterior que 
a Abipe comanda, e que levaram cerca de 300 
brasileiros para fora no ano passado, por exemplo, 
a demanda por engenheiros só cresce. 
Como Paula comenta, áreas como “engenharia 
mecânica, mecatrônica e elétrica” também 
lideram o número de candidatos que procuram 
a organização. Para ela, a explicação por trás 
do interesse está, em partes, no estímulo dos 
professores, já que “muitos deles fizeram 
mestrado, especialização ou doutorado fora”. 
No fim das contas, isso estimula ainda mais a 
internacionalização dentro das turmas.
As áreas de tecnologia também têm atraído 
mais jovens interessados e oferecido mais 
oportunidades, em especial na TI e em campos da 
computação. Entram na lista de oportunidades que 
se destacam não só os intercâmbios profissionais 
em empresas, como também os realizados dentro 
das universidades, onde os estagiários podem 
trabalhar em laboratórios. 
Para os estudantes de Humanidades, também há 
esperanças. “Há um gap a ser preenchido na área, 
em que, historicamente, foi mais difícil fazer 
parcerias”, explica Paula. O jeito é ficar de olho em 
novas oportunidades que preencham esse espaço, 
ignorado por muitos anos. 
UMA VIVÊNCIA QUE CONTA
A experiência no exterior continua a ser um algo 
a mais no currículo, dentro dos processos seletivos. 
Para os gestores responsáveis, a informação de 
que o candidato encarou um período fora do país 
em sua área profissional indica uma saída da zona 
de conforto -- é um candidato que se propôs a 
fazer algo além e crescer. “Isso também mostra 
uma habilidade concreta em outro idioma”, 
completa Paula. 
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8
 Voltar para o índice É CRISE, E AGORA? 
H
á mais etapas entre a application e o 
estágio no exterior do que você pode supor 
logo de cara. Entre a decisão de realizar 
um intercâmbio profissional e o embarque 
para o país escolhido, uma preparação que 
pode levar meses ou até anos: é preciso se preocupar 
em ter domínio do idioma local e até mesmo o 
respaldo legal para realizar o estágio. 
Para detalhar algum dos itens mais importantes da 
preparação, a diretora da Abipe (Associação Brasileira de 
Intercâmbios Profissionais e Estudantis), Paula Semer 
Prado, e a diretora dos intercâmbios internacionais da 
AIESEC, Geórgia Barbosa, compartilham algumas dicas 
essenciais para se dar bem.
#1 IDIOMA FAZ A DIFERENÇA
Você pode cometer um deslize aqui e ali, já que 
não deve ser seu idioma materno. Entretanto, é 
necessário ter um nível de domínio que vá, no 
mínimo, do intermediário ao avançado. “O ideal é, 
antes, focar no aprendizado do idioma, aqui ou lá 
fora. Quando o candidato se sentir seguro, pode 
aplicar para os programas de estágios”, indica 
O PASSO A 
PASSO PARA SE 
CANDIDATAR
Meses antes de fazer as malas, o 
estudante deve se preparar para a 
vivência fora do país: do idioma ao 
processo seletivo, entenda o passo 
a passo para o estágio dos sonhos.
9
 Voltar para o índice 
Paula, que é responsável no Brasil 
pelo programa IAESTE (International 
Association for the Exchange of 
Students for Technical Experience). 
Lembre-se: como estagiário 
estrangeiro, além de demonstrar 
bom desempenho nas tarefas 
desempenhadas dentro da empresa 
ou da universidade, é necessário ter 
desenvoltura para se comunicar na 
língua do país. Por isso, verifique qual 
o idioma utilizado pela empresa em 
que pretende estagiar, caso já tenha 
alguma em foco, e direcione sua 
preparação para o aspecto idiomático. 
Veja se, por exemplo, no caso de uma 
instituição polonesa, o idioma falado 
entre os funcionários e padrão nos 
documentos é o inglês. 
Se não tiver uma empresa na mira, 
pense na lista de países que estão 
entre os seus interesses e coloque o 
idioma oficial como meta. Se não tiver 
uma região em especial de interesse, 
escolha inglês ou espanhol para 
trabalhar com mais afinco. 
#2 TEMPO E ATIVIDADE
Há dois aspectos, também essenciais, que vão 
moldar a experiência do intercâmbio e devem ser 
pensados com antecedência. O primeiro deles é o 
tempo disponível para passar em outro país. Para a 
diretora da Abipe, o mínimo recomendável é de seis 
meses, para dar tempo à adaptação e permitir que 
o estagiário produza algo de diferente dentro da 
empresa. “Mas, na situação do Brasil, em que muitos 
estudantes já trabalham, é melhor usar o período 
das férias do que não fazer nada”, ressalta Paula. De 
modo geral, as instituições consideram como mínimo 
o período de seis semanas. 
Definido o tempo disponível, é hora de selecionar 
a atividade a ser desempenhada. Para que a 
experiência acrescente pontos extras ao currículo, 
o padrão é que o estagiário realize 
funções ligadas à sua formação. 
Ainda assim, há quem prefira 
complementar a própria formação 
com tarefas em outras áreas, e use o 
intercâmbio para isso. “Há casos de 
estudantes de Direito que escolhem 
a área educacional no estágio, por 
exemplo. Se a pessoa tem uma 
habilidade extra e quer trabalhar 
com outra coisa, nada a impede. 
Tudo depende do background e da 
experiência dela”, explica Geórgia 
Barbosa, da AIESEC. 
Para tirar a dúvida sobre qual 
atividade desempenhar durante o 
intercâmbio, o jeito é pensar a médio 
e longo prazo. Como esse estágio 
pode ajudar nos próximos passos da 
sua carreira? Use a questão-base 
para escolher o posto de trabalho 
com certa antecedência. 
#3 INSTITUIÇÃO DE APOIO 
OU CONTA PRÓPRIA
É nessa parte que o candidato 
deve planejar como vai chegar às 
empresas e outras instituições que 
oferecem vagas para estrangeiros. 
Há múltiplos caminhos, que vão de agências 
especializadas à procura individual do estudante em 
sites de empresas específicas que o atraiam. 
Em organizações como a Abipe, há um processo 
em que os membros da associação “filtram” as 
candidaturas. De 1800 inscritos, somente a parcela 
que passar pelo funil vai ter acesso a vagas 
selecionadas pela instituição. É um processo diferente 
do realizado na AIESEC, que dispõe de um portal 
gratuito disponibilizando oportunidades ao redor 
do mundo para diferentes perfis. O site funciona 
também como forma de exibir seu perfil profissional 
e acadêmico a outras oportunidades. “O candidato 
preenche um perfil, coloca o currículo dele em inglês 
Para que a 
experiência 
acrescente 
pontos extras 
ao currículo, o 
padrão é que 
o estagiário 
realize funções 
ligadas à sua 
formação. 
Ainda assim, há 
quem prefira 
complementar 
a própria 
formação com 
tarefas em 
outras áreas
10
 Voltar para o índice O PASSO A PASSO PARA SE CANDIDATAR
e então fica disponível para ser visualizado pelas 
AIESEC do mundo. O estudante, então, vai vendo 
as oportunidades e aplicando para elas”, explica 
Geórgia Barbosa.
As áreas de tecnologia, engenharia, turismo e 
gastronomia são as que possuem a maior quantidade 
de vagas. Os estágios podem ser remunerados ou 
não, e os salários variam de acordo com a área 
de atuação e o país: “Todas as vagas que temos 
em hotelaria, por exemplo, são remuneradas. Na 
Austrália, os valores variam de US$ 12 a US$ 17 por 
hora”, explica Rosana Lippi, gerente de produto na 
agência STB. “Já nos Estados Unidos, país de maior 
procura, a maior parte das vagas é não remunerada. 
Algumas poucas remuneradas giram em torno de 
US$ 10 a US$ 14 por hora trabalhada”, completa.
Agora, se o estudante tem interesse específico 
no programa de estágios de uma instituição 
específica, que pode ser as Nações Unidas ou 
mesmo uma multinacional de renome, o caminho 
pode ser mais direto. Nesses casos, é possível ficar 
de olho nas oportunidadesda empresa e até mesmo 
contatar os recrutadores desses processos seletivos 
para tirar dúvidas. 
Mas fique atento: no contato independente com 
as empresas, chamado de self-placement, os 
detalhes (remuneração, período, tipo de trabalho) 
são acertados entre o estudante e o empregador, 
e o acordo precisa ser reconhecido por órgãos dos 
dois países para que o estágio seja legalizado e o 
estudante aprovado para o visto. 
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O PASSO A PASSO PARA SE CANDIDATAR
11
 Voltar para o índice 
S
ó de pensar em passar um tempo fora 
do Brasil, vêm à mente alguns países 
mais conhecidos. São destinos comuns 
para o intercâmbio acadêmico que 
acabam se repetindo na procura por 
vagas de estágio, e incluem Estados Unidos, 
Canadá e Inglaterra. Estes não apenas são 
os mais procurados pelos estudantes como 
também oferecem um número maior de vagas, 
com a intenção de internacionalizar cada vez 
mais as empresas e instituições locais. 
Na contramão, há quem opte por países 
que fujam dos roteiros tradicionais e que 
têm menos procura - seja por terem 
oportunidades para quem deseja praticar um 
idioma diferente, seja por terem um custo de 
vida mais em conta.
Mas o que há de diferente na experiência 
proporcionada por estas duas opções 
diferentes? Quais as expectativas de quem 
se aventura por lá e quais as chances de que 
sejam completamente atendidas? 
CONHEÇA OS 
DESTINOS MAIS 
E OS MENOS 
CONCORRIDOS
Estados Unidos e Canadá 
concentram boa parte das 
candidaturas, e oferecem vagas 
que vão de órgãos governamentais 
e instituições privadas. Alemanha 
é destino alternativo.
12
 Voltar para o índice 
EXPERIÊNCIA Nº1: ESTADOS UNIDOS
Não é difícil concluir que as vagas por lá recebem 
uma enxurrada de candidaturas. O “sonho americano” 
entre os estágios profissionais ainda persiste entre 
os brasileiros, que costumam chegar às agências de 
intercâmbio com o nome do país na ponta da língua. 
Para quem se interessa pelos estágios em terras 
americanas, uma boa opção está nos estágios de 
verão, que são comuns na terra do Tio Sam. No 
período de junho a agosto, os estudantes costumam 
se dedicar aos 
estágios, que 
podem acontecer 
em empresas, 
universidades e 
organizações. Foi o 
que a estudante de 
jornalismo Bruna 
Silva fez, em 2014, ao 
se candidatar para o 
estágio de verão no 
Museum of Arts and 
Design, em Nova York. 
Ela já havia passado 
um semestre na 
University of North 
Carolina at Chapel 
Hill, pelo programa 
Ciências sem 
Fronteiras, e queria 
voltar ao país, dessa vez para um estágio profissional. 
Não hesitou em se candidatar a uma leva de 
instituições pelas quais se interessava. “Fiz meu 
currículo com a ajuda do Career Services da UNC e 
conversei com o meu advisor também, para entender 
melhor como funcionavam os processos seletivos por 
lá. Mandei currículo para vários lugares, desde a CNN 
até um jornalzinho do interior do Texas”, conta Bruna, 
que se decidiu pelo Museum of Arts and Design para 
aprender mais sobre comunicação e artes.
No caso dos processos seletivos por lá, Bruna 
destaca a importância de caprichar na application 
e também na cover letter - item que serve para se 
apresentar ao possível contratante. “É bom revisar o 
currículo e adequá-lo para cada uma das vagas que 
você se candidatar. Também é importante checar o 
inglês duas, três, quatro vezes”, destaca a estudante, 
que agora cursa o último ano de jornalismo na 
Universidade Federal de Santa Catarina. “Além disso, 
acho que você não pode ter medo de se arriscar. Se o 
seu sonho é estagiar no Google, tenta! Não é porque 
você não é 100% fluente em inglês que você não vai 
ser chamado”, recomenda. 
EXPERIÊNCIA Nº2: CANADÁ
Apesar de não ter a fama dos Estados Unidos, o 
Canadá entrou para a lista de países mais procurados 
por estudantes brasileiros interessados em 
estágios. Com o inglês como língua predominante, 
e oportunidades de alavancar também o francês, o 
país também ficou conhecido pela grande parcela de 
imigrantes que constituem sua população. Não é à 
toa, portanto, que entre para os interesses de quem 
busca um ambiente multicultural. 
A atração pela cultura do país foi o que levou 
a estudante de Engenharia Civil Victória Dalceno 
José Pedro a se candidatar para um intercâmbio 
por lá, como parte do Ciências Sem Fronteiras. Uma 
vez matriculada na Universidade de Toronto, uma 
das melhores do mundo, ela se candidatou a um 
estágio profissional, que fazia parte das exigências 
do programa. 
Ela enviou currículo e carta de apresentação 
para vários locais na cidade, e acabou por 
aceitar a oferta da Environment and Climate 
Change Canada, uma instituição governamental. 
Por lá, ela trabalhou com mais de um projeto 
ligado ao meio ambiente. “Trabalhei em um modelo 
de custo e benefício para investimento contra a 
contaminação de fósforo nas bacias dos Grandes 
Lagos, e também como assistente de pesquisa 
em um biofiltro de funcionamento independente”, 
explica Victória, que retornou ao Brasil para concluir 
a graduação no Instituto Federal de São Paulo, na 
capital paulista. 
É bom revisar 
o currículo e 
adequá-lo para 
cada uma das 
vagas que você 
se candidatar. 
Também é 
importante 
checar o inglês 
duas, três, 
quatro vezes
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 Voltar para o índice CONHEÇA DESTINOS MAIS E OS MENOS CONCORRIDOS
Para a estudante de engenharia, as recomendações 
para quem deseja um estágio no Canadá começam 
com a documentação. “O ideal é ter a documentação 
explicitamente permitindo trabalho lá, porque são 
raríssimas as empresas que ajudam um possível 
estagiário na regularização desse tipo de situação”, 
explica. Ficar com receio de cometer erros no idioma 
local também é besteira. “Não se martirize quando o 
assunto é sotaque. Muitos dos colegas de trabalho 
são de outros países também e isso não deve ser 
visto como vergonha para ninguém”.
EXPERIÊNCIA Nº3: ALEMANHA
É um destino alternativo na Europa, que também 
atrai brasileiros, e oferece a vantagem da chamada 
zona Schengen - acordo entre países europeus 
que permite a livre circulação. De modo geral, para 
os estudantes brasileiros que se interessam pelas 
empresas alemãs, não há necessidade de visto para 
períodos de até três meses. A única exigência, nesse 
caso, é que o Serviço de Colocação Internacional 
(ZAV), tenha recebido um documento oficial da 
instituição que contrata e tenha aprovado o estágio. 
Para as candidaturas, a estrutura necessária se parece 
com a dos Estados Unidos e do Canadá: não apenas 
o currículo, como também a carta de apresentação, 
a Anschreiben. Entregues às empresas, esses 
documentos são a porta de entrada para entrevistas 
posteriores, uma etapa determinante na seleção. 
Mesmo entre as organizações e entidades que não 
possuem vagas em destaque, é possível recorrer 
à chamada Initiativbewerbung, uma espécie de 
“application não-solicitada”, em que o estudante 
envia suas informações na esperança de que haja 
algum posto que se encaixe em seu perfil. Tanto nas 
vagas em aberto quando na Initiativbewerbung, nem 
sempre é necessário falar alemão. Há quem consiga 
estágios em que exijam apenas o inglês, ou mesmo 
que contem com o nível intermediário de alemão 
apenas como “algo a mais”. 
CONHEÇA DESTINOS MAIS E OS MENOS CONCORRIDOS
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14
 Voltar para o índice 
O
s escritórios das empresas de tecnologia 
são conhecidos pelo visual descolado 
e descontraído. Uma pesquisa rápida 
na web mostra que um escritório do 
Facebook, por exemplo, não é só um 
ambiente de trabalho: os funcionários têm à 
disposição sofás confortáveis, ping pong para uma 
pausa no trabalho, café disponível logo ao lado, 
videogames para depois do almoço... uma lista de 
benefícios competitivaque atrai muitos jovens a 
posições nestas empresas. 
Por outro lado, só de pensar no porte de nomes 
como Apple e Microsoft, é possível ter uma 
noção das responsabilidades que um profissional 
deve encarar por lá. São projetos que impactam 
um número grande de usuários de uma vez, 
e problemas complexos para resolver. E não é 
diferente entre os estagiários. Dentro dessas 
entidades, o estagiário recebe autonomia e 
desafios constantes. Fique por dentro dos 
programas de estágio proporcionados pelas 
empresas tech e saiba detalhes sobre como é 
trabalhar por lá.
COMO É O 
ESTÁGIO EM 
GRANDES 
EMPRESAS DE 
TECNOLOGIA?
Gigantes como Google e 
Microsoft oferecem programas 
de estágio no Brasil e nos 
escritórios do exterior. Conheça 
os detalhes sobre as experiências 
profissionais nestas empresas.
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 Voltar para o índice 
MICROSOFT
A empresa fundada por Bill Gates, que lidera o ramo 
dos softwares no mundo, tem nome fortíssimo no 
mercado e atrai, todos os anos, jovens do mundo 
todo para seus programas de estágio. E o melhor: 
há um processo seletivo especificamente voltado a 
estudantes latino-americanos. 
Este programa é coordenado pela mexicana Elizabeth 
Arredon Mier, que encaminha os estudantes 
interessados às oportunidades fora da região — 
em especial, nos Estados Unidos. Ela destaca o 
programa de estágios nos headquarters da Microsoft, 
em Washington, que dura 12 semanas, no período 
de novembro a março. Os estudantes em áreas 
ligadas à tecnologia, como na área de ciências da 
computação e das engenharias, podem submeter a 
sua candidatura diretamente no site da Microsoft. 
Depois de uma filtragem entre as applications e 
um processo de entrevistas remotas, por Skype, os 
selecionados são chamados para trabalhar em áreas 
como as dos aplicativos ou mesmo na elaboração de 
dispositivos da Microsoft. Caso o estudante não seja 
aprovado nessa application, a empresa ainda providencia 
um feedback sobre pontos de aperfeiçoamento para o 
candidato - desse jeito, é possível se preparar melhor 
para processos seletivos futuros. 
Como Elizabeth destaca, além dos benefícios 
oferecidos pela Microsoft, que incluem transporte 
local e moradia, o diferencial é oferecer a 
possibilidade de interagir com todas as áreas da 
companhia. “Todo mundo está a um café de distância 
de você”, sintetiza a recrutadora, que integra o time 
da Microsoft há quatro anos. Então, vale pedir aquela 
ajuda para o setor de Marketing, ou mesmo tirar uma 
dúvida sobre o ramo de TI com o gerente da área. 
Para estimular a interação entre os funcionários, a 
Microsoft promove atividades que vão de caminhadas 
e piqueniques até hackathons. 
GOOGLE
Atualmente, o Google é uma das empresas mais 
conhecidas e cobiçadas do mundo - seja pelo seu 
motor de busca, seja por outros produtos que 
oferece, como o Gmail. Desde 2013, a gigante 
tecnológica conta com dois escritórios no Brasil, em 
São Paulo e Belo Horizonte. 
Para os interessados em embarcar para os Estados 
Unidos e se aventurar nos locais de trabalho no 
exterior, o jeito é se candidatar no site do Google 
e aguardar as etapas de entrevista, que ocorrem 
remotamente. Uma vez aceito pela empresa, o 
estudante recebe um acompanhamento de um 
especialista em direito que indica o caminho legal 
para obter visto e permissão de trabalho no país.
Foi isso que aconteceu com o cearense Rubens 
Farias, que já fez dois períodos de estágio na 
empresa. No primeiro deles, o brasileiro se 
candidatou a uma vaga no time canadense, 
mesmo estudando na Duke University, nos Estados 
Unidos. Além da orientação quanto ao passo a 
passo legal, Rubens também recebeu um auxílio 
de realocação, que dá uma ajuda com os custos de 
passagens aéreas. 
A partir daí, um “host” fica responsável por inteirar 
o estagiário sobre o projeto em que ele estará 
envolvido, durante cerca de 12 semanas. Ao longo 
desse período, Rubens destaca que os estagiários 
têm bastante autonomia e contam com horários 
flexíveis. “Você tem bastante liberdade dentro do 
Google. Não tem que ‘bater’ cartão, e ninguém fica 
olhando pra tela do seu computador enquanto 
você trabalha”, resume o estudante de Ciência da 
Computação. “A Google tem uma filosofia: eles 
acreditam que quanto mais à vontade os funcionários 
estão, mais produtivos eles são”, completa.
Eles acreditam que 
quanto mais à vontade 
os funcionários estão, 
mais produtivos eles são
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 Voltar para o índice COMO É O ESTÁGIO EM GRANDES EMPRESAS DE TECNOLOGIA?
A
primeira imagem que vem à mente 
quando se trata de trabalhar 
com direitos humanos é a de um 
trabalho de campo ligado às missões 
humanitárias. Apesar de ser esse, de 
fato, um dos postos ligados a tais entidades, 
há oportunidades para todo tipo de candidato 
- desde os ligados à área de pesquisa até vagas 
para jornalistas. Esses campos de atuação 
incluem, também, vagas para quem está no 
começo da carreira e quer aproveitar os estágios 
para dar os primeiros passos. 
De modo geral, as entidades que atuam na 
área de direitos humanos recomendam que 
os candidatos já tenham algum engajamento 
prévio ou interesse na área. Isso inclui, é claro, 
as subdivisões focadas pela instituição, que 
podem ir de assuntos ligados à população LGBT 
até os direitos de refugiados. Dependendo 
do programa, essas vagas podem não ser 
remuneradas - principalmente porque muitas das 
organizações dependem ainda de doações para 
se manter atuantes. 
TRABALHANDO 
EM 
ORGANIZAÇÕES 
TRANSNACIONAIS 
DE DIREITOS 
HUMANOS
Organizações como Anistia 
Internacional e Humans Rights 
Watch oferecem vagas em 
pesquisa, jornalismo e contato com 
o trabalho de campo. 
17
 Voltar para o índice 
Conheça duas das principais entidades que lutam 
pelos direitos humanos a nível internacional, a Anistia 
Internacional e a Human Rights Watch. 
HUMAN RIGHTS WATCH
A missão da organização é direta: “ser uma voz 
da justiça”. No caso da HRW, que tem 400 
funcionários distribuídos em escritórios ao redor 
do mundo, isso significa realizar pesquisas e 
investigar abusos existentes, e divulgar a informação 
em formato de relatórios e notícias. É assim que a 
entidade busca chamar atenção para violações que 
ocorrem em mais de 90 países e, então, pressionar 
governos e organizações supranacionais a enfrentar 
tais problemas. 
Como destaca Hugo Arruda, coordenador sênior da 
HRW no Brasil um estagiário pode ter a chance de 
trabalhar com diversas partes desse processo. “Alguém 
que participa no programa na divisão das Américas 
pode conhecer nosso trabalho com os governos 
locais e organismos regionais, entender melhor como 
conduzimos nossas investigações, e saber como 
trabalhamos junto a outras organizações da sociedade 
civil para promover justiça e direitos”, exemplifica Hugo, 
que trabalha no escritório de São Paulo. 
Para conseguir uma vaga na instituição, mais do que 
ter um bom desempenho acadêmico e profissional, 
é relevante ter um “envolvimento com a defesa e 
promoção dos direitos humanos”. “A HRW busca 
pessoas que sejam sensíveis aos atuais problemas 
e ameaças aos direitos das pessoas, aos direitos das 
minorias, que estejam preocupados com a política 
doméstica e com a política externa dos países no que 
diz respeito aos direitos e liberdades fundamentais”, 
sintetiza o coordenador. 
Nos programas de estágio, que são todos 
remunerados, divulgados diretamente no site da 
instituição, é garantida a igualdade de oportunidades 
e candidatos de todos os lugares podem aplicar. 
No caso dos postos em países estrangeiros, os 
estudantes que se inscrevem devem possuir um visto 
válido para trabalhar no país de destino e respeitar 
a legislação local. Para brasileiros que já estudem no 
país estrangeiro onde desejam trabalhar,como Hugo 
ressalta, “é possível que a legislação permita ou facilite 
a participação em programas de estágio”.
ANISTIA INTERNACIONAL
A organização inclui membros e ativistas que 
investigam casos de violação dos direitos humanos 
ao redor do mundo, e atua por meio de campanhas 
e pela produção de relatórios. Graças ao trabalho 
desempenhado desde 1961, a Anistia acabou levando 
o prêmio Nobel da Paz em 1977. 
No caso da Anistia, tanto os programas de estágio 
quanto os de voluntariado não são remunerados. 
Em escritórios como os de Londres, por exemplo, há 
um auxílio para transporte e alimentação nos dias 
trabalhados, que giram em torno de 10 libras por dia. 
A duração dos programas deve ser de, no mínimo, de 
quatro a seis meses e dão ao estudante a oportunidade 
de conhecer o trabalho da Anistia de perto. 
Para os aprovados que não tenham permissão de 
trabalho no país de destino, a organização pode fazer 
a solicitação do visto correspondente - no caso do 
Reino Unido, do Tier 5. 
Buscamos pessoas que sejam sensíveis aos atuais problemas 
e ameaças aos direitos das pessoas, aos direitos das minorias, 
que estejam preocupados com a política doméstica e com a 
política externa dos países
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 Voltar para o índice TRABALHANDO EM ORGANIZAÇÕES 
TRANSNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS
N
em todo mundo consegue embarcar 
em projetos de conservação do meio 
ambiente no comecinho da carreira. Ainda 
que existam por aí diversas iniciativas 
que visam cuidar da saúde do planeta, 
descolar uma vaga em grandes entidades que tratam 
do assunto pode parecer uma tarefa difícil – mas há 
diversos caminhos possíveis para chegar lá.
Um deles, claro, é recorrer aos nomes de destaque 
que têm trabalhado na luta pelo desenvolvimento 
sustentável e pela preservação dos recursos naturais, 
como as ONGs Greenpeace e a WWF (World Wide 
Found for Nature). O outro é procurar estágios em 
organizações de menor porte, que tratem de problemas 
pontuais nos países onde atuam. 
Tanto em um quanto em outro, a tendência é que a 
procura pelos programas aumente, graças ao interesse 
crescente por questões ambientais. Os estágios na 
área, então, acabam por atrair perfis bem diversos. 
“Há pessoas que têm curiosidade e que querem voltar 
ao Brasil para aplicar o que aprenderam. E também 
tem gente da área que deseja usar o que aprendeu 
ESTÁGIOS PARA 
QUEM QUER 
TRABALHAR COM 
SUSTENTABILIDADE 
E MEIO AMBIENTE
Oportunidades vão de ONGs 
pequenas em países emergentes 
até grandes entidades voltadas 
para preservação ambiental
19
 Voltar para o índice 
aqui nos projetos de fora”, diz Rosana Lippi, da STB 
(Student Travel Bureau), responsável por programas de 
estágio voltados para meio ambiente. 
Conheça alguns dos caminhos para quem deseja dar 
os primeiros passos na área. 
GIGANTE INTERNACIONAL: A WWF
A instituição começou na Suíça e tratou, de início, 
da conservação de espécies ameaçadas de extinção. 
O caso mais famoso da entidade foi a de proteção 
do panda 
na China, 
que ficou 
destacado no 
logo da ONG. 
Em 1986, a 
WWF passou 
a mirar mais 
aspectos 
ligados 
ao meio 
ambiente, não 
só limitado 
aos animais 
em específico, 
tratando de 
ecossistemas, como o Pantanal, e de desenvolvimento 
sustentável. É a organização com mais associados 
na área de meio ambiente, beirando os 5 milhões, 
distribuídos em mais de cem países. 
A numeralha já oferece uma noção da dimensão do 
trabalho na WWF, que também atua no Brasil. Para 
os que desejam embarcar em um estágio no exterior 
com a entidade, um dos programas disponíveis é o 
Youth Volunteer Internship Programme. O programa 
se dedica a diversas frentes de trabalho, e divulga 
oportunidades pontuais para os projetos que 
desenvolve. No site oficial, por exemplo, é possível 
ver se há vagas no projeto de conservação de corais 
no Madagascar, ou ver os postos disponíveis na 
reconstrução de florestas.
Os candidatos devem ter entre 19 e 27 anos, e estar 
dispostos a trabalhar em locais com condições mais 
precárias, como florestas do Butão. A duração padrão 
vai de três a seis meses e demanda que os estagiários 
façam registros em foto, vídeo e texto sobre as 
atividades da WWF. Os estágios não são remunerados 
e exigem um conhecimento avançado de inglês, além 
de francês em países como Madagascar e Camarões. 
PROJETOS PONTUAIS, ONGS MENORES
Em vez de procurar as organizações com vários 
escritórios pelo mundo, uma opção alternativa está 
nas pequenas ONGs que se multiplicam em diferentes 
países. No momento de escolher o destino do 
intercâmbio profissional, é possível privilegiar locais 
com questões ambientais específicas daquele meio. 
Focar em atividades ligadas à conservação marinha 
na Austrália, uma das opções oferecidas pela STB para 
trabalhos voluntários, pode ser um caminho. 
Outra saída é fazer uma busca atenta para entidades 
em um país que seja de interesse, seja na Tailândia, 
seja na Indonésia, para ver quais vagas de estágio 
aparecem. “É preciso destacar que boa parte dos 
estágios não é remunerado, porque se tratam de 
organizações sem fins lucrativos”, ressalta Rosana. 
Se a ideia é entrar em uma empresa que atue em 
áreas de meio ambiente -- por exemplo, uma empresa 
de engenharia ambiental que ajude na despoluição 
de rios --, há também oferta de vagas em sites da 
companhia, ou mesmo em sites de empregos locais. 
Fica a ressalva, entretanto, para checar o respaldo 
legal de estágio no país e verificar os dados sobre a 
organização antes de embarcar para a experiência.
A tendência é 
que a procura 
pelos programas 
aumente, graças 
ao interesse 
crescente 
por questões 
ambientais.
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 Voltar para o índice ESTÁGIOS PARA QUEM QUER TRABALHAR 
COM SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE
C
riado em 1970, o programa Voluntários das 
Nações Unidas (UNV, na sigla em inglês) é 
um braço do Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento e tem como 
objetivo contribuir para a paz e para o 
desenvolvimento através do trabalho voluntário em 
mais de 140 países.
“Trabalhamos com mais de 60 mil voluntários em 
campo, presentes em diferentes países, principalmente 
os em desenvolvimento, trabalhando em projetos 
de serviços básicos sociais, como saúde e educação, 
mas também na redução de risco de desastres e 
fortalecimento comunitário”, disse Amanda Mukwashi, 
chefe do setor de conhecimento sobre voluntariado e 
inovação, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.
Em uma pesquisa rápida, é possível encontrar 
testemunhos de voluntários que lutam contra a violência 
contra a mulher no Vietnã e engenheiras que estão 
reconstruindo casas na Faixa de Gaza, por exemplo.
Atravessar fronteiras, no entanto, não é mandatório. 
Estima-se que 30% da força voluntária do UNV atue 
JÁ PENSOU 
EM FAZER 
ESTÁGIO NA 
ONU? DESCUBRA 
COMO!
Programa Voluntários das Nações 
Unidas oferece tanto opções em 
campo quanto trabalho remoto; 
possibilidades vão de tradução 
de materiais à proteção de 
áreas ambientais.
21
 Voltar para o índice 
dentro de seu próprio país. No Brasil, onde o programa 
atua desde 1998, as vagas para brasileiros são 
anunciadas diretamente pelo site do PNUD.
PELA INTERNET
Uma das divisões do UNV é o onlinevolunteering.org, 
onde é possível se engajar com trabalho voluntário 
de forma remota. Entre as opções estão tradução de 
materiais, pesquisa, design, desenvolvimento de TI, 
consultoria e coaching, entre outras. Para participar, 
o usuário faz um cadastro e lista suas habilidades. 
Em seguida, já pode pesquisar as vagas disponíveis e 
oferecer seus serviços.
Também é possível ter um impacto à distância 
em momentos de crise, como na epidemia de 
ebola. “Tínhamos tanto voluntários emcampo, que 
trabalharam com as comunidades para prevenir a 
doença, quanto voluntários online, que ajudaram a 
mapear os incidentes”, lembrou Amanda.
BOLSAS PARA VOLUNTÁRIOS
No Brasil, há ainda a possibilidade de concorrer à 
Bolsa Sergio Vieira de Mello, uma homenagem ao 
famoso diplomata brasileiro morto num atentado 
em 2003. Atualmente sem previsão de data para 
sua próxima edição, é uma iniciativa conjunta do 
Ministério de Relações Exteriores e da ONU para 
atrair mais brasileiros ao trabalho voluntário.
As primeiras bolsas, com contratos de 12 meses, 
foram oferecidas em 2014 a jovens interessados em 
trabalhar com gestão de infraestrutura rural no Haiti 
e com políticas de segurança alimentar no Paquistão.
Para quem está em dúvida sobre quais são os 
benefícios do trabalho voluntário, a cofundadora 
da agência Volunteer Vacations Mariana Serra tem 
a resposta na ponta da língua: “É uma via de mão 
dupla: você dá, mas recebe em troca”.
“Em campo, você sai da sua zona de conforto e é 
puxado a ir além, a pensar rápido, trazer soluções em 
um cenário adverso, a trabalhar melhor em grupo”, 
explica. “A experiência te traz uma transformação 
de vivência que você leva também para o âmbito 
profissional.”
Esta matéria foi escrita por Ana Pinho e originalmente 
publicada no portal Na Prática, iniciativa de carreira 
da Fundação Estudar.
Tínhamos tanto voluntários em campo, que trabalharam com 
as comunidades para prevenir a doença, quanto voluntários 
online, que ajudaram a mapear os incidentes
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 Voltar para o índice JÁ PENSOU EM FAZER ESTÁGIO NA ONU? DESCUBRA COMO!
U
ma das regras mais comuns para se 
obter um estágio no exterior é que o 
estudante tenha uma ligação com uma 
instituição de ensino no país de origem. 
Ainda que algumas vagas possibilitem 
essa relação no caso de alunos de pós e mestrado, 
a maioria esmagadora dos candidatos vêm direto 
da graduação. Como exigência opcional de algumas 
agências e programas, entra também a necessidade 
de ter completado de quatro a seis semestres dessa 
etapa do ensino formal. 
Agora, nesse processo, como fica a universidade 
aqui no Brasil? A crescente demanda dos alunos 
por experiências profissionais - e não só acadêmicas 
- no exterior fez com que algumas delas criassem 
mecanismos para apoiar quem optasse pelos estágios. 
Há ainda incentivos do governo, por meio de agências 
como a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento 
de Pessoal de Nível Superior), que são ligados ao 
Ministério da Educação e intermediam esse contato. 
Conheça as opções para quem deseja apoio da 
universidade na busca e no desenvolvimento dentro 
de um estágio fora do país. 
A UNIVERSIDADE 
DE ORIGEM PODE 
SER SUA ALIADA 
Por agências do governo ou com a 
ajuda da universidade de origem, é 
possível contar com o apoio vindo 
direto do Brasil na hora de fazer 
um estágio. 
23
 Voltar para o índice 
PROGRAMAS EM UNIVERSIDADES 
ESPECÍFICAS
Mesmo que boa parte das universidades ainda não 
tenha sistematizado um programa formal de incentivo 
aos estágios no exterior, há instituições que divulgam 
oportunidades como essas entre os alunos. Tendo 
cada dia mais estudantes interessados em um período 
de aperfeiçoamento profissional, algumas delas se 
adaptaram a esta demanda. 
É o caso da Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo, a PUC. Com o tempo, os alunos passaram a 
chegar à Assessoria de Assuntos Internacionais e 
Institucionais com a ideia de passar uma temporada fora 
em um estágio profissional - e o caminho encontrado foi 
analisar o que isso exigiria da universidade. Foi assim, 
como relata Patricia Shiroma, Supervisora de Relações 
Internacionais, que os estudantes passaram a ter uma 
opção de matrícula no início do semestre que indicava 
“intercâmbio profissional”. Com isso, era possível garantir 
a manutenção do vínculo acadêmico exigido pelas 
empresas de fora.
O estudante de Economia Leandro Resende optou 
pelo estágio no exterior e contou com a PUC para 
negociar cláusulas no contrato de estágio com a 
empresa em que trabalhou na França. Ele acabou por 
ter uma oportunidade na IB Remarketing, indicada por 
um amigo que também fora para o país. Ele encarou a 
experiência mesmo sem falar francês e teve o desafio 
de ajudar a criar uma filial da empresa no Brasil. 
Hoje, já de volta a São Paulo, ele trabalha na unidade 
nacional da IB Remarketing. “Foi uma experiência 
essencial. Hoje, tenho de desenvolver novos negócios 
para empresa e executá-los da melhor forma. Também 
fazemos seminários anuais na Europa, em que divido 
experiências com as outras 15 filiais do grupo”, conta 
Leandro, que se forma em 2017. 
Para contar com esse tipo de apoio, é possível recorrer 
à sua universidade e verificar quais as opções de 
matrícula e acompanhamento do estágio profissional. 
Nessas horas, o melhor caminho é começar pelas 
secretarias e assessorias para assuntos internacionais 
na instituição de ensino.
CAPES E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS
Nesse caso, o foco é voltado para estágios de 
cunho acadêmico e para quem já começa a 
se embrenhar na área da pesquisa. Quem faz 
“mestrado sanduíche”, modalidade em que o 
estudante passa parte da pesquisa no Brasil e 
parte em uma instituição estrangeira, ou já se 
encaminha para um pós-doutorado, portanto, 
pode esperar por editais da CAPES (Coordenação 
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) 
para estágios. Além de ser responsável por 
periódicos acadêmicos, a CAPES é uma das 
entidades que cuida de programas de extensão e 
aperfeiçoamento dos acadêmicos brasileiros. 
No caso do PNPD (Programa Nacional de Pós 
Doutorado/Capes), os contemplados pela bolsa não 
só recebem apoio financeiro mensal, em forma de 
bolsa, mas também quantias extras para despesas 
de manutenção do candidato fora do país, como 
o seguro-saúde. A instituição apoia também os 
mestrandos que realizam estágio, com benefícios 
que vão de auxílio instalação até o deslocamento do 
estudante até o país estrangeiro. 
Os programas promovidos pela CAPES têm como foco 
principal o desenvolvimento do estágio em instituições 
de ensino que possam, comprovadamente, colaborar 
com o desenvolvimento do estudante. Por isso, além 
de encaminhar o currículo Lattes à entidade, bem 
como um plano de atividades, o candidato deve 
comprovar que a experiência no exterior só trará 
benefícios à sua pesquisa. 
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Os estudantes passaram 
a ter uma opção de 
matrícula no início do 
semestre que indicava 
intercâmbio profissional
24
 Voltar para o índice A UNIVERSIDADE DE ORIGEM PODE SER SUA ALIADA 
P
or trás de cada histórica bem sucedida há 
muitas horas de esforço. Podem ser longos 
períodos treinando inglês, ou mesmo 
as diversas tentativas de contato com 
empresas, ou até os numerosos processos 
seletivos. No caso do estudante de Engenharia 
Mecatrônica Matheus Tomoto, não foi diferente. 
Na jornada até conquistar um estágio no MIT 
(Massachusetts Institute of Technology), foram muitos 
dias (e e-mails) de dedicação. 
Aos 9 anos, Matheus já vendia produtos de limpeza 
na rua. Depois disso, mesmo quando conseguiu uma 
vaga na universidade - mais especificamente, na 
Faculdade de Engenharia de Sorocaba, no interior 
paulista - continuou a trabalhar duro. “Trabalhei muito 
em chão de fábrica, em muitas oficinas mecânicas e 
ferramentarias”, conta Matheus. Na faculdade, passou 
a desenvolver projetos voluntários, como o B-Energy 
Racing, em que ele e os colegas desenvolviam um 
carro elétrico. Foi no terceiro ano da graduação 
que Matheus conseguiu uma vaga em uma grande 
empresa, a filial brasileira da multinacional alemã 
Heller. Naquela época, o estudante reconhecia que o 
estágio já era um bom posto e tinha propostas boas 
de continuar no trabalho.1500 E-MAILS, 
UMA HISTÓRIA DE 
SUCESSO: CONHEÇA 
O ALUNO DE 
ENGENHARIA QUE 
CONSEGUIU UM 
ESTÁGIO NO MIT
Vindo de escola pública, Matheus 
Tomoto se desdobrou para 
aprender inglês e estudar nos 
Estados Unidos. Uma vez lá, 
persistiu e acabou trabalhando em 
um laboratório no MIT.
25
 Voltar para o índice 
O ponto de virada foi quando apareceu a oportunidade 
de ir para os Estados Unidos pelo programa Ciências 
Sem Fronteiras, do governo federal. Era a chance de 
ouro, mas exigiria que Matheus se esforçasse muito 
para atingir um nível bom de inglês - e, ainda, que 
abandonasse a posição que tinha garantida no Brasil. 
Ele resolveu pedir demissão e dedicar-se ao inglês, 
apostando as fichas no edital do CsF. 
Isso significou, na prática, mais tempo em casa, 
convertido em 16 horas diárias de estudo do idioma, 
para prestar a prova de proficiência - o TOEFL - dentro 
de três meses. Resultado: Matheus não conseguiu a 
nota mínima. “Bateu uma depressão, porque eu tinha 
largado emprego, largado tudo”, admite ele. Mas não 
se deu por vencido: quando viu que conseguiria fazer 
uma segunda prova antes do encerramento do edital, 
tentou novamente. E passou. 
Não demorou para que Matheus fosse aprovado na 
Purdue University, instituição onde o astronauta Neil 
Armstrong se formou, e embarcasse para os Estados 
Unidos. Encontrou na universidade americana uma 
metodologia diferente da brasileira. “Eu tinha de 
três a quatro horas de aula, mas passava o dia todo 
estudando pra fazer os homeworks, para conseguir dar 
conta de todas as tarefas”, conta o estudante. 
Quando chegaram as férias de inverno, Matheus 
resolveu não ficar parado e optou por se candidatar 
aos estágios de verão. Fez uma filtragem entre as 
grandes instituições americanas e arriscou. “Mandei 
currículo para os professores, para os laboratórios, 
para os doutores. Foi algo em torno de 1500 e-mails, 
e mais ou menos 800 foram só para o MIT, já que 
eles têm muitos professores, muitos departamentos”, 
detalha. Terminou os envios na quinta-feira à noite, 
e no dia seguinte, já era chamado para entrevistas. 
Ele reconhece que não foi apenas o currículo que 
fez com que se desse bem, mas também a personal 
letter que anexou aos e-mails. “O que mais chamou 
a atenção deles foram os projetos voluntários que eu 
tive antes de ir para lá e, mais do que isso, a minha 
história, e como eu batalhei durante toda a vida”, 
sintetiza o estudante.
Ele acabou por ser aceito pelo laboratório de 
pesquisas submarinas do MIT, para trabalhar em 
uma pesquisa dentro do Laboratory for Autonomous 
Sensing Systems. Logo no primeiro dia de trabalho, 
o chefe o convidou para ajudar no desenvolvimento 
de um sistema novo que permitisse ao operário 
recarregar a bateria de um submarino sem ter contato 
direto com ela. A ideia era criar uma transmissão de 
energia elétrica wireless por meio do ar e da água. 
Foi assim que Matheus encarou uma papelada de 
mais de cem artigos para desenvolver a técnica junto 
ao laboratório. “Eles me deram todo o subsídio, tanto 
intelectual, já que eles forneceram os artigos que 
eu usaria para desenvolver a ferramenta, quanto os 
equipamentos”, conta. O nível de autonomia para que 
o estudante trabalhasse era grande. “Eles me tratavam 
no mesmo nível do que os pesquisadores que 
estavam lá há 10, 15 anos. Na distribuição de tarefas, 
no desenvolvimento, a cobrança era exatamente a 
mesma, eles me tratavam com muita igualdade”, 
explica Matheus. No fim das contas, a ferramenta 
criada tinha 90% de eficiência.
Para quem deseja seguir seus passos e se aventurar 
em um intercâmbio que vá além do acadêmico, 
Matheus não hesita em dar recomendações. “Se 
dedique no trabalho, e também em construir 
relacionamentos, em conhecer o pessoal. No futuro, 
mais portas podem ser abertas”, diz ele, que retornou 
ao Brasil. Hoje, mesmo à distância, Matheus continua 
envolvido no projeto de pesquisa, e pretende 
continuá-lo em breve, em um mestrado no MIT. “Eles 
já me ofereceram um mestrado por lá, para quando eu 
terminar uma faculdade”, afirma. 
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O que mais chamou a atenção 
deles foram os projetos 
voluntários que eu tive 
antes de ir para lá e, mais do 
que isso, como eu batalhei 
durante toda a vida
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ALUNO DE ENGENHARIA QUE CONSEGUIU UM ESTÁGIO NO MIT
Textos
Ana Pinho
Priscila Bellini
Edição
Nathalia Bustamante
 
Design 
Danilo de Paulo
Renata Monteiro 
 
Fundação Estudar, 2016

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