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Planos de aula Redação Instrumental

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Plano de Aula: Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo. 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
1 
Tema 
Distinção entre o texto narrativo e o texto argumentativo. 
Objetivos 
 - Compreender a Ementa da disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula. 
 - Reconhecer a importância da disciplina para a atividade jurídica em geral. 
 - Compreender a relevância a seleção dos fatos da situação fática para a aplicação do direito objetivo. 
 - Diferenciar o texto Narrativo do Argumentativo. 
Estrutura do Conteúdo 
 1. Apresentação: Ementa da Disciplina, Plano de Curso e Planos de Aula. 
 2. Texto Narrativo: características. 
 3. Texto Argumentativo: características. 
Aplicação Prática Teórica 
 No Direito, é de grande relevância o que se denomina tipologia textual: narração, descrição, 
dissertação e injunção. O que torna essa questão de natureza textual importan te para o direito é sua 
utilização na produção de peças processuais como a petição inicial, que apresenta diferentes tipos de 
texto, a um só tempo. Para melhor compreender essa afirmação, observe o esquema da petição inicial e 
perceba como essa peça pertence a um tipo textual híbrido do discurso jurídico, o que exige do 
profissional do direito o domínio pleno desse conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe, agora, o quadro abaixo para compreender melhor as diferenças estruturais entre a construção 
de um texto narrativo e de um texto argumentativo: 
 NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO 
Objetivo Expor os fatos relevantes do caso 
concreto a ser solucionado no Judiciário. 
Defender uma tese compatível com 
o interesse da parte que o advogado 
representa para sustentação do 
pedido que se pretende ter acolhido 
pelo judiciário. 
Importância do fato 
 
Cada fato representa uma informação 
que compõe a situação fática a ser 
conhecida pelo judiciário. 
O fato narrado é interpretado à luz 
do ordenamento jurídico e 
transformado em elemento de 
persuasão que é o raciocínio, para 
sustentação da defesa da tese 
pretendida (Descritivo-Valorativo-
Normativo). 
Tempo verbal 
utilizado 
 
O pretérito é o tempo fundamental. O 
presente é usado para os fatos que se 
iniciaram no passado e que perduram 
até o momento da narração. O futuro 
não é utilizado porque fatos futuros são 
Presente atemporal. Pretérito 
Perfeito: só deve ser usado para 
retomar os fatos (provas / indícios) 
relevantes da narrativa jurídica, com 
os quais se defenderá a tese. 
 
incertos, hipotéticos. 
Pessoa do discurso Utiliza-se da 3ª pessoa do singular, por 
marcar a imparcialidade do advogado, 
passando, assim, maior veracidade aos 
fatos narrados. 
Utiliza-se da 3ª pessoa do singular 
em busca de maior persuasão e 
veracidade para os argumentos 
formulados. 
Organização Os fatos são narrados e descritos em 
ordem. Pretéritos (perfeito, imperfeito, 
mais-que-perfeito), porque todos os 
fatos narrados já ocorreram. O presente 
é usado somente cronologicamente, isto 
é, na mesma ordem em que 
aconteceram no mundo natural (= 
relógio/calendário) 
Os argumentos são organizados em 
uma linha de raciocínio lógica, 
coerente e coesa em busca da 
persuasão do auditório. É de grande 
relevância a consistência do 
raciocínio e a evidência das provas. 
Elementos 
Constitutivos da 
narrativa 
O quê? (fato gerador do conflito/pedido); 
quem? (partes processuais); onde? 
(local do fato); quando? (momento do 
fato ? dia, mês, ano); como? (modo 
como os fatos ocorreram); por quê? 
(nexo de 
causalidade/razão/motivo/consequência) 
 
Estrutura da 
argumentação 
 
 O fato gerador do conflito (nexo 
causal), apresentação explícita da 
tese a ser defendida, construção de 
argumentos fortes ou consistentes, a 
partir dos fatos relevantes 
selecionados, para sustentação da 
tese a ser apresentada, seleção dos 
tipos de argumentos para defesa da 
tese de forma persuasiva. 
Natureza do 
texto 
 
A narrativa possui função informativa, 
mas é também entendida como um 
excelente recurso persuasivo a serviço 
da argumentação. 
A argumentação tem função 
persuasiva por excelência. 
Questão 1 
 Identifique se os excertos, a seguir, são narrativos ou argumentativos, justificando a sua resposta, 
com alguns fragmentos do próprio texto em análise. Para realizar essa proposta de trabalho, consulte o 
esquema apresentado acima. 
Fragmento 1 
 Augusto ajuizou Ação em face de seu vizinho Germano, alegando, em linhas gerais, que o Réu lhe 
esbulhou uma parte de seu terreno onde existe um córrego com água potável e um abrigo para vaca s 
leiteiras. Pede liminarmente a reintegração de posse, dizendo que houve violência, que a invasão se deu 
durante a noite - clandestinamente, portanto - e que isso lhe trouxe crescentes prejuízos. Em sua Petição 
Inicial, seu advogado explicou os fatos e, entre outros argumentos, justificou, a partir dos prejuízos, a 
necessidade de obter jurisdição de urgência. 
Fragmento 2 
 O alimentando não presta ao alimentado os alimentos indispensáveis à sua subsistência na forma da 
lei civil, razão por que está passando por privações. 
 O alimentando encontra-se em situação estável, trabalhando atualmente como mecânico autônomo 
e percebe a quantia aproximada de R$1500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais. 
Fragmento 3 
 Depreende-se da narrativa autoral que o que se pretende com a presente insurgência é discutir 
problemas familiares, revolvendo questões antigas e atritos/mágoas que sempre existiram e que estavam 
limitadas ao âmbito familiar, trazendo o Autor um desabafo emocional, mas, sem o menor 
contrangimento, expôs a público a privacidade de parte de seus familiares, maculando a imagem e a 
intimidade destes, desconsiderando o Autor a sua própria assertiva em Inicial ?roupa suja se lava em 
casa? (Anexo II, item 17 , fl. 146). 
Fragmento 4 
 O autor afirmou que o réu bloqueou a conta da empresa, impedindo-lhe de pagar fornecedores, 
empregados e impostos. Além disso, o autor assegurou que o réu teria cometido uma grave ilegalidade, 
pois abriu uma filial da empresa de sua mãe, ?Chique- Chique?, supostamente concorrente, no mesmo 
endereço da empresa que é sócio com o autor, sem qualquer tipo de autorização prévia e utiliza -se de 
toda a estrutura de maneira completamente ilegal, com a intenção de vender a carteira de clientes da 
empresa, no escopo de encerrar suas atividades, asfixiar o autor financeiramente, e usurpar a estrutura e 
credibilidade do ponto comercial para instalar uma filial de sua empresa em Brasília. 
Fragmento 5 
 Não se duvida de que é de clareza solar que o Autor utiliza seus petitórios para expor sua 
interpretação distorcida, aleatória e até leviana do indigitado e-mail, com ilações inverídicas e 
extremamente distanciadas da verdade e do intento da Ré, que buscou apenas relatar fatos ocorridos no 
âmbito familiar e demonstrar o seu amargor e repulsa com a ofensa à sua honra, pois foi chamada de 
?ladra? pelo Autor, buscando, assim, e precipuamente alertar que novas desavenças familiares poderiam 
ocorrer, em razão de determinadas posturas do Autor, como a que se instaurou com a pro positura da 
presente ação. 
Fragmento 6 
 Assim, resta evidente que a requerida, ao aliciar o cantor Zeca Pagodinho ainda na vigência do 
contrato e veicular a campanha publicitária com referência direta à campanha produzida anteriormente 
pela autora, causou-lhe prejuízos, porque, por óbvio, foram inutilizados todos os materiais já produzidos 
pela requerente com tal campanha e perdidos eventuais espaços publicitários já adquiridos e não 
utilizados. 
Questão2: objetivas. 
1. No contexto da temática Tipologia textual e Narrativa Jurídica, identifique a opção que 
apresenta a correspondência adequada/correta entre característica e tipologia textual: 
(A) Narração: um texto narrativo possui os elementos indispensáveis da narrativa (O quê? 
Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?). 
(B) Argumentação: pode aparecer na narrativa jurídica simples. 
(C) Narração: um texto narrativo jamais poderá apresentar uma outra tipologia textual. 
(D) Descrição: um texto descritivo sempre aparece com a tipologia textual argumentação. 
(E) Argumentação: um texto argumentativo não poderá apresentar modalizadores. 
2. Analise o fragmento extraído de uma Petição Inicial e indique a que tipo textual pertence: 
DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A procedência da ação para 
condenar a ré a efetuar o pagamento ao autor na importância de R$ 10.000,00 (dez mil 
reais), acrescidos de juros e correção monetária; b) A condenação da requerida ao 
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na forma da lei; c) A citação do 
representante legal da pessoa jurídica que figura no polo passivo para, querendo, no prazo 
legal, contestar a ação; 
(A) Narrativo. 
(B) Injuntivo. 
(C) Dissertativo-argumentativo. 
(D) Descritivo. 
(E) Dissertativo-expositivo. 
 
Plano de Aula: Elementos da narrativa jurídica 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Elementos da narrativa jurídica 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
2 
Tema 
Elementos da narrativa jurídica 
Objetivos 
- Identificar as partes que compõem algumas das peças processuais 
- Compreender a relevância dos fatos do caso concreto para a aplicação do direito objetivo 
- Distinguir a narrativa jurídica simples da narrativa jurídica valorada; 
- Compreender a relação entre o tipo de narrativa e a peça processual produzida; 
- Conhecer as principais características da narrativa jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Estrutura textual das peças processuais 
2. Teoria Tridimensional do Direito 
3. Elementos da narrativa 
3.1. Correta identificação do fato gerador 
3.2. Narrativa jurídica simples 
3.3. Narrativa jurídica valorada 
3.4. Impessoalidade 
Aplicação Prática Teórica 
 Há uma regularidade na organização das peças processuais: são indispensáveis a narrativa dos 
fatos importantes da lide, a fundamentação de um ponto de vista e aplicação da norma, em forma de 
pedido, decisão etc. 
 Não importa se a narrativa dos fatos será denominada ?dos fatos? (petição inicial) ou ?relatório? 
(sentença, parecer, acórdão). Também não cabe, neste momento, nomear a parte argumentativa como 
?do direito? (petição inicial) ou fundamentação (parecer). Pretendemos apenas, como já dissemos, que o 
estudante de Direito perceba que as peças processuais seguem, independente de suas peculiaridades, 
uma estrutura regular: narrar, fundamentar e pedir. 
 Essa estrutura não existe sem motivação. Uma proposta teórica, internacionalmente conhecida, 
chamada Teoria Tridimensional do Direito, do jusfilósofo brasileiro Miguel Reale, defende que o Direito 
compõe-se de três dimensões: FATO, VALOR e NORMA. Assim: 
 
Teoria Tridimensional Macroestrutura de algumas peças processuais 
petição inicial parecer sentença 
FATO Dos fatos Relatório Relatório 
Narrar os fatos importantes 
VALOR Do direito Fundamentação Motivação 
Fundamentar um ponto de vista 
NORMA Do pedido Conclusão Dispositivo 
Conclusão, na forma de pedido, decisão etc. 
 Portanto, é preciso estudar com profundidade todas as questões relativas à produção do texto 
narrativo, primeira dimensão do direito, que consiste na exposição de todos os fatos importantes para a 
adequada solução da lide. 
 Como vimos, as peças processuais têm um denominador comum: precisam, em primeiro lugar, 
narrar os fatos importantes do caso concreto, tendo em vista que o reconhecimento de um direito passa 
pela análise do fato gerador do conflito e das circunstâncias em que ocorreu. Ainda assim, vale di zer que 
essa narrativa será imparcial ou parcial, podendo ser tratada como simples ou valorada, a depender da 
peça que se pretende redigir. São diferentes os objetivos de cada operador do direito; sendo assim, o 
representante de uma parte envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma 
versão da parte contrária. Por conta disso, não se poderia dizer que todas as narrativas presentes no 
discurso jurídico são idênticas no formato e no objetivo, visto que dependem da intencionalidade de ca da 
um. 
 
NARRATIVA SIMPLES DOS FATOS NARRATIVA VALORADA DOS FATOS 
É uma narrativa sem compromisso de representar 
qualquer das partes. Deve apresentar todo e 
qualquer fato importante para a compreensão da 
lide, de forma imparcial. 
É uma narrativa marcada pelo compromisso de 
expor os fatos de acordo com a versão da parte que 
se representa em juízo. Por essa razão, apresenta 
o pedido (pretensão da parte autora) e recorre a 
modalizadores. 
Motivado por essa explicação, leia os casos concretos que seguem e responda à questão. 
Caso concreto 1 
 O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher 
de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam 
em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de 
idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio. 
 É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de 
fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira 
abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o 
caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu so terrado. Por tudo o que 
aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. 
 Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o 
choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela 
beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu. 
 Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por 
tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal 
apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no momento em que matou o próprio filho. 
Caso concreto 2 
 Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado 
e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais 
ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo 
com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. 
 Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado 
pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês de dezembro de 2006, 
quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu -se mal e foi para 
casa. 
 Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. 
Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e teve de puxar à 
força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. 
Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no r io, enrolada em um saco preto. 
 Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. 
Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela 
não estava sobo estado puerperal. 
Questão 1 
 a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos. 
 b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente 
o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as 
informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos 
concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. 
 c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. 
Questão 2: Objetivas. 
 1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além disso, 
podem ser simples ou valoradas. Independentemente de serem simples ou valoradas, toda narrativa 
jurídica apresenta esta característica: 
 (A) Ser escrita em terceira pessoa. 
 (B) Apresentar a descrição dos espaços. 
 (C) Ser parcial. 
 (D) Conter modalizadores. 
 (E) Ser imparcial. 
 2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa correta: 
Trata-se de negligência ao dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27 anos, a que expôs sua 
filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em Botafogo, Rio de Janeiro. 
 (A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde". 
 (B) É possível extrair do parágrafo o elemento "quando". 
 (C) O parágrafo informa o porquê do conflito. 
 (D) É desconhecido o agente da ação. 
 (E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua 
valoração. 
Plano de Aula: Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
Seleção dos Fatos e Ordem Cronológica ou Linear dos Fatos 
Objetivos 
 - Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Distinguir os fatos juridicamente importantes daqueles que são esclarecedores das questões 
importantes. 
 - Organizar os fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear. 
 - Desenvolver raciocínio jurídico de que os fatos que não são usados, direta ou indiretamente, na 
argumentação da tese, não precisam ser narrados. 
 - Reconhecer os elementos da narrativa jurídica, a saber: O QUÊ, QUEM, 
POR QUÊ, ONDE, QUANDO, COMO. 
Estrutura do Conteúdo 
 1.1. Fatos juridicamente importantes: consequências jurídicas. 
 1.2. Fatos secundários que contribuem para a clareza e compreensão da s ituação fática. 
 1.3 Organização dos fatos na ordem rigorosamente cronológica ou linear. 
Aplicação Prática Teórica 
 Ao procurar um advogado, o cliente fará, logo de início, um relato dos acontecimentos que, em sua 
perspectiva, causaram-lhe prejuízo do ponto de vista moral e/ou material. Relatará a sua versão do 
conflito, marcada, geralmente, por comoção, com reiterados detalhes - descrições minuciosas dos fatos - 
nem sempre muito relevantes juridicamente e com muita parcialidade. 
 Saber selecionar essas informações é muito importante e esse procedimento depende não só do 
tipo de texto que se quer redigir, mas também de uma visão crítica, madura e bastante aprimorada, pois 
desses fatos selecionados que serão construídos os argumentos, sem se esquecer da função persuasiva 
da narrativa. 
 Num relato pessoal, interessa ao narrador não apenas contar os fatos, mas justificá -los. No 
mundo jurídico, entretanto, muitas vezes, é preciso narrar os fatos de forma objetiva, sem justificá -los. Ao 
redigir um parecer, por exemplo, o narrador deve relatar os fatos de forma objetiva antes de apresentar 
seu opinamento técnico-jurídico na fundamentação. 
 Antes de iniciar seu relato, o narrador deve selecionar o quê narrar, pois é necessário garantir a 
relevância do que é narrado. Logo, o primeiro passo para a elaboração de uma boa narrativa é 
selecionar os fatos a serem relatados. 
 
Questão 1 
 Considere que as informações juridicamente importantes são aquelas que precisam constar da 
narrativa jurídica porque o julgador necessita desses fatos para esclarecer o conflito e solucionar a lide. 
Assim, redija uma narrativa jurídica sobre o caso concreto abaixo, selecionando todas as informações 
relevantes em ordem cronológica e verifique, ainda, se constam dela os seguintes elementos que a 
constituem: o quê, quem, por quê, quando, onde, como (passo a passo da narrativa). Faça uso dos 
tempos verbais no passado e na terceira pessoa do singular em busca de maior veracidade para os fatos 
narrados. 
Caso Concreto 
 No dia 9 fevereiro de 2015, em uma segunda-feira ensolarada, Iolanda de Araújo Nogueira, 
aposentada, 72 anos, portadora de doença degenerativa, com muita pressa, toda maquiada e com um 
belo coque e óculos escuros vermelhos, com roupas e sapatos estranhos à moda atual, dirigiu-se à 
agência do Banco do Estado do Rio Grande Sul (Banrisul) na cidade de Pelotas, com o propósito de 
sacar dinheiro para custear o seu tratamento médico em Porto Alegre. Ficou em duas filas aguardando 
atendimento, no período das 14h55min às 16h26min. 
 Neste intervalo, sentiu-se mal, tendo sido acometida por forte diarreia. Pediu, então, à estagiária 
do banco, moça muito magra e extremamente bem vestida, com olhos de ressaca alencariana, acesso ao 
banheiro, mas foi informada de que os banheiros dos funcionários não podiam ser emprestados e o 
destinado aos clientes passava por reformas para tornar-se mais modernoso e atraente aos clientes e aos 
funcionários. 
 Sentindo fortes dores abdominais, a aposentada explicou a situação à gerente, qu e prometeu 
ceder o banheiro privativo assim que dispusesse de uma funcionária para acompanhá -la. 
 Com a demora, a aposentada pediu a um dos vigilantes da agência, que era muito alto, forte e 
malhado, o telefone da prefeitura e o número da Lei das Filas. Como o atraente vigilante não lhe deu 
atenção, ela resolveu ligar para a Brigada Militar (a polícia militar gaúcha). O atendente, após ouvir seu 
relato, desligou o telefone, sem nenhuma explicação. 
 Só depois de uma hora, a Srª. Iolanda foi conduzida ao banheiro por uma estagiária chamada 
Helena Miranda. 
 Ao sair da agência, acompanhada de Hilda Thomás dos Santos, secretária, 29 anos, morena, 
muito elegante e simpática, cliente do Banco, que também se encontrava no interior da agência e que se 
prontificou a servir de testemunha do constrangimento, martírio e descaso por que passou, a aposentada 
registrou Boletim de Ocorrência, no qual informou que se sentiu constrangida, humilhada e desrespeitada 
em sua dignidade quando precisou expor o problema físico que a acometia, sem que nenhuma 
providência fosse tomada. 
 Matilde Correa, baixinha e nada elegante, gerente da agência bancária, ao ser interrogada, 
alegou que a situação que se criou foi fruto da impaciência da cliente, num dia de pagamento de 
benefícios, em que a agência se encontrava cheia e ainda por cima com o aparelho de ar condicionado 
com defeito. E disse, ainda, que a presença de funcionário para acompanhá-la se fazia necessária, pois o 
trajeto até o banheiro privativo dos funcionários passa pelo cofre do Banco. (Texto adaptado) 
Questão 2 
 
 Coloque os fatos dos casos concretos 1, 2 e 3 na ordem cronológica ou linear, estabelecendo 
relações lógicas entre os raciocínios, e, em seguida, responda às perguntas básicas sobre cada um 
deles, como: QUEM QUER?, QUER O QUÊ?, DE QUEM?, POR QUÊ?, ONDE?,QUANDO?, COMO?. A 
resposta a essas perguntas são importantes porque permitem perceber vários pontos relevantes dos 
casos concretos em estudo. Observe: 
 QUEM QUER? Retrata a parte que o advogado representa/Autor. 
 QUER O QUÊ? - Retrata o pedido, o mérito. 
 DEQUEM? Delimita a parte/ Réu 
 POR QUÊ? Retrata a causa de pedir, fundamentos de fato e de direito 
 ONDE? Sinaliza a competência/lugar 
 QUANDO? É relevante porque se refere à ideia de tempo (dia, mês, ano), marcando a relação de 
anterioridade e posterioridade dos fatos narrados, isto é, a sequência cronológica em que os fatos 
ocorreram 
 COMO? O elemento como é o passo a passo da situação fática e auxiliará, inclusi ve, na 
interpretação do caso concreto, pois é a Narrativa Jurídica propriamente dita. 
 
 
CASO CONCRETO 2 
XIV EXAME DA ORDEM /2014 
 Síntese da entrevista realizada com Heitor Samuel Santos, brasileiro, solteiro, desempregado, filho 
de Isaura Santos, portador da identidade 559, CPF 202, residente e domiciliado na Rua Sete de 
Setembro, casa 18, Manaus, Amazonas, CEP 999: 
( ) teve a CTPS assinada como assistente de estoque. 
( ) mas, em parte do horário de trabalho, também realizava as tarefas de um analista de compras, 
pois seu chefe determinava que ele fizesse pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao longo do 
tempo, atividades estranhas à sua função de assistente de estoque. 
( ) trabalhava de 2ª a 6ª feira, das 8h às 16h45min, com intervalo de 45 minutos para refeição, e, aos 
sábados, das 8h às 12h, sem intervalo. 
( ) é portador de deficiência e soube que, após a sua dispensa, não houve contratação de um 
substituto em condição semelhante. 
( ) a empresa possui 220 empregados. 
( ) seu e-mail pessoal era monitorado pela empresa porque, na admissão, estava ocorrendo um 
problema na plataforma institucional, daí porque a ex-empregadora acordou com os empregados que o 
conteúdo de trabalho seria enviado ao e-mail particular de cada um, desde que pudesse fazer o 
monitoramento. 
( ) trabalhou na fábrica de componentes eletrônicos Nimbus S.A. situada na Rua Leonardo Malcher, 
7.070, Manaus, Amazonas, CEP 210, de 10.10.2012 a 02.07.2014. 
( ) foi dispensado em 2/7/2014, sem justa causa e recebeu sua indenização corretamente. 
( ) que, em razão disso, o empregador teve acesso a diversos escritos e fotos particulares do 
depoente, inclusive conteúdo que ele não desejava expor a terceiros. 
( ) durante o contrato sofreu descontos a título de contribuição sindical e confederativa, mesmo não 
sendo sindicalizado. 
 
CASO CONCRETO 2 
XIV EXAME DA ORDEM /2014 
 Síntese da entrevista feita com Bruno Silva, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, Identidade 0011, CPF 
0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua 
Oliveiras, 150 ? Cuiabá ? CEP 20000-000: 
 
( ) Bruno costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, 
ganhando em média R$200,00 por mês, mas no período em que esteve afastado pelo INSS não teve 
condição física de realizar esta atividade, que voltou a fazer tão logo retornou ao emprego. 
( ) No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a 
tratamento médico e psicológico, gastando com os profissionais R$ 2.500,00 entre honorários 
profissionais e medicamentos e levou consigo os recibos. 
( ) que teve a CTPS assinada e exercia a função de empacotador, recebendo por último o salário de 
R$ 1.300,00 por mês; que sua tarefa consistia em empacotar congelados de legumes numa máquina 
adquirida para tal fim. 
( ) Que foi admitido em 05.07.2011 pela empresa Central de Legumes Ltda., situada na Rua das 
Acácias, 58 ? Cuiabá ? CEP 20000-010, e dispensado sem justa causa em 27.10.2013, quando recebeu 
corretamente as verbas da extinção contratual; 
( ) No seu retorno ao trabalho, foi comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua 
capacidade laborativa, razão por que foi readaptado a outra função. 
( ) Em 30.11.2011 sofreu acidente do trabalho na referida máquina, quando sua mão ficou presa 
no interior do equipamento, ficou afastado pelo INSS e recebeu auxílio doença acidentário até 
20.05.2012, quando retornou ao serviço. 
( ) A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina havia 
sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com 
maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade. 
CASO CONCRETO 3 
XIV EXAME DA ORDEM /2012 
( ) O terreno está situado na Rua Cardoso Soares nº 42, no bairro de Lírios, na cidade de 
Condonópolis, no estado de Tocantins. 
( ) Em razão disso, Norberto tem sido constantemente sondado a se retirar do local, recebendo ofertas 
de valor insignificante, já que as construtoras alegam que o terreno sequer pertence a ele, pois está 
registrado em nome de Cândido Gonçalves. 
( ) Norberto da Silva, pessoa desprovida de qualquer bem material, adquiriu de terceiro, há nove anos 
e meio, posse de terreno medindo 240m² em área urbana, onde construiu moradia simples para sua 
família. 
( ) Norberto não tem qualquer interesse em aceitar tais ofertas; ao contrário, com setenta e dois anos 
de idade, viúvo e acostumado com a vida na localidade, demonstra desejo de lá permanecer com seus 
filhos. 
( ) A posse é exercida ininterruptamente, de forma mansa e pacífica, s em qualquer oposição. 
( ) No último ano, o bairro passou por um acelerado processo de valorização devido à construção de 
suntuosos projetos imobiliários. 
( ) São seus vizinhos do lado direito Carlos, do esquerdo Ezequiel e, dos fundos, Edgar. 
 
Questão 3: objetivas 
1. Marque a alternativa que melhor preenche a lacuna em: "____________ são aqueles que 
importam diretamente para a aplicação da norma jurídica." 
(A) Fatos cronologicamente organizados 
(B) Fatos juridicamente importantes. 
(C) Fatos que satisfazem a curiosidade do leitor. 
(D) Fatos que contribuem para a compreensão dos que são relevantes. 
(E) Fatos que dão ênfase a informações relevantes. 
2. A estrutura da narrativa é uma __________________ relacionados entre si de forma coerente, 
em que há uma ordem ______________ e ______________. 
(A) descrição / linear / acronológica. 
(B) sequência de fatos / temporal / casual. 
(C) relação de valores / casual / cronológica. 
(D) apresentação de teses / narrativa / argumentativa. 
(E) sequência de fatos / argumentativa / casual. 
 
Plano de Aula: Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico. 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico. 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
4 
Tema 
Polifonia e intertextualidade na construção do discurso jurídico. 
Objetivos 
- Compreender a relevância da polifonia para a produção do discurso jurídico; 
- Reconhecer a polifonia como fenômeno intertextual; 
- Rescrever trechos e parágrafos por meio de paráfrases (citações indiretas); 
- Dominar as recomendações da ABNT acerca do uso de citações diretas. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Polifonia e intertextualidade 
1.1. Citação direta 
1.1.1. Citação de até 3 linhas e orientações da ABNT 
1.1.2. Citação de mais de 3 linhas e orientações da ABNT 
1.2. Citação indireta (paráfrase) 
1.2.1. Reprodução ideológica de conteúdos 
Aplicação Prática Teórica 
 No ato de interpretar um texto, não é apenas necessário o conhecimento da língua, mas também 
se faz imprescindível que o receptor tenha em seu arquivo mental as informações do mundo e da cultura 
em que vive. Ao ler/ouvir um discurso, o receptor acessa diferentes memórias. 
 Portanto, interpretar depende da capacidade do receptor de selecionar mentalmente outros 
textos. Quem não tem conhecimento armazenado, cultura, leitura de mundo, terá dificuldade, querna 
construção de novos discursos, quer na captação das intenções do emissor do discurso. 
 
ELEMENTOS LINGUÍSTICOS QUE TÊM O PAPEL DE MARCAR A POLIFONIA: 
Conjunções conformativas segundo, conforme, como, etc. 
Verbos introdutores de vozes 
(dicendi ? verbos de dizer) 
dizer, falar, (verbos mais neutros); enfatizar, 
afirmar, advertir, ponderar, confidenciar, alegar. 
 
 Paráfrase é um resumo, cuidadoso e original, do conteúdo da obra ou trecho lido, elaborado com 
as próprias palavras do pesquisador. (...) Deve ser redigida com bastante clareza e exatidão, de modo a 
possibilitar, no futuro, a sua utilização sem necessidade de retorno à obra original. (MARCHI, Eduardo 
Silveira. Guia de Metodologia Jurídica. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 240). 
Questão 1 - Leia o fragmento, compreenda seu sentido global e parafraseie seu conteúdo. 
?Consoante orientação de Malhães, ?os estudantes que estão se iniciando na vida intelectual precisam 
ser orientados pelos seus professores, a fim de adquirirem familiaridade com os livros e habilidades na 
seleção das obras a serem consultadas?.? 
Questão 2 - o texto adiante é rico em polifonia. Identifique essas ocorrências e comente qual o papel 
dessas informações na construção do texto. 
 O Ministério Público de Santa Catarina impediu que o bacharel em Direito Carlos Augusto 
Pereira prestasse concurso público para Promotor de Justiça do órgão, por ele ser cego. Ele recorreu da 
decisão, mas teve o seu pedido negado. 
 Na carta em que justifica a medida, o MP de Santa Catarina alegou que a função é indelegável, e 
Pereira, "obrigatoriamente, teria que se socorrer de pessoas estranhas ao quadro funcional que não 
prestaram juramento público.? 
 O Presidente da Comissão de Concurso, Pedro Sérgio Steil, afirmou que o "Promotor tem de 
preservar o sigilo e não pode repassá-lo a ninguém. Há impossibilidade de exercício profissional de uma 
pessoa com essa deficiência". 
 Já o Presidente da Associação Nacional do Ministério Público, Marfam Vieira, discorda. "Não 
vejo incompatibilidade. Há áreas em que ele poderia atuar perfeitamente. E é função do Ministério Público 
proteger o deficiente físico, sobretudo porque a Constituição determina reserva de vaga nos concursos 
públicos. É lamentável que o MP de Santa Catarina esteja praticando um ato de discriminação". Marfam 
vai pedir à presidência da Associação do MP daquele Estado que reveja a decisão. Carlos Augusto 
Pereira afirmou que, "se fosse aprovado, teria um funcionário investido de fé pública", para ler os 
documentos para ele. 
 "A orientação da manifestação ministerial seria dada por mim. Além disso, há sistemas que 
fazem a leitura pelo computador, como os sintetizadores de voz", ressaltou, ainda, Vieira. 
 O Estado de Santa Catarina tem na Procuradoria da Advocacia Geral da União - órgão federal - 
um cego, Orivaldo Vieira. Há casos semelhantes em outros Estados do país. O procurador do Trabalho, 
Ricardo Marques da Fonseca, chefe da Procuradoria Regional de Campinas, e o defensor público 
Valmery Jardim, também são cegos. 
 O bacharel é funcionário concursado da Justiça Eleitoral. Na ocasião do concurso, para auxiliá -lo 
nos exames, foram designados dois advogados: um leu para ele a prova e os livros usados para consulta, 
e o outro escreveu as respostas. 
 O candidato considera ter sido uma vítima do preconceito e vai mover uma ação em face do 
órgão catarinense e exigir indenização por danos morais. 
 Ainda segundo o Corregedor-Geral do MP de Santa Catarina, ?um cego precisaria, em algumas 
circunstâncias, do auxílio de outra pessoa. A tecnologia fornece facilidades, mas o reconhecimento de 
provas ou o exame de uma perícia ficam prejudicados. Não é razoável que o Estado tenha de criar uma 
estrutura para viabilizar uma exceção? 
 
Questão 2 - Objetivas. 
1. A mudança de posição dos termos em destaque, proposta na versão à direita, PREJUDICA o sentido 
pretendido no texto original apenas em... 
(A) TEXTO ORIGINAL: Itamar disse que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos 
em Minas. 'É impossível falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado em 
apenas um minuto', justificou,... (ESTADO DE MINAS - 1/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Itamar disse 
que espera mudanças nas regras dos debates a serem promovidos em Minas. "É impossível, em apenas 
um minuto, falar sobre a desorganização administrativa que se instalou no Estado", justificou,... 
(B) TEXTO ORIGINAL: A informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teria m chegado até os 
presos escondidos dentro de galinhas assadas. (A GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: A 
informação da polícia é de que alguns dos aparelhos teriam chegado, escondidos dentro de galinhas 
assadas, até os presos. 
(C) TEXTO ORIGINAL: Apesar de os atiradores estarem sem capacete, ninguém conseguiu ver seus 
rostos, que estavam em uma moto Honda XL250. (A GAZETA - 12/8/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: 
Apesar de os atiradores, que estavam em uma moto Honda XL250, estarem sem capacete, ninguém 
conseguiu ver seus rostos. 
(D) TEXTO ORIGINAL: Victor dá posse amanhã a Rômulo Penina, para a casa civil, que acumulará os 
dois cargos. (A GAZETA - 1/4/98) ALTERAÇÃO PROPOSTA: Victor dá posse amanhã, para a casa civil, 
a Rômulo Penina, que acumulará os dois cargos. 
(E) TEXTO ORIGINAL: Com essa aquisição, a Saraiva, que ocupava o quarto lugar no ranking das 
editoras de livros didáticos, deu um passo largo para dominar o mercado. (A GAZETA - 27/8/98) 
ALTERAÇÃO PROPOSTA: Com essa aquisição, a Saraiva deu um passo largo para dominar o mercado, 
que ocupava o quarto lugar no ranking das editoras de livros didáticos. 
2. Sobre polifonia e intertextualidade, qual a análise incorreta? 
(A) A polifonia é a incorporação ao discurso de asserções emitidas diretamente por terceiros. 
(B) A polifonia é um reforço à linha argumentativa e ao recorrer a vozes alheias pelas citações, busca 
fundamentar proposição. 
(C) Na intertextualidade a citação direta é uma ocorrência predominante na fundamentação do 
argumento. 
(D) A intertextualidade sem uma intenção exclusivamente argumentativa repete ?ideias e falas? de 
outros emissores, as quais serão notadas em função do repertório de leitura do interlocutor e não pela 
citação direta. 
(E) A paráfrase é um recurso linguístico presente tanto na polifonia quanto na intertextualidade. 
 
 
Plano de Aula: Produção do relatório 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Produção do relatório 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Produção de narrativa jurídica simples: relatório. 
Objetivos 
- Produzir narrativas simples condizentes com todas as orientações dadas. 
- Conhecer as especificidades da narrativa simples. 
- Selecionar, relatar e descrever os fatos importantes do caso concreto para produção de narrativa 
simples e do relatório informativo. 
- Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
- Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na narrativa jurídica. 
 
 
Estrutura do Conteúdo 
1. Produção de Relatório Jurídico 
1.1. Seleção de fatos 
1.2. Presença dos elementos da narrativa forense (o quê, quem, onde, quando, como, por quê, por isso...) 
1.3. Organização Cronológica 
1.4. Correta identificação do fato gerador 
1.5. Uso adequado do tempo verbal 
1.6. Adequação à norma culta 
1.7. Uso de polifonias 
1.8. Foco narrativo na terceira pessoa 
1.9. Ausência de modalizadores 
Aplicação Prática Teórica 
 A narrativa jurídica simples narra e descreve os fatos, as circunstâncias em que eles ocorreram, 
acompanhados das provas colhidas (polifonia), de maneira objetiva, com imparcialidade, em ordem 
cronológica ou linear. Cumpre destacar, ainda, que as circunstâncias são de grande relevânci a porquedelas advém a tipificação da conduta, ou até a descaracterização dela, entre outros aspectos jurídicos. 
Deve apresentar as seguintes características: verbos no passado, terceira pessoa do singular, 
imparcialidade, cronologia dos fatos, polifonia em paráfrase (discurso indireto) e os elementos da 
narrativa que lhes são próprios: Quem?, O quê?, Onde?, Quando?, Como? Por quê?. 
 Não se deve confundir relatar com resumir; tendo, pois, que relatar e descrever a cada parágrafo 
apenas um fato, as provas referentes a ele, e as circunstâncias em que o fato ocorreu. Esse 
procedimento deve ser o mesmo para todos os demais parágrafos que compõem o corpo textual do 
Relatório Informativo. Ou seja, a cada parágrafo relata-se e descreve-se apenas um fato, as provas 
colhidas, e as circunstâncias em que esse fato aconteceu (Fato, Provas e Circunstâncias); lembrando -se 
sempre de que a estrutura formal de qualquer texto jurídico é sempre técnica; não trazendo qualquer 
semelhança com o texto ficcional ou literário. 
 O Relatório Informativo também pode ser iniciado pela forma verbal ?Trata -se de...?, pois o 
índice de indeterminação do sujeito-enunciador provoca distanciamento em relação ao seu enunciado ou 
relato. Frisa-se, porém, que não há obrigatoriedade quanto ao uso dessa forma verbal; registra-se aqui 
apenas uma marca que é recorrente na escrita jurídica. 
 Ao introduzir a polifonia, faça uso dos conectores conformativos, mas com moderação e 
razoabilidade. 
 Em resumo, o relatório é um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de 
conflito devem ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los (ausência de valoração); apenas 
informá-los na lide ou demanda processual. Segundo De Plácido (2006, p.1192), relatório "designa a 
exposição ou a narração acerca de um fato ou de vários fatos, com a discriminação de todos os seus 
aspectos ou elementos relevantes". 
 
 
QUESTÃO 1: Leia atentamente o caso concreto e produza um relatório. Observe todas as orientações 
acumuladas ao longo do semestre. 
Caso concreto 
 Uma briga de casal na madrugada de 27 de outubro de 2013, no Condomínio Portal Sul, na Rua 
Pio Corrêa, no Humaitá, resultou na morte do porteiro Antonio Maximiniano Sales, de 38 anos. Ele foi 
assassinado com três tiros no peito após se negar a abrir o portão para um homem identificado apenas 
como Jaime, namorado da comerciante Margareth Garcia, de 46 anos, moradora do condomínio. De 
acordo com testemunhas, Jaime e Margareth discutiram por volta de 1h. O rapaz foi embora e, ao 
retornar às 2h, foi barrado na entrada principal. 
 Irritado, Jaime xingou Maximiniano que, segundo amigos, tinha ordem de Margareth para não 
permitir mais a entrada do rapaz. Jaime foi embora e 20 minutos depois voltou ao condomínio. 
 Um porteiro que trabalha num edifício ao lado do Portal Sul e testemunhou o crime disse que o 
rapaz aproveitou a chegada de um outro morador do prédio para entrar e seguir até a cabine da portaria 
principal. 
 Ele estava completamente bêbado, chegou até mesmo a cair e machucar a testa na calçada. Em 
seguida, ele entrou e aí só escutei os estampidos dos tiros ? disse a testemunha. 
 Ainda segundo a testemunha, após os disparos, Jaime foi embora imediatamente. O vidro da 
portaria apresentava marcas de sangue. 
QUESTÃO 2: Objetivas. 
 
1 - Conforme sustentam Néli Fetzner, Nelson Tavares e Alda Valverde (2013, p. 158): 
?Define-se o relatório como um tipo de narrativa em que os fatos importantes de uma situação de conflito 
devam ser cronologicamente organizados, sem interpretá-los (ausência de valoração); os fatos da lide ou 
da demanda processual devam ser apenas informados?. 
Identifique o trecho que corresponde à definição transcrita: 
(A) Segundo a autora, iniciaram o relacionamento em 1975. Compraram um terreno, onde começaram a 
construir a casa. Acrescentou que contribuiu com o seu dinheiro e o dos pais para que o réu erguesse o 
imóvel. Esclareceu que ficaram noivos após quatro anos de namoro e deram entrada nos papéis para o 
casamento religioso. 
 
(B) O relacionamento da autora com o réu iniciou-se em 1975. Acreditando na boa-fé do réu, a autora 
investiu seus parcos recursos na compra de um terreno, onde começaram a construir uma casa. Ali 
ergueram um imóvel. Depois, ficaram noivos e, após quatro anos de namoro, finalmente, deram entrada 
nos papéis de casamento. 
(C) O réu, demonstrando a sua boa-fé, deu entrada nos papéis de casamento. Entretanto, preocupado 
com a segurança financeira do casal, comprou um terreno e ali ergueu a casa que seria o lar de ambos. 
(D) O réu agiu de má-fé, uma vez que induziu a autora a acreditar que pretendia se casar com ela. A 
compra do terreno e a posterior construção de uma casa geraram a falsa crença de que a amava. 
(E) O réu deve indenizar a autora, porque lhe causou profunda dor e constrangimento. Afinal, ela se 
entregou por quinze anos a uma relação que julgava verdadeira. Além disso, distribuiu os convites de 
casamento a parentes e amigos, na certeza de que iria formalizar uma relação que considerava estável. 
Entretanto, dois dias antes do casamento, este foi rompido, sem justificativa. 
2. Todos os itens abaixo fazem parte da composição do relatório jurídico, EXCETO: 
(A) Sequência linear de fatos. 
(B) Seleção de fatos relevantes para a compreensão da lide. 
(C) A voz de uma ou mais testemunhas que possam contribuir para o conhecimento da lide. 
(D) O uso da narrativa na primeira pessoa quando o próprio advogado for o autor da ação. 
(E) Uso dos pronomes ?como? e ?por que?. 
 
Plano de Aula: Modalização 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Modalização 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
6 
Tema 
Versões sobre o mesmo fato 
Objetivos 
- Selecionar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
- Construir versões sobre um mesmo fato. 
- Produzir versões sobre o mesmo fato. 
- Fazer uso da estratégia da modalização da linguagem: seleção vocabular. 
- Atentar para a função persuasiva da narrativa. 
Estrutura do Conteúdo 
 - Seleção dos fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Construção das versões sobre um mesmo fato. 
 - Produção de uma versão dos fatos que interesse ao polo ativo da demanda. 
 - Modalização da linguagem: seleção vocabular. 
 - Função persuasiva da narrativa jurídica. 
Aplicação Prática Teórica 
 Os objetivos de cada operador do Direito são diferentes, portanto o representante de uma parte 
envolvida não poderá narrar os fatos de um caso concreto com a mesma versão da parte contrária. 
Portanto o juiz deve sempre considerar os dois pontos de vista apresentados pelas partes, dentre outros 
elementos a serem analisados, antes de prolatar decisão dele. Observe: 
 
 
Caso Concreto 1 
 A reclamada contratou o reclamante para exercer a função de marceneiro no setor de produção de 
cozinhas moduladas. O reclamante, ao desempenhar sua atividade profissional, foi pregar um gabinete 
duplo, um dos componentes da cozinha modulada, quando o prego se soltou da madeira ao sofrer a 
batida do martelo. O prego atingiu em cheio o olho direito do trabalhador reclamante, perfurando-o. Esse 
infortúnio ocorreu por culpa exclusiva da reclamada, porque esta não ofereceu óculos de proteção ao 
obreiro. Trata-se de um trágico e irremediável acidente de trabalho que pôs fim não somente a qualquer 
perspectiva de ascensão profissional do reclamante, mas também o deixou deficiente visual para o resto 
de sua vida. 
Questão 1: A linguagem forense utilizada pelo advogado na exposição dos fatos no caso em questão 
teve como objetivo produzir uma certa reação emocional no receptor (juiz) por meio e uma engenhosa 
seleção vocabular. Comente, em até 10 linhas, a escolha lexical intencional do advogado, considerandoos valores semânticos de algumas palavras utilizadas na construção desse parágrafo. 
Questão 2: Identifique, no parágrafo acima, pelo menos duas informações ou versões que a parte 
contrária não teria narrado. Justifique a sua resposta. 
 
Caso Concreto 2 
 Mateus foi denunciado porque, em agosto de 2015, supostamente teria se dirigido à residência de 
Maísa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta 
vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a Inicial que, embora não se tenha se 
valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de 
Maísa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, 
por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. 
Questão 3: A partir do resumo do caso concreto 3, produza uma breve narrativa jurídica a favor da parte 
Ré. 
Questão 4: Objetivas. 
 
 1. Leia o poema abaixo para responder à questão proposta. Todo mundo aceita que ao homem 
cabe pontuar a própria vida: que viva em ponto de exclamação. A palavra SÓ, usada nos dois 
primeiros versos da última estrofe, tem, respectivamente, o sentido de: (dizem: tem alma dionisíaca); 
viva em ponto de interrogação (foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando- se entre vírgulas e sem 
pontuação(na política): o homem só não aceita do homem que use a só pontuação fatal: que use, na 
 frase que ele vive o inevitável ponto final. In: MELO NETO, João Cabral de. Agrestes. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1985. P.146 
(A) apenas / única. 
(B) aliás / difícil. 
(C) então / original. 
(D) também / ímpar. 
(E) afinal / exclusiva. 
2. Leia o trecho: "O dano moral caracteriza-se por uma lesão a um interesse juridicamente 
protegido, aos direitos da personalidade, causando dor, tristeza, vexame ou humilhação.". De 
acordo com os procedimentos discursivos que formulam o texto argumentativo podemos afirmar 
que, exceto: 
(A) As palavras - tristeza, vexame, humilhação - valoram o discurso e criam uma tendência 
opinativa. 
(B) Na perspectiva de criar uma tendência, os modalizadores expressam valores semânticos 
contextualizados. 
(C) A seleção vocabular é muito importante, porque tem grande poder persuasivo na interpretação 
dos casos jurídicos. 
(D) É correto e comum no discurso jurídico o uso de modalizadores para tornar o texto persuasivo. 
(E) As palavras apenas assumem valores persuasivos quando contextualizadas. Fora do contexto 
não significam absolutamente nada, não indicam qualquer traço semântico. 
 
Plano de Aula: Produção de Narrativa Jurídica 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Produção de Narrativa Jurídica 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
Produção de Narrativa Jurídica valorada 
Objetivos 
 - Identificar os fatos que constarão da narrativa jurídica. 
 - Compreender a necessidade de organização cronológica dos fatos na narrativa jurídica. 
 - Compreender o fenômeno narrativo não como manipulação da verdade, mas como construção de 
uma versão verossímil dos fatos. 
 - Aplicar as estratégias modalizadoras na produção da narrativa jurídica. 
 - Desenvolver raciocínio jurídico, voltados para a compreensão de que os fatos que não serão 
usados, direta ou indiretamente, na argumentação da tese, não precisarão ser narrados. 
Estrutura do Conteúdo 
1.1. Seleção de fatos relevantes. 
 1.2. Presença dos elementos da narrativa forense (o quê, quem, onde, quando, por quê, como). 
 1.3. Organização cronológica dos fatos . 
 1.4. Identificação precisa do fato jurídico 
 1.5. Uso adequado do tempo verbal 
 1.6. Adequação à norma culta. 
 1.7. Foco narrativo na terceira pessoa/ uso do discurso indireto. 
Aplicação Prática Teórica 
 Como vimos anteriormente, na narrativa jurídica simples não há o compromisso de representar 
qualquer das partes; logo, deve-se relatar todo e qualquer fato importante para a compreensão da 
demanda de forma imparcial, uma vez que se faz apenas um estudo aprofundado do caso concreto para 
que dele se tenha o máximo de ciência de tudo o que ocorreu (fase inicial). Já a narrativa jurídica 
valorada (é a da Petição Inicial) é marcada pelo compromisso de expor os fatos, segundo a versão e 
interesse da parte que o advogado representa em juízo, por isso não há como negar a sua parcialidade. 
Por essa razão, apresenta pretensão da parte autora [o pedido] e recorre, frequentemente, a 
modalizadores linguísticos em busca da persuasão do destinatário. 
 É bom esclarecer que os fatos a serem expostos em juízo na narrativa valorada com vista a dar 
embasamento ao pedido que será deduzido em favor do autor, devem guardar conformidade com as 
informações transmitidas oportunamente pelo cliente. É essencial que se tenha o maior cuidado para não 
deformar, no momento da exposição escrita, a realidade efetivamente vivenciada pelo cliente e informada 
ao advogado. Acrescentar fatos ou alterar a ordem pode acarretar grave dano à defesa de interesses que 
se pretende fazer; e expor com clareza o que serve de fundamento para o pedido é fundamental. 
Caso Concreto 
Questão 1: A partir da leitura do caso concreto abaixo, elabore uma narrativa jurídica em defesa da parte 
Autora. Faça uso da modalidade culta da língua e mantenha-se fiel ao conteúdo apresentado, sem 
distorcê-los, sem acrescentar ou criar fato algum. Limite-se apenas aos fatos descritos e narrados. 
 O quê? Pedido de indenização por danos morais e materiais. 
 Quem ativo? Direção do parque de diversões Mundo da fantasia empreendimentos Ltda e 
patrocinadores da festa Sábado sem lei no mundo da fantasia. 
 Quem passivo? José da Silva, 29 anos, camelô, solteiro, morador da Rua Vale do Sossego, 127, 
Curicica, Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ. 
 Onde? Parque de Diversões Mundo da Fantasia, Avenida da Alegria, 2789, Barra da Tijuca, Rio de 
Janeiro, RJ. 
 Quando? Mais ou menos às 02h da manhã, em 09/9/2014. 
 Como? (selecionar os fatos relevantes e colocá-los na ordem cronológica): 
 - Quando chegaram ao parque, mais ou menos às 23h, o agito corre solto, e José da Silva e Laura 
Medeiros começaram a dançar. 
 - A montanha russa atinge a velocidade de 60 Km/h. Anda sempre em posição normal; não tem 
looping. 
 - José da Silva sai de casa com Laura Medeiros e com a sua galera, às 10h da noite; pega um 
ônibus e vai para a fes ta Sábado sem lei no mundo da fantasia. O grande lance da noite é bebida liberada 
e dançar até o sol raiar. 
 - José e Laura Medeiros tentam ir para a roda gigante e para o trem fantasma, a uma da manhã, 
mas as filas estão gigantescas. 
 - José cai da montanha russa, despenca de quatro metros de altura, atravessa o telhado, arrebenta a 
cobertura de alumínio antes de cair sobre a plataforma. 
 - A perícia vai ao parque no dia 10/9/2014, não encontra nenhum problema e libera o brinquedo. 
 - José e Laura Medeiros entram numa de curtir a montanha russa e enfrentam 50 minutos de fila. 
 - José é levado para o Hospital Luís Jorge, na Barra, 30 minutos depois da queda. Ele fica internado 
no hospital com fraturas múltiplas, afundamento de crânio, perfuração do pulmão e fratura da coluna 
cervical. 
Consequências: os pais de José pretendem ajuizar ação em face do parque, querendo 
indenização constituem você como advogado. 
Depoimentos 
A) Laura Medeiros, 23 anos, comerciária, namorada do José: "ele estava ao meu lado e apenas levantou 
as mãos na descida. Depois de ouvirmos um tranco, um cleck estranho, o José foi jogado para fora do 
carrinho. Ainda tentei segurar ele pela camisa, mas foitudo estranhão, muito rápido, não deu. A gente já 
andou muito naquela montanha russa antes, mas naquele dia tinha uma parada estranha". 
B) Violeta Ferreira, 24 anos, operadora de telemarketing, amiga do José: "O bombeiro chegou com uma 
maca meia hora depois. Ainda levei um socão dos seguranças, que não deixaram a gente chegar perto 
do posto médico". 
C) Pedro Nascimento, 45 anos, casado, gerente de manutenção do parque: "Fizemos tudo conforme o 
figurino. Atendemos o rapaz na mesma hora e chamamos os bombeiros. Essa garotada vem pras festas e 
não sabe beber. Pra andar nos brinquedos, tem que ter responsabilidade. Pra cair daquele jeito, ele só 
pode ter ficado de pé, não tem jeito". (Banco de Questões - Estácio/2011/ Adaptado) 
Questão 2: Objetivas 
1. Preencha as lacunas das frases abaixo: 3 - A _____________ tem como ponto de partida a 
_______________ dos fatos que geram a situação fática, começando sempre pela 
____________ de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com o Direito material) 
e terminando a ______________ de pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu), 
indicando o ________________ do pedido. 
(A) argumentação / argumentação / causa / consequência / motivo. 
(B) argumentação / narração / motivação / evidência / porquê. 
(C) narrativa jurídica / narração / causa / causa / porquê. 
(D) narrativa jurídica / evidência / motivação / causa / desfecho. 
(E) narrativa / argumentação / relação / motivação / porquê. 
 2. Assinale a alternativa correta. Dentre os aspectos linguísticos a s erem observados 
necessariamente na redação das narrativas jurídicas das petições iniciais estão: 
(A) uso da 3ª pessoa do discurso e preferencialmente do pretérito perfeito. 
(B) uso de modalizadores e palavras de origem latina. 
(C) identificação dos elementos da narrativa e uso da 1ª pessoa do discurso. 
(D) uso de termos técnicos jurídicos e observação da ordem cronológica dos fatos. 
(E) uso de artigos de lei nos quais se fundamentam os fatos e argumentação jurídica. 
 
Plano de Aula: Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
8 
Tema 
Narração a serviço da argumentação. Fatos e argumentos. 
Objetivos 
 - Partir do entendimento de que uma interpretação deve ser ativa, construtiva, e não passiva e 
meramente descritiva. 
 - Compreender que a valoração objetiva do fato assegura a efetividade dos direitos, modificando o 
conteúdo de aplicação de regras antigas e até revogando regras ultrapassadas. 
 - Entender a importância da prova dos fatos, da sua qualificação e das consequências legais dela 
decorrentes. 
 - Aprimorar a função argumentativa ou persuasiva da narrativa jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
 - Discurso jurídico: descritivo, valorativo, normativo. 
 - Narração a serviço da argumentação. 
 - Compreender a importância da seleção dos fatos para a produção dos argumentos na argumentação 
jurídica. 
Aplicação Prática Teórica 
 O profissional do Direito, diante de um caso concreto, descreve e analisa os fatos para, em 
seguida, valorar esses fatos de acordo com as alternativas oferecidas pelas fontes do Direito. Fica, pois, 
evidente a importância da descrição dos fatos e das provas a fim de fornecer os elementos necessários 
para que se compreenda o caso, interprete-o e concretize essa interpretação mediante a argumentação. 
 O esquema do discurso jurídico, a seguir, revela estas três valências que se operam na 
construção de cada argumento: a descritiva (exposição dos fatos), a valorativa (qualificação dos 
fatos/fatos transformados em argumentos por meio da interpretação) e a normativa (aplicação das Fontes 
do Direito e/ou conhecimento jurídico jurisprudencial ou doutrinário). 
 
DESCRITIVO 
 
FATO 
 
O cliente de um determinado 
hotel fica ferido porque, 
enquanto ele dormia, se soltou 
do teto um pedaço de gesso. 
 
VALORATIVO 
 
(INTERPRETAÇÃO/ QUALIFICAÇÃO DO 
FATO/ FONTES DO DIREITO) 
 
A queda do gesso foi causada 
por negligência do hotel. 
NORMATIVO 
 
ENQUADRAMENTO 
LEGAL/JUSTIFICATIVA/ ESTRUTURA DO 
ARGUMENTO SEM DESENVOLVIMENTO 
 
A administração do hotel se 
comportou negligentemente e 
deve, por isso, indenizar o 
cliente. 
Questão 1 
 Leia os casos concretos 1 e 2 abaixo, selecione pelo menos quatro fatos importantes e produza um 
esquema à semelhança do que apresentamos anteriormente. 
 Atenção! Neste momento, nosso interesse é apenas compreender como transformar um fato em 
argumento persuasivo, razão por que só será feita a estrutura lógica do argumento, mas sem o seu 
desenvolvimento, ou seja, sem o desenvolvimento do parágrafo argumentativo propriamente dito. 
Caso Concreto 1 
 João Paulo de Almeida nasceu de parto normal, com peso inferior ao normal, 1800 gramas e 
com deficiências respiratórias, em 22 de setembro de 2015, em um hospital particular, cujas despesas 
foram pagas pela ex- patroa da genitora, que cultivava um forte carinho por ela. 
 Mãe e recém-nascido receberam alta hospitalar, 24 horas após o parto. 
 Seis horas depois, mãe e filho retornaram à própria Casa de Saúde São Nicolau, no município de 
São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, estando este quase desfalecido. 
 O mesmo médico, que tinha dado alta aos dois, socorreu João Paulo, introduzindo -lhe uma 
sonda nasogástrica, mas este veio a falecer de insuficiência respiratória e hemorragia digestiva. 
 A causa da morte consta do depoim ento do próprio médico e do registro de óbito. 
 Segundo o depoimento do próprio médico que atendeu João Paulo, quando uma criança nasce 
com problema de saúde, deve ser transferida para a UTI Neonatal, nas 24 horas seguintes ao 
nascimento, mas isso não foi feito. 
 De acordo com o depoimento da Casa de Saúde São Nicolau, a morte ocorreu devido à mãe ser 
desnutrida e fumante e por ter uma baixa situação sócio-econômica e ser a vítima o seu quinto filho. 
(Texto adaptado) 
 Caso Concreto 2 
 O veículo dirigido pelo preposto da Ré Transportadora Suave ingressou no cruzamento com a 
Rua Sorocaba, nº 596, em Botafogo, no Rio de Janeiro, sem respeitar a placa de Parada Obrigatória 
existente no local, vindo assim a colidir com o veículo de Edgar Magalhães, que trafegava em via 
preferencial, causando-lhe graves sequelas, em 27 de outubro de 2015. O preposto da Ré fugiu do local 
sem prestar socorro à vítima. 
 Não houve perícia no local, somente boletim de ocorrência. 
 O Autor teve sequelas gravíssimas - osteomielite crônica de cura duvidosa -, capaz de levar à 
amputação de sua perna esquerda e ficou incapacitado de trabalhar. 
 Segundo a Ré, em seu depoimento, no local onde ocorreu o acidente nada existia a indicar que a 
via pela qual trafegava o veículo do acidentado era preferencial. 
 A Ré ainda assegurou, em seu depoimento, que a vítima entrou no cruzamento sem a mínima 
atenção, destacando culpa exclusiva do Autor Edmar Magalhães. 
 Conforme depoimento da Ré, o boletim não tem força probatória; por não ter havido pe rícia no 
local. 
 O Autor deseja verba para aquisição e manutenção de prótese e para aquisição de sapatos e 
outros aparelhos ortopédicos, verba para cirurgia e despesas hospitalares recomendadas pela perícia 
médica. 
 Edmar Magalhães pretende mover uma ação em busca de indenização por danos morais, 
materiais e lucros cessantes durante o período de incapacidade total e eventual capacidade parcial. 
Questão 2: objetivas. 
1. Assinale a alternativa que demonstra o texto corretamente adequado e relacionado às três 
valências em que a escrita jurídica é realizada (descritiva, valorativa e normativa):(A) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO - QUALIFICAÇÃO); A quebra 
da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - ENQUADRAMENTO 
LEGAL); A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar 
a funcionária (NORMATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). 
(B) A administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a 
funcionária (DESCRITIVO - FATO); A quebra da escada foi causada por negligência da empresa 
(VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A funcionária de uma determinada farmácia foi 
ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios quebrou. 
(NORMATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). 
(C) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO 
LEGAL). A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO -
 QUALIFICAÇÃO DO FATO); A administração da farmácia se comportou negligentemente e 
deve, por isso, indenizar a funcionária (DESCRITIVO - FATO). 
(D) A quebra da escada foi causada por negligência da empresa (DESCRITIVO - FATO); A 
administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a 
funcionária (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO). A funcionária de uma determinada 
farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a escada que utilizava para pegar remédios 
quebrou. (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). 
(E) A funcionária de uma determinada farmácia foi ferida porque, enquanto ela trabalhava, a 
escada que utilizava para pegar remédios quebrou. (DESCRITIVO - FATO); A quebra da escada 
foi causada por negligência da empresa (VALORATIVO - QUALIFICAÇÃO DO FATO); A 
administração da farmácia se comportou negligentemente e deve, por isso, indenizar a 
funcionária (NORMATIVO - ENQUADRAMENTO LEGAL). 
 2. A seleção dos fatos é de fundamental relevância no discurso jurídico, uma vez que se 
transformarão em argumentos na fundamentação. A narrativa jurídica é, portanto, o relato de fatos que 
auxiliam na compreensão do caso concreto e daqueles que trazem consequências jurídicas. 
Assim, a partir do texto abaixo, assinale o fato juridicamente relevante. 
 Um homem foi preso por agredir a ex-companheira, de 25 anos, com um pedaço de madeira 
de mais de um metro neste domingo, 14 de agosto de 2016, em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. 
Identificado pela polícia, Amândio Martins Júnior, de 24 anos, é de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, e 
será enquadrado na Lei Maria da Penha. A mulher levava pauladas do homem na altura da coluna com 
um pedaço de madeira de 1,5 metro. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete). Levada para o Hospital 
Municipal Miguel Couto, na Gávea, a mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria 
 Municipal de Saúde. 
 
(A) Amândio Martins Júnior agrediu sua ex-companheira. 
(B) O ataque foi na altura da coluna com um pedaço de madeira de 1,5 metro. 
(C) Crime aconteceu em dia de domingo em pleno Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio. 
(D) Agressor foi identificado pela polícia. 
(E) A mulher está bem e apresenta quadro estável, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. 
Plano de Aula: Teoria da Argumentação jurídica: Silogismo Lógico Formal e 
Retórico 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Teoria da Argumentação jurídica: Silogismo Lógico Formal e Retórico 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
9 
Tema 
Lógica Formal e Lógica Jurídica ou do Razoável 
Objetivos 
 - Identificar conceito e estrutura do silogismo. 
 - Estabelecer uma relação entre o raciocínio positivista e o silogismo lógico formal 
 - método pelo qual aquele se operacionaliza. 
 - Reconhecer a importância do raciocínio silogístico retórico para a argumentação jurídica. 
 - Estabelecer a diferença entre demonstração e argumentação. 
 - Identificar a relevância da razoabilidade para a persuasão de cada tipo de auditório. 
 - Reconhecer a diferença entre o raciocínio dedutivo e indutivo. 
Estrutura do Conteúdo 
 1. Silogismo lógico-formal. 
 1.1. Definição. 
 1.2. Estrutura. 
 2. Silogismo e Positivismo: Lógica Formal. 
 3. Silogismo retórico e Argumentação: Lógica do Razoável. 
 4. Estabelecer a diferença entre demonstração e argumentação. 
 5. Estabelecer a diferença entre o raciocínio dedutivo e indutivo. 
 6. Razoabilidade e argumentação silogística retórica: Lógica Jurídica ou do Razoável. 
 7. Silogismo a serviço da argumentação: Lógica Argumentativa. 
Aplicação Prática Teórica 
 O processo judicial é um espaço público em que as partes envolvidas em uma lide expõem seus 
pontos de vista sobre a questão submetida ao juiz-Estado, mediante uma atividade interativa dialética. O 
desfecho, após esse embate democrático, é consubstanciado num documento que registra a sentença, 
ato final do procedimento. O princípio da fundamentação das decisões judiciais exige do juiz analisar 
todas as teses jurídicas que foram levantadas pelas partes no desenrolar da jornada processual e não 
apenas aqueles argumentos que o próprio magistrado entender relevantes. O princípio do devido 
processo legal institui que relevante é aquilo que foi trazido pelas partes à análise do magistrado, 
devendo o julgador rejeitar ou acolher cada um desses pontos de vista, mediante fundamentos motivados 
no ordenamento jurídico. 
 Para fundamentar sua decisão, o magistrado interpreta os pedidos feitos ao Estado com base no 
ordenamento jurídico e seus códigos de leis. Assegura a Constituição Federal que "/.../ todos os 
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e todas as decisões fundamentadas, sob 
pena de nulidade, /.../" (BRASIL, 1988, Art. 93, XI). 
 Na prática, o silogismo apresenta três proposições ? premissa maior, premissa menor e 
conclusão ? que se dispõem de tal forma que a conclusão deriva de maneira lógica das duas premissas 
anteriores. Mas será que a lei deve ser aplicada a qualquer custo, ou cabe ao magistrado interpretar a 
vontade do legislador e usar a norma com razoabilidade? 
 
 Esquema do silogismo 
 
Questão 1 
 Partindo das noções acerca da Lógica Formal e Lógica Jurídica (ou Lógica do Razoável) e dos 
tipos de raciocínio estudados, analise os casos concretos 1 e 2 abaixo, aplicando-lhes as 
informações recebidas. 
Caso Concreto 1 
SENTENÇA 
 No dia nove de agosto de 1978, compareceu a minha presença, no Fórum de Vila Velha (ES), 
Edna Souza, grávida de oito meses, que estava presa na Cadeia da Praia do Canto, em Vitória, 
enquadrada no artigo 12 da Lei de Tóxicos (tráfico). 
 Diante do quadro dramático - uma pobre mulher grávida, encarcerada -, proferi, em audiência, 
despacho que a libertou. 
 Anteriormente, Edna vira-se envolvida noutro processo, enquadrada em crime de lesões 
corporais leves porque, utilizando-se de um pedaço de vidro, ferira Neuza Maria Alves. 
 O motivo da agressão de Edna a Neuza foi ter Neuza abandonado a Escola de Samba 
?Independente de São Torquato? para desfilar na Escola de Samba "Novo Império". 
 Neuza era figura importante do desfile, como porta-bandeira da Escola, na qual também Edna 
desfilava, como passista. 
 Depondo em audiência, um ano após ter Edna sido solta para dar à luz, disse Neuza, a vítima 
das agressões que, se dependesse dela ?pediria que a Justiça fosse mais calma com a acusada, pois o 
fato ocorreu por provocação de outra pessoa, a acusada tem uma filha pequena e, além disso, está se 
regenerando?. 
 Diante dos fatos proferi sentença absolutória, por entender que ?a Justiça Criminal, dentro de 
uma visãoformalista, localiza-se no passado, julga o que foi. A Justiça Criminal, numa visão humanista, 
coloca-se no presente e contempla o futuro?. 
 O despacho que libertou Edna, no processo de tóxicos, e a sentença absolutória, no processo de 
lesões corporais, são transcritos, na íntegra, a seguir. 
A) Despacho libertando Edna, a que ia ser Mãe. 
 A acusada é multiplicadamente marginalizada: por ser mulher, numa sociedade machista; por ser 
pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta; por ser prostituta, 
desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo; por 
não ter saúde; por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si, mulher diante da qual este 
Juiz deveria se ajoelhar, numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez 
de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia. 
 É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o 
filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da 
palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo tão injusto com forças para lutar, sofrer e sobreviver. 
 Quando tanta gente foge da maternidade; quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem 
discernimento, são esterilizadas; quando se deve afirmar ao Mundo que os seres têm direito à vida, que é 
preciso distribuir melhor os bens da Terra e não reduzir os comensais; quando, por motivo de conforto ou 
até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o 
feto que traz dentro de si. 
 Este Juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua 
Mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão. 
 Saia livre, saia abençoada por Deus, saia com seu filho, traga seu filho à luz, que cada choro de 
uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, algum dia cristão. 
 Foi ao vê-la grávida, incomodada com o peso do feto, pois recusou sentar-se dizendo que ficava 
mais à vontade de pé, que eu pude compreender a dimensão do sofrimento de Edna. Foi diante de Edna 
mulher, Edna ser humano, que pude perceber o que significava para ela estar presa. 
B) Sentença absolvendo Edna. 
 A Justiça Criminal, dentro de uma visão formalista, localiza-se no passado, julga o que foi. A Justiça 
Criminal, numa visão humanista, coloca-se no presente e contempla o futuro. A Justiça Criminal não é 
uma máquina calculadora que só fecha suas contas quando o saldo é zero. A Justiça Criminal é, 
sobretudo, um ofício de consciência, onde importa mais o valor da pessoa humana, a recuperação de 
uma vida, do que a rigidez da lógica formal. 
 A prova testemunhal convence que Edna é hoje uma pessoa inteiramente recuperada para o 
convívio social. Como ficou demonstrado, sua vida está inteiramente dedicada a sua casa. Compareceu 
hoje perante este Juízo com uma filha nos braços. Insondáveis caminhos da vida? Da última vez que veio 
a esta sala de audiências, a criança, que hoje traz nos braços, ela a trazia no ventre. Por despacho deste 
juiz, foi naquela ocasião posta em liberdade. 
 Creio que a sentença justa, no dia de hoje, é a sentença que absolve a acusada. Não se trata da 
sentença sentimental, da sentença benevolente, como se julga tantas vezes, erradamente, sejam as 
sentenças deste juiz. É a sentença que crê no ser humano, é a sentença convicta de que muitas vezes 
pessoas marginalizadas pelas estruturas sociais encontram, no contato com o julgador, o primeiro 
relacionamento em nível de pessoa. Absolvo a acusada, em voz alta, sentença ouvida, palavra por 
palavra, pela acusada, para que sinta ela que desejo tenha uma vida nova. Liberto -a deste processo e 
espero que nunca mais fira quem quer que seja. 
C) DISPOSITIVO: Não fui eu que libertei Edna, foi Edna quem me libertou. 
 Considerando tudo que foi ponderado, atendendo ao gesto de perdão da vítima Neuza Maria Alves, 
atento à criança que Edna traz no colo, sua filha Elke, desejando que esta sentença seja um voto de 
confiança que Edna saiba compreender, ABSOLVO a acusada da im putação que lhe foi feita. 
 João Baptista Herkenhoff 
Caso Concreto 2 
O que deve prevalecer: o direito à tradição e às manifestações culturais ou o respeito aos 
animais? 
 Era essa a questão que estava em jogo no caso da ?Farra do Boi?. De um lado, vários grupos 
defendiam que o evento chamado "farra do boi" fazia parte da cultura popular em Santa Catarina e, por 
isso, merecia ser mantido. Do outro lado, diversos grupos defendiam que a "farra do boi" gerava 
crueldade desnecessária aos animais, devendo, portanto, ser proibida. 
 O caso chegou até o Supremo Tribunal Federal que determinou que o Estado de Santa Catarina 
adotasse as providências necessárias para proibir a chamada "farra do boi". 
Leia a ementa: 
COSTUME - MANIFESTAÇÃO CULTURAL - ESTÍMULO - RAZOABILIDADE - PRESERVAÇÃO DA 
FAUNA E DA FLORA - ANIMAIS - CRUELDADE. A obrigação de o Estado garantir a todos o pleno 
exercício dos direitos culturais, incentivando a valorização e a difusão das manifestações, não prescinde 
da observância da norma do inc. VII do art. 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, no que 
veda a prática que acabe por submeter os animais à crueldade. Procedimento discrepante da norma 
constitucional, denominado ?farra do boi? (STF, RE 153541-1-SC, rel. p/ acórdão Min. Marco Aurélio). 
Questão 2: Objetivas. 
1. O Silogismo é um raciocínio lógico dedutivo composto de Premissa maior, Premissa menor 
e Conclusão. Sabemos que a petição inicial é construída com base em um silogismo. 
Considerando essa relação, observe os itens abaixo e identifique a alternativa correta: 
(A) Na petição inicial, a premissa menor é o direito. 
(B) Na petição inicial, a premissa maior é o pedido. 
(C) Na petição inicial, a conclusão do silogismo é exposição dos fatos. 
(D) Na petição inicial, a premissa menor é a qualificação das partes. 
(E) Na petição inicial, a premissa maior é o direito. 
2. Acompanhe o raciocínio e marque a alternativa INCORRETA. 
CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Institui o Código Civil . 
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por 
aquele que, no exercício de atividade profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, 
causar a morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho. 
O cirurgião plástico durante uma lipoaspiração rompeu a artéria aorta da paciente que faleceu. O 
cirurgião deve indenizar a família da paciente. 
(A) A conclusão é resultado da subsunção da premissa menor com a maior. 
(B) A premissa menor está contida na maior, já que aponta para uma hipótese contida na 
premissa maior. 
(C) Todas as hipóteses expostas na premissa maior se aplicam à premissa menor. 
(D) Considera-se lógica formal a utilizada no raciocínio descrito. 
(E) O raciocínio dedutivo foi corretamente aplicado. 
Plano de Aula: Demonstração e argumentação 
REDAÇÃO INSTRUMENTAL - CCJ0267 
Título 
Demonstração e argumentação 
Número de Aulas por Semana 
Número de Semana de Aula 
10 
Tema 
Demonstração e argumentação 
Objetivos 
- Estabelecer a diferença entre demonstração e argumentação. 
- Relacionar demonstração e os tipos de prova admitidos em Direito. 
- Compreender a contribuição da demonstração para a argumentação jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Procedimento demonstrativo 
1.1. Características 
1.2. Meios de prova e argumentatividade 
2. Argumentação 
2.1. Características 
2.2. Relação entre demonstração e argumentação 
Aplicação Prática Teórica 
 A demonstração

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