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Noções constitucionais

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CONSTITUIÇÃO 
Noções fundamentais
a) Constituição noção antiga – Eram meras cartas preocupadas apenas com a estrutura dos poderes (França e Inglaterra), ou seja, a ideia da necessidade de um documento para gerir uma sociedade é antigo.
b) Constituição sentido atual (pós constitucionalismo moderno) – É a norma maior do ordenamento jurídico, tem a finalidade de criar ou recriar um Estado, fazer a previsão dos direitos e garantias individuais.
2. Conceito:
a) Ponto de Vista político: É o conjunto de decisões do poder constituinte com a finalidade de criar ou recriar o Estado, instituindo seus órgãos, disciplinando as relações entre os órgãos entre si e a sociedade. É influenciado pela constituição francesa. Resumindo: Constituição é a norma jurídica suprema e basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e exercício de toda a nossa sociedade política.
b) Ponto de vista jurídico:
Em sentido material (conteúdo das normas, não importando a forma pela qual foi aquela norma introduzida no ordenamento jurídico) – A Constituição material significa a reunião de todas as regras, estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e limitação do Poder Político. Resumindo: Organiza o poder, define os direitos fundamentais, consagra valores e fixa fins públicos.
Em sentido formal (posição no sistema, forma do nascimento da norma) – Constituição formal é a Constituição escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um documento denominado Constituição e elaborado pelo Poder Constituinte Originário ou de Fato. Norma fundamental e superior. Resumindo: Parâmetro de validade.
3. Concepções e Teorias acerca da Constituição:
a) Sociológica
Ferdinand Lassale – em seu livro, defendeu que uma constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. Caso isso não ocorresse, ela seria ilegítima, caracterizando-se como uma simples “folha de papel”. A constituição, segundo a conceituação de Lassale, seria, então, a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade.
Resumindo: Somatória de fatores reais de poder x mera folha de papel.
b) Jurídica
Hans Kelsen – "Teoria Pura do Direito". A Constituição é puro dever-ser, norma pura, não devendo buscar seu fundamento na filosofia, na sociologia ou na política, mas na própria ciência jurídica. Logo, é puro "dever-ser". Constituição deve poder ser entendida no sentido: a) lógico-jurídico: norma fundamental hipotética: fundamental porque é ela que nos dá o fundamento da Constituição; hipotética porque essa norma não é posta pelo Estado é apenas pressuposta. Não está a sua base no direito positivo ou posto, já que ela própria está no topo do ordenamento; e b) jurídico-positivo: é aquela feita pelo poder constituinte, constituição escrita, é a norma que fundamenta todo o ordenamento jurídico. No nosso caso seria a CF/88. É algo que está no direito positivo, no topo na pirâmide. A norma infraconstitucional deve observar a norma superior e a Constituição, por conseqüência. Dessa concepção nasce a idéia de supremacia formal constitucional e controle de constitucionalidade, e de rigidez constitucional, ou seja, necessidade de proteger a norma que dá validade a todo o ordenamento. Para ele nunca se pode entender o direito como fato social, mas sim como norma, um sistema escalonado de normas estruturas e dispostas hierarquicamente, onde a norma fundamental fecha o ordenamento jurídico dando unidade ao direito.
c) Normativa (meio termo)
4. Tipologia das Constituições:
Quanto à forma
Escritas – É aquela codificada em um documento escrito.
Não escritas – que pode ser definida como o conjunto de leis, costumes e jurisprudências esparsos no tempo, em um determinado ordenamento jurídico, que tratem de tudo aquilo que seja considerado constitucional (forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais etc). Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de normas feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente constitucionais, ou seja, aquelas que abordam a estrutura e organização do Estado. 
Quanto à origem
Promulgadas/Democráticas – a Constituição que é elaborada através de uma Assembléia Nacional Constituinte, composta de representantes eleitos pelo povo para esta finalidade. Resumindo: Fruto de um poder constituinte
Outorgadas – não há participação do povo em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e político.
Quanto à estabilidade do texto
Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer alteração de suas normas deverá passar por um processo legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo ordinário. Resumindo: Só pode alterar por meio de projeto da emenda constitucional (PEC).
 Flexíveis – são aquelas constituições que estabelecem para alteração de suas normas o mesmo processo legislativo previsto para as leis ordinárias. Resumindo: Fácil ateração
Semi-rígidas – são aquelas que estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas normas um processo legislativo mais árduo e para reforma do outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário ou simples. Resumindo: Alguns artigos alteram de forma fácil, outros não.
Quanto ao conteúdo
Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Resumindo: É sucinta.
Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de artigos, que descrevem diversos assuntos. Resumindo: É extensa, própria do neoconstitucionalismo.
5. Estrutura das constituições:
a) Preâmbulo constitucional – Não tem força normativa, é a parte introdutória, uma apresentação, carta de orientação e intenção.
I. Natureza jurídica – Teses:
Irrelevância jurídica - o preâmbulo está no âmbito da política, portanto, não possui relevância jurídica. O Supremo Tribunal Federal ao enfrentar a questão conclui que o preâmbulo constitucional não se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a ideologia do constituinte. Desta forma, o STF adotou, expressamente, a tese da irrelevância jurídica.
Eficácia plena - o preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, ou seja, igual a qualquer outra norma da constituição.
Relevância Jurídica Indireta - o preâmbulo faz parte das características jurídicas da Constituição Federal, entretanto, não deve ser confundido com as demais normas jurídicas desta, ou seja, o meio termo.
PODER CONSTITUINTE
1. Conceito: É o poder de criar, reformar e promover a mutação das constituições. É baseado na teoria de Emmanuel Joseph Sieyes (Constitucionalismo Francês). Resumindo: É romper com o paradigma anterior político e jurídico.
2. Espécies de poder constituinte:
a) Poder constituinte originário (inicial, inaugural, genuíno, 1º grau)
I. Conceito: Poder de criar a constituição e consequentemente, criar ou recriar o Estado. É o poder de fato que estabelece a CF.
II. Natureza jurídica: É um poder de fato, porque não se situa no mundo di Direito,mas sim das relações político – sociais, não possuindo como referencial nenhuma norma jurídica que o preceda. É um poder preexistente à ordem jurídica. Está acima do poder legislativo. Logo, o ordenamento jurídico nasce a partir do momento em que o poder constituinte originário faz a constituição.
III. Características: Vale ressaltar que dependem da concepção filosófica adotada (jusnaturalista e jurídico positiva).
Perspectiva jusnaturalista: O poder constituinte originário não é completamente autônomo, soberano ou incondicionado. Encontra limitesno direito natural. Não é onipotente porque deve acatar o bem comum, a moral, a razão, os ideais que brotam de consciência jurídica.
Perspectiva jurídico positiva ou positivista (Adotada no Brasil): o poder constituinte originário deve ser submetido a uma análise rigorosamente formal, desse modo, vislumbra como:
Inicial – Cria o Estado e a ordem jurídica, ou seja, instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica anterior. O ordenamento começa a partir dele.
Soberano – Mais do que um poder autônomo, é autossuficiente. Não se vincula a prescrições jurídico positivas para embasá-la.
Incondicional – Não encontra condicionamentos ao seu exercício. É juridicamente ilimitado e livre de toda e qualquer formalidade.
Instantâneo – Depois de elaborada a constituição, a potência cessa instantaneamente, deixando a sua obra pronta até o dia em que o pulsar dos acontecimentos exija mudança no texto originário.
Latente
b) Poder constituinte derivado
Reformador
Decorrente

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