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NATAL E O TURISMO
A INSERÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE NO TURISMO: OS PRIMEIROS INVESTIMENTOS
A inclusão do Estado do Rio Grande do Norte no cenário turístico brasileiro tem como marco inicial a construção da Via Costeira que também contemplava a preservação ambiental das dunas existentes nessa região. O resultado disto foi o projeto Parque das Dunas-Via Costeira, apoiado na época pela Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com objetivos de proteger os sistemas geológicos e geomorfológicos das dunas; conter a ocupação desordenada e predatória da área; impedir o crescimento da favela (bairro de Mãe Luíza), promover a melhoria da urbanização do bairro e obter o aproveitamento do potencial turístico e de lazer dessa faixa litorânea, mediante a interligação de Natal às praias da Zona Sul.
Conforme Gomes (2000, p. 6), este Projeto foi “considerado como primeira manifestação do poder público para viabilizar o turismo de massa no Rio Grande do Norte”, além de ter sido bastante discutido e polemizado pela Sociedade Civil, pois envolvia uma área de cordão dunar que margeava parte do litoral sul da cidade, onde seria construída uma rodovia de aproximadamente 8,5 km de extensão, ligando as praias de Ponta Negra a Areia Preta, conectando, assim, a zona sul da cidade às praias urbanas.
O Estado do RN, visando a intensificar a sua infra-estrutura turística, aderiu ao Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste (PRODETUR/NE), criado em 29 de novembro de 1991. Trata-se de um programa de crédito para o Setor Público (Estados e Municípios), financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem o Banco do Nordeste como órgão executor. O objetivo geral desse Programa é favorecer a qualidade da atividade turística a partir do financiamento de obras de infra-estrutura como saneamento, transportes, estradas, urbanização, projetos de proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural, e melhorar a qualidade de vida das populações residentes nas comunidades receptoras.
Dentre as ações que mais se destacaram com o Prodetur/RN, podemos evidenciar no litoral sul a construção da rodovia Rota do Sol, estrada que liga Natal às praias localizadas ao sul da capital; ampliação do Aeroporto Internacional Augusto Severo; urbanização do bairro de Ponta Negra; recuperação e preservação do Parque das Dunas. Já no litoral norte destaca-se: a construção de trechos da BR-101 em uma extensão que vai de Natal até Touros. (COSTA, 20053). 
Outro investimento de bastante significação social no Estado é o Projeto “Pólo Costa das Dunas”, que está inserido no Programa de Pólos de Desenvolvimento Integrado de Turismo Sustentável, mediado pelo Banco do Nordeste. Esse projeto visa, sobretudo, a promover o desenvolvimento contínuo do Turismo em mesorregiões vocacionadas, mediante um planejamento estratégico sustentável, envolvendo a comunidade e os gestores locais.
ALGUMAS SINGULARIDADES DO RIO GRANDE DO NORTE E DE SUA CAPITAL NATAL
O Rio Grande do Norte (RN) é o estado brasileiro que fica mais próximo do Continente Africano e Europeu. Em função dessa posição estratégica, foi permitida a instalação de bases navais e aéreas após a decretação do estado de guerra por parte do Brasil com a Alemanha e a Itália. O Presidente Getúlio Vargas decretou, em março de 1942, a criação da Base Aérea Brasileira, em Parnamirim, distante 10 km de Natal. Na época, a cidade ficou conhecida internacionalmente como “Trampolim da Vitória” e serviu de ponto de apoio aos aviões aliados para os combates no norte da África. 
A posição geoestratégica do Estado em relação à Europa é um ponto bastante destacado positivamente pelos investidores, nesse sentido, conforme a Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN/RN) (2003), nos últimos cinco anos, várias empresas nacionais e multinacionais de produção de frutas se instalaram no Pólo Agroindustrial Açu/Mossoró, dentre as quais se destacam: Del Mont Fresh Produce - uma das maiores empresas produtoras e exportadoras de banana do mundo; Directivos Agrícolas, Nolem, Calimam, Gaia, Agro Safra, Agrossol e Banassul.
Essas empresas investem na fruticultura, produzindo melão, banana, manga, mamão, abacaxi e melancia. Os produtos são exportados para a Argentina, Chile, Canadá, Estados Unidos, Japão, União Européia, China e Hong Kong.
O RN também se destaca no cenário da aqüicultura, especialmente na carcinicultura, aproveitando extensas áreas litorâneas disponíveis e que possuem todas as condições adequadas para a criação e produção do camarão em cativeiro. Atualmente esse Estado desponta como principal produtor de camarão do Brasil.
A CIDADE DE NATAL NO CONTEXTO DO MARKETING TURÍSTICO
A relação que a mídia estabelece com a cidade assemelha-se a um diálogo amoroso, onde o que prevalece é o enquadramento de suas belezas naturais que se transformam em ícones de um lugar prazeroso, tranqüilo e acolhedor.
Na comunicação turística, a imagem de Natal está inscrita num cenário de lazer, sendo difundida e ofertada primeiramente pelo seu potencial natural, tais como: praias de águas mornas, piscinas naturais, praias com ondas convidativas para o surfe, verão o ano inteiro, lagoas, dunas móveis e fixas, falésias, o ar mais puro das Américas, o maior cajueiro do mundo, com uma copa que ocupa 8.500 metros quadrados, cuja safra anual é de 60 mil cajus. Em seguida, vem a culinária potiguar, com destaque para a carne de sol com feijão verde e macaxeira, galinha caipira ou à cabidela, a paçoca de pilão, a manteiga do sertão e o camarão.
A maioria das descrições e narrativas desses discursos publicitários elucida a cidade de Natal em comunhão com outros pontos sagrados da natureza do território potiguar. Essa associação geralmente aparece vinculando a imagem turística de Natal às belezas naturais de municípios vizinhos, ou seja, à praia de Jenipabu, situada no município de Extremoz, a 25 km de Natal, muito valorizada pela presença das suas exuberantes dunas fixas e móveis, conhecidas mundialmente como dunas de Jenipabu; a praia de Pipa, situada no município de Tibau do Sul, a 88 km de Natal, muito difundida e valorizada nacional e internacionalmente pelo seu santuário ecológico (Mata Atlântica), falésias, enseada dos golfinhos e as praias do Amor, Simbaúma, Malembi e Tibau do Sul.
As imagens fotográficas e os textos confirmam as crenças e os valores atribuídos à cidade. Entretanto, sublinhamos que, em alguns veículos de comunicação turística, a cidade de Natal já vem sendo difundida por outros tipos de imagens raramente enaltecidas pelo marketing turístico; trata-se das construções de novos monumentos arquitetônicos da cidade.
De acordo com a Revista “Natal pra Você” (2000), a reconstrução do Aeroporto Internacional “Augusto Severo”, inaugurado em 24 de março de 2000, tem como foco principal de sua nova visibilidade a natureza da cidade, especialmente das dunas típicas do nosso litoral.
Outros enfoques são os dois pórticos construídos para homenagear os 400 anos da Cidade de Natal, um deles situado na BR 101, logo na entrada da cidade, cuja forma é de uma estrela cadente - rabo de cometa - e simboliza o anúncio do nascimento de Cristo. A sua luz ilumina uma escultura estilizada dos Três Reis Magos. O outro é o “Arco do Sol”, localizado na Avenida “Engenheiro Roberto Freire”, no bairro de Ponta Negra, caminho obrigatório para as praias do litoral sul da cidade. Este monumento arquitetônico representa a natureza da cidade em sua singularidade expressiva: Os raios do sol incidindo sobre as águas do mar. 
É interessante explicitar que, embora a visualidade da cidade venha se modificando, constatamos, nesse rico material do discurso publicitário, que Natal ainda é pouco divulgada pelos seus bens culturais edificados, tais como: a Fortaleza dos Reis Magos (1598), A Igreja Matriz de N. Srª. da Apresentação (1619), a Igreja de Santo Antônio, também conhecida como “Igreja do Galo”, construída pelos padres da Companhia de Jesus, no final do século XVIII, o Teatro “AlbertoMaranhão”, que teve a construção iniciada em 1898, inaugurado em 24 de março de 1904 com o nome de Teatro “Carlos Gomes”, até agosto de 1957, quando ocorreu à mudança para “Teatro Alberto Maranhão” (NESI, 1994, p.53), entre outros. Esses bens patrimoniais, ao contrário dos bens naturais, que assumem a identidade da cidade, não são tão evidenciados pelo marketing turístico.
Nessa abordagem naturalista, a mídia legitima a cidade de Natal como o pólo receptor mais importante do mercado turístico potiguar, conforme a Revista “Natal Pra Você” (2005, p. 4) “A capital potiguar, vale lembrar, é líder no Brasil em número de vôos fretados internacionais. São portugueses, espanhóis, italianos, holandeses, escandinavos, alemães e, agora ingleses. They love Natal!”.

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