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HISTÓRIA DO DIREITO Material 3

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DIREITO ROMANO
 
 WESLEY TOMASZEWSKI
ESPECIALISTA EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL 
MESTRE EM DIREITO NEGOCIAL
ADVOGADO 
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DIREITO ROMANO
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IN ORBEROMANI QUI SUNT, CIVES ROMANI EFFECTI SUNT 
nas cidades romanas todos os cidadãos são romanos
A cidade, nos seus primeiros tempos, foi tão-somente a reunião dos chefes de família 
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DIREITO ROMANO
MATER DO DIREITO CIVIL
FUNDAMENTOS PRINCIPAIS DO DIREITO EM GERAL
Nenhum principiante no estudo da ciência jurídica pode prescindir, ainda que perfunctóriamente, do significado das instituições jurídicas romanas. Seu estudo facilita, prepara e eleva o espírito iniciante para as primeiras linhas de nosso Direito Civil. Daí a importância de situarmos no tempo e no espaço o Direito Romano, a Lei das XII Tábuas até a época da decadência bizantina, perpassando por séculos de mutações jurídicas que até hoje são fundamentos de nosso Direito.
Silvio de Salvo Venosa
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DIREITO ROMANO
Assim, passemos a examinar as fases desse direito, que vão desde o período da fundação da cidade de Roma, ocorrida no século VII a.C., até a morte de Justiniano, em 565 d.C. A partir daí, até a queda de Constantinopla, em 1453, o direito sofre novas influências, passando a denominar-se romano-helênico, sem nunca ter deixado de exercer sua repercussão.
Silvio de Salvo Venosa
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DIREITO ROMANO
Quando do descobrimento do Brasil, o “direito romano” era aplicado em Portugal e, por via de conseqüência, foi aplicado na nova colônia. As ordenações Afonsinas, Manoelinas e Filipinas, com raízes profundas no Direito Romano, fornecem a continuidade desse direito entre nós, mormente porque, tão-só no início do século XX, o Código Civil de 1916 substituiu a última dessas ordenações.
Silvio de Salvo Venosa
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DIREITO ROMANO
Heteronomia
Coercibilidade
Sanção
Direito, Moral e Religião
Teoria Tridimensional do Direito
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DIREITO ROMANO
PRAECEPTA IURIS
VIVER HONESTAMENTE
 honeste vivere
DAR A CADA UM O QUE É SEU
suum cuique tribuere
NÃO LESAR A OUTREM 
alterum non laedere
ULPIANO
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DIREITO ROMANO
Jus – Direito
Fas – divindades
Jus humanum
Jus divinum
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DIREITO ROMANO
Jus personarum
Jus Actinum
Jus Rerum
Jus Obligation
Jus Sucessionum
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JUS OBLIGATIONUM
MODALIDADES
CONDIÇÃO; TERMO; MODO OU ENCARGO
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CESSÃO DE DIREITO; NOVAÇÃO
GARANTIAS
ARRAS OU SINAL
CONTRATOS
CONTRATO; QUASE-CONTRATO; DELITO; QUASE-DELITO 
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DIREITO ROMANO - DIVISÃO
Jus Publicum est quod ad statum rei romanae spectat
(O Direito Público é o que tem por fim a organização da república romana)
Privatum Jus est quod ad singulorum utilitatem pertinet
(O Direito Privado é o que visa a utilidade dos particulares)
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito
Jus scriptum
Jus non scriptum
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito
Jus non scriptum
Direito costumeiro, cosuetudinário
Tem por fonte o costume
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DIREITO ROMANO
Jus non scriptum – Paralelo 
COSTUMES
Os costumes só podem ser fonte quando eles não contrariam a lei. Os costumes contra legem não serão admitidos. E no Direito Civil é muito difícil se entender que o costume possa ser usado como uma forma do juiz decidir uma situação concreta. No Direito Comercial, a lei comercial fala muito em costumes comerciais.
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COSTUME
“Contra legem”: o costume não respeita as normas constantes do sistema jurídico. É a desobediência reiterada do comando legal com a crença na inefetividade da lei. Temos, como exemplo, o costume de não respeitar o sinal vermelho, por questão de segurança, após um determinado horário.
“Praeter legem”: é aquele que amplia o preceito da lei. É previsão de uma conduta paralela, não prevista pela lei; porém, não proibida por esta, podendo-se citar, como exemplo, o cheque que, apesar de ser uma ordem de pagamento à vista, funciona como uma garantia de pagamento, respeitando-se sua dupla condição. O cheque pós-datado deve respeitar a data consignada para apresentação junto ao sacado, embora a apresentação à vista garanta o pagamento.
“Secundum legem”: é o costume segundo o qual, o próprio texto da lei delega ao costume a solução do caso concreto. Esse caso é exemplificado pelo Código Civil, que determina ao locatário pagar pontualmente o aluguel segundo o costume do lugar, quando não houver ajuste expresso.
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito
Jus scriptum
Apresenta a seguintes fontes ou modos de formação
Lex (lei)
Plebiscita (plebiscitos)
Senatusconsulta (senatosconsultos)
Placita principum (constituições imperiais)
Edicta magistratum (editos dos magistrados)
Responsa prudentium (respostas dos prudentes, isto é, dos jurisconsultos)
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito
Editos
O chamado Édito de Constantino foi uma legislação do imperador romano Constantino I, proclamada em 7 de março de 321. O seu texto reza:
"Que todos os juízes, e todos os habitantes da Cidade, e todos os mercadores e artífices descansem no venerável dia do Sol. Não obstante, atendam os lavradores com plena liberdade ao cultivo dos campos; visto acontecer amiúde que nenhum outro dia é tão adequado à semeadura do grão ou ao plantio da vinha; daí o não se dever deixar passar o tempo favorável concedido pelo céu." (in: Codex Justinianus, lib. 13, it. 12, par. 2.) 
Este texto teria influenciado a primitiva igreja cristã ao ratificar o domingo como dia de guarda.
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito
Fontes subsidiárias
Princípios Gerais de Direito e Analogia
Os princípios gerais de Direito, em essência, são elementos formadores da cultura jurídica. Por conseguinte, tanto podem ser considerados o direito romano puro como o direito natural ou, ainda, os constantes ensinamentos da doutrina e da jurisprudência. Da mesma forma que se socorre o juiz da analogia e dos costumes para chegar à decisão da causa, pode igualmente invocar os princípios gerais de direito que, para os romanos, são viver honestamente, não prejudicar a ninguém e dar a cada um o que é seu, ainda hoje os pressupostos fundamentais da Justiça e do Direito.
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito - Paralelo
Princípios Gerais do Direito – âmbito constitucional
Princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento jurídico. São eles:
Todos devem ser tratados como iguais perante a lei; 
Ninguém pode ser beneficiar da própria torpeza; 
Todos são inocentes até prova em contrário; 
Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Nenhuma pena deverá passar da pessoa do condenado; 
A todos os acusados será garantido o contraditório e a ampla defesa. 
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DIREITO ROMANO
Fontes do Direito - Paralelo
Princípios Gerais do Direito – âmbito civil
Princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento jurídico. São eles:
Ninguém deve descumprir a lei alegando que não a conhece;
O enriquecimento ilícito deve ser coibido;
A boa-fé deve ser presumida a má-fé deve ser comprovada;
As obrigações contraídas devem ser cumpridas;
Os valores essenciais da pessoa humana deve são intangíveis e devem ser tutelados. 
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DIREITO ROMANO
Métodos de Estudo
Exegético – é o utilizado pelos glosadores. Estes foram os estudiosos da Idade Média que faziam resumos (summae) sobre o Corpus Juris Civilis e elaboravam pequenos comentários (glosae) dos textos resumidos. Não desciam a casos concretos.
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DIREITO ROMANO
Métodos de Estudo
Dogmático ou escolástico – É a aplicação direta do Corpus Juris Civilis, entendido como “a razão escrita” e aos estudiosos só cabia aplicá-lo aos casos concretos.
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DIREITO ROMANO
Métodos de Estudo
Sociológico – Cada instituto é estudado separadamente (casamento, posse...) e denomina-se sociológico porque faz comparação com as outras instituições sociais, como, por exemplo, a Religião e a Moral.
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DIREITO ROMANO
O Digesto,
conhecido igualmente pelo nome grego Pandectas, é uma compilação de fragmentos de jurisconsultos clássicos. É obra mais completa que o Código tem e ofereceu maiores dificuldades em sua elaboração. Digesto vem do latim digerere - pôr em ordem.
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DIREITO ROMANO
O Digesto diferenciava-se do Código por não ter havido anteriormente trabalho do mesmo gênero. A massa da jurisprudência era enorme, freqüentemente difícil de ser encontrada. Havia muitos autores, com pontos de vista diversos, por vezes antagônicos. A tarefa parecia ciclópica, e era temerário juntar todo esse amálgama de opiniões num trabalho homogêneo. Para o término desse projeto grandioso, previu Justiniano prazo mínimo de dez anos. No entanto, sob a presidência de Triboniano, a comissão de 16 membros, depois de compulsar quase dois mil livros (com três milhões de linhas), extratando 39 jurisconsultos, concluiu o trabalho em apenas três anos.
 
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DIREITO ROMANO
Por força da atuação de Terentilus Arsa, é formada uma comissão composta de 10 membros que deveria, no prazo de 1 ano, redigir um direito que amparasse tanto patrícios quanto plebeus. Esses 10 elementos (decemviri legibus scribundis) ao final do prazo estabelecido, apresentam 10 tábuas de leis. Depois de muita discussão e resistência, entendem os plebeus que são elas insuficientes e, por isso, são elaboradas mais duas que recebem a aprovação de todos. Surge, assim, a famosa Lei das XII tábuas (Lex Duodecium Tabularum), elaborada entre 450 e 449 a.C. e afixada à vista de todos no fórum,...
 
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DIREITO ROMANO
É a primeira efetiva manifestação escrita a inaugurar a era da supremacia do jus scriptum. De valor incomensurável pelo que representa para a História do Direito, permite também a análise da mentalidade antiga, além de ter sido o ponto de partida para o real e concreto desenvolvimento da ciência jurídica.
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA PRIMEIRA
DOS CHAMAMENTOS A JUÍZO
Se alguém é chamado a Juízo, compareça;
Se não comparece, aquele que o citou tome testemunhas e o prenda;
Se procurar enganar ou fugir, o que o citou pode lançar mão sobre (segurar) o citado;
Se uma doença ou a velhice o impede de andar, o que citou lhe forneça um cavalo;
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
5. Se não aceitá-lo, que forneça um carro, sem a obrigação de dá-lo coberto;
6. Se se apresenta alguém para defender o citado, que este seja solto;
7. O rico será fiador do rico; para o pobre qualquer um poderá servir de fiador;
8. Se as partes entram em acordo, que o pretor as ouça no comitium ou no forum e conheçam da causa antes do meio-dia, ambas as partes presentes
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LEI DAS XII TÁBUAS
10. Depois do meio-dia, se apenas uma parte comparece, o pretor decida a favor da que está presente;
11. O pôr-do-sol será o termo final da audiência.
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA SEGUNDA
...
2. Aquele que não tiver testemunhas irá, por três dias de feira, para a porta da casa da parte contrária, anunciar a sua causa em altas vozes injuriosas, para que ela se defenda;
3. Se alguém comete furto à noite e é morto em flagrante, o que matou não será punido; 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA SEGUNDA
4. Se o furto ocorre durante o dia e o ladrão é flagrado, que seja fustigado e entregue como escravo à vítima. Se é escravo, que seja fustigado e precipitado do alto da rocha Tarpéia;
5. Se ainda não atingiu a puberdade, que seja fustigado com varas a critério do pretor, e que indenize o dano.
6. Se o ladrão durante o dia defende-se com arma, que a vítima peça socorro em altas vozes e se, depois disso, mata o ladrão, que fique impune. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA SEGUNDA
7. Se, pela procura cum lance licioque, a coisa furtada for encontrada na casa de alguém, que seja punido como se fora um furto manifesto. 
8. Se alguém intentar ação por furto não manifesto, que o ladrão seja condenado no dobro. 
9. Se alguém, sem razão, cortar árvores de outrem, que seja condenado a indenizar à razão de 25 asses por árvore cortada. 
10. Se alguém se conformar (ou se acomodar, transigir) com um furto, que a ação seja considerada extinta. 
11. A coisa furtada nunca poderá ser adquirida por usucapião 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA TERCEIRA
Dos direitos de crédito 
l. Se o depositário, de má fé, praticar alguma falta com relação ao depósito, que seja condenado em dobro. 
2. Se alguém colocar o seu dinheiro a juros superiores a um por cento ao ano, que seja condenado a devolver o quádruplo. 
3. O estrangeiro jamais poderá adquirir bem algum por usucapião. 
4. Aquele que confessar dívida perante o magistrado, ou for condenado, terá 30 dias para pagar. 
5. Esgotados os 30 dias e não tendo pago, que seja agarrado e levado à presença do magistrado. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA TERCEIRA
Dos direitos de crédito 
6. Se não pagar e ninguém se apresentar como fiador, que o devedor seja levado pelo seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com cadeias com peso máximo de 15 libras; ou menos, se assim o quiser o credor. 
7. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser, o credor que o mantém preso dar-Ihe-á por dia uma libra de pão ou mais, a seu critério. 
8. Se não houver conciliação, que o devedor fique preso por 60 dias, durante os quais será conduzido em três dias de feira ao comitium, onde se proclamará, em altas vozes, o valor da dívida. 
9. Se não muitos os credores, será permitido, depois do terceiro dia de feira, dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam os credores, não importando cortar mais ou menos; se os credores preferirem poderão vender o devedor a um estrangeiro, além do Tibre. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TABUA QUARTA
Do pátrio poder e do casamento 
1. É permitido ao pai matar o filho que nasceu disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos. 
2. O pai terá sobre os filhos nascidos de casamento legítimo o direito de vida e de morte e o poder de vendê-los. 
3. Se o pai vender o filho três vezes, que esse filho não recaia mais sob o poder paterno. 
4. Se um filho póstumo nascer até o décimo mês após a dissolução do matrimônio, que esse filho seja reputado legítimo. 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA QUINTA 
Das heranças e tutelas 
1. As disposições testamentárias de um pai de família sobre os seus bens, ou a tutela dos filhos, terão a força de lei. 
2. Se o pai de família morrer intestado, não deixando herdeiro seu (necessário), que o agnado mais próximo seja o herdeiro. 
3. Se não houver agnados, que a herança seja entregue aos gentis. 
4. Se um liberto morrer intestado, sem deixar herdeiros seus, mas o patrono ou os filhos do patrono a ele sobreviverem, que a sucessão desse liberto se transfira ao parente mais próximo da família do patrono. 
 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA QUINTA 
Das heranças e tutelas 
5. Que as dívidas ativas e passivas sejam divididas entre os herdeiros, segundo o quinhão de cada um. 
6. Quanto aos demais bens da sucessão indivisa, os herdeiros poderão partilhá-los, se assim o desejarem; para esse: fim o pretor poderá indicar três árbitros. 
7. Se o pai de família morrer sem deixar testamento, indicando um herdeiro seu impúbere, que o agnado mais próximo seja o seu tutor. 
8. Se alguém tornar-se louco ou pródigo e não tiver tutor, que a sua pessoa e seus bens sejam confiados à curatela dos agnados e, se não houver agnados, à dos gentis. 
 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA QUINTA 
Das heranças e tutelas 
AGNATOS – PARENTES (FAMÍLIA) 
GENTÍLICOS – VÍNCULO VERDADEIRO OU IMAGINÁRIO
GENS (GENTES) – ANCESTRAL COMUM
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SEXTA 
Do direito de propriedade e da posse 
1 . Se alguém empenhar a sua coisa ou vender em presença de testemunhas, o que prometeu terá força de lei. 
2. Se não cumprir o que prometeu, que seja condenado em dobro. 
3. O escravo a quem for concedida a liberdade por testamento, sob a condição de pagar uma certa quantia, e que for vendido em seguida, tornar-se-á
livre, se pagar a mesma quantia ao comprador. 
4. A coisa vendida, embora entregue, só será adquirida pelo comprador depois de pago o preço. 
5. As terras serão adquiridas por usucapião depois de dois anos de posse, as coisas móveis depois de um ano. 
 
 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SEXTA 
Do direito de propriedade e da posse 
6. A mulher que residir durante um ano em casa de um homem, como se fora sua esposa, será adquirida por esse homem e cairá sob o seu poder, salvo se se ausentar da casa por três noites. 
7. Se uma coisa for litigiosa, que o pretor a entregue provisoriamente àquele que detiver a posse; mas se se tratar da liberdade de um homem que está em escravidão, que o pretor lhe conceda a liberdade provisória. 
8 . Que a madeira utilizada para a construção de uma casa, ou para amparar a videira, não seja retirada só porque o proprietário reivindicar; mas aquele que utilizou a madeira que não lhe pertencia seja condenado a pagar o dobro do valor; e se a madeira for destacada da construção ou do vinhedo, que seja permitido ao proprietário reivindicá-la.
9. Se alguém quer repudiar a sua mulher, que apresente as razões desse repúdio. 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SEXTA 
Do direito de propriedade e da posse 
CÓDIGO CIVIL
Título I – da posse art. 1196 e ss
Título III – da propriedade art. 1228 e ss
Usucapião art. 1238 e ss
Usucapião de coisa móvel art. 1260 e ss
 
 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SÉTIMA 
1. Se um quadrúpede causa qualquer dano, que o seu proprietário indenize o valor desse dano ou abandone o animal ao prejudicado;
2. Se alguém causa um dano premeditadamente, que o repare;
3. Aquele que fez encantamentos contra a colheita de outrem; ou a colheu furtivamente à noite antes de amadurecer ou a cortou depois de madura, será sacrificado a Ceres;
4......................
5. Se o autor do dano é impúbere, que seja fustigado a critério do pretor e indenize o prejuízo em dobro;
6. Aquele que fez pastar o seu rebanho em terreno alheio;
7. E o que intencionalmente incendiou uma casa ou um monte de trigo perto de uma casa, seja fustigado com varas e em seguida lançado ao fogo; 
 
 
 
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Ceres, na mitologia romana, equivalente à deusa grega, Deméter, filha de Saturno e Cibele , amante e irmã de Júpiter, irmã de Juno , Vesta, Netuno e Plutão, e mãe de Proserpina com Júpiter . 
 
 A palavra cereal deriva de Ceres, comemorando a associação da deusa com os grãos comestíveis. O nome Ceres provém de "ker", de raíz Indo-Europeia e que significa "crescer", também é a raíz das palavras "criar" e "incrementar". 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SÉTIMA 
8. Mas se assim agiu por imprudência, que repare o dano; se não tem recursos para isso, que seja punido menos severamente do que se tivesse agido intencionalmente;
9. Aquele que causar dano leve indenizará 25 asses;
10. Se alguém difama outrem com palavras ou cânticos, que seja fustigado;
11. Se alguém fere a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se houver acordo;
12. Aquele que arrancar ou quebrar um osso a outrem deve ser condenado a uma multa de 800 asses, se o ofendido é um homem livre; e de 150 asses, se o ofendido é um escravo; 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SÉTIMA 
13. Se o tutor administra com dolo, que seja destituído como suspeito e com infâmia; se causou algum prejuízo ao tutelado, que seja condenado a pagar o dobro ao fim da gestão;
14. Se um patrono causa dano a seu cliente, que seja decretado "sacer" (infame, intocável) (podendo ser morto como vítima devotada aos deuses);
15. Se alguém participou de um ato como testemunha ou desempenhou nesse ato as funções de libripende, e recusa dar seu testemunho, que recaia sobre ele a infâmia e ninguém lhe sirva de testemunha;
16. Se alguém profere um falso testemunho, que seja precipitado da rocha Tarpéia; 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SÉTIMA 
Libripende – aquele que pesava e pagava o soldo das tropas romanas antes que em Roma houvesse moeda
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA SÉTIMA 
17. Se alguém matou um homem livre e empregou feitiçaria e veneno, que seja sacrificado com o último suplício;
18. Se alguém matou o pai ou a mãe, que se lhe envolva a cabeça, e seja colocado em um saco costurado e lançado ao rio. 
 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA OITAVA 
Dos direitos prediais 
1 . A distância entre as construções vizinhas deverá ser de dois pés e meio. 
2. Que os soldados (sócios) façam para si os regulamentos que entenderem, contanto que não prejudiquem o público. 
3. A área de cinco pés deixada livre entre os campos limítrofes não poderá ser adquirida por usucapião. 
4. Se surgirem divergências entre possuidores de campos vizinhos, que o pretor nomeie três árbitros para estabelecer os limites respectivos. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA OITAVA 
5. Lei incerta sobre limites 
6. ... Jardim ... ... ... 
7. ... herdade ... ... 
8. ... choupana ... ... 
9. Se uma árvore se inclinar sobre o terreno alheio, que os seus galhos sejam podados à altura de mais de 15 pés. 
10. Se caírem frutos sobre o terreno vizinho, o proprietário da árvore terá o direito de colher esses Frutos. (vide art.1284 CC)
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA OITAVA 
11 . Se a água da chuva retida ou dirigida por trabalho humano causar prejuízo ao vizinho, que o pretor nomeie cinco árbitros, e que estes exijam do dono da obra garantias contra o dano iminente. 
12. Que o caminho em reta tenha oito pés de largura e o em curva tenha dezesseis. 
13. Se aqueles que possuírem terrenos vizinhos a estradas não os cercarem, que seja permitido deixar pastar o rebanho à vontade. (Nesses terrenos). 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA NONA 
Do direito público 
1. Que não se estabeleçam privilégios em lei. (Ou que não se façam leis contra indivíduos). 
2. Aqueles que forem presos por dívidas e as pagarem, gozarão dos mesmos direitos como se não tivessem sido presos; os povos que forem sempre fiéis e aqueles cuja defecção for apenas momentânea gozarão de igual direito. 
3. Se um juiz ou um arbitro indicado pelo magistrado receber dinheiro para julgar a favor de uma das partes em prejuízo de outrem, que seja morto. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA NONA 
Do direito público 
4. Que os comícios por centúrias sejam os únicos a decidir sobre o estado de uma cidade (vida, liberdade, cidadania, família). 
5. Os questores de homicídio....... 
6. Se alguém promover em Roma assembléias noturnas, que seja morto. 
7. Se alguém insuflar o inimigo contra a sua Pátria ou entregar um concidadão ao inimigo, que seja morto 
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CENTÚRIA
Centúria era uma unidade constituinte das coortes romanas, que continha oitenta legionários ou dez contubérnios (unidade de oito soldados) que era comandada por um único Centurião que, as vezes, devia se subordinar ao enviado do senado romano.
Cada coorte continha seis centúrias e cada legião romana tinha dez coortes mais 120 cavaleiros.
A centúria inicialmente tinha 100 legionários, depois passou a ter entre 80 e 100 e, em alguns casos, até 160. 
Escala hierárquica
Contubérnios: 8 legionários (Sem falar escravos e animais) 
Centúria: (10 cortubérnios) 80 legionários. 
Coortes: (6 centúrias) 480 legionários. 
Legião: (10 coortes) 4.800 legionários. 
 
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QUESTOR
Questor (do latim quaestor, procurador) era o primeiro passo na hierarquia política da Roma Antiga (cursus honorum). O cargo, que implicava funções administrativas, era geralmente ocupado por membros da classe senatorial com menos de 32 anos. O mandato como questor dava acesso directo ao colégio do senado romano. Por serem os cobradores de impostos do Império, eram mal-vistos pela população. 
 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA 
Do direito sacro 
..... do juramento.
2. Não é permitido sepultar nem incinerar um homem morto na cidade. 
3. Moderai as despesas com os funerais. 
4. Fazei apenas o que é permitido. 
5. Não deveis polir a madeira que vai servir
à incineração. 
6. Que o cadáver seja vestido com três roupas e o enterro se faça acompanhar de dez tocadores de instrumentos. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA 
7. Que as mulheres não arranhem as faces nem soltem gritos imoderados. 
8. Não retireis da pira os restos dos ossos de um morto, para lhe dar segundos funerais, a menos que tenha morrido na guerra ou em país estrangeiro. 
9. Que os corpos dos escravos não sejam embalsamados e que seja abolido dos seus funerais o uso da bebida em torno do cadáver. 
10. Que não se lancem licores sobre a pia de incineração nem sobre as cinzas do morto. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA 
11. Que não se usem longas coroas nem turíbulos nos funerais. 
12. Que aquele que mereceu uma coroa pelo próprio esforço ou a quem seus escravos ou seus cavalos fizeram sobressair nos jogos, traga a coroa como prova do seu valor, assim com os seus parentes, enquanto o cadáver está em casa e durante o cortejo. 
13. Não é permitido fazer muitas exéquias nem muitos leitos fúnebres para o mesmo morto. 
14. Não é permitido enterrar ouro com o cadáver; mas se seus dentes são presos com ouro, pode-se enterrar ou incinerar com esse ouro. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA 
Turíbulo: recipiente onde se queima o incenso usado nas celebrações solenes.
Exéquias são ritos e orações com os quais a comunidade cristã acompanha seus mortos e os encomenda a Deus. Em todos os povos e em todos os tempos encontram-se ritos relacionados com os defuntos e com os que choram a morte de algum familiar. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA 
15. Não é permitido, sem o consentimento do proprietário, levantar uma pira ou cavar novo sepulcro, a menos de sessenta pés de distância da casa. 
16. Que o vestíbulo de um túmulo jamais possa ser adquirido por usucapião, assim como o próprio túmulo. 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA PRIMEIRA 
1 . Que a última vontade do povo tenha força de lei. 
2. Não é permitido o casamento entre patrícios e plebeus. 
3. ...... 
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LEI DAS XII TÁBUAS
TÁBUA DÉCIMA SEGUNDA 
1 . ...do penhor...... 
2. Se alguém fizer consagrar uma coisa litigiosa, que pague o dobro do valor da coisa consagrada. 
3. Se alguém obtiver de má fé a posse provisória de uma coisa, que o pretor, para pôr fim ao litígio, nomeie três árbitros, que estes condenem o possuidor de má fé a restituir o dobro dos frutos. 
4. Se um escravo cometer um furto, ou causar algum dano, sabendo-o patrono, que seja obrigado esse patrono a entregar o escravo, como indenização, ao prejudicado.
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ESTRUTURA SOCIAL
PATRÍCIOS
Os patrícios, cidadãos de Roma, constituíam a aristocracia romana, sua elite. Desempenhavam altas funções públicas, no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram grandes proprietários de terra e credores dos plebeus, os quais viviam sob a constante ameaça de se tornarem escravos. Os patrícios, descendentes das famílias mais antigas da cidade, ou seja, dos chefes tribais da região do período pré-romano, eram donos das maiores e melhores terras e os únicos a possuir direitos políticos 
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ESTRUTURA SOCIAL
CLIENTES
Na sociedade da Roma Antiga, um cliente (do latim cliens) era um plebeu que estava associado a um patrono benfeitor (patronus, um predecessor de padrinho, patrão). O patrono assistia seu cliente com sua proteção, interesse e posses. O cliente dava seu voto a seu patrono quando ele buscava algum negócio em seu interesse ou de seus amigos. Clientes deviam respeito a seus patronos como estes, reciprocamente, deviam-lhes proteção. 
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ESTRUTURA SOCIAL
PLEBE
Ao lado dos patrícios e clientes, encontramos os plebeus (do latim plebem, que significa multidão não organizada que formava, em Roma, um mundo à parte, a plebe. Eles habitavam o solo romano, sem integrar a cidade. Como acentua Bouché-Leclercq "eles tinham o domicílio, mas, não a pátria". Eram homens livres, podiam possuir terras, pagavam impostos e prestavam serviços militares. A diferença entre patrícios e plebeus era marcada por barreiras de tabus extremamente exclusivas. A princípio, os plebeus não possuiam direitos políticos nem civis). 
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PROCESSO
CIVIL
ROMANO
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PROCESSO CIVIL ROMANO
A LEI SUBSTANTIVA REGULA OS DIREITO INDIVIDUAIS, DISPONDO SOBRE O QUE SE PODE OU NÃO SE PODE FAZER. ESTABELECIDO O DIREITO, É NECESSÁRIO ARMAR O OFENDIDO PARA QUE OBTENHA A REPARAÇÃO INTEGRAL DO DANO SOFRIDO, O QUE É FEITO POR MEIO DO PROCESSO.
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A AÇÃO, POR CONSEGUINTE, PRESSUPÕE NECESSARIAMENTE A PRESENÇA DO AUTOR, OU DEMANDANTE, DO RÉU, OU DEMANDADO, E DO JUIZ, FORMANDO DESSA FORMA A ACTUM TRIUM PERSONARUM OU O ATO DE TRÊS PESSOAS, ELEMENTO ESTABILIZADOR DO PROCESSO.
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PROCESSO CIVIL ROMANO
LITES E JURGIUM
OS ROMANO DISTINGUEM LITES E JURGIUM. NA LIS, DE LIS, LITIS, A LUTA JUDICIÁRIA É ENTRE INIMICI, VALE DIZER, ENTRE QUALQUER PESSOA, JURGIUM, DE OUTRA PARTE, SIGNIFICA A CONTROVÉRSIA EXISTENTE ENTRE GENTE QUALIFICADA, OU SEJA, ENTRE PROXIMI OU VICINI, QUE SÃO OS GENTILES OU PATRÍCIOS. INEXISTE NO DIREITO ATUAL TAL DISTINÇÃO, VISTO QUE TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, ANOTANDO QUE O VOCÁBULO LITÍGIO SE ORIGINA DE LITES.
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PROCESSO CIVIL ROMANO
SISTEMAS PROCESSUAIS ROMANOS
SÃO TRÊS OS SISTEMAS PROCESSUAIS, DISTRIBUÍDOS EM IGUAL NÚMERO DE PERÍODOS DA HISTÓRIA PROCESSUAL ROMANA:
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SISTEMAS PROCESSUAIS ROMANOS
A) SISTEMA DA LEGIS ACTIONES, AS AÇÕES DA LEI, CORRESPONDE AOS PRIMEIROS TEMPOS DE ROMA. TRATA-SE DE UM SISTEMA ORAL, SOLENE E FORMALISTA, DESENVOLVENDO-SE EM DUAS FASES OU INSTÂNCIAS: IN JURE, PERANTE O MAGISTRADO, E APUD JUDICEM, DIANTE DE UM PARTICULAR, O JUDEX, ÁRBITRO ESCOLHIDO PELAS LITIGANTES PARA SOLUCIONAR A CONTROVÉRSIA. É O PERÍODO DA ORDO JUDICIORUM PRIVATORUM, OU ORDEM DOS PROCESSOS PRIVADOS, POSTO QUE TUDO SE PASSA ENTRE OS PARTICULARES SEM A PRESENÇA EFETIVA DO ESTADO, VERDADEIRA JUSTIÇA PRIVADA.
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SISTEMAS PROCESSUAIS ROMANOS
B) SISTEMA FORMULAR, OU PROCESSO FORMULAR. AS FÓRMULAS SÃO ESCRITAS E ESSA É A PRINCIPAL VANTAGEM DO SISTEMA, MAS AINDA EXISTE A DUPLA INSTÂNCIA MENCIONADA, ALÉM DA ORDO JUDICIORUM PRIVATORUM;
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SISTEMAS PROCESSUAIS ROMANOS
C) SISTEMA EXTRA ORDINEM, OU EXTRAORDINÁRIO, QUE SE CARACTERIZA PELA AUSÊNCIA DA DUPLA INSTÂNCIA, PRESENTE NOS SISTEMAS ANTERIORES, COMO IGUALMENTE DESAPARECE A ORDO JUDICIORUM PRIVATORUM. A JUSTIÇA, AGORA, É MINISTRADA DIRETAMENTE PELO ESTADO POR MEIO DE FUNCIONÁRIOS COM PODERES OU PRERROGATIVAS ESPECÍFICAS (JUÍZES), CABENDO RECURSO DAS SENTENÇAS OU DECISÕES POR INTERMÉDIO DA APELLATIO;
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SISTEMAS PROCESSUAIS ROMANOS
DIVISÃO DAS AÇÕES
AS AÇÕES VARIAM CONFORME VARIAM OS DIREITOS INDIVIDUAIS. DISSO RESULTA A NECESSIDADE DE O TITULAR DE UM DIREITO OFENDIDO CONHECER QUAL A AÇÃO DE QUE PODERÁ LANÇAR MÃO PARA ATINGIR A CORRESPONDENTE REPARAÇÃO.
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DIVISÃO DAS AÇÕES
AÇÕES CIVIS E HONORÁRIAS: AS PRIMEIRAS TÊM UMA FÓRMULA BASEADA NO DIREITO CIVIL, AO PASSO QUE AS HONORÁRIAS SÃO CONCEDIDAS PELO PRETOR, POR FORÇA DE SEU IMPERIUM, SEM BASE NO DIREITO CIVIL;
AÇÕES IN REM E IN PERSONAM: ENQUANTO AS PRIMEIRAS GARANTEM OS DIREITOS REAIS SOBRE AS COISAS, AS AÇÕES IN PERSONAM GARANTEM OS DIREITOS DE CRÉDITO BASEADOS EM RELAÇÕES OBRIGACIONAIS PESSOAIS; 
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DIVISÃO DAS AÇÕES
C) AÇÕES PENAIS: SUA FINALIDADE É IMPOR UMA PENA, UM CASTIGO, AO DELINQÜENTE, EXPRESSA POR UMA MULTA QUE REVERTA EM BENEFÍCIO DA VÍTIMA. POSSÍVEL É, TAMBÉM, A AÇÃO REM PERSEQUENTEM, AÇÃO QUE GARANTE O DIREITO DE SEQÜELA, EM QUE O OFENDIDO OBTÉM SATISFAÇÃO MAIS AMPLA;
D) AÇÕES INFAMANTES: SÃO AS QUE TRATAM DE CRIMES ESPECÍFICOS, TAIS COMO O FURTO, O ROUBO, O RAPTO ETC., QUE NÃO DÃO ORIGEM A AÇÕES PENAIS SIMPLES; 
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DIVISÃO DAS AÇÕES
E) AÇÕES DIVISÓRIAS: SÃO AS QUE PÕEM FIM A UMA SITUAÇÃO DE COMUNHÃO OU DE IMPRECISÃO PATRIMONIAL, DIVIDINDO-SE EM TRÊS TIPOS, A SABER: FAMILIAE ERCISCUNDAE, QUE VEM A SER A PARTILHA DE UM IMÓVEL EM COMUNHÃO, COMMUNI DIVIDUNDO,
OU A DIVISÃO DE UM IMÓVEL EM COMUNHÃO, E FINIUM REGUNDORUM, ENTRE NÓS CHAMADA DE AÇÃO DEMARCATÓRIA;
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ABUSO DO DIREITO DE AÇÃO
PUNIDO PELOS ROMANO DESDE O SISTEMA DAS LEGIS ACTIONES
ABUSO DO DIREITO
LIDE TEMERÁRIA
LITIGANTE DE MÁ-FÉ
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MAGISTRADOS
EM ROMA, OS MAGISTRADOS SÃO ELEITOS EM COMITIA PARA DESEMPENHAR ATRIBUIÇÕES POLÍTICAS E JUDICIÁRIAS.
NOS PRIMEIROS TEMPOS, A JUSTIÇA É DISTRIBUÍDA DIRETAMENTE PELOS REIS E DE FORMA MERAMENTE DISCRICIONÁRIA, VIGORANTE O PRINCÍPIO SINE LEGE CERTA, AO SABOR DE SUAS TENDÊNCIAS PESSOAIS E SEM OBEDECER A NORMA ALGUMA.
A ORDO JUDICIORUM PRIVATORUM, SURGE MAIS TARDE COM O AFASTAMENTO DA FIGURA DO REI COMO JULGADOR ÚNICO E INSTITUINDO DUAS FASES OU INSTÂNCIAS PROCESSUAIS. (IN JURE E APUD JUDICEM)
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MAGISTRADOS
C) NA REPÚBLICA, APARECE A FIGURA DO PRETOR, ELEMENTO QUE CUIDA ESPECIALMENTE DA DISTRIBUIÇÃO DA JUSTIÇA, DIVIDINDO-SE EM PRETOR URBANO E PRETOR PEREGRINO; AQUELE RESOLVENDO AS QUESTÕES ENTRE ROMANOS E ESTE ENTRE OS ESTRANGEIROS OU ENTRE OS ROMANOS E ESTRANGEIROS. O EDIL CURUL JULGA AS DEMANDAS RELATIVAS A VENDAS DE ANIMAIS E DE ESCRAVOS. ISSO, EM ROMA. NO RESTANTE DA PENÍNSULA ITÁLICA SÃO OS PRAEFECTI JURE DICUNDO, ESPÉCIES DE DELEGADOS DO PRETOR, QUE DECIDEM AS CAUSAS; NAS DEMAIS PROVINCÍAS, SÃO OS GOVERNADORES.
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MAGISTRADOS
O MAGISTRADO TEM, AO MESMO TEMPO, O IMPERIUM E A JURISDICTIO, SENDO QUE O PRIMEIRO É PODER DE MANDO, TAIS COMO A IMPOSIÇÃO DE MULTAS, DETERMINAÇÃO DE PENHORA ETC., É A ÚLTIMA AUTORIDADE DE DIZER O DIREITO, CONCRETIZANDO A SUA APLICAÇÃO. COMPREENDE A JURISDICTIO TRÊS EXPRESSÕES: DO, DICCO E ADDICO. Segundo a DO, É CONCEDIDO UM JUDEX, OU JURADO, ÀS PARES, RECONHECENDO, ASSIM, A EXISTÊNCIA DE UMA CONTROVÉRSIA; já pela DICCO, ATRIBUI O MAGISTRADO A POSSE PROVISÓRIA DA COISA LITIGIOSA A UMA DAS PARTES – O QUE MODERNAMENTE CHAMARÍAMOS DE LIMINAR – E PELA ADDICO, É DECIDIDA DE MANEIRA DEFINITIVA A POSSE DO OBJETO LITIGIOSO.
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JURISDIÇÃO
A JURISDICTIO PODE SER VOLUNTÁRIA OU GRACIOSA E CONTENCIOSA. NA JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA, NÃO EXISTE CONTROVÉRSIA PROPRIAMENTE DITA, E O PRETOR DECIDE DESDE LOGO A QUESTÃO PROFERINDO A ADDICO. JÁ NA CONTENCIOSA, A DIVERGÊNCIA É PATENTE E AS PARTES SÃO REMETIDAS AO JUDEX POR MEIO DA EXPRESSÃO DO, DEPOIS DE CONVENIENTEMENTE OUVIDAS.
O JUDEX NÃO É PROPRIAMENTE MAGISTRADO, MAS CIDADÃO ESCOLHIDO PELOS DEMANDANTES PARA PÔR FIM AO LITÍGIO, FUNCIONANDO COMO INDISCUTÍVEL ÁRBITRO, INICIALMENTE ESCOLHIDO ENTRE OS SENADORES.
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PARALELO
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
A JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA não resolve conflitos, mas apenas interesses, não se pode falar em partes, no sentido em que esta palavra é tomada na jurisdição contenciosa.
Também chamada de jurisdição graciosa ou voluntária, como o próprio nome diz, refere-se à homologação de pedidos que não impliquem litígio.
Atos de jurisdição voluntária indicados pela doutrina:
a) atos meramente receptivos (função passiva do magistrado, como publicação de testamento particular)
b) atos de natureza simplesmente certificante (legalização de livros comercias, "visto" em balanços);
c) atos que constituem verdadeiros pronunciamentos judiciais (separação consensual, interdição).
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PARALELO
JURISDIÇÃO CONTENCIOSA
“genericamente é possível descrever a jurisdição contenciosa compondo conflitos de interesses, e a voluntária a ocupar-se daqueles que não estão em litígio, constituindo e modificando relações jurídicas, sendo ambas exercidas por órgãos jurisdicionais com a finalidade de assegurar a paz jurídica” ... “Efetivamente, a presença ou ausência de lide parece constituir a diferença básica entre a jurisdição contenciosa e a voluntária.” 
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