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UM FUTURO AMEAÇADO (cáp.1)

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29
I. UM FUTURO AMEAÇADO
Há só umaTeu'a,masnãoumsó mundo.Todosnósdependemos
de uma biosferaparaconservarmosnossasvidas.Mesmoassim,
cadacomunidade,cadapaís lutapela sobrevivênciae pelapros-
peridadequasesemlevaremconsideraçãoo impactbquecausa
sobreos demais.Algunsconsomemos recursosdaTérraa umtal
ritmo queprovavelmentepoucosobraráparaasgeraçõesfuturas.
Outros, em númeromuitomaior,consomempoucodemaise vi-
vem na perspectivada fome,elamiséria',da doençae da morte
prcmatura.
Contudo, houve progressos,Em grandepartedo mundo,as
criançasnascidashoje podemesperarter vidamaislongae edu-
caçãomelhorqueseuspais. Em muitoslugares,os recém-nasci-
dos tambémpodemesperarconseguirum padrãode vida mais
elevado,de modogeral.Essesprogressosdãoesperançaquando
pensamosno queaindaéprecisofazere quandoavaliamosnossas
tentativasfracassadasdetomarestaTerraumlar melhorparanós
c paraos qucvirãodepois.
As falhasquc precisamoscorrigir derivamda pobrezae do
modoequivocadocomquetemosfreqüentymentebuscadoapros-
peridade.Muitaspartesdo mundoentraramnumaespiraldescen-
denteviciosa: os povos"'pobressão obrigadosa usarexcessiva-
menteseusrecursosambientaisa fim desobreviverem,e o fatode
empobreceremseu meio ambienteos empobrecemais,tomando
sua sobrevivênciaaindamais difícil e incerta.A prosperidade
conseguidaemalgumaspartesdo mundoécomfreqüênciaprecá-
ria, pois foi obtidamediantepráticasagrícolas,florestaise indus-,
mais quesó trazemlucroepr9gressoacurtoprazo.
As sociedadesjá sofreraITI'taispressõesno passadoe, como
nos recordamváriasruínas,àsvezessucumbirama elas.Mastais
pressões,de modogeral,eramlocalizadas.Hoje, a dimensãode
nossaintervençãona naturezaé cadavezmaior,e os efeitosfísi-
cos de nossasdecisõesultrapassamfronteirasnacionais.A cres-
cente interaçãoeconômicadas naçõesampliaas conseqüências
das decisõesnacionais.A economiae a ecologianosenvolvem
emmalhascadavezmaisapertadas.Muitasregiõescorremp risco
de danosirreversÍveisao meioambientehumanoqueameaçama
basedo progressohumano.
Essas interconexãescadavez maisprofundassãoajustificati-
va básicaparao estabelecimentodestaComissão.Viajamospelo
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mundodurantequasetrêsanos,ouvindoaspessoas.Em audiên-
ciaspúblicasespeciaisorganizadaspelaComissão,ouvimoslíde-
resgovernamentais,cientistase especialistas,ouvimosgruposde
cidadãosenvolvidosemváriasquestõesligadasaomeioambiente
e ao desenvolvimento,e ouvimosmilharesdepessoas- agriculto-
res,favelados,jovens,industriaisepovosindígenase tribais.
Encontrmposem todapaiteumagrandepreocupaçãocom o
meioambiente,quenãosó levoua protestoscomotambém,com
freqüência,geroumudanças.O desafioquesenosapresentaéga-
rantirqueessesnovosvaloressereflitammelhornosprincípiose
no funcionamentodasestruturas·políticase econômicas.
Tambémencontramosmotivosde e&perança:as pessoasque-
rem cooperarna construçãode um futuro maispróspero,mais
justo e maisseguro;é possívelchegara umanovaerade cresci-
mentoeconômico,fundamentadaempolíticasquemantenhame
ampliema basederecursosdaTerra;o progressoquealgunsdes-
frutaramno séculopassadopodeservivido por todosnospróxi-
mos anos.Mas paraque isso aconteça,temosde compreender
melhoros sintomasdedesgastequeestãodiantede nós,identifi-
car suascausase concebernovosmétodpsde administraros re-
cursosambientaisemantero desenvolvimentohumano.
1.1SINTOMAS E CAUSAS
O desgastedo meioambientefoi comfre'qüênciaconsideradoo
resultadoda crescentedemandade recursosescassose dapolui-
ção causadapela melhoriado padrãode vida dos relativamente
ricos.Masaprópriapobrezapoluio meioambiente,criandooutro
tipo de desgasteambiental.Para sobreviver,os pobrese os fa-
mintosmuitasvezesdestroemseuprópriomeioambiente:derru-
bamflorestas,permitemo pastoreioexcessivo,exauremasterras
marginaise acorrememnúmerocadavezI11aiorparaascidadesjá
congestionadas.O efeitocumulativodes~asmudançaschegaa
ponto de fazerda própriapobrezaum dos maioresflagelosdo
mundo.
Já noscasosemqueo crescimentoeconômicopermitiua me-
lhoriadospadrõesdevida,issofoi por vezesconseguidoàcusta
de danosglobaisa longoprazo.As melhoriasconseguidasno
passadobasearam-se,emgrandeparte,no usodequantidadesca-
da vez maioresde matérias-primas,energia,produtosquímicose
sintéticos,e produziramumapoluiçãoquenãoé adequadamente-
levadaemcontaquandose estimamos custosdosprocessosde
produção.Tudo issoteveefeitosnão-previstossobreo meioam-
biente.Por isso, os problemasambientaisqueenfrentamoshoje
30
..
!'\:.
""'
derivamtantodafaltadedesenvoIVimentoquantodeconseqüên-
ciasinesperadasdecertasformasdecrescimentoeconômico.
1.1.1Pobreza
Há hojeno mundoumnúmeromaiordepessoasfamintasdo que
jamaishouvena históriada humanidade,e estenúmeroestáau-
mentando.Em 1980,havia340milhõesdepessoas,em87países
emdesenvolvimento,quenãoingeriamo númerodecaloriassufi-
cientese por issoapresentavamdeficiênciade crescimentoe gra-
vesproblemasdesaúde.Essetotalsituava-seligeiramenteabaixo
dosnúmerosde 1970,emtermosproporcionaisàpopulaçãomun-
<;lial,mas em númerosabsolutosrepresentavaum aumentode
14%. Segundoprevisõesdo Banco Mundial,essesnúmerosde-
vemcontinuarcrescendo.1
Tambémcresceo númerode pessoasquevivememcortiçose
habitaçõesmiseráveis.Cadavez maispessoascarecemde água
potávele de saneamento,ficandoassimsujeitasàs doençasque
tal carênciapodeprovocar.Houve algumprogresso,atéimpres-
sionanteemdeterminadoslugares,masdemodogerala pobreza
continuae suasvítimassemultiplicam.:
A pressãodapobrezadeveserconsideradanumcontextomais
amplo.Em nível internacional,há grandesdisparidadesna renda
percapita-queem 1984variavadeUS$190nospaísesdebaixa
renda(excetoChina e Índia) atéUS$11.430naseconomiasin-
dustriaisdemercado.(Ver tabela1.1).
Tais desigualdadesrepresentamgrandesdiferençasnãoapenas
quantoàatualqualidadedevida,mastambémquantoàcapacida-
dedassociedadesparamelhoraremsuaqualidadedevidano futu-
ro. A maioriados paísesmaispobresdo mundodepende,para
aumentarsuareceitade exportação,deprodutosagrícolastropi-
cais vulneráveisa relaçõescomerciaisinstáveisou emdeclínio.
Muitasveies,a expansãosóé possívelàcustado desgasteecoló-
gico. Cont}rc1p,condiçõesdesvantajosasde transferênciade tec-
nologia,p~oteç;ionismoe menoresfluxosfinanceirosparaos paí-
ses que maisprecisamde financiamentointernacionalimpedem
umadiverSificaçãoqueatenuariaaomesmotempoa pobrezae o
desgasteecológico.2 .
Dentrodospaíses,a pobrezafoi exacerbadapeladistribuição
desigualda terrae deoutrosbens.O rápidocrescimento.popula-
cionalprejudicoua capacidadedemelhoraro padrãode>;ida.Es-
sesfatores,aliadosa umanecessidadecadavezmaior:deexplorar
comercialmenteterrasboas(muitasvezespara'cultivarprodutos
de exportação),levarammuitosagricultoresde subsistênciaa se
transferiremparaterrasruins, tirando-lhesassimqualquerespe-
31
_~~~~~i!,"I.:~'.J::..t"j::;i;:~~L;·"~'"-;:""," ;.•
o Tabela1.1
TamanhodapopulaçãoePNBper capita pÇlrgruposdepaíses
Grupodepaíses
PopulaçãoPNB \Taxamédiaanual
(milhões)
per capitadecrescimentodo
(d6laresde
PNBper capita,
1984)
1965-84
(%)
Economiasdebaixarenda
(excet9ChinaeÍndia)
6Il1900,9
Chinac lndia
1.7782903,3
Economiasde rendamédiabaixa
6917403,0
Economiasde rendamédiaalta
4971.9503,3
Exportadoresde petr61eoderendaalta
1911.2503,2
Economias industriaisdemercado
73311.4302,4
Fonte: baseadacmdadosde:BancoMundial.Relatório sobre o desenvol-
vimentollllllldiallY86. RiodeJaneiro,FundaçãoGetulioVargas,1986.
rançade participaremda vida econômicade seuspaíses.Pelos
mesmosmotivos,muitoslavradoresnômadestradicionais,que
antesderrubavamflorestas,cultivavamsuaslavourase depois
deixavamqueasflorestasserefizessem,nãot~magoranemterrasuficientenemtempoparaqueasflorestasse'recuperem.Assim,
muitasvezesasflorestasestãosendodestruídasapenasparaobter
terrasde cultivo de ba~xaqualidade,incapazesde sustentaros
queas trabalham.O cultivoextensivoemencostasíngremesestá
aumentandoa erosãodo solo emmuitasregiõesmontanhosasde
paísesdesenvolvidose em desenvolvimento.Em muitosvales
fluviais, cultivam-seagoraáreasondeas inundaçõessemprefo-
ramcomuns.
Essaspressõesserefletemnumaincidênciacadavezmaisalta
de catástrofes.Nos anos70, o númerode pessoasmortasanual-
mentepor "catástrofesnaturais"foi seis vezessuperior'ao dos
anos90,sendoquedobrouo númerodaspessoasatingidaspor
essascatástrofes.As secase inundações- flagelosparaos quais
contribuemo desmatamentoe o cultivoexcessivo- foramrespon-
sáveispelosmaioresestragos,emtermosde númerode pessoas
afetadas.Nos anos60, 18,5milhõesdepessoasporanoforamví-
timasde secas,e nosanos70, 24,4milhões;5,2milhõesdepes-
32
"
"CreioqueessaComissãodeveriaprestaratençãoaomodoco-
rnoconsideraa questãode umaparticipaçãomaior_dospovos
quesãoobjetododesenvolvimento.Entresuasnecessidadesbá-
sicasestãoo direitodepreservarsuaidentidadeculturaleo di-
reitodenãoserapartadodesuaprópriasociedadeedesuapró-
pria comunidade.O quedesejoressaltaréquenãopodemosdis-
cutir.omeioambienteeo desenvolvimentosemdiscutiro desen-
volvimentopo[(tico.Nãoépossfvelerradicarapobrezasimples-
mentere(listribuindoa riquezaou a renda,pois temdehaver
wJwredistribuiçãomelfwrdopoder."
AristidesKatoppo
Editor
AudiênciapúblicadaComissãoMundialsobreMeio
AmbienteeDesenvolvimento,Jacarta,26demarçode1985.
soas,por a,h6;.foramvítimasde inundaçõcsnosanos60;nosanos
70, foram:J5,4 milhões.3Ainda nãodispomosdosnúmerospara
os anos80;masnestadécadatão.propensaadesastresnaturaisos
nún;erosprovavelmenteterãoaumentado;houv~secasna África,
na India e na'AméricaLatina,e inundaçõesnaAsia, empartesda
África e naregião;;lnqinadaAméricadoSul. "
A maioriadas vítimasdessascatástrofesé constituídapelos
pobresdas naçõespobres- ondeos agricultoresde"subsistência
tornamsuas~errasmaissujeitasa secase inundaçõesporquedes-
matamasáreasmarginais,e ondeospobressetornammaisvulne-
ráveisa todasas catástrofesporquevivememencostasíngremes
ou emregiõesribeirinhassemproteção- asúnicasáreasquelhes
restamparaconsJruíremseusbarracos.Nãodispondodealimen-
tos nemdedivisas,osgovernoseconomicamentevulneráveisdes-
sespaísestêmpoucascondiçõesdeenfrentartaiscatástrofes.
Os vínculosentredesgasteambientalecatástrofesqueimpedem
o desenvolvimentoevidenciam-semelhorna África subsaariana.
A produçãode alimentosper capita,quevemdeclinandodesde
os anos60, entrouemcolapsodurantea secadosanos80 e, no
momentoemqueos alimentoserammaisnecessários,cercade35
milhõesde pessoasficaramemrisco.O usoexcessivoda~rrae a
secaprolongadaameaçamtransformarem desertoos pradosdo
Sahelafricano.4Nenhumaregiãosofredemodomaistrágicocom
o círculo viciosodapobrezaquelevaà deterioraçãodo meioam-
biente,quepor suavezlevaa umapobrezamaior.
33
_~liliIWiIW,i~~-~~i!.;.r:,':i.i3::[j~~.:z:·.,:'~'"-;;.."," ;.
Tabela1.1
TamanhodapopulaçãoePNBpercapitaP9rgruposdepaíses
Grupodepaíses
PopulaçãoPNB \Taxamédiaanual
(milhões)
percapitadecrescimentodo
(d6laresde
PNBpercapita,
1984)
1965-84
(%)
Economiasdebaixarenda
(excet9ChinaeÍndia)
6111900,9
Chinaelndia
1.7782903,3
Economiasde rendamédiabaixa
6917403,0
Economiasde rendamédiaalta
4971.9503,3
Exportadoresde petr61eoderendaalta
1911.2503,2
Economias industriaisdemercado
73311.4302,4
Fonte:baseadaemdadosde:BancoMundial.Relatóriosobreo desenvol-
vimentollllllldial1986.RiodeJaneiro,FundaçãoGetulioVargas,1986.
rançade participaremda vida econômicade seuspaíses.Pelos
mesmosmotivos,muitoslavradoresnômadestradicionais,que
antesderrubavamflorestas,cultivavamsuaslavourase depois
deixavamqueasflorestasserefizessem,nãotêmagoranemterra
suficientenemtempoparaqueasflorestasse'recuperem.Assim,
muitasvezesasflorestasestãosendodestruídasapenasparaobter
terrasde cultivo de ba~xaqualidade,incapazesde sustentaros
queas trabalham.O cultivoextensivoemencostasíngremesestá
aumentandoa erosãodo solo emmuitasregiõesmontanhosasde
paísesdesenvolvidose em desenvolvimento.Em muitosvales
fluviais, cultivam-seagoraáreasondeas inundaçõessemprefo-
ramcomuns.
Essaspressõesserefletemnumaincidênciacadavezmaisalta
de catástrofes.Nos anos70, o númerode pessoasmortasanual-
mentepor "catástrofesnaturais"foi seis vezessuperior'ao dos
anos90,sendoquedobrouo númerodaspessoasatingidaspor
essascatástrofes.As secase inundações- flagelosparaos quais
contribuemo desmatamentoe o cultivoexcessivo- foramrespon-
sáveispelosmaioresestragos,emtermosde númerode pessoas
afetadas.Nos anos60, 18,5milhõesdepessoasporanoforamví-
timasde secas,e nosanos70, 24,4milhões;5,2milhõesdepes-
32
"
.-
"CreioqueessaComissãodeveriaprestaratençãoaomodoco-
rnoconsideraa questãodeumaparticipaçãomaior_dospovos
quesãoobjetododesenvolvimento.Entresuasnecessidadesbá-
sicasestãoo direitodepreservarsuaidentidadeculturaleo di-
reitodenãoserapartadodesuaprópriasociedadeedesuapró-
pria comunidade.O quedesejoressaltaréquenãopodemosdis-
cutir.omeioambienteeo desenvolvimentosemdiscutiro desen-
volvimentopolftico.Nãoépossfvelerradicarapobrezasimples-
mentere(listribuindoa riquezaou a renda,pois temdehaver
wnaredistribuiçãomelhordopoder."
AristidesKatoppo
Editor
AudiênciapúblicadaComissãoMundialsobreMeio
AmbienteeDesenvolvimento,Jacarta,26demarçode1985.
soas,por a,~6;.foramvítimasde inundaçõcsnosanos60;nosanos
70, foram:]5,4milhões.3Ainda nãodispomosdosnúmerospara
os anos80;masnestadécadatão.propensaadesastresnaturaisos
nún;erosprovavelmenteterãoaumentado;houv~secasna África,
na lndia e na'AméricaLatina,e inundaçõesnaAsia, empartesda
África e naregião?nqinadaAméricadoSul. "
A maioriadas vítimasdessascatástrofesé constituídapelos
pobresdasnaçõespobres- ondeos agricultoresde"subsistência
tornamsuas~errasmaissujeitasa secase inundaçõesporquedes-
matamasáreasmarginais,e ondeospobressetornammaisvulne-
ráveisa todasas catástrofesporquevivememencostasíngremes
ou emregiõesribeirinhassemproteção- asúnicasáreasquelhes
restamparaconsJruíremseusbarracos.Não dispondodealimen-
tos nemdedivisas,osgovernoseconomicamentevulneráveisdes-
sespaísestêmpoucascondiçõesdeenfrentartaiscatástrofes.
Os vínculosentredesgasteambientalecatástrofesqueimpedem
o desenvolvimentoevidenciam-semelhorna África subsaariana.
A produçãode alimentosper capita,quevemdeclinandodesde
os anos60, entrouemcolapsodurantea secadosanos80 e, no
momentoemqueos alimentoserammaisnecessários,cercade35
rrúlhõesde pessoasficaramemrisco.O usoexcessivoda~rrae a
secaprolongadaameaçamtransformarem desertoos pradosdo
Sahelafricano.4Nenhumaregiãosofredemodomaistrágicocom
o círculo viciosodapobrezaquelevaà deterioraçãodo meioam-
biente,quepor suavezlevaa umapobrezamaior.
33
34
1.1.2Crescimento
OddGrann
Secretario-geraldaCruzVennelhaNorueguesa
AudiênciapúblicadaCMMAD, Oslo,24-25dejunhode1985
1.1.3Sobrevivência
O aumentoda populaçãoe daproduçãoacarretouuntanecessida-
demaiore maiscomplexaderecursosnaturais.A naturezaépró-
diga,mastambémé frágil, e seuequilíbnoé delicado.Há limites
que não podemsertranspostossemquea in~egridadebásicado
sistemafique prejucIlcada.HoJe, estamo~pertode váriosdesses
limites;'temosde ter sempreemmenteo risco de ver ameaçada
nossasobrevivêncianaTerra.Alémdisso,o usodosrecursosestá
mudandotãodepressaquedispomosdepoucotempoparaprever
eevitarefeitosnão-desejados.,
O "efeitoestufa",uma'dasameaçasaossistemasquesusten-
tam a vida, derivadiretamentedo maioruso dos recursoS.A
queimade combustíveisfósseise tambémaderrubadae a queima
de florestasliberamdióxido-,decarbono(C02)' O acúmulode
C02e de outrosgasesna atmosferaretéma radiaçãosolarnas
proximidadesda superfícieterrestre,provocandoo aquecimento
do planeta.Istopodefazercomqueo níveldomar,nospróximos
45 anos,se elevea pontodeinundarmuitascidadessituadasemlitoraise deltasderios.Tambémpodecausarenormestran;:;tornos
à produçãoagrícolanacionale internacionale aos sistemasco-
- . 7mercHl1S..
Outraameaçaé a destruiçãoda camadadeozôniodaatmosfe-
ra, devidoa gasesliberadosdurantea produçãode espumae de-
utilizar 10%do fluxoanualdaságuas,e a previsãoé dequeeste
índicesubapara20a25%porvoltado fimdo século.6
O impactodo crescimentoe dasrendasmaiselevadaspodeser
avaliadopeladistribuiçãodoconsumomundialdevários~produtos
quedemandammuitosrecursosnaturais.Os paísesindustrializa-
dosmaisricpsusama maiorpartedosmetaise doscombustíveis
fósseisdo'rilul1do.Mesmono tocantea produtosalimentícios,há
diferençasa~entuadas,sobretudoquàntoaprodutosmaisrecurso-
intensivos.(Ver tabelal.Z)..
Nos últiriÍosanos;os paísesindustrializadosconseguiramcres-
cer economicamenteusandomenosmátéria-primát< energiapor
unidadede produção- o que,aliadoaosesforçosparareduzira
descargadepoluentes,ajudaráa contera pressãosobrea biosfe-
ra. Mas, como crescimentopopulacionale aelevaçãodasrendas,
o consumoper capitadeenergiaematérias-primasaumentarános
paísesemdesenvolvimento,casose,queiraatenderàsnecessida-
des essenciais.°aumentopode ser moderadose se der mais
atençãoà eficiênciados recursos,maspor outro lado irão au-
mentar,emtermosglobais,os problemasdo meioambienteliga-
dosaousoderecursos.
35
,
I
"Se as pessoasdestroema vegetaçãopara ter terra, alimento,
forragem,combust{veloumadeira,o soloperdesuaproteção.A
chuvaproduz escoamentosuperficiale se dá a erosãodo solo.
Quandojá não há solo, a águanãofica retidae a terrajá não
podeproduzir alimento,forragem,combust{velou madeirasufi-
cientes;entãoaspessoasbuscamnovasterrase recomeçamtodo
oprocesso.
Os problemasmaiscatastróficosdo TerceiroMundosão, em
essência,.problemasnão-resolvidosde desenvolvimento.Por-
tanto,'apreverzçãode catástrofesébasicamenteumaspectodo
desenvolvÜnento,de umdesenvolvimentoquese verifiquedentro
dos limitessustentável:"."
Em algumaspartesdo mundo,sobretudoa partirdemeadosdos
anos 50, o padrãode vida e a qualidadede vida se elevaram
muito,graçasao crescimentoe ao desenvolvimento.Muitos dos
produtose das tecnologiasque contribuíramparaessamelhoria
consomemmuitamatéria-primae muitaenergia,e sãoaltamente
poluentes.Por isso,seuimpactosobreo meioambienteéo maior
já registradonahistória.
No séculopassado,o usodecombustíveisfósseiscresceuqua-
se 30 vezes,e a produçãoindustrialaumentoumaisde 50 vezes.
A maiorpartedesseaumento- cercadetrêsquartosno casodos
combustíveisfósseis,e poucomaisdequatroquintosno casoda
produçãoindustrial- ocorreua partir de 19'50.Hoje, o aumento
anualda produçãoindustrialé talvezo mesmodaproduçãototal
da Europa,em fins dos anos30.5Atualmente,obtemosemum
anoas décadasde crescimentoindustrial- e de deterioraçãodo
meioambiente- queforama basedaeconomiaeuropéiaantesda
guerra.
Formasmaistradicionaisde produçãotambémprovocamdes-
gasteambienta!.Nos últimos100anos,houvemaisdesmatamen-
tosparacriaráreasdecultivodo queemtodosos séculosprece-
dentes.Aumentarammuitoas intervençõesnos ciclos hídricos.
Enormes represas,quasetodas construídas após 1950, retêm
grandepartedaságuasdosrios. Na Europae naÁsia, chega-sea
.!.!••,.' •.:••••"."",~Z~;~."~~_~-",",",--,~~!","",,,,~,.;'d,,,,,,,,.""ê,O~~- n' ,•••••
it~~~le'~'''.''''-' ..;.;...~.:';.".":~'A ·';·'_';-,:.;,;.j-.;.s,j- ...~;:"-:.:.\..;;'0~';-':,::::;'-.c;..:;"-••..•..•..~",,,,---------
•'Se as pessoasdestroema vegetaçãopara ter terra, alimento,
forragem,combustíveloumadeira,o soloperdesuaproteção.A
chuvaproduz escoamentosuperficiale se dá a erosãodo solo.
Quandojá não há solo, a águanãofica relidae a terrajá não
pode-produzir alimenJo,forragem,combustíveloumadeirasufi-
cientes;entãoaspessoasbuscamnovasterrase recomeçamtodo
oprocesso.
Osproblemasmaiscatastróficosdo TerceiroMundosão, em
essêru;ia,problemasnão-resolvidosde desenvolvimento.Por-
tanto,.apr<!ye};çãode catástrofesébasicamenteumaspectodo
desenvólviinento,de umdesenvolvimentoquese verifiquedentro
dos lilnitessustentáveis."
OddGrann
Secretário-geraldaCruzVermelhaNorueguesa
AudiênciapúblicadaCMMAD, Oslo,24-25dejunhode1985
1.1.2Crescimento
Em algumaspartesdo mundo,sobretudoa partirdemeadosdos
anos 50, o padrãode vida e a qualidadede vida se elevaram
muito,graçasao crescimentoe ao desenvolvimento.Muitos dos
produtose das tecnologiasque contribuíramparaessamelhoria
consomemmuitamatéria-primae muitaenergia,e sãoaltamente
poluentes.Por isso,seuimpactosobreo meioambienteé o maior
já registradonahistória.
No séculopassado,o usodecombustíveisfósseiscresceuqua-
se 30 vezes,e a produçãoindustrialaumentoumaisde 50 vezes.
A maiorpartedesseaumento- cercadetrêsquartosno casodos
combustíveisfósseis,e poucomaisdequatroquintosno casoda
produçãoindustrial- ocorreua partir de Ig50.Hoje, o aumento
llnualda produçãoindustrialé talvezo mesmodaproduçãototal
da Europa,em fins dos anos30.5Atualmente,obtemosemum
anoas décadasde crescimentoindustrial- e de deterioraçãodo
meioambiente- queforama basedaeconomiaeuropéiaantesda
guerra.
Formasmaistradicionaisde produçãotambémprovocamdes-
gasteambienta!.Nos últimos100anos,houvemaisdesmatamen-
tosparacriaráreasdecultivodo queemtodosos séculosprece-
dentes.Aumentarammuitoas intervençõesnos ciclos hídricos.
Enormesrepresas,quasetodas construídas após 1950, retêm
grandepartedaságuasdosrios. Na Europae naÁsia, chega-sea
34
,
i .
I
utilizar 10%do fluxo anualdaságuas,e a previsãoé dequeeste
índicesubapara20a25%porvoltado fimdo século.6
O impactodo crescimentoe dasrendasmaiselevadaspodeser
avaliadopeladistribuiçãodoconsumomundialdevários-produtos
quedemandammuitos~ecursosnaturais.Os paísesindustrializa-
dosmaisricpsusama maiorpartedosmetaise doscombustíveis
fósseisdo ITnÍ(1do.Mesmono tocantea produtosalimentícios,há
diferençasacentuadas,sobretudoquàntoaprodutosmaisrecurso-
intensivos.(Ver tabela1.2)..
Nos últiriÍosanos;os paísesindustriali;z;adosconseguiramcres-
cer economicamenteusandomenosmátéria-prima~energiapor
unidadede produção- o que,aliadoaosesforçosparareduzira
descargadepoluentes,ajudaráa contera pressãosobrea biosfe-
ra. Mas, como crescimentopopulacionale aelevaçãodasrendas,
o consumoper capitadeenergiae matérias-primasaumentarános
paísesemdesenvolvimento,casose,queiraatenderàsnecessida-
des essenciais.O aumentopode ser moderadose se der mais
atençãoà eficiênciados recursos,maspor outro lado irão au-
mentar,emtermosglobais,os problemasdo meioambienteliga-
dosaousoderecursos.
1.1.3Sobrevivência
O aumentodapopulaçãoe daproduçãoacarretouuntanecessida-
demaiore maiscomplexadereeursosnaturais.A naturezaépró-
diga,mastambémé frágil, e seuequilíbrioé delicado.Há limites
que não podemsertranspostossemquea·integridadebásicado
sistemafique prejudlcada.HoJe, estamo:spertode váriosdesses
limites;.temosde tersempreemmenteo risco de ver ameaçada
nossasobrevivêncianaTerra.Alémdisso,o usodosrecursosestá
.mudandotãodepressaquedispomosdepoucotempoparaprever
eevitarefeitosnão-desejados.,
O "efeitoestufa",umádasameaçasaossistemasquesusten-
tam a vida,.derivadiretamentedo maioruso dos recursos.A
queimadecombustíveisfósseise tambémaderrubadae a queima
de florestasliberamdióxido·.decarbono(C02)· O acúmulode·
C02 e de outrosgasesna atmosferaretéma radiaçãosolàrnas
proximidadesda superfícieterrestre,provocandoo aquecimento
do planeta.Istopodefazercomqueo níveldomar,nospróximos
45 anos,se elevea pontodeinundarmuitascidadessituadasem
litoraise deltasderios.Tambémpodecausarenormestran;:;tornos
à produçãoagrícolanacionale internacionale aossistemasco-
.. 7mercHilS. '
Outraameaçaé a destruiçãoda camadadeozôniodaatmosfe-
ra, devidoa gasesliberadosdurantea produçãodeespumae c1c-
35
.',_fIlAtn'íll'Ad:).'\1i.'';''''''''""""~="",,;ci,,, '"":",,,""c,=~' ,- ------- '.
36
Fonte:estimativasdaCMMAD baseadasemdadosporpafsdaFAO,do
EscritóriodeEstatísticadaONU, daUNCTAD e daAmericanMetal
Association.37
As práticasatualmenteadotadasparaa eliminaçãode rejeitas
tóxicos (comoos de indústriasquímicas,por exemplo)envolvem
riscos inaceitáveis.Rejeitas radiativosda indústrianuclearse
mantêmperigososduranteséculos.,Muitasdaspessoasqueseex-
põema essesriscosemnadasebeneficiamcomasatividadesque
produzemos rejeitos.
A desertificação- o processopeloqualasterrasáridase semi-
áridasse tomamimprodutivasdo pontode;,vistaeconômico- e o
desflorestamentoemgrandeescalasãotambémameaçasà integri-
dadede ecossistemasregionais.A desertifieaçãoenvolveintera-
ções complexasde sereshumanos,terrae clima.Tambémcontri-
buemparao processoas pressõesde produçãode alimentosde
subsistência,cultivoscomerciai~e produçãode carneem áreas
áridasou semi-áridas.
A cadaano',maisde 6 milhõesdehectaressedesgastam'pela
erosãoe passamà condiçãode deserto.10Em30 anos,istorepre-
sentaráumaáreaquaseigualà da ArábiaSaudita.Sãodestruídos
anualmentemaisde 11núlhõesde hectaresde florestastropicais,
o que representará,em 30 anos,umaáreaquaseigual à da Ín-
dia.II À parteos impactosdiretose freqüentementedrásticosque
isso causanaprópriaregião,asregiõesvizinhastambémsãoafe-
: tadaspela areiaquese espalha,pelasalteraçõesnosregimeshí-
dricos e por um risco maiorde erosãodo solo e de fçllm~çãode
depósitoss'rclimentares. '
A destruiçaode florestase deoutrasáreasagrestescausaa ex-
tinçãode çspéciesvegetaise animaise reduzdrasticamentea di-
,L-o: ..
','Osgrandesfeitos da tão celebradaRevoluçãolndustrialestão
começandoa ser seriamentequestionados,sobretudoporquena
época não se levouemcontao meioambiente.Acháva=seqileo
, céu era tão vastoe claro quenadajamaismudariasuacor; que
os rios eramtãograndesesuaságuastãoabundantesqueasati-
vidadeshumanasjamais lhes alterariama qualidade;e queas
árvores e florestas eram tantasquejamais acabaríamoscom
elas.Afinal, tornama crescer.
Hoje sabemos.O ,ritmoalarmanteao quala superfícieterres-
tre estásendodespojadade suacapavegetalnaturalparecein-
dicar que o mundôpodeembreveestarsemárvores.devidoao
desmatamentoparafins dedesenvolvimentohumano."
VictoriaChitepo
MinistradeRecursosNaturaiseTurismodoZimbábue
CerimôniainauguraldaCMMAD, Harare,18desetem~rode1986
Tabela1.2
Distribuiçãodoconsumomundial,médiaspara1980-82
Pafses
Países
desenvolvidos
emdesenvólvimento
(26%dapopulação)
(74%dapopulação)
Produto
UnidadesParticipaçãoPerParticipaçãoPer
deconsumo
noconsumocapitanoconsumocapita
percapita
mundialmundial
(%)
(%)
Alimento:
Calorias
Kcalldia343.395662.389
Protefna
gr/dia389962 58
Gordura
gr/dia5312747, 40
Papel
Kg/ano8512315 8
Aço
Kg/ano7945521 43
Outros metais
Kg/ano862614 12
Energia Comercial
mtce/ano805,820 0,5
vida ao usode refrigerantese aerossóis.Uma perdasubstancial
desseozôniopoderiaterefeitoscatastróficossobrea saúdedas
pessoase de animaisdomésticos,e sobrecertasformasde vida
queconstituema basedacadeiaalimentarmarin?a.A descoberta,
em 1986,de quehaviaumorifíciona camadadeo,zôniosobrea
Antártidasugerequesuadestruiçãopodeocorrercommaisrapi-
,dezdoque,sesupunha.8 .
Vários poluentesdo ar estãomatandoárvorese lagose cau-
sandodanosa prédiose tesourosculturais,quetantopodemsi-
tuar-senasproximidadesdoslocaisondesedáadescarga,quanto
estara milharesde quilômetrosde distância.A acidificaçãodo
meioambienteameaçavastasáreasda Europae da Américado
Norte.Atualmente,cadametroquadradodo solodaEuropaCen-
tral estárecebendomaisde um gramade enxofrepor ano.9A
destruiçãodasflorestaspodeacarretarerosão,formaçãodedepó-
sitossedimentares,inundaçõese alteraçõesclimáticaslocalizadas.
Os danoscausadospelapoluiçãodo ar estãosetornandoeviden-
tesemalgunspaísesrecém-industrializados.
•••
--
38
1.1.4A criseeconômica
Os problemasambientaiscomquenosdefroI)tamosnãosãono-
vos,massó recentementesuacomplexidadecomeçoua serenten-
dida. Antes, nossasmaiorespreocupaçõesvoltavam-separaos
efeitosdo desenvolvimentosobreo meioambiente.Hoje, temos
de nos preocupartambémcomo modocornoa deterioraçãoam-
bientalpode impedirou revertero desenvolvimentoeconômico.
Área apósárea,a deterioraçãodo meioambienteestáminandoo
potencialde desenvolvimento.Essa ligaçãobásicapassoua ser
agudamentesentidacomas crisesdo meioa,mbientee do desen-
volvimentosobrevindasnosanos80.
O ÚllpetOmenosaceleradodeexl*lnsãoetonôrnicae a estag-
naçãodocomérciomundialna décadade80desafiouacapacida-
dedetodasasnaçõesparareagireme ajustareql-se.Os paísesem
desenvolvimentoquedependemdaexportaçãodeprodutosprimá-
rios foramespecialmenteatingidospela quedadospreçosdesses
produtos.Entre 1980e 1984,essespaísesperderamcercade
US$55bj1h6bsemsuasexportaçõesdevidoàquedadospreçosde
pro~u~ospn:nários,e,o .golpefoi sentidom,aisJ,rofundamentenaAmencaLatmae naAfnca.12 ;~ \
Emconseqüênciadesseperíododemenorcrescimentodaeco-
nomiamundial- ligadoa obrigaçõescagavezmaiorescomo ser-
viço da dívidae a umdec1íniodos influxosde financiamento-
muitospaísesemdesenvolvimentoenfrentaramgravescriseseco-
nômicas.De fato,maisdametadedessespaísesteveseuproduto
internobruto(PIE) per capitareduzidonoperíodo1982-85,sen-
do que,parao conjuntodos.paísesemdesenvolvimento"o PIE
per capitacaiucercàde 10%nosanos80.(Ver tabela1.3.)
O ônusmaispesadodo ajusteeconômicointemaciona~recaiu
sobreos povosmaispobresdo mundo.Em conseqüência,o so-
frimentohumanoaumentoumuito,e houveumaexploraçãoex-
Tabela1.3
TaxaanualdecrescimentodoPIB empaísesemdesenvolvimento,.
1976-85(%)
39
Indicador 1976-8019811982198319841985
Produtointernobruto:
Todosospaísesemdesenvolvimento
4,91,30,20,82,12,5
Paísesemdesenvolvimento excluídosospaísesgrandes
4,51,1-0,60,11,51,4
PIE percapita: . Todosospaísesem
desenvolvimento
2,4-1,0-2,1-1,5-0,2-0,2
Paísesemdesenvolvimento excluídosospaísesgrandes
1,9-1,5-3,1-2,4-1,0-1,1
Fonte:Departmentof InternationalEconomicandSocialAffairs.Dou-
blingdevelopmentfinance;meetinga globalchallenge,viewsandrecom-mendationsof theCOf11miteeonDevelopmentPlanning.NewYork,Uni-teciNations,1986.
versidadegenéticados ecossistemasdo mundo.Esse processo
priva as geraçõesatuaise futurasdematerialgenéticoparaaper-
feiçoarvariedadesdecultivos,tomando-asmenosvulneráveisao
desgasteprovocadopeloclima,àspragase àsdoenças.O desapa-
recimentodeespéciese subespécies,muitasdelasaindanãoestu-
dadaspelaciência,'priva-nosde importantesfontespotenciaisde
remédiose produtosquímicosindustriais.Destróiparasemprese-
resdegrandebelezae partesdenossopatrimôniocultural;e em-
pobreceabiosfera.
Muitosdosriscosquederivamdenossasatividadesprodutivas
e de nossastecnologiasultrapassamasfronteirasnacionais;mui-
tos-deles'sãoglobais.As atividadesquecausamtaisperigosten-
dema concentrar-seem·poucospaíses,masháriscosparatodos,
ricos e pobres,tantoparaos quesebeneficiamdessasatividades
comoparaos quenãose beneficiam.A maioriadospaísesque
compartilhamessesri~cosinflui pouconosprocessosdecisórios
queregulamentamessasatividades.
Restapoucotempoparaaçõescorretivas.Em algunscasos,já
podemosestarprestesa transporlimitescríticos.Os cientistas
continuambuscandoe discutindocausase efeitos,masemmuitos
casosjá temosconhecimentosuficienteparajustificara ação.Isso
valeemnível locale regionalnocasodeameaçascomodesertifi-
cação,des.florestamento,rejeitostóxicose acidificação;em,nível
global,vale,paraameaçascomoalteraçãodoclima,destruiçãodo
ozônioe extinçãode espécies.Os riscosaumenu,unmaisrapida-
mentequeinossacapacidadedelidarcomeles..
A maiorameaçaaomeioambientedaTerra,aoprogressosus-
tentávelda humanidadee mesmoà sobrevivênciaé talveza pos-
sibilidadeda guerranuclear,queaumentaa cadadiapelacorrida
arrnamentistaquenãocessaejá estáchegandoaoespaço.A bus-
ca de um futuromaisviável só temsentidose houveresforços
maisvigorososparadetero desenvolvimentodos meiosde ani-
quilação.
""",~.:",.,~~.-'_-,é"_.;.·,,:::.·,,_',:2'""';""~~~--~--·~~~~>..._------•••••
.~H~;r4í~~~~-- - ':·T,·' .;.;";''-'..;:''~_~'.;''d.~'.·.:J:~..;.~'~-"-:'''';''''''''-------_·_'·-·-•••••IliIJ
11t
I
II
,i
I! "I
cessivada terrae dos recursosnaturaisparagarantira sobrevi-
vênciaa curtoprazo.
Muitosproblemaseconômicosinternacionaisaindanão foram
resolvidos;o endividamentodospaísesemdesenvolvimentocon-
. tinuasendoumaquestãograve;os mercadosde produtosprimá-
rios e deenergiaestãomuitoinstáveis;os fluxosfinanceirospara
paísesem desenvolvimentosão bastantedeficientes;o protecio-
nismo e as guerrascomerciaisrepresentamumasériaameaça.
Além disso,há umesvaziamentodas instituiçõesmultilateraise
"dásregu]amentações,nummomentoemquesãomaisnecessárias
ddque nUJ:lca.Há umatendênciaparao decIíniodo muItilatera-
lismoe paraaafirmaçãodapredominâncianacional.
1.2 NOVAS MANEIRAS DE CONSIDERAR O MEIO
AMBIENTE E O DESENVOLVIMENTO
o progressohumanosempredependeudenossoengenhotécnico
e de nossacapacidadeparaagiremcooperação.Essasqualidades
foramfreqüentementeusadasdemodoconstrutivo,comvistasao
progressodo desenvolvimentoe do meioambiente:por exemplo,
no tocanteaocontroledapoluiçãodo ar edaágua,oua umaefi-
ciênciamaiorno uso de materiaise energia.Muitos paísesau-
mentarama produçãode alimentose reduziramos índicesde
crescimentopopulacional.Alguns progressostecnológicos,so-
bretudono campodamedicina,foramamplamentedisseminados.
Mas issonãobasta.A administraçãodomeioambientee ama-
nutençãodo desenvolvimentoimpõemsériosproblemasa todos
os países.Meioambienteedesenvolvimentonãoconstituemdesa-
fios separados;estãoinevitavelmenteinterligados.O desenvolvi-
mentonãosemantémseabasederecursosambientaissedeterio-
ra;o meioambientenãopodeserprotegido$eo crescimentonão
leva em contaas conseqüênciasda destruição"ambiental.Esses
problemasnãopodemsertratadosseparadamentepor instituições
e políticasfragmentadas.Eles fazempartedeu~ sistemacomple-
xo decausae efeito.
Primeiro,os desgastesdo meioambienteestãointerligados.O
desflorestamento,por exemplo,por aumentaro escoamento,ace-
leraa erosãodo soloe a formaçãode depósitossedimentaresem
rios e lagos.A poluiçãodo ar e a acidificaçãocontribuempara
matarflorestase lagos.Tais vínculossignificamqueé preciso
tentarresolveraomesmotempováriosproblemasdiferentes.E se
houver'sucessoemumaárea,como,por exemplo,a proteçãodas
florestas,podemaumentaras chancesde sucessoemoutraárea,
como,porexemplo,aconservaçãodo solo.
40
•'Por quantotempopoderemoscontinuarfingindocomseguran-
ça quemeioambientenãoéeconomia,nãoésaúde,nãoérequi-
sitopara o desenvolvimento,nãoélazer?Serárealistl1conside-
ranno-nosadministradoresdeumaentidadechamadameioam-
biente,alheiaa n6s,umaalternativaà economia,umvalorcaro
demaispara serprotegidoemépocasdedificuldadeseconômi-
cas?Quandonosorganizamosa partirdestapremissa,estamos
trazendoconseqüênciasperigosasparanossaeconomia,nossa
saúdeenossocrescimentoindustrial.
S6agoracomeçamosaperceberqueé.precisoencontraruma
alternativapara nossatendênciaa ôneraras geraçõesfuturas
devidoa nossacrençaerrôneadequeépossívelescolherentrea
economiaeo meioambiente.A longoprazo,essaescolharevela-
se umailusãoe temconseqüênciasterríveisparaa humanida-
de."
CharlesCaccia
.. MembrodoParlamento,CâmaradosComulls
AudiênciapúblicadaCMMAD,Ottawa,26-27demaiode1986
Segundo,os desgastesambientaise os,padrõesdedesenvolvi-
mentoeconômicose interligam,:Por isso,,épossívelquepolíticas
agrícolassejama origemda de'terioraçãode terras,águase flo-
restas.Em muitospaísesemdesenvolvimento,as políticasener-
géticasestãoligadasao efeitoestufaglobal,'à acidificaçãoe ao
, desflorestamentocomvistasà obtençãodelenha.Essesdesgastes
ameaçamo oesenvolvimentoeconômico.Portanto,a economiae a
ecologia devemintegrar-seperfditamentenos processosdecisó-
rios e legislativos,não só paraprotegero meio ambiente,mas
tambémpara protegere promovero desenvolvimento.A econo-
mia não éapenasa produçãoderiqueza,e a ecologianãoé ape-
nasa proteçãoda natureza;ambassãotambémmuitoimportantes
paraquea humanidadevivamelhor.
Terceiro, os problemasambientaise econômicosligam-sea vá-
rios fatoressociaise políticos.Por exemplo,o rápidocrescimento
populacional,cujo impactosobreo meioambientee o desenvol-
vimentofoi tãoprofundoemmuitasregiões,derivouempartede
fatorescomoo statusdasmulheresna sociedadee outrosvalores
culturais.Além disso,o desgastedo meioambientee o desynvol-
vimentodesigualpodemaumentarastensõessociais.Pode-sear-
gumentarque a distribuiçãode podere influênciana sociedade
estáno âmagodamaioriadosdesafiosdomeioambientee dode-
senvolvimento.Por isso as novasabordagenstêmde incluirpro-
41
~
j!;,f"__ ",>~~,,,",-'...;;,;;~;:ti:t:~;':'~-.l:i::::':'...~::;'~;:"cl2:;j,'i~.'.,::i~~;';,",.o>-'--~_~_c--~--_._~--------~
"Para conseguirresolverproblemasglobais,temosdecriar no-
vasmaneirasdepensar,desenvolver..novoscritériosmoraisede
valores,esemdúvidanOvospadrõesdecomportamento.
A humanidadese encontraàsportasde umnovoestágioem
seu desenvolvimento.Deveríamosnão s6promovera expansão
de sua basematerial,Cientificae técnica,mastambém,o queé
mais importante,incutirnovosvalorese aspiraçõeshumanistas
na psicologiahumana,pois a sabedoriae o humanismosão as
'verdadeseternas'queconstituema basedahumanidade.Preci-
samosde novosconceitossociais,morais,'cierttificose ecol6gi-
cos, quedevemserdeterminadospor novas.condiçõesdevida·da
humanidade,"'hojeenofuturo."
LT. Fro1ov
Redator-ChefedaCommunistMagazine
AudiênciapúblicadaCMMAD, Moscou,8dedezembrode1986
.:",
gramasde desenvolvimentosocial,principalmenteparamelhorar
a posiçãodasmulheresna sociedade,protegeros gruposvulnerá-
veisepromoveraparticipaçãolocáInoprocessodecisório.
Por Irm, as característicassistêmicasnão atuamsomenteno
interiordasnações,mastambémentreelas.As fronteirasnacio-
nais se tornaramtão permeáveisque apagaramas.tradicionais
distinçõesentreassuntosdesignificaçãolocal,nacionale interna-
cional. Os ecossistemas,não respeitam·fronteiras'nacionais.A
poluiçãodaságuasvai tomandorios, lagose maresquebanham
maisdeumpaís.Atravésdaatmosfera,a poluiçãodo ar seespa-
lha até.bemlonge.Os efeitosde acidentesmaissérios- princi-
palmenteemreatoresnuclearesou emfábricase depósitosque
contêmmateriaist6xicos - podemespalhar-sepor toda uma
região.
Muitos dosc vínculosentreo meioambientee a economiatam-
bématuamemnível global.Por exemplo,a agriculturadaseco-
nomiasindustriaisdemeréado,querecebemuitossubsídiose in-
centivos,geraexcedentesquebaixámos.preçose tornammenos
viáveisas agriculturasdospaísesemdesenvolvimento,comfre-
qüêncianegligenciadas.Emambasos sistemas,os solose outros
recursosambientaissofrem.Cadapaís devecriarpolíticasagrí-
colasnacionaisparaassegurarosganhoseconôDÚcosepolíticosa
curto prazo,masnenhumanaçãopode,sozinha,criar políticas
quelidemeficientementecomoscustosfinanceiros,econômicose
ecológicosdas políticas agrícolase comerciaisadotadaspelas
qemaisnações.
'42
"Voc1sfalam muitopoucodevidaefalamm,uitoemsobrevivên-
cia. E muitoimportantelembrarquequandoacabamaspossibi-
lidadesde vida, começamaSpossibilidadesde sobrevivência.E
há povos, aqui no Brasil, especialmentena,regiãoamazônica,
queaindavivem,e essespovosqueaindavivemnãoqueremde-
cair ao níveldasobrevivência." .
Depoimentodeumparticipante
AudiênciapúblicadaCMMAD, SãoPaulo,28-29deoutubrode1985
No passado,quemcuidavadas questõesambientaiseramos
ministériose instituiçõesdo meioambiente,queàs vezestinham
poucoou nenhumcontrolesobrea destruiçãocausadapor políti-
case práticasagrícolas,industriais,dedesenvolvimentourbanoe
florestais.Foi um e~ro,por partedassociedades,atribuira res-
ponsabilidadede evitardanosao meioambientea ministériose
órgãos"setOljais"queos causamcomsuaspolíticas.Assim,nos-
saspráticasdeadministraçãoambientalficarammuitoconcentra-
dasemrepararosdanosjá feitos:reflorestamento,recuperaçãode
regiõesdesérticas,reconstruçãode ambientesurbanos,restaura-
ção de habitatsnaturaise reabilitaçãod6terrasselvagens.Para
prevere impedirdanosaomeioambienteserápreciso'considerar
aomesmotempoos aspectosecológicosdapolíticaeseusaspec-
toseconômicos,comerciais,energéticos,agrícolasetc.
Na maioriadospaíses,as políticasambientaisvisamaossin-
tomasdo crescimentoprejudicial;tais políticastrouxerampro-
gressose vantagensedevemcontinuare serfortalecidas.Masnão
bastaisso. É necessáriaumanovaabordagem,pelaqualtodasas
naçõesvisema umtipodedesenvolvimentoqueintegrea prodú-
çãocoma conservaçãoeampliaçãodosrecursos,e queasvincule
ao objetivode dar a todosumabaseadequadade subsistênciae
umacessoeqüitativoaosrecursos.
O conceitode desenvolvimentosustentávelforneceuma'es-
truturaparaa integraçãode políticasambientaise estratégiasde
desenvolvimento- sendoo termo"desenvolvimento"aqui em-
pregadoemseusentidomaisamplo.Muitasvezeso termo,éem-
pregadocomreferênciaaosprocessosde mudançaeconômicae
socialno TerceiroMundo. Mastodosos países,ricos.e pÓbres,
precisamda integraçãodo meioambientee do desenvolvirp.ento.
A buscado desenvolvimentosustentávelexigemudançasnaspo-
líticasinternase internacionaisdetodasasnações.
43
'"
•.•.• ;dI. '1I1~:.!'d\j,':'i~;'; ';,;,;.:.0" ~';·,~~::.~~~_:;:==-3,_;·.'~';.~·:c..::,:',~;:':5~~~~~;'·:'--"--~:o.:;;"'~:Ó:",!,:::.~"",,;=~'''''''''''''''''''''
~
-
fê
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li
I1
li
li
~
li \
'11
o desenvolvimentosustentávelprocuraatenderàs necessida-
dese aspiraçõesdopresentesemcomprometera possibilidadede
atendê-Iasno futuro.Longe de quererque cesseo crescimento
econômico,reconhecequeos problemasligadosà pobrezae ao
subdesenvolvimentosópodemserresolvidossehouverumanova
eradecrescimentono qualos paísesemdesenvolvimentodesem-
penhemumpapelimportanteecolhamgrandesbenefícios.
Há sempreo riscodequeo crescimentoeconômicoprejudique
o meioambiente,umavezqueeleaumentaapressãosobreosre-
cursosambientais;Masosplanejadoresqueseorientampelocon-
ceitode desenvolvimentosÚstentávelterãode trabalharparaga-
rantirqueas economiasemcrescimentopermaneçamfmnemente
ligadasa suasraÍzesecológicase queessasraÍzessejamprotegi-
dase nutridasparaquepossamdarapoioao crescimentoa longo
prazo.Portanto,a proteçãoao meioambienteé. inerenteaocon-
ceito de desenvolvimentosustentável,na medidaem que visa
maisàscausasqueaossintomasdosproblemasdomeioambiente.
Não pode haverum único esquemaparao desep.volvimento
sustentável,já que os sistemaseconômicose sociaisdiferem
muitodepaísparapaís.Cadanaçãoterádeavaliarasimplicações
concretasde suaspolíticas.Mas apesardessasdiferenças,o de-
senvolvimentosustentáveldeveser encaradocomoumobjetivo
detodoo mundo.
NenJ'lUmpaís podedesenvolver-seisoladamente.Por isso a
buscado desenvolvimentosustentávelrequerumnovorumopara
asrelaçõesinternacionais.O crescimentosustentávela longopra-
zo exigirámudançasabrangentesparacriar fluxos de comércio,
capitale tecnologiamaiseqüitativose maisadequadosaosimpe-
rativosdomeioambiente.
Os mecanismosdeumacooperaçãointernacionalmaior,neces-
sária para garantiro desenvolvimentosustentável,variarãode
setorparasetore emrelaçãoacadainstituição.Masé fundamen-
tal que todasas naçõesse unamparaconseguiro desenvolvi-
mentosustentável.A unificaçãodasnecessidadeshumanas.requer
um sistemamultilateralquerespeiteo princípiodo consensode-
mocráticoe reconheçaquehánãoapenasumaTerra,mastambém
ums6mundo.
Nos capítulosseguintesexaminaremosmais detalhadamente
essasquestõese apresentaremospropostasespecíficasparareagir
às crisesde umfuturoameaçado.De modogeral,nossorelatório
trazumamensagemdeesperança.Mas tal esperançaestácondi-
cionadaà inauguraçãode umanovaerade cooperaçãointerna-
cionalbaseadanapremissade quetodo serhumano- os quejá
existeme os quevirão- têmdireitoà vida,e a umavidarazoá-
vel. Cremos,comconfiança,quea comunidadeinternacionaltem
44
condiçõesde enfrentar,comodeve,o desafiodegarantirumpro-
gressohumanosustentável.
Notas
1WorldBank.Povertyandhunger;issuesandoptionsforfoodsecurityin
developingcountries.Washington,D.C.,1986.
2 Departmentof InternationalEcon0micandSocialAffairs.Doublingde-
velopmentfinance;meetingaglobalchallenge,viewsandrecotrimendations
of thecommitteeonDevelopmentPlanning.NewYork,UnitedNations,
1986.
3 Hagman,G. etaliÍ.Preventionbetterthancure.Reportonhumanand
environmentaldisastersin theThird World.Stockholm,SwedishRed
Cross,1984.
4 UnitedNations,GeneralAssembly.Thecriticaleconomicsituationin
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