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Educação AmbientalEducação Ambiental AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Bem vindo(a)! Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos na disciplina Educação Ambiental aplicados à Pedagogia. Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento geral dos principais assuntos sobre meio ambiente. Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o objetivo é levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que antes de qualquer ação, é preciso pensar na sustentabilidade do nosso planeta para o futuro das gerações futuras. Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro unidades de acordo com os temas e suas relações entre si. A disciplina “Educação Ambiental”, apresenta assuntos ligados ao meio ambiente. Desta forma na primeira unidade demonstraremos como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentaremos os conceitos vitais necessários para que o homem possa trabalhar respeitando a natureza e proporcione equilíbrio do ecossistema, sabendo que este depende das ações diárias realizadas pelo homem. Nesta unidade temos como objetivo levá-los a compreensão da importância de buscar integrar as dimensões, ambientais, sociais e econômicas transformando os atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que além de preservar os recursos naturais possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a exclusão social, promova a paz, a segurança alimentar, o uso e�ciente dos recursos, dentre outros desa�os comuns que os países enfrentam. Entretanto, discutiremos os tópicos sobre as inter-relações ecológicas e o desenvolvimento sustentável; conceituaremos e contextualizaremos ecologia, espécie, população, comunidade, ecossistema; a importância do entendimento das as relações entre sociedade e natureza; e a compreensão dos objetivos e as metas desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade. Explanaremos os objetivos de�nidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que trazem metas que deverão ser implementados por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõem diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a �m de transformar a vida no planeta. Garantir a sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome, a pobreza e a miséria estarão afastadas de�nitivamente e, com isso, terminará a dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis as “novas ideias”. Na segunda unidade, abordaremos os diversos problemas ambientais da atualidade. Como o planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles provocados por diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, �ora, solo, águas, ar e etc. Assim, pretendemos chamar atenção sobre os principais problemas que afetam o meio ambiente, demonstrando que são problemas sistêmicos, o que signi�ca que estão interligados e são interdependentes. Citaremos problemas ocasionados pelo desmatamento, suas consequências à biodiversidade, queimadas, êxodo rural, processo de industrialização, efeito estufa, entre outros. Relataremos sobre os Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental, mostrando que quando nos referimos à educação ambiental, não estamos tratando apenas de natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto de relações sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante, transformador, e consequentemente receptor de suas ações. E concluímos citamos as correntes que têm uma longa tradição em educação ambiental, como: a corrente naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, cientí�ca, humanista, moral/ética e as correntes mais recentes como a corrente holística, biorregionalista, práxica, crítica, feminista, etnográ�ca, eco-educação, e a sustentabilidade. Na terceira unidade explanaremos sobre a importância da efetivação da política de educação ambiental, a qual visa, precipuamente, estabelecer um vínculo entre o indivíduo e o meio ambiente, tornando o primeiro responsável pela preservação e desenvolvimento. Para isto conceituaremos e contextualizaremos Educação ambiental, explanaremos resumidamente sobre os históricos da Educação Ambiental, sua transversalidade, a Educação Ambiental na Constituição de 1988 e os pontos relevantes da Lei 9.795/99 (Lei de Educação Ambiental), no intuito de demonstrar que mudanças de paradigmas implica discutir valores para construir uma sociedade mais justa, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a sobrevivência das futuras gerações. Para �nalizar na quarta unidade com o tema Educação ambiental relataremos a tão falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento. Enfatizaremos a diferença entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável em todas as suas dimensões: ambiental, social e econômico. Discutiremos os capítulos da Agenda 21 global e biodiversidade, que serve como instrumento de planejamento participativo onde se admite de forma explícita a responsabilidade dos governos em impulsionar programas e projetos ambientais através de políticas que visam a justiça social e a preservação do meio ambiente e deve ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade, concretizando o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmente”. Falaremos sobre gerenciamento dos resíduos sólidos como sendo a garantia de sustentabilidade para as futuras gerações e existe uma crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao gerenciamento dos resíduos sólidos almeja-se por políticas públicas que permita atingir novos patamares de consciência ambiental, de tecnologia limpa e de crescimento sustentável. Assim a partir dos estudos destes capítulos possamos cuidar do meio ambiente, utilizando mecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos hídricos do solo e da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que retiramos nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostrando que é possível desenvolver de forma sustentável. Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do meio ambiente. Unidade 1 Princípios e Objetivos da Educação Ambiental AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Introdução Demonstrar como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas. Apresentar os conceitos vitais necessários para que o homem possa entender a importância em trabalhar respeitando a capacidade de resiliência da natureza e em conjunto proporcionar equilíbrio do ecossistema, sabendo que isto depende de suas ações diárias. Conhecer os objetivos de�nidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável, que trazem metas que devem der ser implementados por todos os países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõem diversos assuntos de elevada importância para a humanidade a �m de transformar a vida no planeta, buscando garantir sustentabilidade entre ambiente e sociedade. A natureza é sábia, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio onde vive. O homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais, entretanto na maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não preservando ou não promovendo meios para que haja reposição destes recursos de forma que possa suprir à atual e a futurageração. Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das populações. Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator primordial para a boa relação homem-natureza. Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca conhecer a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente. Nesse intuito os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio-ODS, foram formulados no ano de 2015, visando conciliar economia, ecologia e direitos humanos. Esses objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas – (ONU,2015), onde seus 193 Estados-membros aprovaram, por unanimidade, uma nova agenda global para os próximos quinze anos, baseada em 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), subdivididos em 169 metas concretas que serão monitoradas por 300 indicadores. Para aprovação desses objetivos a ONU contou além dos membros de Estados com a colaboração de diversos stakeholders e consultas em mais de 100 países. A proposta da (ONU, 2015), não é apenas combater a fome e proteger o meio ambiente, mas também incluem temas então ausentes como energia limpa, cidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, reduzir as diferenças entre homens e mulheres, igualdade de gênero e raça, entre outros. A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio acadêmico pelo fato de in�uenciar signi�cativamente todos os seguimentos empresariais, os tomadores de decisão, sejam eles formuladores de políticas públicas governamentais ou do setor privado. O mundo passa por um momento de transformações que devem nos levar a um novo modelo de desenvolvimento, social e ambientalmente mais adequado às necessidades humanas, e cujo sucesso só se alcançará se todos, tanto individual como coletivamente, seja nas corporações ou nos governos, se propuserem a fazer de forma diferente aquilo que está ao alcance de suas ações. Bons estudos! Conceitos Básicos da Ecologia, Espécie, População, Comunidade, Ecossistema e os Níveis de Organização AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver graças à natureza. A�nal, usamos os animais e plantas para nos alimentar, água para beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem percebemos. A ecologia é a ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem. A palavra deriva do grego oikos, que signi�ca lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente. Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. A ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estuda também os organismos. Os níveis de organização da vida em um ecossistema: Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indivíduos da mesma espécie gera descendentes férteis. Exemplos: caranguejos, ursos, pau-brasil, etc; População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie. Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer organismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço; Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também chamado de "Comunidade Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves, insetos e plantas de uma região; Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem entre si; Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições ambientais especí�cas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo: trecho de uma �oresta ou de uma lagoa; Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente. Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa, uma �oresta ou até um aquário; Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia são alguns dos biomas brasileiros; Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É a reunião de toda a biodiversidade existente na Terra. Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que compõem um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Relações Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para sobreviverem e se reproduzirem. Relações entre os Seres Vivos Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um determinado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção, reprodução, etc. Freire; Castro & Motokane (2016) As relações ecológicas podem ser classi�cadas Segundo o nível de interdependência: Intraespecí�cas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. Interespecí�cas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes. E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam: Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é positiva, na qual um ou os dois são bene�ciados sem o prejuízo de nenhum deles. Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas. Para Freire; Castro & Motokane (2016) ao deixar de observar essas relações podemos extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar, afetando as predadoras daquelas, que passarão a ter di�culdades para arranjar alimentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará às espécies da �ora, que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores naturais quanto de espécies polinizadoras. Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo. A Importância das Inter- Relações Ecológicas AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da espécie humana. As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência necessita ser harmoniosa e organizada. Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue, durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade. Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico, baseado nas interações que ocorrem no mundo natural. O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas relações e interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias ecológicas. O ambiente é alterado, físico e quimicamente, pela maneira como os indivíduos realizam suas atividades. Também asinterações entre organismos, têm in�uência na vida de outros seres, da mesma espécie e de espécies diferentes.(BEGON, 2007, p. 223). Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas ou negativas. As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas. As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma das espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas. Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie de�ne o seu nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie no ecossistema. Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies bené�cas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue sobreviver. Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos classi�cá-las em interações intraespecí�cas e interespecí�cas, conforme ocorre entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente, conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo que favorecem o equilíbrio ecológico. Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da ecologia. São exemplos de ecossistemas: uma �oresta, uma lagoa, uma campina, um aquário, etc. Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que o consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez in�uencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente poderá limitar o interesse de investimentos na área. Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a re�etir sobre como se dá o equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação dos recursos naturais. A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais. Tabela 1: Principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies. Relações InteraçõesHarmônicas Interações Desarmônicas Intra Especí�ca Colônia (+) Sociedade (+) Competição. Principais tipos de interações ecológicas entre os seres vivos (-) Inter Especí�ca Mutualismo (+ +) Cooperação (+ +) Comensalismo (+0) Inquilismo (+0) Epi�tismo (+ 0) Competição (- -) Parasitismo (+ -) Predatismo (+ -) Amensalismo (+ -) Fonte: acesse o link Disponível aqui http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da �ora local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois com suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das �ores, procede a polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus corpos e permitindo que esses grãos fecundem �ores de outras árvores da mesma espécie em áreas diferentes. O autor citado complementa que as aves e mamíferos frugívoros são considerados os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O controle populacional é outra importante função dos animais silvestres na natureza, pois eles integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os consumidores primários dependem da �ora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais herbívoros e servem de alimento para os consumidores secundários (algumas espécies de serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua vez são predados pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de cadeia” representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte. @rawpixel em freepik Vale lembrar que o ecossistema com sua capacidade de resiliência tende a reverter naturalmente um quadro de desequilíbrio, no entanto, nem sempre isso é possível, ou o tempo necessário para que o equilíbrio ecológico seja estabelecido novamente é muito grande, o que pode causar outras alterações ainda mais graves, pois para se garantir equilíbrio ambiental, basta proteger o ecossistema. Os ecossistemas são sistemas equilibrados e cada espécie viva tem o seu papel no funcionamento do ecossistema que pertence. SAIBA MAIS As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na Terra. As plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo gás carbônico e liberando oxigênio. Os animais são agentes polinizadores, garantindo a germinação de novas árvores. Um bene�cia ao outro, e todos são bene�ciados. Por isso é tão importante à proteção ambiental. Você consegue imaginar este planeta sem plantas e animais? Por que é importante cuidar dos animais e do meio ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respeito disso, no entanto os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e muitas vezes não damos conta de sua presença. Se estendermos essa pergunta ao universo ecológico, vamos perceber que sem os animais habitando o planeta Terra a vida simplesmente iria se extinguir. ACESSAR https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente Objetivos do Desenvolvimento Sustentável AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Durante a realização da Cúpula do Milênio, reunião promovida pela Organização das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2000, líderes de 189 países �rmaram um pacto. Desse pacto, cujo foco principal era o compromisso de combater a pobreza e a fome no mundo, nasceu um documento chamado Declaração do Milênio. Ficou, assim, estabelecido como prioridade, eliminar a extrema pobreza e a fome do mundo até 2015. A realização da Cúpula do Milênio representou um momento de síntese na história das ONU. Nas re�exões que se deram em decorrência da sua convocação e preparação da Cúpula, pôde ser con�rmada a gravidade da pobreza que assolava o mundo e a necessidade de se conseguir maior visibilidade para o problema e maior compromisso dos países no seu combate. Foi constatado, também, que tendo em vista o conjunto de Conferências promovidas pela ONU na década de noventa, como as de população, Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) os objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas. @bedneyimages em freepik Entre esses objetivos estão: 1) Crescimento renovável; 2) Mudança de qualidade do crescimento; 3) Satisfação das necessidades essenciais por emprego, água, energia, alimento e saneamento básico; 4) Garantia de um nível sustentável da população; 5) Conservação e proteção da base de recursos; 6) Reorientação da tecnologia e do gerenciamento de risco. De acordo com o Guia sobre Desenvolvimento Sustentável, no ano de 2016 entrou em vigor a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU,2015)intitulada “Transformar o nosso mundo: Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”. Para Alves (2015), “a concepção dos cinco P’s é eloquente, pois estabelece cinco prioridades equidistantes, projetadas dentro de um círculo, cujo centro é um pentágono, representando o “desenvolvimento sustentável”. No topo do desenho estão colocadas as Pessoas (erradicação da pobreza), no nível intermediário estão o Planeta (recursos naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base do círculo, estão a Paz (sociedades pací�cas, justas e inclusivas) e as Parcerias (governança global sólida). Os cincos componentes por sua vez sustentam o acordo com o estabelecido nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS). Os temas de�nidos como ODS são muitos, mas basicamente têm um ponto em comum: tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condições de vida adequadas sob o ponto de vista social, ambiental e econômico. No coração da agenda 2030 estão cinco eixos de atuação para o Desenvolvimento Sustentável, (5Ps da sustentabilidade), sendo: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e planeta, conforme demonstrado na �gura: Figura 1: Os cinco P's da Agenda Ambiental Fonte: acesse o link Disponível aqui Encontrar as interdependências entre os dezessete objetivos nos ajuda a encontrar as raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo. O objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e facilitar o entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar à ação. O desejo da Organização das Nações Unidas - ONU com estabelecimento dessa agenda é levar todos os países a aspirar o desenvolvimento, mas não a qualquer custo, em prejuízo de pessoas e do planeta. Para a (ONU,2015), “é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre novas respostas e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que apenas será possível se cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empresas, http://www.agenda2030.com.br/ organizações da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na direção de um jeito melhor de viver no planeta no século 21”. Para melhor entendimento os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) signi�cam: 1 - Erradicação da pobreza: Para a (ONU,2015) este constitui o maior desa�o entre todos para o atendimento do desenvolvimento sustentável. A (ONU,2015) demonstra muita preocupação com o assunto e entende que um dos caminhos para solucionar este sério problema é o estabelecimento parcerias que viabilizem a mobilização de recursos para a criação de programas e políticas que erradiquem a pobreza em todos os sentidos. Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis condições mínimas de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção de pessoas que vivem em situação de pobreza. Estabelecer parcerias e programas, não signi�ca fornecer cestas básicas, pois não resolverá a situação. É preciso oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidade de se autossustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna (ONU,2015). 2 - Fome zero e agricultura sustentável: "Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável": Segundo a ONU (2015), existem mais de 500 milhões de pessoas em situação de desnutrição no planeta. A meta do segundo objetivo do desenvolvimento sustentável é que, até 2030, os países desenvolvam programas e políticas que possam dobrar a produtividade dos pequenos agricultores, incluindo mulheres e povos indígenas, de modo a aumentar a renda de suas famílias. Esperamos que sejam realmente estabelecidos programas para este �m, que mostre a importância de produzir de forma sustentável, respeitando o meio ambiente, ou seja, produzir mais alimento na mesma área e não provocar ainda mais desmatamentos. De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço é desperdiçado custando aproximadamente US$750 bilhões à economia global anualmente. Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas também de outros insumos que foram necessários para a produção, como a água, energia e trabalho, emitindo ainda gases estufa ao longo do processo. Segundo o relatório (O Caminho para a Dignidade até 2030, 2015), as possíveis causas para a de�ciência no sistema de distribuição e a consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão con�itos, terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio ambiente e a pobreza, citada anteriormente como sendo a principal raiz do problema de acessibilidade a alimentos no mundo. A declaração a�rma ainda que nenhum ser humano em estado de fome terá preocupação com o meio ambiente. 3 - Saúde e bem estar: "Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades": As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade neonatal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a tuberculose e a malária, mas também a conscientização quanto ao uso de álcool e drogas e o esclarecimento cada vez maior em torno da saúde mental e da importância do bem-estar psicológico e físico. (ONU, 2015) Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser de�nida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades”. Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores ou até mesmo tristeza. 4 - Educação de qualidade: "Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos": Este objetivo trata de todos os níveis educacionais, desde a primeira infância até a vida adulta, e tem como de suas metas garantir que a educação seja viável para todas e todos, sem discriminação de gênero. Isso é importante pelo fato de que as meninas são as principais prejudicadas em seu desenvolvimento educacional, pois, em comparação aos meninos, a educação delas costuma �car em segundo plano. Além disso, muitas são obrigadas a abandonar os estudos em função de casamentos e gestações precoces. (ONU,2015). Relacionado a este fato Philippi Jr et al (2002, p. 42) fala da importância da educação para o desenvolvimento sustentável: Falta evidentemente mais educação: educação do empresário, para que não despeje o resíduo industrial nos rios; educação dos investidores imobiliários, para que respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos de modo a preservar a qualidade de vida do povo; educação dos comerciantes, para que não se estabeleçam onde a lei não permite e comprovem a conivência de autoridades públicas para a continuação de suas práticas ilegais, educação do político, para que não venda leis e decisões administrativas, para que não estimule e nem acoberte ilegalidades, para que não faça barganhas contra os interesses do povo; educação do povo, para que tome consciência de que cada situação danosa para o meio ambiente é uma agressão aos seus direitos comunitários e agressão aos direitos de cada um. (PHILIPPI JR et al., 2014, p. 42). 5 - Igualdade de gênero: "Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”: Objetiva erradicação de todas as formas de violência contra meninas e mulheres, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e mulheres recebam os mesmos incentivos e oportunidades educacionais, pro�ssionais e de participação política que meninos e homens, bem como o igual acesso a serviços de saúde e segurança (ONU,2015). 6 - Água potável e saneamento: "Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos": Saneamento básico como o próprio nome já diz, é muito básico para que todas as pessoas não tenham acesso. A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais responsável dos recursos hídricos, incluindo a implementação de saneamento básico em todas as regiões vulneráveis e a proteção dos ecossistemas relacionados à água, como rios e �orestas (ONU,2015). O grá�coabaixo traz as principais metas para saneamento básico no Brasil, que é fornecer água tratada a 99 % da população, esgoto sanitário a 93% e diminuir as perdas de água tratada para 31%. 7 - Energia acessível e limpa: "Assegurar o acesso con�ável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia, para todos": Mais do que oferecer acesso à energia a todas as pessoas, é garantir que a energia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja prejuízos ao meio ambiente durante a sua produção e também e di�culdades de acesso pelas pessoas de baixa renda e em situação de vulnerabilidade (ONU, 2015). No Setor Elétrico Brasileiro, o ano de 2016 foi marcado pela entrada de fonte solar fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional. O Brasil possui um quadro de dependência energética da geração das hidrelétricas e essa é uma questão que traz inúmeras complicações para o sistema de energia brasileiro. De acordo com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo Ministério de Minas e Energia, em 2016, a geração hidráulica corresponde a 64% da Matriz Elétrica Brasileira, e ainda segundo o documento, pelo terceiro ano consecutivo, houve redução da oferta de energia hidráulica, devido às condições hidrológicas desfavoráveis. 8 - Trabalho decente e crescimento econômico: "Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos": Grá�co 2: Principais metas para saneamento básico no Brasil Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013. Para garantir emprego principalmente para os jovens sem formação, a agenda estimula o empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micros, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços �nanceiros" (ONU,2015). 9 - Indústria, inovação e infraestrutura: "Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos": Buscar incentivar os países para promover as pesquisas cientí�cas, dar condições para as pessoas ter acesso à internet e assim tenham conhecimento de todas às novidades tecnológicas de produção, e os países menos desenvolvidos possam crescer na sua capacidade produtiva de forma que garanta sustentabilidade. (ONU, 2015). 10 - Redução das desigualdades: "Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles": Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os privilégios comerciais de nações ricas em relação às mais pobres, mas também estreitar os laços entre as pessoas que ocupam os territórios do planeta, sejam elas nativas ou imigrantes. A xenofobia é um problema grave, causador de diversas violências, e que faz com que várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades somente por serem de um território ou etnia diferente. (ONU, 2015). 11 - Cidades e comunidades sustentáveis: "Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles": É visível a urbanidade do mundo, e essa situação ocasiona diversos problemas ambientais como: doenças, impermeabilização do solo, acúmulo de lixo, poluição atmosférica, dos recursos hídricos, etc.. 12 - Consumo e produção responsáveis: "Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis": Com o consumismo e exaustão dos recursos naturais, teremos não apenas falta de água, mas também com a falta de outros recursos, como alimentos, minerais, energia, etc. Nesse caso a agenda estimula a redução da geração de resíduos e reutilização e reciclagem. (ONU,2015). 13 - Ação contra mudança global do clima: "Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos": Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada de ozônio, ainda estamos cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição do ar, que são fatores que in�uenciam diretamente no aquecimento do planeta. As metas da Agenda 2030 é aumentar os investimentos dos países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o desgaste do planeta. (ONU, 2015). 14 - Vida na água: "Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável": De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada quilômetro quadrado do oceano. Uma das metas da agenda para este objetivo é aumentar a conscientização quanto à poluição dos oceanos. E prevê para 2030 o �m de todas as práticas ilegais de pescaria que prejudicam o ecossistema marinho. (ONU, 2015). 15 - Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as �orestas, combater a deserti�cação, deter e reverter a degradação da terra, e deter a perda de biodiversidade. Com o aumento dos desastres ambientais diversas regiões do planeta, como vazamentos de substâncias químicas, rompimento de barragens, incêndios, a Agenda 2030 tem como meta aumentar a mobilização para reverter as consequências dessas degradações e também para prevenir novos desastres. (ONU,2015). 16 - Paz, justiça e instituições e�cazes: Promover sociedades pací�cas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições e�cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. A Agenda prevê que os países combatam a corrupção, a impunidade, as práticas abusivas e discriminatórias, a tortura, bem como todas as formas de restrição das liberdades individuais (ONU,2015). 17 - Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável Para que todos esses objetivos se tornem realidade, é importante que haja relações de parceria e cooperação entre as nações. Por isso, uma das metas da Agenda 2030 é que os países em melhores condições �nanceiras ajudem os "países em desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo, por meio de políticas coordenadas destinadas a promover o �nanciamento, a redução e a reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados para reduzir o superendividamento (ONU, 2015). O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco O Atlas é uma contribuição ímpar para a avaliação dos ODM, pois seus dados desagregados vão além das médias, permitindo veri�car o ponto de partida e a evolução do bem-estar das populações de cada porção do território brasileiro. Trata- se de um banco de dados georreferenciado, contendo informações socioeconômicas para os 5.507 municípios brasileiros: são dezenas de indicadores, tais como população (total, rural, urbana, por gênero, por faixa etária etc.), renda per capita (individual, familiar, total, oriunda do trabalho, etc.), taxa de alfabetização (por gênero, raça, faixa etária etc.), taxa de mortalidade, IDH e outros. O software gera mapas (Brasil, regiões, Estados), per�s municipais, tabelas, análises estatísticas etc., a partir dos dados censitários (IBGE) de 1991 e 2000 (PNUMA, 2015). O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global para auxiliar as nações a mudar o curso contra a pobreza. Usando as metas determinadas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, as recomendações de políticas feitas pelo Projeto são centradas em: Planejamento para o horizonte temporal de 2015; Busca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como metas mínimas nos países em desenvolvimento; Especi�cações de como os países doadores devem agir em relação a seus compromissos de ajuda, comércio e alívio da dívida externa para coerentemente apoiar os países mais pobres do mundo no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A maior parte do trabalho do Projeto é levada a cabo por dez forças-tarefa temáticas, totalizando mais de 250 especialistas de todo o mundo, incluindo: pesquisadores e cientistas, formuladores de políticas, representantes de ONGs, agências da ONU, Banco Mundial, FMI e o setor privado.Nos últimos três anos, as forças-tarefa conduziram extensas pesquisas em suas áreas de perícia, a �m de produzir recomendações para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A recomendação principal do Projeto do Milênio é a de que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio devem estar no centro das estratégias nacionais e internacionais de combate à pobreza. Para que isso aconteça, os países em desenvolvimento precisam administrar vigorosas “avaliações de necessidades”, para identi�car em que ponto eles estão posicionados em relação aos Objetivos e quais as intervenções necessárias para que se entre no eixo para 2015. Porém, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, os países doadores também devem fazer sua parte neste acordo global. Os Objetivos contêm uma meta especí�ca para que seja estabelecida uma “parceria global para o desenvolvimento”, que detalha o que é necessário dos países mais ricos para que seja �nanciada a luta contra a pobreza no mundo em desenvolvimento. Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio requer um aumento marcante no volume de Ajuda O�cial ao Desenvolvimento (ODA). O Brasil tem novo objetivo- Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais sem oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU estipulou um nono objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta pelo cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo”, e será levada em conta na análise dos resultados �nais da campanha. Ou seja, só vamos cumprir os oito objetivos principais se, lá em 2015, brancos e negros estiverem em condições iguais. Fonte: As Metas do Milênio da ONU. Disponível em: http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19. As descobertas do Projeto demonstram que, nos países em desenvolvimento, com “estratégias de redução da pobreza baseadas nos ODM” e em consonância com o compromisso de 0,7% do PIB feito pelos países desenvolvidos, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio podem ser alcançados, mesmo nos países mais pobres, até 2015 (PNUMA, 2015). REFLITA Os animais cumprem um papel muito importante para o equilíbrio do planeta, pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno capaz de equilibrar a fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar, água e gás carbônico para produzir açúcares. Os animais, ao respirarem, quebram essas moléculas e absorvem a energia armazenada, liberando a água e o gás carbônico novamente (fundamental para a vida vegetal). E, embora as plantas também respirem, sua liberação de gás carbônico é mais lenta. Em um ambiente sem animais haveria uma forte tendência ao gás carbônico se �xar nas plantas, interrompendo a fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido pela camada de gás carbônico. ACESSAR http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19 http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os homens e deles com a natureza. O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que a biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessário repensar práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias empregadas, pois com os paradigmas atuais, não haverá planeta su�ciente para manter a sociedade com a inclusão que ainda precisa ser feita. Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente a �m de minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez em nome da melhoria da qualidade de vida. Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza. Segundo Leripio,A relação meio ambiente e desenvolvimento devem deixar de ser con�itante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a ser a necessidade de uma convivência pací�ca entre a boa qualidade do meio ambiente e o desenvolvimento econômico. (LERIPIO, 2001, p. 2). A agenda 2030 sinaliza a compreensão por todos de que a humanidade pode e deve fazer escolhas por trajetórias tecnológicas, sociais, econômicas que maximizem os ganhos para as Pessoas e para o Planeta, visando a Prosperidade e a Paz, de forma colaborativa, por meio de Parcerias. A agenda mostra a necessidade em reduzir a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reutilização e pensar na imensa oportunidade para trabalhar em parcerias. Conclusão - Unidade 1 Importante ressaltar que cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas delas são crianças e alterar essa situação signi�ca buscar mudanças no estilo de vida da sociedade. A própria Constituição de 1988 em seu Preâmbulo, trata da erradicação da pobreza e da marginalização, mas, infelizmente, temos ainda "um longo caminho a percorrer”. Garantir o alimento para todos, superar a miséria e a fome, exige mais que esforço, e sim comprometimento de todos os agentes públicos e privados, atendendo às exigências e a busca da sustentabilidade social. Há uma estreita sintonia entre as prioridades da Agenda 21 e os Objetivos e Metas de Desenvolvimento do Milênio. A Agenda 21 é um importante instrumento para que temas que são essenciais para a sustentabilidade do desenvolvimento alcancem a transversalidade necessária nas políticas de governo, como é o caso do meio ambiente e do próprio combate à pobreza. Os ODM dão �nalidade e direção comuns aos esforços empreendidos no combate à pobreza, em seu sentido amplo. A oportunidade de tirar-se o máximo proveito da experiência da Agenda 21 para o atendimento dos ODM é dada porque do conjunto de instrumentos direcionados à sustentabilidade do desenvolvimento, possivelmente, a Agenda 21 seja o mais completo, em termos de setores e temas transversais tratados e, sobretudo, o que mais permeou os diferentes setores da sociedade níveis de governo. A Agenda 21 constitui-se no principal referencial de princípios e valores que estariam contidos no conceito de desenvolvimento sustentável. É o canal para envolver a sociedade (método) e o desenvolvimento social, meio ambiente e desenvolvimento, habitat, gênero, direitos humanos etc, já havia um amadurecimento em torno dos princípios que norteariam o tratamento desses temas em prol do desenvolvimento humano sustentável. Tratava-se, então, acima de tudo, de estabelecer um acordo em torno dos grandes objetivos e metas que os países estariam dispostos a cumprir. Leitura Complementar Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter- relações pessoa-ambiente. O texto examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros trabalhos em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas contemporâneas. Muitos desses pressupostos continuam a ter relevância, mas são necessárias algumas modi�cações e acréscimos para dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisa ao longo dos anos. É preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no pensamento interdisciplinar e pesquisa em colaboração com pessoas de outras disciplinas; ampliar a atenção com as questões éticas; examinar o papel da tecnologia na vida das pessoas; e reconhecer a natureza holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a diversidade criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade, cultura e economia. ACESSAR Relações ecológicas - Os tipos de relacionamento entre os seres vivos. Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos, sendo algumas bené�cas e outras prejudiciais para cada um dos envolvidos. Essasrelações são classi�cadas como positivas, quando há ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas, quando há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos. Quando ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, as relações são denominadas intraespecí�cas e, quando são de espécies diferentes chamamos de interespecí�ca. ACESSAR http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm Interações Ecológicas Este texto trás complemento mais abrangente sobre as relações ecológicas, possibilitando maiores conhecimentos sobre o conteúdo ministrado neste capítulo. ACESSAR Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Este texto trás os objetivos do desenvolvimento sustentável demonstrando suas metas dentro de cada objetivo. ACESSAR Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Em 2015 termina o prazo estabelecido para o cumprimento das metas dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que foram de�nidos na Cúpula do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU), no ano 2000, em Nova Iorque. Atualmente, a ONU está realizando um debate global para de�nir quais serão as novas metas que substituirão os ODMs, entre 2015 e 2030, e que vão dar continuidade às decisões da Conferência do Meio Ambiente de 2012, a Rio + 20. ACESSAR http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODSportugues12fev2016.pdf http://www.ecodebate.com.br/2014/07/18/novas-propostas-para-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ Web ACESSAR Web ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g Web ACESSAR Web ACESSAR Web ACESSAR https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo https://www.youtube.com/watch?time_continue=116&v=HLOCF_Z9XdY Referências ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo quindênio (2075-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2075, vol.32, n.3, pp. 587-598. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v32n3/0702-3098- rbepop-32-03-0587.pdf. ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. BEGON, Michael, Colin R. Townsende Jonh L. Hasper.Tradução Adriano Sanches Ecologia de Indivíduos a Ecossistemas. 4ªEdição. Artmed Editora. Porto Alegre, 2007. BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e Cidadania. HELLER, L. (coord.). l. ed. Brasília: 2073, 773 p. CMMAD - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro Comum, 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 7997 FREIRE, C. C.; CASTRO, R. G.; MOTOKANE, M. T. O conceito de interações ecológicas em livros didáticos de biologia. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 9, n. 2, p. 737-748, mai/agos, 2076. LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001. ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nova Iorque, 2075. PHILIPPI JR., Caffé, A., ROMÉRO, (ed.). Meio ambiente, direito e cidadania. São Paulo: Signus Editora, 2002. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO-PNUD. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 2075. <http://www.pnud.org.br/odm.aspx>. Acesso em: 20 set. 2079. Disponível em: TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L.; Fundamentos em ecologia. 3 ed. São Paulo: Artmed, 2070. Unidade 2 Problemas Ambientais AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Introdução Modernamente, as relações estabelecidas entre os indivíduos e os recursos naturais, levando-se em conta, como não poderia deixar de ser, fatores como o consumismo desenfreado, o desenvolvimento capitalista, bem como a expansão populacional, têm levado o meio ambiente a atual situação de crise. A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial. Desta forma a importância de preservar as plantas e os animais tem sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. As matas e �orestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Desta forma dentre as principais causas da perda de biodiversidade, destacam-se a destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e uso exagerado de recursos naturais. A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas. Ao inserirmos uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equilíbrio daquele ecossistema. Consequentemente posterior a estes fatos no Brasil o desenvolvimento de atividades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque para o encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escassez de mão de obra. Bons estudos! Problemas Ambientais que Afetam o Planeta - Introdução da Relação de Depredação do Ser Humano Sobre o Meio Ambiente AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco Se voltássemos à história, perceberíamos que o homem sempre estabeleceu uma relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos de um passado distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas discussões e re�exões sobre a relação sociedade natureza no tempo e no espaço buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta. Por volta de 1966, o governo criou uma política de incentivos �scais em nome do desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de receber o incentivo �nanceiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir compromisso de desmatar. O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamento para expansão de atividades produtivas e maior obtenção de solo para a agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobiliária. Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição �cam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito signi�cativos como: A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a mais alta e instável; Perda de biodiversidade da fauna e �ora nativas e com isso, o equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado; Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a impermeabilização do solo em torno da água; O esgotamento dos solos com a intensi�cação de processos de erosão e deserti�cação. Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água, aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém muitas vezes do cruzamento entre espécies nativas próximas. Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat. Para Margulis(2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela maior parte do desmatamento. Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a serem adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de carbono. O desmatamento, também chamado de des�orestamento, nas �orestas brasileiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro, carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado SAIBA MAIS Para Franco (2013) a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade biológica animal e vegetal existente em um ecossistema e que automaticamente constitui a biosfera. A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres vivos, seja animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis ao desenvolvimento da vida, como sol, água, ar, somente como isso pode haver a proliferação de todo e qualquer tipo de vida. Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade do planeta: Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal fator da diminuição da biodiversidade. A retirada desordenada da camada de vegetação nativa para construção de casas ou para atividade agropecuária altera o meio ambiente. Em média, 90% das espécies extintas acabaram em consequência da destruição de seu habitat; Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e alguns animais terrestres; Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e matam os organismos; Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por predação, competição ou alteração do habitat natural ACESSAR http://www.scielo.br/pdf/his/v32n2/a03v32n2.pdf europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos. Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para �ns econômicos, outras formas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio. O crescimento das cidades sem que haja planejamento urbano adequado pode ser causador de vários impactos ambientais. Um dos principais é a retirada de áreas verdes para a construção de prédios, residências, fábricas e outros tipos de construção. Com pouca área verde, aumenta muito a poluição atmosférica, além de ser um fator determinante no aumento de enchentes e alagamentos em períodos de grande quantidade de chuvas. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de �orestas. Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios �orestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros a�rmam que muitos incêndios têm como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias. Grá�co 1: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 201) Fonte: Inpe (Instituto Nacional Pesquisas Espaciais). Acesse o link Disponível aqui Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O desmatamento da �oresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das áreas afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática na região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até 42% (entre 2008 e 2009). Segundo Luzzi, (2015) os principais problemas ambientais atuais são: poluição do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pela queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias. Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo, acidentes ambientais (vazamento de petróleo), etc. Essa poluição leva a eutro�zação que pode ter causas naturais ou ser provocado por uma ação humana negativa nas águas (causas arti�ciais). Atualmente, tem se tornado um problema ambiental grave, derivado do aumento do descarte de lixo, esgoto e substâncias químicas, principalmente nas águas de lagos do Brasil próximos ou dentro de grandes centros urbanos. Como consequência a água perde sua transparência natural. Em muitos casos, ela �ca com cor esverdeada ou até azulada. A mudança de coloração é provocada, principalmente: Pelo aumento de algas. Envelhecimento da água represada. Crescimento da quantidade de vegetais na água (principalmente plantas que vivem na superfície). Redução do oxigênio na água. As mudanças ocorridas no processo eutro�zação pode prejudicar o equilíbrio ecológico do ecossistema existente nas águas do local, provocando a morte de peixes e aumento de outras formas de vida como, por exemplo, algas. O aumento de http://www.inpe.br/ cianobactérias (organismos tóxicos), por exemplo, compromete a qualidade da água destinada ao abastecimento público. Outro impacto da atualidade segundo Luzzi (2015) é a poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo. A Agropecuária tem causado impactos ambientais signi�cativos no cerrado, no pantanal e na �oresta amazônica. Grandes áreas verdes têm sido desmatadas para a criação de gado e plantio de soja. Estes problemas têm prejudicado os ecossistemas destas regiões, além de diminuir as áreas verdes que deveriam ser preservadas. Alguns climatologistas a�rmam que o desmatamento na �oresta amazônica pode ocasionar diminuição das chuvas na região sudeste do Brasil; aumento dos processos de deserti�cação e erosão do solo. Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Sul da Amazônia, norte do Pantanal Mato-grossense e norte do cerrado. Assim, há esgotamento do solo (perda da fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto; utiliza-se de queimadas em matas e �orestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura; desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira; provocando a diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça predatória e destruição de ecossistemas; E não poderíamos deixar de relatar a falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos; E o aumento do aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa entre outros. Segundo relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 2012 morreu cerca de Sete milhões de pessoas no mundo por causa da poluição do ar. Percebe-se que esses problemas estão interligados, todos contribuem para alteração do clima, consequentemente para o aquecimento global. O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta devido à maior absorção da radiação infravermelha térmica na atmosfera. As consequências são desastrosas, como o degelo, fenômenoque derrete as camadas de gelo e aumenta o nível dos oceanos, ameaçando, assim, a existência das cidades costeiras. Atinge também as espécies marinhas. A deserti�cação, alteração do regime de chuvas, tempestades, furacões, inundações e a redução da biodiversidade são consequências desse problema, e, sem dúvidas, o aquecimento global é a maior ameaça à sobrevivência dos seres. (PINOTTI, 2016) Diminuição da Camada de Ozônio, provocada pela emissão de determinados gases (CFC, por exemplo) no meio ambiente. A Mineração é uma atividade causadora de vários impactos ambientais no Brasil. O pequeno garimpo irregular pode provocar contaminação, principalmente por mercúrio, nas águas de rios, lagos e também no solo. As grandes empresas mineradoras também geram impactos ambientais signi�cativos. Além de removerem áreas verdes, costumam abrir grandes crateras no solo, provocando alterações na paisagem ambiental. Exemplos de áreas que sofrem com estes problemas no Brasil: Pará (extração de bauxita, cobre, manganês, ouro e níquel), Minas Gerais (extração de ouro e manganês) e Goiás (extração de níquel e cobre). Outro problema é a destinação dos resíduos dos mais variados processos produtivos e a escassez e falta de qualidade da água que constitui um importante elemento para vida dos seres. Compreender que a destinação �nal adequada dos resíduos, segundo Ibrahin (2014), inclui a reciclagem, reutilização, a compostagem, aproveitamento energético ou destinações diferentes admitidas por órgãos competentes, de modo que se evitem os riscos à saúde pública e minimizar os possíveis impactos ambientais adversos. A problemática dos Resíduos Sólidos é um tanto complexa, pois envolve diversos atores de uma sociedade. Para programar ações de melhorias públicas, a população precisa estar consciente de todo o processo, pois somente assim teremos a colaboração de todos. Tal conscientização demanda tempo, pois envolve mudança comportamental e cultural das pessoas, e este é um processo lento. Para Barbieri, 2011 a escassez é o esgotamento das reservas naturais de água. É majorada principalmente pelo aumento populacional e industrialização, a exemplo das faltas de água nas grandes metrópoles. No Brasil, este problema ocorre também por conta da distribuição natural, haja vista que a região amazônica possui maior parte dos mananciais, aproximadamente 72%, a região Centro-Sul com 27% e o Nordeste com apenas 1%, região que sofre com as constantes secas. REFLITA Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da população. Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que aquele vivido por quem hoje possui uma idade superior aos 70 anos, por exemplo. As informações chegam de forma global mais rapidamente, e não se pode supor que eles não saibam dos perigos que corre o planeta Terra. Em ritmo igualmente acelerado, o desmatamento prossegue, colocando em risco todas as chances que terão de transformar o mundo para melhor. ACESSAR https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente Industrialização e seus Efeitos AUTORIA Sônia Maria Crivelli Mataruco No Brasil somente no �nal do século XIX e começo do século XX que grandes fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir no setor industrial de forma signi�cativa, havendo desta forma grande investimento no desenvolvimento industrial nas grandes cidades da região Sudeste. Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia com incentivos �scais para o capital internacional e muitas nações européias investiram seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extrativismo de riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais principalmente montadoras de veículos, construíram grandes fábricas em cidades como São Paulo, São Bernardo do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. No século XX, o processo de industrialização e a mecanização da agricultura muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades atraídos em busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, e o resultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudeste do país. Os migrantes nordestinos fugitivos da seca do Nordeste e do desemprego foram em busca de trabalho e melhores condições de vida nas grandes cidades do Sudeste. (SILVA, 2013, p. 166). Com a industrialização as cidades consolidaram ainda mais seu poder, concentraram um número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na condução da vida social das nações. Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a sua disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra que poderiam trabalhar por um preço irrisório, intensi�cando a exploração humana por parte dos detentores emergentes dos novos meios de produção. Vale ressaltar que agregado a Revolução Industrial ocorreu também uma Revolução Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, produziram um extraordinário aumento na produção de alimentos. Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção agrícola, fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico a mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela monocultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma mesma espécie. Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a construção de Brasília, no �nal da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e Nordeste do país foram em busca de empregos na região central do país, principalmente na construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram desordenadamente, causando vários problemas sociais, que persistem até os dias de hoje. Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a ferramenta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar trabalhos anteriormente executados de forma manual. A habilidade manual deixa de ser necessária; o trabalhador hábil, especializado, criativo, nos padrões anteriores, deixa de ter importância. A atividade do operário passa a ser a de vigiar e acompanhar as operações executadas pela máquina. Figura 1: Industrialização e seus efeitos Fonte: Freepik. Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entretanto como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, passam a residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços. Como os empregos não eram su�cientes para todos, e como agravante a grande maioria dos imigrantes não possuíam quali�cação necessária para o trabalho especi�cado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e outros acabavam incorporando à grande massa dos mendigos. Outro problema causado pela revolução industrial e consequentemente pelo do êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentando a violência, principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros carentes sem hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo com o atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e hospitais superlotados foram e são as consequências deste fato. Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região. Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuindo constantemente nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de até 94% em alguns estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE. Ou seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda vivem em áreas rurais nestas regiões. Além disso, à distância entre o campo e as cidades vem se encurtando e o acesso às tecnologias tem se tornado a cada dia mais evidente.De acordo Antunes (2002) em 2050, 60% da população mundial residirá nas cidades, realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona rural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o grá�co abaixo. Grá�co 2: Êxodo rural no mundo, 1950 - 2030 Fonte: ONU, 2012. Entretanto, os efeitos da Revolução Industrial no Brasil foram positivos em muitos aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em função da utilização dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da eletricidade, que passaram a substituir a força animal. O processo de urbanização in�uiu positivamente em alguns indicadores nacionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos foram a queda da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150 mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o aumento da expectativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para 70,5 em 2000), a queda da taxa de fertilidade (6,16 �lhos por mulher em idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o nível de escolaridade (55,9% de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notável também a ampliação do saneamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar, mas apesar da melhora referida alguns desses indicadores ainda deixam muito a desejar. (MARICATO, 2005, p. 01) Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e transformações sociais para aquelas classes onde ocorreram as menores alterações na sua forma de vida. Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes desse processo. Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operária com este novo modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam esta condição social �caram satisfeitos com as transformações ocorridas. Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida sem que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagregação social. Era o nascimento de uma sociedade industrial, onde a maioria tinha como única fonte de renda, o salário. Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas terras e o�cinas artesanais, que de algum modo, suplementava a renda obtida no trabalho fabril. Relacionado à questão ambiental, um dos aspectos negativos é que a revolução industrial trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indústrias passaram a jogar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão de obra infantil (na primeira etapa da industrialização). A industrialização trouxe um mundo de consumo, que convive com a miséria social, com o desprezo e a falta das condições mínimas, muitas vezes, de sobrevivência. O Brasil possui uma grande quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados patamares. Para Faleiros 2003, pg. 32 Pobreza é um conceito difícil de de�nir, mas que todo mundo entende quando se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe perfeitamente o que seria para ele e sua família uma situação de pobreza. Para um poderia ser não comer; para outro, vestir-se pobremente, para um terceiro, baixar seu nível de vida habitual. São muito imprecisas, portanto, as de�nições habituais sobre a pobreza. Fala-se que a 'pobreza absoluta' seria aquela em que a pessoa não pode alimentar-se com o mínimo su�ciente para sua manutenção �siológica. (FALEIROS, PAULO. 2003, pg. 32) Para Falcão e Costa, 2014, pg 51 no livro (Brasil sem miséria) a pobreza é entendida atende por diversos nomes: Insu�ciência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e moradia; baixa escolaridade; insegurança alimentar e nutricional; formas precárias de inserção no mundo do trabalho, entre outros. As diversas características que traduzem as distintas manifestações da pobreza têm expressão no território e assim se pode a�rmar que a miséria tem nome, endereço, cor e sexo e, embora a renda também seja um indicador de pobreza, trata-se de um mecanismo insu�ciente para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, sobretudo, em privação do bem-estar. Com isto, a�rmamos que a pobreza é um fenômeno multidimensional e, portanto, requer também indicadores não monetários para seu dimensionamento. (FALCÃO; COSTA, 2014, p. 51). No ano de 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza o�cial do Plano Brasil sem miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em 2014, para R$ 77 reais per capita. A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia. Segundo dados o�ciais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome, existiam no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00 por pessoa. O grá�co abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976. A medida adotada é o Coe�ciente de GINI¹, tido como padrão internacional para mensurar a desigualdade de renda. ¹Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coe�ciente de Gini é um parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. Grá�co 3: Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976 Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada). Quanto menor o Coe�ciente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de um país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e pobres diminua, a renda das famílias mais pobres precisam crescer. Mas nada disso é possível se um país não desenvolver como um todo. Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis de 1960. Em 2015, o coe�ciente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (Pnad, 2015). Vale lembrar que ultrapassar esse valor não signi�ca abandonar a pobreza por completo, mas somente a pobreza extrema. Figura 2: Desigualdade de renda no mundo 25 - 30 30 - 35 35 - 40 40 - 45 45 - 50 50 - 55 55 - 60 60 - 66 Sem dados Gini Index (Income equality = 0) Fonte: Banco Mundial (2014). De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da pobreza e das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionalizado é necessário modi�car-se os padrões de relações culturais e econômicas que as provocam e que aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela atividade estatal na implementação de políticas públicas, na formulação de leis e no julgamento das demandas levadas aos tribunais, como: i. construir uma sociedade livre, justa e solidária; ii. garantir o desenvolvimento nacional; iii. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; iv. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Complementando, JAMUR (2000. P. 18 – 21) a�rma, também, que: A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da dignidade humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o conhecimento maior do problema da pobreza extrema e de suas causas, particularmente aquelas relacionadas ao problema do desenvolvimento, visando a promover os direitos das camadas mais pobres, pôr �m à extrema pobreza e à exclusão social e promover uma melhor distribuição dos frutos do progresso social. É essencial que os Estados estimulem a participação das camadas mais pobres nas decisões adotadas em relação às suas comunidades, à promoção dos direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema. (JAMUR, 200, p. 18 - 21). De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que poderiam ser prevenidas e curadas com custo muito baixo. Famílias que estão na linha da pobreza
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