Buscar

educacao-ambiental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Educação AmbientalEducação Ambiental
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Bem vindo(a)!
Caro aluno (a) seja muito bem-vindo (a) a leitura do livro que utilizaremos na
disciplina Educação Ambiental aplicados à Pedagogia.
Este livro foi carinhosamente planejado para que você possa ter conhecimento geral
dos principais assuntos sobre meio ambiente.
Este conteúdo servirá de base para compreensão dos temas abordados, com o
objetivo é levá-lo a ter consciência dos problemas ambientais e perceber que antes
de qualquer ação, é preciso pensar na sustentabilidade do nosso planeta para o
futuro das gerações futuras.
Para facilitar os estudos dividimos este material em quatro unidades de acordo com
os temas e suas relações entre si. A disciplina “Educação Ambiental”, apresenta
assuntos ligados ao meio ambiente.
Desta forma na primeira unidade demonstraremos como os processos ecológicos
são responsáveis pelo bom funcionamento dos ambientes naturais e como é
alterado por ações antrópicas. Apresentaremos os conceitos vitais necessários para
que o homem possa trabalhar respeitando a natureza e proporcione equilíbrio do
ecossistema, sabendo que este depende das ações diárias realizadas pelo homem.
Nesta unidade temos como objetivo levá-los a compreensão da importância de
buscar integrar as dimensões, ambientais, sociais e econômicas transformando os
atuais padrões de desenvolvimento em um novo modelo que além de preservar os
recursos naturais possa reduzir a pobreza, as desigualdades de renda e de gênero, a
exclusão social, promova a paz, a segurança alimentar, o uso e�ciente dos recursos,
dentre outros desa�os comuns que os países enfrentam.
Entretanto, discutiremos os tópicos sobre as inter-relações ecológicas e o
desenvolvimento sustentável; conceituaremos e contextualizaremos ecologia,
espécie, população, comunidade, ecossistema; a importância do entendimento das
as relações entre sociedade e natureza; e a compreensão dos objetivos e as metas
desenvolvimento sustentável (ODS) e seus benefícios para nossa sociedade.
Explanaremos os objetivos de�nidos pela ONU para o desenvolvimento sustentável,
que trazem metas que deverão ser implementados por todos os países até 2030. Os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõem diversos assuntos de elevada
importância para a humanidade a �m de transformar a vida no planeta. Garantir a
sustentabilidade do meio ambiente é garantir, antes de qualquer coisa, que a fome,
a pobreza e a miséria estarão afastadas de�nitivamente e, com isso, terminará a
dura realidade que força as pessoas a praticar a exploração predatória dos recursos
disponíveis em determinadas áreas. Pois só com uma situação de vida regular, os
habitantes de uma determinada região poderão tornar-se permeáveis as “novas
ideias”.
Na segunda unidade, abordaremos os diversos problemas ambientais da atualidade.
Como o planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles
provocados por diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, �ora, solo,
águas, ar e etc. Assim, pretendemos chamar atenção sobre os principais problemas
que afetam o meio ambiente, demonstrando que são problemas sistêmicos, o que
signi�ca que estão interligados e são interdependentes. Citaremos problemas
ocasionados pelo desmatamento, suas consequências à biodiversidade, queimadas,
êxodo rural, processo de industrialização, efeito estufa, entre outros. Relataremos
sobre os Pressupostos teórico-metodológicos da Educação Ambiental, mostrando
que quando nos referimos à educação ambiental, não estamos tratando apenas de
natureza, como geralmente esse termo é concebido, mas a um conjunto de relações
sociais, políticas, históricas e econômicas, cujo homem é sujeito participante,
transformador, e consequentemente receptor de suas ações. E concluímos citamos
as correntes que têm uma longa tradição em educação ambiental, como: a corrente
naturalista, conservacionista/recursista, resolutiva, sistêmica, cientí�ca, humanista,
moral/ética e as correntes mais recentes como a corrente holística, biorregionalista,
práxica, crítica, feminista, etnográ�ca, eco-educação, e a sustentabilidade.
Na terceira unidade explanaremos sobre a importância da efetivação da política de
educação ambiental, a qual visa, precipuamente, estabelecer um vínculo entre o
indivíduo e o meio ambiente, tornando o primeiro responsável pela preservação e
desenvolvimento. Para isto conceituaremos e contextualizaremos Educação
ambiental, explanaremos resumidamente sobre os históricos da Educação
Ambiental, sua transversalidade, a Educação Ambiental na Constituição de 1988 e os
pontos relevantes da Lei 9.795/99 (Lei de Educação Ambiental), no intuito de
demonstrar que mudanças de paradigmas implica discutir valores para construir
uma sociedade mais justa, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem
comprometer a sobrevivência das futuras gerações.
Para �nalizar na quarta unidade com o tema Educação ambiental relataremos a tão
falada sustentabilidade e sua relação com o desenvolvimento. Enfatizaremos a
diferença entre desenvolvimento e crescimento, conceituando-os e mostrando o
papel da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais
sustentável em todas as suas dimensões: ambiental, social e econômico.
Discutiremos os capítulos da Agenda 21 global e biodiversidade, que serve como
instrumento de planejamento participativo onde se admite de forma explícita a
responsabilidade dos governos em impulsionar programas e projetos ambientais
através de políticas que visam a justiça social e a preservação do meio ambiente e
deve ser implementada tanto pelos governos quanto pela sociedade, concretizando
o lema da ECO92: “pensar globalmente, agir localmente”.
Falaremos sobre gerenciamento dos resíduos sólidos como sendo a garantia de
sustentabilidade para as futuras gerações e existe uma crescente preocupação com
a preservação dos recursos naturais e com a questão de saúde pública associada ao
gerenciamento dos resíduos sólidos almeja-se por políticas públicas que permita
atingir novos patamares de consciência ambiental, de tecnologia limpa e de
crescimento sustentável.
Assim a partir dos estudos destes capítulos possamos cuidar do meio ambiente,
utilizando mecanismos que permitam proteção ambiental assegurando a qualidade
de vida das pessoas e principalmente a conservação dos recursos hídricos do solo e
da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das
condições de vida da sociedade, entendendo que é da natureza que retiramos
nossos alimentos e garantimos nossa sobrevivência. Mostrando que é possível
desenvolver de forma sustentável.
Bom estudo e que a partir dessa leitura você possa ser uma agente em defesa do
meio ambiente.
Unidade 1
Princípios e Objetivos da
Educação Ambiental
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Introdução
Demonstrar como os processos ecológicos são responsáveis pelo bom
funcionamento dos ambientes naturais e como é alterado por ações antrópicas.
Apresentar os conceitos vitais necessários para que o homem possa entender a
importância em trabalhar respeitando a capacidade de resiliência da natureza e em
conjunto proporcionar equilíbrio do ecossistema, sabendo que isto depende de suas
ações diárias. Conhecer os objetivos de�nidos pela ONU para o desenvolvimento
sustentável, que trazem metas que devem der ser implementados por todos os
países até 2030. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propõem diversos
assuntos de elevada importância para a humanidade a �m de transformar a vida no
planeta, buscando garantir sustentabilidade entre ambiente e sociedade.
A natureza é sábia, e através dos seus exemplos ensina ao homem como deve
proceder para estabelecer uma relação harmoniosa e saudável com o meio onde
vive.
O homem necessita da natureza, para extrair os recursos naturais, entretanto na
maioria das vezes utiliza-se de técnicas de manejo inadequadas, não preservando ou
não promovendo meios para que haja reposição destes recursos de forma que possa
suprir à atual e a futurageração.
Diante dessa preocupação com o meio ambiente e com os impactos da ação do
homem na natureza, os estudos elaborados têm apontado que as consequências
das extinções prematuras de espécies, causadas pelo homem, incidem diretamente
sobre seus habitats e também sobre a qualidade de vida das populações.
Assim o conhecimento das inter-relações entre os organismos existentes é fator
primordial para a boa relação homem-natureza.
Quando a sociedade analisa os problemas ambientais existentes, e busca conhecer
a forma como os organismos se relacionam entre si, dá um grande passo que
conduz ao desenvolvimento sustentável, pois os organismos da Terra não vivem
isolados, interagem uns com os outros e com o meio ambiente.
Nesse intuito os Objetivos para o Desenvolvimento do Milênio-ODS, foram
formulados no ano de 2015, visando conciliar economia, ecologia e direitos humanos.
Esses objetivos foram propostos durante a Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas – (ONU,2015), onde seus 193 Estados-membros aprovaram, por
unanimidade, uma nova agenda global para os próximos quinze anos, baseada em
17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), subdivididos em 169 metas
concretas que serão monitoradas por 300 indicadores. Para aprovação desses
objetivos a ONU contou além dos membros de Estados com a colaboração de
diversos stakeholders e consultas em mais de 100 países.
A proposta da (ONU, 2015), não é apenas combater a fome e proteger o meio
ambiente, mas também incluem temas então ausentes como energia limpa,
cidades sustentáveis, consumo e produção responsáveis, reduzir as diferenças entre
homens e mulheres, igualdade de gênero e raça, entre outros.
A Agenda 2030 deve ser amplamente discutida no meio acadêmico pelo fato de
in�uenciar signi�cativamente todos os seguimentos empresariais, os tomadores de
decisão, sejam eles formuladores de políticas públicas governamentais ou do setor
privado.
O mundo passa por um momento de transformações que devem nos levar a um
novo modelo de desenvolvimento, social e ambientalmente mais adequado às
necessidades humanas, e cujo sucesso só se alcançará se todos, tanto individual
como coletivamente, seja nas corporações ou nos governos, se propuserem a fazer
de forma diferente aquilo que está ao alcance de suas ações.
Bons estudos!
Conceitos Básicos da
Ecologia, Espécie,
População, Comunidade,
Ecossistema e os Níveis de
Organização
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Preservar o meio ambiente é fundamental para manter a saúde do planeta e de
todos os seres vivos que moram nele. Os seres humanos só conseguem sobreviver
graças à natureza. A�nal, usamos os animais e plantas para nos alimentar, água para
beber e tomar banho, e muitos outros recursos que nem percebemos. A ecologia é a
ciência que estuda as relações entre os seres vivos e os meios onde vivem. A palavra
deriva do grego oikos, que signi�ca lugar onde se vive, ou seja, meio ambiente.
Para melhor compreensão do mundo vivo, são usados os níveis de organização. A
ecologia moderna usa como base de estudo os ecossistemas, mas estuda também
os organismos.
Os níveis de organização da vida em um ecossistema:
Espécie: organismos com características genéticas semelhantes. Com isso, o
cruzamento de indivíduos da mesma espécie gera descendentes férteis. Exemplos:
caranguejos, ursos, pau-brasil, etc;
População: termo que designa o conjunto de organismos da mesma espécie.
Inicialmente usado para grupos humanos, depois ampliados para qualquer
organismo. Exemplo: grupo de peixes-palhaço;
Comunidade: conjunto das populações que vivem numa mesma região. Também
chamado de "Comunidade Biológica", "Biocenose" ou "Biótopo". Exemplo: aves,
insetos e plantas de uma região;
Biocenose: são as diversas espécies que vivem em determinado local e interagem
entre si;
Biótopo: corresponde a uma parte do habitat. É uma área com condições
ambientais especí�cas que permitem a vida de determinadas espécies. Exemplo:
trecho de uma �oresta ou de uma lagoa;
Ecossistema: conjunto de comunidades que interagem entre si e com o ambiente.
Formado pela interação de biocenoses e biótopos. Exemplos: pode ser uma lagoa,
uma �oresta ou até um aquário;
Bioma: reunião de ecossistemas com características próprias de diversidade
biológica e condições ambientais. Exemplos: a Mata Atlântica, o Cerrado e a
Amazônia são alguns dos biomas brasileiros;
Biosfera: conjunto de todos os ecossistemas das diferentes regiões do planeta. É a
reunião de toda a biodiversidade existente na Terra.
Nesse contexto existem interações entre as comunidades bióticas que compõem
um ecossistema são chamadas de “Interações Biológicas” ou “Relações
Ecológicas” e determinam relações dos seres vivos entre si e o meio em que
habitam para sobreviverem e se reproduzirem.
Relações entre os Seres Vivos
Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um
determinado ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a
constituem, geralmente relacionadas à obtenção de alimento, abrigo, proteção,
reprodução, etc. Freire; Castro & Motokane (2016)
As relações ecológicas podem ser classi�cadas Segundo o nível de
interdependência:
Intraespecí�cas ou Homotípicas: para seres da mesma espécie. 
Interespecí�cas ou Heterotípicas: para seres de espécies diferentes.
E segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam:
Relações Harmônicas: quando a resultada da associação entre as espécies é
positiva, na qual um ou os dois são bene�ciados sem o prejuízo de nenhum
deles. 
Relações Desarmônicas: quando o resultado desta relação for negativo, ou
seja, se houver prejuízos para uma ou ambas as espécies envolvidas.
Para Freire; Castro & Motokane (2016) ao deixar de observar essas relações podemos
extinguir espécies ou deixá-las em vias de extinção, interfere-se na cadeia alimentar,
afetando as predadoras daquelas, que passarão a ter di�culdades para arranjar
alimentos, bem com as suas presas naturais, que terão desenvolvimento
desenfreado. Isso constitui um ciclo vicioso de desequilíbrio ambiental que chegará
às espécies da �ora, que também sofrerão com o desequilíbrio, tanto de predadores
naturais quanto de espécies polinizadoras.
Preservar os animais, portanto, não é só uma questão ecológica e cultural. A
interferência da destruição e extinção prematura de espécies da fauna incide
diretamente na vegetação e, por consequência, em todo o bioma, afetando também
os rios e cursos d’água e a qualidade do ar, além das populações que estão
economicamente ligadas à pesca, à caça ou ao extrativismo.
A Importância das Inter-
Relações Ecológicas
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Conhecer e compreender as inter-relações existentes entre os inúmeros seres vivos
existentes na terra é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da
espécie humana.
As relações ecológicas se particularizam pela forma de interação que os seres vivos
mantêm entre si sendo categorizadas de acordo com os benefícios e/ou prejuízos
que trazem aos organismos. A espécie humana construiu desde sua origem, uma
relação ímpar com a natureza para suprir suas necessidades. Essa convivência
necessita ser harmoniosa e organizada.
Antunes (2002) diz que a história tem demonstrado que o homem consegue,
durante um período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência, pois o
homem é, por sua natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda
mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade.
Portanto, é na sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu
desenvolvimento.
Os organismos estabelecem relações mútuas entre si e com o ambiente físico,
baseado nas interações que ocorrem no mundo natural.
O entendimento dos diferentes fenômenos que englobam essas
relações e interações entre seres vivos (incluindo o homem) e os
componentes abióticos é amplamente discutido à luz de teorias
ecológicas. O ambiente é alterado, físico e quimicamente, pela maneira
como os indivíduos realizam suas atividades. Também asinterações
entre organismos, têm in�uência na vida de outros seres, da mesma
espécie e de espécies diferentes.(BEGON, 2007, p. 223).
Na natureza os seres vivos mantêm entre si vários tipos de interações ecológicas que
podem ser consideradas como sendo harmônicas ou positivas e desarmônicas ou
negativas.
As interações harmônicas ou positivas são aquelas onde não há prejuízo para as
espécies participantes e vantagem para, pelo menos, uma delas.
As interações desarmônicas ou negativas são aquelas onde pelo menos uma das
espécies participantes é prejudicada, podendo existir benefício para uma delas.
Com a exploração de determinado conjunto de recursos, cada espécie de�ne o seu
nicho ecológico, também entendido como o papel desempenhado por esta espécie
no ecossistema.
Se não existissem competidores, predadores e parasitas em seu ambiente, uma
espécie seria capaz de viver sob maior amplitude de condições ambientais (seu
nicho fundamental) do que faria na presença de outras espécies que a afetam
negativamente (seu nicho realizado). Por outro lado, a presença de espécies
bené�cas pode aumentar a gama de condições em que uma espécie consegue
sobreviver.
Dentro de cada um dos tipos de interações mencionados acima, ainda podemos
classi�cá-las em interações intraespecí�cas e interespecí�cas, conforme ocorre
entre indivíduos da mesma espécie ou entre espécies diferentes respectivamente,
conforme tabela abaixo que mostra os principais tipos de interações ecológicas
possíveis de ocorrer entre organismos de duas espécies.
Essas relações ecológicas são muito importantes, pois garantem a sobrevivência dos
diferentes seres vivos e ajudam no combate da densidade populacional, de modo
que favorecem o equilíbrio ecológico.
Para Leripio (2001), ecossistema é o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos
seres que aí vivem e pela dependência recíproca. É a unidade fundamental da
ecologia.   São exemplos de ecossistemas: uma �oresta, uma lagoa, uma campina,
um aquário, etc.
Quando não se consegue repor os recursos, ou quando sua reposição é menor que o
consumo considera-se que este recurso é limitado. A abundância ou escassez
in�uencia a distribuição das espécies e no desenvolvimento de uma sociedade. Por
exemplo, uma pequena quantidade de água doce em um determinado ambiente
poderá limitar o interesse de investimentos na área.
Essa relação de escassez e/ou abundância nos leva a re�etir sobre como se dá o
equilíbrio ecológico que consiste na relação entre os organismos vivos entre si com o
ecossistema, assegurando a sobrevivência das espécies, bem como a preservação
dos recursos naturais.
A sociedade que apresentar um ecossistema perturbado e não buscar um equilíbrio
ecológico receberá cedo ou tarde resposta pelos seus atos, pois e importante
ressaltar que a espécie humana não é só a que mais contribui para esse
desequilíbrio, mas também, é a mais atingida pelas alterações ambientais.
Tabela 1: Principais tipos de interações ecológicas possíveis de ocorrer entre
organismos de duas espécies.
Relações InteraçõesHarmônicas Interações Desarmônicas
Intra
Especí�ca
Colônia (+) 
Sociedade (+)
Competição. 
Principais tipos de interações ecológicas
entre os seres vivos (-)
Inter
Especí�ca
Mutualismo (+
+) 
Cooperação (+
+) 
Comensalismo
(+0) 
Inquilismo (+0) 
Epi�tismo (+ 0)
Competição (- -) 
Parasitismo (+ -) 
Predatismo (+ -) 
Amensalismo (+ -)
Fonte: acesse o link Disponível aqui
http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas
Para Leripio (2001) a existência da cobertura vegetal e diversidade genética da �ora
local, depende diretamente da ação de alguns integrantes da Fauna Silvestre, tendo
os insetos voadores e pássaros como maiores protagonistas dessas ações, pois com
suas estratégias de obtenção de alimento em busca do néctar das �ores, procede a
polinização, carregando involuntariamente os grãos de pólen em seus corpos e
permitindo que esses grãos fecundem �ores de outras árvores da mesma espécie
em áreas diferentes.
O autor citado complementa que as aves e mamíferos frugívoros são considerados
os “plantadores da mata”, pois se alimentam dos frutos nativos e procede a
dispersão das sementes pelas fezes em todas as áreas de sua existência. O controle
populacional é outra importante função dos animais silvestres na natureza, pois eles
integram uma cadeia alimentar bem organizada, onde os consumidores primários
dependem da �ora em equilíbrio para sobreviverem pois são animais herbívoros e
servem de alimento para os consumidores secundários (algumas espécies de
serpentes, corujas e mamíferos carnívoros de médio porte) que por sua vez são
predados pelos consumidores terciários ou os chamados “animais topo de cadeia”
representados pelas aves de rapina, répteis e mamíferos carnívoros de grande porte.
@rawpixel em freepik
Vale lembrar que o ecossistema
com sua capacidade de resiliência
tende a reverter naturalmente um
quadro de desequilíbrio, no
entanto, nem sempre isso é
possível, ou o tempo necessário
para que o equilíbrio ecológico seja
estabelecido novamente é muito
grande, o que pode causar outras
alterações ainda mais graves, pois
para se garantir equilíbrio
ambiental, basta proteger o
ecossistema. 
Os ecossistemas são sistemas
equilibrados e cada espécie viva
tem o seu papel no funcionamento
do ecossistema que pertence. 
SAIBA MAIS
As plantas e os animais são essenciais para a manutenção da vida na
Terra. As plantas fazem, entre outras coisas, a fotossíntese, absorvendo
gás carbônico e liberando oxigênio. Os animais são agentes
polinizadores, garantindo a germinação de novas árvores. Um bene�cia
ao outro, e todos são bene�ciados. Por isso é tão importante à proteção
ambiental. Você consegue imaginar este planeta sem plantas e
animais? Por que é importante cuidar dos animais e do meio
ambiente? Talvez você nunca tenha pensado a respeito disso, no
entanto os animais estão sempre presentes em nosso cotidiano e
muitas vezes não damos conta de sua presença. Se estendermos essa
pergunta ao universo ecológico, vamos perceber que sem os animais
habitando o planeta Terra a vida simplesmente iria se extinguir.
ACESSAR
https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente
Objetivos do
Desenvolvimento
Sustentável
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Durante a realização da Cúpula do Milênio, reunião promovida pela Organização das
Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2000, líderes de 189 países �rmaram
um pacto.   Desse pacto, cujo foco principal era o compromisso de combater a
pobreza e a fome no mundo, nasceu um documento chamado Declaração do
Milênio. Ficou, assim, estabelecido como prioridade, eliminar a extrema pobreza e a
fome do mundo até 2015. A realização da Cúpula do Milênio representou um
momento de síntese na história das ONU. Nas re�exões que se deram em
decorrência da sua convocação e preparação da Cúpula, pôde ser con�rmada a
gravidade da pobreza que assolava o mundo e a necessidade de se conseguir maior
visibilidade para o problema e maior compromisso dos países no seu combate. Foi
constatado, também, que tendo em vista o conjunto de Conferências promovidas
pela ONU na década de noventa, como as de população,
Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD, 1991) os
objetivos que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão
relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do
uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas.
@bedneyimages em freepik
Entre esses objetivos estão: 
1) Crescimento renovável; 
2) Mudança de qualidade do
crescimento; 
3) Satisfação das necessidades
essenciais por emprego, água,
energia, alimento e saneamento
básico; 
4) Garantia de um nível sustentável
da população; 
5) Conservação e proteção da base
de recursos; 
6) Reorientação da tecnologia e do
gerenciamento de risco. 
De acordo com o Guia sobre
Desenvolvimento Sustentável, no
ano de 2016 entrou em vigor a
resolução da Organização das
Nações Unidas (ONU,2015)intitulada
“Transformar o nosso mundo:
Agenda 2030 de Desenvolvimento
Sustentável”. 
Para Alves (2015), “a concepção dos cinco P’s é eloquente, pois estabelece cinco
prioridades equidistantes, projetadas dentro de um círculo, cujo centro é um
pentágono, representando o “desenvolvimento sustentável”. No topo do desenho
estão colocadas as Pessoas (erradicação da pobreza), no nível intermediário estão o
Planeta (recursos naturais e clima) e a Prosperidade (bem-estar humano) e, na base
do círculo, estão a Paz (sociedades pací�cas, justas e inclusivas) e as Parcerias
(governança global sólida).
Os cincos componentes por sua vez sustentam o acordo com o estabelecido nos 17
objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).
Os temas de�nidos como ODS são muitos, mas basicamente têm um ponto em
comum: tornar o desenvolvimento humano mais seguro e garantir condições de
vida adequadas sob o ponto de vista social, ambiental e econômico.
No coração da agenda 2030 estão cinco eixos de atuação para o Desenvolvimento
Sustentável, (5Ps da sustentabilidade), sendo: pessoas, prosperidade, paz, parcerias e
planeta, conforme demonstrado na �gura:
Figura 1: Os cinco P's da Agenda Ambiental
Fonte: acesse o link Disponível aqui
Encontrar as interdependências entre os dezessete objetivos nos ajuda a encontrar
as raízes dos problemas e criar soluções sustentáveis de longo prazo.
O objetivo de uma agenda é sempre, em primeiro lugar, organizar os temas e
facilitar o entendimento das pessoas para, em seguida, mobilizar, engajar e convocar
à ação. O desejo da Organização das Nações Unidas - ONU com estabelecimento
dessa agenda é levar todos os países a aspirar o desenvolvimento, mas não a
qualquer custo, em prejuízo de pessoas e do planeta.
Para a (ONU,2015), “é fundamental que a agenda seja “sustentável”, isto é, equilibre
novas respostas e soluções econômicas, ambientais e sociais, algo que apenas será
possível se cada indivíduo, e cada uma das instituições (governos, empresas,
http://www.agenda2030.com.br/
organizações da sociedade civil) mudem atitudes e comportamentos na direção de
um jeito melhor de viver no planeta no século 21”.
Para melhor entendimento os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável   (ODS)
signi�cam:
1 - Erradicação da pobreza:
Para a (ONU,2015) este constitui o maior desa�o entre todos para o
atendimento do desenvolvimento sustentável.
A (ONU,2015) demonstra muita preocupação com o assunto e entende
que um dos caminhos para solucionar este sério problema é o
estabelecimento parcerias que viabilizem a mobilização de recursos
para a criação de programas e políticas que erradiquem a pobreza em
todos os sentidos.
Esses programas devem oferecer as populações vulneráveis condições
mínimas de sobrevivência e seja possível reduzir à metade a proporção
de pessoas que vivem em situação de pobreza.
Estabelecer parcerias e programas, não signi�ca fornecer cestas
básicas, pois não resolverá a situação. É preciso oferecer condições para
que o cidadão tenha possibilidade de se autossustentar por meio de
um trabalho e uma remuneração digna (ONU,2015). 
2 - Fome zero e agricultura sustentável: "Acabar com a fome,
alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a
agricultura sustentável":
Segundo a ONU (2015), existem mais de 500 milhões de pessoas em
situação de desnutrição no planeta. A meta do segundo objetivo do
desenvolvimento sustentável é que, até 2030, os países desenvolvam
programas e políticas que possam dobrar a produtividade dos
pequenos agricultores, incluindo mulheres e povos indígenas, de modo
a aumentar a renda de suas famílias.
Esperamos que sejam realmente estabelecidos programas para este
�m, que mostre a importância de produzir de forma sustentável,
respeitando o meio ambiente, ou seja, produzir mais alimento na
mesma área e não provocar ainda mais desmatamentos.
De todo alimento produzido no mundo, mais de um terço é
desperdiçado custando aproximadamente US$750 bilhões à economia
global anualmente.
Entretanto, as perdas não se limitam apenas a esfera econômica, mas
também de outros insumos que foram necessários para a produção,
como a água, energia e trabalho, emitindo ainda gases estufa ao longo
do processo.
Segundo o relatório (O Caminho para a Dignidade até 2030, 2015), as
possíveis causas para a de�ciência no sistema de distribuição e a
consequente insegurança alimentar. Dentre elas estão con�itos,
terrorismo, corrupção, mudanças climáticas, degradação do meio
ambiente e a pobreza, citada anteriormente como sendo a principal raiz
do problema de acessibilidade a alimentos no mundo.
A declaração a�rma ainda que nenhum ser humano em estado de
fome terá preocupação com o meio ambiente. 
3 - Saúde e bem estar: "Assegurar uma vida saudável e promover o
bem-estar para todos, em todas as idades":
As metas da Agenda 2030 estão não apenas a redução da mortalidade
neonatal, da obesidade e a erradicação de doenças como o HIV, a
tuberculose e a malária, mas também a conscientização quanto ao uso
de álcool e drogas e o esclarecimento cada vez maior em torno da
saúde mental e da importância do bem-estar psicológico e físico. (ONU,
2015)
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde pode ser
de�nida como “um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidades”.
Sendo assim, não basta apenas estar sem nenhuma doença, é
necessário estar bem consigo mesmo e com o corpo, sem sentir dores
ou até mesmo tristeza. 
4 - Educação de qualidade: "Assegurar a educação inclusiva e
equitativa de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos":
Este objetivo trata de todos os níveis educacionais, desde a primeira
infância até a vida adulta, e tem como de suas metas garantir que a
educação seja viável para todas e todos, sem discriminação de gênero.
Isso é importante pelo fato de que as meninas são as principais
prejudicadas em seu desenvolvimento educacional, pois, em
comparação aos meninos, a educação delas costuma �car em segundo
plano. Além disso, muitas são obrigadas a abandonar os estudos em
função de casamentos e gestações precoces. (ONU,2015).
Relacionado a este fato Philippi Jr et al (2002, p. 42) fala da importância
da educação para o desenvolvimento sustentável:
Falta evidentemente mais educação: educação do
empresário, para que não despeje o resíduo industrial nos
rios; educação dos investidores imobiliários, para que
respeitem as leis de zoneamento e orientem os projetos
de modo a preservar a qualidade de vida do povo;
educação dos comerciantes, para que não se estabeleçam
onde a lei não permite e comprovem a conivência de
autoridades públicas para a continuação de suas práticas
ilegais, educação do político, para que não venda leis e
decisões administrativas, para que não estimule e nem
acoberte ilegalidades, para que não faça barganhas contra
os interesses do povo; educação do povo, para que tome
consciência de que cada situação danosa para o meio
ambiente é uma agressão aos seus direitos comunitários e
agressão aos direitos de cada um. (PHILIPPI JR et al., 2014,
p. 42).
5 - Igualdade de gênero: "Alcançar a igualdade de gênero e
empoderar todas as mulheres e meninas”:
Objetiva erradicação de todas as formas de violência contra meninas e
mulheres, uma das metas da Agenda 2030 é viabilizar que meninas e
mulheres recebam os mesmos incentivos e oportunidades
educacionais, pro�ssionais e de participação política que meninos e
homens, bem como o igual acesso a serviços de saúde e segurança
(ONU,2015). 
6 - Água potável e saneamento: "Assegurar a disponibilidade e
gestão sustentável da água e saneamento para todos":
Saneamento básico como o próprio nome já diz, é muito básico para
que todas as pessoas não tenham acesso.
A Agenda 2030 prevê como meta uma gestão mais responsável dos
recursos hídricos, incluindo a implementação de saneamento básico
em todas as regiões vulneráveis e a proteção dos ecossistemas
relacionados à água, como rios e �orestas (ONU,2015).
O grá�coabaixo traz as principais metas para saneamento básico no
Brasil, que é fornecer água tratada a 99 % da população, esgoto
sanitário a 93% e diminuir as perdas de água tratada para 31%.
7 - Energia acessível e limpa: "Assegurar o acesso con�ável,
sustentável, moderno e a preço acessível à energia, para todos":
Mais do que oferecer acesso à energia a todas as pessoas, é garantir que
a energia fornecida também seja limpa e barata, para que não haja
prejuízos ao meio ambiente durante a sua produção e também e
di�culdades de acesso pelas pessoas de baixa renda e em situação de
vulnerabilidade (ONU, 2015).
No Setor Elétrico Brasileiro, o ano de 2016 foi marcado pela entrada de
fonte solar fotovoltaica (FV) no Balanço Energético Nacional.
O Brasil possui um quadro de dependência energética da geração das
hidrelétricas e essa é uma questão que traz inúmeras complicações
para o sistema de energia brasileiro.
De acordo com o último Balanço Energético Nacional, realizado pelo
Ministério de Minas e Energia, em 2016, a geração hidráulica
corresponde a 64% da Matriz Elétrica Brasileira, e ainda segundo o
documento, pelo terceiro ano consecutivo, houve redução da oferta de
energia hidráulica, devido às condições hidrológicas desfavoráveis. 
8 - Trabalho decente e crescimento econômico: "Promover o
crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável,
emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos":
Grá�co 2: Principais metas para saneamento básico no Brasil
Fonte: Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab 2013.
Para garantir emprego principalmente para os jovens sem formação, a
agenda estimula o empreendedorismo, criatividade e inovação, e
incentivar a formalização e o crescimento das micros, pequenas e
médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços �nanceiros"
(ONU,2015). 
9 - Indústria, inovação e infraestrutura: "Promover o crescimento
econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e
produtivo, e trabalho decente para todos":
Buscar incentivar os países para promover as pesquisas cientí�cas, dar
condições para as pessoas ter acesso à internet e assim tenham
conhecimento de todas às novidades tecnológicas de produção, e os
países menos desenvolvidos possam crescer na sua capacidade
produtiva de forma que garanta sustentabilidade. (ONU, 2015). 
10 - Redução das desigualdades: "Reduzir a desigualdade dentro dos
países e entre eles":
Reduzir desigualdades é mais do que promover uma melhor
distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os
privilégios comerciais de nações ricas em relação às mais pobres, mas
também estreitar os laços entre as pessoas que ocupam os territórios
do planeta, sejam elas nativas ou imigrantes. A xenofobia é um
problema grave, causador de diversas violências, e que faz com que
várias pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades
somente por serem de um território ou etnia diferente. (ONU, 2015). 
11 - Cidades e comunidades sustentáveis: "Reduzir a desigualdade
dentro dos países e entre eles":
É visível a urbanidade do mundo, e essa situação ocasiona diversos
problemas ambientais como: doenças, impermeabilização do solo,
acúmulo de lixo, poluição atmosférica, dos recursos hídricos, etc.. 
12 - Consumo e produção responsáveis: "Assegurar padrões de
produção e de consumo sustentáveis":
Com o consumismo e exaustão dos recursos naturais, teremos não
apenas falta de água, mas também com a falta de outros recursos,
como alimentos, minerais, energia, etc. Nesse caso a agenda estimula a
redução da geração de resíduos e reutilização e reciclagem. (ONU,2015). 
13 - Ação contra mudança global do clima: "Tomar medidas urgentes
para combater a mudança do clima e seus impactos":
Apesar da diminuição do aumento do buraco na camada de ozônio,
ainda estamos cada vez mais aumentando o desmatamento a poluição
do ar, que são fatores que in�uenciam diretamente no aquecimento do
planeta.   As metas da Agenda 2030 é aumentar os investimentos dos
países no desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o
desgaste do planeta. (ONU, 2015). 
14 - Vida na água: "Conservar e usar sustentavelmente os oceanos,
os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento
sustentável":
De acordo com a ONU, há 13 mil pedaços de plástico em cada
quilômetro quadrado do oceano. Uma das metas da agenda para este
objetivo é aumentar a conscientização quanto à poluição dos oceanos.
E prevê para 2030 o �m de todas as práticas ilegais de pescaria que
prejudicam o ecossistema marinho. (ONU, 2015). 
15 - Vida terrestre: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável
dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as �orestas,
combater a deserti�cação, deter e reverter a degradação da terra, e
deter a perda de biodiversidade.
Com o aumento dos desastres ambientais diversas regiões do planeta,
como vazamentos de substâncias químicas, rompimento de barragens,
incêndios, a Agenda 2030 tem como meta aumentar a mobilização
para reverter as consequências dessas degradações e também para
prevenir novos desastres. (ONU,2015). 
16 - Paz, justiça e instituições e�cazes: Promover sociedades
pací�cas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável,
proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições
e�cazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
A Agenda prevê que os países combatam a corrupção, a impunidade, as
práticas abusivas e discriminatórias, a tortura, bem como todas as
formas de restrição das liberdades individuais (ONU,2015). 
17 - Parcerias e meios de implementação: Fortalecer os meios de
implementação e revitalizar a parceria global para o
desenvolvimento sustentável
Para que todos esses objetivos se tornem realidade, é importante que
haja relações de parceria e cooperação entre as nações. Por isso, uma
das metas da Agenda 2030 é que os países em melhores condições
�nanceiras ajudem os "países em desenvolvimento a alcançar a
sustentabilidade da dívida de longo prazo, por meio de políticas
coordenadas destinadas a promover o �nanciamento, a redução e a
reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida
externa dos países pobres altamente endividados para reduzir o
superendividamento (ONU, 2015).
O Atlas do
Desenvolvimento Humano
no Brasil
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
O Atlas é uma contribuição ímpar para a avaliação dos ODM, pois seus dados
desagregados vão além das médias, permitindo veri�car o ponto de partida e a
evolução do bem-estar das populações de cada porção do território brasileiro. Trata-
se de um banco de dados georreferenciado, contendo informações
socioeconômicas para os 5.507 municípios brasileiros: são dezenas de indicadores,
tais como população (total, rural, urbana, por gênero, por faixa etária etc.), renda per
capita (individual, familiar, total, oriunda do trabalho, etc.), taxa de alfabetização (por
gênero, raça, faixa etária etc.), taxa de mortalidade, IDH e outros. O software gera
mapas (Brasil, regiões, Estados), per�s municipais, tabelas, análises estatísticas etc., a
partir dos dados censitários (IBGE) de 1991 e 2000 (PNUMA, 2015).
O Projeto do Milênio recomenda uma estratégia global para auxiliar as nações a
mudar o curso contra a pobreza. Usando as metas determinadas pelos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio, as recomendações de políticas feitas pelo Projeto são
centradas em:
Planejamento para o horizonte temporal de 2015;
Busca dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio como metas mínimas nos
países em desenvolvimento;
Especi�cações de como os países doadores devem agir em relação a seus
compromissos de ajuda, comércio e alívio da dívida externa para
coerentemente apoiar os países mais pobres do mundo no alcance dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A maior parte do trabalho do Projeto é levada a cabo por dez forças-tarefa temáticas,
totalizando mais de 250 especialistas de todo o mundo, incluindo: pesquisadores e
cientistas, formuladores de políticas, representantes de ONGs, agências da ONU,
Banco Mundial, FMI e o setor privado.Nos últimos três anos, as forças-tarefa
conduziram extensas pesquisas em suas áreas de perícia, a �m de produzir
recomendações para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A recomendação principal do Projeto do Milênio é a de que os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio devem estar no centro das estratégias nacionais e
internacionais de combate à pobreza. Para que isso aconteça, os países em
desenvolvimento precisam administrar vigorosas “avaliações de necessidades”, para
identi�car em que ponto eles estão posicionados em relação aos Objetivos e quais
as intervenções necessárias para que se entre no eixo para 2015.
Porém, para que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam alcançados, os
países doadores também devem fazer sua parte neste acordo global. Os Objetivos
contêm uma meta especí�ca para que seja estabelecida uma “parceria global para
o desenvolvimento”, que detalha o que é necessário dos países mais ricos para que
seja �nanciada a luta contra a pobreza no mundo em desenvolvimento. Alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio requer um aumento marcante no volume
de Ajuda O�cial ao Desenvolvimento (ODA).
O Brasil tem novo objetivo- Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais sem
oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU
estipulou um nono objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta
pelo cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para
brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo”, e
será levada em conta na análise dos resultados �nais da campanha. Ou seja, só
vamos cumprir os oito objetivos principais se, lá em 2015, brancos e negros estiverem
em condições iguais.
Fonte: As Metas do Milênio da ONU. Disponível em:
http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19.
As descobertas do Projeto demonstram que, nos países em
desenvolvimento, com “estratégias de redução da pobreza baseadas
nos ODM” e em consonância com o compromisso de 0,7% do PIB feito
pelos países desenvolvidos, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
podem ser alcançados, mesmo nos países mais pobres, até 2015
(PNUMA, 2015).
REFLITA
Os animais cumprem um papel muito importante para o equilíbrio do
planeta, pois, são os principais responsáveis pela respiração, fenômeno
capaz de equilibrar a fotossíntese. A fotossíntese precisa de luz solar,
água e gás carbônico para produzir açúcares. Os animais, ao respirarem,
quebram essas moléculas e absorvem a energia armazenada, liberando
a água e o gás carbônico novamente (fundamental para a vida vegetal).
E, embora as plantas também respirem, sua liberação de gás carbônico
é mais lenta. Em um ambiente sem animais haveria uma forte
tendência ao gás carbônico se �xar nas plantas, interrompendo a
fotossíntese e aumentando o efeito estufa produzido pela camada de
gás carbônico.
ACESSAR
http://www.institutoatkwhh.org.br/compendio/?q=node/19
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm
Os problemas ambientais desencadeiam uma série de questionamentos sobre suas
causas e consequências. Essas causas e consequências afetam a relação entre os
homens e deles com a natureza.
O ser humano deve observar os exemplos da natureza e ter a consciência de que a
biosfera tem limites e que estes devem ser respeitados. Sendo necessário repensar
práticas, costumes e padrões de consumo e tecnologias empregadas, pois com os
paradigmas atuais, não haverá planeta su�ciente para manter a sociedade com a
inclusão que ainda precisa ser feita.
Desta maneira, diante da intensa degradação da natureza, medidas urgentes devem
ser tomadas por todos a benefício do homem e do próprio meio ambiente a �m de
minimizar os impactos negativos que tem levado os recursos naturais e a escassez
em nome da melhoria da qualidade de vida.
Estamos cada vez mais questionando o atual modelo de desenvolvimento, por isso
entendemos a necessidade de termos um olhar para o passado compreender a
natureza e aplicar este conhecimento a benefício do homem e da própria natureza.
Segundo Leripio,A relação meio ambiente e desenvolvimento devem deixar de ser
con�itante para tornar-se uma relação de parceria. O ponto chave da questão passa a
ser a necessidade de uma convivência pací�ca entre a boa qualidade do meio
ambiente e o desenvolvimento econômico. (LERIPIO, 2001, p. 2).
A agenda 2030 sinaliza a compreensão por todos de que a humanidade pode e deve
fazer escolhas por trajetórias tecnológicas, sociais, econômicas que maximizem os
ganhos para as Pessoas e para o Planeta, visando a Prosperidade e a Paz, de forma
colaborativa, por meio de Parcerias.
A agenda mostra a necessidade em reduzir a geração de resíduos por meio da
prevenção, redução, reciclagem e reutilização e pensar na imensa oportunidade para
trabalhar em parcerias.
Conclusão - Unidade 1
Importante ressaltar que cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por
causa da fome e muitas delas são crianças e alterar essa situação signi�ca buscar
mudanças no estilo de vida da sociedade. A própria Constituição de 1988 em seu
Preâmbulo, trata da erradicação da pobreza e da marginalização, mas, infelizmente,
temos ainda "um longo caminho a percorrer”.
Garantir o alimento para todos, superar a miséria e a fome, exige mais que esforço, e
sim comprometimento de todos os agentes públicos e privados, atendendo às
exigências e a busca da sustentabilidade social.
Há uma estreita sintonia entre as prioridades da Agenda 21 e os Objetivos e Metas de
Desenvolvimento do Milênio. A Agenda 21 é um importante instrumento para que
temas que são essenciais para a sustentabilidade do desenvolvimento alcancem a
transversalidade necessária nas políticas de governo, como é o caso do meio
ambiente e do próprio combate à pobreza. Os ODM dão �nalidade e direção comuns
aos esforços empreendidos no combate à pobreza, em seu sentido amplo. A
oportunidade de tirar-se o máximo proveito da experiência da Agenda 21 para o
atendimento dos ODM é dada porque do conjunto de instrumentos direcionados à
sustentabilidade do desenvolvimento, possivelmente, a Agenda 21 seja o mais
completo, em termos de setores e temas transversais tratados e, sobretudo, o que
mais permeou os diferentes setores da sociedade níveis de governo. A Agenda 21
constitui-se no principal referencial de princípios e valores que estariam contidos no
conceito de desenvolvimento sustentável. É o canal para envolver a sociedade
(método) e o desenvolvimento social, meio ambiente e desenvolvimento, habitat,
 gênero, direitos humanos etc, já havia um amadurecimento em torno dos princípios
que norteariam o tratamento desses temas em prol do desenvolvimento humano
sustentável. Tratava-se, então, acima de tudo, de estabelecer um acordo em torno dos
grandes objetivos e metas que os países estariam dispostos a cumprir.
Leitura Complementar
Olhando o passado e o futuro: revendo pressupostos sobre as inter-
relações pessoa-ambiente.
O texto examina alguns dos pressupostos que guiaram os primeiros
trabalhos em Psicologia Ambiental e os revisa à luz de perspectivas
contemporâneas. Muitos desses pressupostos continuam a ter
relevância, mas são necessárias algumas modi�cações e acréscimos para
dar conta do desenvolvimento em ideias e pesquisa ao longo dos anos. É
preciso: ir além da pesquisa multidisciplinar, engajando-se no
pensamento interdisciplinar e pesquisa em colaboração com pessoas de
outras disciplinas; ampliar a atenção com as questões éticas; examinar o
papel da tecnologia na vida das pessoas; e reconhecer a natureza
holística das transações pessoa-ambiente levando em consideração a
diversidade criada por idade, gênero, nível de capacidade/incapacidade,
cultura e economia.
ACESSAR
Relações ecológicas - Os tipos de relacionamento entre os seres
vivos.
Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos,
sendo algumas bené�cas e outras prejudiciais para cada um dos
envolvidos. Essasrelações são classi�cadas como positivas, quando há
ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas,
quando há prejuízo pelo menos para um dos envolvidos. Quando
ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, as relações são
denominadas intraespecí�cas e, quando são de espécies diferentes
chamamos de interespecí�ca.
ACESSAR
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-294X2003000200003&script=sci_arttext
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/relacoes-ecologicas-os-tipos-de-relacionamento-entre-os-seres-vivos.htm
Interações Ecológicas
Este texto trás complemento mais abrangente sobre as relações
ecológicas, possibilitando maiores conhecimentos sobre o conteúdo
ministrado neste capítulo.
ACESSAR
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Este texto trás os objetivos do desenvolvimento sustentável
demonstrando suas metas dentro de cada objetivo.
ACESSAR
Novas propostas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS)
Em 2015 termina o prazo estabelecido para o cumprimento das metas
dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que foram
de�nidos na Cúpula do Milênio, da Organização das Nações Unidas
(ONU), no ano 2000, em Nova Iorque.
Atualmente, a ONU está realizando um debate global para de�nir quais
serão as novas metas que substituirão os ODMs, entre 2015 e 2030, e que
vão dar continuidade às decisões da Conferência do Meio Ambiente de
2012, a Rio + 20.
ACESSAR
http://biomania.com.br/artigo/interacoes-ecologicas
http://www.itamaraty.gov.br/images/ed_desenvsust/ODSportugues12fev2016.pdf
http://www.ecodebate.com.br/2014/07/18/novas-propostas-para-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Web
ACESSAR
Web
ACESSAR
https://www.youtube.com/watch?v=SZbMnJ99q3U
https://www.youtube.com/watch?v=SB5jkiM4R8g
Web
ACESSAR
Web
ACESSAR
Web
ACESSAR
https://www.youtube.com/watch?v=_3ejiX6AvLY
https://www.youtube.com/watch?v=tBr6GvbeJvo
https://www.youtube.com/watch?time_continue=116&v=HLOCF_Z9XdY
Referências
ALVES, José Eustáquio Diniz. Os 70 anos da ONU e a agenda global para o segundo 
quindênio (2075-2030) do século XXI. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2075, vol.32, n.3, 
pp. 587-598. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v32n3/0702-3098-
rbepop-32-03-0587.pdf.
ANTUNES, Ricardo L. C. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a 
negação do trabalho. 6. ed. São Paulo: Boitempo, 2002. 
BEGON, Michael, Colin R. Townsende Jonh L. Hasper.Tradução Adriano 
Sanches Ecologia de Indivíduos a Ecossistemas. 4ªEdição. Artmed Editora. 
Porto Alegre, 2007. 
BRASIL, Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. 
Plano Nacional de Saneamento Básico: Mais Saúde com Qualidade de Vida e 
Cidadania. HELLER, L. (coord.). l. ed. Brasília: 2073, 773 p. 
CMMAD - COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E 
DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro Comum, 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora da 
Fundação Getúlio Vargas, 7997 
FREIRE, C. C.; CASTRO, R. G.; MOTOKANE, M. T. O conceito de interações ecológicas em 
livros didáticos de biologia. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, v. 
9, n. 2, p. 737-748, mai/agos, 2076. 
LERIPIO, Alexandre de Ávila. Apostila de Gestão da Qualidade Ambiental. Programa 
de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. UFSC, 2001. 
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Transformando Nosso Mundo: A 
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Nova Iorque, 2075. 
PHILIPPI JR., Caffé, A., ROMÉRO, (ed.). Meio ambiente, direito e cidadania. São Paulo: 
Signus Editora, 2002. 
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO-PNUD. Os 
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. 2075. 
<http://www.pnud.org.br/odm.aspx>. Acesso em: 20 set. 2079. 
Disponível em: 
TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L.; Fundamentos em ecologia. 3 ed. São 
Paulo: Artmed, 2070. 
Unidade 2
Problemas Ambientais
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Introdução
Modernamente, as relações estabelecidas entre os indivíduos e os recursos naturais,
levando-se em conta, como não poderia deixar de ser, fatores como o consumismo
desenfreado, o desenvolvimento capitalista, bem como a expansão populacional,
têm levado o meio ambiente a atual situação de crise.
A interferência desordenada humana no meio ambiente é a grande causadora da
perda da biodiversidade mundial. Desta forma a importância de preservar as plantas
e os animais tem sido cada vez mais discutida na atualidade. Plantas e animais têm
sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana. As matas e �orestas
são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o
bom funcionamento climático.
Desta forma dentre as principais causas da perda de biodiversidade, destacam-se a
destruição de habitat, a introdução de espécies exóticas e uso exagerado de
recursos naturais.
A biodiversidade é ameaçada pela introdução de espécies exóticas. Ao inserirmos
uma espécie nova em um ambiente que não é o seu, ela pode competir com as
outras, predar fortemente algumas espécies, reproduzir-se exageradamente e até
mesmo provocar doenças. Percebe-se, portanto, que essa ação pode provocar a
destruição de algumas espécies, afetando diretamente o equilíbrio daquele
ecossistema.
Consequentemente posterior a estes fatos no Brasil o desenvolvimento de
atividades industriais gerou diversos problemas para a economia, com destaque
para o encarecimento dos alimentos e o agravamento do problema de escassez de
mão de obra. 
Bons estudos!
Problemas Ambientais que
Afetam o Planeta -
Introdução da Relação de
Depredação do Ser
Humano Sobre o Meio
Ambiente
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
Se voltássemos à história, perceberíamos que o homem sempre estabeleceu uma
relação de dominação com a natureza, e com o passar dos tempos, cada geração
viveu em realidades sociais e culturais diferentes. No entanto, a descrição dos relatos
de um passado distante pode favorecer o enriquecimento dos argumentos nas
discussões e re�exões sobre a relação sociedade natureza no tempo e no espaço
buscando impedir a devastação de toda forma de vida no planeta.
Por volta de 1966, o governo criou uma política de incentivos �scais em nome do
desenvolvimento econômico. Na época os agricultores para terem direito de receber
o incentivo �nanceiro para plantar e adquirir equipamentos necessitavam assumir
compromisso de desmatar.
O governo entendia que para desenvolver havia necessidade de desmatamento
para expansão de atividades produtivas e maior obtenção de solo para a
agropecuária, uso das árvores na indústria madeireira e a especulação imobiliária.
Após anos de incentivos à produção e à ocupação de terras, os sinais de destruição
�cam mais claros. Em 1978, a área desmatada chegou a 14 milhões de hectares. Esse
processo de desmatamento trouxe prejuízos ambientais e socioeconômicos muito
signi�cativos como:
A ocorrência de desequilíbrios climáticos com diminuição das chuvas devido à
alteração das áreas de mata e do clima, causando grandes períodos de
estiagem, e redução da umidade relativa do ar, pois com a remoção das
folhagens há uma queda da regulação da temperatura ambiental, deixando-a
mais alta e instável;
Perda de biodiversidade da fauna e �ora nativas e com isso, o equilíbrio
ecológico pode tornar-se ameaçado;
Degradação de mananciais ao remover a proteção das nascentes e prejudicar a
impermeabilização do solo em torno da água;
O esgotamento dos solos com a intensi�cação de processos de erosão e
deserti�cação.
Além dos problemas anteriormente citados, para a sociedade o desmatamento
ainda traz diversos prejuízos como o enfraquecimento do ecoturismo, diminuição
das possibilidades de pesquisas para a área de fármaco, perda qualidade da água,
aumento da resistência a doenças e pragas na agricultura que provém muitas vezes
do cruzamento entre espécies nativas próximas.
Segundo Castro (2005), a exploração de madeiras no Brasil foi responsável pelo
desaparecimento de espécies de árvores e animais que perderam seu habitat.
Para Margulis(2003) a pecuária constitui a principal atividade responsável pela
maior parte do desmatamento.
Nesse sentido, Castro (2007) complementa que uma das principais soluções a serem
adotadas para a preservação do meio ambiente seria a implantação de políticas que
visem o desenvolvimento sustentável, através do fortalecimento do comércio de
carbono.
O desmatamento, também chamado de des�orestamento, nas �orestas brasileiras
começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500.
Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses
iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral
brasileiro, carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado
SAIBA MAIS
Para Franco (2013) a biodiversidade refere-se à quantidade de variedade
biológica animal e vegetal existente em um ecossistema e que
automaticamente constitui a biosfera.
A biodiversidade se desenvolve a partir da inter-relação entre os seres
vivos, seja animal ou vegetal, mais os elementos naturais indispensáveis
ao desenvolvimento da vida, como sol, água, ar, somente como isso
pode haver a proliferação de todo e qualquer tipo de vida.
Exemplos da ação do homem e suas consequências na biodiversidade
do planeta:
Eliminação ou alteração do habitat pelo homem - é o principal
fator da diminuição da biodiversidade. A retirada desordenada da
camada de vegetação nativa para construção de casas ou para
atividade agropecuária altera o meio ambiente. Em média, 90%
das espécies extintas acabaram em consequência da destruição
de seu habitat;
Superexploração comercial - ameaça muitas espécies marinhas e
alguns animais terrestres;
Poluição das águas, solo e ar - estressam os ecossistemas e
matam os organismos;
Introdução de espécies exóticas - ameaçam os locais por
predação, competição ou alteração do habitat natural
ACESSAR
http://www.scielo.br/pdf/his/v32n2/a03v32n2.pdf
europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e
instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir
tecidos.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata
Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as consequências da derrubada
ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo,
empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração
ilegal. Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais
problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país.
Além da derrubada predatória para �ns econômicos, outras formas de atuação do
ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido
também nas chamadas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas
para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o
plantio.
O crescimento das cidades sem que haja planejamento urbano adequado pode ser
causador de vários impactos ambientais. Um dos principais é a retirada de áreas
verdes para a construção de prédios, residências, fábricas e outros tipos de
construção. Com pouca área verde, aumenta muito a poluição atmosférica, além de
ser um fator determinante no aumento de enchentes e alagamentos em períodos
de grande quantidade de chuvas.
O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas
amplas nas cidades e arredores.
Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios
residenciais e polos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando
os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de
grandes faixas de �orestas.
Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e
incêndios �orestais.
Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas
protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as
áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura
irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros a�rmam que muitos incêndios têm
como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias.
Grá�co 1: Desmatamento da Amazônia Legal (1988- 201)
Fonte: Inpe (Instituto Nacional Pesquisas Espaciais). Acesse o link Disponível aqui
Segundo dados do relatório de organizações como Greenpeace (2017) O
desmatamento da �oresta amazônica no Brasil é contínuo, mas o tamanho das
áreas afetadas vive uma rotina de altos e baixos nas últimas duas décadas. A prática
na região já teve crescimento de 29% (entre 2012 e 2013), bem como reduções de até
42% (entre 2008 e 2009).
Segundo Luzzi, (2015) os principais problemas ambientais atuais são:
poluição do ar por gases poluentes gerados, principalmente, pela queima de
combustíveis fósseis (carvão mineral, gasolina e diesel) e indústrias.
Poluição de rios, lagos, mares e oceanos provocados por despejos de esgotos e lixo,
acidentes ambientais (vazamento de petróleo), etc. Essa poluição leva a eutro�zação
que pode ter causas naturais ou ser provocado por uma ação humana negativa nas
águas (causas arti�ciais). Atualmente, tem se tornado um problema ambiental
grave, derivado do aumento do descarte de lixo, esgoto e substâncias químicas,
principalmente nas águas de lagos do Brasil próximos ou dentro de grandes centros
urbanos. Como consequência a água perde sua transparência natural. Em muitos
casos, ela �ca com cor esverdeada ou até azulada. A mudança de coloração é
provocada, principalmente:
Pelo aumento de algas.
Envelhecimento da água represada.
Crescimento da quantidade de vegetais na água (principalmente plantas que
vivem na superfície).
Redução do oxigênio na água.
As mudanças ocorridas no processo eutro�zação pode prejudicar o equilíbrio
ecológico do ecossistema existente nas águas do local, provocando a morte de
peixes e aumento de outras formas de vida como, por exemplo, algas. O aumento de
http://www.inpe.br/
cianobactérias (organismos tóxicos), por exemplo, compromete a qualidade da água
destinada ao abastecimento público.
Outro impacto da atualidade segundo Luzzi (2015) é a poluição do solo provocada
por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte
incorreto de lixo. A Agropecuária tem causado impactos ambientais signi�cativos no
cerrado, no pantanal e na �oresta amazônica. Grandes áreas verdes têm sido
desmatadas para a criação de gado e plantio de soja. Estes problemas têm
prejudicado os ecossistemas destas regiões, além de diminuir as áreas verdes que
deveriam ser preservadas. Alguns climatologistas a�rmam que o desmatamento na
�oresta amazônica pode ocasionar diminuição das chuvas na região sudeste do
Brasil; aumento dos processos de deserti�cação e erosão do solo. Exemplos de áreas
que sofrem com estes problemas no Brasil: Sul da Amazônia, norte do Pantanal
Mato-grossense e norte do cerrado. Assim, há esgotamento do solo (perda da
fertilidade para a agricultura), provocado pelo uso incorreto; utiliza-se de queimadas
em matas e �orestas como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura;
desmatamento com o corte ilegal de árvores para comercialização de madeira;
provocando a diminuição e extinção de espécies animais, provocados pela caça
predatória e destruição de ecossistemas; E não poderíamos deixar de relatar a falta
de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício),
contaminação e poluição dos recursos hídricos;
E o aumento do aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emissão
de gases do efeito estufa entre outros.
Segundo relatório de 2014 da Organização Mundial da Saúde - OMS, em 2012
morreu cerca de Sete milhões de pessoas no mundo por causa da poluição do ar.
Percebe-se que esses problemas estão interligados, todos contribuem para
alteração do clima, consequentemente para o aquecimento global.
O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta devido à
maior absorção da radiação infravermelha térmica na atmosfera. As consequências
são desastrosas, como o degelo, fenômenoque derrete as camadas de gelo e
aumenta o nível dos oceanos, ameaçando, assim, a existência das cidades costeiras.
Atinge também as espécies marinhas. A deserti�cação, alteração do regime de
chuvas, tempestades, furacões, inundações e a redução da biodiversidade são
consequências desse problema, e, sem dúvidas, o aquecimento global é a maior
ameaça à sobrevivência dos seres. (PINOTTI, 2016)
Diminuição da Camada de Ozônio, provocada pela emissão de determinados gases
(CFC, por exemplo) no meio ambiente.
A Mineração é uma atividade causadora de vários impactos ambientais no Brasil. O
pequeno garimpo irregular pode provocar contaminação, principalmente por
mercúrio, nas águas de rios, lagos e também no solo. As grandes empresas
mineradoras também geram impactos ambientais signi�cativos. Além de
removerem áreas verdes, costumam abrir grandes crateras no solo, provocando
alterações na paisagem ambiental.   Exemplos de áreas que sofrem com estes
problemas no Brasil: Pará (extração de bauxita, cobre, manganês, ouro e níquel),
Minas Gerais (extração de ouro e manganês) e Goiás (extração de níquel e cobre).
Outro problema é a destinação dos resíduos dos mais variados processos produtivos
e a escassez e falta de qualidade da água que constitui um importante elemento
para vida dos seres.
Compreender que a destinação �nal adequada dos resíduos, segundo Ibrahin (2014),
inclui a reciclagem, reutilização, a compostagem, aproveitamento energético ou
destinações diferentes admitidas por órgãos competentes, de modo que se evitem
os riscos à saúde pública e minimizar os possíveis impactos ambientais adversos.
A problemática dos Resíduos Sólidos é um tanto complexa, pois envolve diversos
atores de uma sociedade. Para programar ações de melhorias públicas, a população
precisa estar consciente de todo o processo, pois somente assim teremos a
colaboração de todos. Tal conscientização demanda tempo, pois envolve mudança
comportamental e cultural das pessoas, e este é um processo lento.
Para Barbieri, 2011 a escassez é o esgotamento das reservas naturais de água. É
majorada principalmente pelo aumento populacional e industrialização, a exemplo
das faltas de água nas grandes metrópoles. No Brasil, este problema ocorre também
por conta da distribuição natural, haja vista que a região amazônica possui maior
parte dos mananciais, aproximadamente 72%, a região Centro-Sul com 27% e o
Nordeste com apenas 1%, região que sofre com as constantes secas.
REFLITA
Hoje, no mundo todo, as crianças e os adolescentes representam 31% da
população. Eles estão crescendo num mundo mais acelerado do que
aquele vivido por quem hoje possui uma idade superior aos 70 anos,
por exemplo. As informações chegam de forma global mais
rapidamente, e não se pode supor que eles não saibam dos perigos que
corre o planeta Terra. Em ritmo igualmente acelerado, o desmatamento
prossegue, colocando em risco todas as chances que terão de
transformar o mundo para melhor.
ACESSAR
https://www.lbv.org/por-que-e-importante-cuidar-dos-animais-e-do-meio-ambiente
Industrialização e seus
Efeitos
AUTORIA
Sônia Maria Crivelli Mataruco
No Brasil somente no �nal do século XIX e começo do século XX que grandes
fazendeiros de São Paulo que enriqueceram com o café, começaram a investir no
setor industrial de forma signi�cativa, havendo desta forma grande investimento no
desenvolvimento industrial nas grandes cidades da região Sudeste.
Além do capital interno investido pelos cafeicultores, houve a abertura da economia
com incentivos �scais para o capital internacional e muitas nações européias
investiram seu capital na produção agrícola, na urbanização e no extrativismo de
riquezas naturais no Brasil. Diversas multinacionais principalmente montadoras de
veículos, construíram grandes fábricas em cidades como São Paulo, São Bernardo
do Campo, Guarulhos, Santo André, Diadema, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
No século XX, o processo de industrialização e a mecanização da
agricultura muitos trabalhadores rurais migraram para as cidades
atraídos em busca de trabalho nas fábricas e melhores salários, e o
resultado disso foi o êxodo rural do Nordeste para o Sudeste do país. Os
migrantes nordestinos fugitivos da seca do Nordeste e do desemprego
foram em busca de trabalho e melhores condições de vida nas grandes
cidades do Sudeste. (SILVA, 2013, p. 166).
Com a industrialização as cidades consolidaram ainda mais seu poder,
concentraram um número ainda maior de habitantes. Fortaleceram o papel na
condução da vida social das nações.
Esse fato acabou por gerar certo conforto para os empresários que tinham a sua
disposição grande massa de trabalhadores ou mão de obra que poderiam trabalhar
por um preço irrisório, intensi�cando a exploração humana por parte dos detentores
emergentes dos novos meios de produção.
Vale ressaltar que agregado a Revolução Industrial ocorreu também uma Revolução
Agrícola. A utilização de novos métodos agrícolas, rotação de safras, sementes
selecionadas e o surgimento de novos equipamentos agrícolas, produziram um
extraordinário aumento na produção de alimentos.
Grandes proprietários rurais passaram a investir na tecnologia de produção agrícola,
fato que levou a agricultura ter como fonte principal do progresso técnico a
mecanização e o desenvolvimento de produtos químicos e biológicos, optando pela
monocultura, ou seja, uma área de cultivo muito grande com uma mesma espécie.
Outro fato relacionado à migração interna ou ao êxodo rural ocorreu com a
construção de Brasília, no �nal da década de 1950. Muitos migrantes do Norte e
Nordeste do país foram em busca de empregos na região central do país,
principalmente na construção civil. As cidades satélites de Brasília cresceram
desordenadamente, causando vários problemas sociais, que persistem até os dias
de hoje.
Com o advento da revolução industrial tornou-se possível adaptar à máquina a
ferramenta antes empunhada pelo homem. A máquina pode, agora, executar
trabalhos anteriormente executados de forma manual. A habilidade manual deixa
de ser necessária; o trabalhador hábil, especializado, criativo, nos padrões anteriores,
deixa de ter importância. A atividade do operário passa a ser a de vigiar e
acompanhar as operações executadas pela máquina.
Figura 1: Industrialização e seus efeitos
Fonte: Freepik.
Este processo estendeu-se com força durante as décadas de 70 e 80, entretanto
como as cidades não ofereciam infraestrutura adequada aos migrantes, passam a
residir em habitações sem boas condições como favelas e cortiços.
Como os empregos não eram su�cientes para todos, e como agravante a grande
maioria dos imigrantes não possuíam quali�cação necessária para o trabalho
especi�cado, muitos deles partiam para o mercado de trabalho informal, e outros
acabavam incorporando à grande massa dos mendigos.
Outro problema causado pela revolução industrial e consequentemente pelo do
êxodo rural foi o agrupamento de pessoas na mesma área (urbana), aumentando a
violência, principalmente nos bairros de periferia. Como são bairros carentes sem
hospitais e escolas, as populações destes locais acabaram sofrendo com o
atendimento destes serviços. Escolas com excesso de alunos por sala de aula e
hospitais superlotados foram e são as consequências deste fato.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a
diminuição da população local, diminui a arrecadação de impostos, a produção
agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Há casos de
municípios que deixam de existir quando todos os habitantes deixam a região.
Desta forma a disponibilidade de pessoas nas áreas rurais vem diminuindo
constantemente nos últimos anos chegando a taxas de urbanização de até 94% em
alguns estados da região sul e sudeste do Brasil, de acordo com dados do IBGE.  Ou
seja, de cada 100 habitantes, apenas 6 ainda vivem em áreas rurais nestas regiões.
Além disso, à distância entre o campo e as cidades vem se encurtando e o acesso às
tecnologias tem se tornado a cada dia mais evidente.De acordo Antunes (2002) em 2050, 60% da população mundial residirá nas cidades,
realidade muito diferente da década de 50, quando para cada 2 moradores da zona
rural, existia aproximadamente 1 morador das cidades, conforme demonstra o
grá�co abaixo.
Grá�co 2: Êxodo rural no mundo, 1950 - 2030
Fonte: ONU, 2012.
Entretanto, os efeitos da Revolução Industrial no Brasil foram positivos em muitos
aspectos, pois ocorreu um enorme aumento da produtividade, em função da
utilização dos equipamentos mecânicos, da energia a vapor e, posteriormente, da
eletricidade, que passaram a substituir a força animal.
O processo de urbanização in�uiu positivamente em alguns
indicadores nacionais, no decorrer do século XX. Os principais exemplos
foram a queda da mortalidade infantil (que passou da taxa de 150
mortes para cada mil nascidos vivos em 1940 para 29,6 em 2000), o
aumento da expectativa de vida (40,7 anos de vida média em 1940 para
70,5 em 2000), a queda da taxa de fertilidade (6,16 �lhos por mulher em
idade fértil em 1940 para 2,38 em 2000) e o nível de escolaridade (55,9%
de analfabetos em 1940 para 13,6% em 2000). Foi notável também a
ampliação do saneamento e a ampliação da coleta de lixo domiciliar,
mas apesar da melhora referida alguns desses indicadores ainda
deixam muito a desejar. (MARICATO, 2005, p. 01)
Segundo Hobsbawm (1986), a Revolução Industrial foi provedora de conforto e
transformações sociais para aquelas classes onde ocorreram as menores alterações
na sua forma de vida.
Paralelamente, elas receberam os maiores benefícios materiais decorrentes desse
processo.
Esta classe social, tampouco percebeu que estava perturbando a classe operária
com este novo modo de produção. Que a classe média e os que aspiravam esta
condição social �caram satisfeitos com as transformações ocorridas.
Para aqueles que eram pobres, a Revolução Industrial destruiu hábitos de vida sem
que fosse oferecida uma nova condição social. Foi à própria desagregação social.
Era o nascimento de uma sociedade industrial, onde a maioria tinha como única
fonte de renda, o salário. Diferentemente, a sociedade pré-industrial detinha suas
terras e o�cinas artesanais, que de algum modo, suplementava a renda obtida no
trabalho fabril.
Relacionado à questão ambiental, um dos aspectos negativos é que a revolução
industrial trouxe aumento da poluição do ar e dos rios, pois muitas indústrias
passaram a jogar produtos químicos e lixo em rios e córregos. Uso de mão de obra
infantil (na primeira etapa da industrialização). A industrialização trouxe um mundo
de consumo, que convive com a miséria social, com o desprezo e a falta das
condições mínimas, muitas vezes, de sobrevivência. O Brasil possui uma grande
quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza. Assim, por representar
um país subdesenvolvido emergente, a pobreza no Brasil apresenta elevados
patamares.
Para Faleiros 2003, pg. 32
Pobreza é um conceito difícil de de�nir, mas que todo mundo entende
quando se o menciona. Talvez porque cada qual, cada indivíduo sabe
perfeitamente o que seria para ele e sua família uma situação de
pobreza. Para um poderia ser não comer; para outro, vestir-se
pobremente, para um terceiro, baixar seu nível de vida habitual. São
muito imprecisas, portanto, as de�nições habituais sobre a pobreza.
Fala-se que a 'pobreza absoluta' seria aquela em que a pessoa não
pode alimentar-se com o mínimo su�ciente para sua manutenção
�siológica. (FALEIROS, PAULO. 2003, pg. 32)
Para Falcão e Costa, 2014, pg 51 no livro (Brasil sem miséria) a pobreza é entendida
atende por diversos nomes:
Insu�ciência de renda; acesso precário à água, energia elétrica, saúde e
moradia; baixa escolaridade; insegurança alimentar e nutricional;
formas precárias de inserção no mundo do trabalho, entre outros. As
diversas características que traduzem as distintas manifestações da
pobreza têm expressão no território e assim se pode a�rmar que a
miséria tem nome, endereço, cor e sexo e, embora a renda também
seja um indicador de pobreza, trata-se de um mecanismo insu�ciente
para medir o bem-estar. A pobreza se manifesta, sobretudo, em
privação do bem-estar. Com isto, a�rmamos que a pobreza é um
fenômeno multidimensional e, portanto, requer também indicadores
não monetários para seu dimensionamento. (FALCÃO; COSTA, 2014, p.
51).
No ano de 2011 foi anunciada a linha de extrema pobreza o�cial do Plano Brasil sem
miséria: renda familiar per capita de R$ 70 reais – posteriormente atualizada, em
2014, para R$ 77 reais per capita.
A linha de extrema pobreza foi estabelecida com base em parâmetros
internacionais, como a linha do Banco Mundial de US$ 1,25 por dia.
Segundo dados o�ciais do Ministério de Desenvolvimento de Combate à fome,
existiam no Brasil até o ano de 2012 cerca de 16,27 milhões de pessoas em condição
de “extrema pobreza”, ou seja, com uma renda familiar mensal abaixo dos R$70,00
por pessoa.
O grá�co abaixo mostra a evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976.
A medida adotada é o Coe�ciente de GINI¹, tido como padrão internacional para
mensurar a desigualdade de renda. 
¹Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coe�ciente de Gini é um
parâmetro internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda
entre os países.
Grá�co 3: Evolução da desigualdade de renda no Brasil desde 1976
Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisa e Estatística Aplicada).
Quanto menor o Coe�ciente de GINI, menor é a desigualdade de renda dentro de
um país. Para que as pessoas melhorem de vida, e o abismo entre ricos e pobres
diminua, a renda das famílias mais pobres precisam crescer. Mas nada disso é
possível se um país não desenvolver como um todo.
Devido a algumas políticas de combate à desigualdade social promovida nos
últimos anos, a desigualdade social no Brasil vem caindo, chegando em 2012 a níveis
de 1960. Em 2015, o coe�ciente de desigualdade no Brasil atingiu 0,514. (Pnad, 2015).
Vale lembrar que ultrapassar esse valor não signi�ca abandonar a pobreza por
completo, mas somente a pobreza extrema.
Figura 2: Desigualdade de renda no mundo
25 - 30
30 - 35
35 - 40
40 - 45
45 - 50
50 - 55
55 - 60
60 - 66
Sem dados
Gini Index
(Income equality = 0)
Fonte: Banco Mundial (2014).
De acordo com o artigo 3º da Constituição Federal para a erradicação da pobreza e
das desigualdades, objetivo fundamental da República constitucionalizado é
necessário modi�car-se os padrões de relações culturais e econômicas que as
provocam e que aprofundam a exclusão, inclusive as sustentadas pela atividade
estatal na implementação de políticas públicas, na formulação de leis e no
julgamento das demandas levadas aos tribunais, como:
i. construir uma sociedade livre, justa e solidária;
ii. garantir o desenvolvimento nacional;
iii. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
iv. promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
Complementando, JAMUR (2000. P. 18 – 21) a�rma, também, que:
A pobreza extrema e a exclusão social constituem uma violação da
dignidade humana e que devem ser tomadas medidas urgentes para o
conhecimento maior do problema da pobreza extrema e de suas
causas, particularmente aquelas relacionadas ao problema do
desenvolvimento, visando a promover os direitos das camadas mais
pobres, pôr �m à extrema pobreza e à exclusão social e promover uma
melhor distribuição dos frutos do progresso social. É essencial que os
Estados estimulem a participação das camadas mais pobres nas
decisões adotadas em relação às suas comunidades, à promoção dos
direitos humanos e aos esforços para combater a pobreza extrema.
(JAMUR, 200, p. 18 - 21).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 30% das mortes que
acontecem todos os dias estão relacionadas às causas da pobreza extrema, como
fome, diarreia, pneumonia e tuberculose. Morre-se por doenças que poderiam ser
prevenidas e curadas com custo muito baixo.
Famílias que estão na linha da pobreza

Outros materiais