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CAPÍTULO 2 2.1- DEFINIÇÕES E BREVE HISTÓRICO O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, “é um sistema de transporte coletivo de passageiros que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável, segura e eficiente por meio de infraestrutura segregada com prioridade de ultrapassagem, operação rápida e frequente, excelência em marketing e serviço ao usuário”. (NTU, 2014) “BRT é um termo geral utilizado para sistemas de transporte urbano com ônibus, ou seja, sistema de ônibus de alta capacidade, onde melhorias significativas de infraestrutura, veículos e medidas operacionais resultam em uma qualidade de serviço mais atrativa.” (JAIME LERNER e NTU, 2009) “O sistema BRT não propõe apenas uma mudança na frota ou na infraestrutura do transporte público coletivo. Mas sim um conjunto de mudanças que juntas formam um novo conceito de mobilidade urbana. A implementação de sistemas de trânsito de alto desempenho, eficientes e ecologicamente sustentáveis consta mundialmente da agenda política de planejadores urbanos e ambientais. Nesse sistema deve ser realizada a substituição permanente do trânsito individual por um atrativo transporte coletivo, promovida a segurança e a proteção para os seus passageiros, a redução de CO² bem como a diminuição de congestionamentos.” 1 (NTU, 2014) Essas definições indicam que o BRT se distingue do sistema de ônibus convencional. De fato, as definições tendem a sugerir que o sistema de BRT tem muito mais em comum com sistemas ferroviários, sobretudo em termos de desempenho operacional e serviço ao usuário. BRT incorpora os aspectos mais valorizados pelos usuários de VLT e metrô e faz com que esses atributos se tornem acessíveis para um número maior de cidades devido ao seu menor custo. Sistemas de BRT também diferem-se entre si por diversos fatores, entre eles: (1) faixas de velocidade de tráfego; (2) tamanhos de veículos; (3) tipos de combustíveis, (4) faixas de demanda (2 a 45 mil pessoas/hora/sentido); etc. (ARIAS e BRASIL, 2007). 1 Para isso, não há nada mais adequado do que soluções BRT, realizáveis a médio e longo prazo com investimento moderado. São conceitos que se integram homogeneamente nas estruturas urbanas, em tempo hábil como solução plena ou também por etapas. (NTU, 2014) OS PREDECESSORES DO BRT A história do BRT nos revela a variedade de esforços no passado, em melhorar a experiência do transporte público para o usuário. Ainda que atualmente o desenvolvimento do BRT seja creditado à abertura do sistema de Curitiba em 1974, houve muitos esforços antes de Curitiba que ajudaram a estabelecer o sistema. Ao mesmo tempo, o BRT também se beneficiou muito das características de sistemas ferroviários urbanos de alta qualidade. Sob muitos aspectos, o BRT concentrou conceitos dos sistemas de metrô ferroviário urbano e dos sistemas ferroviários leves, oferecendo uma experiência de qualidade e custos menores ao usuário. (ARIAS e BRASIL, 2007). “As origens do conceito de BRT podem ser remontadas a até 1937, quando a cidade de Chicago delineou seus planos para converter três linhas férreas dentro da cidade em corredores de ônibus expressos. Vias de ônibus exclusivas foram desenvolvidas para muitas outras cidades nos EUA, incluindo: Washington, DC (1955-1959), St. Louis (1959) e Milwaukee (1970) (Levinson et al.,2003). Entretanto, a implementação real de medidas de prioridade de ônibus não ocorreu até os anos 60 com a introdução do conceito de “faixa de ônibus”. Em 1963, faixas de ônibus expressas no contra-fluxo foram introduzidas na área da cidade de Nova Iorque. Um ano depois, em 1964, a primeira faixa de ônibus “no fluxo” foi implementada em Paris.”2 “Em 1966, a primeira via de ônibus no canteiro central apareceu nos EUA (em St. Louis) e na Bélgica (em Liege), como resultado da conversão de sistemas de bonde para o uso de ônibus. Em 1969, a primeira via de ônibus de alta velocidade foi construída nos Estados Unidos, com a abertura da primeira seção de 6,5 quilômetros da “Busway” da Rodovia de Shirley na Virgínia do Norte. Em 1971, a cidade de Runcorn (Reino Unido) abriu um corredor de via de ônibus que também atuou como catalisador para um novo desenvolvimento da cidade.”3 “A primeira via de ônibus em um país em desenvolvimento foi empregada em Lima (Peru) com a introdução de 1972 da via de ônibus básica, dedicada, conhecida como “Via 2 (ARIAS e BRASIL, 2007) p. 23 - 24 3 (ARIAS e MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2008) p. 23 - 24 Expressa”. A Via Expressa abrange a distância de 7,5 km e ainda oferece um serviço dinâmico, embora básico, para a área. A primeira rua “exclusiva para ônibus” também foi em 1972, com a conversão da Rua Oxford em Londres, uma rota principal de tráfego, em uma rua “exclusiva para ônibus e táxis”. Um ano depois, em 1973, a via de ônibus “El Monte” com 11 quilômetros foi desenvolvida em Los Angeles (Figura).” (ARIAS e BRASIL, 2007) Figura 2- Evolução do Transporte público / Fonte: (ARIAS e BRASIL, 2007) SUCESSOR O sistema de ônibus de alta capacidade, operando em pista exclusiva e outras características que definem o sistema de BRT, surgiu em 1974 com a implantação dos primeiros 20 km de vias exclusivas para “Ônibus Expressos” na cidade de Curitiba4. 4 Para entender mais, ver capítulo 2.3- OS SISTEMAS EFICIENTES – Curitiba. Figura 1 – A via de ônibus na Rodovia de Shirley em Arlington (EUA), um dos primeiros esforços de vias de ônibus no canteiro central. / Fonte: (ARIAS e BRASIL, 2007) Figura 2 – Um anúncio tentando convencer motoristas a trocar seus carros pela Via de Ônibus de El Monte em Los Angeles (“O último a ficar é um motorista”). / Fonte: (ARIAS e BRASIL, 2007) Pelos benefícios que esse sistema proporciona: linhas troncais de alta capacidade aliadas à flexibilidade oferecida pela integração em terminais especiais, e a rapidez e baixo custo da construção para a tecnologia de ônibus, “o conceito de BRT difundiu-se e tem sido adotado por inúmeras cidades. Entre as cidades pioneiras destaca-se Adelaide, Austrália, que em 1986 introduziu o sistema de ‘O-Bahn Busway’, um sistema de ônibus guiado de 12 km, substituindo um projeto de VLT”. (JAIME LERNER e NTU, 2009). “Outras cidades tomaram a iniciativa de sobrepor um sistema de BRT na rede de transporte local, modificando também a organização institucional do transporte urbano, com a criação de novas empresas. Em 1994 sistema de BRT semelhante ao de Curitiba foi implantado em Quito, com ônibus elétricos; e em janeiro de 2001 a cidade de Bogotá iniciou a implantação de uma grande rede de BRT. A linha mais carregada atinge hoje a capacidade de 42.000 pass/h/s.” (JAIME LERNER e NTU, 2009) Segundo Lerner (2009)5, em 2004 foi implantado o primeiro sistema de BRT da Ásia, em Jacarta, Indonésia, operando como empresa semiestatal e aproveitando os terminais existentes de micro-ônibus como forma de alimentação. Ele também afirma que o primeiro sistema de BRT da América do Norte foi inaugurado em 2005 na Cidade do México, e em 2008 a cidade de Istambul, Turquia, implantou um sistema de BRT guiado com recursos eletrônicos e sem a necessidade de intervenção do motorista. O ano de 2008 também viu a inauguração de diversos sistemas de BRT em cidades médias da China. 2.2- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS BRT pode ser mais precisamente definido através de uma análise das características oferecidas pelo sistema. Enquanto alguns sistemas atingiram o status de sistemas de BRT completos, o reconhecimento dos elementos básicos pode ser importante paraos projetistas e desenvolvedores do sistema. Segundo Arias (2007), os elementos que constituem o conceito de BRT incluem: o Operações eficientes: serviços rápidos e frequentes entre as principais origens e destinos; ampla capacidade para demanda de passageiros ao longo dos corredores; embarques e 5 (JAIME LERNER e NTU, 2009) desembarques rápidos; cobrança e controle de pagamento antes do embarque; integração tarifária entre linhas, corredores e serviços alimentadores. o Arranjos institucionais e de negócio eficazes e transparentes: entrada no sistema restrita a operadores prescritos, sob uma estrutura administrativa e de negócios reformada; licitação competitiva e processos transparentes na premiação de contratos e concessões; sistema de cobrança de tarifas operado e gerenciado por entidade independente; fiscalização do controle de qualidade por uma entidade/agência independente. o Infraestrutura de qualidade: vias segregados de ônibus ou faixas exclusivas; rede integrada de corredores e linhas; estações modernas que propiciam acesso em nível ao veículo; estações especiais e terminais que facilitam a integração física entre linhas troncais; melhoramentos o espaço público próximos ao sistema BRT. o Tecnologia sofisticada: tecnologias veiculares de baixos ruídos e emissões de gases; cobrança e verificação de tarifas automatizadas; sistema de gerenciamento por controle centralizado, utilizando aplicações de Sistemas de Tráfego Inteligente, tais como localização automática de veículos; prioridade semafórica ou separação física nas intersecções. o Excelência em marketing e serviço ao usuário: sistema com identidade de mercado distinta; excelência em serviços ao usuário e oferecimento de utilidades essenciais aos usuários; facilidade de acesso entre o sistema e demais opções de acessibilidade urbana (bicicletas, táxis, etc.); providências especiais para facilitar o acesso aos portadores de necessidades especiais como crianças, idosos e deficientes físicos. E para a realização de um sistema de BRT bem sucedido, o Manual de BRT (Brasil, 2007) detalha seis grandes áreas de planejamento: Tabela 1 - seis grandes áreas de planejamento para um sistema de BRT bem sucedido. ÁREAS DE PLANEJAMENTO PARA A REALIZAÇÃO DE UM SISTEMA DE BRT I Preparação do Projeto 1. Início do projeto 2. Tecnologias de transportes públicos 3. Configuração do projeto 4. Análise de demanda 5. Seleção de corredores 6. Comunicações II. Projeto Operacional 7. Projeto de rede e linhas 8. Capacidade e velocidade do sistema 9. Interseções e controle de semáforos 10. Serviço ao usuário III. Projeto Físico 11. Infraestrutura 12. Tecnologia IV. Integração 13. Integração modal 14. Integração com gerenciamento de demanda e uso do solo V. Plano de Negócios 15. Estrutura institucional e de negócios 16. Custos operacionais e tarifas 17. Custeio e financiamento 18. Marketing VI. Avaliação e Implementação 19. Avaliação 20. Plano de Implementação Fonte - (ARIAS e BRASIL, 2007) De acordo com Levinson et al., (2003, p. 13), citado pelo Manual de BRT (2008, p. 13), destacam-se sete principais componentes de sistema de BRT: “1. Vias, 2. Estações, 3. Veículos, 4. Serviços, 5. Estrutura de Linhas, 6. Cobrança e 7. Sistemas de Tráfego Inteligentes”. Para se qualificar como um BRT, cada um desses fatores deve ser elevado a um nível de qualidade muito além daqueles conhecidos em serviços convencionais de ônibus. Nesse caso, um “BRT completo” é definido pelos sistemas com o mínimo de: Vias segregadas ou faixas exclusivas na maioria da extensão do sistema troncal/corredores centrais da cidade; Existência de uma rede integrada de linhas e corredores; Estações modernas, com conveniências, conforto, seguras e abrigadas; Estações oferecem acesso em nível entre a plataforma e o veículo; Localização das vias de ônibus no canteiro central, em vez de ao lado das calçadas; Cobrança e controle de tarifas antes do embarque; Estações especiais e terminais para facilitar a integração física entre linhas troncais, serviços alimentadores e outros sistemas de transporte de massa (se aplicável); Integração física e tarifária entre linhas, corredores e serviços alimentadores; Entrada no sistema restrita a operadores prescritos, com uma estrutura administrativa e de negócios renovada (sistema “fechado”); Distinta identidade de mercado; A lista de características a seguir, apresenta os elementos de maior sucesso encontrados nos sistemas de BRT implementados até hoje: Tabela 2 – características de BRT / Fonte (ARIAS e BRASIL, 2007) 1. INFRAESTRUTURA FÍSICA 1 Vias de ônibus segregadas ou faixas exclusivas, predominantemente no canteiro central da via; 2 Existência de uma rede integrada de corredores e linhas; 3 Estações modernas que apresentam instalações de amenidades e conveniência, conforto, segurança e abrigo contra intempéries do tempo; 4 Estações que propiciam acesso em nível ao veículo (veículo e a plataforma na mesma altura, sem degraus); 5 Estações especiais e terminais que facilitam a integração física entre linhas troncais e serviços alimentadores e outros sistemas de transporte em massa (quando aplicável); 6 Melhoramentos no espaço público próximo ao sistema BRT. 2. OPERAÇÕES 7 Serviços rápidos e frequentes entre as principais origens e destinos; 8 Ampla capacidade para demanda de passageiros ao longo do corredor; 9 Embarques e desembarques rápidos; 10 Cobrança e controle de pagamento antes do embarque; 11 Integração tarifária entre linhas, corredores e serviços alimentadores. 3. ESTRUTURA INSTITUCIONAL E DE NEGÓCIOS 12 Entrada no sistema restrita a operadores prescritos, sob uma estrutura administrativa e de negócios reformada (i.e.,“sistema fechado”); 13 Licitação competitiva e processos completamente transparentes na premiação de contratos e concessões; 14 Gerenciamento eficiente resultando na eliminação ou minimização de subsídios do setor público para a operação do sistema; 15 Sistema de cobrança de tarifas operado e gerenciado por entidade independente; 16 Fiscalização do controle de qualidade por uma entidade/agência independente. 4. TECNOLOGIA 17 Tecnologias veiculares de baixas emissões; 18 Tecnologias veiculares de baixos ruídos; 19 Cobrança e verificação de tarifas automatizada; 20 Sistema de gerenciamento por controle centralizado, utilizando aplicações de Sistemas de Tráfego Inteligentes (ITS), tais como localização automática de veículos; 21 Prioridade semafórica ou separação física nas interseções. 5. MARKETING E SERVIÇO AO USUÁRIO 22 Sistema com identidade de mercado distinta; 23 Excelência em serviços ao usuário e oferecimento de utilidades essenciais aos usuários; 24 Facilidade de acesso entre o sistema e demais opções de mobilidade urbana (tais como caminhadas, bicicletas, táxis, transportes alternativos, motorizado particular, etc.); 25 Providências especiais para facilitar o acesso para portadores de necessidades especiais como crianças, velhos e pessoas com deficiência física. 26 Mapas de linhas, sinalização e/ou painéis de informação em tempo real, claros e visíveis dentro das estações e/ou veículos. Não é objetivo deste trabalho descrever e analisar cada um desses itens citados, apresentam-se aqui apenas para detalhar mais a abrangência do BRT. 2.3- OS SISTEMAS EFICIENTES Baseado nas definições de Sistema de BRT, descritas pelo “Manual de BRT”, até o ano de 2006, existiam apenas dois verdadeiros sistemasde “BRT completos” no mundo: Curitiba (Brasil) Bogotá (Colômbia) A tecnologia dos sistemas de transportes com operação exclusiva em corredores de ônibus (Sistema BRT) proporciona alta qualidade, rapidez, conforto e eficiência, com redução de custos operacionais na infraestrutura de mobilidade e acessibilidade urbana. Pode ser muito mais barato do que a de sistemas com capacidade semelhantes, como os de veículos leves sobre trilhos (VLT) e mais econômica do que as tecnologias metroviárias, por exemplo. Os BRTs tiveram por antecessoras as cidades de Curitiba(Brasil) e Bogotá (Colômbia), e estão implantados em mais de 40 cidades de seis continentes. (ARIAS e BRASIL, 2007) BRT DE CURITIBA6 HISTÓRIA O ônibus, em Curitiba, faz parte do cotidiano da população. O Sistema de transporte coletivo de passageiros resulta do Plano Diretor da cidade e é utilizado como indutor do crescimento ordenado da cidade. Promove a integração entre as funções e serviços urbanos, aproximando a casa do trabalho, dos equipamentos urbanos e sociais, do comércio, dos serviços e do lazer. (URBS, 2014) Em 1955 Curitiba tem sua primeira regulamentação do serviço de transporte coletivo de passageiros através do Decreto 503/55, que deu origem à concessão para 13 empresas operadoras. A cidade era atendida por 50 ônibus e 80 lotações. (URBS, 2014) Já em 1966 era aprovado o Plano Diretor de Curitiba, pela Lei 2828. O planejamento urbano e sua aplicação passam a ter base no tripé Uso do Solo, Sistema Viário e Transporte Público, pensados juntos. (URBS, 2014) Em meados da década de 70 o transporte coletivo de Curitiba já não atendia à demanda de passageiros. Foi nesse momento que o então prefeito e urbanista da cidade, Jaime Lerner, estava prestes a criar um projeto que tornaria a cidade de Curitiba modelo para o Brasil e o mundo. (LIMA, 2011) 6 Onde não há citações nesse tópico “BRT de Curitiba”, os dados foram retirados de (URBS, 2014) O conceito do projeto consistia em uma via exclusiva para a circulação dos ônibus e com suas marginais para circulação de veículos. As canaletas ligavam os extremos norte e sul ao centro da cidade. O projeto foi realmente implementado em 1974 e essa categoria de transporte rápida e segura foi “apelidada” de expresso, assim dando maior complexidade a grade de opções existente na época para o transporte coletivo brasileiro. (LIMA, 2011) Desde o primeiro sistema de ônibus expresso em 1974, Curitiba sempre está adaptando seu transporte coletivo para atender à necessidade e demanda da sua população. Até a criação do então Sistema BRT em 1992 surgiram diversas soluções como os interbairros (1979); ônibus articulados (1984) e o ligeirinho (1991) com as estações tubo e o embarque em nível, que também virou as estações do Expresso Biarticulado em 1992. As características iniciais do projeto foram mantidas e foram incluídas diversas melhorias, como a estação tubo, maior capacidade de passageiros e maior probabilidade de crescimento da cidade como um todo. (LIMA, 2011) Em 1996 o transporte coletivo de Curitiba já estava em pleno desempenho se fossem atendidos somente os habitante da cidade, mas como em toda grande metrópole, a região metropolitana tem maior participação nos postos de trabalho da capital e assim se adequar as necessidades, logo foi criada a Rede Integrada de Transporte – RIT que levou todos os benefícios do transporte da capital para grande parte da região metropolitana, as empresas já existentes foram credenciadas e também puderam realizar a integração dentro dos terminais da capital. (LIMA, 2011) Atualmente o sistema possui algumas falhas, porém o sistema do BRT Curitibano está muito à frente se comparado com outros modelos de transportes coletivos utilizados em grandes cidades, mas ainda não deixa de servir de modelo para o Brasil e todo o mundo. INFRAESTRUTURA O Sistema Integrado de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana garante a integração físico-tarifária de alguns municípios da Grande Curitiba. Sua estrutura define a RIT – Rede Integrada de Transporte. As linhas da RIT são caracterizadas por cores e capacidade dos veículos. A RIT permite ao usuário a utilização de mais de uma linha de ônibus com o pagamento de apenas uma tarifa. O processo de integração ocorre a partir de terminais de integração onde o cidadão pode desembarcar de uma linha e embarcar em qualquer outra dentro daquele espaço sem um novo pagamento. Ao todo, são 14 cidades interligadas por esta rede de linhas que proporciona ampla mobilidade a mais de 2 milhões de pessoas diariamente. (URBS, 2014) Segundo a Companhia de Urbanização e Saneamento de Curitiba (2014), essa Rede Integrada de Transporte de Curitiba possui as seguintes características: Integração com o uso do solo e sistema viário, configurando uma crescimento linear; Ampla acessibilidade com o pagamento de uma única tarifa; Prioridade do transporte coletivo sobre o individual; Caracterização tronco/alimentador; Terminais de integração fechados; 81 km de canaletas, vias ou faixas exclusivas, caracterizando corredores de transporte; Terminais fora dos eixos principais ampliam a integração. Abrangência metropolitana. SISTEMA TRINÁRIO DE VIAS Canaleta central exclusiva para a circulação das linhas expressas (transporte de massa) e duas vias lentas para acesso às atividades lindeiras. A via exclusiva confere ganhos significativos para a velocidade operacional das linhas expressas. Duas vias paralelas à via central com sentido único, situadas a uma quadra de distância do eixo, destinadas às ligações centro-bairro e bairro-centro, para a circulação dos veículos privados. Os corredores de transporte coletivo, componentes dos sistemas trinários, são elementos referenciais dos eixos estruturais de desenvolvimento, pois: Ordenam o crescimento linear da cidade; Caracterizam as maiores densidades demográficas; Priorizam a instalação de equipamentos urbanos; Concentram a infraestrutura urbana; Definem uma paisagem urbana própria; Traduzem os mecanismos do planejamento integrado do uso do solo; Ordenam o sistema viário e o transporte coletivo; A Retenção de destinos em 1974, 92% dos usuários se deslocavam até a região central de Curitiba. A partir de 2003, apenas 30% dos usuários têm como destino o centro da cidade. (URBS, 2014) Dentro do processo de evolução do sistema, Curitiba iniciou um programa de obras para melhorias nas vias exclusivas, viabilizando a criação de uma terceira pista junto às estações intermediárias, que tem por objetivo criar uma área de ultrapassagem nestes pontos. Estas alterações permitiram a implantação de uma linha direta que percorre o mesmo corredor que a linha original, porém sem paradas nos pontos intermediários, somente nos terminais e área central da cidade. (URBS, 2014) ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA Figura 3: Rede Integrada de Transporte (RIT) / Fonte: (URBS, 2014) TERMINAIS DE INTEGRAÇÃO São equipamentos urbanos que permitem a integração entre as diversas linhas que formam a Rede Integrada de Transporte de Curitiba (expressas, alimentadoras, linhas diretas e interbairros); Possibilitam a implantação de linhas alimentadoras mais curtas, com melhor atendimento aos bairros, ampliando o número de viagens a partir da diminuição do tempo de percurso; A concentração de demanda nestes espaços facilita a substituição de modal nos corredores; Os terminais promovem ainda a estruturação dos bairros, concentrando atividades diversas no seu entorno. CATEGORIAS DE LINHAS Expresso Ligeirão - São operadaspor veículos biarticulados de 28m na cor azul, em canaletas exclusivas com número reduzido de paradas. Proporcionam deslocamentos mais rápidos. Embarque e desembarque são feitos em nível em Terminais e Estações Tubo. Expresso - São operadas por veículos tipo biarticulados, na cor vermelha que ligam os terminais de integração ao centro da cidade, através das canaletas exclusivas. Embarques e desembarques são feitos em nível nas estações tubo existentes no trajeto. Linha Direta (Ligeirinho) - Operam com veículos tipo padron, na cor prata, com paradas em média a cada 3 km, com embarque e desembarque em nível nas estações tubo. São linhas complementares, principalmente das linhas expressas e interbairros. Interbairros - São operados por veículos tipo padron ou articulados, na cor verde, que ligam os diversos bairros e terminais sem passar pelo centro. Alimentador - São operadas por veículos tipo micro, comum ou articulados, na cor laranja, que ligam terminais de integração aos bairros da região. Troncal - Operam com veículos tipo padron ou articulados, na cor amarela, que ligam os terminais de integração ao centro da cidade, utilizando vias compartilhadas. LINHAS ESPECIAIS Circular Centro - Operada com veículo tipo micro-ônibus, atende os principais pontos atrativos da região central de Curitiba, tais como praças, shoppings, Rodoviária e Biblioteca Pública. Apresenta tarifa diferenciada. Convencional - Operam com veículos tipo micro ou comum, na cor amarela, que ligam os bairros ao centro, sem integração. Interhospitais - Liga os principais hospitais e laboratórios em um raio de2,5 km da área central, com saídas da Rodoferroviária. Linha Turismo - Com saída do centro, passa pelos principais parques e pontos turísticos da cidade (tarifa diferenciada). SITES - Sistema Integrado de Transporte do Ensino Especial. Atende aos alunos da rede de escolas especializadas para deficientes físicos e/ou mentais de Curitiba, sem custo para eles. EVOLUÇÃO DA RIT Figura 4 - Evolução da Rede Integrada de Transporte – Fonte: (URBS, 2014) GESTÃO E OPERAÇÃO DO SISTEMA Compete à URBS - Urbanização de Curitiba S.A., a regulação, o gerenciamento, a operação, o planejamento e a fiscalização do Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Curitiba – PR. A partir do Convênio firmado com o Governo do Estado do Paraná em1996, a URBS assumiu as mesmas funções no âmbito do transporte coletivo metropolitano. Entre as atribuições da URBS estão: Contratar as empresas operadoras; Definir itinerários, pontos de paradas e horários; Determinar tipos e características dos veículos; Vistoriar a frota e fiscalizar os serviços; Calcula tarifa técnica; Controlar a quilometragem rodada e passageiros; Gerenciar o Cartão Transporte. Dentre outras atribuições: Adquirir a frota de ônibus de acordo com as determinações da URBS Contratar e remunerar pessoal de operação (motoristas, cobradores, etc) Manutenção e limpeza dos veículos Executar as ordens de serviços encaminhadas pela URBS RESUMO OPERACIONAL Fonte 1: (URBS, 2014) SISTEMA DE CONTROLE Com o objetivo de melhorar a eficiência do sistema de transporte, o CCO – Centro de Controle Operacional foi um marco na modernização do transporte público e compõe o SIM – Sistema Integrado de Mobilidade, cuja estrutura, ainda inacabada, formará um núcleo de comando de operações online, permitindo a gestão integrada do transporte e do trânsito na cidade, de forma sistematizada. Os equipamentos CFTV’s (Circuitos Fechados de TV), PMV’s (Painéis de Mensagens Variáveis), Conectividade por Fibra Óptica e demais equipamentos e softwares específicos instalados em terminais, estações-tubo e vias públicas, contribuem expressivamente para o melhoramento da gestão e controle do serviço, na medida em que o sistema permite uma comunicação direta com os operadores e usuários do transporte público, cujas ações acontecem de forma estruturada e planejada. Além disso, através de consoles instalados no interior dos ônibus, em telas de LCD, que compõem a frota de transporte do sistema de BRT de Curitiba, os motoristas visualizam os horários pré-definidos a serem cumpridos, podendo inclusive controlar atrasos ou adiantamentos de horários, além de receber informações relativas a desvios de itinerário necessários em função de acidentes e/ou obras. Para URBS (2014), é possível acompanhar a localização de cada um dos ônibus através de um módulo GPS integrado (Sistema de Posicionamento Global) e, assim, informar em tempo real ao usuário do transporte o tempo previsto de chegada desses veículos ou quaisquer alterações na sua rota ou horário, através dos painéis instalados nos terminais e estações-tubo. Igualmente é disponibilizado um sistema de circuito fechado com 622 câmeras e 694 painéis com informação aos usuários do transporte coletivo da RMC, instalados no interior dos Terminais e Estações Tubo. No que se refere à fiscalização do serviço de transporte, PDA’s (Personal Digital Assistant) a disponibilização a todo o quadro de fiscais da URBS - Companhia de Urbanização e Saneamento de Curitiba – e que permitir o acompanhamento online da operação do Sistema de Transporte, bem como o registro das ocorrências em tempo real. (URBS, 2014) BOGOTÁ (COLÔMBIA)7 7 Os dados obtidos nesse tópico estão datados no site da Empresa de Transporte Terceiro Milênio SA Nesse tópico abordaremos as características mais relevante do sistema de BRT de Bogotá, o TransMilenio. Será abordado um breve histórico do seu surgimento, sua infraestrutura, seu sistema de coleta, sua operação e o sistema de controle. HISTÓRIA De acordo com TransMilenio SA (2013), o início da história do brt de Bogotá se dá em 1967, onde havia 2.679 ônibus em Bogotá que transportaram uma média de 1.629.254 passageiros por dia. Nesta época, quando a cidade era um pouco mais de um milhão de pessoas e tinha 8.000 hectares de extensão, o serviço era razoável e relativamente confortável. Todavia, a medida que a cidade cresceu chegando a mais de cinco milhões de habitante em uma área superior à 30.000 hectares, não só um aumento substancial da frota de mais de 20.000 veículos, mas a desordem, o caos se multiplicaram, a ineficiência, dificuldade e poluição. (TRANSMILENIO SA, 2013) Desde os anos 60 a 90, o transporte público de Bogotá, em sua maioria, era de iniciativa privada, desordenado, desconfortável, caro e insustentável, e que desde meados dos anos 80 e, principalmente, no final do 90, estava em crise. Contudo, esta crise é o resultado da simples expansão da cidade, o crescimento da população, da frota e manutenção da infraestrutura rodoviária e da época. Desde 1988 eram apresentadas propostas para solucionar o problema do transporte público, com resultados limitados. Porém durante o período de 1995 a 1997 que o prefeito Antanas Mockus falou várias vezes sobre a possibilidade de criação de um sistema de transporte de massa que iria ajudar a resolver o problema de mobilidade em Bogotá. Só no ano 2000 que foi incluído, no programa governamental de Enrique Peñalosa, em sua agenda, um projeto prioritário a oferece uma solução para o problema do transporte público Bogotá. Logo, a implementação do plano de desenvolvimento que se desenvolveria seria em termos específico para o projeto do sistema de transporte de massa, em seguida, a construção de uma infraestrutura peculiar, específico e exclusivo para o seu funcionamento, a parti de corredores troncais especializados, equipados com pistas de uso exclusivo, estações, pontes, ciclovias,praças e acesso especiais a pedestres, destinadas a facilitar o uso do sistema para o usuário. Assim, de acordo TransMilenio AS (2013), e com base em estudos realizados durante a primeira gestão do prefeito Antanas Mockus pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), que determinou que o metrô não foi a opção mais conveniente, no curto prazo, por apenas quinze ou vinte anos exigiria uma linha, e que o seu custo é dez vezes maior do que a alternativa de ônibus articulados, decidiu-se, como a solução para o problema da criação de um sistema de transporte público TransMilenio, com base em quatro pilares 1. O respeito pela vida, representado em um serviço conveniente, seguro e moderno. 2. Respeite o tempo das pessoas, com um sistema de transporte que atenda a padrões mínimos de qualidade em termos de rotas e tempo de viagem. 3. Respeito a diversidade cidadão, pois se converteria em um sistema de transporte em que se convirjam as diferentes classes sociais, sem preferência de nenhuma classe e, pelo contrário, tratamento igualitário. 4. Qualidade internacional, atendendo as exigências mínimas estabelecidas pela engenharia de transportes para fornecer um serviço conveniente, segura e eficaz. O Conselho Bogotá aprovou o projeto para a criação do sistema, criando em conjunto com outras entidades do distrito, a Empresa de Transporte Terceiro Milênio SA TRANSMILENIO no dia 13 Outubro de 1999, como uma empresa, a forma de anónima comercial com contribuições do público. Ela é encarregada de coordenação, planejar, gerenciar e controlar o fornecimento de transporte público urbano de passageiros. Assim foi inaugurado, em 18 de dezembro de 2000, começou a operar a primeira rota com 14 ônibus das ruas de Caracas. (TRANSMILENIO SA, 2013) De acordo com a TRANSMILENIO AS (2013), o sistema tem atualmente 115,5 quilômetros de vias em operação em 11 vias troncais, 131 estações 9 terminais e 9 pátio de garagens. Mobilizados em média 1.926.985 passageiros por dia, cobrindo 30% da demanda por transporte público em Bogotá. Além disso, o sistema está em serviço com nove bicicletários e 2.187 posto no total seguro, confortável e acessível a todas as pessoas que usam bicicletas como uma alternativa de transporte para espaços de mobilidade diária. Deste modo, os benefícios do sistema TransMilenio para a cidade e seus habitantes são inegáveis: há menos poluição e mais segurança; marcadamente melhorados seções da cidade que foram seriamente danificadas; a taxa de acidentes diminuiu o tempo de viagem foi reduzido e a qualidade de vida de todos os cidadãos melhorou, ou seja, o upgrade do transporte público traz não só a diminuição do tempo de viagem assim como outras coisas, mais também o desenvolvimento do meio urbano/social como um todo. (TRANSMILENIO SA, 2013) INFRAESTRUTURA8 No transporte motorizado nas ruas de Bogotá são feitas cerca de 2.057.815 viagens, os veículos particulares são responsáveis por 24% do total de viagens e 17.335 de ônibus, vans, micro-ônibus e ônibus do Sistema TransMilenio (alimentadores, articulados e biarticulados), que mobilizam 69% da população. Os restantes 7% das viagens na cidade são de ônibus escolares particulares e caminhões. VIAS TRONCAIS As rotas para serviços de troncais correspondem às faixas centrais das principais avenidas da cidade. Estas pistas são exclusivas para suportar a passagem de ônibus (do sistema TransMilenio) e se separam fisicamente da pista de uso misto, disponível para o movimento de veículos particulares, caminhões, táxis, etc. ESTAÇÕES As estações são os únicos pontos do serviços troncal para embarque e desembarcar de passageiros; são espaços fechados e cobertos, construído em alumínio, concreto, aço e vidro, bilheteria na entrada e acesso seguro aos usuários através de semáforos, passarelas para pedestres ou túneis cobertos. Além disso, as estações têm uma adequada sinalização, mobiliário e iluminação que tornam espaços mais agradáveis e seguras. O nível do piso das estações coincide com o nível do piso interno dos veículos, (que é de 90 centímetro para o chão), o que permite rápida entrada e saída de todas as pessoas, especialmente pessoas idosas e pessoas com necessidades especiais. 8 Os dados obtidos nesse tópico estão datados no site da Empresa de Transporte Terceiro Milênio SA ESTAÇÕES SIMPLES Em pontos de parada nos corredores exclusivos localizados entre cerca de 500 e 700 metros, onde o usuário pode comprar o seu bilhete e entrar no sistema TransMilenio. ESTAÇÕES INTERMEDIÁRIAS Estes são pontos de interseção importantes sobre o Sistema de corretores exclusivo, onde os usuários podem realizar transferências entre os ônibus alimentadores urbana e ônibus troncais. Igualmente nas estações de cabeceira onde não precisa fazer o duplo pagamento. Pátios operação, manutenção e estacionamento. O sistema também inclui pátios e garagens para a manutenção de ônibus e estacionamento no final da operação. A infraestrutura é fornecida e mantida pelo Distrito e foi projetado com padrões de respeito, harmonia e renovação do espaço público urbano. ESTAÇÕES DE CABECEIRA OU PORTAIS9 Eles são os pontos de início e fim das linhas troncais. Nessas estações são feitas transbordo entre os ônibus troncais, alimentador, linhas de transporte intermunicipal e bicicletas. A tarifa é integrado, ou seja, o pagamento é feito uma única vez. Desta forma o TransMilenio, não abrange apenas o tronco, mas vastas áreas periféricas da cidade e muitos municípios vizinhos. FAIXAS DE PEDESTRES E CRUZAMENTOS SINALIZADOS O sistema TransMilenio tem enfatiza a provisão de infraestrutura adequada para o movimento de pedestres confortável e segura. Os fatores levados em consideração incluem: Passarelas para pedestres e túneis, passagens de nível com semáforos de pedestres e sinalização adequada. BICICLETÁRIOS 9 Traduzido do espanhol O sistema também inclui bicicletários, espaços onde os ciclistas podem deixar suas bicicletas em locais seguros e também se conectam diretamente ao sistema TransMilenio. Estes espaços são seguro, confortável e de fácil acesso, o serviço é gratuito. Atualmente existem 9 bicicletários com 2.187 postos no total. SISTEMA DE COLETA De acordo com a TransMilenio (2013), os elementos do sistema de coleta são: Bilheteria nas estações do sistema: pontos de venda localizados nas entradas das estações do sistema, onde o usuário pode recarregar cartões habilitado Sistema (capital, cliente frequentes, deficientes e universitários); Pontos de vendas externos: localizado em estabelecimentos comerciais e supermercados, têm atendimento personalizado para recarregar todos os cartões habilitados do sistema. Terminais de carga automática de Smart Card (CATI): são dispositivos que permitem ao usuário carregar automaticamente o seu cartão de cliente frequente ou universitários, suporta apenas notas. Terminais de carregamento móvel: são dispositivos portáteis atendidos por uma bilheteria onde o usuário pode carregar os cartões habilitados no Sistema. Catracas ou máquinas registradoras (barreiras de controle de acesso), localizados nas entradas das estações para validar os cartões; Sistemas e equipamentos para processamento e transmissão de coleta de dados. Gerenciamento de Confiança: a sua função é a de receber e distribuir as receitas para os agentes do sistema de acordo com as regras contratuais previamente estabelecidas. OPERAÇÃO As Empresas Operacionais são responsáveis pela compra e operação dos ônibus troncais. Além disso, são responsáveis pela contratação ecapacitação dos motoristas no sistema. Os componentes do sistema de operação TransMilenio são descritos: Eles têm uma capacidade para 160 pessoas, é de 18 metros de comprimento por 2,60 de largura e têm avançado características mecânicas: suspensão a ar, transmissão automática, quatro portas 1,10 metros à esquerda e os mais recentes motores de tecnologia movidos a diesel, que excedem em muito os padrões ambientais vigentes na Colômbia. Além disso, a frota com maior capacidade (ônibus biarticulados), tem uma capacidade de 260 pessoas, mede 27,2 metros de comprimento por 2,60 de largura e avançaram características mecânicas: suspensão a ar, câmbio de velocidades automático, sete portas 1,10 metros sobre a mais recente tecnologia de motores esquerdo e alimentado por diesel. A entrada em funcionamento destes veículos permite atender os corredores com maior demanda melhorando os tempos de serviços aos usuários nas estações com maior movimento. Entre as vantagens dos ônibus biarticulados são: maiores capacidade embarque de usuários, uma melhor distribuição dos usuários dentro da estação, menores emissões por passageiro. Há vários fatores que o tornam atraente para usar os ônibus biarticulados, como a sua maior produtividade do trabalho, o que reduz os custos operacionais refletidas na taxa de utilização. SERVIÇOS TRONCAIS Os serviços troncais circulando corredores exclusivos começando e terminando seu percurso nos terminais. Os veículos podem parar só pegar e deixar passageiros nas estações, de acordo com um controle de pré-planejamento e em tempo real. No serviço corredor troncal só opera transporte de massa TransMilenio, ou seja, proibida a circulação de veículos de transporte público. Existem Serviços de troncais de três tipos: rota fácil, expressa e super expressa. SERVIÇOS EXPRESSOS São aqueles que são projetados para atender as viagens entre as áreas de origem e áreas de destino pré-identificadas. Para este efeito, o serviço troncal expresso não para em todas as estações em seu caminho, mas apenas naqueles designado pelo TransMilenio AS. No início da viagem para carregar o ônibus e em algum lugar ao longo da mesma para sua posterior descarga. Estes serviços têm velocidade superiores a dos serviços que param em todas as estações. SERVIÇOS SUPER EXPRESSOS Eles param somente em algumas estações e satisfazem pares de origem-destino com maior demanda de viagens, incentivando os usuários a fazer longas viagens dentro do sistema, uma vez que têm menos paradas do que expressos. Os serviços expressos e super-expressos permitir um melhor serviço ao cliente e maior utilização da frota. Os usuários não são obrigados a parar em todas as estações ao longo do percurso, reduzindo o seu tempo de viagem e é possível efetuar mais ciclos, com os mesmos ônibus. SERVIÇOS DE FÁCIL ITINERÁRIO Estes serviços param em todas as estações ao longo do percurso dando aos usuários uma viagem alternativa mais rápida e menos tempo de espera para o serviço troncais. SERVIÇOS ALIMENTADORES São rotas de uma área geográfica definida, que concentram a demanda por um setor específico para o sistema TransMilenio e integrar o serviço troncal através de infraestrutura física (estações intermediárias). Os ônibus utilizados para esta operação são de média capacidade, adequada às condições da estrada e do trânsito permitir o acesso a partir de bairros próximos ao sistema sem pagar dupla viagem. A utilização destes serviços é realizada por vias não-exclusivos locais. Ao longo das rotas de linhas alimentadoras, pontos de ônibus estão localizados aproximadamente a cada 400 metros; estas paradas apresentam sinais e áreas adequadas para o acesso e à espera de passageiros. Os ônibus que prestam serviços de alimentação são identificados pelo verde e a imagem institucional do sistema TransMilenio, pode acomodar até 80 pessoas, em média. SISTEMA DE CONTROLE O sistema TransMilenio também possui um centro de controle e operação que permite monitorar de forma permanente a operação e cada um dos ônibus do sistema troncal. Isso torna possível controlar a velocidade, a frequência, os horários e as rotas dos veículos, e o mais importante, permite uma prestação adequado do serviço em cada das suas viagens. Para o funcionamento do sistema, cada veículo do serviço troncal é equipado com três elementos: 1. Uma equipe de GPS (Sistema de Posicionamento Global) que informa a localização do ônibus; 2. Um computador de bordo (CIBOR) no ônibus para a troca de informações operacionais entre o centro de controle e os ônibus e gerar todas as informações operacionais e de conformidade por cada um. 3. Um sistema de comunicação (TETRA, Terrestrial Trunking Radio) pelo qual a informação é enviada e recebida entre o Centro de Controle, Ônibus e pessoal de inspeção e controlo da operação. Esse monitoramento é a base da operação do sistema de controle, bem como a base de todas as estatísticas sobre o cumprimento por parte das empresas que operam centrais. O TRANSMILENIO SA tem um sistema de circuito fechado de televisão equipados com 300 câmeras (31 fixa e 269 móvel), ligado ao Centro de Controle. A fim de melhorar o grau de segurança do sistema e reduzir o tempo de resposta às necessidades e expectativas dos cidadãos. 2.4- OS SISTEMAS DE BRT’S EM IMPLANTAÇÃO PAÍS A implantação dos sistemas BRT nas cidades brasileiras é sem dúvida um dos passos mais importantes para que o transporte urbano de passageiros seja realmente eficiente com as expectativas da população brasileira. Originalmente arquitetados, avaliados, operados e aprovados em Curitiba, Brasil, os sistemas Brt tornaram-se referências internacionais de transporte coletivo de alto desempenho, qualidade e baixo custo. Hoje, as principais cidades do mundo utilizam o conceito Brt como o principal modo de transporte de massa e como referência para políticas sustentáveis de desenvolvimento urbano. Segundo ITDP (2008), um sistema BRT custa de 4 a 20 vezes menos que sistemas de veículos leves sobre trilhos e entre 10 a 100 vezes menos que um sistema de metrô. Dessa forma, temos a chance de explorar e evoluir, cada vez mais, na operação dos sistemas de BRT brasileiro. “Com dois grandes eventos esportivo destinados ao Brasil - a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016 - abriu as portas para uma transformação dos transportes públicos coletivos nas cidades brasileiras. O governo federal lançou dois programas, o PAC da Mobilidade Urbana e o PAC Mobilidade Grandes Cidades, para investir em soluções para o transporte público. O sistema BRT, que é a solução de mobilidade mais completa e eficiente para as médias e grandes cidades, foi o maior beneficiário desses investimentos. No total, 14 cidades somam 32 projetos com 554,4 km de extensão que priorizam o transporte urbano por ônibus.” (NTU, 2014) De acordo com Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (2014), é apresentado os dados das cidades onde o brt está sendo implantado (Dados Atualizado: 22 de abril de 2014) Belo Horizonte (MG) Porto Alegre (RS) BRT Antônio Carlos / Pedro I BRT Prostásio BRT Pedro II / Carlos Luz BRT Bento Gonçalves BRT Área Central BRT Joao Pessoa BRT Cristiano Machado BRT Padre Cacique Brasília (DF) Recife (PE) BRT Expresso DF BRT Leste/Oeste Campo Grande (MS) BRT Norte / Sul BRT Norte, Sul e Sudoeste Rio de Janeiro (RJ) Cascavel (PR) BRT TransCarioca BRT Cascavel BRT TransBrasil Curitiba (PR) BRT TransOeste BRT Linha Verde Sul BRT TransOlímpica Fortaleza (CE) São Paulo (SP) BRT Av. Dedé Brasil BRT Expresso Tiradentes BRT Av. Paulino Rocha Uberlândia (MG) BRT Av. Alberto Craveiro BRT JoãoNaves de Ávila - Corredor Estrutural Sudeste BRT Raul Barbosa BRT José Fonseca e Silva - Corredor Estrutural Noroeste Goiânia (GO) BRT Corredor Estrutural Norte Corredor Goiás Norte/Sul BRT Segismundo Pereira - Aristides Filho – Corredor Estrutural Leste Maringá (PR) BRT Getúlio Vargas - Corredor Estrutural Sudoeste BRT Norte, Leste – Oeste Vitória (ES) BRT Grande Vitória Não é objetivo deste trabalho descrever e analisar cada um das 14 cidades e 32 projetos citados, apresentam-se aqui apenas para detalhar mais a abrangência do BRT atuante no Brasil. 2.5- VANTAGENS COMPARATIVAS DAS MODALIDADES VANTAGENS AMBIENTAIS Atualmente há uma reestruturação dos transportes públicos urbanos, na concepção dos sistemas e dos veículos utilizados, podendo ser uma das melhores ferramentas para resolver o problema da mobilidade urbana de um país. Uma ação como essa também contribuiria para a economia de energia e a redução da poluição atmosférica, especialmente se for priorizada a implantação de sistemas que ofereçam melhor qualidade e com tecnologias limpas. (NTU, 2014) Segundo os estudos “Perspectivas de Alteração da Matriz Energética do Transporte Público por Ônibus” e “Avaliação Comparativa das Modalidades de Transporte Público Urbano” (ambos disponíveis no site da NTU), citados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU, 2014), como se observa “[...] à implantação de corredores de transporte coletivo surge como uma excelente alternativa por diversos motivos. Além disso, o aumento da velocidade de tráfego e a otimização da frota propiciam uma redução importante das emissões de CO2, HC e NOx. Especialistas elegeram o BRT, dentre as possíveis alternativas avaliadas, devido a: custo de implantação, prazo, retorno do capital investido, redução do impacto ambiental e retorno social.” (NTU, 2014) Algumas vantagens são apresentadas a seguir, também mencionadas pela NTU (2014): "Sistema de propulsão compatível com combustível que minimiza a poluição atmosférica; comercialização de créditos de carbono; menos ruído; inserção adequada ao ambiente urbano”. VANTAGENS OPERACIONAIS O sistema de BRT apresenta um custo relativamente baixo de implantação e operação, se comparado a outros modais de transporte, graças à tecnologia idealizada e arquitetada totalmente nacional e ao espaço exclusivo para operação do sistema, o que permite maior velocidade e regularidade, (NTU, 2014). “O seu custo operacional é menor que um sistema de ônibus comum, pois o BRT usa veículos de alta capacidade articulados ou biarticulados”. (NTU, 2014) Com um investimento de R$ 220 milhões nas cidades acima de 500 mil habitantes, é possível criar e operar 20 km de via exclusiva para o transporte público e seis terminais de integração. A velocidade operacional seria de 20km/h a 35km/h nos corredores preferenciais e o número de passageiros beneficiados fica em torno de 300 mil com ganhos de 26 minutos por dia por pessoa.10 PRAZOS E CUSTOS Para Débora (2014), “A perspectiva é que o custo mais baixo seja refletido também no preço da tarifa, posteriormente, estimulando o uso do sistema pelo usuário”. “O BRT ficaria mais barato para o usuário, porque o custo de implantação é o menor de todos, então fatalmente isso implica uma tarifa menor, mesmo que a prefeitura ainda não tenha definido a política de bilhetagem”, avalia o especialista professor do ITA Eugênio Vertamatti.11 “Os prazos de execução para a construção de um eixo de BRT no Brasil, onde é comum o financiamento público das obras de terminais e pistas exclusivas com recursos internacionais, BNDES, Caixa Econômica, etc., são da ordem de 24 a 36 meses”, destaca Lerner (2014 – p.32).12 Um breve demonstrativo é exposto na Tabela 1 - Prazos de Execução e custos de Implantação, de que o BRT também se destaca pelos prazos e custos de implantação. Se comparado aos outros modais é possível verificar que em todas as etapas, desde o projeto básico à implantação, esse sistema é muito vantajoso. Tabela 3 - Prazos de Execução e custos de Implantação Fonte 2: JAIME LERNER e NTU, 2009 10 Nesse contexto podemos citar também que, para “40 cidades desse porte com dois eixos de corredores BRT, é possível melhorar a vida de 12 milhões de passageiros com investimentos públicos de R$ 5,6 bilhões e investimentos privado de R$ 3,2 bilhões.” (NTU, 2014) 11 Professor do ITA Eugênio Vertamatti expõe seus Conceitos, em entrevista à Revista Infraestrutura Urbana – PINI | Autor: Débora Prado - Postado em: 14 de abril de 2014 12 O processo de preparar os Relatórios de Impacto Ambiental e cumprir com a legislação referente às audiências públicas requer esses prazos. Prazo (anos) Custo (R$ milhões) Prazo (anos) Custo (R$ milhões) Prazo (anos) Custo (R$ milhões) Prazo (anos) Custo (R$ milhões) Projeto básico 1 4,50 1 1,50 0,5 0,3 - - Financiamento 2 0,50 2 0,50 0,5 0,2 - - Projeto executivo 1 5,00 1 2,00 0,5 0,5 - - Implantação 5 2000,0 2 400,0 1 110,0 1 55,0 TOTAL 9 2010,0 6 404,0 2,5 111,0 1 55,0 Notas: Exemplo para implantação de corredor com 10,0 Km para 150 mil passageiros/dia Custo por km: METRÔ = R$ 201,0 milhões / VLT = R$ 40,4 milhões / BRT= R$ 11,1 milhões / Ônibus= R$ 5,5 milhões. Os prazos para a execução de trechos de metrô são bem superiores, devido à escala das obras, as dificuldades com imprevistos e os fluxos de financiamento. ETAPAS METRÔ VLT BRT ÔNIBUS COMUM A Figura compara os limites de capacidade para cada tecnologia com os limites de investimentos. Os intervalos apresentados na Figura são baseados em dados reais, e não teóricos. Fonte: (ARIAS e BRASIL, 2007) “Os diferentes tamanhos dos retângulos na Figura também são reveladores, no que diz respeito ao risco relativo e à flexibilidade geral das opções tecnológicas de transporte público. De forma ideal, uma tecnologia tem uma estreita faixa de possíveis níveis de investimento (eixo y) e uma larga faixa de capacidades de operação lucrativas (eixo x). Em outras palavras, um sistema que minimize custos e maximize o espectro de condições de operação com lucro oferece a solução de custo mais eficiente e mais flexível. A largura da faixa de investimentos (eixo y) também pode ser interpretada como o risco potencial e incerteza na implementação de um projeto em particular.” (ARIAS e BRASIL, 2007) CAPACIDADE Capacidade de passageiros e custos de infraestrutura são tradicionalmente o fator mais relevante na tomada de decisão de tecnologia de transporte público. “De acordo com a história, um conjunto bem pequeno de limitações tecnológicas implicava que ônibus, VLT e metrôs operavam apenas dentro de circunstâncias bem definidas (Figura1)”, (Arias e Brasil 2007, p 77- 78). As características da demanda de um corredor, assim, praticamente determinariam as tecnologias possíveis. “Uma única via arterial de veículos pode, de modo característico, transportar de 2.000 a 4.000 passageiros por hora por sentido (pass/(hora*sentido)), dependendo do número médio de passageiros por veículo, velocidades e distância de separação entre os veículos. Algum Figura 5 –Capacidade de passageiros e investimentos para opções de transporte de massa. tempo atrás, acreditava-se que serviços de ônibus só poderiam operar em uma faixa de até 5.000 ou 6.000 pass/(hora*sentido). VLT poderia cobrir a demanda até aproximadamente 12.000 pass/(hora*sentido). Qualquer coisa acima desse número necessitaria de um sistema de metrô ou de trens elevados.” (ARIAS e BRASIL, 2007) “Todavia, sistemas de vias exclusivas de ônibus e sistemas de BRT começaram a mudaressa visão tradicional. Com o sistema de BRT de Bogotá agora alcançando a capacidade de 45.000 pass/(hora*sentido), um novo padrão de capacidade está sendo criado.” (ARIAS e BRASIL, 2007). A Figura 2 mostra os limites de operação de cada tecnologia. “Determinar a tecnologia apropriada do ponto de vista de capacidade de passageiros na verdade requer atenção a dois diferentes fatores: 1) capacidade máxima; e 2) limites de capacidade operacional a custos eficientes. O primeiro fator determina se uma tecnologia dispõe de capacidade suficiente para suportar o período de pico em um dado corredor. O segundo fator determina se as flutuações entre os horários de pico e fora de pico se encaixam no limite de eficiência de custo para a tecnologia.” (ARIAS e BRASIL, 2007) Na publicação de Lerner (2009), ele averigua que hoje a capacidade limite, em geral, adotada como definitivo na literatura sobre transporte urbano, “é constantemente modificada com base nas experiências e inovações que vêm transformando os sistemas de ônibus em alternativas viáveis para grandes demandas, antes suportáveis apenas por sistemas sobre trilhos.” (JAIME LERNER e NTU, 2009) Tabela 4 - Capacidades por Modalidades Figura 6-Visão tradicional da capacidade dos transportes públicos/ Fonte:(ARIAS e BRASIL, 2007) LRT - Light Rail Transit (Veículo Leve sobre Trilhos) Figura 7 - Nova visão da capacidade dos transportes públicos / Fonte: (ARIAS e BRASIL, 2007) Fonte 3 - (JAIME LERNER e NTU, 2009) Jaime Lerner destaca ainda que, “a experiência tem demonstrado ainda que os sistemas de VLT operados em via urbana não têm atingido a performance necessária para atendimento de grandes demandas, dada a sua rigidez operacional”. FLEXIBILIDADE Com o crescimento constante e elevadas transformações das cidades do Brasil, elas requerem um nível de flexibilidade muito elevado às cidades do primeiro mundo. “Novas linhas de transporte, a implantação de novos conjuntos habitacionais e indústrias, e o aumento geométrico da demanda de deslocamentos precisam ser atendidas com ajustes rápidos. O transporte público precisa ser tão ágil como o particular”, afirma Lerner (2009, p. 31). Eixos de transporte por metrô têm prazos longos de entrega de composições e problemas enormes em relação às extensões de plataformas subterrâneas. As modificações das plataformas da estação de St. Pancras em Londres, por exemplo, de onde sai o trem “bala” para Paris, levaram mais que 11 anos da fase de concepção à operação. (JAIME LERNER e NTU, 2009) ATENDIMENTO DE EVENTOS ESPECIAIS Outra vantagem, também citada por Lerner (2009, p.32), refere-se à realização de eventos de elevado número de usuários, como jogos de futebol ou shows, nos quais o transporte precisa ter a capacidade de esvaziar o local rapidamente com conforto e segurança. “O BRT adapta-se bem a essas situações já que a frota disponível da cidade pode ser temporariamente deslocada para aumentar a capacidade concentrada nos locais necessários, conectando os estádios aos Terminais Intermodais de Transporte. Frotas adicionais de ônibus convencionais também poderão ser SIS TE MA S T IPOS DE VEÍCULOS TIPO DE VIA TIPO DE ESTAÇÕES Tip o d e L inh a Ve loc ida de (km /h) Ca pa ssi da de (pa ss/ Ve íc. ) Int erv alo s ( mi n) Fre qu ên cia (ve íc. /h) Ca pa ssi da de (pa ss. /h) Metrô Trem 8 carros segregada (1) sem ultrapassagem Paradora 40 2.400 1,5 40 96.000 VLT Trem 4 carros segregada (1) sem ultrapassagem Paradora 20 1.000 3 20 20.000 BRT Biarticulado exclusiva (2) sem ultrapassagem Paradora 20 270 1 60 16.200 BRT Biarticulado exclusiva (2) com ultrapassagem Direa 35 270 0,5 120 32.400 BRT Biarticulado exclusiva (2) com ultrapassagem Mista 27,5 270 0,3 180 48.600 Ônibus Convencional compartilhada ponto de parada Paradora 17 80 1 60 4.800 Notas: (1) Subterrânea / Elevada - sem interferência viária (2) Via em nível com 7,0 metros de largura, 14,0 metros de largura nas estações com ultrapassagem concentradas com grande facilidade para atender às demandas principais, sem causar enormes congestionamentos na rede viária. Estas serão as opções adotadas na Copa da África do Sul.”13 (JAIME LERNER e NTU, 2009) VELOCIDADE E TEMPO DE ACESSO Os especialistas no assunto destacam que, “normalmente os passageiros só percebem o tempo relacionado à velocidade máxima atingida pelo veículo. Entretanto, ao considerarmos os vários passos envolvidos, verificamos que os tempos totais de deslocamento são muito diferentes dessa percepção ilusória” (JAIME LERNER e NTU, 2009). A Tabela 5 a simula esses tempos reais. Tabela 6- Tempos Gastos em Deslocamento Fonte 4 - (JAIME LERNER e NTU, 2009) CONFORTO Nesse tópico é exposto um conjunto de fatores14, que fala sobre o nível de conforto para o passageiro, sendo determinado por um conjunto de fatores independentes, entre eles o contato e a convivência com a paisagem do percurso e sua relação com a cidade, relatado por Lerner (2009): a) A qualidade do veículo em termos de aceleração e frenagem, ruídos internos e externos, acessibilidade (ausência de escadas ou longas rampas) e temperatura ambiental (ar condicionamento). 13 - Uma situação semelhante é ocorrida para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012, onde foi arquitetado à construção de um novo Terminal Intermodal em Stratford, com ligações para as estações de trens internacionais, rede de metrô e linhas suburbanas, afirma Lerner (2009). 14 Desse conjunto, somente a qualidade do veículo ‘metrô’ tende a ser superior ao veículo ‘BRT’ – os outros dependem inteiramente de projetos complementares, assegura Lerner. b) A qualidade das estações, também em termos de ruídos internos e externos, acessibilidade (ausência de escadas ou longas rampas) e temperatura ambiental (ar condicionamento). c) A qualidade do acesso às estações em termos de segurança, ausência de escadas, faixas seguras para a travessia de vias, calçadas e paisagismo decentes e proteção de sol e chuva. d) A qualidade operacional, ou seja, o número de passageiros por metro quadrado. “Há metrôs onde o acesso às estações (ou entre linhas da mesma estação) é péssimo, e há sistemas de BRT onde o projeto foi acompanhado por melhorias nas calçadas e a implantação de parques e ciclovias. Um metrô com 8 passageiros por metro quadrado – como acontece em vários metrôs mundo afora – não oferece um bom nível de conforto. É preferível um BRT com 6 pass/m2” 15 É importante frisar uma diferença fundamental entre a superlotação de plataformas ou calçadas nos sistemas ‘abertos’ e servidas por muitas linhas convencionais, em relação às faixas exclusivas e ao nível de conforto oferecido pelas estações de BRT, onde o passageiro embarca no primeiro veículo. “O tempo médio de espera do passageiro é metade do intervalo entre ônibus. Se 10 linhas convencionais com intervalos de 10 minutos são racionalizadas em uma linha de BRT com intervalo de 1 minuto, para a mesma demanda de passageiros embarcando por hora, o número médio de passageiros esperando é reduzido a 10%. No pico da tarde, as filas nos centros urbanos desaparecem.”16 ÁREA DE INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS EM TERMOS DE CAPTAÇÃO DE DEMANDA POTENCIAL A área de captação de um sistema é uma função do tempo necessário para alcançar o local de embarque, da qualidade deste acesso (conforto e segurança) e do tempo de espera previsto. “Pesquisas em diversos países comprovam que para sistemas com frequências altas (2 15 Ele afirma também, emboraum sistema sobre pneus custe menos que um sistema sobre trilhos, isto não é motivo para ignorar as melhorias complementares e necessárias ao entorno das estações, à climatização de estações e veículos e a qualidade e segurança de acessos. 16 Avaliação comparativa das modalidades de transporte público urbano (JAIME LERNER e NTU, 2009) a 4 minutos) e estações seguras e confortáveis, o passageiro médio caminha cerca de 10 a 12 minutos, ou seja, em torno de 800 m para sistemas de metrô.” “No Brasil, costuma-se considerar uma cobertura espacial de 500 metros como área de captação. Para as linhas convencionais de ônibus, esta distância tende a ser bem menor, em torno de 300 a 400 metros. A distância média entre as estações de sistemas de BRT tende a ser menor – entre 500 e 600 metros – que a dos sistemas de metrô. No Brasil, costuma-se considerar uma cobertura espacial de 500 metros como área de captação. Para as linhas convencionais de ônibus, esta distância tende a ser bem menor, em torno de 300 a 400 metros.” (JAIME LERNER e NTU, 2009). Ainda segundo Lerner (2009, p.34 a 35), em relação à captação de demanda potencial, é importante separar dois tipos de demanda: a) A demanda reprimida, ou seja, o passageiro que não utiliza o transporte público porque o sistema não oferece um meio de realizar seu trajeto. Sistemas integrados, operando em rede, obviamente oferecem muito mais opções integradas, sejam de ônibus ou metrô. Uma rede integrada normalmente captura demandas reprimidas de até 20%. b) A demanda potencial, ou seja, aquela que poderia ser transferida do veículo particular para o transporte público. ESTRUTURAÇÃO URBANA Atualmente para incentivar o crescimento urbano planejado, têm sido usados tanto os sistemas de metrô quanto as linhas de BRT. “O transporte, complementado com outras ações do poder público combinadas com iniciativas privadas (uso do solo, programas habitacionais, centros de serviços, etc.), tem sido largamente utilizado para induzir o desenvolvimento de novas áreas urbanas.” 17 17 (JAIME LERNER e NTU, 2009) “Entre os exemplos de metrô pode-se citar a expansão urbana de Londres, Nova York e a recente implantação do bairro de Águas Claras em Brasília. Já em Recife, por exemplo, verifica-se que a simples implantação da Linha 1 do metrô não foi suficiente para desenvolver aquele setor da cidade. Curitiba é conhecida como modelo no uso de BRT para estruturar o crescimento da cidade estimulando a ocupação dos setores estruturais e, atualmente, a renovação urbana da antiga rodovia BR 116, agora Linha Verde.”18 “Novos trechos de sistemas de metrô previstos para o futuro também poderiam ser operados por BRT. As razões para não utilizar mais esta opção geralmente são políticas e não técnicas.” (JAIME LERNER e NTU, 2009) INSERÇÃO URBANA “A imagem pública de uma linha de metrô é de uma estação subterrânea com apenas duas ou mais entradas para pedestres na calçada. Na realidade, a inserção de uma linha – por mais curta que seja – requer a construção de um pátio de manobras e oficinas numa das extremidades. E são áreas enormes, tipicamente de 25 hectares, muradas e sem vida. E em torno de áreas mortas pode aparecer a ‘gangrena urbana’: zonas isoladas e de acesso difícil; uma situação típica das áreas em torno dos antigos pátios dos trens. Esta situação é ainda mais crítica nos trechos de metrô de superfície, onde é fundamental manter a segregação total da linha de outros veículos ou pedestres. Mesmo com a construção de viadutos e passarelas, o ‘efeito de corte’ no tecido urbano é enorme. A frase “nasceu no lado errado dos trilhos” diz tudo.” (JAIME LERNER e NTU, 2009) Os eixos de BRT, no entanto, podem ser inseridos na malha viária, mantendo e até melhorando o ambiente urbano, promovendo a convivência natural e harmoniosa entre a cidade e seus habitantes. 18 É importante ponderar a capacidade do transporte público de induzir o desenvolvimento de novas áreas urbanas. (JAIME LERNER e NTU, 2009)
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