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Mobilidade Urbana Núcleo de Educação a Distância www.unigranrio.com.br Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ Reitor Arody Cordeiro Herdy Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação Nara Pires Pró-Reitoria de Programas de Graduação Lívia Maria Figueiredo Lacerda Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Júlio Loureiro 1ª Edição Copyright © 2019, Unigranrio Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio. Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária Carlos de Oliveira Varella Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Márcia Loch Sumário Mobilidade Urbana Para início de conversa… .................................................................. 04 Objetivo .......................................................................................... 05 1. Conceitos e Iniciativas Sustentáveis (Pirâmide de Mobilidade, Fóruns Internacionais de Debate, Aquecimento Global) ............. 06 2. Mobilidade Urbana de Pessoas .............................................. 17 3. Mobilidade Urbana e Rural de Cargas e de Produtos (Centros de Abastecimento e de Consolidação de Cargas, Plataformas Logísticas, “Crossdocking”) ................................................... 19 Referências ....................................................................................... 28 4 Logística Empresarial Para início de conversa… Em nossos estudos, apresentaremos assuntos que irão auxiliar os futuros gestores a fazerem as escolhas mais adequadas conforme cada contexto empresarial. Aqui, serão exploradas as múltiplas aplicações do conceito de mobilidade urbana, identificando sua importância para as organizações e indivíduos. Adicionalmente, serão tratados os principais conceitos e iniciativas sustentáveis, tais como a pirâmide de mobilidade, fóruns internacionais de debate do tema e os impactos do aquecimento global. Em seguida, veremos a mobilidade urbana de pessoas, cada vez mais estudada pelos impactos causados nas grandes cidades ao redor do mundo e, finalmente, os aspectos da mobilidade urbana e rural de cargas e de produtos, em que serão mostrados os centros de abastecimento e de consolidação de cargas, plataformas logísticas e a aplicação da ferramenta chamada crossdocking. Bons estudos! 5Logística Empresarial Objetivo Explorar as múltiplas aplicações do conceito de mobilidade urbana, identificando sua importância para as organizações e indivíduos. 6 Logística Empresarial 1. Conceitos e Iniciativas Sustentáveis (Pirâmide de Mobilidade, Fóruns Internacionais de Debate, Aquecimento Global) A mobilidade urbana pode ser entendida, basicamente, como a necessidade de deslocamento de pessoas e bens no meio urbano. Para ambos, este deslocamento pode ser realizado de vários modos, tais como: ▪ Meios motorizados (ônibus, trens, motocicletas, automóveis). ▪ Meios não motorizados (bicicletas, skates ou até mesmo animais). ▪ Não motorizados, pelo esforço direto do indivíduo (deslocamento a pé, com skates, bicicletas, entre outros). Quando a mobilidade urbana nas cidades ou centros urbanos é estudada, compreende-se o esforço necessário que deve ser dispensado no planejamento e aplicação de medidas relacionadas com a mesma. A mobilidade urbana deve ser então pensada em como garantir e/ ou melhorar o acesso de pessoas e bens tipicamente oferecidos pelas cidades, como as facilidades de lazer, local de trabalho, escolas, hospitais, entretenimento, entre outros. Atualmente, observa-se um destaque maior para o uso do transporte particular em detrimento do coletivo. (INSTITUTO POLIS, 2005) Como cita Vasconcellos (2012), os deslocamentos podem ser por meios particulares ou coletivos. 1. No primeiro caso, temos as motocicletas, carros, táxis e veículos de aplicativo, em que as pessoas decidem viajar sozinhas, onde ninguém mais pode reivindicar o direito de viajar junto rumo ao mesmo destino ou parte dele. 2. No segundo caso, temos o oposto: as pessoas estão em meios de transporte compartilhados e não podem reivindicar o direito de viajar sozinhas, ou ainda, estabelecer itinerários e pontos de parada diferentes daqueles predefinidos. 7Logística Empresarial Ainda de acordo com o autor, outra forma de classificação é quanto à propriedade, se pública ou privada. No primeiro, tem-se o uso de forma indistinta mediante pagamento e possui alguma forma de limitação (tarifa máxima aplicável) ou controle (tipo de veículo, habilitação necessária para condução, rotas, entre outras), pelo poder público. Para os privados, seu uso é limitado aos proprietários ou por quem ele autorizar. Existe ainda a possibilidade de aplicação de um tipo híbrido, representado pelo táxi ou pelo ônibus fretado, meios de transporte públicos, logo, sujeitos ao controle público, cujos passageiros viajam sozinhos ou indicam quem poderá viajar com eles. O autor ainda complementa que o transporte coletivo gasta menos energia (proporcionalmente ao número de deslocamentos) e é menos prejudicial do que o transporte individual. Muitas pessoas preferem transitar com o veículo próprio por conta da comodidade, diversificação e agilidade para visitar os lugares pretendidos. Um conjunto de fatores influencia diretamente na mobilidade, e um deles é o crescimento urbano desordenado que, por sua vez, traz impactos negativos, como cidades menos acessíveis e a necessidade e dependência do transporte público que ainda não possui estrutura para suportar tal demanda; quando está presente, a qualidade na prestação do serviço é duvidosa, o que por sua vez acaba impactando no aumento no número de automóveis particulares (carros e motocicletas). A população, que pensava ter encontrado uma forma mais eficiente ou cômoda de se deslocar, acaba contribuindo com os congestionamentos quilométricos e, com isso, o inconveniente aumento do tempo de viagem. São raras as cidades com iniciativas que valorizam os meios de deslocamento sustentável; poucos usuários se beneficiam do uso de sistemas de circulação voltados para pedestres ou para o uso de veículos, como a bicicleta, patinete e skate (não motorizados). Opções como o Bike Rio (bicicletas de compartilhamento) ainda não possuem alcance em todas as regiões da cidade, que carece de vias de circulação e sinalização adequadas para o deslocamento seguro destes tipos de veículos, patologia compartilhada com outras cidades. 8 Logística Empresarial Figura 1: Fatores que influenciam diretamente na mobilidade. Fonte: Dreamstime. Apenas Chicago, Londres, Melbourne, Los Angeles e Nova Iorque possuem considerações explícitas sobre procedimentos de planejamento de transportes de cargas em seus planos diretores, assim como de outras mais abrangentes, como a educação no trânsito, fiscalização adequada e sinalização viária, além da própria segurança pública. Quando se fala em diretrizes, planejamentos e ações tomadas na mobilidade de uma cidade, devemos considerar não somente o fator distância, mas também, o tempo e o meio que serão utilizados entre o ponto de partida e o destino almejado. Muitos defendem os veículos sobre trilhos com fundamentais, pois garantem o transporte de massa e o tempo de viagem com qualidade, pois utilizam vias exclusivas com pouca margem para atrasos por conta de congestionamentos; mas também, há quem diga que o transporte com veículos sobre pneus e vias exclusivas é satisfatório, como os sistemas de ônibus articulados. O que realmente deve ser discutido é que ambos são fundamentais e de suma importância no meio urbano; um deve completar o outro de forma em que todos sejam planejados para atender a demanda diária das pessoas. Com a gestão e o planejamento da mobilidade urbana, surge então o desafio da implementação de políticas ambientais e urbanas voltadaspara a mobilidade. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade não é assunto exclusivo apenas aqui no Brasil, mas pauta a agenda global. Com o crescimento social e econômico observado nos últimos anos, países Fatores que influenciam diretamente na mobilidade Crescimento urbano desordenado.1 Necessidade e dependência do transporte público. 2 Aumento no número de automóveis particulares. 3 9Logística Empresarial emergentes, como China e Índia, têm sido obrigados a buscar, cada vez mais, formas de mitigar os impactos causados pelo homem na natureza. A mobilidade urbana é relevante, pois é um fator crítico que influencia diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Com base no cenário atual e a necessidade de mudanças, foi aprovado em 2012, a Lei Federal nº 12.587 de 2012, que trata da Política Nacional de Mobilidade Urbana e contém os princípios para o processo de transição. Destacam-se a seguir alguns dos seus pontos mais relevantes: ▪ Prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. ▪ Integração entre os modos e serviços de transporte urbano. ▪ Incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes. ▪ Priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado. ▪ Aplicação de tributos sobre modos e serviços de transporte urbano pela utilização da infraestrutura urbana, visando desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade, vinculando-se a receita à aplicação exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público, na forma da lei. ▪ Dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de transporte público coletivo e modos de transporte não motorizados. Glossário Mobilidade urbana é definida como a facilidade de deslocamento das pessoas e bens na cidade, com o objetivo de desenvolver atividades econômicas e sociais no perímetro urbano de cidades, aglomerações urbanas e regiões metropolitanas. 10 Logística Empresarial Vamos conhecer, a seguir, alguns dos projetos implementados na cidade do Rio de Janeiro, por ocasião, da Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, que visaram melhorias nos meios de transporte existentes. Como principal, podemos destacar o sistema BRT (Bus Rapid Transit, Transporte Rápido por Ônibus), que é, basicamente, o transporte por meio de ônibus especiais de maior capacidade de transporte de passageiros, porém, em corredores exclusivos. Entre os seus trajetos, destacamos o trecho que liga o Aeroporto Internacional (Tom Jobim) à Zona Oeste (Barra da Tijuca). Um dos principais benefícios oferecidos por esse sistema é a possibilidade de evitar congestionamentos pelo uso dos corredores exclusivos; ao contrário dos ônibus convencionais, o BRT possui capacidade maior de passageiros por ser articulado. Dentre as características que diferem esse sistema do convencional, destacam-se: ▪ Sistema de cobrança nas estações, o que reduz atrasos com a cobrança manual do motorista ou no ato do embarque dos passageiros. ▪ Estações com nível em relação ao ônibus (plataformas), que imprimem facilidade e rapidez no embarque e desembarque, inclusive, para deficientes físicos. ▪ Fluidez no trânsito, uma vez que os pontos onde há interseções na via são prioridade dos ônibus, garantindo maior agilidade às viagens. ▪ Estações estratégicas, permitindo a integração com trens, metrô e o trecho TransOeste. O trecho Galeão x Barra da Tijuca também conta com linhas alimentadoras - linhas de ônibus convencionais que auxiliam o BRT em pontos periféricos dos bairros onde o corredor exclusivo não chega. Os custos também são integrados, possibilitando o uso dos alimentadores e o BRT com tarifa reduzida. 11Logística Empresarial O mesmo sistema também liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz e Campo Grande, com o complexo TransOeste. Ambos inspirados no primeiro sistema BRT implantado em Curitiba, Paraná, desde 1974, pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner, pela Rede Integrada de Transporte (RIT). O modelo também serviu de inspiração para outros países, como a Colômbia, que implantou o TransMilenio, em Bogotá, e o TransJacarta, em Jacarta. A rede ao redor do mundo conta com mais de 5.055 Km instalados em 170 cidades, transportando mais de 33.365.237 passageiros por dia, segundo dados do BRTDATA (2019). Figura 2: Sistema BRT na cidade de Jacarta, na Indonésia. Fonte: Dreamstime. A Figura 3 ilustra a participação dos sistemas BRT ao redor do mundo, com maior participação dos países da América Latina, Europa e Ásia. 12 Logística Empresarial Figura 3: Participação dos sistemas BRT ao redor do mundo. Fonte: BRT Data. Outro projeto de mobilidade observado foi a implantação dos teleféricos nos morros do Alemão e Providência que, enquanto operacionais, beneficiaram, principalmente, os moradores das comunidades atendidas. No caso do Morro do Alemão, são seis estações em pontos estratégicos, com um total de 152 gôndolas, com capacidade para até oito passageiros. Além de facilitar os moradores com as subidas, as estações contam com infraestrutura de agência bancária, caixas eletrônicos, ponto de atendimento para serviços públicos como o INSS e integração com o trem, ambos administrados pela mesma concessionária: a SuperVia. No Morro da Providência, o projeto faz parte do programa de revitalização da zona portuária, promovida pela prefeitura do Rio de Janeiro. Com apenas três estações e 16 gôndolas, o uso está disponível para moradores e visitantes sem custo. A proposta é transportar até mil passageiros por hora, contando também, com integrações na Central do Brasil, onde o passageiro terá acesso a trens, metrô, ônibus e ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), parte integrante do programa de revitalização do Porto Maravilha. Destaque para o resgate de uma outra forma de deslocamento de pessoas no meio urbano, muito popular no início do século passado, em muitas cidades latino-americanas, que agora, sob nova roupagem ressurge: o VLT (Veículo Leve sobre Trilho), ou comumente conhecido como bonde. Referência mundial pela baixa emissão de gases do efeito estufa (GEE), ele utiliza 13Logística Empresarial sistema elétrico, possibilita o transporte de um número maior de passageiros, quando comparado ao ônibus, e apresenta agilidade no deslocamento, pelo reduzido número de paradas e por dispensar o pagamento ao motorista ou cobrador; quando aplicável, são utilizados cartões de embarque ou passagens pré-adquiridas. Os VLTs fazem parte da mobilidade urbano da região do entorno do porto do Rio de Janeiro, que passa por um processo de revitalização e requalificação, conhecido como Porto Maravilha. O VLT circula no Centro da cidade do Rio de Janeiro e pela região portuária; a distância média entre as estações é de 400m e cada vagão pode levar até 450 passageiros. O tempo de espera é de 5 a 15 minutos, dependendo da linha e do horário. O sistema, quando totalmente colocado em operação, fará a integração com os demais modais presentes na região, tais como trens, metrô, teleférico, sistema BRT, BRS (Bus Rapid System – corredores com faixas pintadas para ônibus coletivos convencionais), aeroporto Santos Dumont, terminal de barcas da Praça XV e sistema de patinetes elétricos e bicicletas de compartilhamento. Entre os benefícios esperados com a reinserção do bonde (VLT), podemos citar: ▪ Agilidade nos deslocamentos nas regiões atendidas. ▪ Incentivo ao uso do transporte coletivo qualificado; uso de opções individuais. ▪ Flexibilidade no deslocamento, com a possibilidade de integração aos demais modais. ▪ Por utilizar a energia elétrica como força de propulsão, ele apresenta baixo nívelde emissão de poluentes, quando comparado aos ônibus, por exemplo. ▪ Redução da poluição sonora (não faz barulho). A Figura 4 ilustra o projeto original do sistema VLT, com todas as linhas que foram desenhadas para entrar em operação. 14 Logística Empresarial Figura 4: Projeto original do sistema VLT, no RJ. Fonte: Adaptado de Prefeitura do Rio. Outra solução encontrada e que está em andamento é a colocação em uso do Arco Metropolitano, que liga quatro polos industriais, cuja intenção é reduzir, consideravelmente, o volume de veículos (principalmente de carga), que precisam passar pelas principais vias como BR-040 (Rodovia Washington Luiz), BR-101 (Avenida Brasil) e BR-116 (Rodovia Presidente Dutra). O Arco Metropolitano liga as cidades de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí, com parceria entre os governos do estado, federal e o DNIT. Vejamos, a seguir, os principais benefícios com a operação do Arco Metropolitano e a sua plena utilização pelos motoristas: ▪ Interligação das demais vias expressas existentes, contribuindo para uma melhor distribuição de veículos pelas rotas. ▪ Ligação entre o porto de Itaguaí e o futuro polo petroquímico em Itaboraí. ▪ Redução dos congestionamentos, principalmente nas principais vias que cruzam a cidade do Rio de Janeiro. ▪ Redução dos custos no transporte (combustível, tempo de deslocamento, desgaste da frota). 15Logística Empresarial ▪ Ativação econômica de alguns pontos da região metropolitana, facilitando o acesso às cidades e bairros mais afastados. Ao redor do mundo, são debatidos assuntos relacionados direta ou indiretamente à mobilidade urbana sustentável. Entre eles, destacam- se: a ECO 92 (Agenda 21), Rio+20, COP 21, Climate Chance, Walk 21 e Velocity (na edição de 2018, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro). Eles traduzem a vontade de governos, organizações não governamentais (ONGs), entidades públicas, instituições de ensino e pesquisa, cidadãos e demais partes interessadas em debater os impactos da manutenção das condições de uso observadas na atualidade e seus impactos nos próximos anos, caso mantidas as taxas praticadas, nos últimos anos, dos indicadores de qualidade de vida, níveis de poluição, congestionamentos e redução de mobilidade, que trariam impactos significativos para as futuras gerações. Ao estimular ações locais, redesenho de cidades, incremento de uso de meios alternativos, melhoria e qualificação do transporte de massa, priorização de modais menos poluentes em detrimento daqueles que mais degradam a natureza, tudo isso contribui para a facilitação da integração de pessoas, melhoria nos deslocamentos, na qualidade de vida e na felicidade que as pessoas podem usufruir. Estudos revelam que o aquecimento global está diretamente relacionado à emissão dos gases do efeito estufa (GEE). Este efeito, também chamado de greenhouse effect, provoca a redução da proteção natural do planeta Terra, aumentando, consequentemente, a sua exposição aos raios solares que, como principal efeito, tem-se o aumento da temperatura média do ambiente. Uma maior temperatura exerce pressão sobre os ciclos de vida, afetando espécies vegetais e animais, fazendo ainda reduzir o tamanho da cobertura de gelo nos polos que, com o degelo, produz um aumento no volume dos mares. Entre os gases do efeito estufa, figuram os derivados das queimas de combustíveis fósseis (derivados do petróleo e carvão mineral), desmatamento (reduz a absorção dos gases, com base em carbono, como o monóxido e o dióxido de carbono), liberação de metano (lixões sem controle de coleta deste gás), clorofluorcarbonetos (muito populares, outrora, em sistemas de refrigeração e sprays), óxido nitroso (escapamento de automóveis e processos 16 Logística Empresarial industriais), queimadas em áreas de vegetação e maior controle na emissão de poluentes pelas fábricas. A Figura 5 ilustra a pirâmide da mobilidade urbana. No topo da pirâmide, que está invertida, há uma preocupação maior em destacar os modais com menor impacto ambiental. Figura 5: A pirâmide da mobilidade urbana. Fonte: Adaptado de Vá de Bike. Andar/Correr Táxi/Lotação “Car sharing” e caronas Carro particular Voos Bicicleta Transporte público Transporte de cargas (caminhões) Veículos de carga de tração humana 17Logística Empresarial À medida que descem as camadas, os modais são proporcionalmente mais agressivos ao meio ambiente, portanto, com maior impacto ambiental. Os menos poluentes são os que dispensam o uso de motores, seguidos pelo transporte público e, finalmente, pelo transporte aéreo. 2. Mobilidade Urbana de Pessoas Aos quatro cantos do planeta, a mobilidade é o grande desafio. A escolha do automóvel, que parecia ser a resposta eficiente do século XX à necessidade de circulação, levou ao colapso do trânsito. Além dos congestionamentos cada vez maiores, com desperdício de tempo e combustível, há os problemas ambientais como a poluição atmosférica e sonora, além da ocupação do espaço público. No Brasil, a frota de automóveis e motocicletas teve um crescimento estimado em 400% nos últimos dez anos. A mobilidade urbana pode ser também sustentável. O desafio, no entanto, é incentivar a redução da circulação de veículos automotores individuais para abrir espaço para a circulação de pessoas e veículos menos poluentes, de preferência, mais saudáveis. Isso se dará, entre outras medidas, pela requalificação dos transportes públicos, medida capaz e indispensável para oferecer uma alternativa segura, acessível, pontual, de qualidade e competitiva o suficiente para que as pessoas deixem de utilizar seus automóveis para o seu deslocamento, permitindo que as ruas deixem de ser meras vias de passagem e voltem a ser locais de convivência. A mobilidade urbana de pessoas também demanda por calçadas confortáveis, niveladas, sinalizadas, fiscalizadas, livres de buracos e obstáculos, pois um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras são feitas a pé ou em cadeiras de rodas. Estas facilidades, de alguma maneira, também abrem espaço e incentivam a busca de soluções inovadoras para o transporte eficiente de produtos e serviços que precisam ser levados ou prestados até os locais de recebimento ou consumo, como lojas, depósitos, condomínios, empresas ou consumidores, que poderão ser entregues com carrinhos ou outros dispositivos que possam circular, utilizar com segurança e dividir estes espaços. 18 Logística Empresarial Não existe uma receita única para cada cidade; tudo dependerá do nível de conscientização dos cidadãos, da vontade dos agentes públicos e da infraestrutura necessária. Muitas destas medidas para uma efetiva implementação e sedimentação carecem ainda de uma agenda que permita a continuidade das ações, mesmo que haja a troca de correntes de poder nas esferas governamentais. A seguir, são apresentadas algumas ações que, na visão do ITDP (2015), podem estimular a mobilização, debate e participação da sociedade na construção de cidades mais acessíveis para o incremento do uso das bicicletas, auxiliando, com isso, os órgãos públicos no tratamento desta questão. ▪ Campanhas de mobilização, tendo, principalmente, as escolas como indutoras para as novas gerações de multiplicadores. ▪ Eventos ao ar livre, campanhas incentivando as pessoas a perderem o medo e a aversão ao uso de bicicletas ou de outros meios de deslocamento mais sustentáveis e menos poluentes. ▪ Sessões públicas com interlocutores locais no modelo de audiências, para envolvimento dos atores locais, trocas de experiências e aperfeiçoamento das boas práticas. ▪ Apoio de entidades ligadas ao movimento e promoção de eventos, reforçando a qualidade de vida. ▪ Redesenho do mobiliário urbano, incluindo cruzamentos, facilidades para o acesso cicloviário, ampliação das ciclovias e ciclofaixas, com a elaboração de um manual de design de tráfego (padronização). ▪ Locais com potencialpara grandes deslocamentos com bicicletas devem ser priorizados (mapear os locais onde há maior fluxo e demanda para rápida adesão; pode haver potencial sem, contudo, ocorrer o uso do modal por falta de sinalização, facilidades etc.). ▪ Realizar campanhas de conscientização, principalmente, dos motoristas de coletivos e de veículos de entregas que, em função do seu tamanho e peso, podem protagonizar acidentes de maior envergadura. 19Logística Empresarial ▪ Mapear a participação de cada modal e estabelecer metas para os próximos anos (20% a mais de deslocamentos a pé; 40% a mais de deslocamentos com bicicletas; 25% de entregas urbanas feitas por veículos automotores substituídos por veículos verdes; 50% de incremento nos deslocamentos com transportes públicos; 20% menos deslocamentos com carros de passeio; 20% menos vagas de estacionamento para carros nos centros urbanos de maior movimento, entre outros). 3. Mobilidade Urbana e Rural de Cargas e de Produtos (Centros de Abastecimento e de Consolidação de Cargas, Plataformas Logísticas, “Crossdocking”) A movimentação urbana de cargas pode ser definida como a movimentação de coisas (distinta de pessoas) dentro das áreas urbanas. Nos grandes centros urbanos, ela representa um desafio, em função da dificuldade de acesso, restrições de movimentação dos veículos de entrega, precariedade de pontos de estacionamento e facilidades para realização de entregas. Nas áreas urbanas, em função do grande adensamento, torna-se possível o emprego de poucas paradas e a realização de entregas simultâneas a partir daquele ponto, o que difere quando observa-se o cenário rural, onde predominam distâncias maiores entre os pontos de parada, obrigando os veículos a efetuarem as entregas e terem que cobrir uma distância maior até o próximo ponto de parada; com isso, a quantidade de entregas por viagem acaba sendo prejudicada. Além disso, podemos considerar a necessidade de deslocamento entre o depósito e o bolsão de entrega (nome dado à região onde determinado veículo fará as suas entregas em determinado dia), o tempo operacional de permanência dentro do bolsão de entregas (realização de uma entrega, deslocamento até o próximo ponto e realização da entrega seguinte), eventuais coletas de devoluções ou entregas para outros destinos e retorno ao depósito 20 Logística Empresarial Nesta modalidade, o número proporcional de entregas por viagem, quando comparado às entregas em centros urbanos, é dramaticamente menor, em função do exposto. Uma opção para acelerar os processos de entrega nas empresas é o uso do crossdocking que, na visão de Nogueira (2016), trata-se da operação que viabiliza uma rápida solução de abastecimento, otimização de espaço físico do armazém e redução dos custos de estoque. Ele acelera o fluxo de mercadorias por meio do recebimento de produtos em uma dependência, simultaneamente, com outros produtos separados, de acordo com o rol de itens daquele destino e enviados na primeira oportunidade, dispensando uma armazenagem longa. Nesta opção logística, os fornecedores ou centros de distribuição fazem as entregas em determinado local e, ali mesmo, são abastecidos os veículos que farão a entrega final, minimizando o tempo e custos tradicionalmente a ele associados. Uma evolução deste conceito é o emprego do caminhão depósito, como ilustrado por Loureiro e Loureiro (2013), onde um caminhão abastecido de bebidas permanece parado enquanto os triciclos realizam entregas, utilizando as ciclovias da orla da praia de Copacabana no Rio de Janeiro. Esta situação pode ser ampliada e adaptada para outras aplicações, tais como entregas de hortifrutigranjeiros, alimentos, medicamentos, entre outros. Os estudos divulgados no site Capgemini (2012) apontam que a cadeia de suprimentos do futuro deverá contar com entregas de diversas marcas de inúmeros produtores em uma única plataforma logística, minimizando a presença de diversos veículos para atender a apenas um estabelecimento. Pode-se evoluir neste conceito e realizar as entregas a partir do caminhão que permanece parado em um local dentro do bolsão de entregas, enquanto as bicicletas mistas fazem as entregas nos diversos pontos de venda ou diretamente nas casas das pessoas. O veículo de carga fica localizado, estrategicamente, no bolsão de entregas. Ele será usado como um depósito (móvel), para que as bicicletas possam efetuar as entregas aos clientes; essas, por sua vez, não terão 21Logística Empresarial problemas com trânsito nem dificuldade de estacionamento. Os caminhões não apresentarão consumo elevado de combustível com deslocamentos consecutivos, pois permanecerão parados em locais permitidos (dentro ou fora das áreas de restrição de acesso), aumentando, com isso, o tempo nas entregas. Os terminais e facilidades logísticas permitem a instalação de terminais de consolidação de cargas nas proximidades dos grandes centros urbanos, que podem funcionar como plataformas para o recebimento de veículos maiores, separação de cargas por zonas e abastecimento de veículos menores, que farão as entregas em bolsões dentro das áreas de maior concentração, reduzindo o número total de veículos em circulação (crossdocking). Os terminais poderão efetuar operações multimarcas e multi- empresas, a partir das quais serão realizadas entregas de vários fabricantes que dividirão espaço nos mesmos veículos de entrega (economizando combustível e espaço nas vias de grande circulação). Dali, partirão veículos de carga da última milha, carregados com produtos que funcionarão como depósitos avançados, permanecendo parados, enquanto equipes de entregadores a pé e com bicicletas realizarão as entregas finais. O caminhão depósito, o uso de contêineres ou de reboques poderão ser deslocados à noite, permanecendo parados no local de acesso até a manhã do dia seguinte, quando equipes de entregas acessarão o caminhão para realizarem suas entregas/coletas; após o término do ciclo operacional, eles serão coletados e outros novos serão deixados no mesmo local. Bicicletas com ou sem assistência elétrica farão as entregas mais distantes, enquanto equipes a pé, com auxílio de carrinhos de entrega ou mochilas, farão as entregas mais próximas. Esta aplicação abre espaço para o surgimento de uma nova categoria de prestadores de serviços, em que nos horários, locais e dias marcados, os ciclistas com seus veículos de entrega se reúnem próximos aos caminhões ou facilidades, abastecendo-os com os produtos, partindo, em seguida, para as entregas, avançando para o próximo ponto de recarga, a fim de seguirem para mais uma rodada de entregas. 22 Logística Empresarial Esta combinação permitirá uma cobertura maior, em um menor espaço de tempo, minimizando os impactos ao trânsito, ambiente e sociedade, que seriam esperados nos modelos vigentes. Cada área urbana, cada bairro possui suas tipicidades relacionadas ao trânsito; uns com intenso fluxo de veículos pesados e lentos. Para driblar os congestionamentos, são criados deslocamentos das janelas de operação de cada empresa, com entregas noturnas nos grandes centros, ou ainda, pela restrição de acesso, como na Ponte Rio-Niterói para caminhões de maior porte durante o dia. Outras restrições são verificadas em áreas de acesso restrito a caminhões, como o polígono com limitações para circulação de caminhões, reboque e semirreboques em determinados horários (entre 6h e 10h e entre 17h e 20h, por exemplo, momentos de ida e vinda ao trabalho das pessoas), na cidade do Rio de Janeiro. Tal medida fez crescer o número de veículos menores de entregas em circulação (vans, veículos urbanos de carga – VUC, motocicletas de entregas, entre outros), para fazer com que as entregas fossem concretizadas no horário comercial. A cidade de São Paulo adotou um sistema de rodízio municipal (feito pela seleção das placas de identificação dos veículos), que reduz o fluxo de carros com finais de placa de determinados númerosem dias alternados da semana. Tal medida, num primeiro momento, reduziu o fluxo, contudo, as pessoas passaram a ter mais de um veículo com final de placa diferente para seguirem utilizando seus automóveis. Já a cidade de Londres implantou um sistema que cobra pedágio aos veículos que pretendem acessar o centro da cidade e aplica taxas diferenciadas (de maior valor), para os veículos mais antigos, portanto, mais poluentes e agressivos ao meio ambiente. Outra medida é a redução de vagas públicas de estacionamento, o que faz com que as vagas particulares tenham um preço mais elevado (relação oferta x demanda), impactando na escolha dos motoristas em deixar os veículos em casa ou próximos de estações de trens e metrô e utilizá-los, em vez de acessarem estes locais com seus carros e motocicletas. 23Logística Empresarial A Figura 6 ilustra o polígono de restrição Zona Norte/Zona Oeste e Centro/Zona Sul. Figura 6: O polígono de restrição Zona Norte/Zona Oeste e Centro/Zona Sul. Fonte: Adaptado de Prefeitura do Rio. Para driblar as restrições de acesso diurno, entre as possíveis soluções, encontram-se a adoção de reboques deslocados durante a noite para áreas que concentram grandes bolsões de entregas, em que durante o dia, as equipes de entregadores os acessam para realizar as entregas finais a partir deste ponto. A Figura 7 ilustra este caso com uma unidade da UPS nos Estados Unidos da América. O destinatário acessa o ponto, faz a sua identificação e a porta que contém o seu produto é destravada, possibilitando o acesso ao produto. O abastecimento destas unidades pode ser feito no período que antecede os horários de restrição de circulação de veículos pesados. 24 Logística Empresarial Figura 7: Unidade da UPS nos Estados Unidos da América. Fonte: Kiosk Industry. Na atualidade, já pode ser percebido um aumento nos deslocamentos aéreos, com a intensificação de atendimentos médicos, transporte de autoridades e de executivos em helicópteros (a cidade de São Paulo registra um dos maiores tráfegos aéreos deste tipo no mundo) e, em um futuro não muito distante, a partir da regulamentação e colocação em funcionamento de sistemas de entrega como os VANTs (drones), atualmente permitidos com restrições, como a necessidade da presença de um piloto credenciado para operar o equipamento, com contato visual. Estas e outras alternativas exigirão adaptações significativas na mobilidade urbana, permitindo o fluxo de mercadorias cada vez maior e mais intenso, resultado direto de um mercado cada vez mais estimulado ao consumo, com produtos em ciclos cada vez menores, demandas por entregas em menor tempo e redução nos estoques das lojas físicas, fazendo com que o número de entregas seja cada vez maior. 25Logística Empresarial Para atender a esta maior demanda por entregas, a bicicleta (convencional ou cargueira), que é uma antiga solução, agora com nova roupagem e emprego de acessórios de maior tecnologia (assistência elétrica, roteirização mais eficiente, navegação por GPS, entre outras), poderá ser aplicada, como integração no transporte de cargas, comumente utilizada em pequenos estabelecimentos, como farmácias, padarias, supermercados e lanchonetes, ou para a entrega de última milha (last mile delivery), etapa final da movimentação, realizada a partir de um fabricante, transportador ou plataforma logística, ao destino da mercadoria, que representa a última conexão que existe entre o fornecedor e o consumidor final. É um tipo de deslocamento de difícil resposta de alta capacidade e que representa um alto custo da entrega. As entregas a pé, com ou sem o apoio de carrinhos (motorizados ou não), podem ser amplamente utilizadas. Destacam-se, a seguir, os principais benefícios do uso da bicicleta nesta atividade logística: ▪ Transporte sustentável e, ao mesmo tempo, saudável para o ciclista ou triciclista (pela possibilidade de prática de exercícios). ▪ Agilidade no trânsito. ▪ Baixo investimento de aquisição e manutenção. ▪ Facilidade no transporte e estacionamento. ▪ Possibilidade do uso de ciclovias (quando disponível). ▪ Dispensa habilitação por parte do condutor. ▪ Não é afetada por restrições de trânsito (horários de circulação, rodízio de placas, tamanho e capacidade de veículos, áreas de carga e descarga específicas, entre outras comuns nos grandes centros urbanos). Os benefícios acima também podem se aplicados em entregas maiores, tanto em quantidade como em peso, pois já existem modelos com capacidade de carga de mais de 250 Kg, reduzindo os problemas de entregas nos grandes centros e, consequentemente, os custos associados, comparados com uma entrega normal (veículos de grande porte). 26 Logística Empresarial Aos gestores, caberá a consideração de que o momento atual vivenciado nos grandes centros urbanos, relacionado ao cenário de cargas urbanas não é o mais adequado, pois existe pouca atenção à incorporação das cargas no planejamento dos transportes urbanos; pressão exercida pelo aumento de veículos automotores (carros e motocicletas) e de transporte de massa (ônibus) para circulação de pessoas, concorrendo por espaço nas mesmas vias por onde trafegam os veículos de entregas; crescimento da variedade de produtos, adoção de políticas de estoques baixos e filosofia Just In Time com remessas menores e horários específicos, aumentando a frequência nas entregas; crescimento no setor de prestação de serviços, aumentando os deslocamentos daqueles que dão suporte às operações; inexistência de malhas ferroviárias de carga voltadas para as entregas urbanas; impactos da poluição ambiental (som, ar e visual), a partir dos congestionamentos urbanos e operação de veículos com queima de combustíveis fósseis; e a inexistência de preocupação das autoridades públicas com a movimentação de cargas. Apenas Chicago, Londres, Melbourne, Los Angeles e Nova Iorque possuem considerações explícitas sobre procedimentos de planejamento de transportes de cargas em seus planos diretores, bem como incentivo à aquisição de veículos automotores individuais em detrimento da requalificação dos meios de transporte de massa (trens, metrô, VLT, barcas, BRT e BRS). E como estes desafios podem ser resolvidos? Com a discussão do tamanho e papel futuro do centro da cidade; direcionamento da quantidade, tipo e localização de novos segmentos e oportunidades de emprego; definição da localização e papel futuro das atividades-chave; estabelecimento de estratégias de desenvolvimento e revitalização urbana futura, incluindo propostas de renovação; debate dos tópicos ambientais, como qualidade de vida, qualidade do ar e habitabilidade; intensificação do uso de alternativas existentes que, sob nova roupagem e aplicação, podem contribuir significativamente na redução dos congestionamentos e, ao mesmo tempo, elevar o nível de serviço das entregas. Neste capítulo, levantamos a preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade, e descobrimos que não são assuntos exclusivos apenas aqui 27Logística Empresarial do Brasil, mas pautam a agenda global, pois o crescimento social e econômico observado nos últimos anos em países emergentes, como China e Índia, tem obrigado governos a buscarem formas de mitigar os impactos causados pelo homem na natureza. A mobilidade urbana é relevante, pois é um fator crítico que influencia diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Entre as medidas para a requalificação da mobilidade urbana, foram apresentados o VLT e o sistema BRT, bem como a utilização de antigas soluções, como a bicicleta, para atender aos novos desafios. Na atualidade, ao redor do mundo, são debatidos assuntos relacionados direta ou indiretamente à mobilidade urbana sustentável, pois a escolha do automóvel, que parecia ser a melhor à necessidade de circulação, levou o trânsito ao colapso. 28 Logística Empresarial Referências BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacionalde Mobilidade Urbana. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12587.htm. Acesso em: 02 out. 2019. BRTDATA. Centre of Excellence and EMBARQ. 2019. Disponível em: https://brtdata.org/. Acesso em: 02 out. 2019. CAPGEMINI. Future Supply Chain 2016 Report. Paris, 2012. Disponível em: https://www.capgemini.com/resources/future_supply_chain_2016. Acesso em: 02 out. 2019. INSTITUTO PÓLIS. Mobilidade urbana é desenvolvimento urbano. Ministério das Cidades, 2005. Disponível em: http://www.polis.org.br/ uploads/922/922.pdf. Acesso em: 02 out. 2019. ITDP. 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