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Mobilidade Urbana - LOGÍSTICA

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Mobilidade Urbana
Núcleo de Educação a Distância 
www.unigranrio.com.br
Rua Prof. José de Souza Herdy, 1.160 
25 de Agosto – Duque de Caxias - RJ
Reitor
Arody Cordeiro Herdy
Pró-Reitoria de Programas de Pós-Graduação
Nara Pires
Pró-Reitoria de Programas de Graduação
Lívia Maria Figueiredo Lacerda
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Júlio Loureiro
1ª Edição
Copyright © 2019, Unigranrio
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por 
fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Unigranrio.
Pró-Reitoria Administrativa e Comunitária
Carlos de Oliveira Varella
Núcleo de Educação a Distância (NEAD)
Márcia Loch
Sumário
Mobilidade Urbana
Para início de conversa… .................................................................. 04
Objetivo .......................................................................................... 05
1. Conceitos e Iniciativas Sustentáveis (Pirâmide de Mobilidade, 
 Fóruns Internacionais de Debate, Aquecimento Global) ............. 06
2. Mobilidade Urbana de Pessoas .............................................. 17
3. Mobilidade Urbana e Rural de Cargas e de Produtos (Centros de 
 Abastecimento e de Consolidação de Cargas, Plataformas 
 Logísticas, “Crossdocking”) ................................................... 19
Referências ....................................................................................... 28
4 Logística Empresarial
Para início de conversa…
Em nossos estudos, apresentaremos assuntos que irão auxiliar os 
futuros gestores a fazerem as escolhas mais adequadas conforme cada contexto 
empresarial. Aqui, serão exploradas as múltiplas aplicações do conceito de 
mobilidade urbana, identificando sua importância para as organizações e 
indivíduos. Adicionalmente, serão tratados os principais conceitos e iniciativas 
sustentáveis, tais como a pirâmide de mobilidade, fóruns internacionais de 
debate do tema e os impactos do aquecimento global. 
Em seguida, veremos a mobilidade urbana de pessoas, cada vez mais 
estudada pelos impactos causados nas grandes cidades ao redor do mundo e, 
finalmente, os aspectos da mobilidade urbana e rural de cargas e de produtos, 
em que serão mostrados os centros de abastecimento e de consolidação de 
cargas, plataformas logísticas e a aplicação da ferramenta chamada crossdocking. 
Bons estudos!
5Logística Empresarial
Objetivo 
Explorar as múltiplas aplicações do conceito de mobilidade urbana, 
identificando sua importância para as organizações e indivíduos.
6 Logística Empresarial
1. Conceitos e Iniciativas Sustentáveis (Pirâmide 
de Mobilidade, Fóruns Internacionais de 
Debate, Aquecimento Global)
A mobilidade urbana pode ser entendida, basicamente, como a 
necessidade de deslocamento de pessoas e bens no meio urbano. Para ambos, 
este deslocamento pode ser realizado de vários modos, tais como:
 ▪ Meios motorizados (ônibus, trens, motocicletas, automóveis).
 ▪ Meios não motorizados (bicicletas, skates ou até mesmo animais).
 ▪ Não motorizados, pelo esforço direto do indivíduo (deslocamento 
a pé, com skates, bicicletas, entre outros). 
Quando a mobilidade urbana nas cidades ou centros urbanos é 
estudada, compreende-se o esforço necessário que deve ser dispensado no 
planejamento e aplicação de medidas relacionadas com a mesma.
A mobilidade urbana deve ser então pensada em como garantir e/
ou melhorar o acesso de pessoas e bens tipicamente oferecidos pelas 
cidades, como as facilidades de lazer, local de trabalho, escolas, hospitais, 
entretenimento, entre outros. Atualmente, observa-se um destaque maior 
para o uso do transporte particular em detrimento do coletivo. (INSTITUTO 
POLIS, 2005)
Como cita Vasconcellos (2012), os deslocamentos podem ser por 
meios particulares ou coletivos. 
1. No primeiro caso, temos as motocicletas, carros, táxis e veículos 
de aplicativo, em que as pessoas decidem viajar sozinhas, onde 
ninguém mais pode reivindicar o direito de viajar junto rumo ao 
mesmo destino ou parte dele. 
2. No segundo caso, temos o oposto: as pessoas estão em meios de 
transporte compartilhados e não podem reivindicar o direito de 
viajar sozinhas, ou ainda, estabelecer itinerários e pontos de parada 
diferentes daqueles predefinidos.
7Logística Empresarial
Ainda de acordo com o autor, outra forma de classificação é quanto 
à propriedade, se pública ou privada. No primeiro, tem-se o uso de forma 
indistinta mediante pagamento e possui alguma forma de limitação (tarifa 
máxima aplicável) ou controle (tipo de veículo, habilitação necessária para 
condução, rotas, entre outras), pelo poder público. Para os privados, seu 
uso é limitado aos proprietários ou por quem ele autorizar. Existe ainda a 
possibilidade de aplicação de um tipo híbrido, representado pelo táxi ou 
pelo ônibus fretado, meios de transporte públicos, logo, sujeitos ao controle 
público, cujos passageiros viajam sozinhos ou indicam quem poderá viajar 
com eles.
O autor ainda complementa que o transporte coletivo gasta menos 
energia (proporcionalmente ao número de deslocamentos) e é menos 
prejudicial do que o transporte individual. Muitas pessoas preferem transitar 
com o veículo próprio por conta da comodidade, diversificação e agilidade 
para visitar os lugares pretendidos.
 Um conjunto de fatores influencia diretamente na mobilidade, e um 
deles é o crescimento urbano desordenado que, por sua vez, traz impactos 
negativos, como cidades menos acessíveis e a necessidade e dependência do 
transporte público que ainda não possui estrutura para suportar tal demanda; 
quando está presente, a qualidade na prestação do serviço é duvidosa, o 
que por sua vez acaba impactando no aumento no número de automóveis 
particulares (carros e motocicletas). A população, que pensava ter encontrado 
uma forma mais eficiente ou cômoda de se deslocar, acaba contribuindo com 
os congestionamentos quilométricos e, com isso, o inconveniente aumento do 
tempo de viagem.
São raras as cidades com iniciativas que valorizam os meios de 
deslocamento sustentável; poucos usuários se beneficiam do uso de sistemas de 
circulação voltados para pedestres ou para o uso de veículos, como a bicicleta, 
patinete e skate (não motorizados). Opções como o Bike Rio (bicicletas de 
compartilhamento) ainda não possuem alcance em todas as regiões da cidade, 
que carece de vias de circulação e sinalização adequadas para o deslocamento 
seguro destes tipos de veículos, patologia compartilhada com outras cidades.
8 Logística Empresarial
Figura 1: Fatores que influenciam diretamente na mobilidade. Fonte: Dreamstime.
Apenas Chicago, Londres, Melbourne, Los Angeles e Nova Iorque 
possuem considerações explícitas sobre procedimentos de planejamento de 
transportes de cargas em seus planos diretores, assim como de outras mais 
abrangentes, como a educação no trânsito, fiscalização adequada e sinalização 
viária, além da própria segurança pública.
Quando se fala em diretrizes, planejamentos e ações tomadas na 
mobilidade de uma cidade, devemos considerar não somente o fator distância, 
mas também, o tempo e o meio que serão utilizados entre o ponto de partida 
e o destino almejado.
Muitos defendem os veículos sobre trilhos com fundamentais, 
pois garantem o transporte de massa e o tempo de viagem com qualidade, 
pois utilizam vias exclusivas com pouca margem para atrasos por conta de 
congestionamentos; mas também, há quem diga que o transporte com 
veículos sobre pneus e vias exclusivas é satisfatório, como os sistemas de 
ônibus articulados. O que realmente deve ser discutido é que ambos são 
fundamentais e de suma importância no meio urbano; um deve completar o 
outro de forma em que todos sejam planejados para atender a demanda diária 
das pessoas.
Com a gestão e o planejamento da mobilidade urbana, surge então 
o desafio da implementação de políticas ambientais e urbanas voltadaspara 
a mobilidade. A preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade 
não é assunto exclusivo apenas aqui no Brasil, mas pauta a agenda global. 
Com o crescimento social e econômico observado nos últimos anos, países 
Fatores que influenciam diretamente na mobilidade
Crescimento urbano desordenado.1
Necessidade e dependência do 
transporte público.
2
Aumento no número de automóveis 
particulares.
3
9Logística Empresarial
emergentes, como China e Índia, 
têm sido obrigados a buscar, cada vez 
mais, formas de mitigar os impactos 
causados pelo homem na natureza. 
A mobilidade urbana é relevante, 
pois é um fator crítico que influencia 
diretamente na qualidade de vida do 
indivíduo.
Com base no cenário atual e a necessidade de mudanças, foi aprovado 
em 2012, a Lei Federal nº 12.587 de 2012, que trata da Política Nacional 
de Mobilidade Urbana e contém os princípios para o processo de transição. 
Destacam-se a seguir alguns dos seus pontos mais relevantes:
 ▪ Prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os 
motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o 
transporte individual motorizado.
 ▪ Integração entre os modos e serviços de transporte urbano.
 ▪ Incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de 
energias renováveis e menos poluentes.
 ▪ Priorização de projetos de transporte público coletivo estruturadores 
do território e indutores do desenvolvimento urbano integrado.
 ▪ Aplicação de tributos sobre modos e serviços de transporte urbano 
pela utilização da infraestrutura urbana, visando desestimular o uso 
de determinados modos e serviços de mobilidade, vinculando-se a 
receita à aplicação exclusiva em infraestrutura urbana destinada ao 
transporte público coletivo e ao transporte não motorizado e no 
financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público, 
na forma da lei.
 ▪ Dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas para os serviços de 
transporte público coletivo e modos de transporte não motorizados.
Glossário
Mobilidade urbana é definida como a facilidade 
de deslocamento das pessoas e bens na cidade, 
com o objetivo de desenvolver atividades 
econômicas e sociais no perímetro urbano 
de cidades, aglomerações urbanas e regiões 
metropolitanas.
10 Logística Empresarial
Vamos conhecer, a seguir, alguns dos projetos implementados na 
cidade do Rio de Janeiro, por ocasião, da Copa do Mundo de 2014 e Jogos 
Olímpicos de 2016, que visaram melhorias nos meios de transporte existentes. 
Como principal, podemos destacar o sistema BRT (Bus Rapid Transit, 
Transporte Rápido por Ônibus), que é, basicamente, o transporte por meio 
de ônibus especiais de maior capacidade de transporte de passageiros, porém, 
em corredores exclusivos. Entre os seus trajetos, destacamos o trecho que 
liga o Aeroporto Internacional (Tom Jobim) à Zona Oeste (Barra da Tijuca).
Um dos principais benefícios oferecidos por esse sistema é a 
possibilidade de evitar congestionamentos pelo uso dos corredores exclusivos; 
ao contrário dos ônibus convencionais, o BRT possui capacidade maior de 
passageiros por ser articulado. Dentre as características que diferem esse 
sistema do convencional, destacam-se:
 ▪ Sistema de cobrança nas estações, o que reduz atrasos com a cobrança 
manual do motorista ou no ato do embarque dos passageiros.
 ▪ Estações com nível em relação ao ônibus (plataformas), que 
imprimem facilidade e rapidez no embarque e desembarque, 
inclusive, para deficientes físicos.
 ▪ Fluidez no trânsito, uma vez que os pontos onde há interseções 
na via são prioridade dos ônibus, garantindo maior agilidade às 
viagens.
 ▪ Estações estratégicas, permitindo a integração com trens, metrô e 
o trecho TransOeste.
 
O trecho Galeão x Barra da Tijuca também conta com linhas 
alimentadoras - linhas de ônibus convencionais que auxiliam o BRT em 
pontos periféricos dos bairros onde o corredor exclusivo não chega. Os custos 
também são integrados, possibilitando o uso dos alimentadores e o BRT com 
tarifa reduzida.
11Logística Empresarial
O mesmo sistema também liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz e 
Campo Grande, com o complexo TransOeste. Ambos inspirados no primeiro 
sistema BRT implantado em Curitiba, Paraná, desde 1974, pelo arquiteto e 
urbanista Jaime Lerner, pela Rede Integrada de Transporte (RIT). 
O modelo também serviu de inspiração para outros países, como a 
Colômbia, que implantou o TransMilenio, em Bogotá, e o TransJacarta, em 
Jacarta. A rede ao redor do mundo conta com mais de 5.055 Km instalados em 
170 cidades, transportando mais de 33.365.237 passageiros por dia, segundo 
dados do BRTDATA (2019).
Figura 2: Sistema BRT na cidade de Jacarta, na Indonésia. Fonte: Dreamstime.
A Figura 3 ilustra a participação dos sistemas BRT ao redor do 
mundo, com maior participação dos países da América Latina, Europa e Ásia.
12 Logística Empresarial
Figura 3: Participação dos sistemas BRT ao redor do mundo. Fonte: BRT Data.
Outro projeto de mobilidade observado foi a implantação dos 
teleféricos nos morros do Alemão e Providência que, enquanto operacionais, 
beneficiaram, principalmente, os moradores das comunidades atendidas. No 
caso do Morro do Alemão, são seis estações em pontos estratégicos, com um 
total de 152 gôndolas, com capacidade para até oito passageiros. Além de 
facilitar os moradores com as subidas, as estações contam com infraestrutura 
de agência bancária, caixas eletrônicos, ponto de atendimento para serviços 
públicos como o INSS e integração com o trem, ambos administrados pela 
mesma concessionária: a SuperVia. 
No Morro da Providência, o projeto faz parte do programa de 
revitalização da zona portuária, promovida pela prefeitura do Rio de Janeiro. 
Com apenas três estações e 16 gôndolas, o uso está disponível para moradores 
e visitantes sem custo. A proposta é transportar até mil passageiros por hora, 
contando também, com integrações na Central do Brasil, onde o passageiro 
terá acesso a trens, metrô, ônibus e ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), 
parte integrante do programa de revitalização do Porto Maravilha.
Destaque para o resgate de uma outra forma de deslocamento de 
pessoas no meio urbano, muito popular no início do século passado, em 
muitas cidades latino-americanas, que agora, sob nova roupagem ressurge: 
o VLT (Veículo Leve sobre Trilho), ou comumente conhecido como bonde. 
Referência mundial pela baixa emissão de gases do efeito estufa (GEE), ele utiliza 
13Logística Empresarial
sistema elétrico, possibilita o transporte de um número maior de passageiros, 
quando comparado ao ônibus, e apresenta agilidade no deslocamento, pelo 
reduzido número de paradas e por dispensar o pagamento ao motorista ou 
cobrador; quando aplicável, são utilizados cartões de embarque ou passagens 
pré-adquiridas.
Os VLTs fazem parte da mobilidade urbano da região do entorno 
do porto do Rio de Janeiro, que passa por um processo de revitalização e 
requalificação, conhecido como Porto Maravilha. O VLT circula no Centro 
da cidade do Rio de Janeiro e pela região portuária; a distância média entre 
as estações é de 400m e cada vagão pode levar até 450 passageiros. O tempo 
de espera é de 5 a 15 minutos, dependendo da linha e do horário. 
O sistema, quando totalmente colocado em operação, fará a integração 
com os demais modais presentes na região, tais como trens, metrô, teleférico, 
sistema BRT, BRS (Bus Rapid System – corredores com faixas pintadas para 
ônibus coletivos convencionais), aeroporto Santos Dumont, terminal de barcas 
da Praça XV e sistema de patinetes elétricos e bicicletas de compartilhamento. 
Entre os benefícios esperados com a reinserção do bonde (VLT), podemos 
citar:
 ▪ Agilidade nos deslocamentos nas regiões atendidas.
 ▪ Incentivo ao uso do transporte coletivo qualificado; uso de opções 
individuais.
 ▪ Flexibilidade no deslocamento, com a possibilidade de integração 
aos demais modais.
 ▪ Por utilizar a energia elétrica como força de propulsão, ele apresenta 
baixo nívelde emissão de poluentes, quando comparado aos ônibus, 
por exemplo.
 ▪ Redução da poluição sonora (não faz barulho).
 
A Figura 4 ilustra o projeto original do sistema VLT, com todas as 
linhas que foram desenhadas para entrar em operação.
14 Logística Empresarial
Figura 4: Projeto original do sistema VLT, no RJ. Fonte: Adaptado de Prefeitura do Rio.
Outra solução encontrada e que está em andamento é a colocação em 
uso do Arco Metropolitano, que liga quatro polos industriais, cuja intenção 
é reduzir, consideravelmente, o volume de veículos (principalmente de carga), 
que precisam passar pelas principais vias como BR-040 (Rodovia Washington 
Luiz), BR-101 (Avenida Brasil) e BR-116 (Rodovia Presidente Dutra). O 
Arco Metropolitano liga as cidades de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque 
de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí, com parceria entre os 
governos do estado, federal e o DNIT.
Vejamos, a seguir, os principais benefícios com a operação do Arco 
Metropolitano e a sua plena utilização pelos motoristas:
 ▪ Interligação das demais vias expressas existentes, contribuindo para 
uma melhor distribuição de veículos pelas rotas.
 ▪ Ligação entre o porto de Itaguaí e o futuro polo petroquímico em 
Itaboraí.
 ▪ Redução dos congestionamentos, principalmente nas principais 
vias que cruzam a cidade do Rio de Janeiro.
 ▪ Redução dos custos no transporte (combustível, tempo de 
deslocamento, desgaste da frota).
15Logística Empresarial
 ▪ Ativação econômica de alguns pontos da região metropolitana, 
facilitando o acesso às cidades e bairros mais afastados.
Ao redor do mundo, são debatidos assuntos relacionados direta 
ou indiretamente à mobilidade urbana sustentável. Entre eles, destacam-
se: a ECO 92 (Agenda 21), Rio+20, COP 21, Climate Chance, Walk 21 e 
Velocity (na edição de 2018, foi realizado na cidade do Rio de Janeiro). Eles 
traduzem a vontade de governos, organizações não governamentais (ONGs), 
entidades públicas, instituições de ensino e pesquisa, cidadãos e demais partes 
interessadas em debater os impactos da manutenção das condições de uso 
observadas na atualidade e seus impactos nos próximos anos, caso mantidas 
as taxas praticadas, nos últimos anos, dos indicadores de qualidade de vida, 
níveis de poluição, congestionamentos e redução de mobilidade, que trariam 
impactos significativos para as futuras gerações. 
Ao estimular ações locais, redesenho de cidades, incremento de 
uso de meios alternativos, melhoria e qualificação do transporte de massa, 
priorização de modais menos poluentes em detrimento daqueles que mais 
degradam a natureza, tudo isso contribui para a facilitação da integração de 
pessoas, melhoria nos deslocamentos, na qualidade de vida e na felicidade que 
as pessoas podem usufruir.
Estudos revelam que o aquecimento global está diretamente 
relacionado à emissão dos gases do efeito estufa (GEE). Este efeito, também 
chamado de greenhouse effect, provoca a redução da proteção natural do planeta 
Terra, aumentando, consequentemente, a sua exposição aos raios solares que, 
como principal efeito, tem-se o aumento da temperatura média do ambiente. 
Uma maior temperatura exerce pressão sobre os ciclos de vida, afetando 
espécies vegetais e animais, fazendo ainda reduzir o tamanho da cobertura de 
gelo nos polos que, com o degelo, produz um aumento no volume dos mares.
Entre os gases do efeito estufa, figuram os derivados das queimas de 
combustíveis fósseis (derivados do petróleo e carvão mineral), desmatamento 
(reduz a absorção dos gases, com base em carbono, como o monóxido e 
o dióxido de carbono), liberação de metano (lixões sem controle de coleta 
deste gás), clorofluorcarbonetos (muito populares, outrora, em sistemas de 
refrigeração e sprays), óxido nitroso (escapamento de automóveis e processos 
16 Logística Empresarial
industriais), queimadas em áreas de vegetação e maior controle na emissão de 
poluentes pelas fábricas.
A Figura 5 ilustra a pirâmide da mobilidade urbana. No topo da 
pirâmide, que está invertida, há uma preocupação maior em destacar os 
modais com menor impacto ambiental. 
Figura 5: A pirâmide da mobilidade urbana. Fonte: Adaptado de Vá de Bike.
Andar/Correr
Táxi/Lotação
“Car sharing” e caronas
Carro particular
Voos
Bicicleta
Transporte público Transporte de cargas (caminhões)
Veículos de carga de 
tração humana
17Logística Empresarial
À medida que descem as camadas, os modais são proporcionalmente 
mais agressivos ao meio ambiente, portanto, com maior impacto ambiental. 
Os menos poluentes são os que dispensam o uso de motores, seguidos pelo 
transporte público e, finalmente, pelo transporte aéreo.
2. Mobilidade Urbana de Pessoas
Aos quatro cantos do planeta, a mobilidade é o grande desafio. A 
escolha do automóvel, que parecia ser a resposta eficiente do século XX à 
necessidade de circulação, levou ao colapso do trânsito.
Além dos congestionamentos cada vez maiores, com desperdício 
de tempo e combustível, há os problemas ambientais como a poluição 
atmosférica e sonora, além da ocupação do espaço público. No Brasil, a frota 
de automóveis e motocicletas teve um crescimento estimado em 400% nos 
últimos dez anos. A mobilidade urbana pode ser também sustentável. 
O desafio, no entanto, é incentivar a redução da circulação de veículos 
automotores individuais para abrir espaço para a circulação de pessoas e 
veículos menos poluentes, de preferência, mais saudáveis. Isso se dará, entre 
outras medidas, pela requalificação dos transportes públicos, medida capaz 
e indispensável para oferecer uma alternativa segura, acessível, pontual, de 
qualidade e competitiva o suficiente para que as pessoas deixem de utilizar 
seus automóveis para o seu deslocamento, permitindo que as ruas deixem de 
ser meras vias de passagem e voltem a ser locais de convivência. 
A mobilidade urbana de pessoas também demanda por calçadas 
confortáveis, niveladas, sinalizadas, fiscalizadas, livres de buracos e obstáculos, 
pois um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras são feitas a pé ou 
em cadeiras de rodas. Estas facilidades, de alguma maneira, também abrem 
espaço e incentivam a busca de soluções inovadoras para o transporte eficiente 
de produtos e serviços que precisam ser levados ou prestados até os locais de 
recebimento ou consumo, como lojas, depósitos, condomínios, empresas ou 
consumidores, que poderão ser entregues com carrinhos ou outros dispositivos 
que possam circular, utilizar com segurança e dividir estes espaços.
18 Logística Empresarial
Não existe uma receita única para cada cidade; tudo dependerá do 
nível de conscientização dos cidadãos, da vontade dos agentes públicos 
e da infraestrutura necessária. Muitas destas medidas para uma efetiva 
implementação e sedimentação carecem ainda de uma agenda que permita 
a continuidade das ações, mesmo que haja a troca de correntes de poder nas 
esferas governamentais.
A seguir, são apresentadas algumas ações que, na visão do ITDP 
(2015), podem estimular a mobilização, debate e participação da sociedade na 
construção de cidades mais acessíveis para o incremento do uso das bicicletas, 
auxiliando, com isso, os órgãos públicos no tratamento desta questão.
 ▪ Campanhas de mobilização, tendo, principalmente, as escolas como 
indutoras para as novas gerações de multiplicadores.
 ▪ Eventos ao ar livre, campanhas incentivando as pessoas a perderem 
o medo e a aversão ao uso de bicicletas ou de outros meios de 
deslocamento mais sustentáveis e menos poluentes.
 ▪ Sessões públicas com interlocutores locais no modelo de audiências, 
para envolvimento dos atores locais, trocas de experiências e 
aperfeiçoamento das boas práticas.
 ▪ Apoio de entidades ligadas ao movimento e promoção de eventos, 
reforçando a qualidade de vida.
 ▪ Redesenho do mobiliário urbano, incluindo cruzamentos, facilidades 
para o acesso cicloviário, ampliação das ciclovias e ciclofaixas, com 
a elaboração de um manual de design de tráfego (padronização).
 ▪ Locais com potencialpara grandes deslocamentos com bicicletas 
devem ser priorizados (mapear os locais onde há maior fluxo e 
demanda para rápida adesão; pode haver potencial sem, contudo, 
ocorrer o uso do modal por falta de sinalização, facilidades etc.).
 ▪ Realizar campanhas de conscientização, principalmente, dos 
motoristas de coletivos e de veículos de entregas que, em função 
do seu tamanho e peso, podem protagonizar acidentes de maior 
envergadura.
19Logística Empresarial
 ▪ Mapear a participação de cada modal e estabelecer metas para 
os próximos anos (20% a mais de deslocamentos a pé; 40% a 
mais de deslocamentos com bicicletas; 25% de entregas urbanas 
feitas por veículos automotores substituídos por veículos verdes; 
50% de incremento nos deslocamentos com transportes públicos; 
20% menos deslocamentos com carros de passeio; 20% menos 
vagas de estacionamento para carros nos centros urbanos de maior 
movimento, entre outros). 
3. Mobilidade Urbana e Rural de Cargas e de 
Produtos (Centros de Abastecimento e de 
Consolidação de Cargas, Plataformas Logísticas, 
“Crossdocking”)
A movimentação urbana de cargas pode ser definida como a 
movimentação de coisas (distinta de pessoas) dentro das áreas urbanas. Nos 
grandes centros urbanos, ela representa um desafio, em função da dificuldade 
de acesso, restrições de movimentação dos veículos de entrega, precariedade 
de pontos de estacionamento e facilidades para realização de entregas.
Nas áreas urbanas, em função do grande adensamento, torna-se 
possível o emprego de poucas paradas e a realização de entregas simultâneas 
a partir daquele ponto, o que difere quando observa-se o cenário rural, onde 
predominam distâncias maiores entre os pontos de parada, obrigando os 
veículos a efetuarem as entregas e terem que cobrir uma distância maior até 
o próximo ponto de parada; com isso, a quantidade de entregas por viagem 
acaba sendo prejudicada. 
Além disso, podemos considerar a necessidade de deslocamento entre 
o depósito e o bolsão de entrega (nome dado à região onde determinado 
veículo fará as suas entregas em determinado dia), o tempo operacional 
de permanência dentro do bolsão de entregas (realização de uma entrega, 
deslocamento até o próximo ponto e realização da entrega seguinte), eventuais 
coletas de devoluções ou entregas para outros destinos e retorno ao depósito
20 Logística Empresarial
Nesta modalidade, o número proporcional de entregas por viagem, 
quando comparado às entregas em centros urbanos, é dramaticamente menor, 
em função do exposto.
Uma opção para acelerar os processos de entrega nas empresas é o uso 
do crossdocking que, na visão de Nogueira (2016), trata-se da operação que 
viabiliza uma rápida solução de abastecimento, otimização de espaço físico do 
armazém e redução dos custos de estoque. Ele acelera o fluxo de mercadorias 
por meio do recebimento de produtos em uma dependência, simultaneamente, 
com outros produtos separados, de acordo com o rol de itens daquele destino 
e enviados na primeira oportunidade, dispensando uma armazenagem longa.
Nesta opção logística, os fornecedores ou centros de distribuição fazem 
as entregas em determinado local e, ali mesmo, são abastecidos os veículos 
que farão a entrega final, minimizando o tempo e custos tradicionalmente a 
ele associados.
Uma evolução deste conceito é o emprego do caminhão depósito, como 
ilustrado por Loureiro e Loureiro (2013), onde um caminhão abastecido de 
bebidas permanece parado enquanto os triciclos realizam entregas, utilizando 
as ciclovias da orla da praia de Copacabana no Rio de Janeiro. Esta situação 
pode ser ampliada e adaptada para outras aplicações, tais como entregas de 
hortifrutigranjeiros, alimentos, medicamentos, entre outros.
Os estudos divulgados no site Capgemini (2012) apontam que a cadeia 
de suprimentos do futuro deverá contar com entregas de diversas marcas 
de inúmeros produtores em uma única plataforma logística, minimizando 
a presença de diversos veículos para atender a apenas um estabelecimento. 
Pode-se evoluir neste conceito e realizar as entregas a partir do caminhão 
que permanece parado em um local dentro do bolsão de entregas, enquanto 
as bicicletas mistas fazem as entregas nos diversos pontos de venda ou 
diretamente nas casas das pessoas.
O veículo de carga fica localizado, estrategicamente, no bolsão de 
entregas. Ele será usado como um depósito (móvel), para que as bicicletas 
possam efetuar as entregas aos clientes; essas, por sua vez, não terão 
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problemas com trânsito nem dificuldade de estacionamento. Os caminhões 
não apresentarão consumo elevado de combustível com deslocamentos 
consecutivos, pois permanecerão parados em locais permitidos (dentro ou 
fora das áreas de restrição de acesso), aumentando, com isso, o tempo nas 
entregas.
Os terminais e facilidades logísticas permitem a instalação de 
terminais de consolidação de cargas nas proximidades dos grandes centros 
urbanos, que podem funcionar como plataformas para o recebimento 
de veículos maiores, separação de cargas por zonas e abastecimento de 
veículos menores, que farão as entregas em bolsões dentro das áreas de 
maior concentração, reduzindo o número total de veículos em circulação 
(crossdocking). Os terminais poderão efetuar operações multimarcas e multi-
empresas, a partir das quais serão realizadas entregas de vários fabricantes que 
dividirão espaço nos mesmos veículos de entrega (economizando combustível 
e espaço nas vias de grande circulação). Dali, partirão veículos de carga da 
última milha, carregados com produtos que funcionarão como depósitos 
avançados, permanecendo parados, enquanto equipes de entregadores a pé e 
com bicicletas realizarão as entregas finais. O caminhão depósito, o uso de 
contêineres ou de reboques poderão ser deslocados à noite, permanecendo 
parados no local de acesso até a manhã do dia seguinte, quando equipes de 
entregas acessarão o caminhão para realizarem suas entregas/coletas; após 
o término do ciclo operacional, eles serão coletados e outros novos serão 
deixados no mesmo local. Bicicletas com ou sem assistência elétrica farão as 
entregas mais distantes, enquanto equipes a pé, com auxílio de carrinhos de 
entrega ou mochilas, farão as entregas mais próximas.
Esta aplicação abre espaço para o surgimento de uma nova categoria 
de prestadores de serviços, em que nos horários, locais e dias marcados, os 
ciclistas com seus veículos de entrega se reúnem próximos aos caminhões ou 
facilidades, abastecendo-os com os produtos, partindo, em seguida, para as 
entregas, avançando para o próximo ponto de recarga, a fim de seguirem para 
mais uma rodada de entregas.
22 Logística Empresarial
Esta combinação permitirá uma cobertura maior, em um menor 
espaço de tempo, minimizando os impactos ao trânsito, ambiente e sociedade, 
que seriam esperados nos modelos vigentes.
Cada área urbana, cada bairro possui suas tipicidades relacionadas ao 
trânsito; uns com intenso fluxo de veículos pesados e lentos. Para driblar 
os congestionamentos, são criados deslocamentos das janelas de operação de 
cada empresa, com entregas noturnas nos grandes centros, ou ainda, pela 
restrição de acesso, como na Ponte Rio-Niterói para caminhões de maior 
porte durante o dia. 
Outras restrições são verificadas em áreas de acesso restrito a 
caminhões, como o polígono com limitações para circulação de caminhões, 
reboque e semirreboques em determinados horários (entre 6h e 10h e entre 
17h e 20h, por exemplo, momentos de ida e vinda ao trabalho das pessoas), 
na cidade do Rio de Janeiro. Tal medida fez crescer o número de veículos 
menores de entregas em circulação (vans, veículos urbanos de carga – VUC, 
motocicletas de entregas, entre outros), para fazer com que as entregas fossem 
concretizadas no horário comercial.
A cidade de São Paulo adotou um sistema de rodízio municipal (feito 
pela seleção das placas de identificação dos veículos), que reduz o fluxo de 
carros com finais de placa de determinados númerosem dias alternados da 
semana. Tal medida, num primeiro momento, reduziu o fluxo, contudo, as 
pessoas passaram a ter mais de um veículo com final de placa diferente para 
seguirem utilizando seus automóveis. Já a cidade de Londres implantou um 
sistema que cobra pedágio aos veículos que pretendem acessar o centro da 
cidade e aplica taxas diferenciadas (de maior valor), para os veículos mais 
antigos, portanto, mais poluentes e agressivos ao meio ambiente. Outra 
medida é a redução de vagas públicas de estacionamento, o que faz com que as 
vagas particulares tenham um preço mais elevado (relação oferta x demanda), 
impactando na escolha dos motoristas em deixar os veículos em casa ou 
próximos de estações de trens e metrô e utilizá-los, em vez de acessarem 
estes locais com seus carros e motocicletas.
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A Figura 6 ilustra o polígono de restrição Zona Norte/Zona Oeste e 
Centro/Zona Sul.
Figura 6: O polígono de restrição Zona Norte/Zona Oeste e Centro/Zona Sul. Fonte: Adaptado de Prefeitura do Rio.
 
Para driblar as restrições de acesso diurno, entre as possíveis soluções, 
encontram-se a adoção de reboques deslocados durante a noite para áreas que 
concentram grandes bolsões de entregas, em que durante o dia, as equipes de 
entregadores os acessam para realizar as entregas finais a partir deste ponto. 
A Figura 7 ilustra este caso com uma unidade da UPS nos Estados 
Unidos da América. O destinatário acessa o ponto, faz a sua identificação 
e a porta que contém o seu produto é destravada, possibilitando o acesso 
ao produto. O abastecimento destas unidades pode ser feito no período que 
antecede os horários de restrição de circulação de veículos pesados. 
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Figura 7: Unidade da UPS nos Estados Unidos da América. Fonte: Kiosk Industry.
Na atualidade, já pode ser percebido um aumento nos deslocamentos 
aéreos, com a intensificação de atendimentos médicos, transporte de 
autoridades e de executivos em helicópteros (a cidade de São Paulo registra 
um dos maiores tráfegos aéreos deste tipo no mundo) e, em um futuro não 
muito distante, a partir da regulamentação e colocação em funcionamento de 
sistemas de entrega como os VANTs (drones), atualmente permitidos com 
restrições, como a necessidade da presença de um piloto credenciado para 
operar o equipamento, com contato visual. 
Estas e outras alternativas exigirão adaptações significativas na 
mobilidade urbana, permitindo o fluxo de mercadorias cada vez maior e 
mais intenso, resultado direto de um mercado cada vez mais estimulado ao 
consumo, com produtos em ciclos cada vez menores, demandas por entregas 
em menor tempo e redução nos estoques das lojas físicas, fazendo com que o 
número de entregas seja cada vez maior.
25Logística Empresarial
Para atender a esta maior demanda por entregas, a bicicleta 
(convencional ou cargueira), que é uma antiga solução, agora com nova 
roupagem e emprego de acessórios de maior tecnologia (assistência elétrica, 
roteirização mais eficiente, navegação por GPS, entre outras), poderá ser 
aplicada, como integração no transporte de cargas, comumente utilizada 
em pequenos estabelecimentos, como farmácias, padarias, supermercados 
e lanchonetes, ou para a entrega de última milha (last mile delivery), etapa 
final da movimentação, realizada a partir de um fabricante, transportador 
ou plataforma logística, ao destino da mercadoria, que representa a última 
conexão que existe entre o fornecedor e o consumidor final.
É um tipo de deslocamento de difícil resposta de alta capacidade e que 
representa um alto custo da entrega. As entregas a pé, com ou sem o apoio de 
carrinhos (motorizados ou não), podem ser amplamente utilizadas.
Destacam-se, a seguir, os principais benefícios do uso da bicicleta 
nesta atividade logística:
 ▪ Transporte sustentável e, ao mesmo tempo, saudável para o ciclista 
ou triciclista (pela possibilidade de prática de exercícios).
 ▪ Agilidade no trânsito.
 ▪ Baixo investimento de aquisição e manutenção.
 ▪ Facilidade no transporte e estacionamento.
 ▪ Possibilidade do uso de ciclovias (quando disponível).
 ▪ Dispensa habilitação por parte do condutor.
 ▪ Não é afetada por restrições de trânsito (horários de circulação, 
rodízio de placas, tamanho e capacidade de veículos, áreas de carga 
e descarga específicas, entre outras comuns nos grandes centros 
urbanos).
 
Os benefícios acima também podem se aplicados em entregas maiores, 
tanto em quantidade como em peso, pois já existem modelos com capacidade 
de carga de mais de 250 Kg, reduzindo os problemas de entregas nos grandes 
centros e, consequentemente, os custos associados, comparados com uma 
entrega normal (veículos de grande porte).
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Aos gestores, caberá a consideração de que o momento atual vivenciado 
nos grandes centros urbanos, relacionado ao cenário de cargas urbanas não 
é o mais adequado, pois existe pouca atenção à incorporação das cargas no 
planejamento dos transportes urbanos; pressão exercida pelo aumento de 
veículos automotores (carros e motocicletas) e de transporte de massa (ônibus) 
para circulação de pessoas, concorrendo por espaço nas mesmas vias por onde 
trafegam os veículos de entregas; crescimento da variedade de produtos, adoção 
de políticas de estoques baixos e filosofia Just In Time com remessas menores 
e horários específicos, aumentando a frequência nas entregas; crescimento no 
setor de prestação de serviços, aumentando os deslocamentos daqueles que 
dão suporte às operações; inexistência de malhas ferroviárias de carga voltadas 
para as entregas urbanas; impactos da poluição ambiental (som, ar e visual), a 
partir dos congestionamentos urbanos e operação de veículos com queima de 
combustíveis fósseis; e a inexistência de preocupação das autoridades públicas 
com a movimentação de cargas. 
Apenas Chicago, Londres, Melbourne, Los Angeles e Nova Iorque 
possuem considerações explícitas sobre procedimentos de planejamento 
de transportes de cargas em seus planos diretores, bem como incentivo à 
aquisição de veículos automotores individuais em detrimento da requalificação 
dos meios de transporte de massa (trens, metrô, VLT, barcas, BRT e BRS).
E como estes desafios podem ser resolvidos? Com a discussão 
do tamanho e papel futuro do centro da cidade; direcionamento da 
quantidade, tipo e localização de novos segmentos e oportunidades de 
emprego; definição da localização e papel futuro das atividades-chave; 
estabelecimento de estratégias de desenvolvimento e revitalização urbana 
futura, incluindo propostas de renovação; debate dos tópicos ambientais, 
como qualidade de vida, qualidade do ar e habitabilidade; intensificação do 
uso de alternativas existentes que, sob nova roupagem e aplicação, podem 
contribuir significativamente na redução dos congestionamentos e, ao 
mesmo tempo, elevar o nível de serviço das entregas.
Neste capítulo, levantamos a preocupação com o meio ambiente e a 
sustentabilidade, e descobrimos que não são assuntos exclusivos apenas aqui 
27Logística Empresarial
do Brasil, mas pautam a agenda global, pois o crescimento social e econômico 
observado nos últimos anos em países emergentes, como China e Índia, tem 
obrigado governos a buscarem formas de mitigar os impactos causados pelo 
homem na natureza. 
A mobilidade urbana é relevante, pois é um fator crítico que 
influencia diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Entre as medidas 
para a requalificação da mobilidade urbana, foram apresentados o VLT e o 
sistema BRT, bem como a utilização de antigas soluções, como a bicicleta, 
para atender aos novos desafios.
Na atualidade, ao redor do mundo, são debatidos assuntos relacionados 
direta ou indiretamente à mobilidade urbana sustentável, pois a escolha do 
automóvel, que parecia ser a melhor à necessidade de circulação, levou o 
trânsito ao colapso.
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Referências
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